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COMPORTAMENTO DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR
(SACCHARUM SPP.) CULTIVADAS EM ESPAÇAMENTOS
SIMPLES E DUPLOS.
Autor: MANOEL LATTA ERNANDES
Orientador: PROF. DR. ANTONIO CESAR BOLONHEZI
Dissertação apresentada à
Faculdade de Engenharia de
Ilha Solteira , para obtenção do
título de Mestre em Agronomia
- Área de Concentração em
Sistemas de Produção.
ILHA SOLTEIRA – SP
Agosto - 2005
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COMPORTAMENTO DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR
(SACCHARUM SPP.) CULTIVADAS EM ESPAÇAMENTOS
SIMPLES E DUPLOS.
MANOEL LATTA ERNANDES
Engenheiro Agrônomo
Orientador: PROF. DR. ANTONIO CESAR BOLONHEZI
Dissertação apresentada à
Faculdade de Engenharia de
Ilha Solteira , para obtenção do
título de Mestre em Agronomia
- Área de Concentração em
Sistemas de Produção.
ILHA SOLTEIRA – SP
Agosto – 2005
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DEDICATÓRIA
A minha avó HERMINIA ALVES GARCIA (in memoriam) com gratidão e
reconhecimento por tudo que fizera no decorrer de minha vida;
A minha tia MARIA ANTONIA ALVES DE SOUZA pelo carinho e
incentivo.
AGRADECIMENTOS
- A Deus, nosso criador e pai eterno que nos ampara e ilumina;
- Ao meu orientador Dr. Antonio César Bolonhezi, que soube me orientar com
humildade, muita paciência e muita competência;
- Aos funcionários da Fazenda “Ensino e Pesquisa”, pela dedicada atenção;
- A Usina Pioneiros, pela cedência da área para montar o experimento;
- Ao professor Dr. Walter V. Valério Filho pela ajuda na analise estatística;
i
SUMÁRIO
Página
LISTA DE TABELAS .................................................................................... iii
LISTA DE FIGURAS ..................................................................................... iv
RESUMO ........................................................................................................ vi
ABSTRACT ................................................................................................... viii
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 1
2. REVISÃO DE LITERATURA ................................................................. 4
2.1. Importância da Variedade ..................................................................... 4
2.2. Espaçamentos em cana-de-açúcar ....................................................... 5
2.3. Espaçamento Reduzido e Tradicional .................................................. 7
2.4. Espaçamento Simples ........................................................................... 10
2.5. Espaçamento Duplo .............................................................................. 13
3. MATERIAL E METODO........................................................................... 16
3.1. Localização do experimento.................................................................. 16
3.2. solo............................... ........................................................................ 16
3.3. Delineamento experimental .................................................................. 17
3.4. Variedades ............................................................................................ 17
3.5. Instalação e condução do experimento ................................................. 17
3.6. Características agronômicas estudadas ................................................. 18
3.6.1. Número de perfilhos ....................................................................... 18
3.6.2. Peso da matéria seca da parte aérea ................................................
19
3.6.3. Área Foliar Perfilhos/Colmos ......................................................... 19
ii
3.7. Produtividade de colmos ....................................................................... 19
3.8. Diâmetro de colmos .............................................................................. 20
3.9. Analises tecnológicas ............................................................................ 20
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................. 21
4.1. Número de perfilhos ............................................................................. 21
4.2. Área foliar ............................................................................................. 26
4.3. Diâmetro de colmos .............................................................................. 29
4.4. Matéria seca .......................................................................................... 30
4.5. Número de colmos ................................................................................ 32
4.6. Peso de colmos ..................................................................................... 32
4.7. Produtividade de colmos ....................................................................... 33
4.8. Características tecnológicas .................................................................. 34
5. CONCLUSÕES .......................................................................................... 36
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................... 37
iii
LISTA DE TABELAS
Página
Tabela 1. Resultados da analise química do solo da área experimental.
Suzanapolis –MS 2003. .....................................................................
17
Tabela 2. Numero médio de colmos m
-1
de duas variedades de cana-de-
açúcar, cultivadas em diversos espaçamentos, simples e duplos, aos
460 dias após o plantio. Suzanápolis-SP, 2004. ................................
32
Tabela 3. Valores médios da produtividade de colmos sem ponta por hectare
de duas variedades de cana-de-açúcar, cultivadas em espaçamentos
simples e duplos. Suzanápolis-SP, 2004. Produção das variedades e
espaçamentos. ....................................................................................
34
Tabela 4. Valores médios das principais características tecnológicas (%) de
duas variedades de cana-de-açúcar, cultivadas em espaçamentos
simples e duplos. Suzanáplois-SP, 2004. ...........................................
35
Tabela 5. Valores médios das principais características tecnológicas (%) de
duas variedades de cana-de-açúcar, cultivadas em espaçamentos
simples e duplos. Suzanápolis-SP, 2004. ...........................................
35
iv
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 01. Número médio de perfílhos por metro de cana-planta de duas
variedades de cana-de-açúcar em diversos espaçamentos. ................
22
Figura 02. Número médio de perfílhos por metro de cana-planta de duas
variedades de cana-de-açúcar em diversos espaçamentos, aos 105
dias após o plantio. Suzanápolis,SP, 2004. ........................................
23
Figura 03. Número médio de perfílhos por metro de cana-planta de duas
variedades de cana-de-açúcar em diversos espaçamentos, aos 105
dias após o plantio. Suzanápolis-SP, 2004. .......................................
24
Figura 04. Número médio de perfílhos por metro de cana-planta de duas
variedades de cana-de-açúcar em diversos espaçamentos, aos 225
dias após o plantio. Suzanápolis,SP, 2004. ........................................
25
Figura 05. Número médio de perfílhos por metro de cana-planta de duas
variedades de cana-de-açúcar em diversos espaçamentos, aos 345
dias após o plantio. Suzanápolis-SP, 2004. .......................................
25
Figura 06. Médias de área foliar de duas variedades de cana-de-açúcar.
Suzanápolis-SP, 2004. .......................................................................
26
Figura 07. Comportamento de área foliar de duas variedades de cana-de-
açúcar em diferentes épocas de amostragens, DAP – dias após
plantio. Suzanápolis-SP, 2004. ..........................................................
27
v
Figura 08. Comportamento de área foliar da variedade RB72-454 em
diferentes espaçamentos ao longo das amostragens, DAP – dias
após plantio. Suzanápolis-SP, 2004. ..................................................
27
Figura 9. Comportamento de área foliar da variedade SP79-1011 em
diferentes espaçamentos ao longo das amostragens, DAP – dias
após plantio. Suzanápolis-SP, 2004. ..................................................
28
Figura 10. Médias de diâmetro do colmo em diversos espaçamentos para cana-
de-açúcar. Suzanápolis-SP, 2004. ......................................................
29
Figura 11. Comportamento da matéria seca em kg/ha da variedade RB72-454
em diversas épocas de amostragens, DAP – dias após plantio.
Suzanápolis-SP, 2004. .......................................................................
30
Figura 12. Comportamento da matéria seca em kg/ha da variedade SP79-1011
em diversas épocas de amostragens, DAP – dias após plantio.
Suzanápolis-SP, 2004. .......................................................................
31
Figura 13. Médias de peso de colmos de duas variedades de cana-de-açúcar.
Suzanápolis-SP, 2004. .......................................................................
33
vi
COMPORTAMENTO DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR
(SACCHARUM SPP.) CULTIVADAS EM ESPAÇAMENTOS SIMPLES
E DUPLOS.
Autor: Manoel Latta Ernandes
Orientador: Prof. Dr. Antonio César Bolonhezi
RESUMO
A definição do espaçamento de plantio é uma técnica que permite adequar a
lavoura de cana-de-açúcar à mecanização dos sistemas de colheita, visando reduzir danos s
nas linhas de cana. Assim, visando estudar o efeito de diversos espaçamentos sobre a
produtividade das variedades RB72-454 e SP79-1011, foi instalado um experimento em
área da Destilaria Pioneiros, localizada no município de Susanapolis, Estado de São Paulo,
sob condições de espaçamento reduzido (1,10m), tradicional (1,40m), duplo base larga
(1,80 x 0,40 m) e duplo abacaxi (1,70 x 0,40 m), avaliando-se os aspectos relacionados ao
desenvolvimento vegetativo, rendimento agrícola e qualidade tecnológica da matéria-
prima. A pesquisa no campo foi realizada durante o período compreendido entre 26 de
abril de 2003 a 04 de agosto de 2004, datas correspondentes ás épocas de plantio e
colheita, respectivamente. O experimento foi instalado no delineamento experimental em
blocos casualizados, com quatro repetições, no esquema fatorial 2x4, compondo o total de
oito tratamentos. Cada parcela experimental constou de seis fileiras de cana de dez metros
vii
de comprimento, sendo a largura determinada pelo espaçamento utilizado. Para efeito de
coleta de dados qualitativos e quantitativos, foram consideradas as quatro fileiras centrais
de cada parcela, ficando as duas linhas laterais como bordaduras. Dentre as características
agronômicas estudadas determinou-se a área foliar, número de perfilhos, diâmetro dos
colmos, número de colmos, peso médio de colmos, matéria seca de folhas e colmo, e
produtividade de colmos. Nas características tecnológicas estudadas foram determinadas a
Fibra % cana, Açucares Redutores Totais % cana, Brix % cana, Pol % cana e Pureza%.
Para cana-planta-de-ano-e-meio nas condições do presente trabalho, observou-se que no
espaçamento reduzido de 1,10m as variedades apresentaram uma maior produtividade de
colmos, matéria seca e área foliar. A variedade RB72 454 apresentou maior
produtividade e peso de colmos em relação à variedade SP79 1011. A variedade SP79
1011 apresentou maior fibra% cana em relação à variedade RB72 454.
viii
BEHAVIOR OF VARIETES OF SUGAR CANE (Saccharum spp), CULTIVATED
IN SPACINGS SIMPLE AND DOUBLE.
Author: Manoel Latta Ernandes
Adviser: Prof. Dr. Antonio Cesar Bolonhezi
ABSTRACT
The definition of plantation spacing is a technique that allows to adapt the sugar-
cane crop to mechanization system, seeking to reduce the soil compaction between rows.
The present work had as purpose to evaluate the performance of two sugar-cane varietes,
RB72 454, SP79 1011, in plantation of year and half plant, under conditions of shorter
spacing between lines (1,10m), traditional (1,40m), double base releases (1,80 x 0,40m)
and double “pineapple” (1,70 x 0,40m). It was evaluated some features related to the
vegetative growth as agricultural revenue and technological quality of culms. The
experiment was conducted in Suzanápolis county, São Paulo State. The experimental
desing was a randomized complete block with four repetitions in an outline factorial 2 x 4.
The manual harvest without burns of the straw was accomplished 460 days after the
plantation. The obtained results allow concluding that the number of culms of sugar-cane
to 45, 105 and 225 days after plantation was influenced by spacings tried. The shorter
spacings (1,10m) and traditional (1,40m) resulted in larger culm productions for hectare,
while, in the double spacings the productions were significantly smaller. The quality of
ix
the sugar-cane, expressed in fiber percentage, purity, brix and pol, were not influenced by
spacinfs evaluated.
1
1. INTRODUÇÃO
Com a crescente importância da cultura da cana-de-açúcar, face ao incremento da
exportação internacional do açúcar e do álcool, os incentivos para melhoria dos fatores de
produção e aperfeiçoamento tecnológico também se multiplicaram para atender à demanda
do aumento da produtividade e redução dos custos operacionais.
As maiores e mais produtivas empresas do setor sucroalcooleiro do Brasil estão no
estado de São Paulo, com as maiores médias de rendimentos agrícolas e industriais. Isso
reflete a aplicação de tecnologias modernas e altos níveis de qualidade no manejo da
lavoura canavieira.
Mesmo assim, o setor está sempre buscando novas tecnologias, gerando novas
técnicas, e ajustando os sistemas de produção, visando a redução de custos sem perder o
controle das operações de campo. A lavoura canavieira é considerada uma cultura de larga
escala, ou seja, uma destilaria considerada de porte médio explora uma área de 10 mil ha,
aproximadamente. Assim, é comum uma empresa dessa dimensão, plantar cana-de-açúcar
em diferentes ambientes.
2
O manejo adequado dos canaviais, especialmente das socas, constitui, portanto, o
principal segredo do sucesso com essa cultura. Mas, o bom manejo das lavouras, constitui-
se em ajustar corretamente as tecnologias disponíveis às condições locais, o que a princípio
parece simples, mas, na prática, encontram-se diversas variáveis de difícil controle. A
questão fica ainda mais complexa, quando se trabalha com muitas variedades, pois sabe-se
que a interação com o ambiente é muito grande e o manejo pode modificar sobremaneira
essa interação.
A colheita mecânica de cana crua é uma realidade e se constitui numa técnica
importante para a redução dos custos de produção além de ser uma exigência da “Lei das
queimadas” que proibirá em 2031 a despalha da cana a fogo para facilitar a colheita.
Nesse sentido, as usinas e destilarias já estão em busca de tecnologias que possam
melhorar o sistema de produção visando um melhor ajuste da lavoura para a colhedora.
Dentre as técnicas que podem ser utilizadas destacam-se os ajustes do espaçamento entre
as linhas de plantio.
Sabe-se que o plantio da cana-de-açúcar em espaçamentos mais estreitos, pode
resultar em maiores produtividades, pois, deste modo, obtém-se um maior número de
linhas com cana na área. Mas, os implementos e bitolas dos tratores, caminhões e
colhedoras, limitam a aproximação das linhas de plantio. Assim, nos últimos anos, tem-se
avaliado em parcelas maiores a possibilidade do cultivo da cana-de-açúcar em
espaçamentos duplos, com a finalidade de aumentar o número de linhas por área e
viabilizar a colheita mecanizada. Sobre esse assunto, muitas especulações têm surgido e
de concreto poucos resultados conclusivos existem.
3
Tem-se observado que existe uma grande diferença de resposta entre as variedades,
quanto às variações de espaçamentos. Espera-se que as variedades com crescimento mais
ereto possam se adaptar melhor nas fileiras duplas.
O objetivo desse trabalho foi avaliar o comportamento de duas variedades de cana-
de-açúcar, cultivadas em espaçamentos simples (1,10m e 1,40m) e fileiras duplas (1,70 x
0,40m e 1,80 x 0,40m).
4
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 - Importância da Variedade
Um dos pontos que merece especial atenção na cultura da cana-de-açúcar é a
escolha da variedade para plantio. Isso não só pela sua importância econômica, mas
também pelo seu processo dinâmico, pois anualmente surgem novas variedades, sempre
com melhorias tecnológicas quando comparadas com aquelas que estão sendo cultivadas.
Durante o ano agrícola de 1990/91, algumas variedades pertencentes á coleção de
cultivares de cana-de-açúcar do Departamento de Agricultura da ESALQ/USP foram
observadas quanto à arquitetura foliar, numa tentativa de classificá-las quanto à
distribuição espacial de suas folhas superiores. Dentre elas, a RB72 454 ressaltou-se sobre
5
a arquitetura foliar do dossel, principalmente a arquitetura das folhas superiores. As folhas
superiores são responsáveis pela interceptação direta da radiação difusa. Para tais
condições, deve-se escolher variedades cujas folhas se apresentem mais eretas (arquitetura
erectófila), evitando as variedades com folhas mais arqueadas (arquitetura planófila).
Segundo Freitas (2004) a variedade de cana-de-açúcar RB72 454, tem como
principais características: alta produtividade de colmos, elevado teor de sacarose, teor
médio de fibra, maturação média a tardia, com boa brotação de cana-planta e soca, bom
perfilhamento e florescimento ocasional. Apresenta tolerância intermediária ao carvão e
resistência à ferrugem e ao mosaico. Possui porte ereto e arquitetura foliar do tipo
intermediária
Cervigni (2005) relata que a variedade RB72-454 tem como característica
principal a ampla adaptabilidade a diversos ambientes de produção, sendo uma das
melhores opções para ambientes de baixo potencial de produção.
Nunes et al. (1998) citam as variedades RB72-454 e SP79-1011 como melhores
variedades para qualquer situação de espaçamento, com ligeira vantagem para a primeira.
Korndorfe et al.(1998) encontraram maiores produtividades para a variedade
RB72- 454 quando comparada a variedade SP79-1011.
2.2 - Espaçamentos em cana-de-açúcar
O espaçamento de plantio para cana-de-açúcar nas diversas regiões canavieiras do
mundo esta sendo estudado praticamente desde 1890. Cultivada em uma faixa
normalmente limitada pelas latitudes 30º N e 30º S, a cultura da cana-de-açúcar envolve
grande diversidade de condições de clima e solo, bem como marcante influência dos
6
fatores sociais e econômicos característicos de cada região, sobre o conjunto de técnicas
culturais adotadas.
Pesquisas realizadas com espaçamentos e densidade de plantio, apresentam
resultados específicos às condições locais, não raro criando diferentes escolas sobre como
focalizar o problema.
No Brasil e, mais precisamente no estado de São Paulo, os espaçamentos e
densidades utilizados têm se baseado em literatura estrangeira e alguns trabalhos locais.
Estes experimentos porém, além de só cobrirem certos aspectos da questão, foram
realizados em condições bastante diversas das atuais e com variedades hoje totalmente fora
de cultivo.
Após esse período e até os dias atuais, uma série de novos trabalhos de investigação
e inovações das técnicas introduziram sensíveis modificações nas conceitualizações
técnicas culturais da cana-de-açúcar. Os trabalhos realizados no Brasil apesar de terem
apresentado os melhores resultados nos menores espaçamentos (0,90 m – 1,20m),
encerravam recomendações pelos mais largos, em vista das facilidades de mecanização,
condicionando assim a cultura às características das máquinas e implementos da época. Os
mesmos experimentos apontavam reduções no peso unitário dos colmos dos tratamentos de
maior população, devendo-se porém, lembrar que os índices de fertilidade eram bem mais
baixos.
A utilização de sulcos duplos ou “espaçamentos de abacaxi”, como uma
possibilidade de contornar o problema das bitolas dos tratores, sem prejuízo da população
já havia sido tentada em outras regiões como Hawai, Guianas, Índia. A recente introdução
do uso de herbicidas como prática de rotina, tornou viável o estudo deste tipo de
7
espaçamento pela possibilidade de cultivo entre os sulcos duplos (0,50 m) antes
praticamente impossíveis com cultivadores ou enxadas.
2.3- Espaçamento Reduzido e Tradicional
A redução do espaçamento de plantio de cana, é reconhecida como uma forma de
se aumentar à produção por unidade de área. Com a redução do espaçamento, as plantas
apresentam menos colmos e de menor tamanho, mas o aumento do número de linhas por
área resulta em elevação da produtividade.
Segundo alguns autores (Basile et al., 1993; Coleti et al., 1987 e Barbieri et al.,
1987) o espaçamento reduzido pode aumentar consideravelmente a produtividade agrícola
dos canaviais em conseqüência do maior número de colmos por área. Apesar disso, é
preciso considerar o aumento na quantidade de mudas, encarecendo os custos de produção
da cana-de-açúcar. O trabalho de revisão de literatura feito pela COPERSUCAR (1989)
mostrou que a redução de espaçamentos de 1,40 para 1,10 m entre linhas, possibilita uma
expectativa de acréscimo médio de 10% na produtividade de cana-de-açúcar. Segundo
Coleti et al. (1987) os dois componentes básicos da população de cana-de-açúcar são o
peso e a população de colmos. A população por unidade de área, é diretamente afetada
pelos espaçamentos, a densidade de colmos por metro e o peso dos colmos são reduzidos,
mas o crescimento do seu número por área resulta em elevação da produtividade. A
qualidade da matéria-prima não tem sido alterada em função do espaçamento, na maioria
dos trabalhos e o controle de plantas daninhas é altamente favorecido pelo menor intervalo
entrelinhas. As dificuldades de adaptação da mecanização é um dos principais entraves
para a adoção de espaçamentos reduzidos.
8
Veiga (1950), em condições de plantio de cana-de-ano-e-meio, estudando duas
variedades CP 27-139 e CO 421, arranjadas nos espaçamentos de 0,90; 1,20; 1,50 e 1,80
m, verificou que canas plantadas no menor espaçamento (0,90 m) tiveram maior
produtividade de colmos, e que estas produções diminuiram à medida que se aumentavam
os espaçamentos entrelinhas.
Salata et al. (1993) empregando espaçamentos de 0,90, 1,10 e 1,35 m e testando
seis variedades de cana-de-açúcar, verificaram que no espaçamento 1,10 m houve uma
nítida tendência de maior longevidade para socas. Os autores demonstraram também que
não houve influência do espaçamento sobre a porcentagem de fibra.
Graziano (1988) conduzindo avaliações de campo na Usina Palmeiras S.A.,
encontrou no espaçamento 1,0 m a melhor alternativa para racionalizar o aproveitamento
da área disponível para plantio após compará-lo aos espaçamentos de 0,90m; 1,10 m e 1,40
m.
Com o objetivo de analisar os efeitos de diferentes espaçamentos entre sulcos
Barbieri et. al. (1987) encontraram valores significativos para aumento da densidade de
colmos nos espaçamentos reduzidos (1,10 m e 1,20 m) quando comparados com
espaçamento convencional de 1,50 m. Avaliaram ainda o comportamento de cinco
variedades de cana-de-açúcar nos espaçamentos de 1,50 m; 1,70 m e 1,10 m no primeiro e
segundo corte. Observaram maior número de colmos por hectare no espaçamento menor,
sendo este acréscimo 30% para cana planta e 26% para a soca.
Após análise de resultados de oitenta experimentos com espaçamentos em vários
paises, Irvine & Benda (1980), verificaram que, de modo geral, a diminuição do
espaçamento resultou em aumento de produção devido ao maior número de plantas por
área, embora haja um decréscimo no peso e número de colmos por touceira. Confirmando
9
esta tendência, Figueiredo et al. (1996) comparando os efeitos da utilização dos
espaçamentos de 1,40 m (convencional) e 1,15 m (reduzido) encontraram maior número de
colmos para o espaçamento convencional.
Berto et al. (1987) utilizando quatro espaçamentos (1,00 m; 1,20 m; 1,40 m e 1,60
m), concluíram que a redução de 1,40 m para 1,00 m não aumentou significativamente as
produtividades de colmos.
Claret et al. (1993) verificaram que aumentos da ordem de 36% na população da
cana planta, utilizando espaçamentos menores que o convencional na variedade SP 71-
1406 proporcionaram aumentos significativos na produtividade de colmos.
Filho et al. (1990) concluíram que a redução do espaçamento de plantio, de 1,40 m
para 0,90 m, foi fator de elevação da produtividade.
Segundo Morelli et al. (1993) tem havido informações desencontradas no meio
canavieiro a respeito deste assunto, onde algumas empresas que haviam adotado o
espaçamento reduzido voltaram a usar o convencional alegando queda de produtividade.
Os mesmos autores, observaram que a redução do espaçamento de 1,40 m para 1,10 m
apresentou uma tendência de aumento na produtividade, tendência esta que aumentou à
medida que o canavial ficava mais velho. Por sua vez, Fernandes et al. (1980) utilizando
três espaçamentos: 1,50 m; 2,00 m e 2,20 m em sulcos de base larga, combinados com três
variedades de cana-de-açúcar com baixo, médio e alto índice de perfilhamento
respectivamente, obtiveram diferenças não significativas para produtividade final de
colmos ao final de quatro cortes.
Salata et al. (1993) comparando os efeitos dos espaçamentos de 1,35 m; 1,10 m e
0,90 m na produtividade em função das variedades e da época de colheita, concluíram que
10
no espaçamento de 1,35 m ocorreu um decréscimo mais acentuado na produtividade no
período seco, sendo que no espaçamento de 1,10 m essa queda foi menor.
Realizando experimentos em cinco lugares distintos e utilizando os espaçamentos
entrelinhas de 0,90 m ; 1,10 m ; 1,20 m ; 1,30 m ; 1,50 m ; 1,70 m ; 1,80 m ; 1,90 m,
Galvani et al. (1997) verificaram que a produtividade nos espaçamentos menores é maior
pelo fato de haver um maior índice de área foliar, e que a redução do espaçamento
acarretou acréscimos da ordem de 9% na produtividade de colmos.
Basile et al. (1993) empregando três variedades e dois espaçamentos (1,45 m e
1,00 m) verificaram que no menor espaçamento a produtividade aumentou em 23 t/ha,
representando um acréscimo de 33,7%. O percentual de cobertura do terreno aos 120 dias
após plantio foi de 79% para 1,45 m e 100% para 1,10 m. Com esses resultados os autores
também concluiram que a cobertura mais rápida da entrelinha é favorecida pela redução do
espaçamento e pelo uso de variedades com boa capacidade de brotação e perfilhamento.
De acordo com Barbieri et al. (1987) em solos de baixa fertilidade no qual existe intenso
manejo e distribuição irregular de chuvas, o espaçamento de 0,90 m entrelinhas mostrou-se
como mais eficiente na produtividade da cana-de-açúcar.
2.4 Espaçamentos Simples
Webster (1931) em seu trabalho de revisão de literatura, sobre espaçamentos
usados em diversas regiões canavieiras do mundo, menciona que este assunto tem sido
estudado desde 1890, quando foram iniciados alguns experimentos de campo. Trabalhos de
diversas regiões canavieiras são citados, apresentando dados e argumentos a favor e contra
espaçamentos estreitos e largos.
11
Aguirre (1940) variando o espaçamento de 1,25 m a 2,00 m para a variedade POJ
213, concluiu que houve um aumento de produção proporcional à redução do espaçamento,
tanto em cana planta como nas socas . Em quatro cortes a maior produção de cana por
hectare foi a 1,33 m entrelinhas.
Raheja e Azeez (1948) apresentaram resultados de um experimento de 5 anos,
mostrando que 0,75 m entre fileiras produziu mais cana e mais açúcar do que 0,90 m ou
1,10 m. As distâncias maiores mostraram um aumento mas não significativo, na
concentração de sacarose no caldo.
Knowles e Cameron (1950) demonstraram que para três ciclos, os espaçamentos de
0,90 e 1,35 m tenderam a superar a produtividade de colmos no espaçamento de 1,80 m,
sem contudo apresentar diferenças significativas.
Raheja (1956) em uma revisão sobre a fisiologia da cana-de-açúcar na Índia,
apontou uma redução da mortalidade de brotos e perfilhos nos espaçamentos largos.
Arruda (1961) estudou os espaçamentos de 1,00; 1,20; 1,40; 1,60; 1,80 m entre
linhas para as variedades CP 34-120, CO 290, CO 419. As diferenças foram encontradas
entre os espaçamentos de 1,00 e 1,20 m. A variedade CO 419 foi a mais produtiva nos três
cortes, não havendo interação significativa entre variedades e espaçamentos.
Fu et al. (1965) sob condições especiais de plantio de verão em Taiwam (ciclo de 8-
9 meses de crescimento), verificaram que uma redução de espaçamento de 1,20 m para
0,80 m ou 0,60m, resultou em 10% de aumento na produtividade de colmos. Uma das
justificativas apresentadas é a de que para aquelas condições o perfilhamento não é intenso
e, portanto, a competição é menor.
Herbert et al. (1965) para as condições da lavoura canavieira na Louisiana (EUA),
não encontraram efeito na produtividade de colmos com a redução do espaçamento abaixo
12
de 1,80 m. Em alguns casos a produtividade de colmos foram mais altos nos espaçamentos
estreitos para cana planta, mas na soqueira os mais largos produziram mais. As adaptações
dos implementos e os custos adicionais da cana não foram compensados pelas maiores
produções obtidas alternando 1,80 m e 1,20 m entrelinhas.
Chen (1966) usando 1,20 m; 1,00 m e 0,80 m entre linhas, obtiveram produtividade
de colmos para cana planta e duas socas de 50.110 kg/ha, 58.033 kg/ha e 65.135 kg/ha,
respectivamente. O estreitamento dos espaçamentos resultou em mais colmos na cana
planta e nas soqueiras.
Boyce (1968) na África do Sul, estudando espaçamentos variando de 0,90 m a 2,20
m. concluiu que para cada 30 cm de aumento no espaçamento e rendimento de cana
diminuiu 5,75 t/ ha por ano, em todos os lugares onde a umidade não foi fator limitante. O
aumento de produção nos espaçamentos reduzidos foi relacionado a uma maior população
de colmos. Não houve diferença em comprimento dos colmos, assim como nenhum efeito
apreciável de espaçamento sobre a porcentagem de sacarose e rendimentos de cana.
Glower (1968) estudando irrigação e espaçamento em diferentes solos para cana-
de-açúcar, mencionou rendimentos duas vezes maiores nos espaçamentos mais estreitos do
que nos largos, com ou sem irrigação. As distâncias maiores nas entrelinhas são
recomendadas para permitir o cultivo mecanizado e reduzir a competição por água.
Rouillard (1969) em Mauritius, investigou 0,90; 1,20; 1,50 m de distância entre
linhas para diferentes variedades. O espaçamento de 1,20 m produziu os melhores
resultados em 11 de 16 casos, e diferenças significativas ocorreram em 8 casos.
Espaçamentos não afetaram a sacarose na cana, e o aumento em açúcar foi atribuído
unicamente ao aumento da produtividade de colmos. Fatores climáticos e hábitos de
crescimento da planta não mostraram nenhuma influência no espaçamento. Os rendimentos
13
obtidos não foram considerados suficientes para justificar modificações nas práticas
existentes.
Paranhos (1972) trabalhando com três variedades, dois espaçamentos, 0,90 m e
1,50 m, em três localidades de Porto Rico, concluiu que houve aumento da população de
colmos por hectare no menor espaçamento, mas uma redução no número por metro. Os
espaçamentos não afetaram a qualidade da cana, e aumentaram a produtividade de colmos
na entrelinha. Foi observada também, uma tendência dos colmos tornarem-se mais finos,
mais longos e mais leves a 0,90 m, embora sem efeito significativo.
2.5 - Espaçamentos Duplos
Algumas investigações apontam a possibilidade de espaçamentos diferentes do
convencional interferirem no perfilhamento das variedades, aliados às outras características
como sistema radicular, comprimento e posição das folhas, fundamentam a existência de
distâncias ótimas para cada variedade ou grupo de variedades.
Independente dos fatores inerentes à própria cultura, verificava-se que as condições
sócio-econômicas predominantes na cultura da cana exigiam maiores atenções para
introdução do corte mecanizado. Muito embora 1,50 m entrelinhas tenha sido citado como
mínimo entre sulcos para permitir a colheita mecânica, sabe-se que novos modelos já estão
sendo testados com maior versatilidade de adaptação às distâncias de plantio
Willians e Forte (1940), citado por Paranhos (1972) estudando na Estação
Experimental da Guiana Inglesa, o plantio de cana em fileiras simples e duplas, para a
variedade POJ 28-78, concluíram que na primeira vegetação o plantio em filas duplas
produziu maior números de perfilhos por hectare, nas 10 primeiras semanas. Na colheita o
14
mesmo tratamento produziu um maior número de colmos tanto na cana-planta (12,8%)
como nas socas (12%).
Para as condições da Guiana Inglesa, Evens (1954) avaliando vários experimentos
planejados para obter o valor de diversas práticas culturais, concluiu não existir nenhuma
vantagem no uso do espaçamento duplo (2 sulcos a 45 cm distanciados 1,35 m de outros 2
sulcos a 45 cm) comparado com sulcos simples a 1,80 m; nenhum ganho de qualidade da
cana com os sulcos duplos; houve algumas diferenças entre variedades, mas não de
importância econômica; em alguns ensaios a diferença em número de brotos por sulco
praticamente desapareceu ao redor de 6 meses e meio.
Em Taiwan, Tang (1956) trabalhando com quatro diferentes sistemas de plantio,
não encontrou diferenças significativas para produtividade de colmos entre o espaçamento
simples e o de linhas duplas.
Misra (1965) na Índia, encontrou superioridade do espaçamento duplo na
produtividade de colmos, e no número de colmos úteis, em estudo comparativo entre 0,90
m e sulcos duplos de 0,90 , 0,30 e 0,90 m.
Mathur et al.(1968) na Índia, testando linhas simples a 0,90 m e linhas duplas 0,90
– 0,30 – 0,90 m e três níveis de N, obtiveram os melhores resultados com os sulcos simples
nas menores doses de nitrogênio. Maiores densidades de plantio proporcionaram mais
perfilhos e colmos úteis na colheita, mas não aumentaram os rendimentos em peso.
Na região de Campos (RJ) Berto et al. (1981) registraram que não houve diferenças
significativas entre o espaçamento simples de 1,40 m quando comparado com espaçamento
duplo de 1,40 x 0,60 m.
Os objetivos do espaçamento duplo, também conhecido como espaçamento
combinado, segundo Moraes Neto (2002) são: adaptar as bitolas da colhedora e da carreta
15
de transbordo, diminuir os danos às soqueira, preservar a longevidade do canavial, e
melhorar o desempenho da colheita mecânica. Mas apresenta alguns obstáculos, como
incompatibilidade com os equipamentos existentes no mercado, resistência por parte dos
fabricantes, falta de trabalhos conclusivos sobre nutrição e variedades em espaçamento de
linha dupla.
Campidelli (2002), do Grupo Nova América, encontrou dificuldades na colheita
utilizando o espaçamento 1,10m. Isso porque era impossível o operador alinhar a
colhedora em cana de alta produtividade. Diante do resultados, optou então por empregar o
espaçamento duplo (1,40 x 0,80 m).
Segundo Magro (2002) os danos nas soqueiras de cana ocorrem de forma
generalizada é difícil de ser evitado, como é o caso dos espaçamentos entre sulcos de 1,50
m, pois, com as colhedoras e as carretas de transbordo convencionais disponíveis no Brasil,
fica difícil realizar boa colheita mecanizada. Já a sulcação em espaçamentos maiores, como
1,80 m com sulco duplo, obtém-se aumento de produtividade agrícola de 12% em
comparação ao 1,80 m simples, porém também promove danos nas soqueiras e exige
mudanças no projeto e fabricação de colhedoras e carretas de transbordo; ainda assim é o
melhor sistema de plantio por favorecer muito o desempenho das colhedoras e dos
transbordos. Já os espaçamentos menores que 1,50 m são incompatíveis com as bitolas dos
maquinários disponíveis no mercado. Assim, a produtividade agrícola será maior que nos
espaçamentos menores mesmo tendo pisoteio na linha da cana.
Cervigni (2005) estudou o comportamento da cana-de-açúcar variedade RB72-454
no sistema de cana de ano, em diversos espaçamentos e concluiu que nos espaçamentos
duplos mais largos a área foliar e o número de perfilhos/colmos foram maiores que nos
espaçamento convencional
16
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 – Localização do experimento
O experimento foi conduzido na Fazenda Santa Tereza – área Usina Pioneiros
SA, localizada no município de Susanápolis – SP.
3.2 - Solo
O solo da área experimental foi classificado como Podzólico Vermelho Amarelo
Distrófico. EMBRAPA (1999).
Os resultados da análise química do solo encontram-se na Tabela 01.
17
Tabela 01. Resultados da analise química do solo da área experimental. Suzanapolis –MS
2003.
CAMADA pH M.O. P K Ca Mg H+Al Al S.B CTC V% m%
M (CaCl
2
) g/dm
3
mg/dm
3
----------------- (mmol
c
/dm
3
) ----------------- Al
0-0,20 5,1 12 1 1,6 15 7 16 1 23,6 40 60 4
0,20-0,40 5,0 7 1 0,8 12 5 16 1 17,8 34 53 5
3.3 - Delineamento experimental
O experimento foi realizado no delineamento experimental em blocos casualizados,
com quatro repetições, no esquema fatorial 2x4, sendo os fatores duas variedades (RB72-
454 e SP79-1011) e quatro espaçamentos: tradicional (1,40 m); duplo “abacaxi” (1,70 x
0,40 m); duplo base larga (1,80 x 0,40 m) e reduzido (1,10 m).
A parcela experimental foi constituida de seis fileiras de cana (simples ou duplas)
de 10 metros de comprimento. Foram consideradas úteis as quatro fileiras centrais.
3.4 - Variedades
As variedades utilizadas foram: RB72 454 e SP79 1011.
3.5 Instalação e condução do experimento
O solo foi preparado convencionalmente, com uma aração e duas gradagens. A
sulcação da área experimental foi realizada utilizando-se os sulcadores: tradicional, duplo
18
abacaxi, base larga. A sulcação no espaçamento reduzido foi realizada com o sulcador
tradicional regulado para distância entre os sulcos (1,10 m).
A adubação de plantio foi realizada no fundo dos sulcos juntamente com a operação
de sulcação. Com base nos resultados da analise química do solo da área experimental
apresentado na Tabela 1, utilizou-se na adubação de plantio a fórmula fertilizante 04-18-12
na dose de 800 kg.ha
-1
e 1500 kg.ha
-1
de calcário calcítico PRNT 84%.
Na distribuição das mudas utilizou-se a densidade média de 24 gemas por metro de
sulco para todos os espaçamentos. Em seguida efetuou-se o corte manual das mudas em
toletes de 3 gemas, os quais foram cobertos com uma camada de aproximadamente 10 cm
de solo.
Logo após o plantio, efetuou-se o controle químico das sementeiras de plantas
daninhas através da aplicação na linha de plantio dos herbicidas Combine 1,9 l.ha
-1
e
Velpar 1,5 kg.ha
-1
.
3.6 - Características agronômicas estudadas
As avaliações para determinação das características agronômicas foram realizadas
aos 45, 125, 185, 235, 305, 365 dias após o plantio (DAP).
3.6.1 - Número de perfilhos
Realizada através da contagem direta do número de perfilhos em formação em um
metro de linha, sendo as amostragens realizadas nas linhas centrais de cada parcela
19
3.6.2 - Peso da matéria seca da parte aérea
Dos perfilhos colhidos em um metro de linha em cada parcela, separava-se as
folhas dos colmos e, após identificação foram triturados. Em seguida, retirou-se de cada
amostra uma subamostra do material úmido que foi levada para a estufa até peso constante.
A determinação do peso da matéria seca de folhas e/ou colmos foi realizada pela relação
do peso da matéria seca pelo peso da matéria úmida multiplicada por cem.
3.6.3 - Área foliar perfilhos/Colmo
A determinação área foliar/perfilho foi obtida da seguinte forma: medição do
comprimento e largura de dez folhas folha multiplicada por fator de correção 0,75.(Francis
et al., 1969).
Área foliar = a
Comprimento (cm) = b
Largura (cm) = c
Fator de correção = 0,75
Portanto: a = b * c * 0,75
Com os dados de área foliar e peso seco de 10 folhas pode-se fazer uma associação
com a matéria seca por metro para obter a área foliar em um metro.
3.7 – Produtividade de colmos
Para determinação da produtividade foram utilizadas como área útil 2 metros em
cada uma das duas linhas centrais (simples ou duplas) de cada parcela
20
Os colmos foram pesados para obtenção da biomassa. Em seguida eram cortados
os ponteiros, contados, e pesados novamente. Através do peso dos colmos despontados foi
possível estabelecer uma relação entre a área correspondente ao espaçamento com a área
total , expressando os valores em kg.ha
-1
.
3.8 - Diâmetro de colmos
Com auxílio do paquímetro, foram medidos os diâmetros de 20 colmos por parcela
no quarto entrenó da região basal.
3.9 - Analises tecnológicas
Para a analise de Pol%cana, fibra%cana e Pureza%cana e ART foram colhidos ao
acaso por parcela 10 canas cruas, que após enfeixamento e identificação foram
encaminhadas para as análises conforme PLANALSUCAR (1980, 34p.), na Usina
Pioneiros, município de Sud Mennucci-SP.
21
4 . RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 – Número de perfilhos
Em relação ao número de perfilhos observa-se pela Figura 01, que o espaçamento
base larga (1,80 x 0,40 m) apresentou resultado superior aos demais aos 45 dias após o
plantio, porém significativamente igual ao tradicional e duplo abacaxi, ficando com menor
número de perfilhos o espaçamento reduzido. Confirmando a tendência encontrada por
Willians e Forte citado Paranhos (1972), que encontraram maior número de perfilhos em
fileiras duplas.
22
17,07a
18,54a
14,99ab
8,29b
0
5
10
15
20
Perfilho.m
-1
1,40m 1,80x0,40m 1,7x0,40m 1,10m
Espaçamento
Figura 1. Número médio de perfílhos por metro de cana-planta de duas variedades de cana-
de-açúcar em diversos espaçamentos, aos 45 dias após o plantio. Suzanápolis,SP,
2004.
Na segunda avaliação realizada aos 105 dias após o plantio, nota-se pela Figura
02, que o espaçamento duplo abacaxi apresentou um número de perfilhos superior aos
demais, sendo este quase o triplo do número encontrado na primeira avaliação, não
diferindo significativamente dos espaçamentos base larga e tradicional e apresentando
ainda a tendência de menor perfilhação para o reduzido.
23
32,06ab
37,4ab
42,17a
26,98b
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Perfilho.m
-1
1,40m 1,80x0,40m 1,7x0,40m 1,10m
Espaçamento
Figura 02. Número médio de perfílhos por metro de cana-planta de duas variedades de
cana-de-açúcar em diversos espaçamentos, aos 105 dias após o plantio.
Suzanápolis,SP, 2004.
Foi possível observar ainda que aos 105 dias após o plantio, a variedade SP 79-
1011 apresentou um número de perfilhos significativamente superior à RB 72-454, Figura
03.
24
38,44a
30,63b
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Perfilho.m
-1
SP79 1011 RB72 454
Variedades
Figura 03. Número médio de perfílhos por metro de cana-planta de duas variedades de
cana-de-açúcar em diversos espaçamentos, aos 105 dias após o plantio.
Suzanápolis-SP, 2004.
Em relação a quarta avaliação, ocorrida aos 225 dias após o plantio, novamente o
espaçamento 1,80 x 0,40m apresentou uma vantagem no número de perfilhos quando
comparado aos demais tratamentos, não sendo esta diferença significativa a 5% de
probabilidade (Figura 04). Ficando assim, igual ao duplo “abacaxi” e tradicional, e
diferente do reduzido, que apresentou o menor resultado.
25
17,31ab
21,40a
20,09a
15,39b
0
5
10
15
20
25
Perfilho.m
-1
1,40m 1,80x0,40m 1,7x0,40m 1,10m
Espaçamento
Figura 04. Número médio de perfílhos por metro de cana-planta de duas variedades de
cana-de-açúcar em diversos espaçamentos, aos 225 dias após o plantio.
Suzanápolis,SP, 2004.
12,54a
11,51a
0
5
10
15
Perfilho.m
-1
SP79 1011 RB72 454
Variedades
Figura 05. Número médio de perfílhos por metro de cana-planta de duas variedades de
cana-de-açúcar em diversos espaçamentos, aos 345 dias após o plantio.
Suzanápolis-SP, 2004.
26
4.2 – Area foliar
Nota-se na Figura 06, que a variedade RB72 454 apresentou significativamente
maior índice de área foliar em relação à variedade SP79 1011. Esta tendência também pode
ser observada na figura 07. Desde as primeiras avaliações a variedade RB72 454
apresentou maior índice de área foliar em relação à variedade SP79 1011
3,6
3,8
4
4,2
4,4
4,6
RB72-454 SP79-1011
m
2
folha/m
2
de solo
4,38 a
3,88 b
Figura 06. Médias de área foliar de duas variedades de cana-de-açúcar. Suzanápolis-SP,
2004.
Em relação aos espaçamentos observa-se uma tendência de maior área foliar para o
espaçamento reduzido, tal ocorrência é mostrada pela Figura 08. Esse comportamento
pode estar associado a maior população de plantas por área. Nas Figuras 08 e 09 nota-se o
comportamento diferente das variedades nos espaçamentos estudados. A variedade RB72
454 apresentou área foliar semelhante em relação aos espaçamentos, mostrando-se mais
acentuada no espaçamento reduzido, enquanto que a variedade SP79 1011 apresentou uma
tendência desuniforme da área foliar, principalmente em relação ao espaçamento
tradicional.
27
y = -0,0001x
2
+ 0,065x - 2,5453 R
2
= 0,94
y = -8E-05x
2
+ 0,0477x - 1,7357 R
2
= 0,94
0
1
2
3
4
5
6
7
8
45 65 85 105 125 145 165 185 205 225 245 265 285 305 325 345 365
DAP
m
2
de folha/m
2
de solo
RB72-454
SP79-1011
Figura 07. Comportamento de área foliar de duas variedades de cana-de-açúcar em
diferentes épocas de amostragens, DAP – dias após plantio. Suzanápolis-SP,
2004.
RB72 454
y = -0,0001x
2
+ 0,0731x - 3,1603 R
2
= 0,85
y = -0,0001x
2
+ 0,0692x - 2,8499 R
2
= 0,90
y = -0,0001x
2
+ 0,0657x - 2,6921 R
2
= 0,91
y = -0,0001x
2
+ 0,0715x - 2,86 R
2
= 0,95
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
45 65 85 105 125 145 165 185 205 225 245 265 285 305 325 345 365 385
DAP
m
2
de folha/m
2
de solo
1,40m
1,80x0,40m
1,70x0,4m
1,10m
Figura 08. Comportamento de área foliar da variedade RB72-454 em diferentes
espaçamentos ao longo das amostragens, DAP – dias após plantio.
Suzanápolis-SP, 2004.
28
SP79 1011
y = -0,0001x
2
+ 0,0604x - 2,3157 R
2
= 0,95
y = -0,00005x
2
+ 0,0397x - 1,443 R
2
= 0,82
y = -8E-05x
2
+ 0,0502x - 1,9253 R
2
= 0,89
y = -0,00007x
2
+ 0,048x - 2,0003 R
2
= 0,92
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
45 65 85 105 125 145 165 185 205 225 245 265 285 305 325 345 365
DAP
m
2
de folha/m
2
de solo
1,40m
1,80x0,40m
1,70x0,4m
1,10m
Figura 09. Comportamento de área foliar da variedade SP79-1011 em diferentes
espaçamentos ao longo das amostragens, DAP – dias após plantio.
Suzanápolis-SP, 2004.
29
4.3 – Diâmetro de colmos
Os espaçamentos influenciaram significativamente o diâmetro de colmos como
pode ser observado na figura 10. O espaçamento duplo abacaxi apresentou a maior média
quando comparado com os demais espaçamentos, porém sendo estatisticamente igual ao
reduzido e convencional, ficando o espaçamento base larga com a menor média.
O diâmetro de colmos não foi influenciado significativamente pela variedades.
2,65
2,7
2,75
2,8
2,85
2,9
2,95
1,40m 1,80x0,4m 1,70x0,4m 1,10m
Diametro (cm)
2,77 ab
2,74 b
2,90 a
2,75 ab
Figura 10. Médias de diâmetro do colmo em diversos espaçamentos para cana-de-açúcar.
Suzanápolis-SP, 2004.
30
4.4 - Matéria seca
O comportamento da matéria seca ao longo do tempo em ambas as
variedades podem ser observados nas Figuras 11 e 12. Tanto a variedade RB72 454
quanto a variedade SP79 1011 apresentaram maiores valores de matéria seca no
espaçamento 1,10 m até a quinta avaliação, ou seja, em espaçamentos menores as
variedades estudadas apresentaram maior área foliar e matéria seca.
A tendência do acumulo de matéria seca ao longo das avaliações para a
variedade RB72 454 apresenta semelhança com a tendência do aumento de área foliar
observada no espaçamento reduzido. O mesmo comportamento é observado para a
variedade SP79 1011, demonstrando que a redução no espaçamento ocasionou um
aumento de matéria seca para as duas variedades estudadas.
Menores acúmulos de matéria seca foram observados no espaçamento base
larga como mostram as figuras 11 e 12.
RB72 454
y = -0,0352x
2
+ 33,795x - 354,33 R
2
= 0,85
y = -0,0272x
2
+ 31,273x - 973 R
2
= 0,98
y = -0,0464x
2
+ 40,052x - 1514,6 R
2
= 0,98
y = -0,1079x
2
+ 66,635x - 2852,6 R
2
= 0,94
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
45 65 85 105 125 145 165 185 205 225 245 265 285 305 325 345 365
DAP
MS (kg/ha)
1,40m
1,80x0,40m
1,70x0,4m
1,10m
Figura 11. Comportamento da matéria seca em kg/ha da variedade RB72-454 em diversas
épocas de amostragens, DAP – dias após plantio. Suzanápolis-SP, 2004.
31
SP79 1011
y = 0,0185x
2
+ 13,482x + 595,93 R
2
= 0,91
y = 0,0079x
2
+ 15,864x + 100,43 R
2
= 0,95
y = -0,0255x
2
+ 32,568x - 632,13 R
2
= 0,86
y = -0,0572x
2
+ 43,114x - 1100,1 R
2
= 0,91
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
45 65 85 105 125 145 165 185 205 225 245 265 285 305 325 345 365
DAP
MS (kg/ha)
1,40m
1,80x0,40m
1,70x0,4m
1,10m
Figura 12. Comportamento da matéria seca em kg/ha da variedade SP79-1011 em diversas
épocas de amostragens, DAP – dias após plantio. Suzanápolis-SP, 2004
32
4.5 – Número de colmos
O número de colmos não foi influenciado significativamente pelas
variedades e espaçamentos.
A tabela 02 mostra que, apesar das variedades não apresentarem diferenças
significativas entre si, a variedade SP79 1011 mostrou maior número de colmos por metro.
Em relação aos espaçamentos nota-se um maior número de colmos para o
espaçamento base larga e menor para o espaçamento reduzido, porém sem diferenças
significativas.
Tabela 02. Numero médio de colmos m
-1
de duas variedades de cana-de-açúcar, cultivadas
em diversos espaçamentos, simples e duplos, aos 460 dias após o plantio.
Suzanápolis-SP, 2004.
Variedades Espaçamento Média
------------------------------------ nº de colmos/m -----------------------------------
1,10 m 1,40 m 1,80 x 0,40m 1,70 x 0,40 m
RB72 454 11,75 11,75 12,25 11,75 11,87 a
SP79 1011 10,25 10,75 14,00 13,25 12,06 a
Média 11,00 a 11,25 a 13,12 a 12,50 a
C.V. = 18,11%
DMS espaçamento = 3,02
DMS Variedade=1,59
4.6 – Peso de colmos
O peso de colmos foi influenciado significativamente pelas variedades
como mostra a figura 13.
A variedade RB79 454 apresentou maior peso de colmos quando
comparada com a variedade SP79 1011.
Os espaçamentos não influenciaram significativamente o peso de colmos.
33
Figura 13. Médias de peso de colmos de duas variedades de cana-de-açúcar. Suzanápolis-
SP, 2004.
4.7– Produtividade de colmos
De acordo com a Figura 11, o espaçamento 1,10m proporcionou significativamente
a maior produtividade. Tal fato também é comprovado por BASILE et al. (1993);
BARBIERI et al. (1987) de que o espaçamento reduzido pode aumentar consideravelmente
a produtividade agrícola dos canaviais em conseqüência do a maior número de colmos por
área. Galvani et al. (1997) afirmam que as maiores produtividades encontradas nos
espaçamentos reduzidos estão associadas um maior índice de área foliar.
A resposta em produtividade de colmos nos espaçamentos evidenciou grande
diferença para o espaçamento reduzido em relação aos demais como mostra a Tabela 03.
Esse dado vem confirmar o resultado obtido por COLETI et al. (1987), que concluíram que
o crescimento geométrico de colmos no espaçamento reduzido resulta em elevação da
produtividade.
15
16
17
18
19
20
RB72-454 SP79-1011
19,26 a
16,75 b
34
Em relação aos espaçamentos duplos, pode-se observar uma desvantagem de
produtividade quando comparados aos espaçamentos reduzido e tradicional, esse fato já foi
relatado por Evans (1954) e Tang (1956), que não encontraram vantagens utilizando linhas
duplas (Tabela 03).
Tabela 03. Valores médios da produtividade de colmos sem ponta por hectare de duas
variedades de cana-de-açúcar, cultivadas em espaçamentos simples e duplos.
Suzanápolis-SP, 2004. Produção das variedades e espaçamentos.
Variedades Espaçamento Média
------------------------------------------- t/ha ------------------------------------------
Reduzido Tradicional
Duplo base
larga
Duplo abacaxi
SP79 1011 109,00 109,50 103,75 128,00 112,56 b
RB72 454 124,50 101,25 103,75 169,25 131,81 a
Média 149,18a 117,28b 86,45c 95,80bc
DMS espaçamento= 27,28
DMS variedade= 14,44
C.V. = 16,19%
Nota-se também através da tabela 03 que a variedade RB72 454 superou a
variedade SP79 1011. No presente trabalho observa-se que para todas as características
estudadas a variedade RB79 454 mostrou-se superior a variedade SP79 1011. A variedade
RB72 454 é comumente usada como padrão de comparação no melhoramento de novas
variedades, tendo como características principais, uma produtividade agrícola alta e
excepcional longevidade.
4.8 – Características tecnológicas
Os espaçamentos não influenciaram significativamente a qualidade tecnológica da
cana-de-açúcar, mostrando diferença significativa apenas para as variedades (Tabelas 04 e
05), onde a SP79 1011 superou a RB72 454 no teor de fibra. Coleti et al (1987) afirmaram
que a qualidade da matéria prima não é afetada pelo espaçamento. Uma observação deve
ser feita ao fato que a colheita foi realizada no mês de agosto o que pode ter comprometido
35
a qualidade da variedade RB72 454 por se tratar de uma variedade de final de safra. Para as
demais características não houve diferenças significativas.
Tabela 04. Valores médios das principais características tecnológicas (%) de duas
variedades de cana-de-açúcar, cultivadas em espaçamentos simples e duplos.
Suzanáplois-SP, 2004.
Variedade Pureza Fibra Brix Pol ATR
RB72 454 84,44 a 11,44 b 22,43 a 15,37 a 17,36 a
SP79 1011 83,43 a 12,06 a 21,62 a 15,50 a 17,50 a
DMS
Tukey 5%
1,95 0,51 0,81 0,75 0,70
CV – 5,65%
Tabela 05. Valores médios das principais características tecnológicas (%) de duas
variedades de cana-de-açúcar, cultivadas em espaçamentos simples e duplos.
Suzanáplois-SP, 2004.
Espaçamentos(m) Pureza Fibra Brix Pol ATR
1,40 82,75a 12,25a 22,25a 15,25a 17,27 a
1,80 x 0,40 84,13a 11,63a 22,13a 15,75a 17,57 a
1,70 x 0,40 84,38a 11,75a 22,50a 15,75a 17,80 a
1,10 84,50a 11,38a 21,25a 15,00a 17,10 a
DMS 3,38 1,04 1,57 1,55 1,33
C.V. (%) 1,82 4,0 3,21 4,55 5,55
Tukey 5%
36
5. CONCLUSÕES
- No espaçamento reduzido de 1,10m as variedades apresentaram uma maior
produtividade de colmos, matéria seca e área foliar superando inclusive o resultado
obtido no espaçamento tradicional de 1,40m;
- A variedade RB72 454 apresentou maior produtividade e peso de colmos em
relação à variedade SP79 1011;
- A variedade SP79 1011 apresentou maior teor de fibra em relação à variedade
RB72 454;
- A qualidade tecnológica expressa em porcentagem de fibra, pureza, brix e pol não
foram afetadas significativamente pelo diferentes espaçamentos avaliados.
37
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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