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Aspectos Mundo dos negócios Universidades
Consenso Diretivo do tipo top-down. A
relação patrão/empregado é muito
clara e o poder central é bem
definido.
Estrutura pouco colegiada.
Devido à importância da governança compartilhada
no gerenciamento de uma universidade, o
envolvimento dos professores é vital e a
construção de um consenso desde o começo é
essencial. Destaque-se que o “poder centralizado”
em universidades não é muito forte. A estrutura é
Sistema de
valores
Essencialmente voltado aos
resultados financeiros.
Investimento a longo prazo na educação de
pessoas.
Clientes Aqueles que pagam, ou podem
pagar, diretamente pelos serviços
ou produtos. São facilmente
identificáveis, permitindo
segmentação e estabelecimento
de objetivos e metas.
Universidades não têm um cliente bem definido;
alunos, funcionários, comunidade e sociedade
podem ser considerados “clientes”. Como
conseqüência, definir metas e medir a efetividade
de forma consistente com a missão da
universidade é problemático.
Cultura Cultura de mudança é inerente à
necessidade de sobrevivência no
mercado.
Pouco atenta ao ambiente externo, a demanda
ainda é maior que a oferta e competição não é
vista como um risco à sobrevivência. Voltada ao
desenvolvimento e manutenção do saber, sua
natureza favorece a preservação.
Planejamento
estratégico
como
instrumento
de integração
O produto final, o plano, é tão ou
mais importante que o processo de
planejamento. Um plano medíocre
coloca em risco a sobrevivência da
empresa.
A participação no “pensamento estratégico” é mais
importante do que o produto final, o plano. Um
plano medíocre, mas bem alinhado, é melhor do
que um bom plano sem participação.
Recompensa Privilegiam a participação
financeira nos resultados, ou nos
lucros da empresa, em especial se
obtidos como fruto de sua
estratégia.
De um modo geral as pessoas não são
recompensadas em função do desempenho
financeiro.
Comprometi-
mento da alta
administração
O comprometimento é natural pois
os ganhos da alta administração
geralmente estão atrelados aos
resultados; e a permanência nos
cargos é função direta do sucesso
da empresa.
Os ganhos da alta administração não estão
atrelados aos resultados, e a permanência nos
cargos, ou “fazer a sucessão”, está mais
dependente das relações políticas do que dos
resultados alcançados.
Acoplamento
entre
unidades ou
órgãos
É essencial à sobrevivência da
empresa; por exemplo: se Vendas
fecha mais contratos do que a
produção é capaz de atender, a
empresa terá sérios problemas; se
Pesquisa e Desenvolvimento não
inova, Marketing tem dificuldades
em atrair a clientela.
Fracamente acoplada, suas unidades possuem
razoável autonomia acadêmica, o que induz a igual
autonomia administrativa; portanto, o fraco
acoplamento deve ser considerado ao se projetar o
processo de planejamento estratégico.
QUADRO 1 – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: DIFERENÇAS ENTRE O MUNDO
DOS NEGÓCIOS E A UNIVERSIDADE
FONTE: DELGADO FILHO, A. B.; BACIC, M. J. Planejamento Estratégico em Universidades
Públicas: Diferenças e Recomendações. Florianópolis: NUPEAU/UFSC – IV Colóquio
Internacional sobre Gestão Universitária na América do Sul, 2004.