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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS AGROVETERINÁRIAS – CAV
Mestrado em Ciências Veterinárias
COMPARAÇÃO DOS EFEITOS DO CLORIDRATO DE ROPIVACAÍNA
E DO SULFATO DE MORFINA PELA VIA INTRA-ARTICULAR EM
EQÜINOS SUBMETIDOS À SINOVITE EXPERIMENTALMENTE
INDUZIDA
LUIZ CÉSAR PEREIRA SANTOS
LAGES, SC, BRASIL
2007
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LUIZ CÉSAR PEREIRA SANTOS
COMPARAÇÃO DOS EFEITOS DO CLORIDRATO DE ROPIVACAÍNA
E DO SULFATO DE MORFINA PELA VIA INTRA-ARTICULAR EM
EQÜINOS SUBMETIDOS À SINOVITE EXPERIMENTALMENTE
INDUZIDA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências Veterinárias, da
Universidade do Estado de Santa Catarina, como
requisito para obtenção do grau de Mestre em
Ciências Veterinárias.
Orientador: Dr. Aury Nunes de Moraes
LAGES, SC, BRASIL
2007
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC
CENTRO DE CIÊNCIAS AGROVETERINÁRIAS – CAV
Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias
A comissão examinadora, abaixo assinada, aprova a Dissertação de Mestrado
COMPARAÇÃO DOS EFEITOS DO CLORIDRATO DE ROPIVACAÍNA
E DO SULFATO DE MORFINA PELA VIA INTRA-ARTICULAR EM
EQÜINOS SUBMETIDOS À SINOVITE EXPERIMENTALMENTE
INDUZIDA
Elaborada por
Luiz César Pereira Santos
Como requisito para obtenção do grau de
Mestre em Ciências Veterinárias
Lages, 05 de Setembro de 2007.
Não tive outra escolha senão dedicar este
trabalho a espécie eqüina. Em minha opinião
devemos desculpas a essa espécie por fazê-las
suportar nossa falta de compreensão por
milhares de anos. Os cavalos têm sido meus
professores, meus amigos e meu sustento.
AGRADECIMENTOS
Este trabalho foi possível graças à força de vontade de alguns colegas e da
superação dos obstáculos existentes.
Ao Prof. Dr. Aury Nunes de Moraes pela confiança depositada em mim, e pelo apoio e
dedicação com que me orientou nesta dissertação.
À coordenação, professores e funcionários do programa de mestrado, bem como do
Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Estadual de Santa Catarina.
Aos Professores Sérgio Dalagnol, responsável pelo laboratório de Patologia Aviária
do CAV-UDESC, Mere Erika Saito responsável pelo laboratório de Patologia Clinica do
HCV e Davi Michelutti, professor titular da disciplina de estatística do CAV-UDESC, pela
amizade, apoio, incentivo e trabalhos prestados.
Ao comandante do destacamento de Polícia Montada de Santa Catarina (PMSC -
Lages), Ten. Balduíno, pela cessão de três eqüinos para o desenvolvimento deste
experimento.
À minha mãe, Dona Maria Luiza, que contribuiu muito com seu apoio e amor para
realização deste trabalho.
Aos estagiários e amigos, Luiz Fernando Schuch, Misael Leopoldo Espíndola e
Antonio Rocha Pinto que foram fundamentais na execução da parte experimental deste
trabalho.
À Juliana K. F. de Lima, meu muito obrigado pelo incentivo, amor e compreensão em
todos os momentos, sempre estando ao meu lado principalmente nos momentos de
dificuldades.
Aos colegas de mestrado, principalmente a Fabiano Buss Cruz, Fabíola N. Flores e
André Soares pela convivência e pela amizade.
‘’O ser humano vivência a si mesmo, seus
pensamentos como algo separado do resto do
universo - numa espécie de ilusão de ótica de sua
consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão
que nos restringe aos nossos desejos pessoais,
conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas.
Nossa principal tarefa é a de nos livrarmos dessa
prisão, ampliando o nosso círculo de compaixão,
para que ele abranja todos os seres vivos e toda a
natureza em sua beleza. Ninguém conseguirá
alcançar completamente esse objetivo, mas lutar
pela sua realização é por si parte de nossa
liberação e o alicerce de nossa segurança
interior’’.
Albert Einstein
RESUMO
As lesões músculo esqueléticas que envolvem as articulações podais dos cavalos
permanecem sendo a maior causa da queda na performance atlética de cavalos de corrida.
Desta forma, o uso intra-articular de analgésicos é um meio útil e efetivo de aliviar os
estímulos nociceptivos causados pelas patologias articulares ou ainda causadas no pós-
cirúrgico. Objetivos: Comparar os efeitos analgésicos e reações sistêmicas do cloridrato de
ropivacaína e do sulfato de morfina pela via intra-articular em eqüinos submetidos à sinovite
experimentalmente induzida. Métodos: Foram utilizados doze (12) eqüinos hígidos, sem
padrão racial, machos ou fêmeas, com idade entre 8 a 15 anos; cada animal foi utilizado 2
vezes com intervalos de 30 dias, totalizando 24 animais. A sinovite foi induzida através da
administração intra-articular (articulação rádio-cárpica) de 0,5 ng de lipopolissacarídeo (LPS)
de Escherichia coli 055:B5. Decorridos 360 minutos da administração de LPS foram
administrados 0,01 mL/kg de solução salina 0,9% (grupo controle) constituindo o grupo SAL
(n=06); 0,1 mg/kg de cloridrato de ropivacaína (1%) no grupo ROPI (n=06); 0,1 mg/kg de
sulfato de morfina (1%) no grupo MORF (n=06) e 0,05 mg/kg de ropivacaína (0,2%)
associado à 0,05 mg/kg de morfina (1%) no grupo RM (n=06). A avaliação da analgesia intra-
articular foi descrita através da visualização do grau de claudicação (1-5), utilizando-se a
escala visual numérica (EVN), bem como a escala descritiva de dor (ED). Os parâmetros
hematológicos e sinoviais foram analisados imediatamente antes da administração do LPS
(M0), 6h após a injeção do LPS (M6) e ao final das avaliações (M1440). Os parâmetros
clínicos foram avaliados nos seguintes intervalos de tempo: imediatamente antes da
administração de LPS (T-360); 6h após a administração de LPS (M0), 30 minutos após a
administração da solução salina ou ropivacaína e/ou morfina (M30), 90 minutos (M90), 150
minutos (M150), 210 minutos (M210), 360 minutos (M360), 720 minutos (M720), 1440
minutos (M1440) após a administração da solução salina ou ropivacaína e/ou morfina.
Resultados: A aplicação da ropivacaína promoveu analgesia com rápido inicio de ação, cujos
efeitos perduram em média por 150 minutos em tecidos inflamados. A morfina apesar de um
início de ação mais lento mostrou um prolongamento dos efeitos analgésicos quando
comparado a ropivacaína. Quando em combinação com a ropivacaína promoveu uma
analgesia intra-articular aditiva, com rápido inicio de ação e analgesia de até 24h em cavalos
submetidos à sinovite experimental. Houve uma diminuição significativa dos valores de
células nucleadas totais (CNT) dos grupos em estudo quando comparados ao G-SAL ao final
das avaliações (M1440).
Conclusões: A administração concomitante da ropivacaína e da
morfina pela via intra-articular é uma opção complementar de tratamento analgésico, e
representam uma opção viável no alívio da dor proveniente das sinovites agudas. A ausência
de efeitos colaterais por esta via sugere que os opióides, como a morfina, podem ser uma nova
e promissora classe de agentes aplicados pela via intra-articular em doenças articulares e que
podem nos levar ao desenvolvimento de uma nova geração de drogas analgésicas com
possíveis potenciais antiinflamatórios.
Palavras-chave: eqüino; intra-articular; ropivacaína; morfina.
ABSTRACT
The musculoskeletal lesions that involve the joints of horses are still the major cause
of fall in performance of athletic horses. Thus, the use of intraarticular anesthesia is an easy
method of relieving articular pain. The promotion of an intra-synovial analgesia to the patient
accelerates its recovery period at the hospital, promoting a comfort period mainly after
arthroscopic surgeries, as well as controls pain coming from joint diseases. Purpose: The
purpose of this study was to compare the intraarticular analgesic effects and systemic effects
of ropivacaine and morphine in horses submitted to experimentally induced synovitis.
Methods: Twelve healthy horses, without specific breed, males and females, between 8 and
15 years were used in this study; each animal was used twice with an interval period of 30
days, totalizing 24 treatments. The synovitis was induced using 0.5ng/joint of LPS from E.
coli 055:B5 on the left radio-carpal joint. Six hours after LPS injection it was given 0.01
ml/kg of saline (control group/n=6); 0.1mg/kg of ropivacaine 1% (ROP group/n=6); 0.1
mg/kg of morphine 1% group (MORF group/n=6) and 0.05 of ropivacaine 1% added to 0.05
mg/kg of morphine (ROP+MORF/n=6). The intraarticular anesthesia was subjectively
measured using a lameness score evaluation, numerical rating scale (NRS) and a single
descriptive scale (SDS), and by the range of motion of the affected joint. The hematological
and sinovial variables were analyzed right before LPS injection (M0), 6h after LPS injection
(M6) and at the end of the evaluation period (M1440). Clinical variables were analyzed on the
following intervals: just before LPS injection; 360 minutes after LPS injection or at the
moment where treatments were injected (M0); 30 minutes after treatment (M30); 90 minutes
(M90); 150 minutes (M150); 210 minutes (M210); 360 minutes (M360); 720 minutes (M720)
and 1440 minutes (M1440). Results: Ropivacaine injection promoted an analgesic effect with
fast onset of action. Its effects lasted for approximately 150 minutes in inflamed tissue.
Morphine, despite of a slower onset of action showed a longer analgesic effect than
ropivacaine. When used together promoted an additive analgesia, with fast onset of action and
analgesia covering the whole post-injection period (24hours). There was a significant
decrease on TNC in all groups when comparing to placebo (G-SAL) at M1440. Conclusions:
Intraarticular morphine and ropivacaine is an analgesic complementary treatment option and
represent a good pain relief on primary synovitis. The absence of side effects by this rout of
administration suggests that opioids, like morphine can be a new and promise class of agents
administered intraarticularly in joint diseases and that can take us to the development of a new
generation of analgesic drugs with possible anti-inflammatory effects.
Keywords: equine; intraarticular; ropivacaine; morphine
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dados demográficos dos eqüinos utilizados no experimento.....................................
Tabela 2- Média ± erro padrão da média do exame de sangue: eritrócitos (x10
6
céls/μl),
leucócitos (x10³ céls/μl), neutrófilos segmentados (x10³ céls/μl), linfócitos (x10³
céls/μl) de eqüinos submetidos à sinovite experimental induzida através da
aplicação intra-carpal esquerda de LPS E. coli (0,5 ng/articulação) + solução
salina constituindo o grupo (SAL); LPS+ropivacaína (grupo ROPI); LPS +
morfina (grupo MORF) e LPS + ropivacaina associado à morfina (grupo
ROPI+MORF).............................................................................................................
Tabela 3 - Média ± erro padrão da média do grau de efusão de eqüinos submetidos à sinovite
experimental induzida através da aplicação intra-carpal esquerda de LPS E. coli
(0,5 ng/articulação) + solução salina constituindo o grupo (SAL); LPS+
ropivacaína (grupo ROPI); LPS + morfina (grupo MORF) e LPS + ropivacaina
associado à morfina (grupo ROPI+MORF)................................................................
Tabela 4 Média ± erro padrão da média da escala descritiva de dor (ED) de eqüinos
submetidos à sinovite experimental induzida através da aplicação intra-carpal
esquerda de LPS E. coli (0,5 ng/articulação) + solução salina constituindo o grupo
(SAL); LPS+ropivacaína (grupo ROPI); LPS + morfina (grupo MORF) e LPS +
ropivacaina associado à morfina (grupo ROPI+MORF)............................................
Tabela 5 - Média ± erro padrão da média da temperatura local (°C) de eqüinos submetidos à
sinovite experimental induzida através da aplicação intra-carpal esquerda de LPS
E. coli (0,5 ng/articulação) + solução salina (grupo SAL); LPS+ropivacaína (grupo
ROPI); LPS + morfina (grupo MORF) e LPS + ropivacaina associado à morfina
(grupo ROPI+MORF).................................................................................................
Tabela 6 - Média ± erro padrão do teste de qualidade de precipitação da mucina (TQPM) de
eqüinos submetidos à sinovite experimental induzida através da aplicação intra-
carpal esquerda de LPS E. coli (0,5 ng/articulação) + solução salina (grupo SAL);
LPS+ ropivacaína (grupo ROPI); LPS + morfina (grupo MORF) e LPS +
ropivacaina associado à morfina (grupo ROPI+MORF)...........................................
Tabela 7 Dados de avaliação da densidade e pH do líquido sinovial seguidas da
administração do LPS nos diferentes grupos.............................................................
24
37
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40
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44
44
Tabela 8 - Média ± erro padrão da média de eritórcitos (x10
6
céls/μl) células nucleadas totais
(x10³ céls/μl) (CNT), neutrófilos (x10³ céls/μl) e monócitos (céls/μl) existentes
no líquido sinovial de eqüinos submetidos à sinovite experimental induzida
através da aplicação intra-carpal esquerda de LPS E. coli (0,5 ng/articulação) +
solução salina (grupo SAL); LPS+ ropivacaína (grupo ROPI); LPS + morfina
(grupo MORF) e LPS + ropivacaína + morfina (GRM).........................................
45
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Fluxograma dos momentos (minutos) de avaliação clínica e laboratorial..................
Figura 2
Variação média da temperatura corpórea (°C) em eqüinos submetidos à sinovite
experimentalmente induzida por LPS e tratados com Sol. Salina (G-SAL),
ropivacaína (G-ROPI), ou morfina (G-MORF), ou a combinação de ambas as
drogas (G-RM). * Significativamente diferente dos demais grupos (Tukey’s test
[p≤0,05])....................................................................................................................
Figura 3
Variação média da freqüência cardíaca (bpm) em eqüinos submetidos à sinovite
experimentalmente induzida por LPS e tratados com Sol. Salina (G-SAL),
ropivacaína (G-ROPI), ou morfina (G-MORF), ou a combinação de ambas as
drogas (G-RM). * Significativamente diferente dos demais grupos, #
Significativamente de M0 (Tukey’s test [p≤0,05])...................................................
Figura 4 –
Variação média da freqüência respiratória (mrm) em eqüinos submetidos à sinovite
experimentalmente induzida por LPS e tratados com Sol. Salina (G-SAL),
ropivacaína (G-ROPI), ou morfina (G-MORF), ou a combinação de ambas as
drogas (G-RM). # Significativamente de M0 (Tukey’s test [p≤0,05]).....................
Figura 5 - Variação média da circunferência articular (cm) em eqüinos submetidos à sinovite
experimentalmente induzida por LPS e tratados com Sol. Salina (G-SAL),
ropivacaína (G-ROPI), ou morfina (G-MORF), ou a combinação de ambas as
drogas (G-RM). # Significativamente diferente dos de M0 (Tukey’s test
[p≤0,05])....................................................................................................................
Figura 6 - Variação média da escala visual numérica (EVN) de eqüinos submetidos à
sinovite experimental induzida através da aplicação intra-carpal esquerda de LPS
E. coli (0,5 ng/articulação) + solução salina constituindo o grupo (SAL); LPS+
ropivacaína (grupo ROPI); LPS + morfina (grupo MORF) e LPS + ropivacaina
associado à morfina (grupo ROPI+MORF)..............................................................
Figura 7 -
Variação média da proteína total (g/dl) em eqüinos submetidos à sinovite
experimentalmente induzida por LPS e tratados com Sol. Salina (G-SAL),
ropivacaína (G-ROPI), ou morfina (G-MORF), ou a combinação de ambas as
drogas (G-RM). # Significativamente diferente dos de M0 (Tukey’s test
[p≤0,05])....................................................................................................................
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36
38
38
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43
LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS
IL-1
TNF
LPS
LS
CETEA
SAL
ROPI
MORF
RM
PBS
pH
EDTA
TQPM
CNT
T
t
FC
FR
TPC
CA
EVN (NRS)
ED (SDS)
EA
AAEP
ANOVA
EPM
DFM
IA
= Interleucina -1
= Tumor Necrosis Factor (Fator de Necrose Tumoral)
= Lipopolissacarídeo
= Líquido Sinovial
= Comissão de Ética em Experimentação Animal
= Salina
= Ropivacaína
= Morfina
= Ropivacaína + Morfina
= Phosphate Buffered Saline (Salina Tamponada com Fosfato)
= Potencial de Hidrogênio
= Ácido Etilenodiamino tetra-acético
= Teste de Qualidade de Precipitação de Mucina
= Células Nucleadas Totais
= Temperatura Corpórea
= Temperatura local
= Freqüência Cardíaca
= Freqüência Respiratória
= Tempo de Preenchimento Capilar
= Circunferência Articular
= Escala Visual Numérica (Numerical Rating Scale)
= Escala Descritiva (Single Descriptive Scale)
= Efusão Articular
= American Association of Equine Practioners
= Análise de Variância
= Erro Padrão da Média
=Dor à flexão Máxima
= Intra-articular
Kg
ng
mg
ml
μl
α
±
P
°C
= Kilograma
= Nanograma
= Miligrama
= Mililitro
= Microlitro
= Alfa
= Mais ou menos
= Nível de Significância
= Graus célsius
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................
......................
2. REVISÃO DE LITERATURA................................................................
..............................
2.1 Sinovite................................................................................................
...............................
2.2 Lipopolissacarídeo(LPS)................................................................
................................
2.3 Líquido sinovial................................................................................................
..................
2.4 Sulfato de morfina................................................................................................
..............
2.5 Cloridrato de ropivacaína ................................................................
................................
3. MATERIAL E MÉTODOS................................................................
................................
3.1 Seleção dos animais................................................................................................
............
3.2 Protocolo experimental................................................................
................................
3.3 Diluição do LPS.........................................................................................................
3.4 Coleta das Amostras................................................................................................
...........
3.5 Avaliação laboratorial ................................................................................................
........
3.6 Avaliação clínica ................................................................................................
................
3.7 Análise Estatística ................................................................................................
..............
4. RESULTADOS................................................................................................
.......................
4.1 Sinais Clínicos e hematológicos................................................................
.........................
4.2 Líquido sinovial................................................................................................
..................
5. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO................................................................
.............................
6. REFERÊNCIAS............................................................................................................
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1 - INTRODUÇÃO
As lesões que envolvem a articulações podais dos cavalos permanecem sendo a maior
causa da queda na performance atlética na indústria de cavalos (TODHUNTER & LUST,
1990). Dentro destes distúrbios encontram-se as sinovites primárias, normalmente localizadas
na articulação cárpica e metacarpo/metatarsofalangeana de cavalos jovens em início de
treinamento (McILWRAITH, 1987).
O processo doloroso que acompanha algumas patologias articulares em eqüinos deve
ser abolido através da administração de fármacos analgésicos capazes de diminuir os
estímulos nociceptivos produzidos por estas patologias. O princípio da anestesia intra-
articular é simples: localizar a origem da claudicação e abolir ou modular o processo doloroso
circunscrito a uma determinada estrutura articular (AGUIAR, 2005). O uso da anestesia intra-
articular é indicada quando estruturas sinoviais e articulares específicas, como: cápsulas
articulares, bainhas tendíneas, bolsas sinoviais e o osso subcondral são suspeitos de estarem
envolvidas no quadro da claudicação (STASHAK, 1994).
A anestesia intra-articular é útil ainda na diminuição da dor pós-operatória (BENNET
& STEFFEY, 2002), bem como no tratamento complementar de doenças articulares
inflamatórias crônicas (KEATES et al, 1999), evitando-se o uso excessivo de drogas
antiinflamatórias pela via parenteral, diminuindo desta forma os efeitos colaterais produzidos
16
por esta classe de droga (STEIN et al, 1999). Este tipo de anestesia consiste na supressão
momentânea da dor que provém de processos patológicos e/ou cirúrgicos que envolvam
estruturas articulares moles como: bainhas tentídeas, cápsulas articulares, ligamentos e
membrana sinovial (HALL et al 2001; STASHAK, 1994).
A analgesia pré-emptiva, peri-operatória e pós-operatória/traumática pode ser
realizada de muitas formas. Porém a combinação de diferentes métodos analgésicos, ou
anestesia multimodal, tem provado ser muito efetiva em muitas espécies. Estas combinações
têm a vantagem de melhorar o grau de analgesia do paciente sem causar efeitos colaterais ao
organismo (TAYLOR, 2005; AGUIAR, 2005). O grande objetivo da administração de
substâncias analgésicas pela via intra-articular em pacientes encaminhados a cirurgias
ortopédicas, por exemplo, não deveria ser a redução da dor pós-operatória, mas sim a sua
prevenção (FRANCESCHI et al, 2001).
As doenças articulares em cavalos e no Homem possuem um significado social e
econômico muito relevante; desta forma pesquisas na área e no melhoramento das técnicas
terapêuticas se fazem necessárias. Pelo fato dos cavalos possuírem doenças articulares
(sinovites) similares àquelas encontrados no Homem, o cavalo foi escolhido como espécie
para comparação dos efeitos terapêuticos e analgésicos do cloridrato de ropivacaína e do
sulfato de morfina administrados pela via intra-articular como uma ferramenta terapêutica no
controle da dor. a necessidade em se descobrir novas drogas que amenizem a dor articular
em eqüinos, principalmente àqueles acometidos por uma patologia articular, ou mesmo
àqueles submetidos a cirurgias ortopédicas como artroscopias, muito comuns nos hospitais
e clínicas no Brasil. A promoção de uma ótima analgesia ao paciente pode diminuir muito
seu tempo de recuperação, diminuindo seu stress e promovendo um máximo conforto durante
o período pós-operatório. A grande vantagem deste tipo de anestesia é a completa analgesia
sem a perda da propriocepção, ou seja não bloqueio motor do membro. Sabe-se que
17
estudos realizados em humanos e cães mostram a eficácia da morfina como agente analgésico
pela via intra-articular; e o uso da ropivacaína em articulações de cavalos ainda não está bem
elucidado por ser uma droga recentemente descoberta.
Considerando-se que as afecções que determinam claudicação são comuns e
representam um importante aspecto na Medicina Veterinária Eqüina, com cerca de 33 % das
claudicações devendo-se a enfermidades articulares (LEME et al, 1999), o presente trabalho
teve por objetivo avaliar os efeitos do cloridrato de ropivacaína e do sulfato de morfina pela
via intra-articular em eqüinos submetidos à sinovite experimentalmente induzida,
determinando assim uma opção de tratamento analgésico local para eqüinos acometidos por
uma patologia articular, ou mesmo determinando um protocolo analgésico na prevenção da
dor advinda do pós-operatório de cirurgias articulares.
18
2 - REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Sinovite
2.1.1 Definição
A sinovite é a inflamação dos tecidos moles que compõem o espaço articular na
ausência de lesões ósseas, confirmadas através da radiografia (RUMBAUGH et al, 2004). A
este tipo de enfermidade denominamos sinovite primária. Esta enfermidade produz alterações
funcionais e estruturais à membrana sinovial; estas alterações afetam a qualidade e a
quantidade de liquido sinovial. A sinovite primária é caracterizada pela infiltração de células
inflamatórias para dentro da cavidade articular, ocorrendo neovascularização, hiperplasia e
hipertrofia das células que compõem a membrana sinovial (TODHUNTER & LUST, 1990).
2.1.2 Sinais Clínicos
A sinovite é clinicamente evidenciada por efusão articular, dor e diminuição da flexão
articular. A dor, que clinicamente é evidenciada pela claudicação e flexão da articulação, é
iniciada quando estímulos térmicos, químicos e mecânicos ativam fibras aferentes periféricas
(HALL et al, 2001). Adicionalmente a isso, a liberação de mediadores inflamatórios
(bradicininas, prostaglandinas e leucotrienos) diminui o potencial para a ativação de
receptores aferentes (TODHUNTER & LUST, 1990).
19
2.1.3 Alterações patofisiológicas
A interação entre o líquido sinovial e a cartilagem articular é complexa. Estudos ‘’in
vivo’’ e ‘’in vitro’’ sugerem que alterações em um destes tecidos articulares afetam
intimamente outros tecidos articulares adjacentes (SNYDERMAN, 1986). Estes estudos
indicam uma liberação de proteases que degradam os tecidos articulares (SAKLATVALA,
1986). A secreção destas proteases é induzida por uma série de citoquinas produzidas
localmente por neutrófilos, macrófagos e por células sinoviais (DAYER et al, 1985). A
interleucina -1 (IL-1) e o fator de necrose tumoral (TNF) têm contribuído para a inflamação e
degradação articular através da indução da liberação de proteases e por induzir os
sinoviócitos, fibroblastos e condrócitos a secretarem prostaglandina E2 (DAYER et al, 1985).
2.1.4 Sinovite experimental
Muitos são os modelos para se produzir a inflamação articular. Foi usado extrato
alcoólico da amêndoa na articulação radiocarpal de cães (KEATES et al, 1999), adjuvante
completo de Freund (POZZOBON et al, 2005), partículas álcool polivinílico
(CORNELISSEN et al, 1998), polímeros de silicone líquido (RUMBAUGH et al, 2004) e o
lipopolissacarídeo de E. coli (PALMER & BERTONE, 1994ab; FIRTH et al, 1987; EASTER
et al, 2000; TODHUNTER et al, 1998; CAMPEBELL et al, 2004) em eqüinos.
O modelo experimental utilizado neste estudo envolveu a administração de
0,5ng/articulação de lipopolissacarídeo (LPS) de E.coli, administrada assepticamente dentro
da articulação, a qual induz uma sinovite com sinais clínicos representativos de casos clínicos
20
rotineiramente acompanhados (PALMER & BERTONE, 1994a). Doses acima de 0,5
ng/articulação promoveram efeitos clínicos adversos desde leve hipertermia (CAMPEBELL
et al, 2004) a endotoxemia (FIRTH et al, 1987).
2.2 Lipopolissacarídeo (LPS)
O lipopolissacarídeo é uma estrutura lipídica complexa que contém em sua fórmula
molecular polissacarídeos e ácidos graxos. O LPS é constituinte da parede celular de muitas
bactérias gram negativas, como E. coli e Salmonela sp (BROCK et al, 1994). É considerado
um antígeno altamente imunogênico com habilidade de aumentar a resposta imune a
antígenos solúveis (LANDY & BAKER, 1966; ABBAS et al, 2003). As proteases liberadas
através da administração da endotoxina são responsáveis pelo dano provocado à cartilagem
articular (SAKLATVALA, 1986). A secreção destas proteases é induzida por várias citocinas
produzidas localmente pelos macrófagos e sinoviócitos (DAYER et al., 1985). Ainda, estas
citocinas são especialmente importantes como mediadores da resposta inflamatória. A
Interleucina-1 (IL-1) e o fator de necrose tumoral contribuem na degradação articular através
da indução de proteases e pela produção de prostaglandina E
2
pelas células sinoviais e
condrócitos (DAYER et al., 1985); estas citocinas também estão associadas com a sinovite
induzida por esta endotoxina em eqüinos (HAWKINS et al., 1993). Durante a fase incial da
sinovite induzida pela administração desta endotoxina, o TNF foi uma das primeiras citocinas
secretadas para o fluido articular (HAWKINS et al., 1993).
21
2.3 Líquido sinovial
O líquido sinovial de uma articulação normal é um dialisado do plasma modificado
pela produção de ácido hialurônico, glicoproteínas e outras macromoléculas (COLES, 1984).
Entretanto, a glicose e alguns eletrólitos também podem estar presentes no líquido sinovial,
em concentrações similares as do plasma. As proteínas do plasma atravessam a barreira
hemato-sinovial em quantidades inversamente proporcionais ao seu peso molecular (LEME et
al, 1999).
As principais funções do liquido sinovial são auxiliar na lubrificação das articulações
e promover a nutrição de aproximadamente dois terços da cartilagem articular, uma vez que
esta é avascular. O líquido sinovial normal é claro, viscoso, de cor amarelo-palha
(FERNANDEZ et al., 1983; HOULTON, 1994), com pH variando de 7 e 7,8 (SAWYER,
1963) de acordo com a espécie, não contém fibrinogênio (VAN PELT, 1974), ou seja, não
coagula (CURTISS, 1964). Em condições normais o líquido sinovial possui bom coágulo de
mucina e teste de fibrina negativo (FERNANDEZ et al., 1983; HOULTON, 1994). A
quantidade de células nucleadas varia entre 250 e 3000, com 94 a 100% de mononucleares e 0
a 6% de neutrófilos (BRINKER et al., 1986), e a concentração de proteínas é de 2 a 2,5g/dl
(PERMAN, 1980; LIPOWITZ, 1985, BARNABÉ et al, 2005). O líquido sinovial (LS)
existente nas cavidades articulares pode ser considerado um fluido especializado, que reflete
alterações no tecido sinovial (VAN PELT, 1962) e no metabolismo intra-articular ocasionadas
por doenças (VAN PELT, 1962; 1974). Informações obtidas pela análise do fluido podem
indicar a natureza e a extensão das lesões intra-articulares e contribuir com outras técnicas
auxiliares na determinação do diagnóstico de sinovites sépticas, na definição do tratamento
(TEW & HOTCHKISS, 1981) e no seu acompanhamento (MOYER 1983), possibilitando
estabelecer um prognóstico (TEW & HOTCHKISS, 1981).
22
2.4 Sulfato de Morfina
Atualmente na medicina humana é uma das drogas mais utilizadas para analgesia
intra-articular no alivio da dor pós-operatória. (STEIN et al, 1999; FRANCESCHI et al, 2001;
GOODWIN et al, 2005; DROSOS et al, 2002).
Evidências mostram que os opióides, como a morfina, podem produzir efeitos
analgésicos muito potentes através da interação com receptores próprios nos diferentes tecidos
periféricos (SHEEHY et al, 2001; GREENE, 2002; STEIN et al, 1996). Estudos em humanos
(STEIN et al, 1991) e em cães (SAMMARCO et al, 1996; KEATES et al, 1999) indicam que
a morfina injetada pela via intra-articular em pequenas doses promovem analgesia muito
efetiva após cirurgias artroscópicas (BENNET & STEFFEY, 2002). Keates et al (1999)
descrevem evidências da existência de receptores opióides em tecidos inflamados, permitindo,
desta forma, que estas substâncias tenham um efeito periférico adequado, ou seja, o aumento
de sítios de ligação, achados em tecidos articulares inflamados de cães, suporta a idéia do uso
clínico da morfina pela via intra-articular no tratamento da dor causada pelas doenças
inflamatórias crônicas, bem como nas dores causadas por cirurgias ortopédicas. Likar et al
(2004) reforçam a idéia e citam que em tecidos periféricos inflamados os efeitos analgésicos
dos opióides são indiscutíveis. A dose de morfina intra-articular recomendada por Valverde &
Gunkel (2005) na espécie eqüina é de 0,1mg/kg. Os efeitos analgésicos desta droga são mais
pronunciados pela via intra-articular quando comparados à administração endovenosa
(JAUREGUITO et al, 2002; STEIN et al, 1999; CEPEDA et al, 1997). Contudo para Drosos
et al (2002) e Badner et al (1997) as informações acerca da administração da morfina pela via
intra-articular em pequenas doses ainda são inconclusivas em seres humanos submetidos a
cirurgias artroscópicas.
23
2.5 Cloridrato de Ropivacaína
Os anestésicos locais são drogas muito utilizadas na clínica médica de eqüinos,
principalmente no diagnóstico de patologias que acometem os membros dos eqüinos; são
substâncias que, reversivelmente impedem a propagação de potenciais de ação, através dos
bloqueios dos canais de sódio do axônio (MONTEIRO, 2005). Os anestésicos locais variam
muito quanto à potência, duração de ação, estabilidade, toxicidade e capacidade de penetrar
nos tecidos. Dentro deste grupo de drogas pode-se citar: a lidocaína, a bupivacaina, a
mepivacaína e a ropivacaína.
A ropivacaína, um anestésico local aminoamídico é um fármaco de longa duração
(McCLURE, 1996). Esta substância mostra propriedades físicas semelhantes à bupivacaína.
Entretanto, ao contrário da bupivacaína, que é uma mistura racêmica, a ropivacaína é um S-(-)
enantiômero puro. A ropivacaína ainda promove vasoconstricção nos tecidos onde é
administrada, enquanto que os demais anestésicos locais promovem vasodilatação (HALL et
al, 2001).
Rautoma et al (2000) citam que a ropivacaína tem propriedades farmacodinâmicas e
farmacocinéticas similares a bupivacaina, porém produz menores efeitos colaterais no sistema
cardiocirculatório e nervoso quando comparado a esta última. Devido a sua baixa
lipossolubilidade nos diferentes tecidos, principalmente nas fibras mielinizadas motoras tipo
alfa, a ropivacaina contribui para um retorno mais rápido da deambulação (menor bloqueio
motor) quando comparado aos demais anestésicos locais (WILLIAMS, 1996).
Para Harkins et al (2001) pouca informação disponível a respeito da disposição, da
farmacocinética e dosagem em animais da ropivacaína usada pela via intra-articular. Doss et
al (2001) recomendam doses de 0,3 mg/kg de ropivacaina 0,2% pela via intra-articular em
estudos realizados em humanos.
24
3 - MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo foi previamente aprovado pela Comissão de Ética em Experimentação
Animal (CETEA), da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC, em 11 de
Novembro de 2005, conforme protocolo nº 1.28/05.
3.1 Seleção dos animais
Doze eqüinos sem raça definida, com idades variando entre 8 a 15 anos (Tabela 1)
foram divididos aleatoriamente em quatro grupos, de forma que estes animais fossem
repetidos com um intervalo de trinta dias, tomando-se o cuidado para que estes mesmos
animais não passassem pelo mesmo grupo novamente, totalizando assim 24 tratamentos.
Tabela 1 - Dados demográficos dos eqüinos utilizados no experimento
Dados descritos como média ± desvio padrão
Grupo I
Salina
(n=6)
Grupo II
Ropivacaína
(n=6)
Grupo III
Morfina
(n=6)
Grupo IV
Ropivacaína/Morfina
(n=6)
Idade (anos) 13±2,68 12,66±2,65 10,16±3,37 12±3,28
Sexo (M:F) 0:6 1:5 2:4 3:3
Peso (Kg) 326,3±3,4 348±4,6 292,16±4,9 298,83±2,02
Altura (cm) 139,83±5,07 141,33±5,31 140±5,02 140,16±3,25
25
Desta forma, os grupos foram divididos da seguinte maneira: G salina (n=6), G
ropivacaína (n=6), G morfina (n=6), G ropivacaína + morfina (n=6). Todos os animais foram
mantidos em piquetes contendo aveia, azevém e água. Apenas no momento em que estes
fossem usados na pesquisa eram acomodados dois dias antes, em baias individuais, onde eram
alimentados com feno de alfafa e água
ad libitum.
A seleção dos animais baseou-se na inexistência de doença sistêmica (exame clínico
completo e hemograma), ausência de claudicação e quaisquer alterações ou dor evidenciadas
ao exame clínico.
3.2 Protocolo experimental
A mensuração das variáveis clínicas e laboratoriais iniciou-se após um período de
estabilização nos primeiros horários da manhã. Para criar um modelo experimental de dor, no
qual se pudessem testar as drogas anestésicas cloridrato de ropivacaína e sulfato de morfina,
administrou-se 0,5ng/articulação de lipopolissacarídeo
1
, cepa 055:B5 de Escherichia coli
dentro da articulação antebráquio-cárpica esquerda dos eqüinos, causando sinovite primária
leve à moderada (PALMER & BERTONE, 1994a). O estudo foi realizado de forma cega pelo
avaliador clínico e laboratorial, ou seja, nenhum dos dois sabia quais fármacos estavam sendo
administrados.
Seis horas após a aplicação de 0,5 ng/LPS/articulação (M0) instituíram-se os
tratamentos que se seguem: 0,01 ml/kg de solução salina 0,9% (grupo controle) constituindo o
grupo SAL (n=06); 0,1 mg/kg de cloridrato de ropivacaína
2
(1%) no grupo ROP (n=06); 0,1
mg/kg de sulfato de morfina
3
(1%) no grupo MORF (n=06) e 0,05 mg/kg de ropivacaína (1%)
associado à 0,05 mg/kg de morfina (1%) no grupo RM (n=06). As variáveis de dor (Escala
1
E. coli 055:B5 – Sigma Chemical CO., St Louis, USA.
2
Cloridrato de Ropivacaína 1% - Naropin – Astra Zeneca, Massachusetts, USA.
3
Sulafo de Morfina 1% - Dimorf – Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos Ltda, Itapira, SP, Brasil.
26
Basal
M
-
360
LPS
t*
M0
M30 M90 M150 M210 M360 M720
M1080
M1440
(t*) periodo decorrido para indução da sinovite
(T**) momento da administração dos tratamentos
Momentos em vermelho demonstram os tempos de coleta (sangue e líquido sinovial).
T**
LEGENDA
Visual Numérica e Escala descritiva) foram analisadas e comparadas ao M0, que corresponde
a seis horas da indução da sinovite.
Após tricotomia e anti-sepsia da articulação em estudo, a artrocentese foi realizada
com os animais em estação, utilizando-se agulha hipodérmica 40x12, seringas de 5 ml e luvas
estéreis. Para antissepsia foram utilizados iodo povidine e álcool 70%. Com o membro
anterior esquerdo flexionado, realizou-se a punção e coleta das amostras. O M0 foi o
momento no qual a droga teste foi injetada na articulação cárpica esquerda de cada animal no
intuito de avaliar-se os efeitos das drogas nos diferentes momentos. O volume administrado
correpondeu proporcionalmente ao volume retirado de líquido sinovial de 4 ml/articulação
(TODHUNTER & LUST, 1990). Para tanto, as doses foram ajustadas de acordo com o peso
de cada animal e acrescidas de solução salina para atingir o volume padrão de 4 ml a ser
injetado na articulação.
Figura 1 - Fluxograma dos momentos (minutos) de avaliação clinica e laboratorial.
27
3.3 Diluição do LPS
O processo de manipulação e diluição do LPS foi realizado em capela de fluxo
laminar vertical sob luz ultravioleta. Utilizou-se solução salina tamponada com fosfato (PBS
4
pH 7,4) como diluente do lipopolissacarídeo. O LPS é comercializado na forma de
liofilizado (1mg), esterilizado com raios gama. Para realizar sua reconstituição, adicionou-se
1 ml de PBS à amostra, e gentilmente agitou-se para uma melhor homogeneização.
Essa solução (1000
μg/ml) foi colocada em 499ml de PBS, obtendo-se uma
concentração de 2 μg/ml ou 2000ng/ml. Dessa solução mãe retirou-se 20μl de LPS, que foram
colocados em 9980μl de PBS totalizando-se 10ml de solução filha na concentração de 4
ng/ml, em criotubos de 10 ml. Destes criotubos foram retirados 125μl de LPS adicionados em
875μl de PBS, chegando a uma concentração final desejada de 0,5ng/ml. Essas alíquotas
hiperdiluídas foram armazenadas em criotubos
5
de 2 ml e congeladas a uma temperatura de -
20°C, para posterior utilização.
3.4 Coleta das Amostras
Amostras de sangue venoso e de líquido sinovial foram colhidas da veia jugular
externa esquerda de cada animal e da articulação antebraquio-cárpica esquerda
respectivamente e armazenadas em tubos de vacutainer
6
contendo EDTA.
As punções venosa e articular foram feitas imediatamente antes da aplicação do LPS
(M-360), e subsequentemente 6 horas após a administração do LPS (M0), ou seja, no
4
Sigla em inglês para Phosphate Buffered Saline (PBS – 7,4) - One Lambda, Canoga Park, CA, USA.
5
Tubos Criogênicos – 2 ml - SPLABOR - Comércio de Produtos para Laboratório LTDA, Presidente Prudente,
SP, Brasil
6
Tubos para coleta de amostras - vacutainer com EDTA – BD Brasil, São Paulo, SP, Brasil
28
momento da administração da droga teste, e 30h (M1440) após a administração do LPS,
sendo imediatamente enviadas para análise hematológica completa, proteínas totais e
fibrinogênio; e o líquido sinovial para análise de sua celularidade, aspectos físicos,
bioquímicos e qualidade da precipitação da mucina.
3.5 Avaliação Laboratorial
3.5.1 Líquido sinovial
O exame laboratorial para líquido sinovial considerou a(o):
a) Determinação dos aspectos físicos (volume, coloração, turbidez, viscosidade e
densidade).
b) Contagem global de células (células nucleadas totais e eritócitos)
c) Determinação dos aspectos bioquímicos (proteínas e pH)
d) Teste de qualidade de precipitação da mucina (TQPM)
3.5.1.1 Aspectos físicos
O líquido sinovial (LS) foi avaliado em termos físicos através da classificação do seu
volume aspirado, de sua coloração, turbidez e densidade .
O volume foi avaliado subjetivamente no momento da coleta, e comparado com o
volume esperado para a articulação em estudo.
29
As amostras foram classificadas de acordo com sua coloração em: amarelo claro,
amarelo escuro, castanho e vermelho. A turbidez foi classificada em: límpido, turvo,
moderadamente turvo e intensamente turvo.
A determinação da viscosidade foi realizada no momento da transferência do LS da
seringa de colheita para os tubos de vacutainer, estimando-se o comprimento do filamento
formado pela gota antes de se desprender de seu bico.
3.5.1.2 Celularidade
Foram analisadas a presença de células nucleadas (neutrófilos, linfócitos, monócitos,
macrófagos e sinoviócitos).
A contagem das células nucleadas totais foi realizada usando-se câmara
hematocitométrica de Neubauer
7
, utilizando solução salina 0,9% como diluente. A análise
citológica do líquido sinovial passou por um processo de centrifugação (1500 rpm por cinco
minutos), e o sedimento utilizado para confecção da lâmina, que foi posteriormente corado
pelo método panótico rápido
8
, para contagem diferencial de células e morfologia
(MAHAFFEY, 1992; TROTTER & McILWRAITH, 1996).
Foram contadas 300 a 500 células nucleadas de cada lâmina, sendo classificadas no
que se refere a sua morfologia e diferenciação.
7
Câmara Neubauer espelhada – LF equpipamentos, São Paulo, SP, Brasil.
8
Corante panótico rápido para citologia - LB – Laborclin Ltda, São Paulo, SP,Brasil.
30
3.5.1.3 Aspectos bioquímicos
As amostras foram processadas e analisadas segundo técnicas descritas por
(MAHAFFEY, 1992), nas quais as proteínas (g/dl) e a densidade foram determinadas por
refratometria
9
. O pH e a glicose foram determinados por tiras reagentes
10
.
3.5.1.4 Teste de qualidade de precipitação da mucina (TQPM)
O teste da formação do coágulo de mucina procedeu-se pela da adição de 1ml do
líquido sinovial, tomando-se o cuidado de não encostar a amostra na parede do tubo de ensaio,
em solução contendo 0,1ml de ácido acético 2,5%. Deixou-se repousar, à temperatura
ambiente por uma hora. A qualidade de precipitação da mucina (QPM) foi classificada, de
acordo com a formação do coágulo, em mucina de qualidade Boa (4), Regular (3), Ruim (2) e
Péssima (1), (VAN PELT, 1974).
3.5.2 Hemograma
As amostras de sangue foram acondicionadas em tubos de vacutainer contendo EDTA,
homogeneizadas e enviadas imediatamente para o laboratório para exame hematológico. As
amostras foram colocadas em contador eletrônico de células
11
para análise do eritrograma e
9
Refratômetro de mão BRIX – LF Equipamentos, São Paulo, SP, Brasil.
10
Urofita® 10 DL – Biobrás Diagnóstico, Belo Horizonte,MG, Brasil.
11
Contador de células eletrônico – abcVET – abx Diagnostics, Montpellier, France.
31
leucograma. O sangue foi posteriormente acondicionado em microtubos (75mm) de vidro e
centrifugado a 1500 rpm por cinco minutos para determinação do hematócrito (Ht).
3.6 Avaliação clínica
Os parâmetros clínicos: temperatura corpórea (T) e local (t), freqüência cardíaca (FC)
e respiratória (FR), tempo de preenchimento capilar (TPC), circunferência articular (CA)
foram realizados objetivamente, de modo que o grau de claudicação (Escala Visual Numérica
- EVN), a efusão articular (EA), bem como o grau de movimentação da articulação (normal
ou reduzida), motilidade intestinal (normal ou reduzida), coloração das mucosas, dor à flexão
máxima e dor à palpação (Escala Descritiva - ED), foram subjetivamente.avaliados em todos
os momentos (M-360), (M0), (M30), (M90), (M150), (M210), (M360), (M720), (M1080) e
(M1440).
3.6.1 Circunferência articular (CA)
A circunferência articular foi mensurada com fita métrica milimetrada
12
, baseando-se
como ponto de referência anatômico o carpo acessório, 3,5 cm abaixo deste (RUMBAUGH et
al, 2004).
12
Scrotal Tape - Lane Mfg Inc, Denver, Colorado, USA.
32
3.6.2 Temperatura local (t)
A temperatura local foi avaliada nos dois membros anteriores através da utilização de
termômetro infravermelho a laser sob uma distancia padrão de 10 cm (STASHAK, 1994)
13
. O
membro anterior direito, serviu como controle nos momentos de avaliação da temperatura
local para comparação com o membro contralateral em estudo.
3.6.3 Efusão articular (EA)
A efusão articular (0- normal; 1-leve; 2-moderado; 3-severo) foi subjetivamente
avaliada e correlacionada positivamente com a circunferência articular sempre por um único
avaliador (RUMBAUGH et al, 2004).
.
3.6.4 Escala Descritiva (ED) / Dor à flexão máxima / Movimentação da
articulação
A escala descritiva de dor (ED)
14
foi avaliada através da palpação e elevação da
articulação rádio-cárpica. À medida que o animal reagisse ao estímulo realizado eram
anotados os escores, para tanto a ED foi classificada em: 0-sem dor; 1-leve; 2-moderada; 3-
severa, segundo Rumbaugh et al,2004.
13
Termômetro Infravermelho TI-870 (-50ºC a 1000ºC) – LF Equipamentos, São Paulo, SP, Brasil.
14
ED - Representa a sigla em inglês SDS (Single Descriptive Scale).
33
A dor à flexão máxima e a movimentação da articulação foram subjetivamente
avaliadas à medida que se flexionava a ariculação rádio-cárpica ao máximo até a reação de
dor por parte do animal, esta confirmada quando o animal colocava seu peso sobre os
membros posteriores. A dor à flexão máxima e a movimentação da articulação radio-cárpica
foram determinadas de acordo com a reação do animal e foram classificadas, respectivamente
em: presente/ausente e normal/reduzida.
3.6.7 Escala Visual Numérica (EVN)
O grau de claudicação aqui denominado como Escala Visual Numérica (EVN)
15
foi
realizado em superfície plana e dura variando de 0 (claudicação inexistente) à 5 (claudicação
óbvia e sem o apoio do membro), seguindo uma escala já existente (AAEP, 1991). Os animais
foram filmados ao trote, avaliando-se o grau de claudicação durante os momentos em estudo.
As imagens foram arquivadas para posterior avaliação e confirmação dos escores
determinados previamente no momento do exame.
3.7 Análise Estatística
A análise do líquido sinovial, bem como, do exame clínico foram realizados sem
conhecimento a que grupo de tratamento os animais pertenciam, ou seja, o estudo foi
considerado simples cego.
15
EVA - Representa a sigla em inglês NRS (Numerical Rating Scale).
34
Os dados são dispostos como média ± erro padrão da média (EPM) e foram analisados
utilizando-se análise de variância (ANOVA) com medidas repetidas no tempo, em um
delineamento completamente casualizado, com seis repetições. As comparações de médias
foram efetuadas com teste de Tukey adotando-se um nível de significância de 5%.
35
4 – RESULTADOS
O apetite e o consumo de água não foram afetados pela sinovite induzida através da
administração intra-articular de LPS na dosagem utilizada.
4.1. Sinais Clínicos e hematológicos
A coloração das membranas mucosas, tempo de preenchimento capilar, motilidade
intestinal mantiveram-se clinicamente dentro da normalidade durante o período de avaliação,
porém a temperatura geral diferiu estatística, porém não clinicamente em todos os momentos
em relação ao basal (-360) e no M210 no G-ROPI (38,2°C) quando comparado aos demais
grupos (Fig.2).
Os valores de eritrócitos e leucócitos sangüíneos, hematócrito, hemoglobina,
fibrinogênio e proteínas plasmáticas totais não diferenciaram estatisticamente entre os tempos
e nem entre os grupos em nenhum dos tempos (Tab. 2).
A freqüência cardíaca (FC) (Fig. 3) e respiratória (FR) diferiram estatística (exceto no
M1080 para FC e no M720 e M1080 para FR), porém não clinicamente (valores dentro da
normalidade para a espécie eqüina) em todos os momentos em relação ao basal. Houve uma
diferença estatística, porém não clínica na FC entre o grupo G-ROPI quando comparados à G-
SAL e à G-RM em M0. Não houve diferença estatística nos valores da FR entre os grupos em
nenhum dos momentos (Fig. 4).
36
Figura 2 - Variação média da temperatura corpórea (°C) em eqüinos submetidos à sinovite
experimentalmente induzida por LPS e tratados com solução salina (G-SAL),
ropivacaína (G-ROPI), ou morfina (G-MORF), ou a combinação de ambas as
drogas (G-RM). * Significativamente diferente dos demais grupos (Tukey’s test
[p
0,05]).
Figura 3 Variação média da freqüência cardíaca (bpm) em eqüinos submetidos à sinovite
experimentalmente induzida por LPS e tratados com solução salina (G-SAL),
ropivacaína (G-ROPI), ou morfina (G-MORF), ou a combinação de ambas as
drogas (G-RM). *Significativamente diferente dos demais grupos; # Todos os
grupos são significativamente de M0 (Tukey’s test [p
≤0,05]).
Freqüência Cardíaca
0
10
20
30
40
50
//
-360
0 30 90 150 210 360 720 1080 1440
tempo (min)
bpm
ropi
salina
morfina
R+M
*
#
#
#
#
#
#
#
Temperatura corpórea
36,6
36,9
37,2
37,5
37,8
38,1
38,4
- //
-360
0
30
90
150
210
360
720
1080 1440
tempo (min.)
°C
ropi
salina
morfina
R+M
*
37
Tabela 2 - Média ± erro padrão da média das células sangüíneas: eritrócitos (x10
6
céls/μl), leucócitos
(x10³ céls/
μl), neutrófilos segmentados (x10³ céls/μl), linfócitos (x10³ céls/μl) de cavalos
submetidos à sinovite experimental induzida através da aplicação intra-carpal esquerda
de LPS E. coli (0,5 ng/articulação) + solução salina constituindo o grupo (SAL);
LPS+ropivacaína (grupo ROPI); LPS + morfina (grupo MORF) e LPS + ropivacaina
associado à morfina (grupo ROPI+MORF).
Células sanguíneas Grupo Tempo (minutos)
-360 0** 1440
Eritrócitos SAL 7,35±0,32 7,72±0,4 7,74±0,57
(x10
6
céls/μl)
ROPI 7,30±0,61 7,47±0,51 7,17±0,38
MORF 7,66±0,43 7,8±0,38 7,39±0,25
ROPI+MORF 7,20±0,47 7,16±0,32 6,90±0,36
Leucócitos
(x10³ céls/
μl)
SAL 12,00±1,58 13,83±1,05 13,93±1,47
ROPI 10,73±0,92 13,23±1,00 12,1±0,65
MORF 11,53±1,14 12,76±1,11 11,68±1,06
ROPI+MORF 9,65±0,53 9,65±0,7 9,98±0,38
Neutrófilos SAL 6,82±1,06 7,61±0,77 7,74±0,84
(x10³ céls/μl) ROPI 5,98±0,59 6,05±1,06 6,80±0,68
MORF 6,26±0,84 7,78±0,91 7,25±0,81
ROPI+MORF 5,88±0,72 6,03±0,81 6,22±0,5
Linfócitos SAL 3,94±0,68 3,305±0,69 3,67±0,93
(x10³ céls/μl) ROPI 3,67±0,55 3,31±0,66 3,91±0,76
MORF 4,49±0,62 3,92±0,27 3,81±0,38
ROPI+MORF 2,93±0,47 2,81±0,65 3,15±0,63
Momento da indução da sinovite; **Momento no qual instituiu-se os tratamentos descritos.
A circunferência articular (CA) (Fig.5) e a efusão articular (EA) (Tab.3) alteraram
significativamente em relação ao basal em todos os momentos, porém não houve diferença
estatística entre os grupos. Os sinais de efusão começaram a desaparecer e foram
completamente resolvidos após 48h da indução da sinovite.
38
Figura 4 – Variação média da freqüência respiratória (mrm) em eqüinos submetidos a sinovite
experimentalmente induzida por LPS e tratados com solução salina (G-SAL),
ropivacaína (G-ROPI), ou morfina (G-MORF), ou a combinação de ambas as
drogas (G-RM). # Todos os grupos são significativamente de M0 (Tukey’s test
[p≤0,05]).
Figura 5 Variação média da circunferência articular (cm) em eqüinos submetidos a sinovite
experimentalmente induzida por LPS e tratados com solução salina (G-SAL),
ropivacaína (G-ROPI), ou morfina (G-MORF), ou a combinação de ambas as
drogas (G-RM). # Todos os grupos são significativamente diferente de M0
(Tukey’s test [p≤0,05]).
Freqüência Respiratória
0
5
10
15
20
25
30
//
-360
0 30 90 150 210 360 720 1080 1440
tempo (min.)
mrm
ropi
salina
morfina
R+M
#
#
#
#
#
#
#
Cincun
ferência articular
24,5
25
25,5
26
26,5
27
27,5
28
28,5
29
//
-
360
0 30 90
150
210
360
720 1080 1440
tempo (min.)
cm
ropi
salina
morfina
R+M
#
#
#
#
#
#
#
#
#
39
A escala visual numérica de dor (EVN
16
), avaliada através do grau de claudicação
variou de 0 a 3 (claudicação apenas avaliada ao trote) em todos os momentos,
independentemente do grupo a que pertenciam (Fig. 6).
Escala Visual Numérica
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
M
0
M
30
M
90
M1
5
0
M2
1
0
M3
6
0
M7
2
0
M1
0
8
0
M
1
4
4
0
Tempo (minutos)
EVN
G-SAL
G-ROPI
G-MORF
G-RM
Figura 6 – Variação média da escala visual numérica (EVN) de eqüinos submetidos à sinovite
experimental induzida através da aplicação intra-carpal esquerda de LPS E. coli (0,5
ng/articulação) + solução salina constituindo o grupo (SAL); ropivacaína (grupo ROPI);
morfina (grupo MORF) e ropivacaína associado à morfina (grupo RM).
16
Sigla em inglês: NRS - Numerical Rating Scale - AAEP
Tabela 3 - Média ± erro padrão da média do grau de efusão de eqüinos submetidos à sinovite
experimental induzida através da aplicação intra-carpal esquerda de LPS E. coli (0,5
ng/articulação) + solução salina constituindo o grupo (SAL); LPS+ ropivacaína (grupo
ROPI); LPS + morfina (grupo MORF) e LPS + ropivacaina associado à morfina (grupo
ROPI+MORF).
0h
30’ 90’ 150’ 210’ 360’ 720’ 1080’ 1440’
G-Sal
1,16±0,16 1,66±0,20# 1,83±0,00# 2,00±0,00# 2,00±0,00# 2,00±0,00# 2,00±0,00# 2,16±0,16# 2,00±0,00#
G-Ropi
1,66±0,22 1,83±0,25# 2,00±0,16# 2,16±0,16# 2,16±0,16# 2,16±0,16# 2,16±0,16# 2,33±0,20# 2,33±0,20#
G-Morf
1,33±0,18 1,83±0,18# 1,83±0,18# 2,00±0,00# 2,00±0,00# 2,00±0,00# 2,16±0,00# 2,16±0,00# 2,16±0,00#
G-R+M
1,66±0,33 1,66±0,20# 1,66±0,20# 2,00±0,25# 2,00±0,16# 2,16±0,16# 2,16±0,16# 2,16±0,16# 2,33±0,20#
Valores Médios ± EPM; GE (0-normal 1-leve 2- moderado 3-severo); # Significativamente diferente de M0.;
6 h após aplicação do LPS.
40
As variáveis EVN e ED foram analisadas e comparadas ao M0 e entre os grupos. No
G-RM todas as avaliações diferiram significativamente de M0, no G-MORF apenas em M30
não houve diferença estatística significativa em ralação a M0. No G-ROPI não diferiram do
M0 os momentos M720, M1080 e M1440. No G-SAL os escores de claudicação não
deferiram do M0. Quando comparado entre os grupos, o escore de claudicação mostrou
diferenças estatísticas importantes. Houve diferença entre G-ROPI e G-RM quando
comparados aos grupos G-SAL e G-MORF em M30. Nos quatro momentos subseqüentes
(M90, M150, M210 e M360) houve diminuição significativa do EVN entre G-ROPI, G-RM,
G-MORF quando comparados ao G-SAL; e a partir de M720 G-MORF e G-RM diferiram
significativamente dos demais grupos.
Os valores referentes à dor a palpação (variarando de 0-s/dor a 3-dor severa) ou escala
descritiva de dor (ED
17
) nos grupos G-RM e G-MORF diferiram significativamente em todos
os momentos em relação ao M0 (Tab.4).
Tabela 4 Média ± erro padrão da média da escala descritiva de dor (ED) de eqüinos submetidos à
sinovite experimental induzida através da aplicação intra-carpal esquerda de LPS E. coli
(0,5 ng/articulação) + solução salina constituindo o grupo (SAL); LPS+ ropivacaína (grupo
ROPI); LPS + morfina (grupo MORF) e LPS + ropivacaina associado à morfina (grupo
ROPI+MORF).
Grupo 0h
30’ 90’ 150’ 210’ 360’ 720’ 1080’ 1440’
G-Sal 1,50±0,22 1,83±0,18 2,00±0 2,16±0,18 2,16±0,18 2,16±0,18 2,33±0,22# 2,00±0,33 2,00±0,33
G-Ropi 1,83±0,16 0,00±0*# 0,00±0*# 0,16±0*# 0,50±0,33*# 1,16±0,3# 1,83±0,16 1,83±0,16 1,83±0,16
G-Morf 1,66±0,2 1,00±0,36# 0,66±0,2# 0,33±0,2*# 0,16±0,16*# 0,00±0*# 0,00±0*# 0,00±0*# 0,00±0*#
G-R+M 1,66±0,33
0,00±0*#
0,00±0*#
0,00±0*# 0,50±0,31*# 0,50±0,31*# 0,83±0,3*# 0,83±0,3*# 0,86±0,4*#
Valores Médios ± EPM; ED (0-s/dor 1-leve 2- moderada 3-severa) ; * Significativamente diferente dos outros
grupos; # Significativamente diferente de M0;
6 h após aplicação do LPS.
17
Sigla em inglês: SDS - Single Descriptive Scale – AAEP/IVAPM
41
No G-ROPI não houve diminuição significativa do escore em ralação a M0 nos
momentos M720, M1080 e M1440. No G-SAL o escore em M720 aumentou
significativamente em relação a M0.
Quando comparados em M30 e M90, G-RM e G-ROPI diferiram estatisticamente dos
demais grupos. Em M150 e M210 os grupos G-ROPI, G-MORF, G-RM obtiveram uma
diminuição significativa do escore em relação ao grupo placebo.
Nos momentos M360, M720, M1080 e M1440, os grupos G-MORF e G-RM
mostraram diferença estatística significativa quando comparados ao grupo G-SAL e G-ROPI.
A temperatura local aumentou significativamente 6 horas após a aplicação do LPS e se
manteve alta em GSAL e GROPI até o final das avaliações (Tab. 5). Houve diminuição
significativa da temperatura local entre os grupos GMORF e GRM em relação aos demais 18
horas após a administração dos tratamentos.
Tabela 5 - Média ± erro padrão da média da temperatura local (°C) de eqüinos submetidos à
sinovite experimental induzida através da aplicação intra-carpal esquerda de LPS E.
coli (0,5 ng/articulação) + solução salina (grupo SAL); LPS+ ropivacaína (grupo ROPI);
LPS + morfina (grupo MORF) e LPS + ropivacaina associado à morfina (grupo
ROPI+MORF).
Membro
Grupo
Tempo(minutos)
Basal
(07:00)
0
(13:00)
780
(01:00)
1080
(07:00)
CD SAL 22,91±1,51 26,33±2,44 25,83±1,99 23,5±2,42
CE 23,16±1,43 34,08±0,45 34,7±0,76 33,58±0,72
0,25 7,75# 8,87# 10,08#
CD ROPI 22,25±1,50 25,00±2,15 23,33±1,76 23,91±2,29
CE 23,00±1,41 32,91±1,05 34,00±0,68 34,08±0,49
0,75 7,91# 10,67# 10,17#
CD MORF 22,25±1,33 26,44±2,18 26,66±2,38 25,16±1,96
CE 22,91±1,48 33,83±0,82 33,58±0,55 31,41±0,93
0,66 7,39# 6,92#* 6,25#*
CD ROPI+MORF 22,91±1,89 25,66±2,68 25,76±2,24 25,83±2,01
CE 23,00±1,66 32,91±1,23 32,75±0,23 32,08±0,45
0,09 7,25# 6,99#* 6,25#*
# Significativamente diferente do Basal
* Significativamente diferente dos outros grupos
Momento da administração dos tratamentos ou 6h após a injeção do LPS
CD = carpo direito (controle) CE = carpo esquerdo
42
Em G-SAL todos os animais demonstraram dor à flexão máxima (DFM) da
articulação antebraquio-cárpica 6h após a aplicação do LPS. Em G-ROPI um animal (16%)
demonstrou DFM 210 minutos após o tratamento (M0); 3 animais (50%) sentiram dor em
M360, e 83% dos animais sentiram dor nos momentos finais (M720; M1080 e M1440). No
G-MORF nenhum animal apresentou DFM nos momentos após a administração da droga
teste, ao passo que em G-RM apenas um animal apresentou DFM a partir do M210; e um
animal apresentou DFM apenas em M1440.
Todos os animais continuaram a apoiar o peso no membro acometido no chão durante
as 24 horas de avaliação, recebendo escore zero antes da realização da artrocentese e este
valor retornou a nulidade após 48h da indução da sinovite.
4.2.Líquido sinovial
O líquido sinovial apresentou padrão inflamatório que persistiu durante todo o período
de observação. A sua turbidez e coloração mudaram ao longo do estudo, independentemente
dos tratamentos. A turbidez variou de um líquido límpido e translúcido a um líquido
intensamente turvo. A coloração variou de amarelo claro a uma coloração vermelha e/ou
acastanhada.
Houve um aumento significativo nos valores da densidade (Tab.7) e das proteínas
(Fig.7) totais nos momentos de coleta em todos os grupos, quando comparados a M0. Não
houve diferença entre os tratamentos em nenhum dos tempos estudados.
43
Figura 7 Variação média da proteína total (g/dl) em eqüinos submetidos à sinovite
experimentalmente induzida por LPS e tratados com solução salina (G-SAL),
ropivacaína (G-ROPI), ou morfina (G-MORF), ou a combinação de ambas as
drogas (G-RM).
# Todos os grupos são significativamente diferente de M0
(Tukey’s test [p≤0,05]).
A qualidade de precipitação da mucina diminuiu significativamente nos momentos de
avaliação do liquido sinovial em relação a M0 e variaram de coágulo bom a coágulo péssimo
(Tab.7). Não houve diferença significativa entre os grupos.
Proteína (LS)
0
1
2
3
4
5
6
//
-360
0
1440
tempo (minutos)
g/dl
ropi
salina
morfina
R+M
#
#
44
Tabela 6 -Média ± erro padrão do teste de qualidade de precipitação da mucina (TQPM) de eqüinos
submetidos à sinovite experimental induzida através da aplicação intra-carpal esquerda de
LPS E. coli (0,5 ng/articulação) + solução salina (grupo SAL); LPS+ ropivacaína (grupo
ROPI); LPS + morfina (grupo MORF) e LPS + ropivacaina associado à morfina (grupo
ROPI+MORF).
Grupo Tempo (horas)
-360 0** 1440
TQPM SAL 4,00±0,0 2,66±0,33* 2,00±0,2*
ROPI 4,00±0,0 3,16±0,3* 3,00±0,51*
MORF 4,00±0,0 2,5±0,22* 2,33±0,49*
ROPI+MORF 4,00±0,0 2,33±0,2* 2,33±0,42*
* Significativamente diferente de M0; Momento da indução da sinovite; **Momento no qual instituiu-se os
tratamentos descritos; Tukey test (p<0,05).
TQPM - Em ordem crescente de qualidade, onde: 4-Bom; 3-Regular; 2- Ruim;
1- Péssimo
O pH do líquido sinovial diminuiu significativamente em todos os momentos quando
comparado a M0, e houve diferença estatística significativa entre G-ROPI e os demais grupos
em M6 (Tab. 7).
Tabela 7 – Dados de avaliação da densidade e do pH do lí
quido sinovial seguidas da administração
do LPS nos diferentes grupos.
Dose LPS Grupo Tempo Densidade pH
(ng/artic.) (minutos)
-360
0
1440
1,014± 0,001
1,032 ± 0,002 *
1,036 ± 0,001*
8,00 ±0,00
7,66 ± 0,10*
7,58 ± 0,15*
-360
0
1440
1,015±0,001
1,035 ± 0,002*
1,037 ± 0,001*
8,00±0,00
7,08 ± 0,08*#
7,41 ± 0,08*
-360
0
1440
1,016±0,002
1,034 ± 0,002*
1,037 ± 0,001*
7,91±0,08
7,50 ± 0,18*
7,66 ± 0,16*
0,5
Salina
Ropivacaína
Morfina
Ropi+Morf
-360
0
1440
1,013±0,0008
1,029 ± 0,003*
1,036 ± 0,001*
8,08±0,08
7,66 ± 0,16*
7,66 ± 0,10*
LPS = lipopolissacarídeo E.coli; CNT = Células nucleadas totais; pH = potencial de hidrogênio.
#Significativamente diferente dos demais grupos. * Significativamente diferente de M0.
45
Um aumento significativo ocorreu nas células nucleadas totais do líquido sinovial 6h
após a administração intra-articular do LPS em ralação a M0 (Tab. 8). Houve diferença em
M1440 entre os grupos G-ROPI, GMORF e GRM em relação à GSAL. As células nucleadas
em sua maioria eram compostas por neutrófilos e células mononucleares.
Tabela 8 - Média ± erro padrão da média de eritrócitos(x10
6
céluas/μl) células nucleadas totais(x10³
céls/
μl) (CNT), neutrófilos (x10³ céls/μl) e mononucleares (céls/μl) existentes no líquido
sinovial de cavalos submetidos à sinovite experimental induzida através da aplicação
intra-carpal esquerda de LPS E. coli (0,5 ng/articulação) + solução salina (grupo SAL);
LPS+ropivacaína (grupo ROPI); LPS + morfina (grupo MORF) e LPS + ropivacaina
associado à morfina (grupo ROPI+MORF).
Células Grupo Tempo (minutos)
-360
0** 1440
Eritrócitos
SAL 0,29±0,24 72±31,65* 764±253,27*#
(x10
6
céls/μl)
ROPI 0,137±0,07 103±44,52* 277±134,37*
MORF 0,036±0,005 126±53,14* 144±72,79*
ROPI+MORF 0,23±0,09 410±224,78*# 381±111,39*
CNT
SAL 0,13±0,03 129,54±11,59* 109,04±25,45*#
(x10³ céls/μl) ROPI 0,19±0,11 128,16±22,36* 91,60±21,43*
MORF 0,11±0,03 110,50±22,53* 64,85±25,22*
ROPI+MORF 0,07±0,008 130,45±33,85* 57,14±15,82*
Mononucleares SAL 108,77±24,41 7947±24,4* 5963±21,1*
(céls/μl) ROPI 98,65±23,73 5445±21,33* 7099±33,34*
MORF 109,27±35,72 4966±24,45* 7287±23,44*
ROPI+MORF 67,14±10,9 7494±23,33* 5919±21,22*
Neutrófilos SAL 0,023±0,01 121,59±9,75* 103,07±23,7*#
(x10³ céls/μl) ROPI 0,083±0,05 122,71±21,11* 84,50±21,6*
MORF 0,003±0,004 105,53±21,03* 57,56±23,57*
ROPI+MORF 0,007±0,003 122,32±32,48* 51,22±13,77*
# Significativamente diferente dos outros grupos. * Significativamente diferente de T0; Momento da indução
da sinovite; **Momento no qual instituiu-se os tratamentos descritos; Tukey test (p<0,05).
Os neutrófilos e as células mononucleares aumentaram significativamente após a
indução, nos tempos M0 e M1440, diferenciando-se estatisticamente dos valores basais.
Houve diferença estatística nos valores de neutrófilos no M1440 entre os grupos GROPI,
GMORF, GRM em relação à GSAL.
Houve aumento significativo de eritrócitos no líquido sinovial nos momentos de
análise em todos os grupos, e as médias diferiram estatisticamente do basal (M0).
46
5 – DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
Os sinais clínicos de sinovite observados neste estudo reproduziram àqueles descritos
por Palmer e Bertone (1994a), que ao utilizarem o mesmo modelo de indução de sinovite,
obtiveram sinais clínicos semelhantes à sinovite aguda ocorrida naturalmente. Este é o
principal motivo pelo qual este modelo foi utilizado, possibilitando-se avaliar desta forma os
efeitos de fármacos analgésicos como o cloridrato de ropivacaína e o sulfato de morfina no
controle da dor advinda da inflamação experimentalmente induzida.
Modelos que simulem doenças articulares em eqüinos são necessários para se
responderem a questões com relação à patofisiologia da dor articular. O uso intra-articular do
LPS dentro da articulação cárpica em pôneis e cavalos foi relatado anteriormente usando
dosagens iguais (PALMER & BERTONE, 1994a; TODHUNTER et al, 1998) ou muito
maiores do que as utilizadas neste estudo (FIRTH et al, 1987; HAWKINS et al, 1993;
EASTER et al, 2000).
Os achados deste presente estudo estão de acordo com Palmer e Bertone (1994a), onde
se descreveu que doses de até 0,5 ng/articulação de LPS injetados dentro da articulação
antebráquio-cárpica foram capazes de induzir sinovite clinicamente similar a sinovite aguda,
com aumento da contagem total de células nucleadas e da proteína no líquido sinovial, e
principalmente pela presença de dor com o apoio do membro afetado no chão. Por haverem
47
similaridades entre os dois estudos, a administração de LPS de E.coli permite o estudo de
possíveis agentes terapêuticos no controle da dor advinda de patologias articulares.
Vários foram os achados deste estudo: a sinovite induzida não mostrou evidencias de
endotoxemia corroborando com Palmer e Bertone (1994ab) que utilizaram doses equivalentes.
Entretanto a análise mostra aumento significativo das células nucleadas totais do líquido
sinovial em todos os grupos 6 horas após a aplicação do LPS, porém esse aumento manteve-
se significativo apenas no grupo controle (placebo). Nos demais grupos houve diminuição
significativa das células inflamatórias ao final das análises.
Os animais apresentaram aumento da freqüência cardíaca e respiratória quando
comparados aos valores basais, porém encontrava-se dentro dos valores normais para espécie
eqüina obedecendo-se seu ciclo circadiano que variou de acordo com a alteração (25 a 30°C)
da temperatura ambiente.
A ausência de aumento da temperatura corpórea apesar do aumento da temperatura local
e da contagem de células nucleadas totais do liquido sinovial (130,45x10³/mm³- GRM) foram
similares às observadas por Palmer e Bertone (1994a) (122x10
9
/l) e por Campebell et al
(2004) (118,5x10³/mm³). Isto demonstra que a dose utilizada neste estudo foi efetiva para
induzir resposta inflamatória local leve a moderada sem, no entanto causar efeitos adversos
observáveis nos exames laboratoriais.
As alterações bioquímicas e celulares do líquido sinovial foram observadas em todos os
grupos, e provavelmente estejam relacionadas à seguidas artrocenteses, apesar de Coppo et al.
(1988) mostrar que a repetição da colheita sinovial não altera a celularidade do líquido
sinovial, Hussni et al (1996) descrevem uma alteração significativa na bioquímica e
celularidade do liquido sinovial devido a seguidas artrocenteses.
48
As alterações encontradas na coloração, turbidez e densidade do líquido sinovial
provavelmente ocorreram pela reação inflamatória ocorrida como descrito por Tulamo et al
(1996).
O uso do membro contralateral como controle na avaliação da temperatura local, como
descrito por Hawkins et al. (1993) mostra que houve uma progressão e, por conseguinte um
aumento significativo da temperatura ao longo do tempo.
A dose de LPS utilizada neste presente estudo causou claudicação leve à moderada (2-
3), 6h após a indução da inflamação (M0). Em média houve uma variação de 2,33 a 3 no G-
SAL, de 0 a 1,83 no G-ROPI, de 0 a 2 no G-MORF e de 0 a 0,5 no G-RM durante todo o
período de avaliação. Todos os animais continuaram a apoiar o membro anterior esquerdo no
chão, diferentemente do que Firth et al (1987) descreveu quando utilizaram dosagens bem
superiores as descritas neste estudo. A diminuição significativa na média dos escores em
GROPI até M360 foi considerado levando-se em conta a análise estatística empregada, porém
clinicamente esta diminuição foi significativa apenas até M150 onde o EVN não ultrapassou a
escala 1. Não houve diminuição na média dos escores em M30 em GMORF pois o período
de latência da droga por esta via é de até uma hora segundo Keates et al (1999).
O aumento da circunferência articular foi similar (até 1,7 cm em relação ao basal) aos
valores descritos por Palmer e Bertone (1994a) (até 1,5 cm de diferença em relação ao basal)
e por Campebell et al (2004) (até 1,7 cm de diferença em relação ao basal) usando doses de
0,5 e 1,5 ng/articulação, respectivamente.
O aumento da contagem de eritrócitos que ocorreu no líquido sinovial em todos os
grupos demonstra as alterações causadas pelas seguidas punções articulares, onde a
hemorragia intra-sinovial é facilmente produzida por traumas causados à membrana sinovial
inflamada (TODHUNTER & LUST, 1990). Este aumento significativo dos eritrócitos no
líquido sinovial em todos os grupos (mais pronunciado em GSAL em M1440) ao longo do
49
tempo de estudo, sugere que o efeito local do LPS fez aumentar a permeabilidade vascular
(efusão articular) da membrana sinovial observados aqui neste estudo 6h após a administração
do LPS como descritos por Firth et al (1987).
O aumento da permeabilidade vascular fez com que houvesse aumento da circunferência
articular devido à extensa efusão. Este aumento da circunferência se deve a resposta
inflamatória mediada localmente por neutrófilos e que pode ser confirmada neste estudo pelo
aumento significativo dos neutrófilos no líquido sinovial em todos os grupos. Estes resultados
são similares aos encontrados por Hawkins et al (1993); resultados estes caracterizados por
aumento na contagem de neutrófilos no líquido articular, típico de uma resposta inflamatória
aguda.
O aumento encontrado nos valores de proteínas totais do líquido sinovial (5,30 g/dl no
G-ROPI em M30) foram observados 30h após (M1440) a administração da endotoxina.
Dados semelhantes foram descritos por Palmer e Bertone (1994a) em que os valores de
proteínas totais no líquido sinovial chegaram a 5,93g/dl 12h após a administração do LPS.
A dosagem de LPS utilizada neste estudo não provocou mudanças clínicas significativas
nos sinais vitais e não foi suficiente para causar mudanças na linhagem vermelha e branca do
sangue periférico, nem nos parâmetros hematológicos, corroborando com o estudo realizado
por Palmer e Bertone (1994a) que utilizaram doses de até 0,5ng de LPS dentro da articulação
cárpica.
Os achados aqui estudados indicam que a administração intra-articular de cloridrato de
ropicavaína promoveu um alívio rápido (30 minutos) da dor gerada pela sinovite aguda,
enquanto a administração de sulfato de morfina, apesar de um inicio de ação mais lento
(período de latência de 30’ a 60’) que a ropivacaina, possuiu um prolongamento dos efeitos
analgésicos por até 24h. Entretanto a combinação do anestésico local ropivacaína com a
morfina significativamente promoveu uma melhor analgesia, pois promoveu uma analgesia
50
durante todo o período de avaliação da sinovite. Em trabalhos em humanos, Franceschi et al
(2001) relatam que a ropivacaina quando administrada pela via intra-articular após
artroscopias da articulação fêmoro-tibio-patelar, mostrou um inicio de ação mais rápido do
que a morfina, corroborando o presente estudo, porém, quando comparado à morfina a mesma
duração de analgesia, provocando uma analgesia que abrangeu todo o período pós-operatório.
Talvez isso se deva ao fato da articulação em estudo não estivesse passando por um processo
inflamatório agudo. Sabe-se que os anestésicos locais perdem sua capacidade de ação em
tecidos onde o pH difere do fisiológico (KEATES et al, 1999). Resultados semelhantes foram
descritos por Rasmussen et al (2004), quando cita que houve diminuição significativa da dor
articular em pessoas encaminhadas a cirurgias artroscópicas e tratados com ropivacaina e
morfina continuamente.
A presença de receptores opióides em tecidos periféricos tem sido um tema controverso
tanto em relatos de ciências básicas como em relatos de literatura, entretanto sabe-se que
um envolvimento direto de receptores μ na analgesia periférica (LEVINE & TAIWO, 1989).
Os achados mais recentes apontam a evidencia imunocitoquímica de que os receptores
opióides periféricos não só estão presentes anatomicamente (STEIN et al, 1991), mas também
são ativados em tecidos inflamados (STEIN et al, 1996; KEATES et al, 1999;
ANTONIJEVIC et al, 1995) e que medeiam os estímulos nociceptivos da inflamação
(PARSONS et al, 1990).
No presente estudo, a ropivacaina e a morfina foram administrados seis horas após a
injeção do LPS, mostrando que houve uma inibição da atividade antiinflamatória (CNT e
neutrófilos), detectada 24h após a administração dos tratamentos em GMORF e GRM.
Através de experimentos piloto aguardou-se o período de tempo 6 horas para a aplicação
dos tratamentos, pois esse tempo fora suficiente para criar uma inflamação associada a dor
articular.
51
Os resultados expostos podem demonstrar que a ropivacaina (MARTINSSON et al,
1997) e a morfina (KEATES et al, 1999) administradas pela via intra-articular, nas dosagens
aqui relatadas, produziram diminuição da atividade inflamatória. Nenhum dos pacientes
desenvolveu reações sistêmicas de intoxicação ou efeitos colaterais devido à administração
das drogas aqui estudadas, informação esta que corrobora com Doss et al (2001). A
administração intra-articular de 0,5 ng de LPS neste modelo experimental de inflamação
articular criou uma transitória inflamação com aumento das células nucleadas totais no
liquido sinovial, bem como na concentração da proteína total associados com alterações
físicas e bioquímicas, e efeitos clínicos suficientes para se testar os fármacos aqui testados. A
aplicação clínica de cloridrato de ropivacaína 1%, um novo anestésico local, promoveu
analgesia rapidamente com efeitos que perduraram em média até 150 minutos em tecidos
inflamados. A morfina apesar de um início de ação mais lento mostrou um prolongamento
dos efeitos analgésicos quando comparado a ropivacaína. Quando em combinação com a
ropivacaína promoveu uma analgesia intra-articular com rápido inicio de ação e analgesia de
até 24h em cavalos submetidos à sinovite experimental.
Apesar do seu custo ser mais elevado que o da morfina, a ropivacaína mostrou ser um
anestésico seguro, com rápido início de ação, porém com curto efeito analgésico em tecidos
inflamados. A administração concomitante da ropivacaína e da morfina pela via intra-
articular é uma opção complementar de tratamento analgésico, e representam uma opção
viável no alívio da dor proveniente das sinovites agudas. A ausência de efeitos colaterais por
esta via sugere que os opióides, como a morfina, podem ser uma nova e promissora classe de
agentes aplicados pela via intra-articular em doenças articulares e que podem nos levar ao
desenvolvimento de uma nova geração de drogas analgésicas e com possivelmente grande
potencial antiinflamatório. Porém, são necessários mais estudos clínicos destas duas classes
de drogas pela via intra-articular na espécie eqüina, verificando a ação da ropivacaína e da
52
morfina em tecidos não inflamados; e em particular a administração continua de morfina pela
via i.a necessita ser mais bem investigada em casos de processos dolorosos articulares
crônicos.
53
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