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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA
MESTRADO PROFISSIONAL EM FARMACOLOGIA CLÍNICA
RÉGIS SANTANA DE FIGUEIRÊDO
COMPARAÇÃO DA EFICÁCIA MIDRIÁTICA E DOS EFEITOS
CARDIOVASCULARES DE FENILEFRINA A 2,5% E A 10% EM PACIENTES
DIABÉTICOS SUBMETIDOS A ANGIOGRAFIA FLUORESCEÍNICA
FORTALEZA
2007
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE MEDICINA
DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA E FARMACOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FARMACOLOGIA
MESTRADO PROFISSIONAL EM FARMACOLOGIA CLÍNICA
RÉGIS SANTANA DE FIGUEIRÊDO
COMPARAÇÃO DA EFICÁCIA MIDRIÁTICA E DOS EFEITOS
CARDIOVASCULARES DE FENILEFRINA A 2,5% E A 10% EM PACIENTES
DIABÉTICOS SUBMETIDOS A ANGIOGRAFIA FLUORESCEÍNICA
Dissertação submetida à Coordenação do
Programa de Pós-Graduação em
Farmacologia do Departamento de
Fisiologia e Farmacologia da Universidade
Federal do Ceará como requisito parcial
para a obtenção do grau de Mestre em
Farmacologia Clínica.
Orientador: Prof. Dr. Manoel Odorico de
Moraes Filho
Co-orientador: Dr. Francisco Vagnaldo
Fechine Jamacaru
FORTALEZA
2007
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RÉGIS SANTANA DE FIGUEIRÊDO
COMPARAÇÃO DA EFICÁCIA MIDRIÁTICA E DOS EFEITOS
CARDIOVASCULARES DE FENILEFRINA A 2,5% E A 10% EM PACIENTES
DIABÉTICOS SUBMETIDOS A ANGIOGRAFIA FLUORESCEÍNICA
Dissertação submetida à Coordenação do
Programa de Pós-Graduação em Farmacologia do
Departamento de Fisiologia e Farmacologia da
Universidade Federal do Ceará como requisito
parcial para a obtenção do grau de Mestre em
Farmacologia Clínica.
Aprovada em 16 de julho de 2007.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Manoel Odorico de Moraes Filho (Orientador)
Universidade Federal do Ceará - UFC
Dr. Francisco Vagnaldo Fechine Jamacaru (Co-orientador)
Universidade Federal do Ceará - UFC
Prof. Dr. Acácio Alves Souza Lima Filho
Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP
À minha família, em especial à minha esposa, Lilia,
pela compreensão e pelo inestimável apoio.
Aos meus pais, pelo estímulo contínuo às atividades intelectuais.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Manoel Odorico de Moraes Filho, pela honra de tê-lo como meu
Orientador e pela oportunidade do convívio com um modelo ímpar de organização.
Ao Prof. Dr. Fernando Antônio Frota Bezerra, pela colaboração na preparação do
protocolo de pesquisa que regeu este trabalho;
Ao Dr. Francisco Vagnaldo Fechine Jamacaru, meu Co-orientador, pela execução da
análise estatística dos resultados desta pesquisa;
À coordenadora, Profa. Dra. Maria Elisabete Amaral de Moraes, em nome de quem
agradeço aos demais docentes que colaboraram na condução do curso de Mestrado
em Farmacologia Clínica da UFC;
Aos funcionários da UNIFAC e do Departamento de Fisiologia e Farmacologia da
UFC, pelo suporte essencial.
Ao laboratório Ophthalmos, pela seriedade com que preparou as amostras de colírio
de fenilefrina, com o rigor acadêmico do mascaramento e com todas as
características que o protocolo exigia. Registre-se aqui: sem ônus algum para os
pesquisadores;
Ao Centrocárdio de Juazeiro do Norte – CE, em especial ao Dr. José Olegário Filho,
por generosamente ter cedido as unidades gravadoras de Holter e por ter executado
a leitura e a análise dos referidos dados.
Aos colegas cardiologistas Elaine, Thales e José Landim, pela ajuda na seleção dos
pacientes.
Aos vários colegas clínicos e diabetólogos que encaminharam pacientes.
Ao Hospital Santo Inácio que cedeu as instalações físicas onde o experimento foi
realizado.
Ao Dr. Antônio Botelho Barroso, meu colega de Mestrado e principal incentivador, e
à respectiva família, pelas inúmeras acolhidas e estadias;
Ao Dr. Hildegardo Antônio Landim Santana, meu colega de Mestrado e cunhado, e à
respectiva família, pela fraternal companhia e pelas estadias.
Aos voluntários envolvidos na pesquisa, pela compreensão e pela participação
espontânea.
Aos meus colegas de Mestrado, pelo agradável e enriquecedor convívio.
Aos meus alunos João Francisco Santana Neto e Davi Almeida, pelo valoroso auxílio
na monitoração dos pacientes.
Às minhas auxiliares de enfermagem, Marlene e Francisca, por possibilitarem a
realização dos exames de angiografia fluoresceínica aos domingos.
“Ao se chegar muito perto da árvore,
pode-se perder a noção da floresta”.
Sir William Osler
RESUMO
COMPARAÇÃO DA EFICÁCIA MIDRIÁTICA E DOS EFEITOS
CARDIOVASCULARES DE FENILEFRINA A 2,5% E A 10% EM PACIENTES
DIABÉTICOS SUBMETIDOS A ANGIOGRAFIA FLUORESCEÍNICA. RÉGIS
SANTANA DE FIGUEIRÊDO. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-graduação
em Farmacologia. Universidade Federal do Ceará. Orientador: Prof. Dr. Manoel
Odorico de Moraes Filho. Co-orientador: Dr. Francisco Vagnaldo Fechine Jamacaru.
Um estudo prospectivo, randomizado, duplo-cego, com grupos em paralelo e
controle ativo foi conduzido para comparar os efeitos cardiovasculares da solução
aquosa de fenilefrina a 2,5% versus a 10% em pacientes diabéticos do tipo 2,
submetidos a angiografia fluoresceínica, e também para comparar a eficácia dessas
soluções na dilatação pupilar. Os voluntários foram atendidos no Hospital Santo
Inácio, em Juazeiro do Norte, Ceará, e randomicamente alocados em dois grupos.
Os pacientes no grupo A receberam uma gota de proximetacaína a 0,5%, de
tropicamida a 1% e de fenilefrina a 2,5% em ambos os olhos, enquanto os do grupo
B receberam proximetacaína a 0,5%, tropicamida a 1% e fenilefrina a 10%. A
pressão arterial e a freqüência cardíaca foram mensuradas cinco minutos antes e
em vários instantes após a instilação de fenilefrina no fórnice conjuntival ao longo de
um período de três horas. As alterações no ritmo cardíaco foram gravadas por uma
unidade de Holter em todos os pacientes. A área pupilar foi calculada antes e
sessenta minutos após a instilação de fenilefrina. Dos quarenta e três pacientes
envolvidos, 22 foram alocados no grupo A e 21, no grupo B. Não houve diferença
estatisticamente significante entre os grupos na média da pressão arterial sistólica
após a instilação de fenilefrina. Essa observação também foi válida para todos os
instantes em relação à média da pressão diastólica, menos em um (150 minutos),
onde o grupo da fenilefrina a 10% registrou valor mais alto (P = 0,0460). Um
aumento significativo na média da pressão arterial (sistólica e diastólica - P < 0,001)
foi igualmente verificado no momento da injeção endovenosa de fluoresceína nos
dois grupos. Não se observou diferença estatisticamente significante entre os grupos
na média da freqüência cardíaca. As mudanças no ritmo cardíaco não se
relacionaram com o uso da fenilefrina em qualquer dos grupos. A magnitude da
dilatação pupilar sessenta minutos após o uso da fenilefrina não foi diferente entre
os grupos. Diante destes resultados, pôde-se concluir que, após uma única
instilação, a fenilefrina a 2,5% comparada à fenilefrina a 10% foi igualmente capaz
de induzir e de manter adequada midríase em pacientes diabéticos do tipo 2,
submetidos a angiografia fluoresceínica. O aumento na pressão arterial que seguiu
a injeção de fluoresceína, principal mudança nos parâmetros cardiovasculares
analisados, provavelmente não se relacionou diretamente com qualquer das
concentrações de fenilefrina usadas.
Palavras-chave: Fenilefrina. Fenilefrina – farmacologia. Fenilefrina – efeitos
adversos. Angiofluoresceinografia. Midríase. Diabetes Mellitus.
ABSTRACT
COMPARISON OF MYDRIATIC EFFICACY AND CARDIOVASCULAR EFFECTS
OF 2.5% PHENYLEPHRINE AND 10% PHENYLEPHRINE IN DIABETIC PATIENTS
UNDERGOING FLUORESCEIN ANGIOGRAPHY. RÉGIS SANTANA DE
FIGUEIRÊDO. Dissertation (Master Degree). Pharmacology Post-Graduation
Programme. Federal University of Ceará. Supervisor: Professor Manoel Odorico de
Moraes Filho, MD, PhD. Co-supervisor: Francisco Vagnaldo Fechine Jamacaru, MD,
PhD.
A prospective, randomized, double-blind study with groups in parallel and active
control was conducted to compare the cardiovascular effects of aqueous solution of
phenylephrine 2.5% versus 10% in diabetic type 2 patients undergoing fluorescein
angiography, and also to compare their efficacy on pupillary dilation. The volunteers
at the Santo Inácio Hospital, in Juazeiro do Norte, Ceará were randomized into two
groups. Patients in group A received one drop of 0.5% proxymetacaine, 1%
tropicamide, and 2.5% phenylephrine in both eyes, whereas those in group B
received 0.5% proxymetacaine, 1% tropicamide, and 10% phenylephrine. Blood
pressure and heart rate were measured five minutes before and several times after
phenylephrine eyedrop instillation for a period of three hours. Alterations in cardiac
rhythm were recorded by Holter in all patients. Pupil surface was measured before
and sixty minutes after phenylephrine instillation. Forty three patients were allocated
into 22 patients (group A) and 21 patients (group B). There was no significant
difference in the mean systolic blood pressure after phenylephrine instillation
between the two groups. This observation was also valid for all but one instant where
the mean diastolic blood pressure (150 minutes) was significantly higher in 10%
phenylephrine group (P = 0.0460). A significant raise in mean systolic and diastolic
blood pressure was registered at the moment of intravenous fluorescein injection in
both groups (P < 0.001). No statistically significant difference was detected in the
mean heart rate. Changes in cardiac rhythm could not be attributed to phenylephrine
in either group. The amount of pupillary dilation at sixty minutes did not differ
between the groups. In conclusion, after a single dose instillation, 2.5%
phenylephrine compared to 10% phenylephrine was equally able to induce and keep
adequate pupil dilation in diabetic type 2 patients undergoing fluorescein
angiography. The raise in blood pressure following fluorescein injection was the main
change observed in the cardiovascular parameters analyzed and probably did not
relate to the use of any phenylephrine concentration.
Keywords: Phenylephrine. Phenylephrine – pharmacology. Phenylephrine – adverse
effects. Fluorescein angiography. Mydriasis. Diabetes Mellitus.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 -
Estrutura química do cloridrato de (-)-1-(3-
hidroxifenil)-2-metilaminoetanol ................................ 20
FIGURA 2 -
Anatomia do segmento anterior do olho (NETTER,
1999) ........................................................................ 21
FIGURA 3 -
Histologia da íris (JAGIELLONIAN UNIVERSITY,
2007) ........................................................................ 22
FIGURA 4 -
Frascos envasados com fenilefrina para o estudo
ao lado da preparação comercialmente disponível
no Brasil .................................................................... 31
FIGURA 5 -
Materiais utilizados no estudo .................................. 33
FIGURA 6 -
Retinógrafo Opto ADS 1.5 utilizado no estudo ......... 34
FIGURA 7 -
Evolução temporal da pressão arterial sistólica
mensurada no grupo A ............................................. 38
FIGURA 8 -
Evolução temporal da pressão arterial sistólica
mensurada no grupo B ............................................. 39
FIGURA 9 -
Pressão arterial sistólica (mmHg) mensurada nos
grupos A e B nos diversos tempos ........................... 42
FIGURA 10 -
Variação da pressão arterial sistólica (ΔPAS) .......... 42
FIGURA 11 -
Evolução temporal da pressão arterial diastólica
mensurada no grupo A ............................................. 45
FIGURA 12 -
Evolução temporal da pressão arterial diastólica
mensurada no grupo B ............................................. 46
FIGURA 13 -
Pressão arterial diastólica (mmHg) mensurada nos
grupos A e B nos diversos tempos ........................... 49
FIGURA 14 -
Variação da pressão arterial diastólica (ΔPAD) ....... 49
FIGURA 15 -
Evolução temporal da pressão arterial média
calculada para o grupo A .......................................... 52
FIGURA 16 -
Evolução temporal da pressão arterial média
calculada para o grupo B .......................................... 53
FIGURA 17 -
Pressão arterial média (mmHg) calculada para os
grupos A e B nos diversos tempos ...........................
55
FIGURA 18 -
Variação da pressão arterial média (ΔPAM) ............
55
FIGURA 19 -
Evolução temporal da freqüência cardíaca no grupo
A ............................................................................... 58
FIGURA 20 -
Evolução temporal da freqüência cardíaca no grupo
B ............................................................................... 58
FIGURA 21 -
Freqüência cardíaca (batimentos/min) verificada
nos grupos A e B nos diversos tempos .................... 60
FIGURA 22 -
Variação da freqüência cardíaca (ΔFC) ................... 60
FIGURA 23 -
Média ± desvio padrão do número de batimentos
cardíacos nos grupos A e B, de acordo com o
Holter ........................................................................ 62
FIGURA 24 -
Freqüência cardíaca máxima verificada nos grupos
A e B, de acordo com o Holter ................................. 62
FIGURA 25 -
Freqüência cardíaca mínima verificada nos grupos
A e B, de acordo com o Holter ................................. 63
FIGURA 26 -
Freqüência cardíaca média verificada nos grupos A
e B, de acordo com o Holter ..................................... 63
FIGURA 27 -
Ocorrência de atividade ectópica ventricular no
Holter ........................................................................ 64
FIGURA 28 -
Ocorrência de atividade ectópica supraventricular
no Holter ................................................................... 65
FIGURA 29 -
Ocorrência de alterações do segmento ST no
Holter ........................................................................ 66
FIGURA 30 -
Ocorrências de pausas no Holter ............................. 67
FIGURA 31 -
Área pupilar, em mm
2
, medida antes e após a
instilação dos midriáticos .......................................... 68
FIGURA 32 -
Variação na área pupilar, em mm
2
, antes e após a
instilação dos midriáticos (T
60
) ................................. 69
FIGURA 33 -
Relação entre a pigmentação da íris e a variação
na área pupilar nos grupos A e B ............................. 70
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 -
Midríase e cicloplegia induzidas por fenilefrina (PDR,
2000) .............................................................................. 22
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 -
Características da amostra ............................................ 36
TABELA 2 -
Valores mínimo e máximo, média e desvio padrão (DP)
da PA sistólica (mmHg) referentes aos 22 pacientes do
Grupo A nos diversos tempos ........................................ 37
TABELA 3 -
Valores mínimo e máximo, média e desvio padrão (DP)
da PA sistólica (mmHg) referentes aos 21 pacientes do
Grupo B nos diversos tempos ........................................ 38
TABELA 4 -
Comparações entre os valores da PA sistólica
verificados no Grupo A nos diversos tempos de acordo
com o teste de Tukey ..................................................... 40
TABELA 5 -
Comparações entre os valores da PA sistólica
verificados no Grupo B nos diversos tempos de acordo
com o teste de Tukey ..................................................... 41
TABELA 6 -
Valores da média e do desvio padrão de ΔPAS ............ 43
TABELA 7 -
Valores mínimo e máximo, média e desvio padrão (DP)
da PA diastólica (mmHg) referentes aos 22 pacientes
do Grupo A nos diversos tempos ................................... 44
TABELA 8 -
Valores mínimo e máximo, média e desvio padrão (DP)
da PA diastólica (mmHg) referentes aos 21 pacientes
do Grupo B nos diversos tempos ................................... 45
TABELA 9 -
Comparações entre os valores da PA diastólica
verificados no Grupo A nos diversos tempos de acordo
com o teste de Tukey ..................................................... 47
TABELA 10 -
Comparações entre os valores da PA diastólica
verificados no Grupo B nos diversos tempos de acordo
com o teste de Tukey ..................................................... 48
TABELA 11 -
Valores da média e do desvio padrão de ΔPAD ............ 50
TABELA 12 -
Valores mínimo e máximo, média e desvio padrão (DP)
da PA média (mmHg) referentes aos 22 pacientes do
Grupo A nos diversos tempos ........................................ 51
TABELA 13 -
Valores mínimo e máximo, média e desvio padrão (DP)
da PA média (mmHg) referentes aos 21 pacientes do
Grupo B nos diversos tempos ........................................ 52
TABELA 14 -
Comparações entre os valores da PA média
verificados no Grupo A nos diversos tempos de acordo
com o teste de Tukey ..................................................... 53
TABELA 15 -
Comparações entre os valores da PA média
verificados no Grupo B nos diversos tempos de acordo
com o teste de Tukey ..................................................... 54
TABELA 16 -
Valores da média e desvio padrão de ΔPAM ................ 56
TABELA 17 -
Valores mínimo e máximo, média e desvio padrão (DP)
da freqüência cardíaca (batimentos/min) referentes aos
22 pacientes do Grupo A nos diversos tempos .............
56
TABELA 18 -
Valores mínimo e máximo, média e desvio padrão (DP)
da freqüência cardíaca (batimentos/min) referentes aos
21 pacientes do Grupo B nos diversos tempos ............. 57
TABELA 19 -
Comparações entre os valores da freqüência cardíaca
verificados no Grupo A nos diversos tempos de acordo
com o teste de Tukey ..................................................... 59
TABELA 20 -
Valores da média e do desvio padrão de ΔFC .............. 61
TABELA 21 -
Ocorrência de atividade ectópica ventricular no Holter . 64
TABELA 22 -
Ocorrência de atividade ectópica supraventricular no
Holter ............................................................................. 65
TABELA 23 -
Ocorrência de alterações do segmento ST no Holter .... 66
TABELA 24 -
Ocorrência de pausas de acordo com o Holter .............
67
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Δ - Variação
μl -
Microlitro
ANOVA - Analisys of variance (análise de variância)
Bpm - Batimentos por minuto
DL
50
- Dose letal média
DP - Desvio padrão
Et al. - Et alii (e outros)
EV - Via endovenosa
FC -
Freqüência cardíaca
HPLC -
High-performance liquid chromatography (cromatografia líquida de
alta performance)
IM - Via intramuscular
IMC - Índice de massa corporal
MAO - Monoamino-oxidase
mmHg - Milímetros de mercúrio
Nm - Nanômetro
o
C - Graus Celsius
PA - Pressão arterial
PDR -
Physician’s Desk Reference
SC - Via subcutânea
T - Tempo
Tmax - Tempo onde ocorre a máxima concentração sérica
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ................................................................................ 09
LISTA DE QUADROS .............................................................................. 11
LISTA DE TABELAS ................................................................................ 12
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ................................................... 14
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................... 16
1.1 Farmacologia da Fenilefrina ........................................................... 20
1.1.1 Farmacologia Clínica ...................................................................... 21
1.1.2 Toxicologia ...................................................................................... 24
1.2 Angiografia Fluoresceínica ............................................................. 25
1.3 Relevância e Justificativa ............................................................... 26
2 OBJETIVOS ................................................................................................... 28
2.1 Geral .................................................................................................. 28
2.2 Específicos ....................................................................................... 28
3 MÉTODO ......................................................................................................... 29
3.1 Aspectos Éticos ............................................................................... 29
3.2 Pacientes .......................................................................................... 29
3.3 Delineamento do Estudo ................................................................. 30
3.4 Análise Estatística ........................................................................... 34
4 RESULTADOS ..................................................................................... 36
5 DISCUSSÃO ......................................................................................... 71
6 CONCLUSÃO ....................................................................................... 77
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 78
APÊNDICE A – Formulário de relato de caso (CRF) .............................. 83
APÊNDICE B – Termo de consentimento esclarecido para participação
na pesquisa .............................................................................................. 101
ANEXO A – Documento comprobatório de aprovação do protocolo de
pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa - UFC ................................
103
16
1 INTRODUÇÃO
A realização de muitos dos procedimentos oftálmicos, cirúrgicos ou
diagnósticos, exige, com certa freqüência, a obtenção prévia de midríase
medicamentosa. Com esse propósito, a fenilefrina é amplamente usada com
diferentes concentrações em ambientes ambulatoriais ou hospitalares, de forma
isolada ou em associação com agentes antimuscarínicos de curta duração, como a
tropicamida. Os primeiros estudos sobre o uso ocular do cloridrato de fenilefrina
datam de 1933 e foram publicados por Heath (1936).
Heath e Geiter (1949) publicaram o primeiro relato de efeitos sistêmicos
secundários ao uso tópico ocular de fenilefrina a 10% em um estudo evolvendo 120
indivíduos, reportando-se à possibilidade de conseqüente elevação leve da pressão
arterial (PA) em apenas 2% dos pacientes. McReynolds e colaboradores (1956)
através de um estudo com a participação de 100 pacientes hipertensos, cujas
pupilas foram dilatadas com fenilefrina a 10%, observaram a possibilidade de uma
pequena elevação de 6% na PA (menos do que 10 mmHg).
A partir da década de 1960, surgiram relatos de eventos cardiovasculares
agudos, possivelmente, relacionados ao uso tópico ocular de fenilefrina a 10%.
Esses eventos incluíam crises hipertensivas, infarto agudo do miocárdio, arritmias
cardíacas, cefaléia intensa, hemorragia subconjuntival e parada cardíaca
(LANSCHE, 1966; SOLOSKO & SMITH, 1972; WILENSKY & WOODWARD, 1973;
FRAUNFELDER & SCAFIDI, 1978).
Da década de 1970 em diante, trabalhos comparando a potência do efeito
midriático de diferentes concentrações de fenilefrina foram publicados, mostrando
que não houve diferença estatisticamente significativa entre as concentrações 2,5%
e 10% (HADAD et al., 1970; SMITH et al., 1976). A possibilidade de elevação
significativa e conseqüente da PA, aferida 90 minutos após a instilação da fenilefrina
na superfície ocular, não foi observada com tais concentrações (SMITH et al., 1976).
Brown e colaboradores (1980) avaliaram os efeitos do uso tópico ocular
da solução aquosa de fenilefrina a 10% na PA e na freqüência cardíaca (FC) de 100
indivíduos, tendo como grupo controle 50 pacientes expostos apenas à solução
aquosa de tropicamida a 1%, um antimuscarínico destituído de efeito vasopressor.
Em cada grupo, uma gota de midriático foi instilada em ambos os olhos de cada
participante, em intervalos de 02 minutos por um período total de 04 minutos. As
17
aferições foram realizadas imediatamente antes da instilação de qualquer colírio e
nos tempos 05, 15 e 30 minutos após a última instilação. Os autores chegaram à
conclusão de que não houve diferença estatística significante entre grupos referente
aos efeitos na PA e na FC.
Só a partir de 1985, quando o tempo para obtenção de máxima
concentração sérica (Tmax) de fenilefrina pós-instilação no fórnice conjuntival foi
determinado por cromatografia líquida de alta performance (HPLC) como sendo
entre 10 e 20 minutos (CHIEN & SCHOENWALD, 1985;
KUMAR et al., 1985), é que
a comparação entre os efeitos cardiovasculares secundários ao uso tópico de
diferentes concentrações de fenilefrina para obtenção de midríase adjuvante em
diversos procedimentos oftálmicos passou a ser melhor investigada do ponto de
vista metodológico.
Jennings e Sullivan (1986)
conduziram ensaio duplo-cego onde os
pacientes receberam apenas tropicamida a 1%, apenas fenilefrina a 2,5%, uma
combinação das duas drogas ou um placebo. A PA e a FC foram determinadas em
intervalos de 05, 10 e 15 minutos após a instilação no fórnice conjuntival.
Observaram que não houve mudança significativa na PA sistólica ou diastólica em
qualquer dos grupos, notando um leve, porém significante, descenso na FC nos
grupos que receberam fenilefrina a 2,5%.
Em um estudo realizado por Kumar e colaboradores (1985), de caráter
duplo-cego, prospectivo e randomizado, compararam-se a absorção sistêmica e o
efeito na pressão arterial da solução oftálmica aquosa de cloridrato de fenilefrina a
2,5% versus a solução viscosa a 10%, em 24 pacientes submetidos a cirurgia
vitreorretiniana. Concluíram que os níveis plasmáticos foram consistentemente mais
altos para a solução a 10% em 10, 20 e 60 minutos após a instilação conjuntival (P <
0,02). Entretanto, embora observando níveis de pressão arterial sistólica e diastólica
mais altos no grupo que recebeu a solução a 10%, não houve diferença estatística
significante.
Em um outro estudo, realizado com desenho semelhante por Duffin e
colaboradores (1983), com a participação de 44 pacientes, a solução oftálmica
aquosa de cloridrato de fenilefrina a 2,5% ou a solução viscosa a 10% foram usadas
em pacientes submetidos a cirurgia de catarata. Pôde-se concluir que não houve
diferença significante na elevação média da pressão arterial, porém se observou que
em pacientes com íris mais pigmentada houve uma manutenção mais efetiva da
18
midríase durante o manuseio intra-operatório entre aqueles que receberam a
solução de fenilefrina a 10%.
A potência midriática das soluções aquosas de fenilefrina a 2,5% e a 10%
foi comparada por Tanner e Casswell
(1997)
em um ensaio prospectivo e
randomizado, do qual participaram 115 pacientes submetidos a facectomia. As
soluções de fenilefrina foram utilizadas quatro vezes, em período de uma hora, em
associação com ciclopentolato a 1%. Os autores concluíram que a concentração de
2,5% foi igualmente capaz de induzir e de manter a midríase em relação à
concentração de 10%, durante a extração da catarata por facoemulsificação ultra-
sônica ou pela técnica extracapsular programada.
Em estudo duplo-cego e randomizado em que 564 pacientes foram
envolvidos, Yospaiboon e colaboradores (2004) compararam a magnitude da
dilatação pupilar induzida por uma única instilação em ambos os olhos de fenilefrina
a 2,5% (271 pacientes) ou a 10% (292 pacientes), ambas as concentrações
associadas à tropicamida a 1%. Também compararam os efeitos na PA e na FC.
Concluíram que a associação de fenilefrina a 10% com tropicamida a 1% foi mais
efetiva com respeito à amplitude da midríase obtida (P < 0,05). Não observaram
diferença significante nas alterações de PA sistólica ou diastólica entre os grupos,
porém, verificaram que a FC média foi mais elevada após o uso da fenilefrina a 10%.
Em pacientes diabéticos, Weiss e colaboradores (1995) verificaram por
meio de um ensaio duplo-cego que não houve diferença na potência midriática entre
as concentrações de fenilefrina 2,5% e 10%. Para tal, 127 pacientes receberam
fenilefrina a 2,5% em cada olho ou fenilefrina a 2,5% em um olho e a 10% no outro
olho ou ainda fenilefrina a 10% nos dois olhos. Tropicamida a 1% foi associada a
todas as combinações.
Hankim e colaboradores (1990) comparando os efeitos na FC e na PA em
200 pacientes submetidos à extração extracapsular da catarata sob anestesia por
neuroléptico ou geral, utilizaram fenilefrina a 2,5% ou a 5% para a obtenção de
midríase pré-operatória. Detectaram um aumento de 1,0 a 5,0 mmHg na média da
PA sistólica ou diastólica entre aqueles que receberam fenilefrina a 2,5%,
comparado com 17,0 a 26,0 mmHg no grupo da concentração a 5%. Um leve
decréscimo na FC de 5,0 a 6,0 batimentos por minuto (bpm) foi igualmente
observado em cada grupo. Concluíram que a menor concentração de fenilefrina é
mais segura, particularmente em pacientes hipertensos.
19
Chin e colaboradores (1994) em estudo prospectivo, randomizado e
duplo-cego, monitoraram PA, FC, traçado eletrocardiográfico e oximetria de 89
pacientes que receberam uma gota de tropicamida a 1% associada a uma gota de
solução salina ou de fenilefrina a 2,5% ou a 10%, em cada olho, no pré-operatório
de cirurgia de catarata. Nos grupos que receberam fenilefrina, documentaram
aumento significativo da PA em pacientes não-hipertensos no início do ato cirúrgico,
em 05, 10, 15 e 20 minutos intra-operatórios e nas primeiras três horas após a
cirurgia. Em pacientes hipertensos também foi notado aumento nos valores de PA,
porém não-significativo. Não houve diferença estatística em relação à PA entre os
grupos que receberam fenilefrina. Alterações na oximetria ou no traçado
eletrocardiográfico sugestivas de isquemia ou de arritmia não foram observadas.
Malhotra e colaboradores (1998) publicaram os resultados de um
experimento duplo-cego, prospectivo e randomizado, com uma amostra de 54
pacientes, que comparou os efeitos cardiovasculares de soluções aquosas de
fenilefrina a 2,5% e a 10% em pacientes sem história de doença cardiovascular
submetidos a facectomia. Concluíram que não houve diferença estatisticamente
significante nas alterações detectadas na PA ou na FC entre as concentrações de
fenilefrina utilizadas.
A cirurgia de catarata também foi o procedimento escolhido por Kenawy e
Jabir (2003) para comparar os efeitos sobre a PA das soluções aquosas de
fenilefrina a 2,5% e a 10%. O estudo prospectivo, randomizado e com características
de mascaramento recrutou 53 pacientes submetidos a facoemulsificação ultra-sônica
sob anestesia tópica. Cada participante teve a pupila dilatada com uma gota de
tropicamida a 1%, de diclofenaco sódico a 0,1% e de ciclopentolato a 1%. A
fenilefrina a 2,5% ou a 10% foi utilizada 30 minutos antes da cirurgia em três
aplicações com intervalo de 5 minutos. A PA foi mensurada antes da instilação
ocular da fenilefrina, antes da cirurgia na sala de anestesia e no período pós-
operatório. Os pacientes normotensos do grupo que recebeu fenilefrina a 2,5%
tiveram um aumento médio na PA sistólica de 22 mmHg (P = 0,003). Neste grupo,
todos os pacientes hipertensos exibiram aumento significativo na PA sistólica (P =
0,01) e diastólica (P = 0,009). No grupo que recebeu fenilefrina a 10%, houve um
aumento médio de 34,4 mmHg na PA sistólica (P = 0,001) e de 10,5 mmHg na PA
diastólica (P = 0,077) entre os pacientes normotensos. Já nos hipertensos, detectou-
se um aumento médio na PA sistólica de 22,8 mmHg (P = 0,015) e de 16,8 mmHg,
20
na PA diastólica (P = 0,033). Os autores concluíram que houve aumento médio
significativo na PA sistólica nos dois grupos, máximo entre 10 e 20 minutos após a
instilação da fenilefrina e maior no grupo da concentração 10%.
Ainda hoje, a concentração da solução de fenilefrina recomendada para
obtenção de midríase em procedimentos oftálmicos continua motivo de debate.
1.1 Farmacologia da Fenilefrina
A fenilefrina é uma droga simpaticomimética sintética que difere
quimicamente da epinefrina pela ausência do grupo hidroxila na posição 4 do anel
benzeno (Figura 1) (BRUNTON et al., 2006). O cloridrato de fenilefrina (C
9
H
13
NO
2
.
HCl) é o sal do l-isômero derivado sinteticamente da feniletilamina e tem peso
molecular de 203,67 dáltons. Trata-se de um composto branco, cristalino, não-
higroscópico, prontamente solúvel em água e em álcool e que possui ponto de fusão
entre 138 a 142° C, sendo relativamente estável (HEATH & GEITER, 1949). É um
potente agente alfa1-adrenégico com pouco ou nenhum efeito beta-adrenégico
(KUMAR et al., 1985).
FIGURA 1 – Cloridrato de (-)-1-(3-hidroxifenil)-2-metilaminoetanol.
O início da ação é observado de 10 a 15 minutos após aplicação de
fenilefrina por via intramuscular (IM) ou subcutânea (SC). O efeito é imediato quando
administrada por via endovenosa (EV). A ação dura de 30 minutos a 2 horas por via
IM; de 15 a 30 minutos por via EV e em torno de 1 hora por via SC. A meia-vida
plasmática é de 2,5 horas. Aproximadamente 90% da eliminação se dão pela urina.
A biotransformação ocorre no fígado e no intestino para conjugados fenólicos pela
ação da monoamino-oxidase (MAO) (LACY et al., 2003).
21
1.1.1 Farmacologia Clínica
A fenilefrina é usada por via parenteral IM, SC ou EV no tratamento
da hipotensão, em insuficiência vascular no choque e em casos selecionados de
taquicardia supraventricular. Pode ser utilizada em anestesia loco-regional como
vasoconstrictor. Outra aplicação clínica é na congestão da mucosa nasal e
nasofaríngea para alívio sintomático (BRUNTON et al., 2006). Nos adultos, a dose
inicial não deve exceder 5,0 mg por via SC ou IM e 0,5 mg, por via EV (LACY et al.,
2003).
Em oftalmologia, embora um efeito hipotensor ocular possa ser detectado
em pacientes com glaucoma de ângulo aberto, o uso é praticamente restrito como
midriático em determinados procedimentos oftálmicos e em uveítes, por ativação
receptor-dependente do músculo radial da íris (dilatador da pupila) (Figuras 2 e 3).
Entretanto, há um risco de indução de glaucoma agudo de ângulo estreito em
pacientes susceptíveis (POTTER, 1981).
FIGURA 2 – Anatomia do segmento anterior do olho (NETTER, 1999).
22
FIGURA 3 – Histologia da íris (JAGIELLONIAN UNIVERSITY, 2007).
Aplicada no olho, a fenilefrina age localmente como um potente
vasoconstrictor e midriático, exercendo pouco efeito sob a acomodação (HEATH &
GEITER, 1949). As características dos efeitos midriático e cicloplégico produzidos
por duas concentrações do cloridrato de fenilefrina estão mostradas no Quadro 1.
Concentração da
solução (%)
Midríase máxima
(minutos)
Duração da
midríase (horas)
Paralisia da
acomodação
2,5 15-60 3 traço
10 10-60 6 leve
QUADRO 1 – Midríase e cicloplegia induzidas por fenilefrina (PDR, 2000).
A absorção sistêmica de quantidades suficientes de fenilefrina através dos
vasos conjuntivais e episclerais, assim como ao nível da mucosa nasal e oral, pode
levar ao surgimento de efeitos alfa-adrenérgicos sistêmicos, incluindo elevação da
pressão arterial que pode ser seguida de bradicardia reflexa. O Tmax da fenilefrina
se encontra entre 10 e 20 minutos após a instilação no fórnice conjuntival (CHIEN &
SCHOENWALD, 1985;
KUMAR et al., 1985).
23
O modo preconizado para uso tópico ocular da fenilefrina é de uma gota
do colírio diretamente instilada no fórnice conjuntival 30 a 60 minutos antes do
procedimento oftálmico a ser realizado: diagnóstico ou cirúrgico. Se for necessário, a
instilação pode ser repetida, devendo-se evitar mais do que uma aplicação por olho
por hora (FRAUNFELDER & MEYER, 1985; PDR, 2000). O uso de um anestésico
local previamente reduz a ardência causada pela solução de cloridrato de fenilefrina
(LYLE & BOBIER, 1977; APT & HENRICK, 1980; GHOSE et al., 2001).
Acima de 10% dos pacientes se queixam de ardência transitória após a
aplicação de fenilefrina na superfície ocular. Entre 1 e 10% relatam: cefaléia frontal
ou holocraniana, visão embaçada, fotofobia ou lacrimejamento (LACY et al., 2003).
Casos raros de reações cardiovasculares sérias, incluindo arritmias
ventriculares, infarto agudo do miocárdio e hemorragia subaracnóidea têm sido
reportados após o uso da solução oftálmica a 10% de fenilefrina e, possivelmente,
também a 2,5%, principalmente, em pacientes com doença cardiovascular pré-
existente (FRAUNFELDER & SCAFIDI, 1978; FRAUNFELDER & MEYER, 1985).
Doses excedentes de fenilefrina ou a aplicação em olhos ou anexos
oculares cirurgicamente manipulados ou traumatizados bem como o uso em
pacientes com hipossecreção lacrimal ou durante anestesia podem levar à absorção
de quantidades suficientes para produzir uma resposta vasopressora sistêmica (LAI,
1989; FRAUNFELDER et al., 2002).
Uma elevação significativa da pressão arterial, embora rara, tem sido
reportada após a instilação conjuntival de doses recomendadas da solução de
fenilefrina 10% (única disponível comercialmente neste país). Cuidado, pois, deve-se
ter com a administração desta solução em pacientes com hipertensão, diabetes
insulino-dependente, hipertireoidismo, arteriosclerose generalizada ou doença
cardiovascular (FRAUNFELDER & SCAFIDI, 1978; FRAUNFELDER & MEYER,
1985).
O uso da solução oftálmica de fenilefrina a 10% deve ser evitado em
infantes menores de um ano (BORROMEO-MCGRAIL et al., 1973). Se necessário,
deve-se dar preferência à solução a 2,5% (não-disponível comercialmente neste
país). Recomenda-se cautela, entretanto, especialmente em crianças de baixo peso
(ROSALES et al., 1981).
Não se sabe se a fenilefrina é excretada no leite; como muitas drogas o
são, deve haver cautela na administração em lactantes (PDR, 2000). A ausência de
24
riscos na gravidez ainda não foi estabelecida (PDR, 2000). Em idosos, há relatos de
picos hipertensivos (WILENSKY & WOODWARD, 1973) e a solução de fenilefrina a
10% deve, sempre que possível, ser evitada (LACY et al., 2003).
As contra-indicações ao uso de fenilefrina incluem feocromocitoma,
hipertensão arterial grave, hipersensibilidade à droga, glaucoma de ângulo estreito,
pancreatite aguda, hepatite, trombose vascular periférica ou mesentérica, doença
miocárdica, insuficiência coronariana grave, recém-nascidos de baixo peso (inclusive
na concentração 2,5%), aneurisma cerebral, arteriosclerose grave (FRAUNFELDER
& MEYER, 1985; LACY et al., 2003) e hipotensão ortostática idiopática
(ROBERTSON, 1979).
A administração simultânea de fenilefrina ou até 21 dias após o uso de
inibidores da MAO requer cuidadosa supervisão e ajustes de dosagens, pois
exacerbação dos efeitos adrenérgicos pode ocorrer. Há relatos de que o uso
simultâneo da solução oftálmica de fenilefrina a 10% com beta-bloqueadores tem
causado crise hipertensiva aguda e, em um caso, ruptura de aneurisma cerebral
congênito (PDR, 2000). O efeito de agentes adrenérgicos sobre a pressão arterial
também pode ser potencializado por antidepressivos tricíclicos. Em pacientes sob
tratamento com guanetidina ou agentes bloqueadores adrenérgicos sistêmicos pode
ocorrer reversão rápida do efeito midriático (PDR, 2000). O uso tópico concomitante
em pacientes atropinizados pode potencializar o efeito hipertensivo e induzir
taquicardia especialmente em infantes (FRAUNFELDER & SCAFIDI, 1978;
FRAUNFELDER & MEYER, 1985; TAKATA, 1989).
1.1.2 Toxicologia
Há raros relatos associando o uso tópico ocular de fenilefrina 10% com
sérios eventos cardiovasculares, incluindo arritmias ventriculares e infarto agudo do
miocárdio (FRAUNFELDER & SCAFIDI, 1978). Esses episódios, alguns fatais,
ocorreram, na maioria, em pacientes idosos com doença cardiovascular pré-
existente (FRAUNFELDER & SCAFIDI, 1978;
WESLEY, 1983). Em adultos jovens, a
dose limite segura é de 1,5 mg por via EV e de 10 mg por via SC (FRAUNFELDER &
SCAFIDI, 1978). Os sintomas de superdosagem incluem vômitos, hipertensão
arterial, palpitação, parestesia e extra-sístoles ventriculares (LACY et al., 2003). O
25
tratamento é de suporte e, em casos extremos, fentolamina por via endovenosa
pode ser usada (LACY et al., 2003).
A dose letal média (DL
50
) oral da fenilefrina em ratos é de 350 mg/kg e no
camundongo, de 120 mg/kg (PDR, 2000). Nenhum estudo foi até então conduzido
para avaliar o potencial carcinogênico, mutagênico ou de interferência na fertilidade.
Também não há relatos de estudos em mulheres gestantes. A fenilefrina tem fator
de risco “C” na gravidez (PDR, 2000).
1.2 Angiografia Fluoresceínica
A fluoresceína, também chamada de resorcinolftaleína, uranina ou
amarelo de uranina, resulta da interação do ácido anidrido ftálico com o resorcinol
em uma solução alcalina de sal sódico (C
20
H
10
O
5
Na
2
). É de coloração laranja-
avermelhada, possui baixo peso molecular (362,27 dáltons) e apresenta alta
solubilidade em água. Integra o grupo das substâncias chamadas fluorescentes, isto
é, capazes de emitir luz visível (em outro comprimento de onda) enquanto expostas
diretamente a luzes de menor comprimento de onda. Em outras palavras, se exposta
à luz de comprimento de onda entre 465-490 nm (azul), a fluoresceína absorve
energia que instabiliza sua molécula. A reestabilização é feita pelo retorno dos seus
elétrons para seus níveis energéticos prévios, obtida pela liberação de energia
luminosa. A energia é liberada, sob a forma de luz visível, em um comprimento de
onda maior (verde), entre 520-530 nm (lei de Stokes) (VILELA et al., 2005).
Uma vez na corrente sangüínea, a fluoresceína se liga (80%) à albumina,
às globulinas e, em menor grau, às hemácias, sendo os 20% livres responsáveis
pela fluorescência emitida. É eliminada quase que integralmente nas primeiras 24
horas pelos rins e pelo fígado, mas traços residuais podem ser detectados até sete
dias após a administração. Uma dose de 500 mg é obtida após a injeção de 5,0 ml
de fluoresceína a 10% ou de 2,5 ml de fluoresceína a 20%. A substância deve ser
injetada rapidamente (4-6 segundos), em bolo, através de um butterfly 19, 21 ou 23,
em veia periférica, tradicionalmente a basílica mediana (cubital) (VILELA et al.,
2005).
Após 8-10 segundos da injeção periférica, a fluoresceína alcança o
destino no plano coróideo, quando se iniciam os registros. As imagens podem ser
26
capturadas em filmes ou direto em sistema digital. Em média, o exame todo dura de
5 a 10 minutos e, eventualmente, emprega-se o recurso de imagens tardias.
A incidência de complicações relacionadas à angiografia fluoresceínica é
de aproximadamente 5%, sendo 35 vezes mais prováveis nos casos com história
prévia (KWITEROVICH et al., 1991). Vômitos e náuseas representam de 1-15%
dessas complicações, seguidos por urticária (1,2%); síncope (0,29%); tromboflebite,
febre e necrose no sítio da injeção (0,05-0,13%); problemas respiratórios (0,02%);
problemas cardíacos (0,01%); convulsões (0,007%) e morte (0,00045%) (YANNUZZI
et al., 1986). Essas reações adversas não têm mecanismo único. As hipóteses
incluem participação vasovagal, reação alérgica de hipersensibilidade imediata,
liberação de histamina sem base alérgica, contaminantes do frasco-ampola,
descarga medular relacionada com a ansiedade, efeito vasoespástico tóxico direto,
efeito paralelo dos midriáticos e, por fim, a combinação desses fatores (YANNUZZI
et al., 1986).
As principais aplicações da angiografia fluoresceínica residem na análise
hemodinâmica dos fluxos coróideo, papilar e retiniano, na verificação do estado do
epitélio pigmentado da retina, na localização e no diagnóstico de foco(s) e de
anomalia(s) da fluorescência normal. Esses aspectos são válidos também para o
seguimento de várias doenças do segmento posterior do olho, dentre elas, a
retinopatia diabética. Para obtenção de uma angiografia fluoresceínica com boa
qualidade técnica, uma midríase satisfatória é imprescindível (VILELA et al., 2005;
JOHNSON et al., 2006). Especialmente nos pacientes diabéticos, o uso da fenilefrina
associada à tropicamida é recomendável, visto que a pupila de grande parte dos
diabéticos dilata precariamente com o antimuscarínico apenas (HUBER et al., 1985).
1.3 Relevância e justificativa
Motivados pela observação de efeitos cardiovasculares adversos,
supostamente, ligados ao uso tópico de solução oftálmica de fenilefrina a 10% em
pacientes da própria prática médica, procurou-se fazer uma consulta informal a
diversos serviços do meio oftalmológico, em diferentes regiões do Brasil, podendo
constatar a falta de critérios para o emprego do colírio de fenilefrina a 10%, incluindo
dose, intervalo entre instilações no fórnice conjuntival, análise prévia de contra-
27
indicações formais, monitoração de efeitos colaterais e possíveis interações
medicamentosas.
Sabidamente, os pacientes diabéticos são candidatos naturais a vários
procedimentos que requerem dilatação pupilar, dentre eles a angiografia
fluoresceínica. Também são potenciais portadores de micro e macroangiopatias
(STRATTON et al. 2000; STEVENS et al., 2001; DE LUCCIA, 2003; STEVENS et al.,
2004), portanto reais beneficiários de um regime mais seguro para o emprego de
solução ocular de fenilefrina.
Para melhor observar alterações de parâmetros como PA, ritmo e FC é
que se selecionou uma amostra de pacientes diabéticos do tipo 2 com indicação
para realização de angiografia fluoresceínica, com o objetivo de se poder propor um
esquema de uso racional para esse midriático e vasoconstrictor.
28
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
Verificar a eficácia midriática e os efeitos cardiovasculares do uso tópico
ocular de solução aquosa de cloridrato de fenilefrina a 2,5%, comparada à solução a
10%, em pacientes diabéticos do tipo 2, submetidos a angiografia fluoresceínica.
2.2 Específicos
Investigar alterações na pressão arterial diastólica, sistólica e média
provocadas pelo uso tópico ocular de solução aquosa de cloridrato de fenilefrina a
2,5% e a 10% em pacientes diabéticos do tipo 2, submetidos a angiografia
fluoresceínica.
Avaliar o efeito da administração tópica ocular de solução aquosa de
cloridrato de fenilefrina a 2,5% e a 10% na freqüência cardíaca de pacientes
diabéticos do tipo 2, submetidos a angiografia fluoresceínica.
Verificar a ocorrência, no Holter, de pausas, de alterações do segmento
ST e de atividade ectópica ventricular ou supraventricular, após o uso ocular de
solução aquosa de cloridrato de fenilefrina a 2,5% e a 10% em pacientes diabéticos
do tipo 2, submetidos a angiografia fluoresceínica.
Comparar a intensidade da midríase induzida por solução aquosa de
cloridrato de fenilefrina a 2,5% e a 10% em pacientes diabéticos do tipo 2,
submetidos a angiografia fluoresceínica.
29
3 MÉTODO
3.1 Aspectos éticos
Depois de elaborado protocolo de pesquisa clínica de acordo com os
padrões estabelecidos pelo ICH-GCP Harmonized Tripartite Guideline for Good
Clinical Practice (1996), este foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal do Ceará – COMEPE, sendo aprovado por estar em
conformidade com as diretrizes e normas regulamentadas para pesquisa envolvendo
seres humanos na Resolução nº 196/96 e 251/97 do Conselho Nacional de Saúde -
Ministério da Saúde e de acordo com a Declaração de Helsinque (1965) e as
revisões de Tokyo (1975), Veneza (1983), Hong Kong (1989), Somerset Oeste
(1996) e Edimburgo (2000) (BRASIL, 1996, 1997) (Anexo A).
3.2 Pacientes
Para o estudo, foram selecionados 43 pacientes de um total de 69
voluntários, no Serviço de Oftalmologia do Hospital Santo Inácio, em Juazeiro do
Norte, Ceará, entre dezembro de 2004 e setembro de 2005. Os voluntários eram de
ambos os sexos, diabéticos do tipo 2 e com idade acima de 40 anos. Foram
selecionados aqueles com índice de massa corporal entre 20 e 30 kg/m
2
e que, após
exame oftalmológico completo, preenchiam critérios clínicos de indicação para
angiografia fluoresceínica em ambos os olhos. Na avaliação inicial de cada
candidato, foram incluídos a história médica pregressa e o uso de medicações
sistêmicas ou tópicas, as quais foram, regularmente, mantidas (Apêndice A). Um
eletrocardiograma pré-estudo foi realizado em cada voluntário. Todos os
participantes receberam informações pertinentes ao estudo e por concordarem com
os princípios adotados, livremente, assinaram o termo de consentimento (Apêndice
B).
Foram excluídos do estudo os candidatos com registros ambulatoriais
consistentes com hipertensão arterial descontrolada (estágio 2: PA sistólica 160
mmHg ou PA distólica 100 mmHg). Também foram excluídos aqueles portadores
de infarto agudo do miocárdio prévio, angina, arritmia cardíaca (extrassistolia
supraventricular e ventricular), freqüência cardíaca abaixo de 50 batimentos por
30
minuto, uso de inibidores da MAO, doença cerebrovascular, aneurisma cerebral, uso
de medicação regular considerada clinicamente significante para a não-seleção na
semana que precedeu o início do estudo e história de hospitalização por qualquer
motivo nas seis semanas antecedentes à participação na pesquisa.
3.3 Delineamento do estudo
O estudo obedeceu ao caráter duplo-cego e foi delineado de forma que os
pacientes fossem randomicamente selecionados pelo método de permutações em
blocos. Para tanto, utilizaram-se 11 blocos de 4 pacientes com as 6 permutações
possíveis para dois tratamentos. Assim, a cada quatro pacientes que aceitavam
participar do estudo, dois eram sorteados para terem as pupilas dilatadas com
fenilefrina a 2,5% (grupo A) e os outros dois, com fenilefrina a 10% (grupo B)
(ARMITAGE & BERRY, 1994).
Dos 43 pacientes voluntários envolvidos, 22 foram alocados no grupa A e
21, no grupo B.
A seguinte técnica de dilatação pupilar foi empregada em todos os
pacientes:
1°. Instilação de 1 gota de proximetacaína a 0,5% (Anestalcon® - Alcon
Laboratórios do Brasil Ltda., São Paulo, Brasil) em cada olho;
2º. Intervalo de 2 minutos;
3º. Instilação de 1 gota de tropicamida a 1% (Mydriacyl 1%® - Alcon
Laboratórios do Brasil Ltda., São Paulo, Brasil) em cada olho;
4º. Intervalo de 10 minutos;
5º. Instilação de 1 gota de fenilefrina a 2,5% ou a 10% em cada olho (Laboratório
Ophthalmos, São Paulo, Brasil).
Na preparação das amostras dos colírios de fenilefrina, cuidado foi
tomado para que o mesmo tipo frasco que contém a preparação comercialmente
disponível no Brasil (Allergan Fenilefrina 10% ®) fosse envasado com as soluções
utilizadas neste estudo (Figura 4).
31
FIGURA 4 – Frascos envasados com fenilefrina para o estudo ao lado da preparação comercialmente
disponível no Brasil.
No momento da instilação de qualquer colírio, o frasco foi mantido na
posição mais vertical possível, de maneira a padronizar o volume da gota de
fenilefrina dispensada (30 µl). Assim, no grupo A, cada paciente recebeu uma dose
de fenilefrina de 1,5 mg e, no grupo B, de 6,0 mg.
A monitoração do ritmo cardíaco foi feita por 3 horas, de forma contínua,
através de Holter (Dynamics 3000 – Cardio Sistemas, São Paulo, Brasil) (Figura 5),
iniciando-se antes da instilação de qualquer colírio. As informações originadas
incluíram número de batimentos cardíacos e a freqüência cardíaca máxima, mínima
e média no período avaliado (pouco mais de 3h). Também foram registradas
atividades ectópicas (ventriculares e supraventriculares), alterações no segmento ST
e pausas. Foram excluídos dos resultados os exames com mais de 25% de artefatos
e, obviamente, aqueles em que não houve registro por falha na unidade gravadora
ou mau contato em eletrodos, reconhecidos problemas do método.
Os valores da PA (sistólica e diastólica) e da FC (bpm) foram obtidos por
meio de registros digitais (Dyna- Klock – I.E.M., Stolberg, Alemanha) (Figura 5),
iniciando-se cinco minutos antes da instilação da fenilefrina (T
P5
) e,
consecutivamente, nos tempos: zero (T
0
- instilação da fenilefrina), de 5 em 5
minutos nos primeiros trinta minutos (T
5
, T
10
, T
15
, T
20
, T
25
e T
30
), de 15 em 15 até a
32
primeira hora (T
45
e T
60
) e de 30 em 30 minutos até completar 3 horas da instilação
da fenilefrina (T
90
, T
120
, T
150
e T
180
). As aferições foram feitas em pulso direito, com o
aparelho sendo mantido no mesmo nível do precórdio em todos os pacientes.
Os valores da PA média foram calculados através da fórmula: PA média =
[PA diastólica + 1/3 (PA sistólica – PA diastólica)].
A variação da pressão arterial sistólica (ΔPAS) nos tempos T
10
, T
15
, T
20
(ocasião teórica do Tmax da fenilefrina) e no tempo correspondente à injeção
endovenosa de fluoresceína (T
I
) foi calculada em função da PAS medida em T
0
,
definida como a PAS basal, conforme a seguinte expressão:
100.
)(
)()(
0
0
TPAS
TPASTPAS
PAS
i
=Δ
onde PAS(T
i
) denota a PAS mensurada em um dado instante T
i
(T
10
, T
15
, T
20
, T
I
) e
PAS(T
0
) corresponde à PAS verificada em T
0
.
Variação da pressão arterial diastólica (ΔPAD):
100.
)(
)()(
0
0
TPAD
TPADTPAD
PAD
i
=Δ
Variação da pressão arterial média (ΔPAM):
100.
)(
)()(
0
0
TPAM
TPAMTPAM
PAM
i
=Δ
Variação da freqüência cardíaca (ΔFC):
100.
)(
)()(
0
0
TFC
TFCTFC
FC
i
=Δ
33
FIGURA 5 – Materiais utilizados no estudo.
Os pacientes foram mantidos acomodados confortavelmente em cadeira,
em sala com ar condicionado (23 - 25°C). A injeção endovenosa de 2,5 ml de
fluoresceína a 20% (Laboratório Ophthalmos, São Paulo, Brasil) e a realização dos
registros angiográficos ocorreram no mínimo e, sempre que possível, aos 60 minutos
após a instilação de fenilefrina no fórnice conjuntival. Quando a injeção de
fluoresceína não coincidiu com o tempo 60 minutos (T
60
), foram obtidos registros da
PA e da FC no momento da injeção, o que, invariavelmente, ocorreu poucos minutos
após o T
60
. Embora originalmente não fazendo parte do protocolo, registros também
passaram a ser consistentemente obtidos no instante da punção venosa (T
P
) a partir
de certo momento durante o ensaio, para um melhor julgamento de picos
observados nesses parâmetros no instante da injeção do corante (T
I
).
As outras variáveis avaliadas incluíram a pigmentação da íris (leve,
moderada e intensa) e a área pupilar (mm
2
) pré e pós-midríase, esta calculada pelo
software do retinógrafo utilizado para os registros angiográficos (ADS 1.5 – Opto,
São Paulo, Brasil) (Figura 6), a partir de fotografia do segmento anterior do olho.
Para tal medida, a intensidade de iluminação e a distância para focalização do
segmento anterior foram pré-fixadas e utilizadas como padrão em todas as
fotografias. Após obtenção da foto, a função para cálculo de área foi selecionada e
34
oito pontos foram manualmente dispostos no bordo pupilar, nas posições cardinais,
servindo como referência para a área desejada.
A variação na área pupilar (ΔAP) no tempo T
60
, em mm
2
, foi calculada em
função da área pupilar pré-instilação de midriáticos (AP
Pré
), conforme a seguinte
expressão: ΔAP = AP(T
60
) – AP
Pré
.
FIGURA 6 – Retinógrafo Opto ADS 1.5 utilizado no estudo.
3.4 Análise estatística
As variáveis quantitativas foram, inicialmente, analisadas pelo teste de
Kolmogorov-Smirnov para verificar a normalidade da distribuição. A estatística
descritiva compreendeu o cálculo da média e do desvio padrão (DP) para as
variáveis onde a normalidade foi constatada, ou da mediana e do intervalo
interquartil (percentil 25; percentil 75) para as variáveis não-paramétricas.
Comparações entre os grupos A e B foram feitas mediante o uso do teste t para
variáveis não-emparelhadas (dados normais) ou do teste U de Mann-Whitney (dados
não-paramétricos). O teste t para variáveis emparelhadas foi usado para comparar
os valores da área pupilar, em um mesmo grupo, antes e após a aplicação da
fenilefrina. Na avaliação de variáveis como freqüência cardíaca e pressão arterial
(diastólica, sistólica e média), utilizou-se a análise de variância (ANOVA) com
medidas repetidas para verificar diferenças entre os tempos, em um mesmo grupo, e
35
o teste de Tukey para comparações múltiplas entre os diversos tempos. Para
identificar diferenças na área pupilar entre os graus de pigmentação da íris em um
mesmo grupo, foi usada a análise de variância (ANOVA), seguida pelo teste de
Tukey para comparações múltiplas entre os diversos graus de pigmentação.
As variáveis qualitativas foram analisadas pelo teste exato de Fisher.
Em todos os casos, estabeleceu-se em 0,05 (5%) a probabilidade α do
erro tipo I (nível de significância).
Os dados foram analisados pelo software estatístico GraphPad Prism
®
versão 4.03 para Windows
®
(GraphPad Software, San Diego, California, EUA).
Para o cálculo do tamanho da amostra, utilizou-se o software PASS –
Power Analysis and Sample Size (NCSS, Kaysville, USA, 2005), tomando-se como
base a variável variação da área pupilar, isto é, a diferença entre a área pupilar
medida após a instilação do midriático (T
60
) e aquela mensurada antes da instilação.
Deseja-se mostrar que o efeito midriático da fenilefrina a 2,5% (grupo A) não é
inferior ao da fenilefrina a 10% (grupo B), tratando-se, pois, de estudo de não-
inferioridade. Para tanto, definiu-se como margem de não-inferioridade o valor de 5
mm
2
, ou seja, a diferença na área pupilar entre os grupos A (teste) e B (referência)
deve superior a -5 mm
2
. Tal valor denota a diferença clinicamente tolerável entre os
tratamentos teste e referência (grau de inferioridade). Estabeleceu-se ainda em 5% a
probabilidade α do erro tipo I (nível de significância do teste). O desvio padrão, por
sua vez, foi estimado em 6 mm
2
. Assim, considerando um poder do estudo de 80%,
o tamanho da amostra foi calculado em 19 pacientes em cada grupo. Aumentando-
se o poder do estudo para 85%, o tamanho da amostra deveria aumentar para 22
pacientes em cada grupo.
36
4 RESULTADOS
As características dos participantes em cada grupo referentes à idade, ao
gênero, aos dados antropométricos, ao uso de beta-bloqueador e/ou de insulina e ao
número de medicamentos anti-hipertensivos estão relacionadas na Tabela 1. Não
foram constatadas diferenças estatisticamente significantes na análise dessas
características entre os grupos A e B, ao nível de significância de 5%, em todos os
parâmetros analisados.
TABELA 1 – Características da amostra.
Característica Grupo A Grupo B
Tamanho da amostra 22 21
Idade (anos)
1
59,36 ± 8,04 59,95 ± 10,42
Gênero
M = 11/22 (50%)
F = 11/22 (50%)
M = 11/21 (52,38%)
F = 10/21 (47,62%)
Peso (kg)
1
64,32 ± 8,18 66,26 ± 12,40
Altura (cm)
1
159,00 ± 8,53 159,43 ± 7,68
IMC (kg/m
2
)
1
25,42 ± 2,41 25,84 ± 2,87
Insulina 10/22 (45,45%) 5/21 (23,81%)
Beta-bloqueador 2/22 (9,09%) 2/21 (9,52%)
Insulina + Beta-bloqueador 1/22 (4,54%) 1/21 (4,76%)
Número de anti-hipertensivos
2
0,50 (0,00 a 2,00) 1,00 (1,00 a 2,00)
1. Média ± desvio padrão.
2. Mediana e intervalo interquartil.
M: masculino; F: feminino.
IMC: índice de massa corporal
Os valores da PA sistólica (em mmHg) obtidos nos dois grupos (valor
mínino, valor máximo, média e DP), em cada tempo pré-estabelecido, estão
demonstrados nas Tabelas 2 e 3. As Figuras 7 e 8 exibem o comportamento
temporal da PA sistólica nos grupos A e B, respectivamente.
37
TABELA 2 – Valores mínimo e máximo, média e desvio padrão (DP) da PA sistólica
(mmHg) referentes aos 22 pacientes do Grupo A nos diversos tempos.
Tempo
(minutos)
Valor Mínimo Valor Máximo Média DP
05 pré-
instilação
106 231 155,32 28,72
Zero =
instilação
116 230 153,18 26,85
05 120 234 150,95 26,34
10 112 209 148,32 25,79
15 113 232 151,32 28,49
20 114 231 146,55 28,01
25 110 232 144,95
26,82
30 110 183 144,45 20,54
45 115 190 142,14 19,63
60 107 242 168,72 37,78
Punção
venosa*
139 221 170,69 24,81
Injeção
fluoresceína
EV
145 242 183,14 26,09
90 106 164 140,68 18,67
120 109 203 140,18 20,93
150 95 202 137,95 22,74
180 116 210 146,32 23,10
* Dados coletados em apenas 13 dos 22 pacientes
38
TABELA 3 – Valores mínimo e máximo, média e desvio padrão (DP) da PA sistólica
(mmHg) referentes aos 21 pacientes do Grupo B nos diversos tempos.
Tempo
(minutos)
Valor Mínimo Valor Máximo Média DP
05 pré-
instilação
108 195 150,48 24,35
Zero =
instilação
108 193 147,52 22,38
05 97 190 146,14 25,42
10 111 185 145,95 21,82
15 110 197 146,62 23,87
20 113 201 148,86 26,09
25 112 218 147,33 26,29
30 102 215 146,62 27,08
45 104 201 148,67 25,26
60 124 241 166,05 30,48
Punção
venosa*
123 234 159,09 31,91
Injeção
fluoresceína
EV
#
118 233 174,70 26,52
90 107 197 148,38 20,45
120 105 191 144,14 23,26
150 108 197 142,48 23,40
180 103 190 146,76 22,21
* Dados coletados em apenas 11 dos 21 pacientes
#
Dados coletados em apenas 20 dos 21 pacientes
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
210
TP5 T0 T5 T10 T15 T20 T25 T30 T45 T60 T90 T120 T150 T180
Pressão arterial sistólica (mmHg)
FIGURA 7 – Evolução temporal da pressão arterial sistólica mensurada no grupo A. Dados expressos
como média e desvio padrão das medições efetuadas em 22 pacientes do Grupo A.
39
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
210
TP5 T0 T5 T10 T15 T20 T25 T30 T45 T60 T90 T120 T150 T180
Pressão arterial sistólica (mmHg)
FIGURA 8 – Evolução temporal da pressão arterial sistólica mensurada no grupo B. Dados expressos
como média e desvio padrão das medições efetuadas em 21 pacientes do Grupo B.
No grupo A (Figura 7), utilizando-se a análise de variância com medidas
repetidas para verificar diferenças entre os tempos no mesmo grupo (ANOVA: F =
6,884; P < 0,0001) e o teste de Tukey para comparações múltiplas entre os diversos
tempos, verificaram-se, no T
60
, os maiores valores de PA sistólica após a instilação
da fenilefrina (valores de P < 0,05). Nessa análise, não foram incluídos os dados
obtidos no momento da punção e da injeção de fluoresceína EV, pois esses
registros não foram documentados em todos os pacientes. Os valores significantes
de P pelo teste de comparações múltiplas de Tukey para os dados de PA sistólica no
grupo A estão expressos na Tabela 4.
40
TABELA 4 – Comparações entre os valores da PA sistólica verificados no Grupo A
nos diversos tempos de acordo com o teste de Tukey
Tempos (minutos)
Valor de P
(significantes)
05 pré- instilação > 90 < 0,05
05 pré- instilação > 120 < 0,05
05 pré- instilação > 150 < 0,01
Zero < 60 < 0,05
Zero > 150 < 0,05
05 < 60 < 0,01
10 < 60 < 0,001
15 < 60 < 0,01
20 < 60 < 0,001
25 < 60 < 0,001
30 < 60 < 0,001
45 < 60 < 0,001
60 > 90 < 0,001
60 > 120 < 0,001
60 > 150 < 0,001
60 > 180 < 0,001
No grupo B (Figura 8), através da análise de variância com medidas
repetidas para verificar diferenças entre os tempos no mesmo grupo (ANOVA: F =
5,950; P < 0,0001) e o teste de Tukey para comparações múltiplas entre os diversos
tempos, verificaram-se, no T
60
, os maiores valores de PA sistólica durante todo o
período de monitoração (valores de P < 0,001). A Tabela 5 expressa os valores de P
que se mostraram significantes para essas comparações no grupo B.
No tempo correspondente à punção venosa, houve registro dos valores
de PA e FC em apenas 13 dos 22 pacientes no grupo A e em 11 dos 21, no grupo B.
Em um paciente no grupo B não foi injetada a fluoresceína EV por significativa
resposta vagal, com hipotensão e lipotimia após a punção venosa. Por esse motivo,
os valores correspondentes a esses tempos não foram incluídos na análise do
comportamento temporal da PA dentro do mesmo grupo.
41
TABELA 5 – Comparações entre os valores da PA sistólica verificados no Grupo B
nos diversos tempos de acordo com o teste de Tukey
Tempos (minutos) Valor de P
(significantes)
05 pré- instilação < 60 < 0,001
Zero < 60 < 0,001
05 < 60 < 0,001
10 < 60 < 0,001
15 < 60 < 0,001
20 < 60 < 0,001
25 < 60 < 0,001
30 < 60 < 0,001
45 < 60 < 0,001
60 > 90 < 0,001
60 > 120 < 0,001
60 > 150 < 0,001
60 > 180 < 0,001
Optando por excluir o paciente do grupo B no qual não se injetou a
fluoresceína e refazendo a análise com a inclusão dos dados obtidos nos dois
grupos no instante T
I
, considerado um T
60
corrigido, pôde-se observar no grupo A
que os maiores valores de PA sistólica ocorreram no instante T
I
(ANOVA: F =
14,750; P < 0,0001 e teste de Tukey: T
I
> T
P5
, T
0
, T
5
, T
10
, T
15
, T
20
, T
25
, T
30
, T
45
, T
90
,
T
120
, T
150
, T
180
: P < 0,001). A mesma observação também foi válida considerando
apenas os 20 pacientes do grupo B (ANOVA: F = 12,740; P < 0,0001 e teste de
Tukey: T
I
> T
P5
, T
0
, T
5
, T
10
, T
15
, T
20
, T
25
, T
30
, T
45
, T
90
, T
120
, T
150
, T
180
: P < 0,001).
A Figura 9 mostra a comparação dos dados da PA sistólica (mmHg)
aferida nos grupos A e B nos diversos tempos. Os dados são expressos como média
e desvio padrão e analisados pelo teste t para variáveis independentes. Não foram
constatadas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos A e B, ao nível
de significância de 5%.
A variação da pressão arterial sistólica (ΔPAS), em termos percentuais,
verificada nos grupos A e B na ocasião teórica do Tmax da fenilefrina (T
10
, T
15
e T
20
)
e no momento da injeção endovenosa de fluoresceína (T
I
), tomando-se como PA
sistólica basal a mensurada em T
0
, está demonstrada na Figura 10. Os dados são
expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 22 pacientes
do grupo A e 21 pacientes do grupo B e analisados pelo teste t para variáveis
42
independentes. Não foram constatadas diferenças estatisticamente significantes
entre os grupos A e B nos tempos avaliados, embora em T
20
, o valor de P (0,0532)
tenha se aproximado do nível de significância adotado no estudo (0,05) (Tabela 6).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
170
180
190
200
210
Grupo A Grupo B
TP5 T0 T5 T10 T15 T20 T25 T30 T45 T60TP TI T90 T120 T150 T180
Pressão arterial sistólica (mmHg)
FIGURA 9 – Pressão arterial sistólica (mmHg) mensurada nos grupos A e B nos diversos tempos.
Dados expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 22 pacientes do Grupo A
e 21 pacientes do Grupo B e analisados pelo teste t para variáveis independentes. Não foram
constatadas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos A e B, ao nível de significância
de 5%.
T0 T10 T15 T20 TI
-20
-10
0
10
20
30
40
50
Grupo A
Grupo B
Tempos
Variação da pressão
arterial sistólica (%)
FIGURA 10 – Variação da pressão arterial sistólica (ΔPAS), em termos percentuais, verificada nos
grupos A e B nos tempos T
10
, T
15
, T
20
e T
I
, tomando-se como PAS basal a mensurada em T
0
. Dados
expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 22 pacientes do grupo A e 21
pacientes do grupo B e analisados pelo teste t para variáveis independentes. Não foram constatadas
diferenças estatisticamente significantes entre os grupos A e B nos tempos avaliados, embora em T
20
,
o valor de P (0,0532) esteja próximo do nível de significância adotado (0,05).
43
TABELA 6 – Valores da média e do desvio padrão de ΔPAS, expressos em termos
percentuais, mensurados nos grupos A e B nos tempos T
10
, T
15
, T
20
e T
I
. Dados
analisados pelo teste t para variáveis não-emparelhadas.
Tempo Grupo A Grupo B Valor de P
T
10
-2,7371 ± 9,9043 -0,7927 ± 6,8299 0,4600
T
15
-1,1065 ± 7,8282 -0,5031 ± 6,8578 0,7898
T
20
-4,1595 ± 8,3589 0,8977 ± 8,2920 0,0532
T
I
21,3117 ± 17,7348 18,3269 ± 11,8654 0,5295
Os valores da PA diastólica (mmHg) obtidos nos dois grupos (valor
mínino, valor máximo, média e DP), em cada tempo pré-estabelecido, estão
demonstrados nas Tabelas 7 e 8. As Figuras 11 e 12 exibem o comportamento
temporal da PA diastólica nos grupos A e B, respectivamente.
44
TABELA 7 Valores mínimo e máximo, média e desvio padrão (DP) da PA
diastólica (mmHg) referentes aos 22 pacientes do Grupo A nos diversos tempos.
Tempo
(minutos)
Valor Mínimo Valor Máximo Média DP
05 pré-
instilação
76 122 96,96 13,71
Zero =
instilação
73 124 92,91 14,22
05 71 138 94,36 15,64
10 69 119 93,18 13,46
15 72 135 94,86 15,51
20 68 125 92,46 13,60
25 71 132 92,05 14,46
30 72 108 89,64 9,78
45 75 111 89,64 10,50
60 72 165 105,27 24,12
Punção
venosa*
91 142 109,38 15,88
Injeção
fluoresceína
EV
84 165 116,09 19,61
90 68 113 89,46 11,31
120 68 112 88,59 12,24
150 65 106 85,09 12,33
180 69 126 89,86 13,58
* Dados coletados em apenas 13 dos 22 pacientes
45
TABELA 8 Valores mínimo e máximo, média e desvio padrão (DP) da PA
diastólica (mmHg) referentes aos 21 pacientes do Grupo B nos diversos tempos.
Tempo
(minutos)
Valor Mínimo Valor Máximo Média DP
05 pré-
instilação
74 124 94,57 14,94
Zero =
instilação
74 128 93,67 13,49
05 61 120 90,95 15,93
10 69 126 91,91 16,05
15 73 127 94,48 15,65
20 66 134 95,00 18,13
25 70 127 94,19 15,30
30 72 131 94,57 16,35
45 68 117 93,29 15,78
60 75 154 107,24 18,66
Punção
venosa*
72 148 102,18 20,89
Injeção
fluoresceína
EV
#
73 153 112,05 17,46
90 70 122 94,52 13,93
120 67 121 93,33 15,79
150 73 117 93,10 13,17
180 70 121 92,76 14,57
* Dados coletados em apenas 11 dos 21 pacientes
#
Dados coletados em apenas 20 dos 21 pacientes
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
TP5 T0 T5 T10 T15 T20 T25 T30 T45 T60 T90 T120 T150 T180
Pressão arterial diastólica (mmHg)
FIGURA 11 – Evolução temporal da pressão arterial diastólica mensurada no grupo A. Dados
expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 22 pacientes do Grupo A.
46
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
TP5 T0 T5 T10 T15 T20 T25 T30 T45 T60 T90 T120 T150 T180
Pressão arterial diastólica (mmHg)
FIGURA 12 – Evolução temporal da pressão arterial diastólica mensurada no grupo B. Dados
expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 21 pacientes do Grupo B.
No grupo A (Figura 11), utilizando-se a análise de variância com medidas
repetidas para verificar diferenças entre os tempos no mesmo grupo (ANOVA: F =
6,978; P < 0,0001) e o teste de Tukey para comparações múltiplas entre os diversos
tempos, verificaram-se, no T
60
, os maiores valores de PA diastólica após a instilação
da fenilefrina (valores de P < 0,05). Nessa análise, não foram incluídos os dados
obtidos no momento da punção e da injeção de fluoresceína EV, por motivos já
expressos. Os valores significantes de P pelo teste de comparações múltiplas de
Tukey para os dados de PA diastólica no grupo A estão demonstrados na Tabela 9.
47
TABELA 9 – Comparações entre os valores da PA diastólica verificados no Grupo A
nos diversos tempos de acordo com o teste de Tukey.
Tempos (minutos) Valor de P
(significantes)
05 pré- instilação > 150 < 0,001
Zero < 60 < 0,001
05 < 60 < 0,01
05 > 150 < 0,05
10 < 60 < 0,001
15 < 60 < 0,01
15 > 150 < 0,05
20 < 60 < 0,001
25 < 60 < 0,001
30 < 60 < 0,001
45 < 60 < 0,001
60 > 90 < 0,001
60 > 120 < 0,001
60 > 150 < 0,001
60 > 180 < 0,001
No grupo B (Figura 12), através da análise de variância com medidas
repetidas para verificar diferenças entre os tempos no mesmo grupo (ANOVA: F =
5,978; P < 0,0001) e o teste de Tukey para comparações múltiplas entre os diversos
tempos, verificaram-se, no T
60
, os maiores valores de PA diastólica durante todo o
período de monitoração (valores de P < 0,001). A Tabela 10 expressa os valores de
P que se mostraram significantes para essas comparações no grupo B.
48
TABELA 10 – Comparações entre os valores da PA diastólica verificados no Grupo
B nos diversos tempos de acordo com o teste de Tukey.
Tempos (minutos) Valor de P
(significantes)
05 pré- instilação < 60 < 0,001
Zero < 60 < 0,001
05 < 60 < 0,001
10 < 60 < 0,001
15 < 60 < 0,001
20 < 60 < 0,001
25 < 60 < 0,001
30 < 60 < 0,001
45 < 60 < 0,001
60 > 90 < 0,001
60 > 120 < 0,001
60 > 150 < 0,001
60 > 180 < 0,001
Excluindo o paciente do grupo B no qual não se injetou a fluoresceína e
refazendo a análise com a inclusão dos dados obtidos nos dois grupos no instante
T
I
, observou-se no grupo A que os maiores valores de PA diastólica ocorreram no
instante T
I
(ANOVA: F = 15,540; P < 0,0001 e teste de Tukey: T
I
> T
P5
, T
0
, T
5
, T
10
,
T
15
, T
20
, T
25
, T
30
, T
45
, T
90
, T
120
, T
150
, T
180
: P < 0,001 e T
I
> T
60
: P < 0,05). A mesma
observação também foi válida para os 20 pacientes do grupo B (ANOVA: F = 12,350;
P < 0,0001 e teste de Tukey: T
I
> T
P5
, T
0
, T
5
, T
10
, T
15
, T
20
, T
25
, T
30
, T
45
, T
90
, T
120
, T
150
,
T
180
: P < 0,001).
A Figura 13 mostra a comparação dos dados da PA diastólica (mmHg)
aferida nos grupos A e B nos diversos tempos. Os dados são expressos como média
e desvio padrão e analisados pelo teste t para variáveis independentes. Constatou-
se diferença estatisticamente significante entre os grupos A e B no tempo T
150
(P =
0,0460).
A variação da pressão arterial diastólica (ΔPAD), em termos percentuais,
verificada nos grupos A e B nos tempos T
10
, T
15
, T
20
e T
I
, tomando-se como PA
diastólica basal a mensurada em T
0
, está demonstrada na Figura 14. Os dados são
expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 22 pacientes
do grupo A e 21 pacientes do grupo B e analisados pelo teste t para variáveis
49
independentes. Não foram constatadas diferenças estatisticamente significantes
entre os grupos A e B nos tempos avaliados (Tabela 11).
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
Grupo A Grupo B
TP5 T0 T5 T10 T15 T20 T25 T30 T45 T60TP TI T90 T120 T150 T180
*
Pressão arterial diastólica (mmHg)
FIGURA 13 – Pressão arterial diastólica (mmHg) mensurada nos grupos A e B nos diversos tempos.
Dados expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 22 pacientes do Grupo A
e 21 pacientes do Grupo B e analisados pelo teste t para variáveis independentes. Constatou-se uma
diferença estatisticamente significante entre os grupos A e B no tempo T150 (P = 0,0460).
T0 T10 T15 T20 TI
-20
-10
0
10
20
30
40
50
Grupo A
Grupo B
Tempos
Variação da pressão
arterial diastólica (%)
FIGURA 14 – Variação da pressão arterial diastólica (ΔPAD), em termos percentuais, verificada nos
grupos A e B nos tempos T
10
, T
15
, T
20
e T
I
, tomando-se como PAD basal a mensurada em T
0
. Dados
expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 22 pacientes do grupo A e 21
pacientes do grupo B e analisados pelo teste t para variáveis independentes. Não foram constatadas
diferenças estatisticamente significantes entre os grupos A e B nos tempos avaliados.
50
TABELA 11 – Valores da média e do desvio padrão de ΔPAD, expressos em termos
percentuais, mensurados nos grupos A e B nos tempos T
10
, T
15
, T
20
e T
I
. Dados
analisados pelo teste t para variáveis não-emparelhadas.
Tempo Grupo A Grupo B Valor de P
T
10
0,7963 ± 9,6008 -1,9927 ± 8,5584 0,3214
T
15
2,3716 ± 8,6915 0,7926 ± 7,5135 0,5283
T
20
-0,0850 ± 8,1683 1,1747 ± 10,5504 0,6630
T
I
26,3622 ± 19,9419 19,5553 ± 14,6912 0,2190
Os valores da PA média (mmHg) calculados nos dois grupos (valor
mínino, valor máximo, média e DP), em cada tempo pré-estabelecido, estão
demonstrados nas Tabelas 12 e 13. As Figuras 15 e 16 mostram o comportamento
temporal da PA média nos grupos A e B, respectivamente. As Tabelas 14 e 15
mostram os valores significantes de P pelo teste de comparações múltiplas de Tukey
para os dados de PA média no grupo A e no grupo B, respectivamente.
51
TABELA 12 Valores mínimo e máximo, média e desvio padrão (DP) da PA média
(mmHg) referentes aos 22 pacientes do Grupo A nos diversos tempos.
Tempo
(minutos)
Valor Mínimo Valor Máximo Média DP
05 pré-
instilação
87,33 157 116,41 18,05
Zero =
instilação
87,33 159,33 113 17,24
05 88,67 170 113,23 18,54
10 86,67 143,67 111,47 16,89
15 90,67 167,33 113,68 19,17
20 83,33 160,33 110,49 17,59
25 87,33 165,33 109,68 17,94
30 87,33 126,33 107,91 12,43
45 91 130,67 107,14 12,73
60 83,67 190,67 126,36 27,99
Punção
venosa*
107,67 163,33 129,82 18,14
Injeção
fluoresceína
EV
111 190,67 138,44 20,82
90 80,67 129,67 106,53 13,07
120 81,67 141 105,85 14,54
150 75 138 102,71 14,98
180 84,67 147,33 108,68 15,64
* Dados coletados em apenas 13 dos 22 pacientes
52
TABELA 13 Valores mínimo e máximo, média e desvio padrão (DP) da PA média
(mmHg) referentes aos 21 pacientes do Grupo B nos diversos tempos.
Tempo
(minutos)
Valor Mínimo Valor Máximo Média DP
05 pré-
instilação
86 143,67 113,20 17,42
Zero =
instilação
86 145,33 111,62 15,27
05 75,67 140 109,33 18,67
10 85,67 145,67 109,92 17,36
15 85,33 146,67 111,86 17,86
20 87 152,33 112,95 20,13
25 84 157,33 111,91 18,58
30 83,33 159 111,94 19,35
45 80 144,33 111,75 18,31
60 96,33 183 126,84 22,06
Punção
venosa*
89 176,67 121,15 23,99
Injeção
fluoresceína
EV
#
92,67 179,67 132,93 19,42
90 84,33 147 112,48 15,59
120 80,33 142,33 110,27 17,68
150 86,67 142,67 109,56 16,02
180 81 141 110,76 16,53
* Dados coletados em apenas 11 dos 21 pacientes
#
Dados coletados em apenas 20 dos 21 pacientes
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
TP5 T0 T5 T10 T15 T20 T25 T30 T45 T60 T90 T120 T150 T180
Pressão arterialdia (mmHg)
FIGURA 15 – Evolução temporal da pressão arterial média calculada para o grupo A. Dados
expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 22 pacientes do Grupo A.
ANOVA: F = 7,398; P < 0,0001.
53
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
TP5 T0 T5 T10 T15 T20 T25 T30 T45 T60 T90 T120 T150 T180
Pressão arterial média (mmHg)
FIGURA 16 – Evolução temporal da pressão arterial média calculada para o grupo B. Dados
expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 21 pacientes do Grupo B.
ANOVA: F = 6,616; P < 0,0001.
TABELA 14 – Comparações entre os valores da PA média verificados no Grupo A
nos diversos tempos de acordo com o teste de Tukey.
Tempos (minutos) Valor de P
(significantes)
05 pré- instilação > 120 < 0,05
05 pré- instilação > 150 < 0,001
Zero < 60 < 0,01
Zero > 150 < 0,05
05 < 60 < 0,01
05 > 150 < 0,05
10 < 60 < 0,001
15 < 60 < 0,01
15 > 150 < 0,05
20 < 60 < 0,001
25 < 60 < 0,001
30 < 60 < 0,001
45 < 60 < 0,001
60 > 90 < 0,001
60 > 120 < 0,001
60 > 150 < 0,001
60 > 180 < 0,001
54
TABELA 15 – Comparações entre os valores da PA média verificados no Grupo B
nos diversos tempos de acordo com o teste de Tukey.
Tempos (minutos) Valor de P
(significantes)
05 pré- instilação < 60 < 0,001
Zero < 60 < 0,001
05 < 60 < 0,001
10 < 60 < 0,001
15 < 60 < 0,001
20 < 60 < 0,001
25 < 60 < 0,001
30 < 60 < 0,001
45 < 60 < 0,001
60 > 90 < 0,001
60 > 120 < 0,001
60 > 150 < 0,001
60 > 180 < 0,001
Ao se excluir o paciente do grupo B no qual não se injetou a fluoresceína
e refazendo a análise com a inclusão dos dados obtidos nos dois grupos no instante
T
I
, observou-se no grupo A que os maiores valores calculados de PA média
ocorreram no instante T
I
(ANOVA: F = 16,280; P < 0,0001 e teste de Tukey: T
I
> T
P5
,
T
0
, T
5
, T
10
, T
15
, T
20
, T
25
, T
30
, T
45
, T
90
, T
120
, T
150
, T
180
: P < 0,001 e T
I
> T
60
: P < 0,05).
Tal observação também foi verificada para os 20 pacientes do grupo B (ANOVA: F =
14,110; P < 0,0001 e teste de Tukey: T
I
> T
P5
, T
0
, T
5
, T
10
, T
15
, T
20
, T
25
, T
30
, T
45
, T
90
,
T
120
, T
150
, T
180
: P < 0,001).
A Figura 17 exibe a comparação entre os dados da PA média calculada
para os grupos A e B, nos diversos tempos. Na Figura 18, pode-se observar a
variação da pressão arterial média (ΔPAM), em termos percentuais, calculada nos
grupos A e B nos tempos T
10
, T
15
, T
20
e T
I
, tomando-se como PA média basal a
calculada em T
0
. Não foram constatadas diferenças estatisticamente significantes
entre os grupos A e B nos tempos avaliados (Tabela 16).
55
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
160
Grupo A Grupo B
TP5 T0 T5 T10 T15 T20 T25 T30 T45 T60TP TI T90 T120 T150 T180
Pressão arterial média (mmHg)
FIGURA 17 – Pressão arterial média (mmHg) calculada para os grupos A e B nos diversos tempos.
Dados expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 22 pacientes do Grupo A
e 21 pacientes do Grupo B e analisados pelo teste t para variáveis independentes. Não foram
constatadas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos A e B, ao nível de significância
de 5%.
T0 T10 T15 T20 TI
-20
-10
0
10
20
30
40
50
Grupo A
Grupo B
Tempos
Variação da pressão
arterial média (%)
FIGURA 18 – Variação da pressão arterial média (ΔPAM), em termos percentuais, calculada nos
grupos A e B nos tempos T
10
, T
15
, T
20
e T
I
, tomando-se como PAM basal a calculada em T
0
. Dados
expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 22 pacientes do grupo A e 21
pacientes do grupo B e analisados pelo teste t para variáveis independentes. Não foram constatadas
diferenças estatisticamente significantes entre os grupos A e B nos tempos avaliados.
56
TABELA 16 – Valores da média e desvio padrão de ΔPAM, expressos em termos
percentuais, mensurados nos grupos A e B nos tempos T
10
, T
15
, T
20
e T
I
. Dados
analisados pelo teste t para variáveis não-emparelhadas.
Tempo Grupo A Grupo B Valor de P
T
10
-0,9913 ± 9,1818 -1,5661 ± 6,9208 0,8185
T
15
0,6683 ± 7,1975 0,1022 ± 6,1887 0,7840
T
20
-2,0315 ± 7,2680 0,9364 ± 8,4228 0,2224
T
I
23,9235 ± 18,2633 18,8881 ± 12,2706 0,3056
Os dados inerentes à FC (valor mínimo, valor máximo, média e DP)
obtidos em cada grupo por registros digitais, nos diversos tempos, podem ser
analisados nas Tabelas 17 e 18.
TABELA 17 – Valores mínimo e máximo, média e desvio padrão (DP) da freqüência
cardíaca (batimentos/min) referentes aos 22 pacientes do Grupo A nos diversos
tempos.
Tempo
(minutos)
Valor Mínimo Valor Máximo Média DP
05 pré-
instilação
57 107 81,55 11,55
Zero =
instilação
59 106 81,14 11,54
05 65 104 81,82 10,11
10 60 107 81,18 11,26
15 60 105 82,00 11,87
20 59 106 81,55 12,16
25 58 105 81,09 11,56
30 60 105 81,23 10,91
45 58 103 81,18 10,92
60 54 113 83,55 15,10
Punção
venosa*
54 113 83,39 16,84
Injeção
fluoresceína
EV
54 113 83,77 14,71
90 59 101 78,18 10,25
120 55 100 78,59 11,80
150 59 93 77,59 9,49
180 56 102 78,68 12,11
* Dados coletados em apenas 13 dos 22 pacientes
57
TABELA 18 – Valores mínimo e máximo, média e desvio padrão (DP) da freqüência
cardíaca (batimentos/min) referentes aos 21 pacientes do Grupo B nos diversos
tempos.
Tempo
(minutos)
Valor Mínimo Valor Máximo Média DP
05 pré-
instilação
59 103 78,33 13,13
Zero =
instilação
61 108 78,43 12,74
05 58 112 77,19 14,87
10 59 116 79,14 14,80
15 58 118 78,10 13,61
20 59 105 78,19 13,02
25 56 104 77,86 13,20
30 57 107 77,81 13,50
45 55 102 76,57 13,15
60 62 108 79,00 12,54
Punção
venosa*
53 105 79,00 17,01
Injeção
fluoresceína
EV
#
58 106 79,35 14,34
90 58 99 76,57 13,28
120 58 103 75,57 13,37
150 62 98 77.33 11,41
180 55 96 75,19 12,18
* Dados coletados em apenas 11 dos 21 pacientes
#
Dados coletados em apenas 20 dos 21 pacientes
As Figuras 19 e 20 ilustram a evolução temporal da FC nos grupos A e B,
respectivamente. Os valores significantes de P pelo teste de comparações múltiplas
de Tukey para os dados da FC no grupo A estão demonstrados na Tabela 19. No
grupo B, houve diferença significante apenas entre o tempo 10 e o tempo 180 (T
10
>
T
180
: P < 0,05). Para essas comparações, não se incluíram os tempos
correspondentes à punção venosa e à injeção de fluoresceína EV por motivos já
conhecidos.
58
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
105
TP5 T0 T5 T10 T15 T20 T25 T30 T45 T60 T90 T120 T150 T180
Freqüência cardíaca (batimentos/min)
FIGURA 19 – Evolução temporal da freqüência cardíaca no grupo A. Dados expressos como média e
desvio padrão das medições efetuadas em 22 pacientes do Grupo A. Utilizou-se a análise de
variância (ANOVA) com medidas repetidas para verificar diferenças entre os tempos no mesmo grupo
e o teste de Tukey para comparações múltiplas entre os diversos tempos. ANOVA: F = 6,021; P <
0,0001.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
105
TP5 T0 T5 T10 T15 T20 T25 T30 T45 T60 T90 T120 T150 T180
Freqüência cardíaca (batimentos/min)
FIGURA 20 – Evolução temporal da freqüência cardíaca no grupo B. Dados expressos como média e
desvio padrão das medições efetuadas em 21 pacientes do Grupo B. Utilizou-se a análise de
variância (ANOVA) com medidas repetidas para verificar diferenças entre os tempos no mesmo grupo
e o teste de Tukey para comparações múltiplas entre os diversos tempos. ANOVA: F = 2,204; P =
0,0098.
T10 > T180: P < 0,05 (teste de Tukey).
59
TABELA 19 – Comparações entre os valores da freqüência cardíaca verificados no
Grupo A nos diversos tempos de acordo com o teste de Tukey.
Tempos (minutos) Valor de P
(significantes)
05 pré- instilação > 150 < 0,01
Zero > 150 < 0,05
05 > 90 < 0,05
05 > 150 < 0,01
10 > 150 < 0,05
15 > 90 < 0,05
15 > 120 < 0,05
15 > 150 < 0,01
20 > 150 < 0,01
25 > 150 < 0,05
30 > 150 < 0,05
45 > 150 < 0,05
60 > 90 < 0,001
60 > 120 < 0,001
60 > 150 < 0,001
60 > 180 < 0,001
Ao se excluir o paciente do grupo B no qual não se injetou a fluoresceína
e refazendo a análise com a inclusão dos dados obtidos nos dois grupos no instante
T
I
, observou-se no grupo A (ANOVA: F = 5,203; P < 0,0001) que a FC no instante T
I
foi maior que em T
90
e T
150
(teste de Tukey: P < 0,001) e que em T
120
e T
180
(teste de
Tukey: P < 0,01). Já no grupo B, embora a ANOVA tenha revelado que os tempos
são significantemente diferentes (F = 1,900; P = 0,0266), o teste de Tukey, que
comparou os tempos dois a dois, não detectou diferenças estatisticamente
significantes.
A Figura 21 exibe a comparação da FC entre os grupos A e B nos
diversos tempos. Os dados são expressos como média e desvio padrão e foram
analisados pelo teste t para variáveis independentes, não sendo constatadas
diferenças estatisticamente significantes.
Na figura 22, vê-se a variação da freqüência cardíaca (ΔFC), em termos
percentuais, observada nos grupos A e B nos tempos T
10
, T
15
, T
20
e T
I
, tomando-se
como FC basal a mensurada em T
0
. Não foram constatadas diferenças
estatisticamente significantes entre os grupos A e B nos tempos avaliados (Tabela
20).
60
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
105
Grupo A Grupo B
TP5 T0 T5 T10 T15 T20 T25 T30 T45 T60TP TI T90 T120 T150 T180
Freqüência caraca (batimentos/min)
FIGURA 21 – Freqüência cardíaca (batimentos/min) verificada nos grupos A e B nos diversos
tempos. Dados expressos como média e desvio padrão das medições efetuadas em 22 pacientes do
Grupo A e 21 pacientes do Grupo B e analisados pelo teste t para variáveis independentes. Não
foram constatadas diferenças estatisticamente significantes entre os grupos A e B, ao nível de
significância de 5%.
T0 T10 T15 T20 TI
-15
-10
-5
0
5
10
15
20
Grupo A
Grupo B
Tempos
Variação da freqüência
cardíaca (%)
FIGURA 22 – Variação da freqüência cardíaca (ΔFC), em termos percentuais, verificada nos grupos
A e B nos tempos T
10
, T
15
, T
20
e T
I
, tomando-se como FC basal a mensurada em T
0
. Dados expressos
como média e desvio padrão das medições efetuadas em 22 pacientes do grupo A e 21 pacientes do
grupo B e analisados pelo teste t para variáveis independentes. Não foram constatadas diferenças
estatisticamente significantes entre os grupos A e B nos tempos avaliados.
61
TABELA 20 – Valores da média e do desvio padrão de ΔFC, expressos em termos
percentuais, mensurados nos grupos A e B nos tempos T
10
, T
15
, T
20
e T
I
. Dados
analisados pelo teste t para variáveis não-emparelhadas.
Tempo Grupo A Grupo B Valor de P
T
10
0,3053 ± 6,5529 0,8482 ± 7,8591 0,8065
T
15
1,2183 ± 6,3467 -0,2203 ± 7,8335 0,5110
T
20
0,5619 ± 5,9798 -0,1182 ± 7,0868 0,7350
T
I
3,3369 ± 11,9172 1,1082 ± 12,0495 0,5505
Na avaliação pelo Holter, foram excluídos 3 dos 22 exames no grupo A.
Na análise dos pacientes incluídos nesse grupo, o número de batimentos mínimo
observado foi de 11.352 e o máximo de 18.033 (média de 14.738,74; DP de
1.913,50). Para a freqüência cardíaca mínima, obteve-se um mínimo de 35 bpm e
um máximo de 81 bpm (média de 66,32; DP de 11,23). Os valores da freqüência
cardíaca máxima variaram de um mínimo de 78 bpm a um máximo de 214 bpm
(média de 126,37; DP de 36,23). A freqüência cardíaca média variou de 60 a 97 bpm
(média de 80,89; DP de 11,43).
No grupo B, após a exclusão de 7 dos 21 exames de Holter, constatou-se
um número de batimentos mínimo de 10.937 e um máximo de 17.378 (média de
14.546,43; DP de 1.977,05). Para a freqüência cardíaca mínima se obteve um
mínimo de 40 bpm e um máximo de 74 bpm (média de 62,50; DP de 10,55). Os
valores da freqüência cardíaca máxima variaram de um mínimo de 78 bpm a um
máximo de 152 bpm (média de 117,07; DP de 18,50). A freqüência cardíaca média
variou de 61 a 104 bpm (média de 80,64; DP de 11,93). Não houve diferença
estatística significante entre os grupos A e B em relação ao número de batimentos
cardíacos no período e à FC (Figuras 23, 24, 25 e 26).
62
0
2500
5000
7500
10000
12500
15000
17500
Grupo A Grupo B
Número de batimentos
cardíacos
FIGURA 23 – Média ± desvio padrão do número de batimentos cardíacos nos grupos A e B, de
acordo com o Holter. Dados analisados pelo teste t para variáveis independentes, não sendo
constatada diferença estatisticamente significante entre os grupos A e B, ao nível de significância de
5%.
0
25
50
75
100
125
150
175
Grupo A Grupo B
Freqüência cardíaca máxima
(batimentos/min)
FIGURA 24 – Freqüência cardíaca máxima verificada nos grupos A e B, de acordo com o Holter.
Dados expressos como média e desvio padrão e analisados pelo teste t para variáveis
independentes. Não se constatou diferença estatisticamente significante entre os grupos A e B, ao
nível de significância de 5%.
63
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Grupo A Grupo B
Freqüência caraca mínima
(batimentos/min)
FIGURA 25 – Freqüência cardíaca mínima verificada nos grupos A e B, de acordo com o Holter.
Dados expressos como média e desvio padrão e analisados pelo teste t para variáveis
independentes. Não se constatou diferença estatisticamente significante entre os grupos A e B, ao
nível de significância de 5%.
0
20
40
60
80
100
Grupo A Grupo B
Freqüência cardíaca média
(batimentos/min)
FIGURA 26 – Freqüência cardíaca média verificada nos grupos A e B, de acordo com o Holter. Dados
expressos como média e desvio padrão e analisados pelo teste t para variáveis independentes. Não
se constatou diferença estatisticamente significante entre os grupos A e B, ao nível de significância de
5%.
As Tabelas 21, 22, 23 e 24 comparam os dados inerentes aos demais
parâmetros analisados no Holter entre os dois grupos. Ao nível de significância de
5%, não foram observadas diferenças estatísticas significantes no que se refere às
atividades ectópicas ventriculares e supraventriculares e às alterações no segmento
ST (Figuras 27, 28 e 29). Não se observaram pausas em qualquer dos grupos
(Figura 30). Não se pôde demonstrar relação temporal de qualquer das alterações
observadas com o uso da fenilefrina ou da fluoresceína.
64
TABELA 21 - Ocorrência de atividade ectópica ventricular no Holter.
Atividade ectópica ventricular
Grupo
Presente Ausente
Total
A 5 14 19
B 4 10 14
Total 9 24 33
Grupo A Grupo B
0
5
10
15
20
Presente
Ausente
Número de voluntários
FIGURA 27 – Ocorrência de atividade ectópica ventricular no Holter. Dados analisados pelo teste
exato de Fisher. Não foi constatada diferença estatisticamente significante na proporção de
voluntários que apresentaram atividade ectópica ventricular no Holter nos grupos A e B, ao nível de
significância de 5%.
65
TABELA 22 – Ocorrência de atividade ectópica supraventricular no Holter.
Atividade ectópica supraventricular
Grupo
Presente Ausente
Total
A 6 13 19
B 5 9 14
Total 11 22 33
Grupo A Grupo B
0
5
10
15
20
Presente
Ausente
Número de voluntários
FIGURA 28 – Ocorrência de atividade ectópica supraventricular no Holter. Dados analisados pelo
teste exato de Fisher. Não foi constatada diferença estatisticamente significante na proporção de
voluntários que apresentaram atividade ectópica supraventricular no Holter nos grupos A e B, ao nível
de significância de 5%.
66
TABELA 23 - Ocorrência de alterações do segmento ST no Holter.
Alterações do segmento ST
Grupo
Presente Ausente
Total
A 0 19 19
B 1 13 14
Total 1 32 33
Grupo A Grupo B
0
5
10
15
20
Presente
Ausente
Número de voluntários
FIGURA 29 – Ocorrência de alterações do segmento ST no Holter. Dados analisados pelo teste exato
de Fisher. Não foi constatada diferença estatisticamente significante na proporção de voluntários que
apresentaram atividade ectópica supraventricular no Holter nos grupos A e B, ao nível de significância
de 5%.
67
TABELA 24 - Ocorrência de pausas de acordo com o Holter.
Pausas
Grupo
Presente Ausente
Total
A 0 19 19
B 0 14 14
Total 0 33 33
Grupo A Grupo B
0
5
10
15
20
Presente
Ausente
Número de voluntários
FIGURA 30 – Ocorrências de pausas no Holter. A existência de valores zero em duas caselas
impossibilitou a análise estatística dos dados.
Os dados obtidos no grupo A, em relação à área pupilar, antes da
instilação conjuntival de fenilefrina a 2,5% associada à tropicamida a 1%, expressos
em mm
2
, revelaram um valor mínimo de 1,3 e um máximo de 9,7 (média de 4,61; DP
de
1,71). Após uma hora da instilação do último midriático (fenilefrina 2,5% - T ), a
área pupilar foi reavaliada, mostrando uma variação de 14,4 a 55,0 (média de 33,46;
DP de 9,86). O incremento na área pupilar foi de 11,6 a 51,8 (média de 28,85; DP de
9,77).
60
Para o grupo B, os valores da área pupilar antes da instilação conjuntival
de fenilefrina a 10 % associada à tropicamida a 1%, expressos em mm
2
, variaram de
um mínimo de 1,6 e um máximo de 8,4 (média de 4,94; DP de 1,65). Após uma hora
68
da instilação do último midriático (fenilefrina 10 % - T ), a área pupilar variou de
18,0 a 65,2 (média de 32,36; DP de 10,77). O aumento na área pupilar variou de
14,7 a 57,3 (média de 27,43; DP de 9,78).
60
Verificou-se diferença estatisticamente significante entre as áreas
pupilares registradas antes e após o uso dos midriáticos em cada grupo (P <
0,0001). Entretanto, não foram constatadas diferenças estatisticamente significantes
entre os grupos A e B, ao nível de significância de 5% (Figuras 31 e 32).
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Grupo A Grupo B
Área pupilar (mm
2
)
Pré PréPós Pós
***
***
FIGURA 31 – Área pupilar, em mm
2
, medida antes e após a instilação dos midriáticos. Dados
expressos como média e desvio padrão. O teste t para variáveis emparelhadas foi utilizado para
comparar os valores da área pupilar obtidos em um mesmo grupo antes e após a instilação (T
60
).
Comparações entre os grupos A e B nos dois tempos foram feitas pelo teste t para variáveis
independentes. *** Diferença estatisticamente significante entre as áreas verificadas antes e após o
uso dos midriáticos em um mesmo grupo (P < 0,0001). Não foram constatadas diferenças
estatisticamente significantes entre os grupos A e B, ao nível de significância de 5%.
69
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Grupo A Grupo B
Variação da área
pupilar (mm
2
)
FIGURA 32 – Variação na área pupilar, em mm
2
, antes e após a instilação dos midriáticos (T
60
).
Dados expressos como média e desvio padrão e analisados pelo teste t para variáveis
independentes. Não se constatou diferença estatisticamente significante entre os grupos A e B, ao
nível de significância de 5%.
Dos 22 indivíduos no grupo A, 77,27 % (17) tinham a pigmentação da íris
intensa, 18,18 % (4), moderada e 4,55 % (1), leve. No grupo B, entre os 21
participantes, 28,57 % (6) exibiam intensa pigmentação na íris, 57,14 % (12),
moderada e 14,29 % (3), leve.
Não foi observada diferença estatisticamente significante na variação na
área pupilar em relação à pigmentação da íris no grupo A. No grupo B, a variação na
área pupilar observada foi maior entre os indivíduos com pigmentação de íris
moderada em relação àqueles com pigmentação intensa, diferença considerada
estatisticamente significativa (P < 0,01). Entre os grupos, contatou-se que o
incremento na área pupilar foi maior no grupo A em relação ao grupo B para os
indivíduos com pigmentação leve (P = 0,0289) e intensa (P = 0,0139), não havendo
diferença entre aqueles com pigmentação moderada (Figura 33).
70
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Leve Intensa
Grupo A Grupo B
Moderada
*
#
Área pupilar (mm
2
)
FIGURA 33 – Relação entre a pigmentação da íris e a variação na área pupilar nos grupos A e B.
Dados expressos como média e desvio padrão.
* P = 0,0289: grupo A > grupo B. # P = 0,0139: grupo A > grupo B (teste t para variáveis
independentes).
Grupo A: ANOVA: F = 0,1923; P = 0,8258 (não-significante).
Grupo B: ANOVA: F = 6,702; P = 0,0031. Teste de comparações múltiplas de Tukey:
Moderada > Intensa: P < 0.01.
71
5 DISCUSSÃO
Os efeitos sistêmicos da fenilefrina aplicada topicamente no olho foram,
primeiramente, observados por Heath e Geiter (1949). Desde então, vários trabalhos
foram publicados reportando possíveis eventos cardiovasculares relacionados ao
uso ocular de soluções de fenilefrina, inclusive em pacientes submetidos a
angiografia fluoresceínica (WESLEY et al., 1979; WESLEY, 1983).
Através do presente estudo, por uma abordagem inédita, houve a
oportunidade de monitorar, do ponto de vista cardiovascular, pacientes diabéticos do
tipo 2 durante toda a fase de obtenção de midríase medicamentosa, obtida por duas
diferentes concentrações de fenilefrina associada à tropicamida e a um anestésico
local, e durante a execução da retinografia fluorescente, incluindo o momento da
injeção endovenosa de fluoresceína.
A escolha do procedimento, angiografia fluoresceínica, baseou-se na
invasividade e, portanto, na capacidade de gerar estresse sem, contudo, trazer os
prejuízos orgânicos e/ou funcionais que poderiam advir de um procedimento
cirúrgico, midríase-dependente (facectomia ou cirurgias vitreorretinianas, por
exemplo), realizado em condições de preparo não-ideais, como uma eventual
midríase insuficiente.
A opção pela concentração 2,5% para solução de fenilefrina a ser
comparada à concentração comercialmente disponível no Brasil (10%) deveu-se ao
fato de a primeira já ser disponível em outros países, onde é preconizada para
procedimentos diagnósticos (MEYER & FRAUNFELDER, 1980).
A melhoria do índice terapêutico de diversos fármacos aplicados
topicamente no olho, sob a forma de colírio, vem sendo, sistematicamente, tentada
através de várias medidas como a redução da dose, via redução da concentração
(KUMAR et al., 1985) ou do volume da gota dispensada (BROWN et al. 1987;
LYNCH et al. 1987; WHITSON et al. 1993), o emprego de veículos viscosos (SHELL,
1982; FOLK et al., 1986; KUMAR et al., 1986) e técnicas de aplicação que
propiciem uma menor absorção sistêmica do fármaco. Assim, o uso prévio de colírio
de anestésico local propicia uma redução na ardência de midriáticos e leva a um
aumento da permeabilidade do epitélio corneal com conseqüente melhora da
absorção intra-ocular, reduzindo a necessidade de instilações adicionais de
fenilefrina, por exemplo (LYLE & BOBIER, 1977; APT & HENRICK, 1980; GHOSE et
72
al., 2001). A compressão dos canalículos lacrimais após a instilação de colírios
também é eficaz em reduzir a absorção sistêmica (ZIMMERMAN et al., 1984). Essa
medida não foi adotada neste estudo, pois a dose usada seguiu, rigorosamente, as
diretrizes de segurança determinadas para a fenilefrina (FRAUNFELDER & MEYER,
1985) e ainda havia o risco de ocorrer compressão canalicular variável, ocasionando
níveis de absorção diferentes entre os pacientes.
Avaliando os dados obtidos em relação à PA (sistólica, diastólica e
média), pôde-se constatar que, previamente à instilação de fenilefrina no fórnice
conjuntival, os níveis de PA eram mais elevados entre os indivíduos que receberam
fenilefrina a 2,5%. Esse achado persistiu até o Tmax da fenilefrina (entre 10 e 20
minutos), havendo após esse momento uma inversão, quando valores pressóricos
mais altos foram detectados nos indivíduos que receberam fenilefrina a 10%. Essa
observação careceu de contundência estatística para todos os instantes, menos
para um: T
150
(apenas para PA diastólica; P = 0,0460). Essa ausência de
significância estatística foi também verificada em outros estudos que compararam
efeitos cardiovasculares relacionados a concentrações de fenilefrina semelhantes às
do presente estudo, porém em procedimentos oftálmicos distintos (DUFFIN et al.,
1983; KUMAR et al., 1985;
MALHOTRA et al., 1998). Em um desses trabalhos,
houve boa correspondência entre os níveis pressóricos arteriais e as concentrações
séricas de fenilefrina aferidas por cromatografia líquida de alta performance (HPLC),
sendo mais altos entre os indivíduos cujas pupilas foram dilatadas com a solução a
10% (KUMAR et al., 1985).
Convém meditar sobre a carência de significância estatística no instante
que se conduzem pacientes com angiopatia em potencial, como os diabéticos do
tipo 2, visto que pequenos aumentos nas cifras de pressão arterial podem ser
significantes do ponto de vista clínico. Outra meditação necessária, frente aos
resultados inerentes à PA, é o pico observado nos instantes T
60
,
no momento da
punção e da injeção endovenosa de fluoresceína (fase crítica do comportamento
pressórico). Houve, por diversas vezes, situações em que os níveis foram
alarmantes.
Uma melhor avaliação do momento da injeção se faz necessária para se
revelar o real motivo da significativa elevação da PA em quase a totalidade dos
pacientes. Será um efeito vasoativo da própria fluoresceína aplicada em bolo? Ou
uma resposta adrenérgica ao estresse? Podem alguns dos eventos leves
73
observados em pacientes submetidos à angiografia fluoresceínica, como náuseas e
vômitos, e outros mais graves, como o infarto do miocárdio, ser decorrentes desse
pico hipertensivo? No presente estudo, aferiu-se a PA no momento da punção
venosa em muitos pacientes e, nesse instante, os valores da PA foram,
consistentemente, mais baixos que no momento da injeção de fluoresceína. Talvez
um comando não-verbal para o início da injeção pudesse reduzir o efeito do
estresse, permitindo uma melhor análise nesse tempo. Parece não ter havido,
entretanto, relação direta com a concentração da fenilefrina, visto que valores mais
altos na PA foram observados entre os indivíduos que receberam fenilefrina a 2,5%.
Tal observação aponta para responsabilizar motivos outros, diferentes do uso de
midriáticos, para possíveis complicações verificadas entre pacientes submetidos à
angiografia fluoresceínica.
Outros fatores também devem ser lembrados na avaliação da PA. Embora
a seleção prévia dos voluntários tenha levado em consideração os dados referentes
à PA registrados em prontuários ambulatoriais, esses achados divergiram daqueles
observados no dia da angiografia fluoresceínica em muitos pacientes (T
P5
), talvez,
pelo comportamento não-estático da PA ou pelo efeito estresse-induzido. Um grupo
controle, sem exposição à fenilefrina e somente à tropicamida, seria uma maneira de
se avaliar a ingerência desse fator. Porém, é sabido que o antimuscarínico isolado
induz midríase pobre em diabéticos (HUBER et al., 1985) fato que poderia interferir,
decisivamente, na qualidade dos registros angiográficos, caracterizando-se em uma
medida antiética.
O uso de medicações anti-hipertensivas regulares, comum em pacientes
diabéticos, pode ter alterado a resposta pressórica induzida pela fenilefrina nos
indivíduos avaliados durante este estudo. Entretanto, a manutenção da posologia do
esquema anti-hipertensivo, obrigatória em muitos casos, reproduz de maneira mais
realística a rotina dos pacientes diabéticos submetidos a procedimentos oftálmicos
complementares midríase-dependentes.
O comportamento da FC revelou descenso nos tempos após a injeção de
fluoresceína em ambos os grupos, denotando provável relação com o estresse. O
efeito de bradicardia reflexa, atribuído à fenilefrina (BRUNTON et al., 2006), não
ficou evidente com as doses utilizadas, inclusive por volta do Tmax.
O aumento da FC na fase crítica do procedimento (injeção endovenosa
de fluoresceína), em relação à fase de preparo (T
60
),
não foi estatisticamente
74
significante em ambos os grupos. Talvez seja esse o motivo de a literatura ser, de
certo modo, omissa em relação a tal parâmetro. Essa foi a mesma observação de
um estudo prospectivo e randomizado que comparou os efeitos cardiovasculares de
soluções aquosas de fenilefrina a 2,5 e a 10% em 54 pacientes submetidos a
cirurgia de catarata (MALHOTRA et al., 1998).
O Holter foi o método escolhido para se monitorar o ritmo cardíaco
durante as 3 horas de avaliação em cada indivíduo participante. Dessa forma, pôde-
se registrar e documentar, continuamente, inclusive nos minutos que antecederam à
instilação de fenilefrina, o comportamento eletrofisiológico do coração. Uma outra
opção seriam registros obtidos através de eletrocardiograma, em momentos críticos,
metodologia que foi utilizada em um estudo que mostrou um baixo poder de
cardiotoxicidade induzida pela fluoresceína por via endovenosa em pacientes
submetidos à retinografia fluorescente (BYERS & LA PIANA, 1977). Haveria, com
esse método, a possibilidade do não-registro de eventos entre os intervalos
monitorados. Reconhece-se também, entretanto, o risco de falhas nos registros pelo
Holter ocasionados por mau contato em eletrodos, por artefatos ou por problemas na
unidade gravadora, sem que haja a possibilidade de retificá-los, visto se tratar de
procedimento que não é avaliado em tempo real. Houve, assim, a necessidade de
exclusão da análise dos registros de alguns pacientes nos dois grupos. Contudo,
pôde-se corroborar a baixa toxicidade da fluoresceína na atividade elétrica do
coração e ainda observar a inexistência de arritmias cardíacas graves que
pudessem, nitidamente, estar associadas a qualquer das concentrações de
fenilefrina utilizadas. Por outro lado, deve-se lembrar de que o tamanho da amostra
analisada é pequeno, diante de um evento tido como raro, e que houve uma seleção
prévia rigorosa dos pacientes, excluindo aqueles predispostos a arritmias cardíacas.
Mesmo assim, tal eventualidade é possível, de acordo com alguns relatos, e mais
provável com a concentração de fenilefrina a 10% (FRAUNFELDER & SCAFIDI,
1978), pela maior disponibilidade sistêmica (CHIEN & SCHOENWALD, 1985).
A eficácia na obtenção da midríase e a manutenção desta durante a
angiografia fluoresceínica, um procedimento realizado sob forte iluminação, foram,
igualmente, evidentes após o uso da solução aquosa de fenilefrina nas
concentrações de 2,5% e de 10% quando associadas à tropicamida. Essa
observação está em acordo com outros estudos realizados em pacientes submetidos
a facectomia (TANNER & CASSWELL, 1997; MALHOTRA et al., 1998),
75
procedimento que requer exposição à forte iluminação do microscópio cirúrgico e ao
manuseio operatório do segmento anterior do olho. Roga-se, entretanto, registrar
que a dose de cada solução aquosa de fenilefrina utilizada nesses estudos foi mais
elevada, tendo em vista o maior número de instilações.
Vários fatores podem interferir na magnitude da midríase medicamentosa
obtida. É sabido que o tamanho pupilar diminui com a idade (ANTONACI et al.,
1989). Uma maior resistência à indução e à manutenção de midríase é observada
em indivíduos com íris mais pigmentada (DUFFIN et al., 1983). A miopatia em íris de
pacientes diabéticos de longa data é responsável pela pobre resposta pupilar aos
midriáticos (ALIO et al., 1989). O uso de medicamentos efetivos sobre o sistema
nervoso autônomo pode interferir na duração do efeito midriático da fenilefrina (PDR,
2000). Portanto, para se bem analisar tal efeito farmacológico, torna-se mandatória a
escolha de grupos controles bem selecionados em relação à idade, à cor da íris, ao
uso de outras medicações e à duração e ao controle do diabetes, se presente.
Embora os dados obtidos em relação aos parâmetros acima comentados
tenham sido expostos ao crivo da análise estatística, é nítido que a distribuição dos
pacientes não foi igualitária em número de indivíduos versus pigmentação da íris.
Porém, percebe-se que a maioria dos indivíduos expostos à concentração 2,5%
tinha íris com pigmentação intensa e, ainda assim, a midríase obtida foi comparável
àquela observada com a solução a 10%. Isso demonstra que, provavelmente, outros
fatores diferentes apenas da dose da fenilefrina estejam envolvidos na resposta
midriática desse fármaco em pacientes diabéticos.
Em suma, a abordagem de aferições múltiplas de PA e de FC e de
monitoração contínua da atividade elétrica do coração pelo Holter, propiciou um
melhor entendimento, instante a instante, em relação ao status hemodinâmico de
pacientes diabéticos do tipo 2, expostos a um midriático vasoativo e submetidos a
um procedimento considerado invasivo. Com isso, surgem elementos que podem
esclarecer possíveis associações entre variáveis hemodinâmicas e reações
adversas observadas em pacientes, não só diabéticos, submetidos a angiografia
fluoresceínica. Diante dos resultados deste estudo, a fenilefrina a 2,5% associada à
tropicamida a 1% e a um anestésico local, por propiciar uma menor dose
vasopressora e um efeito midriático semelhante, deve ser preferível à fenilefrina a
10% na indução de midríase para a realização de procedimentos diagnósticos, como
a angiografia fluoresceínica, em pacientes diabéticos do tipo 2. A elevação
76
importante da pressão arterial (sistólica, diastólica e média) no momento da injeção
endovenosa de fluoresceína, principal efeito cardiovascular observado, não se
relacionou diretamente com a concentração da solução de fenilefrina utilizada,
merecendo, portanto, investigações adicionais.
77
6 CONCLUSÃO
Em pacientes diabéticos do tipo 2, submetidos a angiografia
fluoresceínica, o efeito midriático e o comportamento temporal dos parâmetros
cardiovasculares proporcionados pela solução de fenilefrina a 2,5% são comparáveis
àqueles observados para a solução a 10%.
78
7 REFERÊNCIAS
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diabetes mellitus. Ann. Ophthalmol., v. 21, p. 132-137, 1989.
ANTONACI, F.; FREDRIKSEN, T. A.; SAND, T.; WYSOCKA-BAKOWSKA, M. M.;
SALVESEN, R.; BOGUCKI, A.; SEIM, A.; SJAASTAD, O. Electronic pupillometry in
healthy controls. Response to sympathicomimetics. Funct. Neurol., v. 4, p. 91-103,
1989.
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Am. J. Opthalmol., v. 89, p. 553-559, 1980.
ARMITAGE, P.; BERRY, G. Statistical methods in medical research. 3 ed. Oxford:
Blackwell, 1994. 620 p.
BORROMEO-MCGRAIL, V.; BORDIUK, J. M.; KEITEL, H. Systemic hypertension
following ocular administration of 10% phenylephrine in the neonate. Pediatrics, v.
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83
APÊNDICE A – Formulário de relato de caso (CRF).
FORMULÁRIO PARA RELATO DE CASO
PRONTUÁRIO Nº
Nome:
Endereço
CEP Cidade Estado
Telefone(s)
Celular
trabalho
RG: Órgão Emissor:
CPF:
Estado Civil Solteiro(a) Casado(a) Viúvo (a) Separado (a)
Data de Nascimento Profissão
Pessoa de contato
Telefone(s)
Pesquisador Responsável:
Telefone
Pesquisador Responsável
Telefone
Pesquisador Responsável
Telefone
84
INSTRUÇÕES GERAIS
Efetue os registros de forma LEGÍVEL utilizando uma caneta esferográfica preta e pressionando com
firmeza. Preencha todas as questões de cada página.
Importante:
Os erros devem ser riscados com uma única linha e a alteração colocada o
mais próximo possível do original. Todas as alterações devem ser
registradas por escrito, rubricadas e datadas.
DATA
Use as seguintes abreviações de três letras para o mês:
Janeiro
=
JAN
Fevereiro
=
FEV
Março
=
MAR
Abril
=
ABR
Maio
=
MAI
Junho
=
JUN
Julho
=
JUL
Agosto
=
AGO
Setembro
=
SET
Outubro
=
OUT
Novembro
=
NOV
Dezembro
=
DEZ
Exemplo: 0 1 A B R 0 2 = 1º de abril de 2002
Dia Mês Ano
A menos que seja especificado de outra forma, utilize o relógio de 24 horas: 00:00 -
23:59h.
Exemplo: 1 5 3 0 = 3:30 da tarde
HORA
85
Atendimento Médico
1- IDENTIFICAÇÃO Prontuário nº
Nome:
Data de Nascimento:
Ensaios Anteriores: SIM ( ) NÃO ( )
Especificar ensaio e data: 1-
2- 3-
HPP:
HF:
Fuma: Não ( ) Sim ( ) Nº de cigarros/dia: Hábitos:
Bebe: Não ( ) Sim ( ) Quantidade e Freqüência:
86
Outros:
Alergias:
Medicamentos:
HPS:
IOA:
Conduta PA, FC e RC 05 minutos antes da instilação: Sim ( ) Não ( )
Realizado ECG Sim ( ) Não ( )
Outros:
OBS:
Sexo
Masculino
Feminino
Pigmentação da íris
Leve
Moderada Intensa
Dados Antropométricos
Peso (Kg) Altura (cm) IMC
Comentários Adicionais:
87
Avaliação Pré-estudo
Assinou TERMO DE CONSENTIMENTO? ( ) SIM ( ) NÃO
Vem fazendo uso de insulina? ( ) SIM ( ) NÃO
Dose utilizada:
Vem fazendo uso de beta-bloqueador? ( ) SIM ( ) NÃO
Nome do beta-bloqueador:
Dose utilizada:
História - Pré-Estudo
Data da História:
ITEM
Sim Não Fornecer detalhes que julgar pertinentes
História Angina
História de IAM
História de AVC
História de Arritmia Cardíaca
História Cirúrgica Ocular
História de Crise Hipertensiva
Instabilidade Emocional
Outros
Médico Responsável pela Avaliação
Assinatura Data
88
Data da Realização:
ECG - Pré-Estudo
Parâmetros
Exame realizado em:
Intervalo PR s FC bpm
Duração do QRS s Ritmo
QT s
Diagnóstico
Normal.
Anormal, sem significado clínico.
Anormal, clinicamente significativo.
Especificação da Anormalidade
Comentários Adicionais:
Conclusão:
Apto para participar Não Apto
Médico Responsável pela Avaliação
Assinatura Data
89
CRITÉRIOS DE ADMISSÃO
Data da avaliação:
Critérios de Inclusão
Os seguintes critérios devem ser satisfeitos para que o voluntário seja admitido no estudo
1. Voluntário (ambos os sexos) diabético tipo II, com IMC entre 20 e 30 e idade acima
de 40 anos.
Sim Não
2. Voluntário foi examinado previamente por um oftalmologista e considerado indicado
para submeter-se à angiografia fluoresceínca em ambos os olhos.
Sim Não
3. É capaz de compreender a natureza e objetivo do estudo, inclusive os riscos e
efeitos adversos e com intenção de cooperar com o pesquisador e agir de acordo
com os requerimentos de todo o protocolo, o que vem a ser confirmado mediante a
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Sim Não
Critérios de Exclusão
Qualquer um dos seguintes critérios excluirá o voluntário do estudo
1. Hipertensão arterial descontrolada (estágio 2).
Sim Não
2. Infarto agudo do miocárdio prévio.
Sim Não
3. História de angina.
Sim Não
4. Achados eletrocardiográficos que, a critério do investigador, não possibilitam
recomendar sua participação no estudo.
Sim Não
5. Uso de inibidores da MAO.
Sim Não
6. Doença cerebrovascular.
Sim Não
7. Aneurisma cerebral.
Sim Não
8. Fez uso de medicação regular dentro de 01 semana ao início do estudo, que o
investigador julga clinicamente significante para não participação no estudo.
Sim Não
9. Foi hospitalizado por qualquer motivo nas seis semanas antecedentes ao início do
estudo.
Sim Não
10. Tem qualquer condição que o investigador julga relevante para a não participação
do estudo.
Sim Não
90
CONCLUSÃO
O simples exame da história, critérios de inclusão e exclusão foram
suficientes para descartar a possibilidade de participação do
voluntário, tendo o mesmo sido considerado:
Não Apto
Não Apto
Após a avaliação da história, ECG, critérios de inclusão e
exclusão, o pesquisador responsável considerou o voluntário:
Apto para Participar
Responsável pela Avaliação
Assinatura Data
91
Exame Oftalmológico Pré-
Estudo
Data da Avaliação:
( ) SIM ( ) NÃO
INDICAÇÃO PARA ANGIOGRAFIA FLOURESCEÍNICA?
INSTRUÇÕES PRÉ-MIDRÍASE
Voluntário entendeu o protocolo de estudo?
Sim Não
Termo de Consentimento foi assinado?
Sim Não
Foi realizado o ECG?
Sim Não
Os critérios de Inclusão e Exclusão foram avaliados?
Sim Não
Avaliação Segurança
Avaliado em:
Alguma mudança significativa
desde a seleção do voluntário?
Não
Sim Â
Encontra-se enquadrado em
qualquer outro Critério de
Exclusão?
Não Sim Â
O Voluntário:
Deve ser
RETIRADO do Estudo Permanece APTO para continuar
no Estudo
Avaliação da superfície pupilar pré-midríase (mm
2
)
92
Dilatação Pupilar
Horário
Instilação de 1 gota de proximetacaína (Anestalcon® Alcon) em cada olho;
Aguardar 2 minutos;
Instilação de 1 gota de tropicamida (Mydriacyl 1%® Alcon) em cada olho;
Aguardar 10 minutos;
Instilação de 1 gota de fenilefrina 2.5% ou 10% em cada olho;
OBS:
Pesquisador Responsável Assinatura Data
93
TABELA DOS PARÂMETROS HEMODINÂMICOS
AVALIADOS
Tempo Ritmo FC (bpm) PA (mmHg) Responável
Pré-administração
(05 minutos)
0:00
0:05
0:10
0:15
0:20
0:25
0:30
0:45
1:00
1:30
2:00
2:30
3:00
Comentários Adicionais:
Pesquisador Responsável Assinatura Data
94
Avaliação da superfície pupilar 60 minutos pós-instilação da fenilefrina
(mm
2
)
Comentários Adicionais:
Pesquisador Responsável pela Avaliação Assinatura Data
95
Avaliação Segurança
Data da Avaliação
Algum sinal ou sintoma de
hipersensibilidade?
Não Sim Â
Alguma ocorrência de Evento
Adverso? Se a resposta for SIM,
preencher folha de eventos adversos.
Não Sim Â
EXPERIÊNCIAS ADVERSAS
Para pesquisar a ocorrência de experiências adversas, faça a seguinte pergunta ao Voluntário:
“Você sentiu algo diferente desde a administração do medicamento?”
Sim Não
Em caso afirmativo, registre os resultados na página própria de Experiências Adversas.
O voluntário:
Deve ser
RETIRADO do Estudo
Permanece
APTO para continuar
no Estudo
Pesquisador Responsável pela Avaliação Assinatura Data
96
DEFINIÇÃO DE EXPERIÊNCIA ADVERSA
INTENSIDADE (Máxima)
Experiência adversa facilmente tolerada
Leve
Moderada
Experiência adversa desagradável o bastante para interferir
nas atividades cotidianas
Séria
Experiência adversa que impossibilita a realização das
atividades cotidianas normais.
RELACIONAMENTO SUPOSTO COM A MEDICAÇÃO
A experiência adversa definitivamente não está relacionada à
droga em teste.
Não
Há outras causas desconhecidas e não há suspeitas de que a
droga seja a causa.
Desconhecido
Não foi demonstrado um relacionamento de causa e efeito
direto entre a droga e a experiência adversa, porém, há uma
possibilidade razoável de que a droga esteja envolvida.
Possivelmente
(Suposto)
Há provavelmente um relacionamento direto de causa e efeito
entre a experiência e a droga em estudo.
Provável
EXPERIÊNCIA ADVERSA SÉRIA
(Especifique as razões para que a experiência adversa seja considerada séria inserindo no
Formulário de Experiências Adversas, segundo a necessidade, um ou mais códigos numéricos)
Uma experiência adversa séria é qualquer experiência:
1. a qual é fatal
2. a qual põe a vida em risco
3. a qual debilita/incapacita
4. a qual resulta em hospitalização
5. a qual prolonga a permanência no hospital
6. a qual está associada a uma anormalidade congênita
7. a qual está associada a uma Overdose
8. a qual o pesquisador interpreta como séria ou que sugere um risco, contra-indicação,
efeito colateral ou precaução significativa(o) que possa estar associada(o) ao uso da
droga e que deve ser relatada como
Caso ocorra uma experiência adversa séria, entre em contato com o responsável do estudo.
97
FORMULÁRIO DE REGISTRO DE EVENTOS ADVERSOS
“Você sentiu algo diferente desde a instilação do colírio de fenilefrina?” Sim Não
Em caso de resposta afirmativa assinale UMA categoria mais adequada
O Voluntário foi retirado devido a esse(s) evento(s)? Sim Não
Em caso de resposta afirmativa preencher retirada do estudo.
Severidade Atribuída ao
medicamento?
Descrição Data
Leve Mod Severa Não Desc Pos Prov
Ação adotada
1.
2.
3.
4.
5.
Mod = Moderada Sev = Severa Pos = Possível Des = desconhecida Prov =
provável
98
Medicação para Tratamento de Eventos Adversos
Fez uso de algum medicamento?
Sim Não
Em caso afirmativo, especificar abaixo detalhando posologia e data*.
N
o
do
evento
adverso
Droga administrada
(nome genérico ou comercial)
Via
(oral, IV, IM)
Dosagem
(mg/dose, n
o
doses/dia)
Total dose
administrada
(mg)
Médico Responsável pela Avaliação
Assinatura Data
99
CONCLUSÃO DO ESTUDO
O Voluntário concluiu o Estudo conforme o planejado?
Sim Não
Em caso de resposta negativa, responda abaixo a “RETIRADA DO ESTUDO”.
Em caso afirmativo, complete o formulário de Conclusão do Estudo ao final do Formulário.
RETIRADA DO ESTUDO
O Voluntário foi retirado do Estudo?
Sim Não
Em caso de resposta afirmativa, assinale UMA categoria mais adequada:
Eventos adversos (complete a seção de Eventos Adversos)
Desvio do Protocolo (incluindo não obediência)
Perda de Acompanhamento
Encerrado pelo Responsável
Intercorrências médicas com ou sem hospitalização entres as visitas agendadas
Outros (forneça detalhes)
Pesquisador Responsável pela Avaliação Assinatura Data
100
FORMULÁRIO DE CONCLUSÃO DO ESTUDO
O Voluntário concluiu o Estudo conforme o planejado?
Sim
Não
COMENTÁRIOS ADICIONAIS
AUTENTICAÇÃO
Declaro que todos os dados contidos neste protocolo são acurados, completos,
verdadeiros e que todos os dados correspondem aos obtidos durante o estudo.
Investigador Principal Assinatura Data
101
APÊNDICE B – Termo de consentimento esclarecido para participação na pesquisa.
TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO PARA
PARTICIPAÇÃO EM PESQUISA
Ao dar minha autorização para participar da pesquisa clínica “Comparação dos
Efeitos Cardiovasculares de Fenilefrina 2,5% e 10% em Pacientes Diabéticos
Submetidos a Angiografia Fluoresceínica”, declaro que fui esclarecido(a) com
bastante antecedência e clareza sobre os objetivos da mesma, com os quais, por
bem entender, concordo plenamente:
1. A pesquisa em questão não está testando uma nova droga, nem tampouco a
maneira de usá-la;
2. Entendo que o procedimento diagnóstico (angiografia fluoresceínica) ao qual serei
submetido será realizado dentro das normas mundialmente aceitas.
3. A maneira com a qual a minha pupila será dilatada não trará riscos adicionais,
pois a dosagem de fenilefrina usada não excederá a que rotineiramente se usa no
Brasil, podendo até ser menor.
4. Sei que terei de seguir um “protocolo” elaborado pela UNIFAC (Unidade de
Farmacologia Clínica da UFC), que requer a minha permanência no Hospital
Santo Inácio por um período mínimo de 3 a 4 horas, durante o qual, terei os meus
parâmetros hemodinâmicos aferidos e registrados por diversas ocasiões.
Assinando este termo assumo que estou consciente dos riscos e benefícios como
também de eventuais efeitos colaterais que possam resultar da dilatação
pupilar, bem como da própria angiografia fluoresceínica.
102
TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO PARA
PARTICIPAÇÃO EM PESQUISA
Após as explicações que me foram dadas com bastante antecedência pelo
Dr. , as quais entendi
perfeitamente, e após a cuidadosa leitura, análise detalhada e compreensão total do
protocolo do referido estudo, declaro que:
1.
A minha participação na pesquisa é de livre e espontânea vontade.
2. Compreendi que a monitoração dos meus parâmetros hemodinâmicos
(pressão arterial, freqüência e ritmo cardíacos) não trará riscos adicionais a
minha saúde.
3. Compreendi que poderei desistir de participar da pesquisa, a qualquer
momento, sem que haja prejuízo para o êxito do meu exame diagnóstico
(angiografia fluoresceínica).
4. Entendi que será a mim permitido acesso às informações sobre os
procedimentos realizados na pesquisa e que a minha identidade será mantida
em segredo.
Declaro, outrossim, que minha decisão de participar da pesquisa foi
tomada voluntariamente e a autorização para realização da angiografia
fluoresceínica, que entendi ser necessária para a boa condução de minha
situação clínica oftalmológica, foi dada espontaneamente.
Juazeiro do Norte,
de de _________
_____________________________________
Assinatura do paciente voluntário
Nome do paciente (letras de imprensa):
Doc. Identidade nº:
_____________________________________
Régis Santana de Figueirêdo (pesquisador)
103
ANEXO A – Documento comprobatório de aprovação do protocolo de pesquisa pelo
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará – UFC.
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