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que ontem eu não ter podido realizado o treinamento de tarde eu tipo transferi pra
hoje de manhã que ai choveu e me prejudicou de novo, mas eu ter que vim fazer de
qualquer maneira de tarde o treinamento de musculação por que em período de base
a gente tem que fazer, então tem dias que varia. Dois turnos, já cheguei a fazer três
turnos, dois de manhã e um a tarde, tipo é... Uma seção tipo rodagem de manhãs
cedo, 6hs da manhã, ai 10 horas da manhã pista e depois no final da tarde uma
rodagemzinha também. (Juliana)
Então partindo da questão de treinamento. A gente faz... A gente divide em
períodos, há... Épocas em que a gente trabalha força, que a gente fala uma pré-base
uma base, um pré-específico, e o específico, seria né um trabalho de força, trabalho
de preparação pra competição e o trabalho para a competição propriamente dito, a
gente divide em etapas o treinamento, isso varia de 5, 4, 5 6 meses, até a gente entrar
na fase competitiva novamente ai depois fazia um descanso de 1 mês, um mês e
meio e retomava de novo com a pré-base,a base, o pré-específico, e o específico
novamente então é um ciclo né, então... na verdade parar era muito pouco. (João)
Entre os depoimentos, chama atenção o depoimento de Luciana, atleta da modalidade
de salto e com de 25 anos de idade, ao ser perguntada como são organizados os seus treinos.
Ela responde:
O Gustavo (treinador ‘gaúcho’ de Luciana) sempre fazia a preparação, a
periodização, né... Ginástica de condicionamento, base, toda semana e dava pra
gente. E o Cubano (outros treinador) a gente fazia com ele, não adiantava ele passar
o treino e a gente não saber o que estava fazendo. Então a gente ajudava a gente a
fazer os saltos, a periodização. Com o Ernesto (cubano). O Leandro (treinador
‘paulista’ de Luciana) também não fala assim, ele que faz o treinamento todo, ele só
fala para a gente as competições que a gente vai participar. E por que a gente ta
fazendo tal treinamento em tal época a gente não participa muito do trabalho dele de
montagem do treinamento, de preparação, a gente sabe mais ou menos quando vai
competir e o tipo de trabalho.
Pergunta: Tem algum jeito que te agrada mais? Ou que acha mais interessante?
Tem uma coisa que eu gosto assim, que o Gustavo não fazia e que o Leandro faz é
mandar o treino antes, tipo na Segunda-feira tu sabe todo o treino da semana todo e
sabe por que que tá fazendo. Por que eu não gosto de fazer as coisas quando eu não
sei o que eu vou fazer. Então eu acho que tu já vai preparada pra fazer as coisas. Em
Clemson era assim: Hoje tu vai saltar. Eu não tava preparada para saltar, não tava
preparada para fazer aquilo. Eu vejo o treino no domingo a noite ou segunda de
manhã olhar, hoje a tarde vai ter salto, e eu já vou mais preparada para aquilo. Agora
chegar na hora e querer saltar comigo não funciona. Eu quero saber o que vou fazer
para estar organizada. Até em material. Sapatos e tal.
Luciana possui uma carreira atlética na qual passou por vários treinadores, mas nunca
trocou de equipe. Aparentemente, seria uma “Prata da Casa”, mas considerando que é uma
atleta que defende uma equipe do Rio Grande do Sul e treina em São Paulo, notam-se
algumas das particularidades do atletismo e das interdependências específicas desta
configuração. Luciana, mesmo passando por outros treinadores, tem um treinador que é, e
sempre foi, o responsável por ela em sua equipe, mas buscou um treinador e toda uma
estrutura em São Paulo, para melhor aprimorar seus saltos. Entre outras experiências, pôde