e algumas das medidas que vêm sendo tomadas para prevenir e combater a
exploração sexual-comercial de crianças e adolescentes, fenômeno presente em
todo o território nacional e em todas as classes sociais, não obstante ser
preponderante nos setores mais empobrecidos.
2. Linhas Gerais de Ação
No Brasil, os serviços e programas públicos de atendimento direto às necessidades
das crianças e dos adolescentes vítimas de todas as formas de abuso e exploração
sexual estão geralmente vinculados às Políticas de Assistência Social (geração de
renda, orientação familiar, abrigo etc). Contudo, o governo está fortemente
empenhado na valorização de atividades correlatas, indispensáveis ao sucesso das
iniciativas de assistência direta, tendo o Programa Comunidade Solidária como
catalizador da ação conjunta entre Estado e Sociedade Civil.
Já no contexto do processo preparatório da Conferência de Estocolmo, foi realizado
em Brasília, em abril de 1996, o Seminário Contra a Exploração Sexual de Crianças
e Adolescentes, que contou com apoio do governo federal e reuniu pesquisadores e
formuladores de políticas de vários países do Continente. Como resultado concreto
do Seminário foi criada a Rede Nacional de Controle à Exploração, Abuso Sexual e
Maus Tratos de Crianças e Adolescentes, que reúne entidades nacionais do
governo e da sociedade civil, além de representantes de organizações
internacionais, com o objetivo de produzir coletivamente, propostas de políticas e
ações para o enfrentamento da exploração e abuso sexual, articulando experiências
e projetos.
No contexto mundial, o Brasil tem seguido uma linha sistemática e coerente de
adesão aos principais instrumentos de proteção internacional aos direitos humanos.
Seguindo recomendação expressa na Declaração e Programa de Ação de Viena
(1993), o Brasil foi o terceiro país do mundo a ter um Programa Nacional de Direitos
Humanos, lançado em 13 de maio de 1996, pelo Presidente Fernando Henrique
Cardoso. O Brasil vem também estreitando relações com outros países e atuando
com determinação em foros internacionais, com o objetivo de reprimir a exploração
sexual-comercial de caráter transnacional, notadamente o chamado "sexo-turismo",
e o tráfico de crianças e jovens.
Dentre as áreas de atuação governamental relacionadas ao processo de
erradicação da exploração sexual de crianças e adolescentes, destacam-se:
Garantia de Direitos (promoção e defesa da cidadania, responsabilização dos
agressores); Saúde (prevenção da gravidez precoce, doenças sexualmente
transmissíveis e AIDS); Educação (educação complementar, orientação sexual),
além de atividades nas áreas de cultura e desporto.
2.1. Atribuições Específicas do Poder Público
2.1.1. Elaboração e implementação das Políticas de Promoção e Defesa dos