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Georges Soussan
INTRODUÇÃO
Para elaborar seu ensino, cada professor é levado a
interrogar-se a respeito da maneira como seus alunos irão
apropriar-se dos saberes que deverão ser transmitidos por ele.
De forma esquemática, podemos conceber dois modos de
aquisição:
• o aluno recebe um saber construído, fornecido
essencialmente pelo professor e pelos manuais escolares. Na
sala de aula, ao proceder a anotações de um curso ou executar
as instruções indicadas ou, em seguida, em seu trabalho pessoal
(aprendizagem do saber comunicado, exercícios de aplicação,
resumo do curso...), ele deve tentar compreender, aplicar,
memorizar o que lhe é comunicado; deste modo, cada aluno
utiliza métodos pessoais espontâneos, mais ou menos eficazes;
• o aluno constrói seu saber. No decorrer de atividades
na sala de aula e de seu trabalho pessoal, a partir de diversos
materiais, e graças a procedimentos propostos e ensinados, ele
deve, alternadamente, procurar as informações, tratá-las,
ordená-las, confrontá-las com seus saberes anteriores, proceder
à integração de saberes novos a antigos no cerne de estruturas
conceituais cada vez mais complexas.
Por nossa parte, situamo-nos resolutamente no quadro da
segunda concepção, o que não exclui, de modo algum, a
utilização pontual de procedimentos característicos da primeira.
O professor é, então, aquele que vai permitir a cada aluno
executar todas as etapas necessárias para a aquisição e
estruturação de um campo de conhecimentos.
Assim, ele é, sucessivamente, fonte de informações,
organizador das atividades de aprendizagem, avaliador; mas,
sobretudo, em suas múltiplas funções, o professor deve fazer
com que todos os alunos tenham a oportunidade e a