comentários sobre o ensino primário
Quanto à esfera administrativa, 55,8% eram estaduais, 26,2% munici-
pais e 18% particulares, e, no tocante à remuneração, poucos são os elementos
disponíveis, os quais, todavia, permitem constatar o baixo nível de vencimentos
do professorado primário, aquém do salário mínimo, na maioria dos casos.
Os vencimentos dos professores estaduais graduavam-se, de acordo com pa-
drões alfabéticos, de Cr$ 1 500,00 a Cr$ 2 000,00 e os do Município de Ara-
caju, também segundo padrões alfabéticos, de Cr$ 2 300,00 a Cr$ 3 600,00.
Sobre a remuneração no Interior, não são conhecidas informações.
A matrícula efetiva do ensino primário, em todo Sergipe foi, em 1958, de
60 637 alunos, abrangendo crianças e adolescentes de 6 a mais de 15 anos, dos
quais, 58 651 para um grupo mais definido (7 a 15 anos), e cujo efetivo re-
presentava mais 7% sobre o de 1956 *, significando ligeiro acréscimo da per-
centagem da população desse grupo na escola primária, que passou de 33,4%
para 34,3%.
O confronto da população escolar, da faixa das idades típicas da instrução
primária (7 a 11 anos), com a total respectiva, denota uma baixa taxa de
escolarização, de apenas 41,6%, e que quase 60% dessas crianças até então
não haviam tomado contacto com a escola. A idade mais escolarizada — 10
anos — atingia somente 47,2% do total dessas crianças, e apenas 34% das de 7
anos, o que traduz não só o retardamento da entrada no curso primário mas,
inclusive, a pequena parcela que procura a escola, de vez que nas idades
maiores são também pequenas as proporções dos que estão fazendo o citado
curso.
Os 60 637 discentes do Estado, distribuídos pelas séries, constituíam qua-
dro anômalo dada a forte concentração na l.
a
(75,1%), e grande rarefação
nas demais, com somente e respectivamente 13,9, 7,0 e 4,0%, isto é, quase
nenhuma melhoria em referência há dois anos antes. Essa distribuição, no
Município de Aracaju, apresentava-se mais aceitável, sendo de 54,5, 20,0,
14,9 e 10,6% da l.
a
à 4.
a
série, enquanto que no Interior 80% se achavam
freqüentando a série inicial.
A matrícula de cada série, segundo as idades dos alunos, mostra a hete-
rogeneidade da composição de cada uma, como é o caso da l.
a
série que vai
de 6 a mais de 15 anos, dispersão essa que se opõe à ocorrência da desejada
concentração na respectiva idade típica, ou mesmo em duas. Assim, por exem-
plo, alunos de 7 anos, na l.
a
série, existiam apenas 16,2%; de 8 anos, 18%,
de modo que mesmo cinco idades reunidas (7 a 11 anos) não chegavam a
abranger 80% dos matriculados. Completando este comentário, o gráfico
abaixo, que compara a matrícula acumulada da l.
a
série, entre a Capital e o
Interior, deixa perceber que em Aracaju, crianças de 7 e 8 anos eram apenas
46,2% do total e que no Interior não iam além de 32,4%.
* Ver "ALGUNS ASPECTOS DA POPULAÇÃO DA ESCOLA PRIMARIA — 1956".
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