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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
SETOR DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DEPARTAMENTO DE ZOOLOGIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
ÁREA DE CONCENTRAÇÃO EM ENTOMOLOGIA
COLEÓPTEROS DE UMA ILHA ESTUARINA DA LAGOA DOS
PATOS, RIO GRANDE, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL
Dissertação apresentada à Coordenação
do Programa de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas, Área de
Concentração em Entomologia da
Universidade Federal do Paraná, como
requisito parcial para a obtenção do título
de Mestre em Ciências Biológicas.
MESTRANDO: Eduardo Alves Oliveira
ORIENTADORA: Profª. Drª. Cibele S. Ribeiro-Costa
CO-ORIENTADOR: Prof. Dr. Renato C. Marinoni
CURITIBA
2006
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A meus pais
Elder e Amélia
ii
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“...se fosse fácil achar o caminho das pedras
tantas pedras no caminho não seria ruim...”
Humberto Gessinger
iii
AGRADECIMENTOS
À Profª Cibele S. Ribeiro-Costa pela orientação, ensinamentos e ajuda durante o
curso e o desenvolvimento do projeto. Ao Prof. Renato C. Marinoni pela receptividade,
ajuda e orientação desde minhas primeiras visitas ao Departamento de Zoologia.
Ao Curso de Pós-Graduação em Entomologia da Universidade Federal do Paraná
pela oportunidade de desenvolver este projeto.
A Profº Cristina M. Loyola Zardo por todo o incentivo, apoio, colaboração e
amizade de longa data.
Ao Departamento de Ciências Morfo-Biológicas da Fundação Universidade Federal
do Rio Grande, pela receptividade dentro do Laboratório de Entomologia e pela
disponibilidade de viaturas para a realização das coletas.
A Eng. Agr. Ozana M. Andrade Maia pela amizade, apoio nos momentos difíceis,
criticas (e porque não), frases de impacto para as mais diversas situações e a inigualável
lição de vida que me transmitiu. Como poderia esquecer também da Anna Lívia, com sua
inocência e amizade incondicional, assim como do amigo Joaquim.
A bióloga Letícia V. Nascimento pelas coletas realizadas durante o período de
estudo, assim como sua amizade e companheirismo de laboratório, desde a graduação.
Ao amigo Paschoal C. Grossi pela convivência que tivemos, pelos ensinamentos
entomológicos e pela conferencia do material coletado no estudo.
Aos amigos inesquecíveis da Sala 7: Stela de Oliveira, Juliana Bertolino, Andressa
Fernandes e Marcel Hermes. Foi um tempo que vai deixar saudades.
Aos colegas do Laboratório de Coleoptera pelo companheirismo e auxilio.
Aos amigos Jonny E. Duque Luna e Mauricio Moura, pelo auxílio com as análises
estatísticas.
Aos demais amigos de curso, Juliana Nakajo, Rosylaine Pereira, Rodolfo Favaro,
Kelli Ramos, Edílson Caron, Lidiana Lovato, Ana Vieira e Mirian Morales.
Aos amigos Fábio, Gilmara Nascimento e familiares pela acolhida, amizade e apoio.
Aos meus pais Elder e Amélia e meus irmãos Kellen e Elder Jr. Agradeço pelo amor
e apoio incondicional que me foi dado. Sem vocês não haveria esta conquista.
iv
A todos que colaboraram direta ou indiretamente com a execução deste trabalho. A
soma de todos os esforços resultou nesta tão sonhada conquista.
v
Sumário
LISTA DE FIGURAS.........................................................................................................vii
LISTA DE TABELAS...........................................................................................................x
RESUMO.............................................................................................................................xii
ABSTRACT........................................................................................................................xiii
I.INTRODUÇÃO..................................................................................................................1
II. MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................................5
Local de coleta.............................................................................................................5
Metodologia de coleta.................................................................................................8
Triagem e identificação...............................................................................................8
Dados meteorológicos.................................................................................................9
Análise dos dados........................................................................................................9
III. RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................11
Famílias de Coleoptera..............................................................................................11
Abundância....................................................................................................11
Riqueza..........................................................................................................13
Grupos tróficos..............................................................................................14
Constância taxonômica..................................................................................15
Relação espacial............................................................................................23
Morfospécies de Coleoptera......................................................................................26
Riqueza..........................................................................................................26
Índices de diversidade e dominância.............................................................27
Relação espacial............................................................................................28
IV. CONCLUSÕES.............................................................................................................30
V. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................31
VI. ANEXOS.......................................................................................................................35
vi
Lista de Figuras
Figura 1. Imagem de satélite da área selecionada para o estudo da fauna de Coleoptera. A.
Estuário da Lagoa dos Patos, Rio Grande, Rio Grande do Sul (Fonte: SEELINGER et al.,
2004); B. Detalhe da Ilha dos Marinheiros com indicação dos pontos de coleta. (P) Pinus;
(R1) Restinga 1 e (R2) Restinga 2..........................................................................................5
Figura 2: Área de plantio homogêneo com Pinus ellioti da Ilha dos Marinheiros, Rio
Grande, Rio Grande do Sul.....................................................................................................6
Figura 3: Restinga 1. Área com vegetação de restinga considerada menos conservada que a
Restinga 2, da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul...................................7
Figura 4: Restinga 2. Área com vegetação de restinga considerada mais conservada que a
de Restinga 1, da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul...............................8
Figura 5. Número de famílias compartilhadas e exclusivas de Coleoptera coletadas por
armadilha malaise em cada área da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul.
Valores entre os círculos - famílias compartilhadas; valores dentro dos círculos, fora dos
parênteses - total de famílias; valores dentro dos círculos dentro de parênteses - famílias
exclusivas..............................................................................................................................16
Figura 6. Abundância das cinco famílias dominantes que totalizaram cerca de 60% dos
coleópteros capturados por armadilha malaise nas três áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio
Grande, Rio Grande do Sul, de agosto/2004 a julho/2005....................................................17
Figura 7. Número de famílias compartilhadas e exclusivas que totalizaram 60% da
abundância total dos Coleoptera coletados por armadilha malaise em cada área da Ilha dos
Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul. Valores entre círculos - famílias
compartilhadas; valores dentro dos círculos fora dos parênteses - total de famílias; valores
vii
dentro dos círculos e dentro de parênteses - famílias exclusivas; valor dentro da seta -
famílias em comum entre as áreas........................................................................................19
Figura 8. Número de morfoespécies compartilhadas e exclusivas de Coleoptera coletadas
por armadilha malaise em cada área da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do
Sul. Valores entre os círculos - morfoespécies compartilhadas; valores dentro dos círculos e
fora dos parênteses - total de morfoespécies; valores dentro dos círculos e dentro de
parênteses - morfoespécies exclusivas; valor dentro da seta - famílias em comum entre as
áreas
................................................................................................................................................20
Figura 8. Número de morfoespécies compartilhadas e exclusivas de Coleoptera coletadas
por armadilha malaise em cada área da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do
Sul. Valores entre os círculos - morfoespécies compartilhadas; valores dentro dos círculos e
fora dos parênteses - total de morfoespécies; valores dentro dos círculos e dentro de
parênteses - morfoespécies exclusivas; valor dentro da seta - famílias em comum entre as
áreas
.......................................................................................................................................21
Figura 10. Número de famílias compartilhadas e exclusivas que totalizaram 60% da
riqueza de morfoespécies dos Coleoptera coletados por armadilha malaise em cada área da
Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul. Valores entre círculos - famílias
compartilhadas; valores dentro dos círculos e fora dos parênteses - total de famílias; valores
dentro dos círculos e dentro de parênteses - famílias exclusivas; valor dentro da seta -
famílias em comum entre as áreas........................................................................................22
Figura 11. Árvore de Conexão Mínima estruturada pelo Coeficiente de Morisita-Horn com
base na abundância de famílias de Coleoptera, coletadas por armadilha malaise, da Ilha dos
Marinheiros (RS), na Ilha do Mel (PR) e em duas áreas do PROFAUPAR (PR). (P) Pinus;
(R1) Restinga 1; (R2) Restinga 2; (PrG) Praia Grande; (F) Fortaleza; (A) Antonina; (PoG)
Ponta Grossa.........................................................................................................................24
viii
Figura 12. Árvore de Conexão Mínima estruturada pelo Coeficiente de Jaccard com base
na presença de famílias de Coleoptera, coletadas por armadilha malaise, da Ilha dos
Marinheiros (RS), na Ilha do Mel (PR) e em duas áreas do PROFAUPAR (PR). (P) Pinus;
(R1) Restinga 1; (R2) Restinga 2; (PrG) Praia Grande; (F) Fortaleza; (A) Antonina; (PoG)
Ponta Grossa..........................................................................................................................25
Figura 13. Árvore de Conexão Mínima estruturada pelo Coeficiente de Morisita-Horn para
as morfoespécies de Coleoptera coletadas por armadilha malaise, na Ilha dos Marinheiros,
Rio Grande, Rio Grande do Sul, de agosto/2004 a julho/2005.............................................29
Figura 14. Árvore de Conexão Mínima estruturada pelo Coeficiente de Jaccard para as
morfoespécies da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul. (P) Pinus, (R1)
Restinga 1, (R2) Restinga 2...................................................................................................29
ix
Lista de Tabelas
Tabela I. Valores das médias mensais das variáveis meteorológicas (temperatura máxima,
temperatura mínima, umidade relativa e precipitação), durante agosto/2004 a julho/2005,
obtidos junto à Estação Meteorológica da Fundação Universidade Federal do Rio Grande,
RS.....................................................................................................................................................11
Tabela II. Número de indivíduos por família de Coleoptera capturado com armadilha
malaise nas três áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul, de
agosto/2004 a julho/2005......................................................................................................12
Tabela III. Valores do teste de Kruskal-Wallis (p<0,05) com base na abundância de cada
família amostrada por armadilha malaise, nas três áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio
Grande, Rio Grande do Sul, de agosto/2004 a julho/2005....................................................12
Tabela IV. Grupos tróficos reconhecidos para as famílias capturadas por armadilha malaise
nas três áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul, de agosto/2004 a
julho de 2005. (H, herbívoro; C, carnívoro; F, fungívoro; D, detritívoro), segundo
MARINONI et al. (2001).........................................................................................................14
Tabela IV. Grupos tróficos reconhecidos para as famílias capturadas por armadilha malaise
nas três áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul, de agosto/2004 a
julho de 2005. (H, herbívoro; C, carnívoro; F, fungívoro; D, detritívoro), segundo
M
ARINONI et al. (2001).........................................................................................................15
Tabela VI. Famílias dominantes e seus percentuais de abundância em cada uma das três
áreas amostradas da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul, de agosto/2004
a julho/2005...........................................................................................................................18
x
Tabela VII. Famílias de Coleoptera responsáveis por 60% da riqueza de morfoespécies,
ordenadas pelo percentual de abundância nas três áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio
Grande, Rio Grande do Sul, de agosto/2004 a julho/2005....................................................21
Tabela VIII. Coeficientes de correlação de Spearman entre as áreas da Ilha dos
Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul, amostradas por armadilha malaise, de
agosto/2004 a julho/2005. (*) Correlação significativa (p<0,05).........................................23
Tabela IX. Número de morfoespécies por família de Coleoptera capturadas com armadilha
malaise nas três áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul, de
agosto/2004 a julho/2005......................................................................................................26
Tabela X. Valores do teste de Kruskal-Wallis (p<0,05), com base na riqueza de
morfoespécies de Coleoptera, amostradas por armadilha malaise, nas três áreas da Ilha dos
Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul, de agosto/2004 a julho/2005.......................27
Tabela XI. Diversidade e uniformidade das morfoespécies de Coleoptera, capturadas por
armadilha malaise, da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul de agosto/2004
a setembro/2005. (N) número de indivíduos; (S) número de morfoespécies; (H’) índice de
diversidade de Shannon; (BP) índice de dominância de Berger & Parker; (UBP) índice de
uniformidade de Berger & Parker
. .......................................................................................28
Tabela XII. Valores do Coeficiente de correlação de Spearman com base nas
morfoespécies capturadas entre as áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande
do Sul, amostradas por armadilha malaise, de agosto/2004 a julho/2005. (*) Correlação
significativa (p<0,05). (*) Correlação significativa..............................................................29
xi
Resumo
A perda da diversidade de espécies pelo ritmo acelerado de degradação dos ecossistemas é
preocupante e uma possível ferramenta para avaliar a estrutura ambiental é o
monitoramento de organismos indicadores. Para o reconhecimento da estrutura ambiental
bem como ampliação do conhecimento da riqueza global de espécies há necessidade de um
inventariamento sistematizado. Os Coleoptera, um dos maiores grupos de insetos,
compõem-se por 360 mil espécies sendo 127 famílias e 72.476 espécies registradas para a
região Neotropical. Com os objetivos principais de ampliar o conhecimento da diversidade
de Coleoptera em área de ilha e verificar o potencial desse grupo como indicador de
qualidade ambiental, foi realizado um levantamento em três áreas da Ilha dos Marinheiros,
estuário da Lagoa dos Patos, Rio Grande, Rio Grande do Sul: uma área com plantio
homogêneo de Pinus ellioti e duas áreas com vegetação de restinga, em diferentes níveis de
conservação (Restinga 1=menos conservada; Restinga 2 = mais conservada). As coletas
foram realizadas semanalmente, durante agosto/2004 a julho/2005, com auxílio de
armadilha malaise. Foram registradas 26 famílias e 201 morfoespécies. A menor riqueza de
famílias e abundância de indivíduos foi registrada na Restinga 2 (S= 96, N= 368), a mais
conservada, sendo este último parâmetro um possível indicador de qualidade ambiental
bem como a riqueza de espécies que foi maior na área Restinga 1 (S= 130), a menos
conservada, tal como ocorre em área continental com floresta secundária em estágio inicial
a intermediário de sucessão vegetal. A dominância de herbívoros em área de restinga não é
indicativo de conservação ambiental, ao contrário do que ocorre em áreas continentais
florestadas com maior dominância de não-herbívoros em áreas mais conservadas. Os dados
de abundância por família de Coleoptera e os de riqueza de espécies, mostram que ao nível
de 60% do total da abundância ou do total da riqueza, foram arroladas de quatro a cinco
famílias, sendo apenas uma, Cerambycidae, comum em ambos os parâmetros, não
caracterizando uma constância taxonômica. A análise com base na presença de famílias
evidenciou que as áreas de ilha do Rio Grande do Sul e Paraná mostram-se próximas e que
as áreas continentais florestadas do Paraná relacionam-se às com vegetação de restinga da
Ilha do Mel, do mesmo Estado. No entanto, a análise com base na abundância das famílias
não evidenciou maior proximidade entre as áreas de ilha dos dois Estados.
xii
Abstract
The loss of species’ diversity as a result of the accelerated rhythm of degradation of
ecosystems is preoccupying, and a possible tool to evaluate the environmental structure is
the monitoring of indicative organisms. For their recognition, as well as improvement of
the knowledge of the global species’ richness, there is a need of a systematized surveying.
Coleoptera, one of the largest groups of insects, is composed by 360 thousand described
species belonging to 127 families, with 72.476 species registered for the Neotropical region.
With the main objectives to increase the knowledge of the diversity of Coleoptera in island
areas, and to verify the potential of this group as environmental quality indicator, a survey
was conducted in the Ilha dos Marinheiros, southern Brazil. Three areas in the island were
studied: one area with homogeneous planting of Pinus ellioti, and two with sandbank
vegetation, in different conservation levels (Sandbank 1 = less conserved; Sandbank 2 =
more conserved). The collections were weekly accomplished from august/2004 to
july/2005 with aid of malaise trap. A total of 201 morphospecies was collected belonging to
26 families. The lowest families’ richness and individuals' abundance were recorded in the
Sandbank 2 (S = 96, N = 368), the more conserved, being this parameter a possible
indicator of environmental quality. However, the highest species’ richness occurred in the
Sandbank area 1 (S = 130), the less conserved, just as it occurred in the continental area
with secondary forest in initial to intermediary stages of vegetable succession. The
herbivores’ dominance in sandbank area is not indicative of environmental conservation,
unlike what occurs in continental forested areas with larger non-herbivores dominance in
more conserved areas. The abundance data for Coleoptera families and those of species
richness show that at the level of 60% of the total abundance or total species’ richness, only
four to five families were registered, being only Cerambycidae common to both parameters,
not characterizing a taxonomic constancy. The analysis based on the presence of families
showed that the island areas of Rio Grande do Sul and Paraná are clustered and the
continental forested areas of Paraná are clustered with the sandbank vegetation of Ilha do
Mel, both of the same State. However, the analysis based on families’ abundance did not
reveal proximity between the island areas of the two States.
xiii
1
INTRODUÇÃO
A perda da diversidade de espécies pelo ritmo acelerado de degradação dos
ecossistemas é preocupante (E
HLRICH, 1988) e tem levado ao desenvolvimento de
estratégias mais racionais de uso dos recursos naturais. Uma possível ferramenta para
avaliar a estrutura ambiental, trazendo informações sobre os riscos que corre o sistema
natural é o monitoramento de organismos indicadores através de suas respostas aos
impactos ambientais (L
EWINSOHN, 2001). No entanto, o reconhecimento de tais
organismos e mesmo o conhecimento mais amplo da riqueza global se inicia a partir de um
processo sistematizado de inventariamento, com métodos de amostragem que possibilitem
análises comparativas de dados.
As comunidades de insetos são numerosas, compreendendo aproximadamente 70%
das espécies animais conhecidas (GULLAN & CRANSTON, 1996). Elas interagem e
respondem rapidamente às mudanças súbitas no ambiente e podem oferecer excelentes
informações para a interpretação de tais mudanças (HUTCHESON, 1990).
Os Coleoptera compõem-se por cerca de aproximadamente 360 mil espécies
descritas, cerca de 40% dos insetos e 30% dos animais (LAWRENCE & BRITTON, 1991;
LAWRENCE & NEWTON, 1995). Para a região Neotropical são conhecidas 127 famílias e
72.476 espécies (COSTA, 2000). O sucesso desta ordem é atribuído principalmente a
presença de élitros e a capacidade de consumir diferentes tipos de alimento (DALY et al.
1998), o que permitiu a conquista dos mais variados ambientes durante sua evolução.
A utilização de armadilhas se constitui em uma importante ferramenta para estudos
de inventariamento de insetos, sendo a malaise (T
OWNES, 1972) uma das mais utilizadas.
Atua sem atrativos, ininterruptamente, e por sua praticidade de manutenção, pode ser
mantida por longos períodos. E
VANS & OWEN (1965) salientaram que a malaise é eficiente
na obtenção de dados seguros sobre sazonalidade, abundância relativa e proporções sexuais.
Um dos grupos mais capturados pela malaise é Coleoptera, ao lado dos Diptera,
Hymenoptera e Lepidoptera (M
ATTHEWS & MATTHEWS, 1983; MARINONI & DUTRA, 1993).
No Brasil os inventários de Coleoptera que empregaram a armadilha malaise ainda
não são muitos, frente à diversidade do grupo. Na Região Sul do Brasil os trabalhos se
concentraram no Estado do Paraná, em localidades situadas em diferentes regiões,
2
incluindo Zona Litorânea, Serra do Mar e do Primeiro ao Terceiro Planalto. Áreas com
diferentes composições florísticas foram amostradas, envolvendo restinga e áreas
florestadas em diferentes condições de conservação. Dentre estes estudos, alguns se
detiveram na análise das famílias de Coleoptera capturadas, como os de D
UTRA &
M
IYAZAKI (1994) e MARINONI & DUTRA (1997) em oito áreas inventariadas durante o
projeto “Levantamento da Fauna Entomológica no Estado do Paraná” – PROFAUPAR;
DUTRA & MIYAZAKI (1995) em duas localidades da Ilha do Mel, na Baía de Paranaguá, e
GANHO & MARINONI (2003) em cinco áreas com diferentes características de interferência
antrópica no Parque Estadual de Vila Velha, Ponta Grossa (PROVIVE). Ao nível
específico há apenas um artigo, GANHO & MARINONI (2005), com os Coleoptera capturados
durante o PROVIVE.
Os Coleoptera têm sido indicados como um grupo com potencial para determinação
de níveis de conservação de áreas florestadas. MARINONI & DUTRA (1997), com base nos
Coleoptera do PROFAUPAR, e baseando-se principalmente nos trabalhos de MORRIS
(1980) e HUTCHESON (1990), desenvolveram um estudo com base nos grupos tróficos de
Coleoptera herbívoros e não-herbívoros constatando que a proporção de herbívoros diminui
com o aumento do nível de conservação ambiental. Para atingir a tais resultados, os autores
contabilizaram 60% do total de indivíduos capturados, vislumbrando a possibilidade da
utilização apenas das famílias mais comuns e fáceis de serem reconhecidas para
identificação de níveis de interferência antrópica.
G
ANHO & MARINONI (2003) com o material coletado durante o projeto PROVIVE,
verificaram que de cinco a sete famílias dominantes são responsáveis por cerca de 60% da
abundância total, Chrysomelidae, Mordelidae, Curculionidae, Cerambycidae, Elateridae e
Staphylinidae sendo eventualmente uma ou duas substituídas por Scarabaeidae,
Ptilodactylidae, Cleridae, Coccinellidae, Lampyridae, Scolytidae, Cucujidae, Nitidulidae,
Cantharidae, Scirtidae e Phengodidae. Comentaram ainda que, tal como ocorre no
PROVIVE, em áreas com diferentes características de vegetação e clima, em diversas
localidades do Paraná (DUTRA & MIYAZAKI, 1994, 1995; MARINONI & DUTRA, 1997), o
número de famílias dominantes em 60% da abundância total varia de cinco a sete. Segundo
os autores, como são poucas as famílias que definem esta proporção, isso caracterizaria
uma constância taxonômica e, ainda, o que se alterna entre as áreas amostradas é a posição
3
de dominância de cada família, possível conseqüência de disponibilidades de recursos
alimentares a uma ou outra família.
G
ANHO & MARINONI (2005) com o mesmo material do projeto PROVIVE,
analisaram a riqueza de espécies, proporção de espécies raras e a constância taxonômica
entre as famílias com maior riqueza de espécies. Constataram que seis a sete famílias
representam cerca de 60% da riqueza de espécies, ou seja, Curculionidae, Chrysomelidae,
Cerambycidae, Staphylinidae, Mordelidae, Elateridae, Scarabaeidae, Coccinellidae e
Tenebrionidae. E, que tais famílias são semelhantes quando contabilizado 60% do total da
abundância. A importância destes resultados relaciona-se à possibilidade de que estudos
concentrados em apenas 60% de todo o material capturado encontrem padrões ecológicos
e/ou de diversidade que venham a definir os Coleoptera como importantes indicadores
ecológicos e de diversidade em áreas florestadas (G
ANHO & MARINONI 2005).
O trabalho mais relevante com a fauna de Coleoptera em um ambiente de ilha com
vegetação de restinga foi o de DUTRA & MIYAZAKI (1995). Os autores amostraram duas
localidades, Praia Grande e Fortaleza, na Ilha do Mel, Paraná, registrando 1.030 e 1.083
indivíduos, respectivamente.
No Rio Grande do Sul não se encontram levantamentos sistematizados de
Coleoptera em ambiente de ilha. Desta forma o presente trabalho tem como objetivo geral
conhecer a riqueza e abundância da fauna de Coleoptera, ao nível de família e morfoespécie,
capturada com armadilha malaise em três áreas com diferentes características vegetais
devido a interferência antrópica na Ilha dos Marinheiros, estuário da Lagoa dos Patos, Rio
Grande do Sul. Assim, pretende-se ampliar o conhecimento do grupo, fundamental para sua
definição como indicador de qualidade ambiental e contribuir para incrementar o
conhecimento da biodiversidade em ambientes de ilha, que é tão escasso no Brasil.
Como objetivos específicos buscou-se:
1) comparar a fauna e a estrutura de comunidade das famílias de Coleoptera nas
áreas amostradas;
2) reconhecer a constância da presença de determinadas famílias entre aquelas com
os mais altos valores de abundância e riqueza;
4
3) verificar qual a relação entre os padrões de dominância dos grupos tróficos
evidenciando o potencial do grupo como indicador de qualidade ambiental;
4) evidenciar as relações de similaridade entre as áreas amostradas e outras de ilha
do Paraná (Ilha do Mel - Praia Grande e Fortaleza) e continentais florestadas do mesmo
Estado (Antonina – Zona Litorânea e Ponta Grossa - Segundo Planalto), através de dados já
publicados provenientes de inventários com padrão de coleta sistematizado e uso de
armadilha malaise.
5
II. Material e Métodos
Local de coleta
O levantamento foi realizado na Ilha dos Marinheiros, ao sul da Lagoa dos Patos,
município de Rio Grande, Rio Grande do Sul (Fig. 1), a uma altitude média 11m. A ilha
possui área total de 39.280.854 m
2
, dos quais 876.948 m
2
pertencem a faixa de Marinha e
2.583.711 m
2
são áreas de lagoas e areal (Dados retirados da carta de julho/77- Prefeitura
Municipal do Rio Grande). Por sofrer influência de águas oceânicas e lacustres formando
um gradiente de salinidade, este ambiente adquire características particulares.
A região costeira do Rio Grande do Sul apresenta um clima subtropical marítimo.
As temperaturas no verão oscilam entre 17º e 32
o
C, com média de 24,5
o
C, e de 6º a 17ºC
no inverno, com média de 11,5
o
C. A pluviosidade é de 1.317 mm/ano (VIEIRA 1983).
Segundo a classificação de Köeppen o clima é do tipo Cfa, com chuvas bem distribuídas e
verões rigorosos.
Figura 1. Imagem de satélite da área selecionada para o estudo da fauna de Coleoptera. A. Estuário
da Lagoa dos Patos, Rio Grande, Rio Grande do Sul (Fonte: S
EELINGER et al., 2004); B. Detalhe da
Ilha dos Marinheiros com indicação dos pontos de coleta. (P) Pinus; (R1) Restinga 1 e (R2)
Restinga 2.
P
R1
R2
6
Para a coleta foram selecionadas áreas com diferentes características florísticas, uma
com plantio homogêneo de Pinus ellioti e duas outras com vegetação de restinga, em
diferentes níveis de conservação, no lado leste e norte da ilha (Fig. 1). A caracterização da
vegetação das áreas de coleta foi realizada pela Profa. Thasiana Batista (FURG) e com o
auxílio de bibliografia (VIEIRA 1983, TAGLIANI 1997). Abaixo são descritas as principais
características dessas áreas:
Área de Pinus – (32º 00’. 382” S/ 52º 07’.018” W). Esta área é composta pelo
cultivo de Pinus ellioti dispostos em faixas de terra na planície arenosa, iniciado em 1982.
No estrato inferior, quase não há elementos herbáceos e arbustivos, tornando este ambiente
muito homogêneo (Fig. 2).
Figura 2: Área de plantio homogêneo com Pinus ellioti da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio
Grande do Sul.
Área Restinga 1 - (32º 59’.081” S/ 52º 09’.219” W). A área onde foi instalada a
armadilha dista cerca de 0,9 km da área de plantio homogêneo com pinus e encontra-se na
parte leste da ilha onde a vegetação nativa é herbácea. Esta área foi considerada como
sendo a menos conservada que a outra restinga estudada, agregando espécies herbáceas,
eretas, perenes, tolerantes às variações de salinidade, sendo submetidas à dessecação e
inundação irregulares. As espécies vegetais mais comuns são a Vaucheria longicaules,
Cladium jamaicense, Cotula coronopifolia, Crinum americanum, Cyperus giganteus,
Hibiscus cisplatinus, Juncus acutus, Juncus sp., Limonium brasiliensis, Paspalum
vaginatum, Pluchea sagittalis, Salicornia gaudichaudiana, Scirpus maritimus, Scirpus
7
olneyi, Senecio bonariensis, Spartina alteniflora, S. densiflora, Rumex argentinus,
Triglochim striata, Typha domingensis. (Fig. 3).
Figura 3: Restinga 1. Área com vegetação de restinga considerada menos conservada que a
Restinga 2, da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul
.
Área Restinga 2 - (32º 00’.178” S/ 52º 06’.499” W). Esta área de estudo dista cerca
de 4,3 km da área de plantio homogêneo e 4,8 km da Restinga 1, ao norte da ilha. Esta área
foi considerada como a de maior conservação vegetal, com menor incidência de raios
luminosos no estrato inferior comparativamente a área de Restinga 1. A vegetação nativa
situada nas partes mais altas da Ilha é do tipo herbácea, arbustiva e arbórea, sendo as
principais espécies: Cyperus schoemorphus, Enanthus accharoides, Cedrela tubiflora,
Ficus carica, Pistacea lentiscus, Xylopia ou Corataria ardens, Anencastrum
romanzofillianum, Begonia uliginosa e Psidium sp. (Fig. 4).
8
Figura 4: Restinga 2. Área com vegetação de restinga considerada mais conservada que a de
Restinga 1, da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul
.
As áreas de restinga possuem uma largura que oscila entre 150 e 180 metros, e se
estendem do pé do cinturão de dunas até a beira-mar.
Metodologia de coleta
Em cada área de coleta foi instalada uma armadilha Malaise, modelo TOWNES
(1972). Basicamente esta armadilha é constituída por uma tenda de tela de náilon suspensa
por estacas de madeira, com uma barreira central também de náilon que intercepta o vôo
dos insetos. O maior eixo da armadilha e o frasco coletor foram orientados para o sentido
norte (ALMEIDA et al.1998).
As amostras foram retiradas semanalmente dos frascos coletores e transferidas para
outros recipientes devidamente identificados, de agosto de 2004 a julho de 2005, variando
de 42 a 51 amostras, dependendo da área.
Triagem e Identificação
Os Coleoptera foram triados e separados das demais ordens sob esteromicroscópio
no Laboratório de Entomologia, do Departamento de Ciências Morfo-Biológicas da
9
Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e armazenados em potes plásticos
contendo álcool 70%. Em seguida, foram transportados para o Laboratório de Sistemática e
Bioecologia de Coleoptera do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do
Paraná, onde foram montados, etiquetados e separados em morfoespécies.
A identificação do material foi realizada com base em bibliografia pertinente
(ARNETT 1968, LAWRENCE & BRITTON 1991, LAWRENCE & NEWTON 1995, LAWRENCE et
al. 2000, LIMA 1952-56) e por comparação com material já identificado da Coleção de
Entomologia Pe. Jesus Santiago Moure, do Departamento de Zoologia da Universidade
Federal do Paraná. Para identificação até família foi seguida a classificação proposta por
LAWRENCE & NEWTON (1995), com as modificações anotadas em LAWRENCE et al. (2000).
As informações dos coleópteros capturados foram inseridas em um banco de dados
gerenciado pelo programa MS Access 2000, desenvolvido pelo Dr. Sionei R. Bonato
(UFPR). Nesse banco encontram-se as seguintes informações: numeração do exemplar,
procedência, local de depósito, tipo de coleta, coletor, condição de estocagem.
O material coletado está depositado na Coleção de Entomologia Pe. Jesus Santiago
Moure, do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Paraná.
Dados meteorológicos
A análise dos fatores físicos ambientais (temperatura, umidade relativa e
precipitação) foi realizada utilizando planilhas de observações meteorológicas em suas
médias mensais, fornecidas pela Estação Meteorológica da Fundação Universidade Federal
do Rio Grande. A estação localiza-se a cerca de 6 km de distância das áreas de Pinus e
Restinga 1 e a 10 km da área de Restinga 2.
Análise dos dados
As análises foram realizadas em dois níveis taxonômicos diferentes, família e
morfoespécie.
Para as famílias capturadas na Ilha dos Marinheiros, foi empregada a análise de
Kruskal-Wallis, a fim de verificar a existência de diferença de abundância entre as áreas. O
cálculo de correlação de Spearman foi utilizado na busca de evidenciar as relações entre os
10
locais inventariados. Ambas as análises foram geradas através do programa Statistica 6.0,
StatSoft, Inc. (2001).
Os dados obtidos na Ilha dos Marinheiros ao nível de família foram comparados
com outros de levantamento de Coleoptera no Estado do Paraná, a partir de coletas
semanais com uma armadilha por área amostrada. Tais levantamentos foram os de DUTRA
& MYAZAKI (1995) em duas áreas de coleta da Ilha do Mel, de setembro/1988 a
agosto/1989; MARINONI & DUTRA (1997) em oito áreas de coleta, de agosto de 1986 a julho
de 1987, sendo utilizados apenas os dados de duas áreas para comparação e GANHO &
MARINONI (2003) em cinco áreas do Parque Estadual de Vila Velha (PROVIVE), de
setembro de 1999 a agosto de 2000 (Maiores detalhes das áreas ver Anexo 1). Para
evidenciar as relações existentes entre essas áreas, foi utilizada a análise multivariada de
agrupamento. Com base nos dados de presença/ausência de famílias foi utilizado o
coeficiente de semelhança Jaccard, e para os dados de abundância, o coeficiente de
Morisita-Horn. A partir dos resultados da matriz de semelhança gerados pelos diferentes
índices, foi calculada a Árvore de Conexão Mínima e, a partir de seus valores,
confeccionados gráficos. Para tais análises foi utilizado o programa NTSYS-pc (Numerical
Taxonomy and Multivariate Analysis System), versão 2.02 (1998), desenvolvido por
R
OHLF (1998).
Com relação às morfoespécies capturadas na Ilha dos Marinheiros foram realizadas
as mesmas análises citadas anteriormente para o nível de família, acrescendo-se ainda, para
cada área, os cálculos dos índices de diversidade de Shannon (H'), de dominância de Berger
& Parker (BP) e de uniformidade de Berger & Parker (UBP) (M
AGURRAN, 1988). Para isso
utilizou-se o programa BioDiversity Pro (Biodiversity Program), versão 4.0, (MCALECEE,
1997).
A análise dos grupos tróficos de Coleoptera foi realizada com base em MARINONI et
al. (2001).
11
III. Resultados e Discussão
O período de coletas foi marcado por temperatura média de 19,6ºC, umidade
relativa do ar de 79,5% e precipitação média de 8.922,5 mm
3
(Tab. I). A somatória final da
precipitação foi de 107.070 mm
3
. O valor referente a média da precipitação foi muito
superior aos dados históricos da região citados em VIEIRA (1983), com média de 1.317
mm
3
/ano.
Tabela I. Valores das médias mensais das variáveis meteorológicas (temperatura máxima,
temperatura mínima, umidade relativa e precipitação), durante agosto/2004 a julho/2005, obtidos
junto à Estação Meteorológica da Fundação Universidade Federal do Rio Grande, RS.
Mêses
Temp.
Máxima(
o
C)
Temp.
Mínima(
o
C)
Temp.
Média (ºC)
UR (%)
Precipitação
(mm)
Ago/04
19,79 10,85 15,32 87,25 7050
Set/04
21,52 12,46 16,99 86,43 4700
Out/04
22,33 13,43 17,88 73,17 14550
Nov/04
23,76 16,22 19,99 78,88 10750
Dez/04
26,41 18,06 22,24 72,08 5610
Jan/05
29,70 20,04 24,87 71,93 1720
Fev/05
28,56 19,51 24,04 73,98 3890
Mar/05
28,49 18,37 23,43 74,28 7640
Abr/05
24,41 14,33 19,37 81,28 26240
Mai/05
22,25 13,92 18,09 84,94 16110
Jun/05
22,07 14,30 18,19 88,20 2540
Jul/05
19,45 9,96 14,71 81,73 6270
Médias
24,06 15,12 19,59 79,51 8922,50
Famílias de Coleoptera
Abundância
Durante o período de agosto de 2004 a julho de 2005 foram capturados 2.290
coleópteros (Tab. II). A abundância foi maior na área de plantio homogêneo com Pinus
(963 exemplares), representando 42,05% do total capturado. Na área Restinga 1, a menos
conservada, o valor foi de 943 exemplares, 41,09% do total capturado, mais próximo ao
valor de captura da área com Pinus. A menor abundância ocorreu na Restinga 2, com 386
12
exemplares, e que representou apenas 16,18%. Mesmo com o baixo valor de captura na
Restinga 2, não houve diferença significativa entre as áreas quando aplicado o teste de
Kruskal-Wallis, sobre os valores totais de abundância por família em cada área (Tab. III).
Tabela II. Número de indivíduos por família de Coleoptera capturado com armadilha malaise nas
três áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul, de agosto/2004 a julho/2005.
Famílias Pinus Restinga 1 Restinga 2 Total
Anthribidae 2 25 7 34
Bostrichidae 1 1 0 2
Buprestidae 4 4 0 8
Cantharidae 295 26 10 331
Carabidae 10 10 1 21
Cerambycidae 71 61 90 222
Chrysomelidae 12 64 16 92
Cleridae 0 7 4 11
Coccinellidae 43 64 11 118
Cucujidae 0 1 0 1
Curculionidae 34 145 54 233
Elateridae 33 248 32 313
Lathridiidae 14 80 26 120
Lycidae 0 2 0 2
Meloidae 0 28 3 31
Mordellidae 0 22 3 25
Nitidulidae 133 31 33 197
Oedemeridae 0 1 0 1
Ptillidae 2 0 0 2
Ptilodactylidae 3 30 27 60
Scarabaeidae 4 6 0 10
Scirtidae 268 29 41 338
Scydmaenidae 1 3 0 4
Staphylinidae 6 15 15 36
Tenebrionidae 24 36 10 70
Trogossitidae 3 2 3 8
Total de Indivíduos 963 943 386 2290
Total de Famílias 20 25 18 26
Tabela III. Valores do teste de Kruskal-Wallis (p<0,05) com base na abundância de cada família
amostrada por armadilha malaise, nas três áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande
do Sul, de agosto/2004 a julho/2005.
Áreas H P
Pinus X Restinga 1 11,04 0,27
Pinus X Restinga 2 13,11 0,15
Restinga 1 X Restinga 2 11,96 0,21
13
DUTRA & MIYAZAKI (1995), durante setembro de 1988 a agosto de 1989,
capturaram 1.083 coleópteros em Fortaleza e 1.030 na Praia Grande, localidades da Ilha do
Mel, a primeira a 400 m da zona de maré e a segunda a 150m. Os valores, considerados
individualmente, aproximam-se ao da Restinga 1 (943) e Pinus (963), a menos conservada.
A baixa abundância na Ilha dos Marinheiros e Ilha do Mel, em relação as áreas florestadas,
deve-se possivelmente às condições naturais, com vegetação típica de planície arenosa
adaptada a condições ambientais extremas.
Comparando-se com as áreas florestadas amostradas durante o PROFAUPAR
(M
ARINONI & DUTRA 1997) verifica-se que os valores de captura obtidos na Ilha dos
Marinheiros são bem menores, estando mais próximo ao valor obtido para São José dos
Pinhais (1.107), na Serra do Mar.
Com o material proveniente de inventário em cinco áreas do Parque Estadual de
Vila Velha (PROVIVE), G
ANHO & MARINONI (2003) obtiveram valores de abundância que
variaram de 1.699 a 2.946 exemplares, sendo a menor abundância dentre as áreas
florestadas, registrada na área mais conservada. HUTCHESON (1990) já havia sugerido que a
maior ou menor abundância da área pode estar associada à sua estrutura vegetal. Na área
de Restinga 2, mais conservada, o estrato intermediário é bem definido e mais alto e a
incidência de luz bem menor que na área de Restinga 1. Nas áreas florestadas consideradas
conservadas os três estratos (sub-bosque, intermediário e dossel) estão bem definidos e a
incidência de luz é menor, pois o dossel é mais fechado.
Riqueza
Nas três áreas do levantamento foram capturadas 26 famílias. A área Restinga 1, a
menos conservada, foi a mais rica, com 25 famílias, seguindo-se a área de Pinus, com 20
famílias e a Restinga 2, com 18 famílias (Tab. II). Na Restinga 2, além de ter sido
observada a menor riqueza, ocorreu a menor abundância de Coleoptera.
O total de famílias foi inferior ao obtido por D
UTRA & MIYAZAKI (1995), 36
famílias, em duas áreas inventariadas da Ilha do Mel (Fortaleza, 29 e Praia Grande, 32).
Um valor de riqueza de famílias mais alto que a da Ilha dos Marinheiros e Ilha do Mel foi
encontrada por G
ANHO & MARINONI (2003), 49 famílias, no levantamento realizado no
14
Parque Estadual de Vila Velha (PROVIVE) (número de famílias ajustado à classificação
taxonômica citada em Material e Métodos).
Os baixos valores de riqueza de famílias em ambiente de ilha com vegetação de
restinga devem-se provavelmente às condições naturais do ambiente, com baixa
diversidade de vegetação e com características xerofíticas peculiares.
GANHO & MARINONI (2003) constataram que a riqueza de famílias não foi
indicativa de graus de conservação florestal, pois as áreas amostradas em diferentes níveis
de conservação apresentaram número semelhante de famílias. Na Ilha dos Marinheiros, no
entanto, observou-se que houve diferença entre as áreas de restinga com graus diferentes de
conservação (Restinga 1= 25 famílias, Restinga 2 = 18 famílias), podendo a riqueza de
família servir como indicativo da qualidade de ambiente em restinga.
Grupos tróficos
Das 26 famílias coletadas, oito possuem hábito exclusivamente carnívoro, sete
herbívoro, sete com hábitos variados, três fungívoro e uma detritívoro (Tab. IV).
Tabela IV. Grupos tróficos reconhecidos para as famílias capturadas por armadilha malaise nas três
áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul, de agosto/2004 a julho de 2005. (H,
herbívoro; C, carnívoro; F, fungívoro; D, detritívoro), segundo M
ARINONI et al. (2001).
Família Grupo Trófico Família Grupo Trófico
Anthribidae H Lycidae F
Bostrichidae H Meloidae C
Buprestidae H Mordelidae H
Cantharidae C Nitidulidae C, F, H ou D
Carabidae C Oedemeridae H
Cerambycidae H Ptiliidae F
Chrysomelidae H ou D Ptilodactylidae D
Cleridae C Scarabaeidae H ou D
Coccinellidae C, F ou H Scirtidae C
Cucujidae C Scydmaenidae C
Curculionidae H Staphylinidae C, D ou F
Elateridae H ou C Tenebrionidae D ou F
Lathridiidae F Trogossitidae C
15
As famílias de coleópteros herbívoros dominantes, com cerca de 60% da
abundância total de cada área foram Cerambycidae, Curculionidae e Chrysomelidae, porém,
na área de Pinus houve ausência de herbívoros para este parâmetro (Tab. V).
As famílias não-herbívoras foram Cantharidae, Scirtidae, Elateridae, Nitidulidae,
Lathridiidae e Coccinellidae (Tab. V).
Na Restinga 1 houve menor abundância de herbívoros que não-herbívoros ao
contrário da Restinga 2, a área mais conservada e com dominância de herbívoros (Tab. V).
Esses resultados são distintos dos obtidos para as áreas florestadas do Paraná por MARINONI
& DUTRA (1997), GANHO & MARINONI (2003), DUTRA & MIYAZAKY (1995), que
encontraram uma proporção maior de indivíduos herbívoros em áreas em regeneração e de
não-herbívoros em áreas conservadas.
Tabela V. Famílias de Coleoptera dominantes que representam 60% da abundância total de
indivíduos capturados por armadilha malaise nas três localidades da Ilha dos Marinheiros, Rio
Grande, Rio Grande do Sul. Classificação por grupo trófico.
Famílias Pinus Restinga 1 Restinga 2
Herbívoras
Cerambycidae - - 90
Curculionidae - 145 54
Chrysomelidae - 64 -
Total 209 144
Não herbívoras
Cantharidae 295 - -
Scirtidae 268 - 41
Elateridae - 248 32
Nitidulidae 133 - 33
Lathridiidae - 80 -
Coccinellidae - 64 -
Total 696 392 106
Constância taxonômica
Analisando-se a Tabela II e a Figura 5 observa-se que as famílias comuns às áreas
de Pinus e Restinga 1 foram quatro, Bostrichidae, Buprestidae, Scarabaeidae e
16
Scydmaenidae, as duas primeiras herbívoras. As famílias comuns à Restinga 1 e Restinga 2
foram três, Cleridae, Meloidae e Mordellidae, as duas primeiras carnívoras. As áreas de
Pinus e Restinga 2 não apresentam famílias em comum. Apenas uma família, Ptillidae,
ocorreu exclusivamente em Pinus, duas na Restinga 1, Lycidae e Oedemeridae; a Restinga
2 não apresentou famílias exclusivas. As famílias exclusivas são pouco freqüentes, com
abundância de até dois exemplares.
Figura 5. Número de famílias compartilhadas e exclusivas de Coleoptera coletadas por armadilha
malaise em cada área da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul. Valores entre os
círculos - famílias compartilhadas; valores dentro dos círculos, fora dos parênteses - total de
famílias; valores dentro dos círculos dentro de parênteses - famílias exclusivas.
As famílias dominantes, que totalizaram 60% da abundância total de besouros
capturados foram cinco, Scirtidae (14,75%), Cantharidae (14,45%), Elateridae (13,67%),
Cerambycidae (9,7%) e Nitidulidae (8,6%) (Fig. 6). A com mais alto valor, Scirtidae,
apresenta hábito carnívoro.
17
0
50
100
150
200
250
300
350
400
Scirtidae Cantharidae Elateridae Cerambycidae Nitidulidae
Número de exemplares
Figura 6. Abundância das cinco famílias dominantes que totalizaram cerca de 60% dos coleópteros
capturados por armadilha malaise nas três áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande
do Sul, de agosto/2004 a julho/2005.
O número de famílias dominantes em cada área da Ilha dos Marinheiros variou de
dois a cinco, sendo a composição da dominância das famílias diferenciada. Na área de
Pinus houve a dominância de apenas duas famílias carnívoras, Cantharidae (31%) e
Scirtidae (28%). Na Restinga 1 foram cinco as famílias dominantes e com hábitos
diferenciados, Elateridae (26%), Curculionidae (15%), Lathridiidae (8%), Coccinellidae
(7%) e Chrysomelidae (7%). E, na Restinga 2, também cinco famílias, Cerambycidae
(23%), Curculionidae (14%), Scirtidae (11%), Nitidulidae (8%) e Elateridae (8%) (Tabela
VI).
A partir da análise dos dados de DUTRA & MIYAZAKI (1995) do levantamento
realizado na Ilha do Mel foi possível verificar que o número de famílias dominantes, a
partir do total de coleópteros capturados, foi muito próximo ao da Ilha dos Marinheiros. As
seis famílias registradas foram, Curculionidae (12,93%), Phengodidae (11,83%), Scirtidae
(11,43%), Mordellidae (9,88%), Chrysomelidae (9,54%) e Dytiscidae (9,35%). Em uma
das áreas estudadas, Fortaleza, ainda foi registrada a família Scarabaeidae, ao nível de 60%
do total de indivíduos capturados na área. Comparando-se o estudo realizado na Ilha dos
Marinheiros (Fig. 6) com o da Ilha do Mel constatou-se que apenas Phengodidae não foi
capturada na Ilha dos Marinheiros e que apenas a família Scirtidae, com hábito carnívoro,
foi comum aos locais. No entanto, ao analisar os dados da Ilha dos Marinheiros retirando-se
os valores referentes a área de Pinus, que não se caracteriza como restinga, observa-se que
18
foram duas as famílias comuns, Curculionidae e Chrysomelidae, ambas essencialmente
herbívoras.
Comparando-se ainda os dados da Ilha dos Marinheiros (Fig. 6) com os de áreas
florestadas amostradas por G
ANHO & MARINONI (2003) no Parque Estadual de Vila Velha,
verifica-se que o número de famílias dominantes (60% total de indivíduos capturados) foi
superior (7), sendo elas Chrysomelidae (15,97%), Mordelidae (11,90%), Cerambycidae
(8,72%), Elateridae (8,44%), Staphylinidae (6,60%), Curculionidae (6,59%) e Scarabaeidae
(5, 72%). Nas diferentes áreas estudadas, ao nível de 60% do total capturado por área, ainda
foram registradas as famílias Coccinellidae, Cleridae, Lampyridae e Ptilodactylidae. Das
famílias citadas, quatro são comuns à Ilha dos Marinheiros, Cerambycidae, Elateridae,
Curculionidae e Coccinellidae, com diferentes hábitos alimentares.
Tabela VI. Famílias dominantes e seus percentuais de abundância em cada uma das três áreas
amostradas da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul, de agosto/2004 a julho/2005.
Pinus Restinga 1 Restinga 2
Famílias % Famílias % Famílias %
Cantharidae 31 Elateridae 26 Cerambycidae 23
Scirtidae 28 Curculionidae 15 Scirtidae 11
- Lathridiidae 8 Curculionidae 14
- Coccinellidae 7 Nitidulidae 8
- Chrysomelidae 7 Elateridae 8
TOTAL 59 63 64
As famílias carnívoras dominantes, Cantharidae e Scirtidae, ocorreram
exclusivamente na área de Pinus; Lathridiidae, Coccinellidae e Chrysomelidae na Restinga
1 e Cerambycidae na Restinga 2. O maior número de famílias compartilhadas com base nos
60% do total capturado por área, ocorreu entre os ambientes de restinga, sendo comuns às
Restinga 1 e 2, Elateridae, predominantemente carnívora, e Curculionidae, herbívora (Tab.
VI; Fig. 7).
19
Figura 7. Número de famílias compartilhadas e exclusivas que totalizaram 60% da abundância total
dos Coleoptera coletados por armadilha malaise em cada área da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande,
Rio Grande do Sul. Valores entre círculos - famílias compartilhadas; valores dentro dos círculos
fora dos parênteses - total de famílias; valores dentro dos círculos e dentro de parênteses - famílias
exclusivas; valor dentro da seta - famílias em comum entre as áreas.
As áreas de Pinus e Restinga 1 compartilharam 43 morfoespécies, Restinga 1 e
Restinga 2, 21 morfoespécies, e Pinus e Restinga 2, apenas cinco morfoespécies (Fig. 8). O
maior número de morfoespécies exclusivas foi registrado na Restinga 1, 65 morfoespécies,
seguido da Restinga 2 com 40 morfoespécies e, por último, a área com plantio de pinus
com 26 morfoespécies exclusivas.
20
Figura 8. Número de morfoespécies compartilhadas e exclusivas de Coleoptera coletadas por
armadilha malaise em cada área da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul. Valores
entre os círculos - morfoespécies compartilhadas; valores dentro dos círculos e fora dos parênteses -
total de morfoespécies; valores dentro dos círculos e dentro de parênteses - morfoespécies
exclusivas; valor dentro da seta - famílias em comum entre as áreas.
As famílias de Coleoptera responsáveis por 60% da riqueza total de morfoespécies
foram quatro, predominantemente as de hábito herbívoro (Fig. 9). Cerambycidae foi a
família mais rica em morfoespécies (36), seguida de Curculionidae (35), Chrysomelidae
(29) e Staphylinidae (17), sendo estas as famílias com o maior número de espécies
registradas para o Brasil (C
OSTA 2000).
21
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Cerambycidae Curculionidae Chrysomelidae Staphylinidae
Número de espécies
Figura 9. Famílias de Coleoptera responsáveis por 60% da riqueza de morfoespécies, capturadas
por armadilha malaise, nas três áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul, de
agosto/2004 a julho/2005.
Na área de pinus as famílias mais ricas em morfoespécies foram Cerambycidae
(16,22%), Chrysomelidae (12,16%), Curculionidae (9,45%), Elateridae (9,45%),
Coccinellidae (8,16%), Staphylinidae (6,75%), Nitidulidae (6,75%) e Tenebrionidae
(6,75%). Na Restinga 1 foram quatro as famílias mais ricas, Chrysomelidae (19,09%),
Cerambycidae (17,56%), Curculionidae (16,03%) e Carabidae (7,63). E, na Restinga 2,
foram três famílias, Curculionidae (28, 12%), Cerambycidae (21,87%), Staphylinidae
(9,37%) (Tab. VII).
Tabela VII. Famílias de Coleoptera responsáveis por 60% da riqueza de morfoespécies, ordenadas
pelo percentual de abundância nas três áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do
Sul, de agosto/2004 a julho/2005.
Pinus Restinga 1 Restinga 2
Famílias % Famílias % Famílias %
Cerambycidae 16,22 Chrysomelidae 19,09 Curculionidae 28,12
Chrysomelidae 12,16 Cerambycidae 17,56 Cerambycidae 21,87
Curculionidae 9,45 Curculionidae 16,03 Staphylinidae 9,37
Elateridae 9,45 Carabidae 7,63 - -
Coccinellidae 8,16 - - - -
Staphylinidae 6,75 - - - -
Nitidulidae 6,75 - - - -
Tenebrionidae 6,75 - - - -
TOTAL 62,14 - 60,3 - 59,36
22
Apenas duas famílias ricas em morfoespécies, dentre as 60% mais abundantes,
foram comuns às três áreas amostradas. Também foram poucas as famílias ricas
compartilhadas entre as áreas e as exclusivas para cada área, sendo o maior número, quatro,
registrado na área de Pinus. As áreas de restinga somente apresentaram duas famílias em
comum (Fig. 10).
Figura 10. Número de famílias compartilhadas e exclusivas que totalizaram 60% da riqueza de
morfoespécies dos Coleoptera coletados por armadilha malaise em cada área da Ilha dos
Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul. Valores entre círculos - famílias compartilhadas;
valores dentro dos círculos e fora dos parênteses - total de famílias; valores dentro dos círculos e
dentro de parênteses - famílias exclusivas; valor dentro da seta - famílias em comum entre as áreas.
Uma comparação entre os dados de abundância por família de Coleoptera e os
dados de riqueza de morfoespécies mostra que ao nível de 60% do total da abundância ou
do total da riqueza de morfoespécies, foram arroladas de quatro a cinco famílias, porém,
apenas uma foi semelhante, Cerambycidae. Assim, não houve uma constância taxonômica
das famílias nos dois parâmetros analisados. No entanto, nas áreas amostradas do Parque
Estadual de Vila Velha (PROVIVE), GANHO & MARINONI (2005) encontraram uma
constância taxonômica nesses dois parâmetros. Os autores relacionaram sete famílias,
Curculionidae Chrysomelidae, Cerambycidae, Staphylinidae, Mordellidae, Elateridae,
Scarabaeidae. Com relação ao parâmetro abundância, Elateridae e Cerambycidae estiveram
23
representadas na Ilha dos Marinheiros e com relação à riqueza, Cerambycidae,
Curculionidae, Chrysomelidae e Staphylinidae, as três primeiras com hábitos herbívoros.
Relação espacial
As estruturas das comunidades de Coleoptera das três áreas da Ilha dos Marinheiros,
a partir dos dados totais de abundância de cada família (Tab. II) foram significativamente
semelhantes entre si (coeficiente de correlação de Spearman, p<0,05) (Tab. VIII). Através
dos dados desta tabela, verifica-se que a maior correlação, r = 0,87, foi entre as áreas de
Restinga 1 e 2. Desta forma, caracteriza-se uma estreita relação de semelhança entre
estruturas da fauna de Coleoptera das áreas de restinga, em oposição ao plantio homogêneo
de pinus. Tal relação deve-se provavelmente ao fato de ocorrer maior semelhança entre as
características fitosociológicas.
Tabela VIII. Coeficientes de correlação de Spearman entre as áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio
Grande, Rio Grande do Sul, amostradas por armadilha malaise, de agosto/2004 a julho/2005. (*)
Correlação significativa (p<0,05).
Pinus Restinga 1 Restinga 2
Pinus -
Restinga 1 0,69 * -
Restinga 2 0,73 * 0,87 * -
Os dados obtidos com o inventariamento dos coleópteros na Ilha dos Marinheiros
foram comparados com os de D
UTRA & MYAZAKI (1995) obtidos na Ilha do Mel, de
setembro de 1988 a agosto de 1989, e por M
ARINONI & DUTRA (1997) no Estado do Paraná
durante o PROFAUPAR, de agosto de 1986 a julho de 1987, considerando-se apenas as
localidades de Antonina e Ponta Grossa.
Buscando-se interpretar as relações entre estas áreas, com base na abundância dos
indivíduos por família (Tab. II; Anexo 2), foi estruturada a Árvore de Conexão Mínima
com os valores calculados pelo Coeficiente de Morisita-Horn (Fig. 11). O resultado entre as
24
áreas da Ilha dos Marinheiros foi semelhante ao obtido através da correlação linear de
Sperman, reforçando a maior similaridade entre as áreas de restinga, que apresentam
vegetação característica e muito diferenciada do plantio de pinus. Interpretando o conjunto
geral das áreas, nota-se que as áreas de ilha do Rio Grande do Sul e Paraná não se
mostraram próximas, intercalando-se entre estas as áreas florestadas do Estado do Paraná,
Ponta Grossa e Antonina. Através de Ponta Grossa é que ocorreu a união entre áreas de
restinga da Ilha dos Marinheiros, no Rio Grande do Sul, e Ilha do Mel, no Paraná.
Figura 11. Árvore de Conexão Mínima estruturada pelo Coeficiente de Morisita-Horn com base na
abundância de famílias de Coleoptera, coletadas por armadilha malaise, da Ilha dos Marinheiros
(RS), na Ilha do Mel (PR) e em duas áreas do PROFAUPAR (PR). (P) Pinus; (R1) Restinga 1; (R2)
Restinga 2; (PrG) Praia Grande; (F) Fortaleza; (A) Antonina; (PoG) Ponta Grossa.
As relações de similaridade entre as áreas com base na presença de famílias (Fig. 12;
Anexo 5) foi muito semelhante às relações com base na abundância das famílias capturadas.
Através da Árvore de Conexão Mínima pelo Coeficiente de Jaccard verifica-se que houve
diferença na relação entre as áreas da Ilha dos Marinheiros, com a Restinga 1, mais
próxima da área de Pinus. Outra diferença é a união das áreas de ilha do Rio Grande do Sul
e do Paraná. As áreas florestadas do Estado do Paraná se unem às áreas da Ilha do Mel
através da ligação de Antonina (Zona Litorânea) e Praia Grande. Esta relação ocorre
provavelmente em função das características da flora condicionadas pelo solo e clima das
regiões com características peculiares e mais similares entre si.
P R2 R1
PoG F
A
PrG
0,49 0,68
0,56
0,94
0,59 0,71
25
Figura 12. Árvore de Conexão Mínima estruturada pelo Coeficiente de Jaccard com base na
presença de famílias de Coleoptera, coletadas por armadilha malaise, da Ilha dos Marinheiros (RS),
na Ilha do Mel (PR) e em duas áreas do PROFAUPAR (PR). (P) Pinus; (R1) Restinga 1; (R2)
Restinga 2; (PrG) Praia Grande; (F) Fortaleza; (A) Antonina; (PoG) Ponta Grossa.
P R1 R2
PrG
F
A PoG
0,76 0,70
0,60
0,69
0,65 0,67
26
Morfoespécies de Coleoptera
Riqueza
Foram identificadas 201 morfoespécies de coleópteros durante o levantamento. A
área mais rica foi a Restinga 1, a menos preservada, com 130 morfoespécies, representando
65,17% do total capturado, seguida da Restinga 2, com 96 morfoespécies, 47,76% do total
capturado. E, por último, a área de Pinus com 75 morfoespécies, representando 36,82%
(Tabela IX; Anexo 4).
Tabela IX. Número de morfoespécies por família de Coleoptera capturadas com armadilha malaise
nas três áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul, de agosto/2004 a julho/2005.
Famílias Pinus Restinga 1 Restinga 2 Total
Anthribidae 1 1 1 1
Bostrichidae 1 1 0 1
Buprestidae 1 4 0 4
Cantharidae 2 1 2 3
Carabidae 4 10 1 14
Cerambycidae 13 22 21 36
Chrysomelidae 9 25 7 29
Cleridae 0 2 3 4
Coccinellidae 6 4 4 9
Cucujidae 0 1 0 1
Curculionidae 7 21 27 35
Elateridae 7 7 8 13
Lathridiidae 1 1 1 1
Lycidae 0 1 0 1
Meloidae 0 1 1 1
Mordellidae 0 1 1 1
Nitidulidae 5 4 6 9
Oedemeridae 0 1 0 1
Ptillidae 1 0 0 1
Ptilodactylidae 1 1 1 1
Scarabaeidae 2 3 0 3
Scirtidae 1 1 1 1
Scydmaenidae 1 1 0 1
Staphylinidae 5 7 9 17
Tenebrionidae 5 7 1 11
Trogossitidae 2 1 1 2
Total de
Morfoespécies 75 130 96 201
27
Aplicando-se o teste de Kruskal-Wallis (p<0,05) com os dados de morfoespécies
(Anexo 4) verificou-se diferença significativa entre as áreas amostradas (Tab. X), ao
contrário do observado quando aplicado o mesmo teste com os dados de abundância de
cada família (Tabela III).
Tabela X. Valores do teste de Kruskal-Wallis (p<0,05), com base na riqueza de morfoespécies de
Coleoptera, amostradas por armadilha malaise, nas três áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande,
Rio Grande do Sul, de agosto/2004 a julho/2005.
Áreas
H p
Pinus X Restinga 1 25,24 0,027
Pinus X Restinga 2 29,32 0,0006
Restinga 1 X Restinga 2 53,73 0,0000
A alta riqueza específica encontrada em área menos conservada, como a área de
Restinga 1, também foi verificada por LAWTON et al. (1998) ao estudar a fauna de
Coleoptera capturada com malaise em uma reserva natural, em Camarões, HUTCHESON
(1990) em áreas em regeneração da Nova Zelândia e GANHO & MARINONI (2005) com
material do PROVIVE, em Ponta Grossa.
O mais baixo valor de riqueza registrado na área de Pinus deve ter sido em
decorrência do ambiente, onde há muito poucos elementos herbáceos e arbustivos,
ocorrendo dominância de coleópteros não-herbívoros (Tab. V). Nesta área a abundância foi
a mais alta dentre as áreas amostradas.
Índices de diversidade e uniformidade
A Restinga 2 foi a área mais diversa pelo índice de Shannon e a mais uniforme
segundo o Índice de Uniformidade de Berger & Parker (UBP). Esta área é a mais
conservada e apresenta os menores valores de abundância e riqueza de morfoespécies. O
alto valor para o índice de Dominância de Berger & Parker (BP) na área de Pinus deve-se a
uma morfoespécie de Cantharidae e outra de Scirtidae, com 287 e 268 exemplares
28
capturados, respectivamente, sendo estas famílias de hábitos carnívoros (Anexo 4) (Tab.
XI).
Tabela XI. Diversidade e uniformidade das morfoespécies de Coleoptera, capturadas por armadilha
malaise, da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul de agosto/2004 a setembro/2005.
(N) número de indivíduos; (S) número de morfoespécies; (H’) índice de diversidade de Shannon;
(BP) índice de dominância de Berger & Parker; (UBP) índice de uniformidade de Berger & Parker.
N S BP UBP
Pinus 963 75 1,06 0,30 3,36
Restinga 1 943 130 1,63 0,12 8,25
Restinga 2 386 96 1,67 0,11 9,42
Relação espacial
Buscando verificar qual a relação existente entre as áreas da Ilha dos Marinheiros
com base nas morfoespécies capturadas (Anexo 4), foi aplicada a correlação de Spearman
(p<0,05). As correlações entre as áreas foram baixas e significativas, sendo o maior valor
encontrado entre a área de Pinus e Restinga 2, r = 0,21 (Tab. XII). Com os mesmos dados,
ao se calcular o Coeficiente de Morisita-Horn as relações foram diferentes, com a área de
Pinus aproximando-se mais a de Restinga 1 (Fig. 13), porém, com os dados de presença de
morfoespécies, houve maior relação entre as áreas Restinga 1 e Restinga 2 (Fig.14).
Tabela XII. Valores do Coeficiente de correlação de Spearman com base nas morfoespécies
capturadas entre as áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul, amostradas por
armadilha malaise, de agosto/2004 a julho/2005. (*) Correlação significativa (p<0,05). (*)
Correlação significativa.
Pinus Restinga 1 Restinga 2
Pinus -
Restinga 1 0,203* -
Restinga 2 0,214* 0,200* -
29
Figura 13. Árvore de Conexão Mínima estruturada pelo Coeficiente de Morisita-Horn para as
morfoespécies de Coleoptera coletadas por armadilha malaise, na Ilha dos Marinheiros, Rio Grande,
Rio Grande do Sul, de agosto/2004 a julho/2005.
Ao se avaliar a relação entre as áreas através do Coeficiente de Jaccard, com base na
presença de morfoespécies (Anexo 5), observa-se que as áreas de restinga mostram-se mais
próximas entre si, com um valor de 0,29 (Fig. 14). A maior proximidade entre essas áreas
também foi verificada ao nível de família, com os dados de abundância (Fig. 11).
Figura 14. Árvore de Conexão Mínima estruturada pelo Coeficiente de Jaccard para as
morfoespécies da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul. (P) Pinus, (R1) Restinga 1,
(R2) Restinga 2.
P
R1 R2
0,27 0,29
P R1 R2
0,90 0,84
30
IV. Conclusões
9 Os menores valores de riqueza de famílias e abundância de Coleoptera em
ambiente de ilha devem-se provavelmente às condições naturais do ambiente, com
baixa diversidade florística e com características xerofíticas peculiares.
9 A menor riqueza de famílias e abundância de indivíduos foi registrada na Restinga
2, a mais conservada. A baixa abundância também tem sido observada em área
continental florestada conservada, sendo um possível indicador de qualidade
ambiental.
9 A riqueza de famílias pode ser um parâmetro indicativo de conservação ambiental
em restingas.
9 As relações de dominância entre herbívoros e não-herbívoros em área de restinga
não é indicativo de conservação ambiental, ao contrário do que ocorre em áreas
continentais florestadas, com maior dominância de não-herbívoros nas áreas mais
conservadas.
9 Os dados de abundância por família e os de riqueza de morfoespécies, mostram
que ao nível de 60% do total da abundância ou do total da riqueza, foram
arroladas de quatro a cinco famílias, sendo apenas uma, Cerambycidae, comum
em ambos os parâmetros, não caracterizando uma constância taxonômica.
9 A análise com base na presença de famílias de Coleoptera capturadas mostrou que
as áreas de ilha do Rio Grande do Sul e Paraná, com vegetação de restinga ou
mesmo com plantio de pinus, mostram-se próximas e que as áreas continentais
florestadas do Paraná relacionam-se às com vegetação de restinga da Ilha do Mel,
do mesmo estado. Tais relações são coerentes com as características da flora e
climáticas das áreas. No entanto, a análise com base na abundância das famílias
não evidenciou maior proximidade entre as áreas de ilha dos dois estados,
intercalando-se entre os dois grupos as áreas florestadas do Paraná.
9 A maior riqueza de morfoespécies ocorreu na área Restinga 1, a menos
conservada, tal como ocorre em área continental com floresta secundária em
estágio inicial a intermediário de sucessão vegetal.
31
IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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35
ANEXOS
36
Anexo 1: Caracterização florística de duas áreas da Ilha do Mel, segundo DUTRA &
MARINONI (1994) e duas áreas do PROFAUPAR, segundo MARINONI & DUTRA (1991).
Ilha do Mel
1) Fortaleza: “Segundo SILVA (1990), como espécies importantes na floresta arenosa
(região mais alta, com solo de maior drenagem) predominam: Ocotea pulchella (Ness) Mez,
Clusia parviflora (Salad.) Engl., Ilex pseudobuxus Reiss., Ternstroemia brasiliensis Camb.,
Erytroxylum amplifolium (Mart.) Schult., Myrcia multiflora (Berg) Legr. e Psidium
cattleianum Sabine.”
2) Praia Grande: “Segundo SILVA (1990), como espécies importantes na floresta paludosa
(que na época de maior pluviosidade permanece encharcada) destacam-se: Callophylum
brasiliense Camb., Tabebuia cassinoides (Lam.) DC., Pouteria beaurepeirei (Glaz. &
Raunk.) Baeh., Myrcia grandiflora (Berg) Legr., Myrcia racemosa var. gaudichaudiana
(Berg) Legr., Coussapoa microcarpa (Schott) Rizz., Marlierea tomerosa Camb. e Myrcia
insularis Gardn.”
PROFAUPAR
1) Antonina: segundo Hatschbach, “Mata pluvial da vertente atlântica. Caracterizada pela
presença de elevado número de epífitas, principalmente Bromeliaceae, Araceae e
Polypodiaceae. Pobre em Orchidaeceae, o que separa da mata pluvial da planície litorânea.
Árvores de grande porte que são exclusivas desta mata: bucuva (Virola oleifera), nhotinga
(Cryptocarya moschata), etc. Maior característica fisionômica é dada pelo palmiteiro
(Euterpe edulis), que cobre, em todos os seus estágios, toda a área que se acha em
regeneração. Como as demais áreas escolhidas para implantação de estações de coleta de
insetos, também sofreu ação parcial do homem com retirada de alguns exemplares de
madeira de lei (década de 1940), porém, todas as espécies estão se regenerando.
Praticamente não ficaram grandes clareiras que pudessem ser invadidas por elementos
secundários. Destas espécies, as consideradas secundárias são, encontradas mais na orla,
como é o caso da quaresmeira (Tibouchina pulchra), caapororoca (Rapanea ferruginea),
etc.”
37
2) Ponta Grossa: segundo Hatchbach, “Capão natural de campo com presença do pinheiro
(Araucaria angustifolia), diversas canelas (Nectandra grandiflora, Ocotea puberula),
imbuia (Ocotea porosa), guamirim (Myrcia breviramis), congonha (Ilex dumosa), etc.
Pobre em epífitas. Sofreu ação do homem com retirada de madeiras de lei, principalmente
canelas e imbuia.”
38
Anexo 2. Abundância de famílias de Coleoptera capturadas com armadilha malaise na
Ilhados Marinheiros (RS), Ilha do Mel (PR), e duas áreas do PROFAUPAR (Antonina e
Ponta Grossa).
Famílias Pinus Restinga 1 Restinga 2 Fortaleza Pr. Grande Antonina Po. Grossa
ADERIDAE 0 0 0 0 0 3 27
ANISOTOMlDAE 0 0 0 0 0 1 1
ANOBIIDAE 0 0 0 0 17 4 59
ANTHIClDAE 0 0 0 0 0 0 4
ANTHRIBIDAE 2 25 7 15 5 23 31
BOSTRICHIDAE 1 1 0 0 1 0 1
BUPRESTIDAE 4 4 0 7 8 4 5
CANTHARIDAE 295 26 10 10 0 6 113
CARABIDAE 10 10 1 3 30 29 41
CERAMBYCIDAE 71 61 90 18 50 64 255
CHELONARIIDAE 0 0 0 0 7 1 38
CHRYSOMELIDAE 12 64 16 105 92 473 1207
CLERlDAE 0 7 4 0 3 81 123
CIIDAE 0 0 0 0 0 0 1
COCCINELLIDAE 43 64 11 16 12 69 28
COLYDIIDAE 0 0 0 1 0 0 0
CORYLOPHIDAE 0 0 0 0 0 1 15
CRYPTOPHAGIDAE 0 0 0 0 0 1 2
CUCUJIDAE 0 1 0 0 0 1 14
CURCULIONIDAE 34 145 54 98 169 247 450
DERMESTIDAE 0 0 0 3 2 0 1
DYTISClDAE 0 0 0 32 161 2 5
ELATERIDAE 33 248 32 39 21 24 340
ELMIDAE 0 0 0 0 0 7 1
ENDOMYCHlDAE 0 0 0 0 0 0 4
EROTYLIDAE 0 0 0 3 2 20 31
EUCNEMIDAE 0 0 0 3 3 21 25
HISTERIDAE 0 0 0 0 0 0 1
HYDROPHILIDAE 0 0 0 4 29 14 8
LAMPYRIDAE 0 0 0 1 12 36 17
LANGURIIDAE 0 0 0 0 0 1 3
LATHRIDIIDAE 14 80 26 2 2 1 12
LEIODIDAE 0 0 0 2 0 0 0
LIMNICHIDAE 0 0 0 0 0 0 1
LUCANIDAE 0 0 0 0 0 0 1
LYCIDAE 0 2 0 7 3 11 28
LYMEXYLIDAE 0 0 0 1 0 0 0
MELANDRYIDAE 0 0 0 4 0 5 33
MELOIDAE 0 28 3 0 0 0 0
MELYRIDAE 0 0 0 0 0 0 36
MONOMMATIDAE 0 0 0 0 2 0 1
MONOTOMIDAE 0 0 0 0 0 0 9
MORDELLIDAE 0 22 3 148 56 133 383
MYCETOPHAGlDAE 0 0 0 0 0 13 54
MYCTERlDAE 0 0 0 0 0 0 7
NlTIDULIDAE 133 31 33 11 9 27 142
NOTERIDAE 0 0 0 0 0 0 1
OEDEMERlDAE 0 1 0 4 2 7 4
OSTOMATIDAE 0 0 0 0 0 0 2
PEDILIDAE 0 0 0 0 0 0 4
39
PHALACRIDAE 0 0 0 0 2 20 105
PHENGODlDAE 0 0 0 94 150 29 3
PLATYPODIDAE 0 0 0 2 0 29 5
PTILIIDAE 2 0 0 0 0 0 6
PTILODACTYLIDAE 3 30 27 46 21 0 45
SCARABAEIDAE 4 6 0 82 29 8 47
SCIRTIDAE 268 29 41 172 64 18 19
SCYDMAENIDAE 1 3 0 0 1 4 5
STAPHYLINIDAE 6 15 15 56 13 243 375
TENEBRIONIDAE 24 36 10 81 18 10 76
TROGOSSITIDAE 3 2 3 0 0 0 2
TROSCIDAE 0 0 0 0 0 0 36
Danificados 0 0 0 5 3 0 0
Não Identificados 0 0 0 6 3 0 0
TOTAL 963 943 386 1083 1030 1691 4255
40
Anexo 3. Presença das famílias de Coleoptera capturadas com armadilha malaise na Ilha
dos Marinheiros (RS), Ilha do Mel (PR), e duas áreas do PROFAUPAR (Antonina e Ponta
Grossa).
Famílias Pinus Restinga 1 Restinga 2 Fortaleza P. Grande Antonina P. Grossa
Aderidae 0 0 0 0 0 1 1
Anisotomidae 0 0 0 0 0 1 1
Anobiidae 0 0 0 0 1 1 1
Anthicidae 0 0 0 0 0 0 1
Anthribidae 1 1 1 1 1 1 1
Biphyllidae 0 0 0 0 0 0 0
Bostrichidae 1 1 0 0 1 0 1
Brentidae 0 0 0 0 0 0 0
Buprestidae 1 1 0 1 1 1 1
Cantharidae 1 1 1 1 0 1 1
Carabidae 1 1 1 1 1 1 1
Cerambycidae 1 1 1 1 1 1 1
Chelonariidae 0 0 0 0 1 1 1
Chrysomelidae 1 1 1 1 1 1 1
Ciidae 0 0 0 0 0 0 1
Cleridae 0 1 1 0 1 1 1
Coccinellidae 1 1 1 1 1 1 1
Colydiidae 0 0 0 1 0 0 0
Corylophidae 0 0 0 0 0 1 1
Cryptophagidae 0 0 0 0 0 1 1
Cucujidae 0 1 0 0 0 1 1
Curculionidae 1 1 1 1 1 1 1
Dermestidae 0 0 0 1 1 0 1
Dryopidae 0 0 0 0 1 0 0
Dytiscidae 0 0 0 1 1 1 1
Elateridae 1 1 1 1 1 1 1
Endomychidae 0 0 0 0 0 0 1
Erotylidae 0 0 0 1 1 1 1
Eucnemidae 0 0 0 1 1 1 1
Elmididae 0 0 0 0 0 1 1
Histeridae 0 0 0 0 0 0 1
Hydrophilidae 0 0 0 1 1 1 1
Lampyridae 0 0 0 1 1 1 1
Languriidae 0 0 0 0 0 1 1
Lathridiidae 1 1 1 1 1 1 1
Limnichidae 0 0 0 0 0 0 1
Leiodidae 0 0 0 1 0 1 1
Lycidae 0 1 0 1 1 1 1
Lymexylidae 0 0 0 1 0 0 0
Lucanidae 0 0 0 0 0 0 1
Melandryidae 0 0 0 1 0 1 1
Meloidae 0 1 1 0 0 1 0
Mycetophagidae 0 0 0 0 0 1 1
Mycteridae 0 0 0 0 0 0 1
Melyridae 0 0 0 0 0 0 1
Monommatidae 0 0 0 0 1 0 1
Mordellidae 0 1 1 1 1 1 1
Nitidulidae 1 1 1 1 1 1 1
Noteridae 0 0 0 0 0 0 1
Oedemeridae 0 1 0 1 1 1 1
41
Ostomatidae 0 0 0 0 0 0 1
Pedillidae 0 0 0 0 0 0 1
Pyrochoroidae 0 0 0 0 0 0 1
Phalacridae 0 0 0 0 1 1 1
Phengodidae 0 0 0 1 1 1 1
Platypodidae 0 0 0 1 0 1 1
Ptilodactylidae 1 1 1 1 1 1 1
Ptillidae 1 0 0 0 0 1 0
Monotomidae 0 0 0 0 0 0 1
Scarabaeidae 1 1 0 1 1 1 1
Scirtidae 1 1 1 1 1 1 1
Scydmaenidae 1 1 0 0 1 1 1
Staphylinidae 1 1 1 1 1 1 1
Tenebrionidae 1 1 1 1 1 1 1
Throscidae 0 0 0 0 0 0 1
Trogossitidae 1 1 1 0 0 0 1
42
Anexo 4: Morfoespécies capturadas por armadilha malaise nas três áreas da Ilha dos
Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul, de agosto/2004 a julho/2005.
Morfoespécies Pinus Restinga 1 Restinga 2 Total
Anthribidae sp1 2 25 7 34
Bostrichidae sp1 1 1 0 2
Buprestidae sp1 4 1 0 5
Buprestidae sp2 0 1 0 1
Buprestidae sp3 0 1 0 1
Buprestidae sp4 0 1 0 1
Cantharidae sp1 287 0 0 287
Cantharidae sp2 0 0 3 3
Cantharidae sp3 8 26 7 41
Carabidae sp1 7 0 0 7
Carabidae sp2 1 1 0 2
Carabidae sp3 0 0 1 1
Carabidae sp4 1 0 0 1
Carabidae sp5 0 1 0 1
Carabidae sp6 0 1 0 1
Carabidae sp7 0 1 0 1
Carabidae sp8 0 1 0 1
Carabidae sp9 0 1 0 1
Carabidae sp10 1 0 0 1
Carabidae sp11 0 1 0 1
Carabidae sp12 0 1 0 1
Carabidae sp13 0 1 0 1
Carabidae sp14 0 1 0 1
Cerambycidae sp1 0 0 6 6
Cerambycidae sp2 0 1 0 1
Cerambycidae sp3 0 0 1 1
Cerambycidae sp4 0 0 1 1
Cerambycidae sp5 0 1 0 1
Cerambycidae sp6 0 1 0 1
Cerambycidae sp7 0 1 0 1
Cerambycidae sp8 0 0 1 1
Cerambycidae sp9 0 0 1 1
Cerambycidae sp10 20 11 11 42
Cerambycidae sp11 7 3 9 19
Cerambycidae sp12 7 7 2 16
Cerambycidae sp13 2 0 0 2
Cerambycidae sp14 0 1 0 1
43
Cerambycidae sp15 4 4 2 10
Cerambycidae sp16 0 3 19 22
Cerambycidae sp17 0 0 1 1
Cerambycidae sp18 0 6 0 6
Cerambycidae sp19 0 0 1 1
Cerambycidae sp20 5 5 6 16
Cerambycidae sp21 1 2 0 3
Cerambycidae sp22 3 0 0 3
Cerambycidae sp23 1 2 0 3
Cerambycidae sp24 0 1 0 1
Cerambycidae sp25 0 3 1 4
Cerambycidae sp26 0 1 0 1
Cerambycidae sp27 0 1 0 1
Cerambycidae sp28 1 0 2 3
Cerambycidae sp29 0 0 1 1
Cerambycidae sp30 15 2 1 18
Cerambycidae sp31 4 2 21 27
Cerambycidae sp32 0 0 1 1
Cerambycidae sp33 0 2 0 2
Cerambycidae sp34 0 0 1 1
Cerambycidae sp35 0 1 0 1
Cerambycidae sp36 1 0 1 2
Chrysomelidae sp1 0 3 3 6
Chrysomelidae sp2 0 3 0 3
Chrysomelidae sp3 1 3 2 6
Chrysomelidae sp4 2 4 2 8
Chrysomelidae sp5 3 1 6 10
Chrysomelidae sp6 1 0 0 1
Chrysomelidae sp7 0 1 0 1
Chrysomelidae sp8 0 1 0 1
Chrysomelidae sp9 0 1 0 1
Chrysomelidae sp10 1 0 0 1
Chrysomelidae sp11 0 1 0 1
Chrysomelidae sp12 0 2 0 2
Chrysomelidae sp13 1 2 0 3
Chrysomelidae sp14 1 0 0 1
Chrysomelidae sp15 0 1 0 1
Chrysomelidae sp16 1 3 0 4
Chrysomelidae sp17 0 1 0 1
Chrysomelidae sp18 0 1 0 1
Chrysomelidae sp19 0 1 1 2
44
Chrysomelidae sp20 0 6 0 6
Chrysomelidae sp21 0 0 1 1
Chrysomelidae sp22 0 1 0 1
Chrysomelidae sp23 0 1 0 1
Chrysomelidae sp24 0 2 0 2
Chrysomelidae sp25 1 9 0 10
Chrysomelidae sp26 0 7 0 7
Chrysomelidae sp27 0 7 0 7
Chrysomelidae sp28 0 1 1 2
Chrysomelidae sp29 0 1 0 1
Cleridae sp1 0 6 1 7
Cleridae sp2 0 0 2 2
Cleridae sp3 0 1 0 1
Cleridae sp4 0 0 1 1
Coccinellidae sp1 22 11 3 36
Coccinellidae sp2 2 0 0 2
Coccinellidae sp3 1 0 0 1
Coccinellidae sp4 1 0 0 1
Coccinellidae sp5 0 0 1 1
Coccinellidae sp6 1 1 0 2
Coccinellidae sp7 0 3 0 3
Coccinellidae sp8 0 0 1 1
Coccinellidae sp9 16 49 6 71
Cucujidae sp1 0 1 0 1
Curculionidae sp1 6 73 2 81
Curculionidae sp2 0 11 2 13
Curculionidae sp3 0 4 0 4
Curculionidae sp4 0 0 2 2
Curculionidae sp5 0 15 2 17
Curculionidae sp6 0 2 1 3
Curculionidae sp7 3 5 3 11
Curculionidae sp8 8 0 1 9
Curculionidae sp9 0 2 2 4
Curculionidae sp10 1 2 4 7
Curculionidae sp11 0 3 1 4
Curculionidae sp12 0 2 1 3
Curculionidae sp13 0 0 1 1
Curculionidae sp14 0 0 1 1
Curculionidae sp15 2 0 0 2
Curculionidae sp16 0 1 0 1
Curculionidae sp17 0 0 2 2
45
Curculionidae sp18 0 2 1 3
Curculionidae sp19 0 1 1 2
Curculionidae sp20 1 0 0 1
Curculionidae sp21 0 1 0 1
Curculionidae sp22 0 0 1 1
Curculionidae sp23 0 2 0 2
Curculionidae sp24 0 0 4 4
Curculionidae sp25 0 0 1 1
Curculionidae sp26 0 4 2 6
Curculionidae sp27 0 0 2 2
Curculionidae sp28 0 0 1 1
Curculionidae sp29 0 0 2 2
Curculionidae sp30 13 11 7 31
Curculionidae sp31 0 0 5 5
Curculionidae sp32 0 1 1 2
Curculionidae sp33 0 1 1 2
Curculionidae sp34 0 1 0 1
Curculionidae sp35 0 1 0 1
Elateridae sp1 10 46 21 77
Elateridae sp2 0 1 0 1
Elateridae sp3 0 0 2 2
Elateridae sp4 3 11 0 14
Elateridae sp5 4 114 1 119
Elateridae sp6 5 70 4 79
Elateridae sp7 9 4 1 14
Elateridae sp8 0 0 1 1
Elateridae sp9 0 0 1 1
Elateridae sp10 0 0 1 1
Elateridae sp11 0 2 0 2
Elateridae sp12 1 0 0 1
Elateridae sp13 1 0 0 1
Lathridiidae sp1 14 80 26 120
Lycidae sp1 0 2 0 2
Meloidae sp1 0 28 3 31
Mordelidae sp1 0 22 3 25
Nitidulidae sp1 122 16 21 159
Nitidulidae sp2 8 7 4 19
Nitidulidae sp3 0 1 0 1
Nitidulidae sp4 0 0 1 1
Nitidulidae sp5 0 0 1 1
Nitidulidae sp6 1 0 3 4
46
Nitidulidae sp7 1 0 0 1
Nitidulidae sp8 1 0 0 1
Nitidulidae sp9 0 7 3 10
Oedemeridae sp1 0 1 0 1
Ptillidae sp1 2 0 0 2
Ptilodactylidae sp1 3 30 27 60
Scarabaeidae sp1 0 2 0 2
Scarabaeidae sp2 3 1 0 4
Scarabaeidae sp3 1 3 0 4
Scirtidae sp1 268 29 41 338
Scydmaenidae sp1 1 3 0 4
Staphylinidae sp1 1 2 3 6
Staphylinidae sp2 1 0 1 2
Staphylinidae sp3 2 0 0 2
Staphylinidae sp4 0 0 1 1
Staphylinidae sp5 0 1 0 1
Staphylinidae sp6 0 0 3 3
Staphylinidae sp7 0 2 0 2
Staphylinidae sp8 0 1 0 1
Staphylinidae sp9 0 1 0 1
Staphylinidae sp10 1 0 0 1
Staphylinidae sp11 0 1 0 1
Staphylinidae sp12 0 0 1 1
Staphylinidae sp13 0 0 1 1
Staphylinidae sp14 0 0 1 1
Staphylinidae sp15 1 0 0 1
Staphylinidae sp16 0 7 3 10
Staphylinidae sp17 0 0 1 1
Tenebrionidae sp1 20 9 10 39
Tenebrionidae sp2 0 4 0 4
Tenebrionidae sp3 0 12 0 12
Tenebrionidae sp4 0 3 0 3
Tenebrionidae sp5 1 0 0 1
Tenebrionidae sp6 1 0 0 1
Tenebrionidae sp7 0 1 0 1
Tenebrionidae sp8 1 0 0 1
Tenebrionidae sp9 0 4 0 4
Tenebrionidae sp10 0 1 0 1
Tenebrionidae sp11 1 2 0 3
Trogossitidae sp1 1 2 3 6
47
Trogossitidae sp2 2 0 0 2
Total
963 943 386 2290
Total de morfoespécies
75 130 96
48
Anexo 5. Presença das morfoespécies de Coleotpera capturadas por armadilha malaise nas
três áreas da Ilha dos Marinheiros, Rio Grande, Rio Grande do Sul, de agosto/2004 a
julho/2005.
Morfoespécies Pinus Restinga 2 Restinga 3
Anthribidae sp1 1 1 1
Bostrichidae sp1 1 1 0
Buprestidae sp1 1 1 0
Buprestidae sp2 0 1 0
Buprestidae sp3 0 1 0
Buprestidae sp4 0 1 0
Cantharidae sp1 1 0 0
Cantharidae sp2 0 0 1
Cantharidae sp3 1 1 1
Carabidae sp1 1 0 0
Carabidae sp2 1 1 0
Carabidae sp3 0 0 1
Carabidae sp4 1 0 0
Carabidae sp5 0 1 0
Carabidae sp6 0 1 0
Carabidae sp7 0 1 0
Carabidae sp8 0 1 0
Carabidae sp9 0 1 0
Carabidae sp10 1 0 0
Carabidae sp11 0 1 0
Carabidae sp12 0 1 0
Carabidae sp13 0 1 0
Carabidae sp14 0 1 0
Cerambycidae sp1 0 0 1
Cerambycidae sp2 0 1 0
Cerambycidae sp3 0 0 1
Cerambycidae sp4 0 0 1
Cerambycidae sp5 0 1 0
Cerambycidae sp6 0 1 0
Cerambycidae sp7 0 1 0
Cerambycidae sp8 0 0 1
Cerambycidae sp9 0 0 1
Cerambycidae sp10 1 1 1
Cerambycidae sp11 1 1 1
Cerambycidae sp12 1 1 1
Cerambycidae sp13 1 0 0
49
Cerambycidae sp14 0 1 0
Cerambycidae sp15 1 1 1
Cerambycidae sp16 0 1 1
Cerambycidae sp17 0 0 1
Cerambycidae sp18 0 1 0
Cerambycidae sp19 0 0 1
Cerambycidae sp20 1 1 1
Cerambycidae sp21 1 1 0
Cerambycidae sp22 1 0 0
Cerambycidae sp23 1 1 0
Cerambycidae sp24 0 1 0
Cerambycidae sp25 0 1 1
Cerambycidae sp26 0 1 0
Cerambycidae sp27 0 1 0
Cerambycidae sp28 1 0 1
Cerambycidae sp29 0 0 1
Cerambycidae sp30 1 1 1
Cerambycidae sp31 1 1 1
Cerambycidae sp32 0 0 1
Cerambycidae sp33 0 1 0
Cerambycidae sp34 0 0 1
Cerambycidae sp35 0 1 0
Cerambycidae sp36 1 0 1
Chrysomelidae sp1 0 1 1
Chrysomelidae sp2 0 1 0
Chrysomelidae sp3 1 1 1
Chrysomelidae sp4 1 1 1
Chrysomelidae sp5 1 1 1
Chrysomelidae sp6 1 0 0
Chrysomelidae sp7 0 1 0
Chrysomelidae sp8 0 1 0
Chrysomelidae sp9 0 1 0
Chrysomelidae sp10 1 0 0
Chrysomelidae sp11 0 1 0
Chrysomelidae sp12 0 1 0
Chrysomelidae sp13 1 1 0
Chrysomelidae sp14 1 0 0
Chrysomelidae sp15 0 1 0
Chrysomelidae sp16 1 1 0
Chrysomelidae sp17 0 1 0
Chrysomelidae sp18 0 1 0
50
Chrysomelidae sp19 0 1 1
Chrysomelidae sp20 0 1 0
Chrysomelidae sp21 0 0 1
Chrysomelidae sp22 0 1 0
Chrysomelidae sp23 0 1 0
Chrysomelidae sp24 0 1 0
Chrysomelidae sp25 1 1 0
Chrysomelidae sp26 0 1 0
Chrysomelidae sp27 0 1 0
Chrysomelidae sp28 0 1 1
Chrysomelidae sp29 0 1 0
Cleridae sp1 0 1 1
Cleridae sp2 0 0 1
Cleridae sp3 0 1 0
Cleridae sp4 0 0 1
Coccinellidae sp1 1 1 1
Coccinellidae sp2 1 0 0
Coccinellidae sp3 1 0 0
Coccinellidae sp4 1 0 0
Coccinellidae sp5 0 0 1
Coccinellidae sp6 1 1 0
Coccinellidae sp7 0 1 0
Coccinellidae sp8 0 0 1
Coccinellidae sp9 1 1 1
Cucujidae sp1 0 1 0
Curculionidae sp1 1 1 1
Curculionidae sp2 0 1 1
Curculionidae sp3 0 1 0
Curculionidae sp4 0 0 1
Curculionidae sp5 0 1 1
Curculionidae sp6 0 1 1
Curculionidae sp7 1 1 1
Curculionidae sp8 1 0 1
Curculionidae sp9 0 1 1
Curculionidae sp10 1 1 1
Curculionidae sp11 0 1 1
Curculionidae sp12 0 1 1
Curculionidae sp13 0 0 1
Curculionidae sp14 0 0 1
Curculionidae sp15 1 0 0
Curculionidae sp16 0 1 0
51
Curculionidae sp17 0 0 1
Curculionidae sp18 0 1 1
Curculionidae sp19 0 1 1
Curculionidae sp20 1 0 0
Curculionidae sp21 0 1 0
Curculionidae sp22 0 0 1
Curculionidae sp23 0 1 0
Curculionidae sp24 0 0 1
Curculionidae sp25 0 0 1
Curculionidae sp26 0 1 1
Curculionidae sp27 0 0 1
Curculionidae sp28 0 0 1
Curculionidae sp29 0 0 1
Curculionidae sp30 1 1 1
Curculionidae sp31 0 0 1
Curculionidae sp32 0 1 1
Curculionidae sp33 0 1 1
Curculionidae sp34 0 1 0
Curculionidae sp35 0 1 0
Elateridae sp1 1 1 1
Elateridae sp2 0 1 0
Elateridae sp3 0 0 1
Elateridae sp4 1 1 0
Elateridae sp5 1 1 1
Elateridae sp6 1 1 1
Elateridae sp7 1 1 1
Elateridae sp8 0 0 1
Elateridae sp9 0 0 1
Elateridae sp10 0 0 1
Elateridae sp11 0 1 0
Elateridae sp12 1 0 0
Elateridae sp13 1 0 0
Lathridiidae sp1 1 1 1
Lycidae sp1 0 1 0
Meloidae sp1 0 1 1
Mordelidae sp1 0 1 1
Nitidulidae sp1 1 1 1
Nitidulidae sp2 1 1 1
Nitidulidae sp3 0 1 0
Nitidulidae sp4 0 0 1
Nitidulidae sp5 0 0 1
52
Nitidulidae sp6 1 0 1
Nitidulidae sp7 1 0 0
Nitidulidae sp8 1 0 0
Nitidulidae sp9 0 1 1
Oedemeridae sp1 0 1 0
Ptillidae sp1 1 0 0
Ptilodactylidae sp1 1 1 1
Scarabaeidae sp1 0 1 0
Scarabaeidae sp2 1 1 0
Scarabaeidae sp3 1 1 0
Scirtidae sp1 1 1 1
Scydmaenidae sp1 1 1 0
Staphylinidae sp1 1 1 1
Staphylinidae sp2 1 0 1
Staphylinidae sp3 1 0 0
Staphylinidae sp4 0 0 1
Staphylinidae sp5 0 1 0
Staphylinidae sp6 0 0 1
Staphylinidae sp7 0 1 0
Staphylinidae sp8 0 1 0
Staphylinidae sp9 0 1 0
Staphylinidae sp10 1 0 0
Staphylinidae sp11 0 1 0
Staphylinidae sp12 0 0 1
Staphylinidae sp13 0 0 1
Staphylinidae sp14 0 0 1
Staphylinidae sp15 1 0 0
Staphylinidae sp16 0 1 1
Staphylinidae sp17 0 0 1
Tenebrionidae sp1 1 1 1
Tenebrionidae sp2 0 1 0
Tenebrionidae sp3 0 1 0
Tenebrionidae sp4 0 1 0
Tenebrionidae sp5 1 0 0
Tenebrionidae sp6 1 0 0
Tenebrionidae sp7 0 1 0
Tenebrionidae sp8 1 0 0
Tenebrionidae sp9 0 1 0
Tenebrionidae sp10 0 1 0
Tenebrionidae sp11 1 1 0
Trogossitidae sp1 1 1 1
53
Trogossitidae sp2 1 0 0
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