caso do idoso, a aposentadoria é um dos indicadores sociais do envelhecimento (Fraiman
1988,Papaléo-Neto 2002; Calobrizi 2001; Giatti & Barreto, 2003).
Nesse sentido, pode-se observar que a maioria dos estudos sobre o idoso se
apresenta através de diferentes perspectivas de análise. Assim, nota-se que há, na área da
saúde, estudos voltados para a área da epidemiologia, que estão preocupados com as
mudanças ocasionadas a partir do aumento populacional. Tais estudos exigem alterações
nas políticas públicas, desafios para o Estado, para a família e para a sociedade (Camarano,
2001; Garrido & Menezes, 2002; Pereira 2003). Incluindo, ainda, estudos que se
preocupam com o aumento de doenças crônico-degenerativas advindas do envelhecimento,
mas que não necessariamente são incapacitantes e que não impedem o idoso de viver
saudavelmente (Ramos,2005; Rego, Berardo, Rodrigues, Oliveira, Vasconcellos,
Aventurato, Mcau & Ramos, 1990). Nesse contexto, a temática da qualidade de vida do
idoso também aparece como preocupação entre os pesquisadores (Santos, Fernandes &
Henriques, 2002; Neri, 2002).
A Psicologia do Desenvolvimento Humano também vem contribuindo com a
compreensão do desenvolvimento do adulto e do envelhecimento, fornecendo informações
sobre o curso, as condições e as variações da vida adulta, além dos indicadores de uma
velhice bem sucedida, representada por autores como ( Silva & Günther, 2000; Neri, 2002).
A Psicologia Social, por sua vez, chama a atenção para a qualidade das relações do idoso
em seu entorno, bem como para as Representações Sociais provenientes do envelhecimento
humano (Veloz ,Schulze & Camargo, 1999; Lemos, 2001).
Na área da Psicologia Clínica, são incipientes os estudos ligados à temática, porém
destaca-se o trabalho das nortes-americanas Carter e McGoldrick (1995), que definem
como fase o período no qual os membros da família estão em estágio avançado do ciclo
vital, o qual denominaram de “Estágio Tardio”. Para as autoras, essa fase seria assinalada
por características peculiares e questões tais como aposentadoria, ajustes nos papéis
familiares, superação de perdas, maior probabilidade de ter doenças e lidar com a
dependência, frente aos quais a família terá que se adaptar a fim de manter sua integridade
e se reorganizar.
A maneira pela qual cada família passará por essa fase de modo funcional ou não
será de acordo com os padrões de funcionamento que regem a família desde sua formação