S ERVIÇO P Ú B L I C O MOINAI
velmente bastante dolorosa de aprender e aceitar - e que nao há meios de motivação
mais simplificados do que o que acabamos de descrever.
Acrescente-se ao modelo motivacional descrito acima que ele
tem o grande valor de ser utilizável, com pequenas modificações, como um modelo pa
ra aprendizagem de normas e valores morais. Significa dizer que se aprende normas de
conduta, valores e tolerância exatamente do mesmo modo pelo qual se alcança Mo-
tivação para aprender materias cognitivas. A unica substancial diferença e que ,
para a integração de um código moral, certas restrições e sanções sao provavelmen
te necessárias para reduzir a probabilidade de desvios para comportamentos inacei-
táveis. Esta necessidade particular deve—se a continua presença, no desenvolvimento
de qualquer criança, de certas experiencias persuasivas de comportamento, inade-
quado que relacionam com imediata, direta e nao participada satisfação. Integrar
uma criança num desejado código moral exige, portanto, interferir e contrariar cer
tas atitudes que lhe sao sedutoras, mas nao aceitas socialmente.
Fazemos questão de acentuar tanto as correspondencias quanto
as significativas diferença entre a dinâmica da motivação e a integração moral, a
fim de mostrar como o processo de aprendizagem na escola tem sido carregado de im
plicações morais, em detrimento da aprendizagem. Refiro-me particularmente a dois
aspectos: (l) o modo pelo qual o fato de manter a atenção, cumprir as tarefas e de
sempenhar o que se espera, na escola, tem ligado a criança as definições de "bom"e
"mau"; a (2) o modo pelo qual aprendizagem e escola tem sido ligados a idéia de tra
balho", e portanto, virtude, e ação tratados como a exigida cota de sacrifício a
ser cumprida antes que à criança seja permitido gozar o direito ao levemente peca-
minoso "tempo livre" ou "recreio".
E por causa desta visão - este revestimento moral do proces-
so educativo tantos educadores julgam necessário usar "punições" e sanções negati-
vas dos mais variados tipos, a fim de restringir a "natural" propensão da criança
ao divertimento e a ociosidade. Isto é, a aprendizagem e tratada como um processo
intensamente virtuoso e desejável, cuja atração para a criança se pretende "natu -
raímente" baixa em proporção as competitivas seduções da ociosidade e do brinquedo,
Em conseqüência, acredita-se que punições e restrições são necessárias para manter
a criança interessada em seu "trabalho".como corolário, toma-se muito difícil para
inúmeros educadores conceber a necessidade de fazer a escole "alegre", e para mui-
tos pais e outros cidadãos leigos aceitarem esta concepção. Se a escola é alegre,ar
gumentam elees, não pode ser importante e valer a pena. Virtude é necessariamente
algo desagradável ou doloroso, de acordo com a severa e restritiva moral Calvinista
sob a qual a maioria de nós foi criado. (2)
Acredito que não chegaremos a nada, em nosso esforço para
reconstrutir e educação americane e tomá-la mais uniforme e qualitativamente melhor
enquanto nao a despirmos dessa diferenciação quanto ao sucesso do aluno e de qual -
quer tonalidade moral relacionada com a aprendizagem; e enquanto nao formos capazes
de introduzir de modo efetivo a noção de que escola e educação devem e podem ser a-
gradeveis, ou no mínimo, interessantes e estimulantes.
Nao tenho esperança de que chegaremos muito longe nesse novo
caminho, em futuro próximo. No entanto, me parece imperativo que tal perspectiva de
ve fazer parte da preparação de ceda candidato a professor, de modo que ele se sin-
ta compelido - como uma exigencia básica para o desempenho satisfatório de seu pa-
pel como professor - a encontrar meios para tomar o que ele ensina agradável e