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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
CAMPUS DE BOTUCATU
COLETORES DE AMÔNIA, FONTES E FORMAS DE APLICAÇÃO
DE NITROGÊNIO EM Panicum maximum CV. TANZÂNIA
SUBMETIDO A MANEJO INTENSIVO
MARIANA CAMPANA
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Zootecnia - área de
concentração: Nutrição e Produção Animal,
como parte das exigências para obtenção do
título de Mestre.
BOTUCATU - SP
Dezembro - 2008
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ii
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
CAMPUS DE BOTUCATU
COLETORES DE AMÔNIA, FONTES E FORMAS DE APLICAÇÃO
DE NITROGÊNIO EM Panicum maximum CV. TANZÂNIA
SUBMETIDO A MANEJO INTENSIVO
MARIANA CAMPANA
Engenheira Agrônoma
ORIENTADOR: Prof. Dr. JOZIVALDO PRUDÊNCIO GOMES DE MORAIS
CO-ORIENTADORA: Dra. PATRÍCIA PERONDI ANCHÃO DE OLIVEIRA
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Zootecnia - área de
concentração: Nutrição e Produção Animal,
como parte das exigências para obtenção do
título de Mestre
BOTUCATU - SP
Dezembro – 2008
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iii
“Cultivar a terra e criar animais
são as mais nobres atividades
praticadas pelo homem.
Produzir proteína animal é
a arte de transformação
desta magia. Imagine, então,
quão nobre é o homem que
simultaneamente cultiva a terra,
cria os animais e ainda respeita
e protege seu semelhante e
o meio ambiente.
Saudemos nossos nobres
mágicos e artistas...
os Engenheiros Agrônomos.”
“Pensamentos tornam-se ações, ações tornam-se hábitos, hábitos tornam-se caráter, e nosso
caráter torna-se nosso destino” James Hunter
iv
Dedico
à Maria Teresa, minha querida mãe,
que sempre foi um exemplo
de determinação, força e garra.
Com seu caráter e exemplo de
vida me mostrou que tudo o
que é importante deve ser
conquistado com muito esforço
e trabalho e que felicidade e
realização pessoal são conseqüências.
Ofereço
Ao Tio João, à Tia Marlene e à Tia Neusinha
que sempre acreditaram que eu poderia e
conseguiria realizar meus sonhos.
v
Agradecimentos
Com todo carinho agradeço:
À Deus, por me guiar, orientar e iluminar sempre meu caminho.
Ao amigo e orientador, Prof. Dr Jozivaldo Prudêncio Gomes de Morais, pela confiança e
ensinamentos dispensados, que contribuíram e contribuem para meu crescimento pessoal e
profissional.
À Dra. Patrícia Perondi Anchão de Oliveira por ter aceitado me co-orientar e por todos
ensinamentos passados.
Ao Dr Alberto Carlos de Campos Bernardi por ter me auxiliado no quesito zeólita e tantos
outros, bem como a atenção dispensada ao longo deste trabalho.
À Prof. Dra. Luciana Thie Seki Dias, ou simplesmente Tia Lú, pela amizade, carinho,
compreensão e altas dicas despendidas comigo.
Ao Diego, pela paciência e compreensão, principalmente na etapa final do experimento e
elaboração da dissertação. Muito obrigada por toda ajuda dispensada e pela ótima companhia.
Os momentos passados juntos sempre serão lembrados com carinho!
À Embrapa Pecuária Sudeste, pela área cedida para realização deste trabalho, bem como por
ter cedido os préstimos indispensáveis de vários funcionários.
Ao querido Natal por ter dividido seu laboratório e pela companhia sempre alegre e divertida.
A equipe da SWAT, composta por Amadeu, Jorge, Luís, Mineiro, Trimidi, Xandinho e
pelas alegres e divertidas coletas de campo.
À Lícia Elisa Mazon Bertolote por ter sido companhia desde a época de iniciação científica na
graduação e pelos auxílios prestados durante o mestrado. Foram várias “barcas furadas” juntas,
não é?
Aos estagiários que passaram pela Embrapa e que de alguma foram auxiliaram no
desenvolvimento deste trabalho. Em especial a Lucas Reis, que sempre passava as férias
colaborando neste projeto.
Às amigas que dividiram várias das casas que morei ou passei durante o mestrado: Marvada,
Jacklane, Lícia, Sarah, Fabiana, Fabi, Stefânia, Sakura e Kandinha. Muito obrigada pelos bons
momentos e pelas risadas.
Ao amigo Leitão que me auxiliou no momento preciso.
vi
Aos amigos Getapistas que sempre estão presentes de alguma forma em tudo o que faço.
À minha família, em especial aos meus pais, pelo suporte e exemplo de determinação e garra e
as minhas irmãs, Jú e Flá, pelo carinho.
Às amigas Kutia, Sarah, Tilápia e aos amigos Big (in memorian) e Getupa que sempre
acreditaram no meu trabalho e nas minhas metas e de alguma forma sempre estão me
ajudando.
À equipe Nutricorp, que hoje é parte do meu dia a dia.
Aos colegas de curso, especialmente ao Rogério Fonseca, pela companhia agradável e
momentos de descontração.
Aos funcionários da pós-graduação, Seila e Danilo.
Ao Prof. Dr. Chiquinho, Dr. Alfredo e Dr. Fábio pelo auxílio nas análises estatísticas.
Ao CNPq pela bolsa de estudos cedida nos últimos meses de mestrado. Tardou mas não
falhou!
À todos que direta ou indiretamente contribuíram para realização deste trabalho, e que por
ventura, não intencionalmente tenham sido omitidos os devidos agradecimentos, minha
sincera gratidão.
Muito obrigada!
vii
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................... 8
1. INTRODUÇÃO ............................................................................. 9
1.1. Dinâmica do nitrogênio: solo e planta .................................................................................................... 11
1.2. Coletores para quantificação de amônia volatilizada.............................................................................. 17
1.3. Fontes de nitrogênio utilizadas para adubação........................................................................................ 19
2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 27
CAPÍTULO 2. COLETORES DE AMÔNIA E MENSURAÇÃO DAS
PERDAS POR VOLATILIZAÇÃO UTILIZANDO FONTES
E FORMAS DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO ......... 33
Resumo........................................................................................................................................................... 34
Abstract........................................................................................................................................................... 35
Introdução....................................................................................................................................................... 36
Material e Métodos......................................................................................................................................... 37
Resultados e Discussão.................................................................................................................................. 40
Conclusões...................................................................................................................................................... 50
Literatura Citada............................................................................................................................................. 50
CAPÍTULO 3. PRODUÇÃO E QUALIDADE DE CAPIM TANZANIA EM
SISTEMA INTENSIVO SUBMETIDO A FONTES E
FORMAS DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO ............ 52
Resumo .......................................................................................................................................................... 53
Abstract ......................................................................................................................................................... 54
Introdução ..................................................................................................................................................... 55
Material e Métodos........................................................................................................................................ 56
Resultados e Discussão ................................................................................................................................. 59
Conclusões .................................................................................................................................................... 68
Literatura Citada ............................................................................................................................................ 68
CAPÍTULO 4. IMPLICAÇÕES ....................................................... 72
ANEXOS ……………. .................................................................... 75
8
CAPÍTULO 1.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
9
1. INTRODUÇÃO
A quantidade e qualidade da massa de forragem disponível para os animais é
resultado de vários fatores, dentre eles, clima, nutrientes no solo disponíveis para a planta e
manejo tanto da adubação como da pastagem. Esses fatores atuam sobre processos de
formação e desenvolvimento das folhas que são fundamentais para crescimento vegetal e
para realização da fotossíntese e, conseqüentemente, para produção de massa. Esses
processos podem ser mais eficientes com o uso de fertilizantes, sobretudo o nitrogenado
(Duru e Ducrocq, 2000).
O nitrogênio é um dos elementos mais exigidos pelas plantas forrageiras e quando
utilizado na adubação de pastagens, podem ser registradas produções superiores a 50 t
matéria seca/ha/ano (Herling et al., 2000). Este potencial de produtividade pode ser
limitado pela baixa disponibilidade do nutriente no tecido da planta (Oliveira et al., 2005) e
implica em menor capacidade de suporte e ganho de peso animal (Rocha et al., 2002). Com
incremento das doses de nitrogênio aplicadas nas pastagens observa-se aumento nos teores
de proteína bruta da forragem (Oliveira et al., 2005). Justifica-se então, o uso de fertilização
nitrogenada sendo imprescindível o conhecimento do processo de utilização de nitrogênio
pela planta para o correto uso dessa prática que pode afetar a produção e qualidade das
pastagens. Entretanto, sistemas historicamente manejados e adubados intensivamente têm
apresentado alterações na resposta da planta ao estímulo do nitrogênio aplicado. Têm-se
observado efeito residual de adubações anteriores influenciando produção e qualidade da
forrageira (Reid, 1984 citado por Whitehead, 1995). A grande quantidade de matéria
orgânica formada nesses sistemas também influencia o desenvolvimento e crescimento da
pastagem. Através do processo de mineralização, microrganismos disponibilizam o
nitrogênio da matéria-orgânica para o solo, permitindo a utilização do mesmo pela planta.
Se fosse possível de forma prática mensurar a quantidade exata de nitrogênio
disponibilizado através do processo de mineralização, essa quantia poderia ser reduzida da
dose total de adubo nitrogenado a ser aplicado na cultura.
10
Em sistemas de exploração intensiva de pastagens existe alta extração de nutrientes.
Em experimento conduzido em pastagem degradada de Brachiaria brizantha cv. Marandu,
apenas a parte aérea da planta extraiu aproximadamente 326 kg de N/ha/ano sendo
observadas baixas perdas por lixiviação, pois solo e planta retiveram o fertilizante (Oliveira
e Corsi, 2001).
Dentre as fontes nitrogenadas existentes para a fertilização de pastagens a uréia é a
mais usada, devido ao seu menor custo em relação às demais. Entretanto, esse fertilizante
pode apresentar perdas consideráveis conforme o manejo de adubação empregado
(Trivelin, 1998). Sabe-se que alguns fatores podem influenciar a eficiência da utilização do
nitrogênio oriundo da uréia pela planta, tais como: aplicação do fertilizante associado com
sais orgânicos diminuindo a volatilização; aumento do pH do solo como conseqüência da
hidrólise da uréia pode facilitar as perdas de nitrogênio; solos com baixa capacidade de
troca catiônica (CTC) possuem menor poder de retenção do íon amônio, o que diminui a
permanência do mesmo na forma trocável e aumenta taxa de volatilização; aumento da
temperatura favorece as perdas; teor de água no solo e taxa de evaporação, presença de
resíduos orgânicos e atividade da enzima urease estimulam perdas por volatilização
(Sengik, 1993).
O desenvolvimento de alternativas que reduzam as perdas e maximizem o uso de
fertilizantes nitrogenados torna-se imprescindível para melhor aproveitamento do nutriente
pela planta e, com isso, maior rendimento da mesma. Nos trópicos as maiores perdas
oriundas da adubação nitrogenada são as emissões gasosas (volatilização) (Oliveira, 2001).
A mensuração dessas perdas é fundamental para a compreensão das interações solo-
fertilizante-planta, visto que grande parte da ineficiência no uso dos fertilizantes
nitrogenados está diretamente relacionada com esse tipo de perda (Alves, 2006).
Para Cabezas (1998) os estudos com adubação nitrogenada devem ser direcionados
sob duas óticas:
- pesquisas a curto prazo, que devem priorizar a tecnologia da aplicação, definindo, o
que, quanto e a forma de aplicação do adubo. Devem considerar também as características
climáticas próprias de cada região;
11
- experimentos a serem desenvolvidos a médio e longo prazo, onde devem ser
monitoradas e consorciadas todas as tarefas relativas a adubação.
Nesse sentido, pesquisas que abordem o uso de fertilizantes nitrogenados visando
redução de perdas de N desde o momento de sua aplicação até a utilização pela planta, além
da mensuração dessas perdas têm grande relevância, pois em casos onde a prática de
intensificação das pastagens é adotada esse nutriente é utilizado em grande quantidade e
possui custo relativamente elevado.
1.1. Dinâmica do nitrogênio: solo e planta
A maioria dos tecidos das plantas contém de 1 a 5% de nitrogênio (N) no peso seco
(Whitehead, 1995), sendo que para avaliação do estado nutricional das plantas de capim-
colonião (Panicum), considera-se como teor adequado a faixa entre 15 a 25 g N/kg de
matéria seca (Werner et al., 1996). Por ser elemento essencial para formação de proteínas,
ácidos nucléicos e clorofila, a quantidade de N disponível na planta é fator limitante da taxa
de crescimento da forrageira. A concentração de N nos tecidos da planta tende a diminuir
com o desenvolvimento da mesma, aumentando quantidade de parede celular e diminuindo
conteúdo citoplasmático. O nitrogênio é o nutriente que promove maior aumento na
produção de matéria seca nas pastagens, porém a resposta das plantas é bem variada,
dependendo do manejo adotado na propriedade e clima da região. O nitrogênio ocupa cerca
de 80% do volume total da atmosfera e é encontrado na forma de gás N
2
. Todavia, essa é
uma forma quimicamente inerte e por isso indisponível para as forrageiras. Na camada
agricultável do solo, o N encontra-se principalmente na forma orgânica, presente na
biomassa, resíduos vegetais e animais e substâncias húmicas (Lopes, 2007), e 5% do N
presente no solo está na forma mineral: amônio, nitrato e nitrito (Guimarães, 2006).
Na biomassa e resíduos o N faz parte da composição das paredes celulares, proteínas,
aminoácidos e ácidos nucléicos. Devido a complexação do N com a matéria orgânica do
solo, a disponibilidade desse nutriente é baixa (Camargo et al., 1997) e aproximadamente
1/3 do N pode estar na forma de complexos protéicos com colóides do solo (Moniz et al.,
1988). Nas substâncias húmicas o N encontra-se na forma complexada. Este tipo de
12
composto perdura inerte por um longo período no solo, oferecendo resistência a
mineralização devido à formação de compostos nitrogenados combinados com complexos
de fenóis ou polifenóis que são dificilmente degradados, ocorrendo também a adsorção de
substratos e enzimas ao colóide de argila. Assim, a associação dos materiais húmicos com
argila protege o N do ataque de microrganismos (Stevenson, 1986) retardando a
mineralização do N em solos argilosos.
As proteínas oriundas da liberação pós-morte do conteúdo celular da biomassa
microbiana, vegetal ou animal são a principal fonte de N-orgânico existente no solo (Lopes,
2007). O processo de decomposição do material é realizado em várias etapas. O primeiro
passo é a proteólise, ou seja, a degradação enzimática das proteínas por meio de proteases
ou proteinases que podem ser produzidas por bactérias e fungos. A enzima quebra a cadeia
protéica em peptídeos curtos onde, por meio das peptidases, são transformados em
aminoácidos. Estes quando liberados durante a proteólise são desaminados para liberação
do grupo N-NH
2
e de N-NH
3
através de rotas metabólicas com produção final de CO
2
e
NH
3
(Moreira e Siqueira, 2002). Após a autólise celular os ácidos nucléicos (DNA e RNA)
são incorporados ao solo e degradam rapidamente por meio de enzimas genericamente
conhecidas por nucleases (Ladd e Jackson, 1982) que atuam extracelularmente e têm por
produto final a geração de bases nitrogenadas (mononucleotídeos e mononucleosídios) que
podem ser assimiladas pelos microrganismos e metabolizadas até uréia e CO
2
.
Portanto, a uréia é produzida através da destruição das bases nitrogenadas oriunda da
decomposição dos ácidos nucléicos. Contudo, sua molécula também pode ser sintetizada
artificialmente na indústria e utilizada na agricultura como fertilizante nitrogenado. Quando
aplicada no solo é rapidamente hidrolisada e produz carbonato de amônio, uma molécula
instável que em condições adversas de temperatura e umidade libera todo N na forma de
NH
3
(Equação 1) (Cantarella, 2007).
Os colóides do solo quando incorporados a uréia tendem a aumentar o pH devido ao
consumo de prótons (H
+
) para produção de amônio (Santos et al., 2007). Durante o
CO(NH
2
)
2
+ H
2
O
Enzima Urease
(NH
4
)
2
CO
3
2 NH
3
+ CO
2
+ H
2
O
Equação1
13
processo de mineralização da uréia o solo próximo ao grânulo pode atingir valores de pH
superiores a 8,0. Porém, solos a pequenas distâncias podem estar neutros ou até mesmo
ácidos.
Em condições alcalinas é produzido o gás amônia, que é facilmente volatilizado
(Nömmik e Nilsson, 1963). A dependência desse processo está relacionado com equilíbrio
químico da amônia (NH
3
) e do amônio (NH
4
+
) que é dependente do pH do solo (Equação 2,
Figura 1). Com a liberação de amônia no solo e sua posterior oxidação pelo processo de
desnitrificação ocorre a produção de ácidos que atenuam os níveis de alcalinidade inicial
que existem durante a decomposição da uréia e, assim, os elevados valores de pH tendem a
se reverter.
O termo mineralização ou amonificação é a conversão do N na forma orgânica para a
forma inorgânica. Sendo assim, denomina-se taxa de mineralização a velocidade com que o
N é convertido a amônio e/ou nitrato. O primeiro produto desta transformação no solo é a
formação do amônio (NH
4
+
) Figura 1. Depois disso o amônio é oxidado a nitrato e então
o N fica disponível para absorção radicular. Em ambientes onde os resíduos culturais têm
alto níveis de N a taxa de mineralização pode variar de 1,0 a 20 mg de N/dm
3
solo/dia. Essa
taxa contabiliza apenas a liberação bruta de N inorgânico não podendo ser utilizado para
avaliar a quantidade de N no solo. Os principais fatores edafoclimáticos que controlam o
processo de mineralização são temperatura e umidade (Campbell et al., 1994).
O ideal para o crescimento das plantas e microrganismos é maior disponibilidade do
N inorgânico disponível no solo. Dessa forma, a quantidade total líquida de N inorgânico
produzida a partir de um substrato de N orgânico é resultado do balanço existente entre os
processos de mineralização e os de remoção de N do solo. Em condições naturais, entrada e
saída de N no sistema se equilibram e é mantido um fluxo constante e adequado de N no
solo. Solos agrícolas explorados exaustivamente e áreas devastadas apresentam valores
negativos para o balanço de N inorgânico, sendo necessárias adubações nitrogenadas para
compensação.
pH < 6,0
pH > 8,0
NH
3
+ H
2
O
NH
4
+
+ OH
-
Equação 2
14
Figura 1. Ciclo do Nitrogênio (Adaptado de Martinelli, 2007).
Devido às perdas de N por volatilização e lixiviação após a aplicação de uma fonte
externa de N no solo, o balanço de N inorgânico fica dependente da assimilação ou
imobilização de N, que é realizada pela microbiota mista do solo. Esses microrganismos
possuem demanda fixa de C:N sendo considerada a relação crítica na ordem de vinte a
trinta de carbono para um de nitrogênio (Moreira e Siqueira, 2002) ocorrendo imobilização
líquida abaixo e mineralização líquida acima dessa faixa (Alexander, 1977).
O processo de nitrificação pode ser definido como formação biológica de nitrato ou
nitrito a partir de compostos que contenham N na forma amoniacal (NH
4
+
) Figura 1. Este
processo é de extrema importância para as plantas, pois o nitrato é a principal forma
assimilada de N por elas. As bactérias que realizam o processo de nitrificação são aeróbias
e podem ser divididas em 2 grupos. O principal gênero representante do grupo que oxida
NH
4
+
a NO
2
-
é o Nitrossomonas e o gênero Nitrobacter oxida NO
2
-
a NO
3
-
(Peoples et al.,
1995). No processo inicial de nitrificação, devido à liberação de íons H
+
o solo próximo ao
local da reação pode tornar-se ácido. Na segunda etapa da seqüência de reações com a
hidratação do nitrito, o íon H
+
é removido. Normalmente o NO
2
-
não se acumula no solo.
Entretanto, tal fato pode ocorrer se houver o consorciamento de alta alcalinidade do solo e
altos teores de amônio.
15
Os fatores ambientais que afetam o processo de nitrificação são:
a) Acidez:
- correlação positiva com produção de NO
3
-
;
- pH ótimo para os agentes nitrificantes (6,6 a 8,0);
- taxa de nitrificação diminui com pH < 6,0 e não ocorre em pH < 5,0;
- microrganismos nitrificantes são sensíveis a acidez, por isso, o processo é
acentuado após a calagem.
b) Aeração:
- o oxigênio é substância obrigatória para espécies aeróbias, portanto, teor de
umidade e estrutura do solo afetam diretamente o processo de nitrificação.
c) Umidade:
- ideal de ½ a ¾ da capacidade de água disponível (CAD) do solo;
- solos com alta umidade têm a aeração afetada;
- solos com baixa umidade o processo é retardado.
d) Temperatura:
- ocorre entre 4 a 45ºC;
- ótima para o gênero Nitrossomas (35ºC) e Nitrobacter (35-45ºC) Moreira e
Siqueira (2002);
- o processo é reduzido em baixas temperaturas;
O nitrogênio presente no solo normalmente se encontra na forma de nitrato (NO
3
-
)
e/ou amônio (NH
4
+
) e estes ocorrem no solo como resultado da decomposição de resíduos
vegetais e animais, de excretas animais (urina e fezes) e da matéria orgânica. Também
podem estar presentes no solo devido à utilização de fertilizantes químicos. Esses 2 íons
diferem entre si quanto as reações ocorridas no solo e também quanto ao mecanismo de
absorção pelas raízes.
O ânion nitrato não é absorvido pelos colóides do solo ficando disponível na solução
do mesmo e de fácil acesso as raízes das forrageiras. Porém, o que pode ser uma vantagem
para absorção de N pela planta, é uma forma fácil de perda de N para o solo, pois o nitrato
fica susceptível aos processos de lixiviação e desnitrificação. O cátion amônio fica retido
nos colóides do solo, portanto, possui menor mobilidade permanecendo menos acessível às
16
raízes das plantas e possui menores perdas quando comparado ao ânion nitrato. O amônio é
absorvido pelas plantas quando os microorganismos do solo o convertem para nitrato
através do processo de nitrificação (Whitehead, 1995).
A quantidade de nitrato absorvida normalmente é maior que a de amônio, pois através
das bactérias presentes no solo o amônio é convertido a nitrato através do processo de
nitrificação. Em solos extremamente ácidos e em baixas temperaturas este processo
acontece de forma lenta (Whitehead, 1995), por isso grande parte do N absorvido pelas
plantas nessas condições é na forma de amônio.
Pelo exposto, grande parte da absorção de N pelas plantas dá-se na raiz. Contudo,
cerca de 5% da absorção total de N pode ocorrer através das folhas, que absorvem gases de
amônia e dióxido de N (Whitehead, 1995). Por absorção radicular o nitrato é translocado
para o interior da célula através de transporte ativo e, assim, levado ao citoplasma onde é
assimilado e incorporado a substâncias orgânicas ou então armazenado no interior do
vacúolo (Bredemeier e Mundstock, 2000). Logo após a absorção pelas raízes parte é
translocada para os brotos e outra parte é transformada em aminoácidos e aminas e depois
distribuída pela planta (Whitehead, 1995). Plantas podem armazenar altos níveis de nitrato
ou transportá-lo entre órgãos sem causar prejuízos a si mesmas. Entretanto, altos níveis de
amônio causam danos à membrana celular e são extremamente tóxicos (Santos, 2004).
Assim, todo amônio absorvido ou gerado é rapidamente convertido a aminoácidos e aminas
e/ou armazenado no vacúolo das células para depois ser transportado pela planta.
Na absorção aérea de nitrogênio as folhas das forrageiras conseguem captar os gases
de amônia presentes na atmosfera. Esse tipo de captação é estimulado quando a
quantidade de N disponível nas raízes é inferior ao ponto considerado ótimo. Normalmente
a concentração de amônia que ocorre na atmosfera é abaixo do ponto de compensação da
planta, ocorrendo assim, emissão de amônia pelas folhas (Whitehead, 1995). Quando
ocorre volatilização do fertilizante nitrogenado aplicado, promovendo maior concentração
de amônia na atmosfera do que na planta, a mesma passa a absorver a amônia da atmosfera
através da parte aérea (Mattsson e Schjoerring, 1996). Isso não significa que sempre que a
pastagem receber N via adubação vai ocorrer captação de amônia através da folhagem, pois
em experimento onde mediu-se a emissão de amônia pelas folhas de pastagem de capim
17
braquiária cv Marandu após adubação nitrogenada com uréia, observou-se perdas via foliar
de 4,7% da dose total de N aplicada (Oliveira et al., 2008). A concentração de nitrogênio
nos estômatos reflete o balanço entre a produção de amônia pelos tecidos das plantas
(fotorespiração e proteólise) e de reações (síntese de aminoácidos e proteínas) (Whitehead,
1995). Sendo assim, as plantas podem utilizar o nitrogênio oriundo de absorção radicular,
aérea ou utilizar nitrogênio endógeno. Este é armazenado quando C e N são remobilizados
de um tecido e utilizados por outro para processos de crescimento, desenvolvimento e
manutenção da planta. Existem 2 formas de armazenamento (Santos, 2004):
- reciclagem: renovação de tecidos, como por exemplo, reciclagem de proteínas
durante a senescência das folhas;
- formação de reservas: deposição de C ou N em organelas (vacúolos ou
amiloplastos).
1.2. Coletores para quantificação de amônia volatilizada
Perdas gasosas são o principal fator de ineficiência no uso de fertilizantes
nitrogenados nos trópicos, pois o N que poderia ser absorvido e assimilado pelas plantas é
perdido na forma de amônia e óxidos nitrosos para a atmosfera. Esse tipo de perda pode
chegar até 80% do adubo aplicado (Cabezas et al., 1997), ou seja, em casos extremos
(desfavoráveis a absorção e favoráveis a volatilização) a planta consegue captar apenas
20% do fertilizante nitrogenado aplicado. Dessa forma, a baixa disponibilidade de N para a
forragem pode implicar em menor produção e qualidade e, conseqüentemente, maior custo
de produção. Sendo assim, essas perdas devem ser quantificadas e compreendidas visando
melhorar o aproveitamento da adubação. Porém, os métodos existentes para estimativa de
perdas por volatilização são de custo elevado e/ou modificam as condições ambientais
próximas a superfície do solo, gerando microclima diferente da realidade contextual do
local (Alves, 2006).
Os métodos existentes na literatura para determinação da volatilização de amônia do
solo oriunda de adubos nitrogenados podem ser classificados em diretos e indiretos
18
(Cabezas e Trivelin, 1990). Os métodos diretos podem ser micrometeorológicos ou
sistemas coletores do tipo fechado-estático, fechado-dinâmico e semi-aberto estático.
Apresentam como limitação a modificação das condições ambientais no local onde estão
instalados e em alguns casos, a necessidade de aplicação de equações de calibração. É
possível subestimar até em 30% as perdas de amônia volatilizada ocorridas em sistema
dinâmico fechado quando o mesmo é instalado a campo (McGarity e Rajaratman, 1993,
citados por Cabezas e Trivelin, 1990). O método indireto pode ser exemplificado pelo
balanço isotópico de
15
N, que permite quantificar o processo de volatilização de amônia
sem influenciar o meio ambiente ao redor. Porém, por utilizar-se de N marcado, torna-se
um processo de alto custo e restrito a instituições que trabalhem com esse tipo de
tecnologia.
Com o objetivo de desenvolver novos coletores de amônia com menor custo de
aquisição e interferência no local de implantação, Alves (2006) testou em casa de vegetação
diferentes coletores e distâncias, entre coletor e superfície do solo, para quantificar a
volatilização de amônia oriunda de adubação nitrogenada no solo. O coletor de espuma
com politetrafluoroetileno instalado a 1 cm de altura da superfície do solo, sem a
necessidade posterior de equações para calibração, apresentou resultados tão satisfatórios
quanto o coletor semi-aberto depois de aplicadas as fórmulas de calibração método de
mensuração tradicionalmente utilizado - e o método do balanço de
15
N método utilizado
para real quantificação das perdas e para calibração dos demais coletores. Este estudo teve
desempenho promissor em casa de vegetação. Devido aos resultados obtidos, pode ser
realizada uma próxima fase experimental, havendo necessidade de testá-lo em condições de
campo, por se tratar de um equipamento de menor custo e de menor efeito de microclima.
Portanto, precisa-se de novas pesquisas que busquem não apenas o desenvolvimento
de novos coletores para mensuração da volatilização de amônia, mas também que testem e
validem sua aplicabilidade quando implantados a campo.
19
1.3. Fontes de nitrogênio utilizadas para adubação
A grande discrepância observada na literatura quanto à resposta das forrageiras
submetidas a adubações nitrogenadas pode estar relacionada com: relação do N com outros
nutrientes, disponibilidade de outros elementos, efeito residual de adubações anteriores,
manejo adotado para a pastagem, taxa de lotação utilizada, dose, fonte e forma de aplicação
do adubo nitrogenado, características edafoclimáticas do local, suprimento de água
fornecido à pastagem, dentre outros.
A divergência de dados na literatura impele muitos extensionistas a recomendarem
elevadas doses empiricamente, buscando aumento da produtividade das pastagens.
Entretanto, o uso indiscriminado de N pode aumentar o custo de produção, causar danos
ambientais (acidificando o solo, liberando gases do efeito estufa e causando eutrofização de
lagoas) e as pessoas (contaminação de recursos hídricos por nitrato) (Santos, 2004).
Os fertilizantes nitrogenados utilizados para adubação de pastagens apresentam-se nas
seguintes formas: amoniacal (sulfato de amônio), nítrica (nitrato de sódio), nítrico-
amoniacal (nitrato de amônio e nitro-cálcio) e amídica (uréia). As principais fontes
nitrogenadas utilizadas em adubação de pastagens são: uréia (44-45% de N), sulfato de
amônio (20-21% de N) e nitrato de amônio (32-33% de N) (Coelho et al., 2004). O nitrato e
o sulfato de amônio têm menores perdas por volatilização que a uréia, porém, apresentam
também maior custo. Uma vantagem do sulfato de amônio sobre os outros dois fertilizantes
mencionados é que possui aproximadamente 24% de enxofre na formulação. Isso pode
permitir um aumento da resposta da planta ao fertilizante nitrogenado e, com isso, elevar a
eficiência do uso do nitrogênio. Todavia, pode causar um sério problema, podendo
acidificar mais o solo que a uréia ou nitrato de amônio. Existe a expectativa que ocorram
maiores perdas quando se utiliza uréia. Entretanto, a produção de forragem não tem
diferido significativamente entre pastagens adubadas com fontes nítricas, amoniacais ou
amídicas, desde que haja aplicação adequada do fertilizante (Martha Júnior, 2004).
A aplicação de fontes amoniacais em solos alcalinos associados a altas temperaturas e
baixa umidade de solo, condições de difícil ocorrência em pastagens, onde normalmente os
20
solos são ácidos, resultam em volatilização direta do amônio. Sendo assim, são necessários
alguns cuidados quando se utiliza N amoniacal em solos alcalinos, visto que a reação de
hidrólise tem tendência à alcalinidade. Para pastagens estabelecidas em solos ácidos ou
levemente ácidos é preciso cuidados com a fonte de N escolhida para adubação e a forma
de aplicação do mesmo. Se ocorrer utilização de nitrato de amônio com aplicação
superficial as perdas por volatilização são menores que 5%. Entretanto, se a opção for
sulfato de amônio aplicado a lanço essa perda pode duplicar (Primavesi et al., 2001).
Geralmente perdas elevadas por volatilização de amônia ocorrem quando se utiliza uréia
como fertilizante nitrogenado. Essas perdas se encontram na faixa de 10 a 20% do N
aplicado. Todavia, em condições adversas a absorção e favoráveis a volatilização, a perda
do fertilizante uréia pode chegar a 80% (Martha Júnior et al., 2004b).
As fontes nítricas quando aplicadas no solo através do uso de água de irrigação ou
chuva hidrolisam rapidamente, liberando NO
-
3
que é diretamente utilizado pela planta
(Fassbender, 1986 citado por Coelho et al., 2004). Os nitratos são solúveis em água e não
são adsorvidos às partículas do solo, o que os torna altamente móveis, podendo ocorrer
perdas por lixiviação (Coelho et al., 2004).
A dinâmica do nitrogênio no solo varia de acordo com a fonte utilizada. Nas fontes
amídicas e amoniacais o nitrogênio ocorrerá primeiramente no solo na forma de amônio,
que pode ser retido nos colóides ou ser transformado a nitrato. (Coelho et al., 2004). A
eficiência de cada fonte de N depende das interações biológicas existentes entre o
fertilizante nitrogenado, tipo de solo, manejo de produção adotado na propriedade e relação
custo/benefício de cada situação (Vitti et al., 1999).
Dentre as principais formas de perdas de fertilizantes nitrogenados nos solos tropicais
a volatilização é certamente a principal. Esse processo consiste na transferência da amônia
gasosa presente no solo para a atmosfera. Para tanto, necessita de amônia (NH
3
) próxima a
superfície e de amônio (NH
4
+
) que é o precursor da amônia. Este é constantemente formado
pela mineralização da matéria orgânica, decomposição de resíduos vegetais ou animais e
hidrólise de fertilizantes amídicos e amoniacais.
A quantidade de amônia volatilizada depende de fatores inerentes ao clima, solo,
manejo adotado na pastagem, fonte de N utilizado, forma de adubação, umidade do solo e
21
outros (Tabela 1). Entretanto, sabe-se que quanto maior a quantidade de N aplicado no solo,
maior é a perda por volatilização de amônia (Primavesi et al., 2001). Para Martha Júnior et
al. (2004) pastagens de gramíneas tropicais tem perdas significativas de N pela via gasosa,
através dos processos de volatilização de amônia e desnitrificação.
Tabela 1. Principais efeitos de fatores de clima, solo e manejo do solo sobre as perdas por
volatilização de amônia.
Variável Efeito
CLIMA
Temperatura Aumentos na temperatura favorecem as perdas.
Chuvas Diminuição das perdas com chuvas superiores a 10-20 mm até 3 dias
após aplicação do fertilizante.
Aumento das perdas com chuvas menores que 5 mm até 3 dias após
aplicação do fertilizante.
Chuvas antes da aplicação do fertilizante aumentam perdas quando
elevam a umidade do solo para níveis próximos a capacidade de
campo.
SOLO
pH Aumento nas perdas com pH elevados.
CTC Diminuição de perdas com maior CTC.
Poder tampão Diminuição de perdas com maior poder tampão.
Matéria Orgânica Diminuição das perdas, pois maiores quantidades de matéria
orgânica implicam em maior CTC. Entretanto, maior teor de matéria
orgânica implica também em maior quantidade da enzima urease que
aumenta perdas.
MANEJO DO SOLO/FERTILIZANTE
Incorporação
adubo
Diminuição das perdas.
Fonte: Adaptado de Martha Júnior et al. (2004).
Perdas de N por erosão (lixiviação) e por escoamento superficial são inferiores a 5
kg/ha de N (Martha Júnior et al., 2004). Apenas 5% do N lixiviado é perdido nas camadas
com profundidade superior a 30 centímetros (Oliveira et al., 2003). Fatores como elevada
precipitação pluviométrica associada a solos rasos, baixa CTC e manejo inadequado podem
contribuir para grandes perdas de N por lixiviação. Em contrapartida, existe a possibilidade
22
de ocorrer absorção de N em até 163 centímetros de profundidade do solo (Bartholomew,
1971 citado por Martha Júnior et al., 2004) o que pode diminuir as perdas estimadas.
Uma forma de reduzir perdas é através do uso de fontes de nitrogênio menos
susceptíveis a volatilização, tais como, nitrato de amônio, nitrato de cálcio e sulfato de
amônio que, segundo Cantarella (1998) não estão sujeitas às perdas por volatilização de
amônia em solos ácidos. Além disso, a diversificação das fontes nitrogenadas, forma de
aplicação do fertilizante, uso de sistemas de irrigação e manejo da pastagem adotado na
propriedade também podem influenciar na redução das perdas. Visando reduzir as perdas
nitrogenadas das pastagens sugere-se que a dose máxima de nitrogênio a ser aplicada em
uma única vez seja de 60 kg/ha de N (Martha Júnior et al., 2004).
No caso das formas amídicas, como a uréia, os compostos nitrogenados em contato
com o solo são expostos à urease, que é uma enzima produzida por microrganismos do solo
que catalizam a hidrólise da uréia. Em condições de pH elevado, ocorre formação de
dióxido de carbono, amônia e água (Longo e Melo, 2005). A atividade da urease aumenta
de acordo com a magnitude da população de microrganismos e teor de matéria orgânica
existentes no solo (Tislade et al., 1985 citado por Andreucci, 2008).
A hidrólise da uréia devido a ação da urease pode ocorrer numa faixa de temperatura
que varia de 2
o
C a 37
o
C (Cantarella e Marcelino, 2007). Essa reação acontece
principalmente na superfície do solo e afeta negativamente a utilização desse fertilizante,
pois após a hidrólise da uréia, a amônia formada também é quebrada, formando íons de
bicarbonato e hidroxila, que elevam o pH. Nos locais de aplicação do fertilizante o pH pode
atingir valores próximos a 10 (Nönmik e Nilsson, 1963). Em pH de valores altos, o NH
4
+
é
convertido a NH
3
+
ou outras formas gasosas, ocasionando perdas por volatilização (Brady,
1989 citado por Costa et al., 2004). Em condições normais de pH o NH
4
+
pode permanecer
nessa forma retido no solo ou ser convertido a NO
3
-
pela atividade biológica do solo. O
NO
3
-
pode ser absorvido pelas plantas ou em condições adversas lixiviar.
Em adubação nitrogenada de pastagens, constatou-se perdas por volatilização de 19 a
30% quando se utilizou sulfato de amônio e perdas de 44 a 48% quando se utilizou uréia
(Martha Junior, 1999). Foram registradas perdas gasosas de 15% quando a uréia foi
incorporada e de 30 a 40% quando foi aplicada superficialmente ao solo (Oliveira, 2001).
23
Estima-se que a quantidade de nitrogênio perdida por volatilização após aplicação
superficial de uréia sobre o solo pode alcançar valores até 78% da quantidade original
fornecida (Cabezas et al., 1997). Desta forma, fica comprovada a eficiência da incorporação
da uréia no solo, seja pela eficiência no uso do nitrogênio ou pelo aumento da produção de
massa. Entretanto, essa prática possui limitações de uso, principalmente para forrageiras
com hábito de crescimento cespitoso (Oliveira e Corsi, 2001). Vale ressaltar que as
mensurações de perdas de nitrogênio por volatilização devem considerar a época do ano,
forma de aplicação e fonte de nitrogênio utilizada, pois estas alteram diretamente os
resultados obtidos.
As perdas nitrogenadas gasosas e as perdas provenientes da deficiente reciclagem de
nitrogênio contido nos dejetos animais e resíduos vegetais mostram-se como as mais
importantes no processo de perdas de nitrogênio em pastagens. Estudos sobre formas de
manejo que minimizem essas perdas gasosas podem melhorar a eficiência do uso do
nitrogênio (Oliveira e Corsi, 2001) e, com isso, diminuir custos advindos da adubação.
Experimentos com diferentes fontes de nitrogênio também são uma alternativa para
redução das perdas nitrogenadas.
Em experimento onde foram testados diferentes adubos nitrogenados em plantas
forrageiras na Austrália, a uréia foi a fonte que teve menor recuperação do nutriente pela
planta e, conseqüentemente, apresentou os menores incrementos na produção de forragem
quando comparada com os outros adubos testados (Simpson, 1968 citado por Monteiro e
Werner, 1997).
Costa et al. (2003) avaliando a volatilização de amônia em diferentes fontes
nitrogenadas aplicadas em cana-de-açúcar colhida sem a despalha a fogo com a dose de 100
kg/ha de N, observaram maiores perdas por volatilização nos tratamentos que receberam
uréia e uréia com sulfato de amônio (50% de cada), correspondendo, respectivamente, as
perdas de 36 e 35% do nitrogênio originalmente aplicado. Nos tratamentos que receberam
uran (solução com 32% de N) e resíduo líquido enriquecido com nitrogênio (5% de N)
houve volatilização de 15 e 9%, respectivamente. Existiu correlação direta entre a
quantidade de nitrogênio volatilizado e a produção obtida de cana de açúcar, ou seja,
quanto maior a perda por volatilização, menor a produtividade da cultura. Outro ponto
24
perceptível é que as menores perdas foram obtidas quando utilizou-se tratamento onde o N
estava dissolvido em soluções, tal fato provavelmente permitiu a incorporação do N na
solução do solo, o que ocasionou menores perdas. Sendo assim, apesar da grande
quantidade de trabalhos existentes na literatura sobre o assunto é necessário definir qual a
dose e fonte de nitrogênio a ser utilizada para cada condição de pastagem, considerando a
espécie a ser cultivada, clima, fertilidade do solo, manejo adotado na propriedade e estágio
de degradação da mesma, visando sempre o equilíbrio entre viabilidade técnica e
econômica.
Na tentativa de aumentar a produção de massa das plantas forrageiras os produtores
têm aumentado as doses e freqüência das adubações nitrogenadas. Elevadas doses de
nitrogênio para adubação de pastagens geram a dúvida do impacto ambiental negativo
devido ao grande potencial de perda por lixiviação na forma de NO
3
-
(Mello et al., 1984 e
Mello, 1987 citados por Primavesi et al., 2006). A utilização de doses empíricas e
conseqüentemente a falta de parâmetros seguros consorciados com resultados adversos na
literatura, corroboram para criação de fatores limitantes na definição de estratégias
eficientes da adubação nitrogenada em sistemas intensivos (Santos et al., 2007).
Estudos com aditivos cujo objetivo é redução das perdas dos fertilizantes
nitrogenados tem surgido recentemente. A zeólita é um mineral que vem sendo estudado
como um desses aditivos (Alves et al., 2007; Bernardi et al., 2007). O desenvolvimento de
produtos nitrogenados com a mistura do mineral zeólita poderá aumentar a eficiência de
uso do nitrogênio pela planta em épocas adversas, como é o caso do veranico onde existe
grandes perdas por volatilização (Santos et al., 2007).
Zeólitas são minerais do grupo argilosilicatos formadas por estruturas cristalinas
tridimensionais rígidas compostas por tetraedros de AlO
4
e SiO
4
. Como o alumínio possui
carga negativa e a zeólita o tem na sua estrutura na forma de tetraedros, existe a formação
de um sistema de canais, cavidades e poros. Com a formação dessa estrutura, a carga
negativa do Al se compensa com os cátions trocáveis do solo (Na
+
, K
+
, Ca
2+
, Mg
2+
) e isso
permite que o mineral zeólita tenha as seguintes capacidades: aumenta o grau de hidratação
do solo, tem baixa densidade devido ao grande volume de vazio na sua estrutura, possui
estabilidade na estrutura cristalina, aumenta a capacidade de troca de cátions (CTC) do
25
solo, possui canais uniformes, tem a capacidade de capturar gases e vapores, possui
propriedades catalíticas, entre outros. Pode-se destacar como três propriedades principais da
zeólita: alta CTC, grande capacidade na retenção de água nos canais e habilidade em
capturar íons. Tais características fornecem a zeólita a capacidade de promover melhorias
na eficiência no uso de nutrientes através do aumento da disponibilidade de fósforo (P),
melhor aproveitamento de N e diminuição das perdas por lixiviação de cátions trocáveis
(Bernardi et al., 2004). Acredita-se que as perdas por volatilização sejam diminuídas, pois a
zeólita apresenta alta porosidade e capacidade de troca catiônica e também auxilia na
liberação lenta de nutrientes, facilitando adsorção no solo e aumentando a capacidade de
retenção de água. Provavelmente o mineral zeólita aumenta a eficiência no uso de N através
do controle de retenção e liberação de amônio. O princípio de ação da zeólita é a
diminuição da concentração de amônio na solução do solo através da troca catiônica
(Ferguson e Pepper, 1987).
A zeólita aumenta a eficiência no uso de N na ordem de 16 a 22% (Huang et al., 1995
citados por Junrungreang et al., 2002). Reduções na ordem de 86 a 99% nas perdas por
lixiviação de nitrato foram registradas em tratamentos que utilizaram zeólita quando
comparados ao grupo controle (sem zeólita) (Huang e Petrovic, 1995 citados por
Junrungreang et al., 2002). Em experimento realizado em vasos, observou-se que 180
gramas de zeólita (70% de clinoptilolita) é capaz de aumentar em torno de 130% a
eficiência do uso e da extração de N e a produção de matéria seca de Brachiaria decumbens
(Crespo, 1989).
Em experimento com roseiras, onde foi adicionado o concentrado zeolítico houve
aumento na eficiência agronômica da uréia na adubação nitrogenada. Neste caso,
provavelmente a zeólita diminuiu a taxa de hidrólise da uréia e/ou adsorveu o NH
4
+
,
minimizando a volatilização de NH
3
. Outra possibilidade é que a zeólita tenha inibido a
atividade dos microrganismos nitrificadores através da redução da disponibilidade de NH
4
+
como substrato no solo. Dessa forma, ocorreriam menores perdas por lixiviação de NO
3
-
(Polidoro, 2007). O mesmo autor também adicionou o mineral a uréia e adubou plantas de
alface com o objetivo de aumentar a eficiência agronômica do nitrogênio na produtividade
da cultura. Obteve com aplicação de 20% de zeólita do peso de uréia aplicada, redução de
26
até 80% nas perdas por volatilização quando comparado com o tratamento onde se aplicou
uréia pura.
Outras formas de aumentar eficiência no uso do fertilizante nitrogenado incluem
compostos com baixa solubilidade, produtos de liberação lenta devido a alguma substância
de recobrimento e utilização de fertilizantes com inibidores do processo de nitrificação ou
da enzima urease. Uma das alternativas para minimizar as perdas de amônia em pastagens é
tentar inibir a ação da enzima urease, permitindo que a uréia se mantenha na forma estável
até incorporação no solo por meio mecânico ou água (Cantarella, 2007).
Assim, com objetivo de retardar a hidrólise da uréia, diferentes compostos com
potencial para atuarem como inibidores da urease têm sido avaliados (Contin, 2007). Com a
diminuição da atividade da enzima, aumentam as probabilidades de que a água consiga
incorporar a uréia no solo e com isso minimizar as perdas por volatilização. Os inibidores
disponíveis no mercado através da utilização de reagentes estruturalmente análogos a uréia,
inibem a ação da urease através da competição pelo sítio ativo da enzima. De acordo com
Kolodzief e Martins (1992) citados por Contin (2007) os inibidores ocupam o local de ação
da urease, inativando a enzima, retardando o início do processo de volatilização e
reduzindo a velocidade da reação.
Dentre as substâncias com potencial para reduzir a ação da urease, um dos mais
importantes inibidores disponíveis no mercado é o NBPT [N-(n-butil) triamida tiofosfórica]
(Watson, 2000). De acordo com Agrotain (2001) citado por Scivittaro e Gomes (2006) esse
aditivo protege a uréia aplicada em superfície da degradação e perdas por volatilização de
amônia através da inibição da degradação enzimática da uréia, pela ação da urease, por um
período de 10 a 14 dias.
Pastagens altamente adubadas e manejadas intensivamente durante muitos anos têm
apresentado efeito residual de nitrogênio no solo e nas estruturas de reserva das plantas
demonstrando efeito residual de adubações nitrogenadas anteriores (Reid, 1984 citado por
Whitehead, 1995). Nestes casos a influência do resíduo nitrogenado no solo e/ou planta
pode alterar as respostas da forrageira. Nestes casos, é possível alcançar altas
produtividades da pastagem mesmo sem adubações, reduzindo custo de produção. Quando
o suprimento de N no solo excede os requerimentos para crescimento da planta, passa a
27
ocorrer armazenamento de nitrato nas folhas (Primavesi et al., 2001), refletindo em altos
teores de PB. Entretanto, acúmulo de nitrato na parte aérea com teor entre 0,23 a 0,43% na
matéria seca é tóxico aos animais (Whitehead, 1995).
Sendo assim, experimentos que avaliem diferentes fontes e formas de aplicação do
nitrogênio para pastagens intensificadas bem como, o uso de aditivos possibilitarão
identificar manejos de adubação que permitam menor volatilização do nitrogênio e
provavelmente maior captação pela planta, com conseqüente aumento na produção de
massa e, portanto, maior retorno financeiro ao produtor.
O Capítulo 2, denominado “Coletores de amônia e mensuração de perdas por
volatilização utilizando fontes e formas de aplicação de nitrogênio” redigido dentro das
normas para publicação na Revista Brasileira de Zootecnia (RBZ) teve por objetivo validar
o uso no campo do coletor de espuma com ácido e politetrafluoroetileno que capta amônia
volatilizada e quantificar essa perda oriunda de fontes e formas de aplicação de nitrogênio
em pastagens.
O Capítulo 3, denominado “Produção e qualidade de capim-Tanzânia em sistema
intensivo submetido a fontes e formas de aplicação de nitrogênio” redigido dentro das
normas para publicação na Revista Brasileira de Zootecnia (RBZ) teve por objetivo
determinar produção e qualidade do capim-Tanzânia submetido a formas de aplicação e a
fontes de nitrogênio em pastagem manejada intensivamente.
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33
CAPÍTULO 2.
COLETORES DE AMÔNIA E MENSURAÇÃO DAS
PERDAS POR VOLATILIZAÇÃO UTILIZANDO FONTES E
FORMAS DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO
34
COLETORES DE AMÔNIA E MENSURAÇÃO DE PERDAS POR
VOLATILIZAÇÃO UTILIZANDO FONTES E FORMAS DE APLICAÇÃO DE
NITROGÊNIO
Resumo
Com objetivo de validar o uso no campo do coletor de espuma com ácido e
politetrafluoroetileno que capta amônia volatilizada e quantificar essa perda oriunda de
fontes e formas de aplicação de nitrogênio (N) em pastagens, realizou-se 2 experimentos.
No experimento 1, para avaliação do coletor, utilizou-se fatorial 2 x 2 - doses de N (50 e
100 kg/ha) e coletores de amônia (coletor semi-aberto e absorvedor de espuma com ácido e
politretafluoroetileno). O período experimental foi de 22 dias. No experimento 2 utilizou-se
delineamento de blocos ao acaso e os tratamentos foram: uréia; Super N®; uréia + 12,5%
de zeólita; uréia + 25% de zeólita; uréia + 50% de zeólita; uréia em pulverização foliar;
75% de uréia + 25% de sulfato de amônio; nitrato de amônio e sem N (testemunha). A
avaliação das perdas por volatilização de amônia ocorreu em 3 épocas. No verão/07 e
inverno/07 utilizou-se dose de 50 kg/ha de N para adubos sólidos e 15 kg/ha de N para
pulverização foliar e para o verão/08 as doses foram duplicadas. As perdas diárias de
amônia foram avaliadas em onze amostragens a cada dois dias para ambos os experimentos.
Para o experimento 1, não houve diferença entre os coletores na perda acumulada e diária
de amônia com a dose de 50 kg/ha de N. Entretanto, na dose de 100 kg/ha de N o coletor
semi-aberto captou o maior pico de volatilização diária e maior acúmulo de amônia. No
experimento 2 as menores perdas por volatilização foram detectadas para nitrato de amônio
aplicado a lanço e uréia via pulverização foliar. Dessa forma poderia ocorrer melhor uso do
fertilizante pela planta refletindo em aumento na produção e qualidade da forragem.
Palavras–chave: coletor, adubação nitrogenada, perdas nitrogenadas, doses, Panicum
35
AMMONIA COLLECTORS AND VOLATILIZATION LOSSES MENSURATION
USING DIFFERENT NITROGEN SOURCES AND APPLICATION FORMS
Abstract
With the objective of validating the field use of the foam collector with acid and
polytetrafluorethylene, which captures volatilized ammonia and quantify this loss when
using sources and application forms of nitrogen (N) in pastures, 2 experiments were
realized. In the experiment 1, to evaluate the collector a 2 x 2 factorial N doses (50 and
100 kg/ha) and ammonia collectors (semi-open collector and foam absorber with acid and
polytetrafluorethylene). The experimental period was 22 days. In the experiment 2, the
experimental design was a randomized block design and the treatments were: urea; Super
N®; urea + 12,5% of zeolite; urea + 25% of zeolite; urea + 50% of zeolite; urea leaf
spraying, 75% of urea + 25% of ammonium sulfate, ammonium nitrate, and without
nitrogen (control). The evaluation of the volatilization losses occurred in 3 periods. On
summer/07 and winter/2007 a 50 kg/ha of N dose for solid fertilizers was used and a 15
kg/ha N dose for leaf spraying and on summer/2008 the doses were doubled. The daily
losses of ammonia were evaluated in eleven samplings every two days for both
experiments. In the experiment 1, there was no difference between the collectors in the
accumulated and daily loss in the dose of 50kg/ha of N. However, with the dose of 100
kg/ha of N the semi-open collector showed the highest peak of daily volatilization and
accumulated the highest volatilization loss. In the experiment 2, the lowest volatilization
losses were detected for ammonium nitrate in soil application and urea in leaf spraying
application. So, in this cases might happen the better use of the fertilizer by the plant,
reflecting in the increase of the forage production and quality.
Keywords: collector, nitrogen fertilization, nitrogen losses, rate, Panicum
36
Introdução
Nos trópicos, perdas gasosas são o principal fator de ineficiência no uso de
fertilizantes nitrogenados, pois ocorre liberação de amônia e óxidos nitrosos para a
atmosfera. Essas perdas devem ser melhor compreendidas visando aumentar o
aproveitamento da adubação. Porém, os métodos utilizados para estimativa de perdas por
volatilização são de custo elevado ou modificam as condições ambientais próximas a
superfície do solo, gerando microclima diferente da realidade contextual do local (Alves,
2006).
Em casa de vegetação, Alves (2006) testou diferentes coletores e distâncias, entre
coletor e superfície do solo, para quantificar a volatilização de amônia oriunda de adubação
nitrogenada no solo (dose de 100 kg/ha de N). O coletor de espuma com ácido e
politetrafluoroetileno instalado a 1 cm de altura da superfície do solo, sem a necessidade
posterior de equações para calibração, apresentou resultados tão satisfatórios quanto o
coletor semi-aberto (depois de aplicadas as fórmulas de calibração) e o método do balanço
15
N, métodos tradicionais para esse tipo de avaliação. Este estudo teve resultados
promissores em casa de vegetação, o que o qualifica para experimentos a campo por se
tratar de um equipamento simples, de menor custo e efeito reduzido de microclima.
Entretanto, apenas a mensuração da quantidade de amônia volatilizada sem a
interpretação conjunta com outros fatores como manejo de adubação e edafoclima local não
geram resultados satisfatórios. É necessária a combinação de fontes e formas de aplicação
do nitrogênio associada com a quantificação da amônia em diferentes épocas do ano, de
forma a produzir dados que possam ser explorados cientificamente e que tenham
aplicabilidade técnica a campo.
Deste modo, o objetivo deste trabalho foi validar no campo o uso do coletor de
amônia volatilizada, denominado absorvedor de espuma com ácido e politetrafluoroetileno,
bem como quantificar perdas por volatilização de amônia utilizando fontes e formas de
aplicação do fertilizante nitrogenado.
37
Material e Métodos
Experimento 1.
O experimento foi realizado em pastagem de Panicum maximum cv. tanzânia, sob
sistema intensivo rotacionado e irrigado pertencente ao Sistema de Produção de Leite da
Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos/SP no período de 12/fevereiro/2007 a
05/março/2007.
O delineamento experimental adotado foi o de blocos ao acaso, composto por quatro
tratamentos organizados em estrutura fatorial, que consistiram na combinação entre doses
de nitrogênio (50 e 100 kg/ha de N - utilizou-se uréia como fertilizante nitrogenado) e
coletores de amônia (coletor semi-aberto estático CSA, Figura 1, e absorvedor de espuma
com ácido e politetrafluoroetileno AE, Figura 2). O CSA foi usado por ser
tradicionalmente utilizado em estudos com volatilização de amônia a campo e por possuir
menor custo e estar mais facilmente disponível que a metodologia do balanço de
15
N. Cada
tratamento teve cinco repetições, totalizando 20 parcelas de 2,0 x 5,0 m (10 m
2
).
Figura 1. Esquema do coletor semi-aberto estático (CSA).
38
Figura 2. Esquema do absorvedor de espuma com ácido e politetrafluoroetileno (AE).
A adubação das parcelas foi feita a lanço depois da saída de animais (agentes
desfolhantes) da área conforme cada tratamento. Para as parcelas que receberam o CSA a
área conhecida e adubada foi a de cada base (0,0177 m
2
) - 3 bases por parcela. Para o AE
foi demarcado dentro de cada parcela uma subárea nas dimensões do papel A4 (21 x 29,7
cm = 0,06195 m
2
), onde se colocou a quantidade exata de uréia correspondente a essa área.
Neste espaço específico foram alocados os coletores (um para cada parcela). O CSA e o AE
foram implantados nas parcelas imediatamente após a adubação.
O CSA utilizado foi o desenvolvido por Nönmik (1973), com adaptações e equações
de calibração apresentadas por Cabezas et al. (1999). O AE utilizado foi desenvolvido por
Alves (2006) que consiste em uma espuma nas dimensões de 8 x 8 x 2 cm (densidade 20
kg.m
-3
) que foram embebidas em 10 ml de ácido fosfórico (0,5 N) + 5% de glicerina
(mesma solução utilizada nas esponjas do CSA). Em seguida cada espuma foi colocada
sobre uma placa de PVC (10 x 10 x 0,2 cm) e todo esse conjunto foi envolvido por uma
camada de fita de politetrafluoroetileno (fita veda-rosca), que é permeável à amônia, mas
impermeável à água. Os AE depois de prontos foram armazenados em sacos plásticos
lacrados, até o momento da colocação no campo com o objetivo de evitar qualquer
absorção de nitrogênio do ambiente. Os AE foram colocados a 1 cm da superfície do solo
(dentro da subárea conhecida), apoiados em quatro hastes, com a placa de PVC voltada
para cima, para evitar que a amônia presente acima do absorvedor fosse capturada.
A cada dois dias os AE e as esponjas dos CSA foram trocados, sendo realizadas onze
amostragens no período de 22 dias. A cada troca de esponjas, o CSA era trocado de base
para evitar a criação de microclima local que poderia influenciar na quantidade de amônia
39
volatilizada. Com o mesmo objetivo, o novo AE instalado era alocado dentro da área
demarcada de papel A4, mas em local diferente do AE removido.
Para determinação do nitrogênio volatilizado e capturado, as espumas foram lavadas
com água destilada (no caso dos AE, com 300 ml, e da esponja do CSA, com 400 ml) em
funil de Büchner com placa porosa ligada a bomba de vácuo. Nas alíquotas retiradas (30
ml) e armazenadas sob refrigeração foi analisada a concentração de nitrogênio (N-
amoniacal) por meio de aparelho de análise de injeção em fluxo (FIA).
Para comparação entre os resultados de volatilização de amônia diária e acumulada
(mg por coletor), os resultados dos AE foram corrigidos para a dimensão da esponja do
CSA (fator = 2,761165).
Experimento 2
O experimento foi realizado em pastagem de Panicum maximum cv. Tanzânia, sob
sistema intensivo rotacionado e irrigado pertencente ao Sistema de Produção de Leite da
Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos/SP.
O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, composto por nove tratamentos
que consistiram nas fontes e nas formas de aplicação de nitrogênio testadas e testemunha
(sem nitrogênio). Para cada tratamento utilizaram-se quatro repetições, totalizando 36
parcelas de 10 m
2
cada. Os tratamentos utilizados foram: uréia; Super N®; uréia + 12,5%
de zeólita do peso total; uréia + 25% de zeólita do peso total; uréia + 50% de zeólita do
peso total; uréia em pulverização foliar; 75% de uréia + 25% de sulfato de amônio; nitrato
de amônio e sem N (testemunha).
O tratamento com Super foi escolhido por ser um produto comercial composto
por uréia tratada com NBPT [N-(n-butil) triamida tiofosfórica] que é uma substância capaz
de retardar o processo de hidrólise provocado pela enzima urease. Escolheu-se a mistura
uréia mais zeólita devido sua alta CTC, grande capacidade na retenção de água nos canais e
habilidade em capturar íons. Utilizou-se uréia aplicada via foliar, pois este é o fertilizante
nitrogenado de menor custo quando comparado com os demais adubos. Outro ponto
fundamental para essa escolha é que as doses recomendadas para adubação foliar são
menores que para a fertilização via solo (Oliveira et al., 2004; Oliveira et al., 2005).
40
As mensurações de amônia foram feitas utilizando metodologia do absorvedor de
amônia de espuma com ácido e politetrafluoroetileno desenvolvido por Alves (2006).
Foram realizados 3 ciclos de mensuração: verão 07 (12/02/07 05/03/07), inverno 07
(27/07/07 – 17/08/07) e verão 08 (10/01/08 – 31/01/08). Foi utilizada a dose de 50 kg/ha de
N para adubos sólidos e 15 kg/ha de N para adubação líquida via foliar (Oliveira et al.,
2004; Oliveira et al., 2005) para as mensurações de verão 07 e inverno 07 e para a coleta do
verão 08 adotou-se a dose de 100 kg/ha de N para os adubos lidos e 30 kg/ha de N para
adubação líquida via foliar. Para a uréia aplicada via foliar a dose do fertilizante
nitrogenado foi diluída em 600 l/ha de água. A volatilização diária das parcelas sem
adubação nitrogenada foi descontada dos demais tratamentos.
A metodologia de troca dos AE e determinação do nitrogênio volatilizado foi a
mesma utilizada no Experimento 1.
As análises estatísticas de ambos os experimentos foram feitas utilizando-se o
programa estatístico SAS® for Windows (SAS, 1996). Os resultados obtidos foram
submetidos à análise de variância em delineamento de blocos ao acaso e as médias dos
tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância.
Resultados e Discussão
Experimento 1
Para a volatilização acumulada de amônia houve interação entre os coletores
avaliados e as doses de uréia aplicadas na pastagem. Quando a dose aplicada de uréia foi 50
kg/ha de N, não houve diferença entre as medidas dos coletores para perdas acumuladas de
amônia (N-NH
3
) volatilizada (Figura 3). Com essa dose de N o AE mostrou resultados
semelhantes aos do CSA, tanto na quantidade total de amônia volatilizada quanto na taxa
diária e também no pico de volatilização de amônia (Figura 3 e Figura 4).
Com a dose de
100 kg/ha de N a perda de amônia acumulada mensurada pelo coletor AE foi menor do que
aquela mensurada pelo CSA (Figura 3). Em contraposição, no trabalho desenvolvido por
Alves (2006) em casa de vegetação com os mesmos coletores na dose de 100 kg/ha de N
foram obtidos resultados semelhantes entre o CSA e o AE.
41
O pico de volatilização neste experimento ocorreu 2 dias após a aplicação da uréia
(Figura 4). Primavesi et al., (2001) também encontraram o pico de volatilização em 1 a 2
dias após a aplicação do fertilizante. Entretanto, outros trabalhos têm demonstrado que
processo de volatilização da amônia tem pico com aproximadamente 4-6 dias após a
aplicação da uréia (Costa et al. ,2003; Alves, 2006).
Torna-se importante ressaltar que as quantidades de amônia volatilizada acumulada
para Costa et al. (2003), Alves (2006) e para este experimento foram de 35; 30,85 e 63,98
kg/ha de N respectivamente. Solos com umidade adequada e temperatura elevada
apresentam maior parte da hidrólise da uréia de 1 a 3 dias após aplicação do fertilizante
nitrogenado (Cantarella & Marcelino, 2007). Neste experimento devido a utilização de
irrigação a umidade sempre esteve próxima a 50% da capacidade de armazenamento de
água do solo (CAD) e as médias das temperaturas máxima e mínima foram de 29,4 e
18,1
o
C, respectivamente, ou seja fatores favoráveis a volatilização de amônia.
0
20
40
60
80
100
120
50 kg/ha N 100 kg/ha N
Amônia volatizada (mg/coletor)
Doses
AE CSA
Figura 3. Perdas acumuladas de amônia (N-NH
3
) volatilizada estimadas pelos
coletores: semi-aberto estático (CSA) e absorvedor de espuma
(AE), com duas doses de N (50 e 100 kg/ha). Letras iguais não
diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5%.
b
b
b
a
42
Na Figura 4, verifica-se que a diferença na volatilização acumulada entre CSA e AE
na dose de 100 kg/ha pode ser atribuída a captação de amônia no pico de volatilização,
momento em que o CSA apresentou maior capacidade para absorver toda a amônia
volatilizada, enquanto o AE não foi capaz de captar toda a amônia. No experimento de
Alves (2006) desenvolvido em casa de vegetação, apesar do emprego de 100 kg/ha de N, o
pico de volatilização foi bem menor, o que pode explicar a semelhança entre os coletores.
Dessa forma, deve-se estudar melhor a eficiência dos absorvedores com doses de
fertilização nitrogenada e picos de volatilização mais altos. Novas observações poderão
quantificar qual a máxima taxa diária de volatilização de amônia que pode ser estimada
pelo absorvedor ou então quais modificações estruturais e temporais devem ser feitas para
que ele faça as mensurações do pico de volatilização em doses de N mais elevadas. Uma
alternativa seria a troca diária dos absorvedores nos primeiros dias após a aplicação da
uréia, ocasião em que ocorre a máxima taxa de volatilização diária de amônia. Se a
metodologia de troca de coletores a campo utilizada neste experimento fosse modificada,
aumentando o número de coletas em menores intervalos de tempos nos primeiros 6 dias,
período em que ocorre o pico de volatilização e a maior parte das perdas por volatilização,
provavelmente o absorvedor de espuma com ácido e politetrafluoroetileno teria capacidade
para absorver toda amônia volatilizada na dose de 100 kg/ha de N.
43
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Volatilizão de amônia (mg/coletor)
Dias após aplicação de uréia
CSA - 50
CSA - 100
AE - 50
AE - 100
2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
CSA-
50
18,59
ab
6,50
ab
3,31
ab
0,51a
0,45a
0,60
a
0,46
a
0,08b
0,10a
0,08
a
0,12a
CSA-
100
36,97
a
11,31
a
5,22
a
0,71a
0,14
a
0,74
a
0,44
a
0,30
a
0,32
a
0,18
a
0,20
a
AE-
50
19,67
ab
2,59
b
1,05
b
0,16a
0,94
a
0,04b
0,04b
0,08b
0,12
a
0,11a
0,11
a
AE-
100
15,85b
6,21
Ab
1,28b
1,10a
0,47
a
0,06b
0,05b
0,08b
0,08
a
0,08a
0,08
a
Letras iguais na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5%.
Figura 4. Perdas diárias de amônia (N-NH
3
) volatilizada estimadas com dois coletores:
semi-aberto estático (CSA) e absorvedor de espuma (AE), nas doses de 50 e de
100 kg/ha de N.
Experimento 2
Para volatilização acumulada de amônia (Figura 5) o fertilizante que em todos os
ciclos apresentou menor taxa de volatilização foi nitrato de amônio aplicado a lanço e a
forma de aplicação que reduziu esse tipo de perda foi a uréia aplicada via foliar.
44
Perdas acumuladas de amônia na ordem de 35, 14, 34 e 8 kg/ha respectivamente para
aplicação de uréia em superfície, uran em superfície (solução quida), mistura uréia com
sulfato de amônio e Ajifer (resíduo líquido enriquecido com nitrogênio) foram registradas
por Costa (2001) quando o mesmo utilizou dose de 100 kg/ha de N em cana-de-açúcar com
palhada. Porém, em experimento com dose de 100 kg/ha de N e utilizando uréia como
adubo nitrogenado, Duarte et al. (2007) relataram perdas acumuladas de apenas 13,3 kg/ha
do N aplicado corroborando para a afirmação de que a quantidade de amônia volatilizada
depende de fatores inerentes ao clima, solo, manejo adotado na cultura, fonte e dose de N
utilizado, forma de adubação e umidade do solo seja verdadeira. Vale ainda ressaltar que as
mensurações de perdas de nitrogênio por volatilização devem considerar a época do ano,
forma de aplicação e fonte de nitrogênio utilizada, pois estas alteram diretamente os
resultados obtidos.
0
4
8
12
16
20
24
28
32
Veo 07 (50 e 15kg/ha de N) Inverno 07 (50 e 15kg/ha de N) Verão 08 (100 e 30kg/ha de N)
Amônia volatilizada (kg/ha)
Períodos de avaliação
Uréia Super N
Uréia + Zeólita 12,5% Uréia + Zeólita 25%
Uréia + Zeólita 50% Uréia – Adubação foliar
75% Uréia + 25% Sulfato de Amônio Nitrato de amônio
Figura 5. Perdas de amônia volatilizada acumulada em 22 dias em pastagem de capim
tanzânia adubada com fontes e formas de aplicação de N em diferentes épocas.
(Obs: Letras iguais na estação não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível
de 5%.)
a
a
a
a
a
b
a
ab
a
ab
a
ab
a
b
a
b
ab
ab
a
ab
a
c
ab
b
45
As perdas gasosas significantes e responsáveis por cerca de quase toda perda
nitrogenada acontecem de 4 - 6 dias após a aplicação do fertilizante. O pico de volatilização
da amônia que deve ocorrer nos primeiros dias após a aplicação do fertilizante nitrogenado
(Cantarella et al., 2001) foi observado em todos os ciclos avaliados (Figuras 6, 7 e 8). De
forma geral, a hidrólise da uréia ocorre em solos com umidade variada e quanto mais rápido
esse processo se inicia maior o potencial de perdas de amônia para a atmosfera (Duarte et
al., 2007).
No ciclo correspondente ao verão de 2007, observa-se que no período de máxima
perda por volatilização de amônia, um dos fertilizantes que tiveram menor hidrólise foi o
Super N®, bem como teve o pico de volatilização retardado (Figura 6). Esse resultado está
de acordo com Contin (2007) que afirma que a adição de NBPT [N-(n-butil) triamida
tiofosfórica] à uréia permite um retardamento no início do processo de volatilização de
amônia e também reduz a quantidade de N perdida durante o período de perdas mais
intensas.
No inverno de 2007 as perdas por volatilização foram baixas e o pico de volatilização
ocorreu dentro do período de 2-4 dias (Figura 7). Embora a perda tenha sido praticamente
nula para todos os tratamentos, a planta não consegue utilizar o nitrogênio disponibilizado e
absorvido, pois a época do ano é desfavorável para seu desenvolvimento. Dessa forma, a
utilização de adubação nitrogenada neste período pode ser reduzida, pois com a
disponibilidade de nitrogênio para a pastagem e as exigências para crescimento e
desenvolvimento sendo supridas, provavelmente a planta passaa acumular nitrogênio,
que poderá ser disponibilizado quando a quantidade de N no solo não for suficiente para
atender a demanda da forrageira.
Para a coleta do verão de 2008 no período do pico de volatilização de amônia, o
tratamento que foi fertilizado com nitrato de amônio e a forma de aplicação via foliar
obtiveram as menores perdas. As demais fontes de N apresentaram comportamento
semelhante (Figura 8). A quantidade de amônia volatilizada nesta época do ano foi superior
aos demais, pois além das condições favoráveis a volatilização, a dose de N utilizada neste
ciclo foi o dobro das outras. Provavelmente a metodologia utilizada para captação de
amônia (método do absorvedor de espuma com ácido e politetrafluoroetileno) não foi capaz
46
de absorver toda a amônia volatilizada (experimento 1), por isso não são detectadas
diferenças entre os tratamentos com exceção do nitrato de amônio que volatiliza muito
pouco (Oliveira et al., 2008) e fertilização via foliar de uréia. Porém, mesmo com a
utilização de um método não eficaz para quantificação de elevadas perdas por amônia, é
possível notar a eficiência no uso de nitrato de amônio como fertilizante nitrogenado e na
forma de aplicação de uréia via foliar, uma vez que houveram baixas perdas por
volatilização nesses casos. É perceptível também que a utilização do NBPT para inibir a
urease não é uma ferramenta eficaz em condições favoráveis a formação de amônia, visto
que houve grandes perdas por volatilização (Figura 8).
47
47
0
1
2
3
4
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9
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Amônia volatilizada (kg/ha)
Dias após aplicação do fertilizante
Uréia
Uréia + Zeólita 12,5%
Uréia + Zeólita 25%
Uréia + Zeólita 50%
Super N
Adubação Foliar
Uréia + Sulfato de amônio 25%
Nitrato de amônio
Tratamentos 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Uréia 13,6 a
3,2 a 0,9 a 0,3 a 0,7 a 0,1 a 0,1 a 0,0 0,0 0,0 0,0
Super N 0,3 c
0,3 a 1,0 a 2,1 a 0,2 a 0,0 a 0,0 a 0,0 0,0 0,0 0,0
Uréia + Zeólita 12,5% 2,5 bc
0,5 a 0,3 a 0,7 a 0,2 a 0,0 a 0,0 a 0,0 0,0 0,0 0,0
Uréia + Zeólita 25% 2,0 bc
0,5 a 0,5 a 0,0 a 0,0 a 0,0 a 0,0 a 0,0 0,0 0,0 0,0
Uréia + Zeólita 50% 1,5 bc
0,5 a 0,1 a 0,1 a 0,1 a 0,0 a 0,0 a 0,0 0,0 0,0 0,0
Uréia – Adubação foliar - - - - 0,3 a 0,0 a 0,0 a 0,0 0,0 0,0 0,0
Uréia + Sulfato de amônio 25% 4,0 ab
0,7 a 0,4 a 0,5 a 0,2 a 0,1a 0,0 a 0,0 0,0 0,0 0,0
Nitrato de amônio 1,0 bc
0,6 a 0,1 a 0,0 a 0,0 a 0,0 a 0,0 a 0,0 0,0 0,0 0,0
Letras iguais na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5%.
Figura 6. Perdas de amônia por volatilização no período do verão 2007.
48
48
0
1
2
3
4
5
6
7
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9
10
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Amônia volatilizada (kg/ha)
Dias após aplicação do fertilzante
Uréia
Uréia + Zeólita 12,5%
Uréia + Zeólita 25%
Uréia + Zeólita 50%
Super N
Adubação Foliar
Uréia + Sulfato de amônio 25%
Nitrato de amônio
Tratamentos 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Uréia 0,9 ab
0,6 ab
0,4 a
0,7 a 0,4 a
0,1 a 0,0 a 0,0 a 0,0 0,0 0,0
Super N 0,1 bc
0,1 b
0,2 ab
0,6 a 0,5 a 0,2 a 0,1 a 0,1 a 0,0 0,0 0,0
Uréia + Zeólita 12,5% 0,9 ab
0,7 ab
0,3 a
0,3 a 0,3 a 0,1 a 0,1 a 0,1 a 0,0 0,0 0,0
Uréia + Zeólita 25% 1,0 a
1,0 a
0,8 a
0,8 a 0,5 a 0,1 a 0,1 a 0,1 a 0,0 0,0 0,0
Uréia + Zeólita 50% 0,8 ab
0,4 ab
0,3 ab
0,2 a 0,2 a 0,1 a 0,0 a 0,0 a 0,0 0,0 0,0
Uréia – Adubação foliar - - - 0,2 a 0,2 a 0,1 a 0,0 a 0,0 a 0,0 0,0 0,0
Uréia + Sulfato de amônio 25% 0,8 ab
0,8 ab
0,3 a
0,4 a 0,3 a 0,1 a 0,1 a 0,0 a 0,0 0,0 0,0
Nitrato de amônio 0,0 c
0,1 b
0,0 b
0,1 a 0,1 a 0,1 a 0,0 a 0,0 a 0,0 0,0 0,0
Letras iguais na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5%.
Figura 7. Perdas de amônia por volatilização no período do inverno 2007.
49
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Amônia volatilizada (kg/ha)
Dias após aplicação do fertilizante
Uréia
Uréia + Zeólita 12,5%
Uréia + Zeólita 25%
Uréia + Zeólita 50%
Super N
Adubação Foliar
Uréia + Sulfato de amônio 25%
Nitrato de amônio
Tratamentos 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22
Uréia 7,9 a
2,3 ab
0,4 a
0,2 a 0,1 a 0,1 a
0,1 a 0,0 a 0,0 a 0,0 a 0,0 a
Super N 7,6 a
1,9 ab
0,3 a
0,3 a 0,0 a 0,0 a
0,0 a 0,0 a 0,0 a 0,0 a 0,0 a
Uréia + Zeólita 12,5% 8,2 a
3,4 a 0,4 a
0,3 a 0,0 a 0,1a 0,0 a 0,0 a
0,0 a 0,1a 0,0 a
Uréia + Zeólita 25% 9,6 a
2,1 ab
0,3 a
0,1 a 0,0 a 0,0 a 0,0 a 0,1 a 00 a 0,0 a 0,0 a
Uréia + Zeólita 50% 10,0 a
3,2 a 0,5 a
0,2 a 0,1 a 0,1 a 0,1 a 0,1 a 0,1 a 0,1 a 0,0 a
Uréia – Adubação foliar - - - 1,0 a 0,0 a 0,1 a 0,1 a 0,1 a 0,0 a 0,1 a 0,0 a
Uréia + Sulfato de amônio 25% 6,6 a
2,4 ab
0,4 a
0,2 a 0,1 a 0,0 a 0,0 a
0,1 a 0,0 a 0,1 a 0,0 a
Nitrato de amônio 1,4 b 1,2 a 0,3 a
0,2 a 0,8 a 0,1 a 0,0 a 0,0 a 0,1 a 0,1 a 0,1 a
Letras iguais na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5%.
Figura 8. Perdas de amônia por volatilização no período do verão 2008.
49
50
Conclusões
O absorvedor de espuma com ácido e politetrafluoroetileno mostrou-se apto para a
mensuração das perdas diárias e acumuladas de amônia apenas na dose de 50 kg/ha de N,
uma vez que na dose de 100 kg/ha de N subestimou o pico de volatilização. Por ser um
coletor mais econômico e de menor interferência no sistema soloaduboplanta existe a
necessidade de modificá-lo estruturalmente e/ou alterar a metodologia de troca dos
absorvedores.
Na avaliação de perdas por volatilização dos adubos nitrogenados e das formas de
aplicação testadas, o fertilizante nitrato de amônio aplicado a lanço e uréia via pulverização
foliar apresentaram menores perdas, o que poderia aumentar a eficiência de utilização do N
pela pastagem. A adubação líquida de uréia via foliar possibilitaria redução de custos, visto
que a dose recomendada para esse tipo de fertilização é menor que a aplicação via solo (50
e 15 kg/ha/ciclo de pastejo de N para adubação no solo e pulverização via foliar,
respectivamente).
Literatura Citada
ALVES, A.C. Métodos para quantificar volatilização de N-NH
3
em solo fertilizado
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CANTARELLA, H.; MARCELINO, R. Uso de inibidor de urease para aumentar a
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51
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COSTA, M. C. G. Eficiência agronómica de fontes nitrogenadas na cultura da cana-
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Dissertação (mestrado em Agronomia) Escola Superior de Agricultura “Luiz de
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3
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OLIVEIRA, P. P. A. et al. Métodos para avaliar as perdas de nitrogênio por
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PRIMAVESI, O. et al. Adubação com uréia em pastagem de Cynodon dactylon cv
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STATISTICAL ANALYSIS SAS. User´s Guide. Version 6.11, 4.ed, v.2. Cary: 1996.
52
CAPÍTULO 3.
PRODUÇÃO E QUALIDADE DE CAPIM-TANZÂNIA EM
SISTEMA INTENSIVO SUBMETIDO A FONTES E FORMAS
DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO
53
PRODUÇÃO E QUALIDADE DE CAPIM-TANZÂNIA EM SISTEMA INTENSIVO
SUBMETIDO A FONTES E FORMAS DE APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO
Resumo
Avaliou-se produção e qualidade do capim-Tanzânia submetido a formas de
aplicação e a fontes de N em pastagem manejada intensivamente. O experimento foi
realizado de fev/07 a fev/08. Mensalmente, foram coletados dados para análise da
forragem. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com 4 repetições e 9
tratamentos: uréia, Super N
®
, uréia + 12,5% de zeólita, uréia + 25% de zeólita, uréia + 50%
de zeólita, uréia em aplicação foliar, 75% de uréia + 25% de sulfato de amônio, nitrato de
amônio e sem N (testemunha). Utilizou-se dose anual de 900 kg/ha de N para os adubos
sólidos e 240 kg/ha de N para pulverização foliar. Nos parâmetros quantitativos e
qualitativos da forragem não houve tendência de respostas entre tratamentos, inclusive, o
que não recebeu adubação nitrogenada. Os teores de N na folha foram próximos de 33 g
N/kg de matéria seca, valor superior aos relatados na literatura, demonstrando que houve
acúmulo de N na folha. Sendo assim, acredita-se que o N utilizado pela planta tenha sido
disponibilizado por adubações nitrogenadas anteriores, onde o N teria ficado armazenado
no sistema solo-planta. Em condições de sistemas intensivamente manejados e adubados
durante longos períodos, se a pastagem mantiver a produtividade como ocorreu neste
experimento, talvez seja possível reduzir a quantidade de adubo nitrogenado fornecida a
cultura, implicando em redução de custos.
Palavras–chave: Panicum, fontes nitrogenadas, adubação, produtividade, teor de N
54
PRODUCTION AND QUALITY OF TANZANIA GRASS IN INTENSIVE SYSTEM
UNDER DIFFERENT NITROGEN SOURCES AND APPLICATION FORMS
Abstract
The production and quality of the Tanzania grass under different application forms
and nitrogen sources in intensive pasture were evaluated. The experiment was realized from
feb/07 to feb/08. Data was collected monthly for analysis of the forage. The experimental
design used was completely randomized block design, with 4 repetitions and 9 treatments:
urea, Super N®, urea + 12.5% of zeolite, urea + 25% of zeolite, urea + 50% of zeolite, urea
leaf spraying, 75% of urea + 25% of ammonium sulfate, ammonium nitrate, and without
nitrogen (control). An annual dose of 900 kg/ha of N was used for the solid fertilizers and
240 kg/ha of N for the leaf spraying. . In the forage quantitative and qualitative parameters
no tendency of answers between the treatments was found. The contents of nitrogen on
leaves are near 33 g N/kg of dry matter, superior of those found in the literature, showing
that nitrogen accumulation occurred in the leaf. Probably, the N used by the plant may have
been provided by previous nitrogen fertilizations, where the N would have been stored in
the soil-plant system. In intensively managed system conditions and fertilized for long
periods, if the pasture keeps the productivity just like occurred in this experiment, maybe it
is possible to reduce the amount of nitrogen fertilizer provided to the culture, resulting in
costs reduction.
Keywords: Panicum, nitrogen sources, fertilization, productivity, N rate
55
Introdução
Em sistemas de produção onde a forrageira é manejada corretamente a aplicação de
nitrogênio é ferramenta fundamental para incrementar a produção da pastagem. O aumento
da disponibilidade deste nutriente atua sobre a atividade fotossintética da planta, na
mobilização de reservas fisiológicas (C e N) logo após a desfolha; no ritmo de expansão da
área foliar; no peso e número de perfilhos (Martha Júnior et al., 2004) induzindo seu
crescimento.
Produções de pastagens variando entre 5 e 89,2 kg MS/kg de N aplicado foram
registradas por Balsalobre et al. (2002), indicando que a resposta das plantas a este tipo de
adubação é variável, devido a ação de fatores edafoclimáticos e relativos à planta. A
qualidade da forragem também é afetada pela disponibilidade de N, pois existe aumento da
proteína bruta em função do aumento das doses de N aplicadas. Quando o suprimento de N
no solo excede os requerimentos para crescimento da planta, passa a ocorrer
armazenamento de nitrato nas folhas (Primavesi et al., 2001), refletindo diretamente em
excessivos teores de proteína bruta.
A existência e a quantidade de matéria orgânica no solo melhoram a qualidade
química, física e biológica do mesmo, influenciando também na resposta da planta quanto
ao fertilizante nitrogenado. A taxa de mineralização da matéria orgânica depende do
ambiente referente a clima e solo, bem como da qualidade dos resíduos a serem
incorporados e tempo de incorporação. Se ocorrerem altas taxas de mineralização, menor
será a quantidade de nitrogênio oriundo de adubação necessária para atingir determinada
produtividade da pastagem. Assim, a taxa de mineralização da matéria orgânica mais a
quantidade de nitrogênio mineral no solo influenciam a recuperação e perda do N aplicado
e, conseqüente, eficiência na conversão do N-fertilizante em forragem. A diminuição na
eficiência de utilização do N pela planta pode estar relacionada com as perdas de N que
ocorrem para o ambiente, principalmente através do processo de volatilização de amônia. A
utilização de diferentes fontes, formas de aplicação e combinação do fertilizante com
aditivos são ferramentas que visam minimizar esse tipo de perda que pode chegar a 80% do
adubo nitrogenado aplicado (Cabezas et al., 1997).
56
Pastagens altamente adubadas e manejadas intensivamente durante muitos anos têm
apresentado efeito residual de nitrogênio no solo e nas estruturas de reserva das plantas,
demonstrando efeito residual de adubações nitrogenadas anteriores (Reid, 1984 citado por
Whitehead, 1995). Nestes casos a influência do resíduo nitrogenado no solo e/ou planta
pode alterar as respostas da forrageira. Dessa forma, seria possível alcançar altas
produtividades da pastagem mesmo sem a ocorrência de adubações, permitindo menor
custo de produção.
Sendo assim, o objetivo deste estudo foi determinar produção e qualidade do capim-
Tanzânia submetido a fontes e formas de aplicação de nitrogênio em pastagem manejada
intensivamente.
Material e Métodos
O experimento foi realizado em área pertencente ao Sistema de Produção de Leite do
Centro de Pesquisa Pecuária Sudeste - Embrapa, em São Carlos, SP (22
o
01’ S e 47
o
54’ W;
altitude de 856 m acima do nível do mar) de fevereiro de 2007 a fevereiro de 2008.
O solo da área experimental é classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo
distrófico, textura média e a análise química do mesmo realizada no início e final do
experimento encontra-se na Tabela 1 e a análise de micronutrientes realizada no início do
período experimental na Tabela 2. Foi realizada calagem com 2,7 t/ha de calcário
dolomítico (PRNT = 70) para elevar a saturação por bases para 80% (Corsi & Nussio,
1993). Não foi realizada adubação para P ou K, pois os teores presentes no solo satisfaziam
as necessidades da planta. As características físicas da área são: areia = 760 g/kg, argila =
221 g/kg e silte = 19 g/kg (Primavesi et al., 1999).
O experimento foi implantado em uma área irrigada de Panicum maximum cv.
Tanzânia. Desde a implantação do capim nesta área em janeiro de 1995, o manejo adotado
no sistema foi intensivo, utilizando de pastejo rotacionado com altas cargas animais,
irrigação e adubações pesadas. A extração de nutrientes do solo pela pastagem foi alta, mas
a reposição via dejetos dos animais, decomposição de plantas, folhas e resíduos, bem como
adição de adubos ao sistema também foi elevada. Esse fato permitiu a formação de um solo
57
muito fértil com reservas de nutrientes que influenciam rendimento e qualidade da
pastagem.
Tabela 1. Análise química do solo na profundidade de 20 cm no início e final do
experimento.
Profundidade
pH
CaCl
2
M.O. P resina K Ca Mg
Al CTC V S.SO
4
(0-20 cm) (g/dm
3
)
(mg/dm
3
)
(mmolc/dm
3
) (%) (mg/dm
3
)
Início 4,9 28,0 26,0 4,1 15,0 7,0 2,0 57,0 46,0 13,0
Final 4,9 31,2 33,9 1,9 25,1 9,9 2,2 83,8 43,9 10,9
Tabela 2. Análise de micronutrientes do solo na profundidade de
20 cm no início do experimento.
Profundidade
B Cu Fe Mn
Zn
(0-20 cm) (mg/dm
3
)
Início 0,34 4,00 33 8,3 1,2
O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, composto por nove tratamentos
que consistiram nas fontes e nas formas de aplicação de nitrogênio testadas e testemunha
(sem nitrogênio). Os tratamentos utilizados foram: uréia; Super ; uréia + 12,5% de
zeólita do peso total; uréia + 25% de zeólita do peso total; uréia + 50% de zeólita do peso
total; uréia em pulverização foliar; 75% de uréia + 25% de sulfato de amônio; nitrato de
amônio; sem N (testemunha). O tratamento com Super N® foi escolhido por ser um
produto comercial composto por uréia tratada com NBPT [N-(n-butil) triamida tiofosfórica]
que é uma substância capaz de retardar o processo de hidrólise provocado pela enzima
urease. Escolheu-se a mistura uréia mais zeólita devido sua alta CTC, grande capacidade na
retenção de água nos canais e habilidade em capturar íons. Utilizou-se apenas uréia
aplicada via foliar, pois este é o fertilizante nitrogenado de menor custo quando comparado
com os demais adubos. Outro ponto fundamental para essa escolha é que as doses
recomendadas para adubação foliar são menores que para a fertilização via solo,
viabilizando a utilização dessa fonte. Para cada tratamento utilizaram-se quatro repetições,
totalizando 36 parcelas de 10 m
2
cada.
58
A dose anual utilizada de N foi de 900 kg/ha para os fertilizantes sólidos e 240 kg/ha
para o fertilizante foliar. Para a pulverização foliar a dose parcelada do fertilizante
nitrogenado foi diluída em 600 l/ha de água. (Oliveira et al., 2004; Oliveira et al., 2005). A
adubação foi realizada de forma parcelada (mensal), a lanço para os fertilizantes sólidos e
em pulverização para a uréia por via foliar. Os fertilizantes sólidos foram aplicados após o
corte da forragem por animais (agentes desfolhadores). A aplicação do adubo via foliar
ocorreu de 5 a 7 dias após o pastejo do capim, quando a rebrota da planta já havia iniciado.
No início da estação da seca sobressemeou-se aveia (Avena sp.) no capim. Em virtude
do manejo adotado para plantio da aveia, a pastagem de tanzânia foi rebaixada a uma altura
média de 10 cm acima da superfície do solo.
Para quantificação da produção de matéria-seca (MS), as coletas da parte aérea da
forrageira foram realizadas antes que os animais entrassem na área experimental. Sendo
assim, foram colhidas mensalmente 2 amostras aleatórias de 1m
2
/parcela (Penati et al.,
2005) cortando-se a forragem a altura do resíduo (35 cm), com exceção do mês de junho de
2007 quando a pastagem foi rebaixada a 10 cm para plantio da aveia e não houve coleta.
Todo material colhido foi pesado e retiradas subamostras de aproximadamente 300g. Nas
coletas onde houve a presença da aveia, que foi sobressemeada no capim-Tanzânia, as
forrageiras foram separadas manualmente e retiradas subamostras. As subamostras foram
levadas a estufa com circulação forçada de ar a 60
o
C por 72 horas até peso constante para
determinação da MS. Nas análises qualitativas, o teor total de N foi determinado pelo
método semimicro de Kjeldhal (Nogueira & Souza, 2005). O nitrogênio não protéico
(NNP) da forrageira foi determinado em solução de ácido tricloroacético (Souza et al.,
2006) e o teor de nitrato foi estimado por meio de análise de injeção em fluxo (FIA)
(Lemos & Nogueira, 2002). A digestibilidade “in vitro” da matéria seca foi determinada
segundo metodologia descrita por Tilley & Terry (1963). A extração de N foi calculada a
partir da produção de MS e teor de N. No inverno somou-se a extração realizada pelo
capim tanzânia mais a extração feita pela aveia sobressemeada. A equação utilizada para
esta estimativa foi (Primavesi et al., 2001):
N ext (kg/ha) = 0,001 x [ MS(kg/ha) x Teor de N (g/kg) ]
59
Vale ressaltar que considerou-se apenas a forragem e teor de N existentes na parte
aérea sem considerar o resíduo.
A recuperação aparente de N foi calculada a partir da extração de N. A fórmula
utilizada foi (Primavesi et al., 2001):
N rec (%) = 100 x (N ext da parcela adubada – N ext da testemunha)/100
A análise estatística foi feita utilizando-se o programa estatístico SAS® for Windows
(SAS, 1996). Os resultados obtidos para produção de matéria seca e nitrogênio não protéico
foram transformados através da extração da raiz quadrada. Para os parâmetros nitrogênio
total da parte aérea e nitrogênio extraído os dados foram transformados pela aplicação de
log (x). Os dados foram analisados através do procedimento medidas repetidas no tempo.
As médias dos tratamentos e estações foram comparadas pelo teste de Tukey a 5% de
significância.
Resultados e Discussão
Apesar de existirem diferenças estatísticas nos resultados obtidos para produtividade
do capim-Tanzânia não foi observada tendência de prevalência entre tratamentos (Tabela
3). Nas condições específicas dessa pastagem, manejo e adubações intensivos por um longo
período, mesmo após um ano sem adubação nitrogenada, o tratamento testemunha (sem N)
não manifestou nenhum sinal de deficiência de nitrogênio e continuou a produzir tanto
quanto os demais tratamentos (Tabela 3). A ausência de resposta à adubação nitrogenada
com as várias fontes de nitrogênio avaliadas pode ser explicada por um aporte de N oriundo
do solo (matéria orgânica) e das reservas da planta (Oliveira et al., 2007). Áreas
intensamente manejadas podem ter de alguma forma influência de adubações anteriores.
Efeitos residuais de nitrogênio variando de 18 a 41%, dependendo na fonte nitrogenada
utilizada, foram relatados por Broadbent & Nakashyima (1968) citados por Muraoka
(1991).
O efeito do nitrogênio sobre o acúmulo de massa da forragem depende da relação
existente entre taxa fotossintética e concentração de nitrogênio; distribuição do nitrogênio
entre as folhas; expansão e disposição das folhas no dossel forrageiro e, portanto, seu
60
impacto na interceptação luminosa (Gastal & Lemaire, 2002 citados por Santos, 2004).
Assim, aspectos morfofisiológicos da pastagem influenciam indiretamente na
produtividade.
Tabela 3. Produção do capim-Tanzânia (acima de 35 cm) nas estações do ano e produção
total, expressas em matéria seca (t/ha).
1
Não significativo pelo teste de Tukey a 5%.
2
Produção de matéria seca de forragem acima da altura de pastejo, com ausência do corte do mês de junho de
2007.
Letras diferentes maiúsculas na linha e minúsculas na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
Fatores edafoclimáticos também podem causar alterações na produção da forrageira.
A matéria orgânica é a principal reserva de N em solos agrícolas (Bartholomew, 1971) e a
fixação biológica a principal via de adição de N no sistema solo-planta, e juntas, podem
contribuir com a nutrição mineral de N (Moreira & Siqueira, 2002), pois a atividade
biológica do solo é intensificada na presença de matéria orgânica (Cardoso, 1993).
Acredita-se que através do processo de mineralização da matéria orgânica seja
disponibilizado até 2% ao ano de N para a cultura. Por exemplo, um solo com 3% de
matéria orgânica pode ter 0,15% N ou aproximadamente 3 t/ha de N na camada arável, ou
seja, a mineralização forneceria cerca de 60 kg/ha de N ao ano (Raij, 1991). Araújo et al.
(2004) trabalhando com diferentes doses de N para adubação de milho, observaram que
para atingir a produtividade alcançada pelas parcelas testemunha (sem N), o solo contribuiu
com aproximadamente 174 kg/ha de N. Os autores acreditam que o fornecimento de N pelo
Tratamentos
Matéria Seca (t/ha)
Verão Outono Inverno
2
Primavera Total
1, 2
Uréia 7,1 ab A 7,2 c A 1,1 a C 3,0 b B 18,4
Super N 8,1 a B 9,5 a A 0,8 a D 3,5 ab C 21,8
Uréia + Zeólita 12,5% 7,7 ab A 8,5 abc A 1,2 a C 4,2 ab B 21,6
Uréia + Zeólita 25% 7,6 ab A 8,0 abc A 0,9 a C 3,8 a B 20,2
Uréia + Zeólita 50% 8,0 a A 8,8 ab A 0,8 a C 3,6 ab B 21,2
Adubação Foliar 7,2 ab A 7,6 bc A 0,9 a C 3,3 ab B 19,0
75% Uréia + 25%
Sulfato de Amônio
7,3 ab A 7,8 bc A 0,9 a C 3,2 ab B 18,3
Nitrato de Amônio 6,6 b A 7,2 c A 1,1 a C 3,7 ab B 18,6
Sem N 7,7 ab B 9,4 a A 0,7 a D 3,9 ab C 21,7
Média 7,5 B 8,2 A 0,9 D 3,6 C 20,1
61
solo através do processo de mineralização associado ao uso de irrigação permitiu elevadas
produções tanto nas parcelas testemunha como nos demais tratamentos estudados.
Nota-se diferenças de produtividade do capim entre as estações (Tabela 3), ocorrendo
maior produção no outono, seguido do verão, primavera e inverno. Normalmente elevadas
produtividades das pastagens tropicais são registradas no verão, fato contrário ao observado
neste experimento. Provavelmente isso ocorreu devido a grande incidência de chuvas no
verão que implicou em menor luminosidade, refletida em redução da taxa fotossintética.
A quantidade de nitrogênio extraída pela planta também não caracterizou tendências
de respostas entre tratamentos (Tabela 4). Os valores encontrados neste experimento estão
próximos aos relatados por Primavesi et al. (2001). Esses autores encontraram valores de
41 e 64 kg/ha de N extraído/corte, com doses de 50 e de 100 kg/ha de N por corte, quando
utilizaram uréia como fertilizante nitrogenado, e extração de 54 e de 89 kg/ha de N
extraído/corte quando a adubação foi feita com nitrato de amônio, em pastagem de capim
coast-cross.
Tabela 4. Extração de nitrogênio (kg/ha) pelo capim-Tanzânia no decorrer das estações do
ano.
Tratamentos
Extração de N (kg/ha) por estação
Verão Outono Inverno
1
Primavera
Uréia 234,5 ab A 216,6 c A 69,5 a C 128,9 b B
Super N 265,7 a A 281,6 a A 80,6 a C 147,6 ab B
Uréia + Zeólita 12,5% 245,5 ab A 243,3 abc A 74,8 a C 170,9 a B
Uréia + Zeólita 25% 254,3 ab A 237,9 abc A 74,5 a C 159,5 a B
Uréia + Zeólita 50% 258,7 ab A 252,5 abc A 81,0 a C 145,7 ab B
Adubação Foliar 236,9 ab A 218,2 c A 55,4 b C 130,0 b B
75% Uréia + 25% Sulfato
de Amônio 245,6 ab A 228,1 bc A 72,4 a C 144,8 ab B
Nitrato de Amônio 218,8 b A 212,4 c A 74,7 a C 152,0 ab B
Sem N 247,6 ab A 263,4 ab A 52,3 b C 150,6 ab B
Média 245,3 A 239,2 A 71,1 C 147,8 B
1
Somada a extração do capim tanzânia e da aveia sobressemeada.
Letras diferentes maiúsculas na linha e minúsculas na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
A ausência de resposta à adubação nitrogenada nessa pastagem, apesar das altas
extrações de N podem estar relacionadas com efeito residual de fertilização dos anos
62
anteriores, ao alto teor de matéria orgânica mineralizável no solo (29,6 g/dm
3
) e ao acúmulo
de N nas estruturas de reserva da planta (Oliveira et al., 2007), visto que a média do teor de
N na parte aérea do capim-Tanzânia foi de 33 g/kg de MS, muito alta em relação à faixa de
teor adequado (Werner et al.,1996) (Tabela 5).
O teor de nitrogênio na parte aérea do capim-Tanzânia não variou entre os
tratamentos (Tabela 5). A análise de tecidos vegetais é uma forma direta de medir a relação
entre fornecimento de um nutriente e sua real utilização pela planta (Malavolta et al., 1997).
Para avaliação do estado nutricional das plantas de capim-colonião (Panicum), sugere-se
como teor adequado de N a faixa de valores entre 15 a 25 g de N/kg de MS (Werner et
al.,1996). Observa-se que em todos os tratamentos, incluindo o testemunha (sem N) e em
todas as estações do ano, os teores de N estão acima dos recomendados. A média geral de
N foi de 33 g /kg de matéria seca valor superior aos relatados por Primavesi et al. (2001).
Segundo os mesmos autores, valores superiores a 23 g de N/kg de MS na parte aérea
inibem o desenvolvimento do pasto e com isso o potencial de acúmulo de forragem é
reduzido. Observaram-se diferenças apenas entre as estações, sendo que os maiores teores
médios (36 g de N/kg de MS) são observados no inverno, onde teores mais elevados de N
podem ser atribuídos aos menores rendimentos de matéria seca, ocorrendo efeito de
diluição – Tabela 3 (Menegatti et al., 2002).
Tabela 5. Teor total de nitrogênio na parte aérea (acima de 35 cm do solo) do capim-
Tanzânia (g/kg) no decorrer das estações do ano.
Tratamentos
Teor de N (g/kg)
Verão* Outono* Inverno* Primavera*
Uréia 33,7 29,6 37,0 34,4
Super N 33,3 29,4 38,5 35,8
Uréia + Zeólita 12,5% 32,2 28,3 36,5 33,0
Uréia + Zeólita 25% 33,4 29,6 36,4 34,5
Uréia + Zeólita 50% 32,4 28,6 37,0 34,5
Adubação Foliar 32,9 28,7 33,6 33,1
75% Uréia + 25% Sulfato de Amônio 33,3 29,0 36,7 35,3
Nitrato de Amônio 32,6 29,3 36,8 34,8
Sem N 32,0 28,0 35,2 31,6
Média** 32,9 C 29,0 D 36,4 A 34,1 B
*Não significativo pelo teste de Tukey a 5%. **Letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey
a 5%.
63
Os teores de proteína bruta (PB) deste experimento estão mais altos (variando de 17,5
a 24,06%) que os normalmente citados na literatura para o capim-Tanzânia. Trabalhando
com adubação nitrogenada e diferentes lâminas de irrigação em capim-Tanzânia, Cunha et
al. (2007) encontraram valores de PB variando de 23,0 a 30,9%, quando analisaram
somente as folhas, que contribuem de forma mais significativa para o aumento do teor de
N. Os autores sugerem que estes altos teores estão relacionados com a qualidade inferior do
colmo da forrageira que não foi colhido e, portanto, não utilizado para análise. Em áreas
bem manejadas e adubadas a avaliação do teor protéico das forrageiras tropicais deve ser
feita com muito cuidado, pois esses tipos de áreas podem atingir elevados teores de PB.
Entretanto, esse alto teor de nitrogênio diagnosticado nas forrageiras pode induzir a
conclusões errôneas como, por exemplo, acreditar que existe proteína em excesso à
necessidade do animal. Nesses casos de teores elevados grande parte dessa proteína é
nitrogênio não protéico, disponível 100% no rúmen, e de rápida hidrólise o que muitas
vezes não permite uso pleno pelo animal e outra parte desse alto teor de PB não é
degradável no rúmen, pois trata-se da fração C, que é indisponível para utilização do animal
(Balsalobre et al, 2003).
Os teores de nitrogênio não protéico em relação ao nitrogênio total não apresentaram
tendências de respostas entre tratamentos (Tabela 6). Entre estações, no verão ocorreu
maior acúmulo de nitrogênio não protéico (44,3%), teor próximo ao sugerido por Kosloski
(2002) como um limite extremo. Nos demais ciclos a quantidade de nitrogênio não protéico
armazenado na parte aérea da planta em relação ao nitrogênio total variou de 31,3 a 35,1%.
Estes valores estão acima dos relatados por Balsalobre (1996) com capim-elefante e dos
citados por Lima et al. (1999) com capim-Tifton 85.
A quantidade de N a ser absorvida pela planta depende da disponibilidade deste
nutriente e do crescimento e desenvolvimento do sistema radicular. Se existe pequena
quantidade de N no campo a absorção depende da distribuição de N no solo e da forma
geométrica de crescimento das raízes. Caso exista alta concentração de N no solo a taxa de
crescimento é regulada internamente pela planta (Santos, 2004). A absorção de amônio e
nitrato pode exceder a capacidade de assimilação da planta e, com isso, haver acúmulo de
64
N inorgânico que pode ser metabolizado posteriormente. O teor de nitrogênio não protéico
é a somatória de amônio, aminoácidos, pepitídeos e nitrato (Souza et al., 2006).
Dessa forma, evidencia-se que a disponibilidade de nitrogênio no solo excedeu a
necessidade da planta o que implicou no seu armazenamento. O acúmulo de nitrogênio não
protéico na forragem também pode ser relacionado com a redução na taxa de crescimento
da planta durante períodos de restrição de crescimento (Corsi et al., 2007).
O armazenamento e acúmulo de nitrogênio não protéico nas plantas forrageiras
podem causar efeitos negativos na nutrição dos ruminantes, pois altos níveis do mesmo na
pastagem não são aproveitados pelas bactérias ruminais. É possível ainda que exista maior
dispêndio energético por parte do animal para eliminar o excesso de nitrogênio não protéico
ingerido, implicando em redução da produtividade de carne, leite ou lã.
Devido a alguns trabalhos encontrados na literatura acredita-se que outro ponto
desfavorável ao acúmulo de nitrogênio não protéico em pastagens seja o aumento na
ocorrência de surtos de insetos fitófagos, que se alimentam de tecidos vegetais (White,1984
citado por Corsi et al., 2007), como por exemplo, cigarrinhas, que são umas das principais
pragas das pastagens.
Tabela 6. Relação entre teor de nitrogênio não protéico (NNP) e teor total de nitrogênio
(NT), expressa em (%), na parte aérea (acima de 35 cm do solo) do capim-
Tanzânia no decorrer das estações do ano.
Tratamentos
NNP/NT (%)
Verão Outono Inverno Primavera
Uréia 35,8 b A 39,6 a A 31,5 ab A 30,2 ab A
Super N 69,7 a A 34,8 a B 31,4 ab B 32,2 ab B
Uréia + Zeólita 12,5% 88,9 a A 37,9 a B 28,4 ab B 33,5 ab B
Uréia + Zeólita 25% 32,9 b A 32,6 a A 29,3 ab A 42,9 a A
Uréia + Zeólita 50% 35,4 b AB 40,8 a A 29,0 ab B 30,1 b B
Adubação Foliar 35,2 b A 35,9 a A 21,4 b B 31,6 ab AB
75% Uréia + 25% Sulfato de
Amônio
36,3 b A 39,4 a A 27,9 ab A 39,6 ab A
Nitrato de Amônio 33,7 b A 29,2 a A 38,9 a A 42,1 a A
Sem N 31,0 b AB 26,0 a B 43,5 a A 27,3 b B
Média 44,3 A 35,1 B 31,3 B 34,4 B
Letras diferentes maiúsculas na linha e minúsculas na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
65
Os níveis de nitrato na parte aérea diferiram entre tratamentos e estações (Tabela 7).
Para tratamentos não apresentaram tendências de respostas entre os mesmos. O maior
acúmulo de nitrato na parte aérea ocorreu na primavera (0,11%) e o valor encontrado está
abaixo dos teores entre 0,23 a 0,43% na matéria seca que são considerados tóxicos aos
animais. O efeito da adubação nitrogenada na concentração e forma de nitrogênio presente
na planta é influenciado diretamente pela dose de nitrogênio utilizada e intervalo existente
entre aplicação de nitrogênio e amostragem da pastagem (Whitehead, 1995). As condições
ambientais, tais como, temperatura e intensidade luminosa influenciam a atividade da
enzima que reduz o nitrato na folha. Crocomo (2004) afirma que em baixas intensidades
luminosas ocorre acúmulo de nitrato, pois estímulo da enzima. E, situações onde
ocorrem temperaturas próximas de 25 a 35
o
C, ocasionam redução na atividade enzimática
que implica em baixas concentrações de nitrato nas folhas.
Tabela 7. Teor de nitrato na parte aérea (acima de 35 cm do solo) do capim-Tanzânia,
expresso em mg/kg no decorrer das estações do ano.
Tratamentos
Nitrato (mg/kg)
Verão Outono Inverno Primavera
Uréia 798,7 a A 523,0 a AB 173,3 c B 897,8 bcd A
Super N 836,6 a AB 707,8 a AB 482,7 bc B 1046,8 bcd A
Uréia + Zeólita 12,5% 808,4 a A 617,6 a A 483,8 bc A 783,8 d A
Uréia + Zeólita 25% 662,9 a B 589,3 a B 960,3 a AB 1102,6 bcd A
Uréia + Zeólita 50% 725,0 a B 601,3 a B 505,2 bc B 1313,4 ab A
Adubação Foliar 591,2 a B 540,5 a B 380,6 bc B 1128,3 abc A
75% Uréia + 25% Sulfato de
Amônio
666,6 a AB 427,1 a B 545,1 abc B 1007,0 bcd A
Nitrato de Amônio 780,4 a B 490,0 a B 766,1 ab B 1610,1 a A
Sem N 683,7 a AB 544,3 a AB 369,0 bc B 864,0 cd A
Média 728,2 B 560,1 BC 518,5 C 1094,9 A
Letras diferentes maiúsculas na linha e minúsculas na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
A digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) não apresentou diferenças entre
os tratamentos (Tabela 8). Entretanto, observa-se diferença entre as estações sendo que
primavera e inverno obtiveram maior digestibilidade que verão e outono (Tabela 8). Os
teores médios das estações estão de acordo com os dados apresentados por Alencar (2007).
Em experimento de capim-Tanzânia irrigado, digestibilidade média da matéria seca de
72,4% são relatados por Cunha et al. (2007). Soria (2002) quando utilizou doses superiores
66
a 750 kg/ha de N obteve maiores valores de DIVMS, concluindo que a utilização de N
confere, além de benefícios na quantidade de MS produzida, melhoria na qualidade da
forrageira.
Tabela 8. Digestibilidade da matéria seca (DIVMS) da parte aérea (acima de 35 cm do
solo) do capim-Tanzânia, expressa em %, no decorrer das estações do ano.
Tratamentos
DIVMS (%)
Verão* Outono* Inverno* Primavera*
Uréia 64,6 63,8 70,4 69,7
Super N 64,0 64,1 70,6 68,7
Uréia + Zeólita 12,5% 65,6 64,5 66,9 69,1
Uréia + Zeólita 25% 65,4 62,9 68,0 68,9
Uréia + Zeólita 50% 65,1 62,2 68,2 68,9
Adubação Foliar 63,2 62,9 66,3 68,8
75% Uréia + 25% Sulfato de
Amônio
63,9 63,3 69,4 68,2
Nitrato de Amônio 64,7 64,0 70,7 69,2
Sem N 65,6 64,3 68,7 67,5
Média** 64,7 B 63,6 C 68,8 A 68,8 A
*Não significativo pelo teste de Tukey a 5%.
**Letras diferentes na linha diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
Não foi possível detectar tendências de respostas entre tratamentos para o parâmetro
recuperação aparente de N (Tabela 9). A recuperação aparente do N é uma ferramenta que
tem sido utilizada visando estimar a eficiência da adubação (Araújo et al., 2004). Sendo que
a porcentagem de recuperação de N pelas plantas pode variar de acordo com as
propriedades do solo, método de aplicação, dose de N e época da adubação, entre outras
práticas de manejo (Diniz, 2007).
Valores de recuperação aparente superiores a 100% são possíveis uma vez que
plantas adubadas podem explorar maior volume de solo e, portanto, acumular maiores
quantidades de N (Cabezas et al., 2000). Outro motivo para valores acima de 100% é que a
recuperação aparente calculada pelo método indireto (parcelas adubadas com N e parcelas
não adubadas) não permite distinguir a origem do N absorvido pelas plantas, seja ele
oriundo da fertilização ou do solo (Muraoka, 1991).
67
Tabela 9. Recuperação aparente de nitrogênio (%) no decorrer das estações do ano.
Tratamentos
Recuperação Aparente de N (%)
Verão Outono Inverno Primavera
Uréia -13,1 a A -93,4 bc B 24,5 a A -26,1 a A
Super N 18,1 a A 36,8 a A 46,6 a A -7,0 a A
Uréia + Zeólita 12,5% -2,1 a AB -39,9 bc B 35,1 a A 22,4 a AB
Uréia + Zeólita 25% 6,7 a AB -50,6 bc B 34,6 a A 9,1 a AB
Uréia + Zeólita 50% 11,1 a A -21,6 ab A 47,5 a A -6,1 a A
Adubação Foliar -147,2 b C -361,4 d D 63,6 a A -39,5 a B
75% Uréia + 25% Sulfato de
Amônio
-2,0 a AB -70,2 bc B 30,3 a A -8,6 a AB
Nitrato de Amônio -28,8 a A -101,7 c B 34,9 a A -4,0 a A
Sem N ---- --- --- ---
Média -19,7 A -83,8 B 39,6 A -7,2 A
Letras diferentes maiúsculas na linha e minúsculas na coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5%.
Grande parte do N aplicado no solo e recuperado no sistema solo-planta fica retido
em partes não consumíveis da pastagem, sistema radicular, e solo. Em experimento onde se
avaliou essa recuperação média obteve-se 29, 39 e 72% de N recuperado para parte aérea,
sistema radicular mais solo e sistema solo mais planta, respectivamente (Martha Júnior et
al., 2004b). Avaliando a recuperação de N da uréia da planta inteira, Oliveira et al.(2003)
não detectaram diferenças entre os adubos e formas de aplicação testados. Entretanto,
quando comparou-se a quantidade de N presente isoladamente em cada componente da
planta, observou-se maior recuperação do N na coroa da forrageira. Mostrou-se dessa forma
a necessidade de maiores esclarecimentos dos mecanismos de perdas de N e, com isso,
criação de estratégias que aumentem eficiência na utilização de N, bem como a existência
de influência do nitrogênio residual no solo na resposta da forrageira.
A recuperação aparente de N neste experimento foi calculada a partir da extração de
N, onde se subtraiu o N extraído da parcela testemunha do N extraído da parcela adubada
(Primavesi et al., 2001). Ao contrário de muitos dados existentes na literatura, neste
experimento grande parte dos dados de recuperação aparente são negativos (Tabela 11),
demonstrando que a planta testemunha, que o recebeu adubação nitrogenada, extraiu
mais nitrogênio que as plantas fertilizadas. Dessa forma, evidencia-se que pastagens
altamente adubadas e manejadas intensivamente durante muitos anos têm apresentado
efeito residual de nitrogênio no solo e nas estruturas de reserva das plantas.
68
Portanto, o uso contínuo e intensivo de adubações nitrogenadas tem provocado
alterações na morfofisiologia das pastagens e na fertilidade do solo. Em áreas
intensivamente adubadas e manejadas por um longo período de tempo é necessário rever
alguns conceitos, pois a aplicação de fertilizantes nitrogenados podem não influenciar
produtividade e qualidade, como aconteceu neste experimento.
Conclusões
Não foi possível relacionar fonte ou forma de aplicação do fertilizante nitrogenado
com desempenho quantitativo e/ou qualitativo da pastagem, pois áreas intensivamente
manejadas e adubadas podem ter a resposta da planta alterada devido a interferências de
adubações anteriores mantendo reservas de N no sistema solo-planta. O tratamento sem
adubação nitrogenada apresentou produção e qualidade de forragem semelhante aos demais
adubos nitrogenados avaliados neste experimento. Dessa forma, em áreas com esse
histórico seria possível recomendar redução ou até mesmo a suspensão temporária na
quantidade de fertilizante nitrogenado adicionado na pastagem. Entretanto, é necessário que
essas recomendações sejam feitas com cuidado, visto que condições edafoclimáticas locais,
tecnologias e manejos adotados na propriedade influenciam na resposta da forrageira.
Literatura Citada
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72
CAPÍTULO 4.
IMPLICAÇÕES
73
IMPLICAÇÕES
Nos trópicos as maiores perdas oriundas da adubação nitrogenada são as emissões
gasosas. A mensuração dessas perdas é fundamental para a compreensão das interações
solofertilizanteplanta, visto que a ineficiência no uso dos fertilizantes nitrogenados está
diretamente relacionada com esse tipo de perda. Coletores de amônia com menor
interferência no ambiente, reduzido custo de aquisição, quando comparado aos demais, e
fácil manuseio podem aumentar as avaliações de perdas por volatilização de fertilizantes
nitrogenados. Sendo possível, dessa forma, aumento no conhecimento das relações
existentes entre solo-adubo-planta, e, com isso, possibilidades de recomendações adequadas
sobre a escolha e o manejo do adubo nitrogenado, de forma a ocorrer equilíbrio entre a
necessidade de N da planta, o custo econômico do fertilizante nitrogenado e a
sustentabilidade do meio ambiente.
Na atual conjuntura do mercado, com o elevado preço dos fertilizantes, técnicas que
possibilitem reduzir a quantidade de adubo a ser aplicado nas pastagens ou então, que
diminuam as perdas por volatilização e, conseqüentemente, aumentem a disponibilidade de
N para absorção das plantas seriam facilmente aceita pelos produtores. Neste experimento
em função das taxas de volatilização obtidas, constatou-se que a utilização de nitrato de
amônio aplicado a lanço e uréia dissolvida em água e pulverizada via foliar como
fertilizantes nitrogenados possuem as menores perdas por volatilização e poderiam, dessa
forma, fornecer maior aporte de N para a pastagem refletindo, portanto, em maior produção
e qualidade de massa verde.
A utilização de uréia via aplicação foliar apresenta algumas vantagens sobre o
nitrato de amônio aplicado via solo. A uréia é o adubo nitrogenado mais usado devido ao
menor custo em relação às demais fontes e, além de preço reduzido, é um fertilizante
facilmente encontrado. Mais um ponto favorável é que a quantidade recomendada para
aplicação via foliar representa apenas 30% da dose aplicada via solo. Enquanto para
aplicação no solo sugere-se 50 kg/ha de N, para aplicação foliar a dose recomendada é 15
kg/ha de N.
74
Variáveis quantitativas e qualitativas de pastagens tropicais historicamente
manejadas de forma intensiva podem apresentar alterações nas respostas da forrageira,
possibilitando alcançar altas produtividades sem a ocorrência ou redução de adubações
nitrogenadas. Essas interferências nas respostas da pastagem ao estímulo das adubações
nitrogenadas podem ser devido a interferências de adubações anteriores, que podem ter
permitido a constituição de reservas de N no sistema solo-planta. Os altos níveis de N
detectados na parte aérea permitem concluir que a diagnose foliar do teor de N de pastagens
pode servir como indicativo da quantidade de adubo nitrogenado a ser utilizado, pois teores
foliares acima de 25 g de N/ kg de MS podem sugerir excesso de N aplicado via adubação.
A quantidade, qualidade e tempo de incorporação da matéria orgânica no solo também
podem induzir a menor aplicação de N via adubo, visto que quando a matéria orgânica do
solo passa pelo processo de mineralização está ocorrendo liberação de N no sistema solo-
planta. Áreas manejadas intensivamente por longos períodos tendem a altos teores de
matéria orgânica no solo e, com isso, as doses do fertilizante nitrogenado a ser aplicado
podem ser reduzidas. É necessário também considerar o tipo de solo onde a pastagem está
implantada, pois é um dos fatores que também podem contribuir para a formação da reserva
residual de nutrientes via adubação. Solos argilosos têm maiores probabilidades de ter
maior influência de fertilizações anteriores e maior intensidade nas alterações que solos
arenosos.
Contudo, recomendações para adubação nitrogenada em áreas de manejo intensivo
por longos períodos devem ser mais criteriosas, pois condições edafoclimáticas locais,
histórico da área, tecnologias e manejos adotados em cada propriedade influenciam na
resposta da forrageira.
75
ANEXOS
76
Figura 1. Precipitação diária e médias de temperatura (máxima e mínima) para as
épocas de coleta de dados para volatilização de amônia, verão 07,
inverno 07 e verão 08.
Precipitação Temperatura máxima Temperatura mínima
0
5
10
15
20
25
30
35
10/jan
12
/j
an
14
/
jan
16
/
jan
18/jan
20/jan
22
/
jan
24/jan
26/jan
28/jan
30
/j
an
Dias
0
10
20
30
40
50
0
5
10
15
20
25
30
35
27/jul
29/jul
31
/
jul
2/
ago
4/ag
o
6/ag
o
8/ag
o
10/
a
go
12
/
a
go
14
/
ago
16/ago
Temperatura (oC)
0
10
20
30
40
50
Precipitão (mm)
0
5
10
15
20
25
30
35
12/
f
ev
14
/
f
ev
16/
f
ev
18
/
f
ev
20/fev
22
/
f
ev
24
/
f
ev
26/
f
ev
28
/
f
ev
2/mar
4/
mar
Temperatura (oC)
0
10
20
30
40
50
Inverno
2007
Verão 2008
Verão 2007
77
Figura 2. Precipitação mensal e médias de temperatura (máxima e mínima) no período de
fevereiro de 2007 a fevereiro de 2008.
0
5
10
15
20
25
30
35
fe
v/0
7
mar
/0
7
a
br/
07
m
a
i
/
07
jun/07
jul/07
ago/07
set
/0
7
o
ut
/0
7
nov/07
dez/07
jan
/0
8
fe
v
/08
Meses
Temperatura (oC)
0
50
100
150
200
Precipitação (mm)
Precipitação Temperatura máxima Temperaturanima
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