1.2 Colapso Gravitacional 6
por diante, fomando elementos cada vez mais pesados, podendo chegar ao ferro.
O processo de contração e equilíbrio pode ser interrompido em qualquer uma
dessas etapas, dependendo da massa da estrela, originando um sistema estável,
sem emissão de radiação. A duração do processo e o objeto resultante no final da
evolução dependem principalmente de fatores como a massa, o momento angular
e o campo magnético da estrela.
Estrelas sem rotação com massa da ordem de 1, 0 a 1, 5M
, após colapso e
ejeção de matéria, muito provavelmente evoluem a anãs-brancas e aquelas com
massa da ordem de 1, 3 a 2, 7M
, a estrelas de nêutrons [2]. No caso de estrelas
muito massivas, este processo não pode ser interrompido, ocorrendo um estado de
colapso gravitacional perpétuo, uma vez que seu combustível nuclear já foi todo
exaurido e nenhuma configuração de equilíbrio foi atingida. Estas estrelas con-
tinuam contraindo o seu raio, conseqüentemente aumentam cada vez mais a sua
densidade, até que seja formada uma estrutura final denominada singularidade.
Neste caso, a evolução de geodésicas no espaço-tempo será incompleta, impossi-
bilitando a existência de extensão para além daquela região e, pelo menos, um
dos escalares de curvatura divergirá. Como configurações finais, podemos ter a
formação de um buraco negro ou de uma singularidade nua.
Buracos negros são formados quando a singularidade é coberta por, pelo me-
nos, uma hipersuperfície de aprisionamento, que, em geral, é formada durante o
processo de colapso gravitacional de um objeto compacto constituído de matéria
fisicamente razoável, isto é, que obedece às condições de energia fraca, forte e do-
minante [9]. De acordo com os teoremas de Hawking e Penrose [10, 11, 12], se esta
hipersuperfície de aprisionamento, que, neste caso, será um horizonte aparente
(hipersuperfície delimitadora, da qual nem mesmo a luz é capaz de escapar) for
formada, haverá também a formação de uma singularidade, porém a formação de
uma singularidade não necessariamente exige a formação de tal horizonte, possi-
bilitando assim, a formação das chamadas singularidades nuas. Contudo, na visão
de um observador distante, ainda pode-se ter a existência de uma singularidade