utilização em escala industrial na fabricação de papel absorvente de líquidos. Por volta de
1976, a diatomita começou a ser empregada nos Estados Unidos como substituta da polpa de
papel, algodão e filtros de celulose e asbestos. No Brasil, os estudos das algas diatomáceas
tiveram seu início registrado em 1880, com uma classificação de algas de acordo com o
ambiente lacustre, tendo recebido a denominação de Actinella brasiliensis [35].
O material diatomáceo formou-se em épocas recentes em terrenos de sedimentação,
principalmente, em zonas de formação lacustre e oceânica, dispostas em camadas delgadas ou
espessas entre as argilas [36]. A estrutura em carapaças das diatomitas é resultado de um
processo denominado pseudomorfismo, no qual a matriz orgânica constituída pelas algas
diatomáceas sofre um processo de substituição por sílica, originando uma matriz mineral [37].
A fixação da sílica pelas algas diatomáceas está ligada à história geoquímica da decomposição
das argilas cauliníticas por via biológica, e presume-se que estas algas incorporam a sílica das
argilas para constituir o seu material de estrutura, de modo que o silício está presente na
ordem de 2 a 10% no semi-líquido de cada célula [36]. O crescimento e a reprodução destas
algas só se dá em condições ambientais favoráveis, ou seja, em meio não tóxico onde haja,
também, condições adequadas para a ocorrência da fotossíntese (bacias rasas), rico em
nutrientes e sílica [38].
A diatomita é classificada como um mineral industrial não-metálico. Devido a sua
morfologia e a não reatividade com a maioria dos ácidos e bases, a diatomita pode ser
aplicada em produtos e processos, como matéria-prima, insumo, aditivo, carga, abrasivo,
isolante e auxiliar de filtração, sendo que esta última representa, em geral, 53% das aplicações
[39]. Como auxiliar de filtração, seus usos mais comuns são: filtração de água, vinhos, sucos
de frutas, cervejas, óleos, corantes, etc. A diatomita pode ainda ser útil em diversos segmentos
industriais, tais como: indústria cerâmica, agricultura e alimentação [40, 41].
A diatomita é um material pulverulento, leve e de estrutura alveolar, apresentando no
estado bruto, cores que, dependendo do teor de matéria orgânica e óxido de ferro existentes,
variam de branco ao cinza e sua aspereza ao tato assemelha-se ao giz. As frústulas das
diatomáceas têm dimensões que variam de 4 a 500 µm e são formadas basicamente de sílica
amorfa hidratada ou opalina (que possui resistência elevada, sendo as partículas rígidas e
abrasivas) e impurezas como argilominerais, quartzo, óxido de ferro, alumínio, sódio,
potássio, cálcio, magnésio, titânio, matéria orgânica, etc. [38, 42].
As propriedades físico-químicas estão relacionadas de forma intrínseca com a
morfologia das carapaças, textura, empacotamento, natureza da superfície de sílica e
impurezas sólidas [39, 40, 43], apresentando as seguintes características físicas e químicas