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comentários sobre os filmes. Ela dura apenas um ano.
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As distribuidoras também
manterão publicações informando os espectadores das películas que chegam ao
país. Antecedendo o surgimento de Cinearte no Rio de Janeiro, surgem os títulos: A
Fita (1913), Revista dos Cinemas (1917), Palcos e Telas (1918), Cine Revista
(1919), A Tela e Artes e Artistas (1920), Telas e Ribaltas e Scena Muda (1921) e
Foto-Film (1922).
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Esse fenômeno é paralelo ao desenvolvimento da crítica nos
jornais e nas revistas não cinematográficas.
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A Klaxon foi uma das primeiras a trazer
considerações sobre a sétima arte.
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Nesse interesse, seria acompanhada por outras
revistas modernistas, como A Revista, de Carlos Drummond de Andrade, publicada
em Belo Horizonte entre 1925 e 1926, Estética, de Prudente de Moraes Neto e
Sérgio Buarque de Hollanda, publicada no Rio de Janeiro em 1924 e 1925, Revista
Antropofagia, de Raul Bopp e Antonio Alcântara Machado, publicada em São Paulo
entre 1928 e 1929.
As revistas ilustradas desempenharam um papel importante no início do
século XX. Enquanto o jornal privilegiava o fato jornalístico em suas páginas, o
periódico abrigava desde banalidades mundanas até discussões e críticas mais
engajadas. Elas também destacavam a arte cinematográfica em suas páginas,
especialmente Fon-Fon!, Careta e a Revista do Brasil.
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O apoio e a divulgação do
cinema começou nos jornais, como o Correio da Manhã, com Manuel Cravo Jr., o
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GARDNIER, Ruy; TOSI, Juliano. “Cronologia da crítica cinematográfica no Brasil”. Contracampo –
revista de cinema. nº 24. Publicação on-line: http://www.contracampo.he.com.br/24/frames.htm
(capturado em: sexta-feira, 26 de dezembro de 2003, 10:07:48)
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Localizamos referências a outros títulos, tal como Cine Magazine, porém, não encontramos
quaisquer outros dados. Sobre a revista Scena Muda, existem dois trabalhos específicos: B
ENDER,
Flora Christina. A Scena Muda. São Paulo: Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, 1979.;
QUEIROZ, Eliana. A Scena Muda como fonte para a história do cinema brasileiro (1921-1933). São
Paulo: Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, 1981.
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XAVIER, Ismail. Sétima arte: um culto moderno. São Paulo: Perspectiva, 1978. p. 135.
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A Klaxon – mensário de arte moderna foi a primeira revista modernista do Brasil. Sua primeira
edição foi publicada em 15 de maio de 1922. A revista era concebida como um órgão coletivo, sem
hierarquias como diretor ou secretário, com os colaboradores acompanhando todas as fases de
produção. Ela possuía conteúdos diversificados, publicando críticas de arte, ensaios, piadas,
crônicas, poesia. Entre seus principais colaboradores, estão Mário de Andrade, Oswald de Andrade,
Guilherme de Almeida e Sérgio Milliet. Circularam nove números de Klaxon, o último em janeiro de
1923. Ver também: D
OYLE, Plínio. História de revista e jornais literários. Rio de Janeiro: Fundação
Casa de Rui Barbosa, 1976.
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A Revista do Brasil foi publicada em São Paulo entre janeiro de 1916 e março de 1925. Foram
publicados 113 números do mensário, dirigido por Júlio de Mesquita, Alfredo Pujol e Luiz Pereira
Barreto. Em maio de 1918, a revista é comprada por Monteiro Lobato. Nela eram publicados artigos
de Arthur Motta, Amadeu Amaral, Mário de Andrade, Júlio César da Silva, Medeiros de Albuquerque,
Roquette Pinto, Godofredo Rangel, Oliveira Vianna e Monteiro Lobato, entre outros. Posteriormente, a
revista ressurge no Rio de Janeiro, com Assis Chateaubriand. Em: L
UCA, Tânia Regina de. Revista do
Brasil: um diagnóstico para a (N)ação. São Paulo, Ed. UNESP, 1999. pp. 46 e 54.