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as principais diferenças celulares entre as espécies estão na presença de
vacúolos e granulações (AKBARSHA et al., 2006; HOLMES e GIST, 2004; ÍLIO e
HESS, 1994).
A presença de granulações foi um dos critérios utilizados para classificar os
dúctulos em regiões distintas (HOLMES e GIST, 2004; SIMÕES et al., 2004) tais
granulações, entretanto, não foram identificadas em Phrynops geoffroanus, já o
diâmetro do túbulo apresentou grande vairação. Diferenças histológicas ao longo da
extensão dos dúctulos têm sido descritas no homem, e em outras espécies de
mamíferos, tais como camundongos, boi, ratos, hamsters, coelhos e elefantes (ÍLIO
e HESS, 1994), em aves (SIMÕES et al., 2004; AIRE, 2002) e em répteis
(AKBARSHA et al., 2006; HOLMES e GIST, 2004).
As células ciliadas de Phrynops geoffroanus são peculiares pelo comprimento
dos cílios que se projetam para dentro do lúmen, ficando em contato com o
conteúdo luminal. A presença de longos cílios foi também descrita para Chrysemys
picta e Caiman crocodilus (GUERRERO et al, 2004; HOLMES e GIST, 2004). As
observações histológicas mostram que há uma relativa heterogeneidade morfológica
no que se refere ao formato e ao tamanho aparente das células, e também, a forma,
o tamanho, a posição, e o grau de afinidade dos núcleos aos corantes. Essas
diferenças podem inferir a possibilidade de haver subtipos de células ciliadas e não-
ciliadas, como foi reportado por Ílio e Hess em sua revisão sobre dúctulos eferentes
(1994). Entre as aves foram identificados outros tipos celulares: na espécie Columba
livia (STEFANINI et al., 1999) as células ciliadas, células não-ciliadas claras, escuras
e angular e célula halo. Na região apical das células não-ciliadas de Struthio
camelus (AIRE e STOLEY, 2000), e Anas plathyrynchos (SIMÕES et al., 2004)
foram identificadas microvilosidades.
Em seus estudos sobre mudanças morfológicas nos dúctulos deferentes de
aves, Aire (2002, 2002), sugere que ocorrem alterações histológicas nos dúctulos ao
longo do ciclo reprodutivo, como também foi indicado por Guerrrero et al., (2004).
Durante nossas análises, não foi observada a presença de espermatozóides
no lúmen dos dúctulos eferentes, ao longo da maior parte do ano, porém nos meses
de maior atividade reprodutiva (MOLINA, 1998; GUIX et al.,1989) essas células
foram vistas com freqüência. Considerando que os epidídimos armazenam
espermatozóides por longos períodos de tempo, podemos supor que a rede de