CHAPADA DAS MULATAS - Postagens de um blogueiro
168
Endurecer, pero sin perder la ternura jamás
Como o jornalista Ivandro Coêlho começou eu termino, até para
não virar conversa de comadre. O que está em discussão não é o
fato de Chapadinha ser uma cidade aberta ou fechada. Coêlho afirmou
que aqui há uma “enorme capacidade de abertura para o novo, de
acolhimento e, principalmente, de superação”. É o seu olhar e eu
respeito. Eu, assim como muitos que vêm de fora, enxergo que
Chapadinha é uma cidade ainda muito fechada, devido a pouca
infra-estrutura em termos de informação. O acesso a internet é
restrito, a educação é limitada, muitos dos veículos de comunicação
servem a partidos políticos. É neste sentido o isolamento. O que
não quer dizer que inexista a troca de idéias. Afirmar isso não é
ofensa, é ponto de vista, falo como uma dificuldade a ser enfrentada.
Entendo que a grande contribuição dos que vêm de fora morar aqui
é justamente oxigenar as mentes. Para usar um exemplo do próprio
Coêlho, em outra postagem, os “gaúchos”, como são conhecidos os
agricultores que vêm pra cá plantar soja, compram em
supermercados de São Luis. Talvez seja uma forma de dizer que
querem qualidade no atendimento, preços justos e, principalmente,
nota fiscal, pois impostos significam melhorias sociais.
O que está em pauta é a incapacidade com que muitos têm de
discutir as questões locais sem cair na ofensa pessoal. Para dizer
que discorda de minhas opiniões, Ivandro Coêlho simplesmente
destilou impropérios: esbanjo currículo mas analiso as coisas de
forma simplória, distorço a realidade, sou um falso erudito,
preconceituoso, desinformado, contraditório, não admito o contato
com as pessoas daqui, por recalque ou timidez, não vejo importância
em viver socialmente, não saio na rua, não converso com as pessoas,
vivo num casulo da mediocridade, nem porta tenho em casa, sou
um narcisista literário, minhas especulações são superficiais, pseudo-
acadêmica (portanto mentirosas), uso da falsa retórica e não sei
embasar meus posicionamentos, enfim sou um cientista que não
conhece seu objeto de estudo, um sociólogo que não conhece a
sociedade que analiso, mas que me acho o maior e melhor dos