também, a história do comércio informal, a fim de construirmos um arcabouço teórico-
metodológico para o embasamento da tese, mas tendo como base o presente sem a
necessidade de uma volta intensa ao passado, pois é preciso entender a realidade num
determinado momento para alcançar os resultados e propor soluções ou mesmo tendências
para os problemas estudados e pesquisados, o que não quer dizer que a história dos fatos
não seja importante para se conhecer o objeto. A referida análise busca estabelecer e/ou
construir uma crítica diante do objeto de estudo, visto que, segundo Santos (1985):
O movimento dialético entre forma e conteúdo, a que o espaço, soma dos
dois, preside, é, igualmente, o movimento dialético do todo social,
apreendido na realidade geográfica. Cada localização é, pois, um
momento do imenso movimento do mundo, apreendido em um ponto
geográfico, um lugar. Por isso mesmo, cada lugar está sempre mudando
de significação, graças ao movimento social: a cada instante as frações da
sociedade que lhe cabem não são as mesmas. (p. 2).
Dentro dessa discussão é fundamental a análise histórica, uma vez que o referido
autor também considera o seguinte:
Como os circuitos produtivos se dão, no espaço, de forma desagregada,
embora não desarticulada, a importância que cada um daqueles processos
tem, a cada momento histórico e para cada caso particular, ajuda a
compreender a organização do espaço. Por exemplo, a tendência à
urbanização em nossos dias e, mesmo, o seu perfil, vai buscar explicação
na importância auferida pelo consumo, pela distribuição e pela
circulação, ao mesmo tempo em que o trabalho intelectual ganha uma
expressão cada vez maior, em detrimento do trabalho manual. Aliás, a
própria segmentação tradicional do processo produtivo
(produção
propriamente dita, circulação, distribuição, consumo) muito ganharia em
ser corrigida para incluirmos, em lugar de destaque, como ramos
automatizados do processo produtivo propriamente dito, a concepção
(pesquisa), o controle, a coordenação, a previsão, paralelamente à
mercadologia (marketing) e à propaganda. (SANTOS, 1985, p. 3).
Contudo, buscamos construir um referencial teórico partindo das discussões acerca
de conceitos ligados à Geografia, mais precisamente, à Geografia Urbana e à própria
geografia do comércio, já que tratamos do consumo imbricado na categoria de análise
“espaço”, sobretudo mediante aos processos que engendram estrutura, forma e função
articuladas por elementos sociais que interagem no urbano. Preparamos uma reflexão sobre
assuntos que muitas vezes surgem como novos, mas que já vêm de algum modo sendo