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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
INSTITUTO DE QUÍMICA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
CATALISADORES DE Ni(II) CONTENDO LIGANTES
NITROGENADOS TRIDENTADOS APLICADOS À PRODUÇÃO DE
BUTENO-1.
LUCILENE LÖSCH DE OLIVEIRA
Orientação: Prof. Dr. Osvaldo de Lázaro Casagrande Jr.
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Porto Alegre, julho de 2008.
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2
COMISSÃO EXAMINADORA
Prof. Dr. Osvaldo de Lázaro Casagrande Jr. Professor do Instituto de
Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Dr. Carlos René Klotz Rabello Consultor Sênior
Petrobrás/Cenpes/Tecnologia Petroquímica.
Prof. Dr. Roberto Fernando de Souza Professor do Instituto de
Química da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Prof. Dr. Adriano Lisboa Monteiro – Professora do Instituto de Química
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Esta dissertação foi realizada inteiramente pelo autor no período compreendido entre
agosto de 2006 e julho de 2008 no Instituto de Química da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul sob orientação do Prof. Dr. Osvaldo de Lázaro Casagrande Jr., exceto em
relação às colaborações, as quais são citadas nos agradecimentos.
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3
Dedico este trabalho ao meu noivo Rudinei, pelo apoio, companheirismo, paciência,
compreensão, carinho, incentivo e o amor a mim dedicado que foi fundamental para a
realização deste mestrado.
4
5
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, principalmente a minha mãe, pelo incentivo e exemplo de
determinação e força, que dedicou a vida a mim e aos meus irmãos para que estudássemos, e
sem seu amor incondicional não teria atingido mais este objetivo.
Aos meus irmãos pelo incentivo e apoio desde muito cedo.
A toda a família pelo estímulo.
Ao Professor Osvaldo de Lázaro Casagrande Jr. pela orientação neste trabalho, pela
confiança e oportunidade para realizá-lo, por sua dedicação e competência para a pesquisa.
Ao Professor Roberto F. de Souza pela participação na banca examinadora e pelas
excelentes aulas de Cátalise.
Ao Professor Adriano L. Monteiro pela participação no exame de qualificação e na
banca examinadora.
Ao Dr. Carlos René Klotz Rabello pela participação na banca examinadora.
A Professora Kátia Bernardo Gusmão pela participação no exame de qualificação.
A amiga e colega Roberta Campedelli pela contribuição na realização do trabalho,
como iniciação científica e pelo auxílio quando iniciei o mestrado.
A amiga e colega Ana Helena, pela amizade, carinho, e pelas discussões que
contribuíram na realização deste trabalho.
Aos colegas do laboratório K208B, Marcelo, Adriana, Joice, Bárbara, Kácris, Adão,
Fernando, Mariana, Patrícia e Andressa, pela amizade e auxílio.
Aos colegas do K106, K110, K215, Diego, Daniel, Edson, Sabrina, Douglas, pela
ajuda sempre prestada com boa vontade e eficiência.
Aos amigos pelo apoio.
Ao CNPq pela bolsa concedida.
Ao Programa de Pós-Graduação em Química.
6
PRODUÇÃO CIENTÍFICA
Artigo publicado em revista internacional
Highly Selective Nickel Catalysts for Ethylene Oligomerization Based on Tridentate
Pyrazolyl Ligands. Oliveira, L. L.; Campedelli, R. R.; Kuhn, M. C. A.; Carpentier, J.;
Casagrande Jr., O. L.; Journal of Molecular Catalysis A: Chemical, 2008, 288, 58.
7
ÍNDICE GERAL
1 BANCA EXAMINADORA I
2 AGRADECIMENTOS III
3 PRODUÇÃO CIENTÍFICA IV
4 ÍNDICE DE FIGURAS VII
5 ÍNDICE DE ESQUEMAS IX
6 ÍNDICE DE TABELAS XII
7 ABREVIAÇÕES XIII
RESUMO XIV
ABSTRACT XV
1 INTRODUÇÃO 1
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 3
2.1 Processos Industriais para Produção de Oligômeros 3
2.1.1 Alfabutol 3
2.1.2 Dimersol 4
2.1.3 SHOP (Shell Higher Olefins Process) da Shell 5
2.2 Complexos de níquel contendo ligantes bidentados 6
2.2.1 Ligante do tipo P,O 6
2.2.2 Ligante do tipo P,P 8
2.2.3 Ligante do tipo P,N 10
2.2.4 Ligante do tipo N,O 12
2.2.5 Ligante do tipo N,N 14
2.2.6 Análise do desempenho catalítico dos catalisadores
bidentados
15
2.3 Complexos de níquel contendo ligantes tridentados 16
2.3.1 Ligante do tipo N,N,O 16
2.3.2 Ligante do tipo N,O,N,O 17
2.3.3 Ligante do tipo P,N,P 18
2.3.4 Ligante do tipo P,N,N 19
2.3.5 Ligante do tipo N,P,N 19
2.3.6 Ligante do tipo N,N,N 21
8
2.3.7 Análise do desempenho catalítico dos catalisadores tridentados 24
2.4 Influência do Ligante Auxiliar L 26
2.5 Aspectos Gerais sobre Mecanismo de Reação com Complexos de
Níquel
29
3 OBJETIVOS 31
4 PARTE EXPERIMENTAL 32
4.1 Procedimentos Gerais 32
4.2 Síntese e Caracterização de Ligantes Pirazolil Tridentados 32
4.3 Síntese e Caracterização dos Complexos Bis(Pirazolil)-Ni
II
35
4.4 Reações de Oligomerização 36
4.5 Análise dos produtos 37
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 38
5.1 Síntese dos Ligantes Tridentados (L1-L4) 38
5.2 Complexos de Níquel(II) Contendo Ligantes Tridentados 43
5.3 Reações de dimerização do etileno com catalisadores de Ni
II
na presença de fosfinas: Influência do ligante auxiliar na FR e seletividade
49
6 CONCLUSÕES 57
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 58
8 ANEXOS 64
9
ÍNDICE FIGURAS
Figura 1. Freqüência de Rotação νs catalisadores bidentados. 15
Figura 2. Seletividade para buteno-1 νs catalisadores bidentados. 16
Figura 3. Freqüência de Rotação νs catalisadores tridentados. 25
Figura 4. Seletividade para C
4
νs catalisadores tridentados. 26
Figura 5. Reator Parr 4843 utilizado nas reações de oligomerização. 38
Figura 6. Cromatógrafo Varian Star 3400 CX. 38
Figura 7. Ligante Bis[2-(3,5- dimetil-pirazolil)metil]-benzilamina] (L1). 40
Figura 8. Ligante Bis[2-(3,5- dimetil-pirazolil)metil]-butilamina] (L2). 41
Figura 9. Ligante Bis[2-(3-fenil-pirazolil)metil]-sulfeto] (L4). 43
Figura 10. Cromatograma dos produtos da reação empregando
NiCl
2
{Bis[2-(3,5- dimetil-1-pirazolil)metil]-sulfeto]} 3.
46
Figura 11. Dependência da FR com relação ao tipo de cocatalisador
empregado nas reações de oligomerização (30 °C, 20 bar, [Al]/[Ni] = 250).
47
Figura 12. Comparação estrutural entre 3 e 5. 47
Figura 13. Influência do alquilalumínio e tipo de catalisador sobre a
seletividade para buteno-1 (30 °C, 20 bar, [Al]/[Ni] = 250).
48
Figura 14. Catalisador usado nas reações de oligomerização na presença
de fosfina.
50
Figura 15. Cromatograma dos produtos da reação empregando
NiCl
2
{Bis[2-(3,5-dimetil-1-pirazolil)etil)]éter} 6.
52
Figura 16. Influência da quantidade de PPh
3
com relação à distribuição
dos produtos na fração C
4
e C6.
53
Figura 17. Influência do tempo de reação sobre a seletividade para 54
10
buteno-1 (30 °C, 20 bar, [Al]/[Ni] = 250).
Figura 18. Processo de isomerização em função do tempo de reação. 54
Figura A-1. Catalisador NiCl
2
{Bis[2-(3,5-dimetil-1-pirazolil)metil]-
benzilamina]} 1.
64
Figura A-2. Catalisador NiCl
2
{Bis[2-(3,5-dimetil-1-
pirazolil)metil]butilamina]} 2.
65
Figura A-3. Catalisador NiCl
2
{Bis[2-(3,5- dimetil-1-pirazolil)metil]-
sulfeto]} 3.
66
Figura A-4. Catalisador NiCl
2
{Bis[2-(3-fenil-pirazolil)metil]-sulfeto]} 4. 67
Figura A-5. Cromatograma dos produtos da reação empregando
Catalisador NiCl
2
{Bis[2-(3,5- dimetil-1-pirazolil)metil]butilamina]} 2.
68
Figura A-6. Cromatograma dos produtos da reação empregando
Catalisador NiCl
2
{Bis[2-(3,5- dimetil-1-pirazolil)metil]-sulfeto]} 3
68
Figura A-7. Figura 16: Cromatograma dos produtos da reação empregando
NiCl
2
{Bis[2-(3,5-dimetil-1-pirazolil)etil)]éter} 6
69
Figura A-8. Espectro de RMN H
+
de 1-(Hidroximeti1)-3-fenilpirazol. 70
Figura A-9. Espectro de RMN H
+
de 1-(Clorometil)-3-fenilpirazol
Hidrocloreto.
70
Figura A-10. Espectro de RMN H
+
de Bis[(3-fenil-pirazolil)metil)]sulfeto
(L4).
71
Figura A-11: Instrumento usado para realizar medidas de UV-visível. 74
Figura A-12: Espectro de absorção de UV-visível de 10 µmóis de {Bis[2-
(3,5-dimetil-pirazolil)etil]éter}NiCl
2
na presença de MAO (Al/Ni = 250) e PPh
3
(10 µmóis) em tolueno (10 mL), à temperatura ambiente.
75
Figura A-13: Espectro de absorção de UV-visível de 10 µmóis de {Bis[2-
(3,5-dimetil-pirazolil)etil]éter}NiCl
2
na presença de MAO (Al/Ni = 30, 250, 500)
e PPh
3
(10 µmóis) em tolueno (10 mL), à temperatura ambiente.
76
11
Figura A-14: Espectro de absorção de UV-visível de 10 µmóis de {Bis[2-
(3,5-dimetil-pirazolil)etil]éter}NiCl
2
na presença de MAO (Al/Ni = 250) e PPh
3
(10 µmóis) em CH
2
Cl
2
(10 mL), à temperatura ambiente.
77
12
ÍNDICE DE ESQUEMAS
Esquema 1. Obtenção de oligômero no processo Alfabutol. 4
Esquema 2. Processo SHOP. 5
Esquema 3. Reação de isomerização no processo SHOP. 6
Esquema 4. Complexos de níquel aplicado no processo SHOP. 7
Esquema 5. Reação de oligomerização do etileno com complexos de
níquel catiônico fosfinofenolato ([Ni] = 100µmol, 60 min).
7
Esquema 6. Reação de oligomerização do etileno com complexos de
níquel catiônico fosfinofenolato. ([Ni] = 100 µmol, 60 min)
7
Esquema 7. Catalisadores de níquel (II) com diferentes substituintes na
ligação C=C do anel quelato.
8
Esquema 8. Reação de oligomerização “in situ” ([Ni] = 200 µmol, 24 h).
8
Esquema 9. Complexos de Ni
2
Cl
4
(ciclo-tetrafos) e NiCl
2
(P-P). (200 equiv.
MAO, 100 mL tolueno, 20 °C, [Ni] - 12 µmol, 14,3 bar e 30 min de reação)
9
Esquema 10. Complexos de níquel(II)DMP-Xantphos. 9
Esquema 11. Sistema catalítico mais seletivo para α-C
4
( [Al/[Ni] = 300,
30 min).
10
Esquema 12. Complexo de Ni
II
bidentado baseado em ligante do tipo P,N
([Ni] = 40 µmol, 35 min).
10
Esquema 13. Complexo de Ni
II
mononuclear bidentado baseado em
ligante fosfinooxazolino ([Al]/[Ni] = 800, [Ni] = 40 µmol, 35 min).
11
Esquema 14. Complexo de Ni
II
baseado em ligante fosfinopiridina, com
anel quelato de 5 membros ([Ni] = 40 µmol, 35 min).
11
Esquema 15. Complexo de Ni
II
baseado em ligante fosfinopiridina, com
anel quelato de 6 membros ([Al]/[Ni] = 2, [Ni] = 40 µmol, 35 min).
12
13
Esquema 16. Complexo de Ni
II
baseado em ligante do tipo N,O binuclear
ativo na oligomerização do etileno ([Al]/[Ni] = 200, [Ni] = 10,5 µmol, 35 min, 20
mL solvente).
12
Esquema 17. Complexo de Ni
II
baseado em ligante do tipo N,O binuclear
ativo na oligomerização do etileno ([Al]/[Ni] = 200, [Ni] = 5 µmol, 30 min, 30 mL
solvente).
13
Esquema 18. Complexo de Ni
II
baseado em ligante do tipo N,O binuclear
ativo na oligomerização do etileno ([Al]/[Ni] = 200, [Ni] = 5 µmol, 30 min, 30 mL
solvente).
13
Esquema 19. Complexo de Ni
II
baseado em ligante do tipo N,O binuclear
ativo na oligomerização do etileno ([Al]/[Ni] = 50, [Ni] = 40 µmol, 35 min).
14
Esquema 20. Catalisadores de Ni
II
α-diimina. 14
Esquema 21. Catalisador de níquel (II) do tipo N,N,O mais seletivo para
C
4
desenvolvido por Tang e col.
26
([Al]/[Ni] = 1000, [Ni] = 5 µmol, 30 min).
17
Esquema 22. Catalisador mais ativo usado na obtenção de α-olefinas por
Zhang e col.
27
([Al]/[Ni] = 1000, [Ni] = 5 µmol, 30 min).
17
Esquema 23. Catalisador mais seletivo para αC
4
. ([Al]/[Ni] = 100, [Ni] =
40 µmol, 35 min, clorobenzeno e tolueno do cocatalisador).
18
Esquema 24. Catalisador de Ni
II
tipo P,N,P mais seletivo usado na
obtenção de α-olefinas por Hou e col.
29
([Al]/[Ni] = 500, [Ni] = 5 µmol, 30 min).
18
Esquema 25. Catalisador de Ni
II
tipo P,N,N mais ativo usado na obtenção
de α-olefinas por Hou e col.
29
([Al]/[Ni] = 1000, [Ni] = 5 µmol, 30 min).
19
Esquema 26. Catalisador de Ni
II
tridentado usado por Speiser e col.
16
([Ni]
= 40 µmol, 35 min).
20
Esquema 27. Catalisador de Ni
II
tridentado N,P,N ([Ni] = 40 µmol, 35
min, 30 °C, 10 bar, Al/Ni = 200, solvente: clorobenzeno e tolueno do
cocatalisador).
20
14
Esquema 28. Catalisador de Ni
II
tridentado N,N,N usado por Kunrath e
col.
31
([Al]/[Ni] = 200, [Ni] = 5µmol, 60 min).
21
Esquema 29. Catalisador de Ni
II
tridentado N,N,N usado por Sun e col.
29
([Al]/[Ni] = 100, [Ni] = 10µmol, 30 min).
22
Esquema 30. Catalisador de Ni
II
tridentado N,N,N usado por Chen e col.
34
([Al]/[Ni] = 1000, [Ni] = 5 µmol, 30 min).
22
Esquema 31. Catalisador de Ni
II
tridentado com 2-(1-metil-2-
benzimidazole)-6-(1-ariliminoetil)piridina ([Al]/[Ni] = 200, [Ni] = 5 µmol, 30
min).
23
Esquema 32. Catalisador de Ni
II
tridentado contendo ligantes
monoiminopiridina-quinoxalinil ([Al]/[Ni] = 700, [Ni] = 5 µmol, 30 min).
23
Esquema 33. Catalisador de Ni
II
tridentado contendo ligantes N,N,N
([Al]/[Ni] = 1000, [Ni] = 5 µmol, 30 min).
24
Esquema 34. Catalisador de Ni
II
tridentado com seletividade para C
4
de
100 %.
26
Esquema 35. Reação de equilíbrio entre a coordenação de olefina e o
ligante L.
28
Esquema 36. Mecanismo catalítico proposto para complexos de Ni[P,O]
por Lutz e col.
12
.
30
Esquema 37. Síntese dos ligantes L1 e L2. 39
Esquema 38. Síntese dos ligantes L3 e L4. 42
Esquema 39. Síntese dos complexos de níquel 1-4. 44
Esquema 40. Mecanismo catalítico proposto para complexos de Ni(NEN). 49
Esquema 41. Fosfinas (A-C) empregadas nas reações de oligomerização. 56
15
16
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1. Reações de oligomerização do etileno usando complexos 1-4.
a
46
Tabela 2. Resultados da oligomerização de etileno utilizando 6 na presença
de trifenilfosfina.
a
51
Tabela 3. Análise do processo de isomerização em função do tempo das
reações na presença de trifenilfosfina.
55
Tabela 4. Resultados da oligomerização de etileno usando 6/fosfinas (A-
C).
a
56
Tabela A5. Resultados da oligomerização de etileno Cilo-a-seis e Ciclo-a-
cinco na presença de PPh
3
.
a
70
Tabela A6. Resultados da oligomerização de etileno “in situ” em CH
2
Cl
2
.
a
71
17
ABREVIATURAS
AlEtCl
2
- dicloreto de etil alumínio
DEAC (ou
Et
2
AlCl)
- cloreto de dietil alumínio
DME - dimetóxietano
Equiv. - equivalente molar
Et
2
O - éter etílico
FR - freqüência de rotação
GC - cromatografia gasosa
HRMS - espectrometria de massa em alta resolução
IFP - Instituto Francês de Petróleo
IV - Infravermelho
L - ligante
M - metal
MAO - metilaluminoxano
MAO-IP - variedade de metilaluminoxano da Akzo
MMAO - metilaluminoxano modificado
θ - ângulo de cone
PEAD - polietileno de alta densidade
PELBD - polietileno linear de baixa densidade
SHOP - Shell Higher Olefins Process
THF - tetrahidrofurano
18
19
RESUMO
Uma nova série de complexos de níquel NiCl
2
(L) baseada no uso de ligantes
tridentados NZN (1, L = bis[(3,5- dimetil-1-pirazolil)metil]-benzilamina; 2, L = bis[(3,5-
dimetil-1-pirazolil)metil]-butilamina; 3, L = bis[(3,5- dimetil-1-pirazolil)metil]-sulfeto; 4, L =
bis[(3-fenil-pirazol)metil)]sulfeto) foi preparada e caracterizada por análise elementar,
espectroscopia de IV e espectrometria de massas de alta resolução (HRMS). Os complexos
mostram alta atividade na oligomerização do etileno (FR = 1.700-104.500 h
-1
) quando
ativados com metilaluminoxano (MAO) ou cloreto de dietil alumínio (DEAC), obtendo
predominantemente buteno-1 (seletividade de 70 94 %). Sob condições otimizadas ([Ni] =
10 µmol, 30 °C, 20 bar etileno, Al/Ni = 250), o pré-catalisador 3 produz uma FR = 104,5 ×
10
3
h
-1
e seletividade de 70% em buteno-1.
Estudos sobre oligomerização envolvendo o precursor catalítico NiCl
2
{bis[2-(3,5-
dimetil-1-pirazolil)etil)]éter} (6) na presença de fosfinas como a trifenilfosfina,
difenilcicloexilfosfina, tris(4-(trifluormetil)fenil)fosfina mostraram que este ligante auxiliar
determina um aumento substancial na FR (154.200 h
-1
). Por outro lado, a presença destes
ligantes promove uma alta taxa de isomerização para a formação de elevada amostra
de buteno-2 cis e trans, observando-se, como conseqüência, baixa
produção de buteno-1 (16,2 – 41,6 %).
20
ABSTRACT
A series of new nickel complexes NiCl
2
(L) based on tridentate NZN ligands (1, L =
bis[(3,5-dimethyl-pyrazolyl)methyl]benzylamine; 2, L = bis[(3,5-dimethyl-l-
pyrazolyl)methyl]butylamine; 3, L = bis[(3,5-dimethyl-l-pyrazolyl)methyl]sulfide; 4, L =
bis[(3-phenyl-l-pyrazolyl)methyl]sulfide)) has been prepared and characterized by elemental
analysis, IR spectroscopy, and High Resolution Mass Spectrometric (HRMS). Upon
activation with methylaluminoxane (MAO) or diethyl aluminum chloride (DEAC), these
complexes show high activity in ethylene oligomerization (TOF=1,700-104,500 h
-1
.), giving
predominantly 1-butene (70-94% yield). Under optimized conditions ([Ni] = 10 µmol, 30 °C,
20 bar ethylene, MAO-to-Ni = 250), pre-catalyst 3 leads to TOF = 104.5 × 10
3
h
-1
and 70%
selectivity for 1-butene.
Oligomerization studies involving catalyst precursor NiCl
2
{bis[2-(3,5-dimethyl-
pyrazolyl)ethyl)]ether} (6) in presence of phosphines such as triphenylphosphine,
diphenylcyclohexylphosphine, tris(4-(trifluormethyl)phenyl)phosphine showed that these
auxiliary ligands determined a substantial increase in the TOF (154,200 h
-1
). On the other
hand, the presence of these ligands promotes higher isomerization rate towards the formation
of high amount of cis and trans-butene-2 lower and consequently lower production of butene-
1 was observed (16.2-41.6%).
21
8 INTRODUÇÃO
Uma das maiores descobertas referente à química de organometálicos resulta dos
estudos feitos por Ziegler e colaboradores, na qual a reação de propagação de cadeia
envolvendo o etileno, catalisada por AlR
3
/sais de níquel, podem resultar na formação de α-
olefinas, mais especificamente o buteno-1.
i
A síntese seletiva de α-olefinas lineares C
4
-C
20
tem sido um tópico de considerável interesse acadêmico e industrial, devido ao crescimento
da demanda de comonômeros, os quais podem ser aplicados na produção de: (i) polietileno
linear de baixa densidade (PELBD, frações C
4
-C
8
); (ii) lubrificantes sintéticos (fração C
10
);
(iii) aditivos para síntese de polietileno de alta densidade (PEAD) e para a produção de
plásticos (frações C
6
-C
10
); (iv) surfactantes (C
12
-C
20
).
As α-olefinas podem ser produzidas por quatro principais processos que operam por
reações de eliminação os quais envolvem: (a) o craqueamento de parafinas; (b) a
desidrogenação de parafinas; (c) a desidratação de álcoois; ou por (d) reações de crescimento
de cadeia o qual está relacionado ao processo de oligomerização de etileno. O craqueamento
de parafinas ainda encontra aplicação difundida para a síntese de etileno, mas geralmente os
três primeiros processos não têm função central para preparação de α-olefinas. Etileno é um
monômero altamente disponível e sua oligomerização representa a principal fonte de α-
olefinas na indústria. Em contraste com os produtos formados pelos processos a-c, os
produtos da oligomerização de etileno possuem um número uniforme de átomos de carbono, e
representam na maioria produtos de valor agregado.
Em geral, o processo de oligomerização (d) envolvendo metais de transição tais como
Co, Rh, Ni e Pd, levam a oligômeros como butenos e hexenos, considerando que estes metais
promovem a etapa de β-eliminação mais facilmente do que a etapa de propagação de cadeia.
Por outro lado, processos catalíticos envolvendo metais de transição como Ti e Cr conduzem
à formação de polímeros que a taxa de propagação é superior a taxa de terminação de
cadeia (processo de β-eliminação). Entretanto, estes metais podem servir como base para a
produção de catalisadores altamente ativos e seletivos para produção de α-olefinas,
dependendo dos ligantes a eles coordenados.
Os três maiores produtores em larga escala de α-olefinas lineares via oligomerização
de etileno são Shell, BP e Chevron. Um aspecto inerente à química destes processos de
22
oligomerização de etileno por catalisadores baseados em metais de transição é que eles
produzem uma distribuição estatística (Schulz-Flory ou Poisson) de α-olefinas lineares que
variam no seu valor comercial.
Têm sido realizados muitos trabalhos científicos
ii
utilizando catalisadores baseados em
metais de transição, mas ainda são feitos esforços para o desenvolvimento de catalisadores
altamente seletivos para oligomerização de etileno e entre as classes de catalisadores usados
para a produção de α-olefinas, os complexos de níquel são freqüentemente estudados. Em
geral, catalisadores de Ni
II
tendem a favorecer a terminação da cadeia sobre a propagação, daí
seu uso em vários processos para dimerização de α-olefinas.
Outra característica de
catalisadores de níquel nas reações de oligomerização de α-olefinas é sua tendência para
formar olefinas internas. Entretanto, as propriedades catalíticas de complexos de Ni
II
podem
ser modificadas e ajustadas pelo uso de ligantes com propriedades diferenciadas.
Um número
expressivo de catalisadores seletivos para dimerização de etileno baseado em complexos de
níquel tetracoordenados (contendo ligantes bidentados) tem sido extensivamente estudado e
relatado na literatura.
iii
Por outro lado, poucos exemplos de precursores catalíticos de níquel
pentacoordenado (contendo ligantes tridentados) têm sido apresentados na literatura.
iv
Nosso grupo em estudos anteriores
v
mostrou que complexos de Ni
II
pentacoordenado
baseados em ligante tridentado nitrogenado (NZN) (N= pirazolil, Z = N, O, S) formando anel
de 6 membros são altamente seletivos e eficientes catalisadores para dimerização de etileno na
presença de metilaluminoxano (MAO). Mais recentemente comunicamos
vi
uma extensão
desta classe de catalisadores de Ni
II
contendo ligantes nitrogenados tridentados para a
formação de sistemas do tipo ciclo-a-cinco, os quais são altamente ativos na dimerização do
etileno quando ativados com MAO ou cloreto de dietil alumínio (DEAC). Além disso, foram
realizados estudos relacionados ao efeito de um ligante auxiliar (fosfinas: PPh
3
, P(PhCF
3
)
3
e
PPh
2
Cy) sobre a atividade catalítica e seletividade e serão discutidos a seguir.
23
9 Revisão bibliográfica
Este trabalho aborda estudos relacionados à aplicação de catalisadores de níquel (II)
em reações de dimerização do etileno. Para facilitar a compreensão são apresentados,
inicialmente, os processos de oligomerização industriais, seguido pela apresentação de várias
classes de catalisadores de níquel em função do tipo de ligante (bidentado/tridentado)
empregado nas reações de oligomerização do etileno. Adicionalmente, alguns aspectos
relacionados aos efeitos estéreos e eletrônicos dos ligantes sobre o desempenho catalítico são
descritos.
Processos industriais PARA PRODUÇÃO DE OLIGÔMEROS
Apesar dos esforços no desenvolvimento de espécies catalíticas, poucos sistemas
catalíticos têm sido empregados industrialmente. Abaixo são descritos alguns aspectos dos
processos industriais de oligomerização mais importantes, como: os processos Alfabutol
vii
e
Dimersol
viii
do Instituto Francês de Petróleo (atual AXENS) e o processo SHOP
ix
(Shell
Higher Olefins Process) da Shell.
Alfabutol
Este processo homogêneo desenvolvido pelo Instituto Francês de Petróleo (IFP)
consiste na dimerização seletiva de etileno para buteno-1 usando catalisador de Ti
IV
. Neste
sistema ocorrem reações paralelas que permitem a isomerização de buteno-1 para buteno-2,
além disso é necessário o uso de um agente modificador do sistema catalítico que impede a
redução de Ti
IV
para Ti
III
o qual é responsável pela produção de polímeros de alto peso
molecular. Este processo forma produtos secundários como: 2-buteno (cis e trans), isobuteno,
butadieno-(1, 3 e 1, 2), n-butano + isobuteno, acetilenos, etileno e hexenos.
O mecanismo de reação no processo Alfabutol tem como principal etapa a formação
da espécie titânio(IV) ciclopentano (esquema 1), que libera buteno-1 por β-eliminação
intramolecular.
24
deslocamento1,2
β-eliminação intramolecular
Ti
RO
RO
H
2
C
CH
2
H
2
C
CH
2
Ti
RO
RO
H
2
C
C
H
2
C
CH
H
H
Ti
RO
RO
+
H
2
C
CH
CH
2
H
3
C
Esquema 1. Obtenção de oligômero no processo Alfabutol.
No processso Alfabutol, o buteno-1 não dimeriza, mas pode reagir com uma molécula
de etileno produzindo trímeros, pelo mesmo mecanismo metalaciclo. Levando em
consideração que a velocidade da reação principal é mais alta que da reação de trimerização,
este último processo pode ser minimizado ajustando a conversão de etileno.
O processo Alfabutol é caracterizado por: (i) baixa temperatura operacional (50
60°C), sem necessitar de um pré-aquecimento para iniciar a reação; (ii) baixa pressão
operacional, o suficiente para manter os reagentes na fase líquida; (iii) o solvente não é
consumido; (iv) não requer equipamentos sofisticados.
Dimersol
O processo Dimersol do IFP (atualmente AXENS) consiste na dimerização seletiva de
propeno ou codimerização de propeno-buteno, para obter misturas de hexenos com alto grau
de octanos, ou para obter heptenos e octenos que servem como matéria-prima na produção de
oxoálcoois. O sistema catalítico é composto pelo complexo de níquel e um composto
alquilalumínio.
A velocidade de codimerização é mais baixa que a dimerização do propeno, e é
necessário manter uma baixa razão C
3
/C
4
na cadeia, para obter boa seletividade em heptenos.
A razão C
3
/C
4
otimizada, que obtém máxima seletividade para heptenos (~60%), é cerca de
0,025.
Comparando o processo Dimersol com a oligomerização com ácido fosfórico, ambos
iniciam do mesmo reagente, entretanto obtêm produtos diferentes. A dimerização do propeno
no sistema Dimersol forma misturas de isohexenos, com 85% de seletividade, enquanto que a
oligomerização com ácido fosfórico obtém adicionalmente isononenos. No caso da
25
codimerização Dimersol propeno-buteno, este processo obtém mistura de isoheptenos, com
seletividade de 47,5%. A codimerização com ácido fosfórico obtém muitos isoheptanos
ramificados, com baixa seletividade e olefinas de alto peso molecular como produtos
secundários.
O processo Dimersol obtém matéria-prima para a hidroformilação, com as seguintes
vantagens: não produz isômeros com carbono quaternário; heptenos com baixo grau de
ramificação; baixa produção de dimetil-2,3-buteno-2, o qual não é usado na hidroformilação;
alta linearidade.
SHOP (Shell Higher Olefins Process) da Shell
O processo SHOP converte etileno em olefinas, usadas na produção de detergentes,
com alto rendimentos. Os produtos são α-olefinas lineares com número de carbonos par, ou
mistura de olefinas internas com números de carbonos par ou ímpar.
Na primeira etapa, o processo converte etileno em α-olefinas lineares. Os produtos que
não irão produzir detergentes são removidos e convertidos em olefinas internas, que podem
ser convertidas em álcoois pela tecnologia de hidroformilação da Shell.
O esquema 2 mostra o bloco de produção das α-olefinas (C
10
-C
20
) e olefinas internas
(C
11
-C
14
). As reações químicas usadas para obter olefinas leves e pesadas consistem na
isomerização (I) e desprotonação (D). Então, o processo SHOP consiste em dois processos
complementares: AO para α-olefinas de cadeias de crescimento de etileno, I e D para a
conversão de olefinas leves e pesadas em olefinas internas na faixa de detergentes.
C
2
H
4
O I
M
C
10
- C
20
(α-olefinas)
C
11
- C
14
(olefinas internas)
Oligomerização Isomerização Metátese
Esquema 2. Processo SHOP.
A oligomerização de etileno é realizada empregando como catalisador o complexo de
níquel contendo ligante quelate do tipo P-O, o solvente usado é imiscível com as α-olefinas
26
produzidas, operando a 68-136 bar e 80-120 °C. A reação obtém α-olefinas lineares na faixa
de C
4
-C
40
. Esta mistura é fracionada obtendo três frações, leve C
4
-C
8
, a desejada C
10
-C
14
, e
uma fração pesada C
15
-C
40
.
As frações leves e pesadas alimenta o reator de isomerização, onde as α-olefinas
lineares são isomerizadas a olefinas internas. Estas olefinas internas passam para o reator de
metátese obtendo fração C
10
-C
14
. Como exemplo, as olefinas internas C
4
e C
20
obtém duas
moléculas de olefinas C
12
interna. A reação de desprotonação pode ser considerada como a
dupla clivagem seguida pela recombinação de diferentes fragmentos.
2 CH
3
CH CH (CH
2
)
8
CH
3
CH
3
CH CH CH
3
CH
3
(CH
2
)
8
CH CH (CH
2
)
8
CH
3
+
R
1
CH CHR
2
R
3
CH CHR
4
+
+
+
+
R
1
CH
R
3
CH
R
2
CH
R
4
CH
R
1
CH
R
4
CH
R
2
CH
R
3
CH
Esquema 3. Reação de isomerização no processo SHOP.
A fração C
10
-C
14
alimenta o reator de hidroformilação, onde reage com monóxido de
carbono e H
2(g)
a 150 °C e 200 bar na presença de [Co(CO)
8
]. O produto é uma mistura de
aldeído, que pode ser facilmente reduzido para álcool.
Complexos de níquel contendo ligantes bidentados
Existem muitos aspectos em um ligante que podem determinar mudanças na atividade
e seletividade da oligomerização de etileno: alteração na solubilidade do catalisador no meio
reacional, tempo de vida, estabilidade térmica, etc. Assim, se torna muito importante o estudo
dos ligantes, sua capacidade de coordenação frente ao metal, os tipos de átomos doadores e os
grupos ligados a estes que geram ou não impedimentos estéricos, seu efeito eletrônico sobre o
metal central e sua rigidez estrutural, entre outros aspectos que devem ser avaliados em um
ligante. Assim, são apresentados alguns ligantes que, formando complexo com níquel,
obtiveram resultados importantes apresentados na literatura.
27
Ligante do tipo P,O
Ligantes quelatos conferem um bom controle sobre a seletividade na polimerização e
oligomerização do etileno. Especialmente ligantes quelatos do tipo P-O. Mostram uma alta
atividade e seletividade, como o complexo mostrado no esquema 4, desenvolvido por Keim e
colaboradores em 1986, e utilizado no processo SHOP (Shell Higher Olefin Process).
x
P
Ni
O
Ph
PR
3
Ph
Ph
1A
Esquema 4. Complexos de níquel aplicado no processo SHOP.
Heinicke e colaboradores
xi
, em 2005, usando complexos de níquel catiônico
fosfinofenolato na oligomerização do etileno observaram que o efeito de um aumento na
basicidade do “P” afeta a distribuição dos oligômeros. O melhor resultado foi obtido com o
catalisador mais básico no qual o substituinte no átomo fósforo do complexo foi o grupo
ciclohexil.
P
O
Ni
H
C
4
- 44,8%
C
6
- 38,8%
FR = 5.850 h
-1
SbF
6
buteno-1 - 9,6%
buteno-2-cis - 28,6%
buteno-2-trans - 61,8%
tolueno
25
0
C, 15 bar
1B
Esquema 5. Reação de oligomerização do etileno com complexos de níquel catiônico
fosfinofenolato ([Ni] = 100 µmol, 60 min).
Enquanto que o complexo com os grupos fenilas sobre o átomo de fósforo apresentou,
sob as mesmas condições reacionais, uma menor seletividade para buteno-1 dentro da fração
C
4
(Esquema 6).
28
P
O
Ni
H
C
4
- 68,0 %
C
6
- 27,8%
FR = 5.050 h
-1
SbF
6
buteno-1 - 2,1%
buteno-2-cis - 25,3%
buteno-2-trans - 72,6%
tolueno
25
0
C, 15 bar
1C
Esquema 6. Reação de oligomerização do etileno com complexos de níquel catiônico
fosfinofenolato. ([Ni] = 100 µmol, 60 min)
Lutz e colaboradores
xii
, em 2007, também estudaram catalisadores do tipo P,O, e a
influência de substituintes no ligante quelato sobre o desempenho catalítico. Os autores
observaram que variando o substituinte sobre a ligação dupla C=C afeta a FR.
P
O
Ni
Ph Ph
Ph
Ph
PPh
3
H
P
O
Ni
Ph Ph
Ph
PPh
3
N
N
Me
Ph
FR = 15.500 h
-1
C
4
- C
16
= 15,3%
cte alfa = 0,92
FR = 9.700 h
-1
C
4
- C
16
= 72,5%
cte alfa = 0,73
P
O
Ni
Ph Ph
Ph
Ph
PPh
3
O
EtO
P
O
Ni
Ph Ph
F
3
C
Ph
PPh
3
O
EtO
FR = 68.000 h
-1
C
4
- C
16
= 12,3%
cte alfa = 0,93
FR = 32.600 h
-1
C
4
- C
16
= 60,2%
cte alfa = 0,78
1D
1E 1F
1G
Esquema 7. Catalisadores de níquel (II) com diferentes substituintes na ligação C=C
do anel quelato.
Kermagoret e Braunstein
xiii
, em 2008, sintetizaram complexos de níquel do tipo P,O
com substituintes alquil sobre o átomo de fósforo e avaliaram o desempenho destes na
oligomerização catalítica do etileno. O catalisador mostrado no esquema 8 apresentou maior
seletividade para C
4
e α C
4
.
Ph P
O
+
Ni(COD)
2
/PPh
3
P
O
Ni
Ph
Ph
PPh
3
in situ, tolueno
25
0
C, 30 bar
C
4
- 21 % (α-C4 - 81%)
C
6
- 13 % (α-C6 - 99 %)
FR = 1.500 h
-1
1H
29
Esquema 8. Reação de oligomerização “in situ” ([Ni] = 200 µmol, 24 h).
Ligante do tipo P,P
Bianchini e colaboradores
xiv
, em 2003, desenvolveram precursores de níquel (II)
baseados em ligantes do tipo P,P utilizados na oligomerização de etileno. Os autores
descrevem a síntese dos catalisadores e a análise de raios-X dos cristais obtidos, determinando
a geometria de cada complexo. No esquema 9 são apresentadas as estruturas dos complexos, o
desempenho catalítico na oligomerização do etileno e a distribuição de Schulz-Flory.
Ph
2
P
P
Ph
2
Ph
2
P
P
Ph
2
Ni
Cl
Cl
Ni
Cl
Cl
1I
1J 1K
1L
FR = 42.700 h
-1
cte-alfa = 0, 250
FR = 25.900 h
-1
cte-alfa = 0, 074
FR = 35.200 h
-1
cte-alfa = 0, 057
FR = 1.400 h
-1
cte-alfa = não foi calculado
P
Ph
2
Ni
Ph
2
P
Cl
Cl
P
Ph
2
Ni
Ph
2
P
Cl
Cl
P
Ph
2
Ni
Ph
2
P
Cl
Cl
Esquema 9. Complexos de Ni
2
Cl
4
(ciclo-tetrafos) e NiCl
2
(P-P). (200 equiv. MAO, 100
mL tolueno, 20 °C, [Ni] - 12 µmol, 14,3 bar e 30 min de reação)
Segundo os autores, o catalisador Ni
2
Cl
4
(ciclo-tetrafos) (1I) apresentou maior
freqüência de rotação, produzindo olefinas C
4
-C
14
. Os catalisadores meso-dppb (1J) e rac-
dppb (1K) apresentaram menor FR que (1I), mas produziram predominantemente butenos,
indicado pelo baixo valor de α.
Floch e colaboradores
xv
, em 2007, investigaram o comportamento de ligantes do tipo
P-P coordenados a NiBr
2
e a reatividade destes complexos na dimerização do etileno. Os
autores reportam a síntese e análise teórica dos estados de spin dos complexos de quel (II),
como também a atividade nas reações de dimerização (Esquema 10).
O
P
P
O
P
P
CH
2
Cl
2
Ni
[NiBr
2
(DME)
Br
Br
Esquema 10. Complexos de níquel(II).
30
Neste trabalho os autores obtiveram a estrutura do complexo por determinação de
raios-X e concluíram, através das distâncias entre os átomos, que a geometria do complexo é
quadrada-planar, que a interação do metal com o átomo de oxigênio é muito fraca para ser
considerada.
As reações catalíticas envolvendo este complexo foram conduzidas conforme
mostrado no esquema 11.
O
P
P
Ni
Br
Br
MAO, tolueno
20
0
C, 30 bar
C
4
- 97 % -C
4
- 90%)
FR = 43.000 h
-1
1M
Esquema 11. Sistema catalítico mais seletivo para α-C
4
( [Al/[Ni] = 300, 30 min).
Ligante do tipo P,N
Speiser e colaboradores
xvi
, em 2004, estudaram catalisadores do tipo P,N ativos na
oligomerização.O complexo foi preparado reagindo o ligante com NiCl
2
(DME), em THF a
temperatura ambiente por agitação durante 12 h (Esquema 12).
MAO, tolueno
30
0
C, 10 bar
N
O
Ni
Cl
Cl
rac
P
O
400 equiv. de MAO
C
4
- 94 % (α-C
4
- 19 %)
C
6
- 6 %
FR = 7.400 h
-1
800 equiv. de MAO
C
4
- 90 % (α-C4 - 17 %)
C
6
- 5 %
FR = 13.200 h
-1
1N
Esquema 12. Complexo de Ni
II
bidentado baseado em ligante do tipo P,N
([Ni] = 40 µmol, 35 min).
31
Speiser e colaboradores
xvii
, em outro trabalho de 2004, desenvolveram ligantes
baseados em fosfinooxazolinos. Os autores escolheram este tipo de ligante, porque suas
propriedades estereoeletrônicas podem ser moduladas de uma maneira sistemática. Os
catalisadores de níquel (II) foram preparados reagindo NiBr
2
(DME) com o ligante em CH
2
Cl
2
por 2 hs à temperatura ambiente, produzindo complexos dinucleares e mononuclear.
MAO, tolueno
30
0
C, 10 bar
NO
P
Ni
Cl
Cl
Ph
Ph
C
4
- 72% (α-C
4
- 38%)
C
6
- 23%
FR = 7.900 h
-1
1O
Esquema 13. Complexo de Ni
II
mononuclear bidentado baseado em ligante
fosfinooxazolino ([Al]/[Ni] = 800, [Ni] = 40 µmol, 35 min).
E por fim, Speiser e colaboradores
xviii
desenvolveram ligantes fosfinopiridina tipo P,N
com diferentes substituintes no carbono-α do fósforo.
MAO, tolueno
30
0
C, 10 bar
400 equiv. de MAO
C
4
- 85 % (α-C
4
- 38 %)
C
6
- 14 %
FR = 10.000 h
-1
800 equiv. de MAO
C
4
- 83 % (α-C
4
- 35 %)
C
6
- 15 %
FR = 12.200 h
-1
N
Ni
P
Cl
Cl
Ph
Ph
rac
1P
Esquema 14. Complexo de Ni
II
baseado em ligante fosfinopiridina, com anel quelato
de 5 membros ([Ni] = 40 µmol, 35 min).
Outros estudos envolvendo complexos do tipo P, N foram relatados na literatura
xix
.
Kermagoret e colaboradores
xx
, em 2008, sintetizaram novos precursores catalíticos de Ni
II
baseados em ligantes fosfinopiridina com diferentes substituintes no fósforo para modificar os
efeitos eletrônicos e estéreos, além das conseqüências para a reação catalítica.
32
Et
2
AlCl, PhCl
30
0
C, 10 bar
C
4
- 97 % (
α
-C
4
- 72 %)
C
6
- 2 %
FR = 1.100 h
-1
N
Ni
P
O
Cl
Cl
1Q
Esquema 15. Complexo de Ni
II
baseado em ligante fosfinopiridina, com anel quelato
de 6 membros ([Al]/[Ni] = 2, [Ni] = 40 µmol, 35 min).
Comparando o catalisador de Speiser e colaboradores
18
(Esquema 14) e de
Kermagoret e col.
20
(Esquema 15), um sistema com anel quelato de 6 membros produz um
catalisador mais seletivo para buteno-1, sem considerar as condições reacionais, onde usam
cocatalisadores e solventes diferentes e em quantidade desiguais.
Ligante do tipo N,O
Catalisadores de níquel (II) baseados em ligantes do tipo N,O tendem a formar
oligômeros de cadeia longa, Speiser e colaboradores
xxi
, em 2004, desenvolveram complexos
de níquel (II) dinuclear baseados em ligantes do tipo N,O capazes de formar oligômeros de
cadeia curta, como mostra o esquema abaixo.
N
O
OH
O
N
Ni
OH
Cl
Cl
Ni
N
O
N
O
HO
HO
2+
2Cl
-
MAO, tolueno
30 °C , 10 bar
C
4
- 88 % (α-C
4
- 61 %)
C
6
- 11 %
FR = 15.600 h
-1
1R
33
Esquema 16. Complexo de Ni
II
baseado em ligante do tipo N,O binuclear ativo na
oligomerização do etileno ([Al]/[Ni] = 200, [Ni] = 10,5 µmol, 35 min, 20 mL solvente).
Shi e colaboradores
xxii
, em 2007, sintetizaram e caracterizaram complexos de níquel
(II) baseados em ligantes 2-(1H-benzimidazol-2-il)-fenóis, e investigaram o comportamento
catalítico dos precursores. No esquema 17 é mostrado o sistema mais seletivo dos complexos
apresentados pelos autores.
N
N
N
N
O
O
Ni
H
H
Et
2
AlCl, tolueno
20 °C, pressão amb.
C
4
- 93,4 %
C
6
- 6,6 %
(α-olefinas - 23 %)
FR = 8.100 h
-1
1S
Esquema 17. Complexo de Ni
II
baseado em ligante do tipo N,O binuclear ativo na
oligomerização do etileno ([Al]/[Ni] = 200, [Ni] = 5 µmol, 30 min, 30 mL solvente).
O catalisador mais ativo neste trabalho contém substituintes mais volumosos no
benzimidazol, como mostra o esquema 18.
N
N
N
N
O
O
Ni
i-Pr
i-Pr
Et
2
AlCl, tolueno
20 °C, pressão amb.
C
4
- 91,6 %
C
6
- 8,4 %
(α-olefinas - 17 %)
FR = 12.100 h
-1
1T
OCH
3
H
3
CO
Esquema 18. Complexo de Ni
II
baseado em ligante do tipo N,O binuclear ativo na
oligomerização do etileno ([Al]/[Ni] = 200, [Ni] = 5 µmol, 30 min, 30 mL solvente).
34
Kermagoret e Braunstein
xxiii
, em 2008, publicaram a síntese de catalisadores de Ni
II
com ligantes do tipo N,O binuclear, para avaliar a influência de substituintes nos ligantes nas
reações de oligomerização de etileno.
N
N
OH
OH
Ni
Cl
Cl
Ni
N
N
HO
HO
2 Cl
-
MAO, PhCl
25
0
C, 10 bar
+2
C
4
- 94 % (α-C
4
- 64 %)
C
6
- 6 %
FR = 2.200 h
-1
1U
Esquema 19. Complexo de Ni
II
baseado em ligante do tipo N,O binuclear ativo na
oligomerização do etileno ([Al]/[Ni] = 50, [Ni] = 40 µmol, 35 min).
Ligante do tipo N,N
Muitos trabalhos que descrevem ligantes do tipo N,N envolvem complexos de níquel
α-diimina para oligomerização e, principalmente, para polimerização do etileno, avaliando
efeito da pressão, temperatura de reação, entre outros parâmetros reacionais
xxiv
. Alguns
estudos avaliam o efeito dos parâmetros reacionais sobre a atividade e seletividade nas
reações de oligomerização de etileno
24(b,c,e,f,h,i)
.
Brookhart e Svejda
xxv
utilizando catalisadores de Ni
II
α-diimina estudaram a influência
dos parâmetros reacionais na oligomerização do etileno, como os efeitos dos cocatalisadores
de aquilalumínio, tempo e temperatura de reação e pressão de etileno sobre a composição dos
produtos e atividade catalítica.
35
N
Ni
N
BrBr
a - R = 4-CF
3
b - R = 4-OMe
R
R
1V
Esquema 20. Catalisadores de Ni
II
α-diimina.
O tratamento dos precursores catalíticos Ni
II
α-diimina com MAO, MMAO, MAO-IP
ou Et
2
AlCl (também chamado de DEAC) em tolueno gerou catalisadores ativos na
oligomerização do etileno. A escolha do cocatalisador tem um efeito significativo sobre as
reações de oligomerização.
O catalisador 1Va, quando ativado com MAO-IP mostrou maior seletividade para α-
olefinas (96%) e FR = 1.600 h
-1
e constante α de Schulz-Flory de 0,67, usando 200 mL
tolueno, [Ni] = 25
µM, Al/Ni = 200, 28 bar, 35 °C, 30 min. Sob as mesmas condições,
quando usando MAO obteve-se a melhor atividade catalítica 5.700
h
-1
e seletividade de 94%
para α-olefinas e 0,68 α de Schulz-Flory.
Estudos mostram que o aumento da pressão de etileno resulta num aumento na
seletividade para α-olefinas, como também um acréscimo na constante α de Schulz-Flory.
Aumentando a concentração de etileno favorece a seletividade para α-olefinas sobre olefinas
internas, porque a taxa relativa de transferência de cadeia em relação à taxa de isomerização
de cadeia aumenta com o aumento da concentração de etileno.
Análise do desempenho catalítico dos catalisadores bidentados
Em resumo, analisando o desempenho catalítico dos complexos bidentados
apresentados neste capítulo, foi realizada uma comparação em termos de atividade e
seletividade para buteno-1 e destacado o complexo mais ativo e seletivo. Os dados
apresentados nas figuras 1 e 2 não são normatizados, apenas ilustrativos.
36
1B 1C 1D 1E 1F 1G 1H 1I 1J 1K 1L 1M 1N 1O 1P 1Q 1R 1S 1T 1U1Va
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
45000
50000
55000
60000
65000
70000
75000
P
O
Ni
Ph Ph
Ph
Ph
PPh
3
O
EtO
1F
Frequência de Rotação (h
-1
)
Catalisadores
68.000 h
-1
Figura 1. Freqüência de Rotação νs catalisadores bidentados.
37
1B 1C 1H 1M 1N 1O 1P 1Q 1R 1U
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
O
P P
Ni
Br
Br
1M
Seletividade alfa-C4 (%)
Catalisadores
90%
Figura 2. Seletividade para buteno-1 νs catalisadores bidentados.
Complexos de níquel contendo ligantes tridentados
Ligante do tipo N,N,O
Tang e colaboradores
xxvi
, em 2005, desenvolveram complexos de níquel (II) do tipo
N,N,O com diferentes substituintes no ligante, ora usando grupos alquil doador de elétrons,
ora usando um halogênio retirador de elétrons, para avaliar os efeitos elétrico e estéreo no
desempenho da oligomerização e polimerização do etileno. Os catalisadores geraram butenos
e hexenos como maior parte dos produtos e, para os catalisadores com substituintes
volumosos, quantidades pequenas de polietileno também foram produzidas.
38
N
EtO
O N
F
F
Ni
Br
Br
C
4
- 87,9 %
C
6
- 1,6%
C>
8
- 10,5%
α
-olefinas lineares - 40,4%
FR = 40.800 h
-1
MAO, tolueno
15
0
C, 1 bar
2a
Esquema 21. Catalisador de níquel (II) do tipo N,N,O mais seletivo para C
4
desenvolvido por Tang e col.
26
([Al]/[Ni] = 1000, [Ni] = 5 µmol, 30 min).
Zhang e colaboradores
xxvii
, em 2007, desenvolveram catalisadores de quel do tipo
N,N,O baseados no ligante acetiliminopiridina e avaliaram seu desempenho catalítico na
oligomerização e polimerização do etileno associado com MAO. Todos os catalisadores de
níquel mostram boa atividade catalítica, alguns ativos na polimerização e outros na
oligomerização do etileno, sendo os complexos com substituintes mais volumosos no anel
aromático seletivos para α-olefinas.
N
O N
Ni
Br
Br
> 98 % α-olefinas lineares -
FR = 150.000 h
-1
MAO, tolueno
30
0
C, 1,1 bar
2b
Esquema 22. Catalisador mais ativo usado na obtenção de α-olefinas por Zhang e
col.
27
([Al]/[Ni] = 1000, [Ni] = 5 µmol, 30 min).
Ligante do tipo N,O,N,O
Yang e colaboradores
xxviii
, em 2006, prepararam novos catalisadores de quel (II)
suportados pelo quelato benzoquinonamonoimina N,O, para a produção de oligômeros de
cadeia curta na presença de pequenas quantidades de AlEtCl
2
ou MAO. Quando ativados com
ambos os cocatalisadores, todos os complexos mostraram ser ativos na oligomerização do
etileno, com alta seletividade para a produção de C
4
, mas pouco seletivos para αC
4
. No
esquema 23 está mostrado o sistema mais seletivo para αC
4
que os autores obtiveram.
39
Ni
O
X
N
O
NX
O
H
N
X
O
NH X
2c
MAO
30 °C, 10 bar
C
4
- 93 % (α-C
4
- 68 %)
C
6
- 6%
FR = 2.700 h
-1
X = OMe
Esquema 23. Catalisador mais seletivo para αC
4
. ([Al]/[Ni] = 100, [Ni] = 40 µmol, 35
min, clorobenzeno e tolueno do cocatalisador).
Ligante do tipo P,N,P
Hou e colaboradores
xxix
, em 2006, sintetizaram complexos de níquel contendo 2-
(difenilfosfino)-N-[2-(diaril-fosfino)benzilideno]-anilinas (P,N,P) e investigaram suas
propriedades catalíticas sob diferentes condições reacionais. No esquema abaixo é mostrado o
catalisador mais seletivo para C
4
que os autores obtiveram.
MAO, tolueno
40
0
C, 1 bar
C
4
- 92,1%
C
6
- 7,9%
α-olefinas lineares - 97%
FR = 1.300 h
-1
N
P
Ni
Br
Br
Ar
2
PPh
2
P
Ar =
2
22
2d
Esquema 24. Catalisador de Ni
II
tipo P,N,P mais seletivo usado na obtenção de α-
olefinas por Hou e col.
29
([Al]/[Ni] = 500, [Ni] = 5 µmol, 30 min).
Dentre os complexos de níquel (II) P,N,P apresentados pelos autores, o ligante e os
parâmetros reacionais mostraram influência nos produtos obtidos e na atividade catalítica. O
complexo mostrado no esquema 24 mostrou melhor seletividade, porém sob as mesmas
condições reacionais, variando apenas temperatura de reação, o mesmo composto apresenta
uma maior atividade catalítica (114.000 h
-1
) e menor seletividade para C
4
(83,8 %). Todos os
40
complexos de Ni
II
P,N,P testados por Hou e colaboradores
29
mostraram ser altamente ativos
na oligomerização do etileno, sendo o mais seltivo para C
4
o catalisador 2d.
Ligante do tipo P,N,N
Hou e colaboradores
29
sintetizaram, também, complexos de níquel contendo N-(1-(2-
(diarilfosfino)fenil)metilideno)-quinolin-8-aminas (P,N,N) e investigaram suas propriedades
catalíticas nas reações de oligomerização de etileno. Os autores variaram os parâmetros
reacionais e os substituintes do ligante para avaliar a influência na oligomerização do etileno.
O complexo mostrado no esquema 25 apresentou maior seletividade para C
4
sob as condições
reacionais demonstradas.
MAO, tolueno
20
0
C, 10 bar
C
4
- 98 %
C
6
- 1,5 %
α-olefinas lineares - 99%
FR = 7.600 h
-1
N
P
Ni
Br
Br
Ar
2
Ar =
N
2e
Esquema 25. Catalisador de Ni
II
tipo P,N,N mais ativo usado na obtenção de α-
olefinas por Hou e col.
29
([Al]/[Ni] = 1000, [Ni] = 5 µmol, 30 min).
Entretanto, o composto 2e é menos ativo que um complexo de níquel (II) P,N,N com
substituinte OMe no grupamento Ar e um hidrogênio no lugar da metila da piridina, que
apresentou FR = 47.500 h
-1
e seletividade de 95,9 % para C
4
, 4,1 % C
6
, e total de α-olefinas
de 99 %. Contudo, todos os catalisadores desenvolvidos por Hou e colaboradores
29
são
seletivos e altamente ativos na oligomerização do etileno.
Ligante do tipo N,P,N
Speiser e colaboradores
16
, estudaram a atividade e seletividade nas reações de
oligomerização do etileno de complexos de níquel (II) do tipo N,P,N.
41
1,3 equiv.AlEtCl
2
C
4
- 81 % (α-C
4
- 21 %)
C
6
- 17 %
FR = 17.000 h
-1
2 equiv.AlEtCl
2
C
4
- 76 % (α-C
4
- 9 %)
C
6
- 22 %
FR = 26.500 h
-1
N
O
O
P
O
N
O
Ni
Cl
Cl
Ph
AlEtCl
2
, tolueno
30
0
C, 10 bar
2f
Esquema 26. Catalisador de Ni
II
tridentado usado por Speiser e col.
16
([Ni] = 40 µmol,
35 min).
Aumentando a quantidade de cocatalisador no sistema reacional, diminui a
seletividade para αC
4
e aumenta para C
6
. A FR também aumenta com maior quantidade de
cocatalisador.
Kermagoret e colaboradores
xxx
, em 2008, sintetizaram e caracterizaram complexos de
níquel (II) baseados em ligantes fosfino-oxazolina N,P,N e avaliaram o desempenho
catalítico.
Todos os complexos foram ativos na oligomerização do etileno na presença de
AlEtCl
2
ou MAO, apresentando boa seletividade para C
4
, mas pouca para α-olefinas. No
esquema 27 são apresentados os catalisadores mais ativos e seletivos para α-olefinas sob
ativação com MAO obtidos pelos autores.
N
P
N
Ni
Cl Cl
Ph
2g
O
N
N
O
Ni
Cl
Me
Me
Cl
Me
Ph
Me
2h
O
P
O
N N
Ni
Cl Cl
Ph
2i
C
4
- 69 % (αC
4
- 24%)
C
6
- 25 %
FR = 12.200 h
-1
C
4
- 91 % (αC
4
- 56%)
C
6
- 8 %
FR = 1.200 h
-1
C
4
- 91 % (αC
4
- 72%)
C
6
- 8 %
FR = 1.500 h
-1
Esquema 27. Catalisador de Ni
II
tridentado N,P,N ([Ni] = 40 µmol, 35 min, 30 °C, 10
bar, Al/Ni = 200, solvente: clorobenzeno e tolueno do cocatalisador).
42
Ligante do tipo N,N,N
Kunrath e colaboradores
xxxi
, em 2003, descreveram a síntese e caracterização de
complexos de Tp´NiCl, que incorporam substituintes volumosos nas posições 3 ou 5 do
pirazol, os autores avaliaram a reatividade destes complexos nas reações de oligomerização
(Esquema 28).
N
N
Ms
N
N
HB
Ni
N
N
Ms
Ms
C
4
- 84% (α-C4 - 96%)
C
6
- 11% (α-C6 - 88%)
FR = 1. 800 h
-1
MAO, tolueno
Cl
0
0
C, 30 bar
2j
Esquema 28. Catalisador de Ni
II
tridentado N,N,N usado por Kunrath e col.
31
([Al]/[Ni] = 200, [Ni] = 5µmol, 60 min).
Alguns trabalhos
xxxii
envolvendo catalisadores de níquel baseados em ligantes do tipo
N,N,N têm sido reportados, avaliando o desempenho catalítico sob diferentes condições
reacionais, como efeito do cocatalisador, substituintes do ligante, temperatura e tempo de
reação.
Sun e colaboradores
xxxiii
, em 2006, desenvolveram complexos de quel 2-imino-1,10-
fenantrolinas ativos na oligomerização de etileno. Os autores avaliaram os complexos sob
diferentes parâmetros reacionais, os complexos mostraram ser ativos na produção de
oligômeros, o catalisador apresentado no esquema 29 foi mais seletivo para C
4
e com boa
atividade catalítica quando ativado com Et
2
AlCl.
43
N N
Ni
N
Cl
Cl
C
4
– 100%
FR = 2.000 h
-1
Et
2
AlCl, tolueno
20
0
C, 30bar
2k
Esquema 29. Catalisador de Ni
II
tridentado N,N,N usado por Sun e col.
29
([Al]/[Ni] =
100, [Ni] = 10µmol, 30 min).
Chen e colaboradores
xxxiv
, em 2008, desenvolveram catalisadores de níquel (II)
baseados em ligantes do tipo N,N,N. Os complexos testados na oligomerização de etileno
mostraram boa atividade e seletividade para C
4
e α-olefinas. Os catalisadores foram ativados
com MMAO, MAO e Et
2
AlCl, mas o complexo mais seletivo para C
4
e α-C
4
é o apresentado
no esquema 30, ativado com MAO.
N
N
N
N
Ni
Cl
Cl
C
4
– 100% (98,5 α-C
4
)
FR = 1.300 h
-1
MAO, tolueno
20
0
C, 10 bar
2l
Esquema 30. Catalisador de Ni
II
tridentado N,N,N usado por Chen e col.
34
([Al]/[Ni]
= 1000, [Ni] = 5 µmol, 30 min).
Beaufort e colaboradores
xxxv
, também em 2008, desenvolveram complexos de quel
(II) baseados em ligantes tridentados de iminofosforano, mostrando seletividade de 35% para
C
4
, 40% para C
6
e 25% >C
6
, e FR = 5.300
h
-1
quando ativado com 800 equiv. MMAO, 10 bar,
30 °C, 0,5 mmol Ni, 5 mL n-heptano, 60 min.
Hao e colaboradores
xxxvi
, em 2007, sintetizaram e caracterizaram complexos de níquel
com 2-(1-metil-2-benzimidazol)-6-(1-ariliminoetil)piridinas do tipo N,N,N e avaliaram o
desempenho catalítico na oligomerização do etileno. Todos os catalisadores testados sob
ativação com Et
2
AlCl mostraram ser ativos na dimerização do etileno, apresentando boa
44
atividade catalítica, além de seletivos para C
4
. No esquema 31 está mostrado o complexo mais
seletivo para C
4
entre os complexos testados sob as mesmas condições reacionais.
N
N
N
N
Ni
Cl
Cl
2m
Et
2
AlCl, tolueno
20 °C, 30 bar
C
4
- 95,1 %
C
6
- 4,9 %
FR = 4.200 h
-1
Esquema 31. Catalisador de Ni
II
tridentado com 2-(1-metil-2-benzimidazol)-6-(1-
ariliminoetil)piridina ([Al]/[Ni] = 200, [Ni] = 5 µmol, 30 min).
Adewuyi e colaboradores
xxxvii
, em 2007, reportaram a síntese, estrutura molecular e
capacidade de oligomerização do etileno de complexos de Ni
II
contendo ligantes
monoiminopiridina-quinoxalinil.
Os complexos produzidos pelos autores foram ativos na dimerização do etileno,
produzindo C
4
e C
6
, com boa atividade catalítica. Os complexos foram ativados com MAO e
avaliados sob diferentes parâmetros reacionais. No esquema 32 é apresentado o catalisador
mais seletivo para C
4
.
N
N
N
Ni
Cl
Cl
Et
2
AlCl, tolueno
10 bar, 20 °C
C
4
- 100 %
FR = 13.600 h
-1
2n
Esquema 32. Catalisador de Ni
II
tridentado contendo ligantes monoiminopiridina-
quinoxalinil ([Al]/[Ni] = 700, [Ni] = 5 µmol, 30 min).
Utilizando o mesmo catalisador, quando a pressão foi acrescida de 10 para 30 bar, a
atividade foi fortemente aumentada, mas os autores observaram perda de seletividade de 100
para 61,8 % para C
4
, respectivamente.
Adewuyi e colaboradores
37
observaram que o catalisador semelhante ao 2n, mas com
bromos como substituinte X do níquel no lugar dos cloros, apresentou uma alta atividade
45
(66.400 h
-1
), e alta seletividade para C
4
(97,6 %), sob as mesmas condições reacionais e
usando 30 bar.
Shen e colaboradores
xxxviii
, em 2008, publicaram a síntese e caracterização de novos
complexos de níquel com ligantes do tipo N,N,N e o seu comportamento catalítico na reação
de oligomerização. Todos os catalisadores mostraram boa atividade catalítica na
oligomerização do etileno e alta seletividade para C
4
. No esquema 33 é apresentado o
complexo que teve melhor seletividade para C
4
.
N
N
N
O
Ni
Naph
n - Bu
MMAO, tolueno
20 °C, 10 bar
C
4
- 100 %
FR = 260 h
-1
2o
Esquema 33. Catalisador de Ni
II
tridentado contendo ligantes N,N,N ([Al]/[Ni] =
1000, [Ni] = 5 µmol, 30 min).
Análise do desempenho catalítico dos catalisadores tridentados
Em resumo, analisando o desempenho catalítico dos complexos tridentados
apresentados aqui, foi realizada uma comparação em termos de atividade e seletividade para
C
4
e é mostrado o complexo mais ativo e seletivo. Os dados apresentados nas figuras abaixo
não são normatizados, apenas ilustrativos.
46
2a 2b 2c 2d 2e 2f 2g 2h 2i 2j 2k 2l 2m 2n 2o
0
20000
40000
60000
80000
100000
120000
140000
160000
N
O N
Ni
Br
Br
2b
Frequência de Rotação (h
-1
)
Catalisadores
150.000 h
-1
Figura 3. Freqüência de Rotação νs catalisadores tridentados.
47
2a 2c 2d 2e 2f 2g 2h 2i 2j 2k 2l 2m 2n 2o
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
Seletividade para C
4
(%)
Catalisadores
100 %
Figura 4. Seletividade para C
4
νs catalisadores tridentados.
No esquema 34 estão apresentadas as estruturas dos catalisadores onde foram obtidas
as seletividades de 100 % para C
4
.
N N
Ni
N
Cl
Cl
2k
N
N
N
N
Ni
Cl
Cl
2l
N
N
N
Ni
Cl
Cl
2n
N
N
N
O
Ni
Naph
n - Bu
2o
Esquema 34. Catalisador de Ni
II
tridentado com seletividade para C
4
de 100 %.
48
INFLUÊNCIA DO LIGANTE auxiliar L
Diversos estudos sobre a influência da presença de um ligante doador de elétrons nas
reações de oligomerização de etileno têm sido mostrados na literatura.
32b,33,34,36,37
Um artigo
de revisão publicada por Tolman
xxxix
em 1977 se tornou clássico, no qual são descritos
métodos desenvolvidos ordenando uma grande variedade de ligantes de fosfinas em termos de
sua habilidade de elétrons doadores e efeito estéreo. O elétron doador de uma fosfina foi
determinado por reação de um equivalente da fosfina com Ni(CO)
4
para formar o complexo
Ni(CO)
3
fosfina. Tolman através de medidas da freqüência de estiramento (ν
CO
) por IV do
grupo carbonila do complexo verificou que a densidade eletrônica do ligante fosfina é doada
para o metal central, quando este está ligado a grupos do tipo CO, sendo para a PPh
3
ν=2068,9 cm
-1
. O efeito estéreo dos ligantes das fosfinas foi determinado por modelos simples
de 3D. Tolman descreveu o ângulo conhecido como ângulo de cone (θ) para indicar a
quantidade aproximada de “espaço” que o ligante consumiu sobre o centro do metal, o qual
para a PPh
3
foi de 145º. Outras fosfinas também foram estudadas, algumas com grupos mais
eletronegativos boas π-aceptoras de elétrons, e outras com grupos mais doadores de
elétrons.
Monteiro e colaboradores
xl
, em 1996, desenvolveram estudos sobre a presença do
ligante auxiliar PPh
3
nas reações de oligomerização. Os autores determinam que um
complexo de etileno-níquel-alquil leva, por inserção de etileno na ligação metal-carbono, a
produtos de crescimento (propagação de cadeia) ou a terminação por eliminação β-hidreto. A
primeira reação é provavelmente mais importante, Monteiro e col.
40
observaram que um
aumento da pressão de etileno levou a um decréscimo na fração de olefinas de baixo peso
molecular, e na ausência de trifenilfosfina foi observada formação de olefinas de alto peso
molecular. Por outro lado, um complexo fosfina-níquel-alquil que não continha um sítio
vacante para coordenação da olefina e subseqüente propagação da cadeia, para este complexo
a reação mais provável é a β- eliminação. Os autores observaram que um aumento de
trifenilfosfina no sistema leva a um acréscimo da fração de olefinas de baixo peso molecular,
e a baixa pressão de etileno, observaram um decréscimo no conteúdo de α-olefinas. Os
autores explicam que isto pode ocorrer, devido a uma competição entre etileno (a baixa
49
concentração) e olefinas formadas. Os autores concluem que o comportamento do catalisador
de níquel e o tipo de produtos formados são possíveis ser controlados através da pressão de
etileno e do conteúdo de fosfina usados.
Estudos realizados por Heinicke e colaboradores
xli
, em 2004, mostram a influência da
estereoquímica de PPh
3
em sistemas fosfinofenol. Os autores observaram que o tempo de vida
do catalisador e a produtividade são altos na presença de PPh
3
. A produtividade foi constante
para razões de PPh
3
:Ni entre 1 e 15, e para altas razões de PPh
3
:Ni a produtividade diminuiu
significativamente, provavelmente porque o equilíbrio entre adição de L e etileno foi
fortemente deslocado para a direita, como mostrado logo abaixo no esquema 35.
Lutz e colaboradores
12
, em 2007, publicaram pesquisas sobre este tópico, mostrando
que a presença de um ligante L doador pode direcionar a reação catalítica para a produção de
oligômeros de cadeia curta (favorecer a etapa de β-eliminação), ou oligômeros de cadeias
longas (favorecer o crescimento de cadeia).
Quando o grupo R tem um importante papel na ativação pré-catalítica, a presença de
um ligante L pode induzir a mudanças na reatividade. Em solução, este ligante doador de dois
elétrons é capaz de se ligar a diferentes intermediários de níquel-alquil, e então competir com
etileno. Isto pode ser racionalizado por um equilíbrio, a cada estágio de crescimento de
cadeia, entre dois tipos de espécies catalíticas, uma tendo o etileno coordenado (A), e a outra
tendo um ligante L (B).
Ni
R
P
O
Ni
R
L
P
O
A
B
+L
-L
-
+
Esquema 35. Reação de equilíbrio entre a coordenação de olefina e o ligante L.
A coordenação competitiva entre L e etileno pode deslocar o equilíbrio para a
formação de B, esquema 35, quando L se coordena fortemente ao metal, isto é mostrado
substituindo PPh
3
por um ligante mais básico como a PMe
3
que se coordena mais fortemente
ao metal do que a trifenilfosfina, enquanto que o comportamento inverso foi observado
quando o ligante é fracamente coordenado, como Ph
3
P=O ou piridina.
50
Lutz e col.
12
relatam que estudos com complexos fosfanilfenolato têm claramente
estabelecido que a atividade catalítica e a distribuição de poliolefinas são relatadas de acordo
com a habilidade de coordenação do ligante fosfina L. A melhor coordenação do ligante é a
alta concentração no equilíbrio de complexos do tipo B o que torna baixa a inserção de etileno
levando a altos valores de
β
. Então, a combinação de níquel fosfanilfenolatos com fosfinas
PMe
3
e PEt
3
fortemente coordenadas resulta na produção de mais oligômeros de cadeia curta
(C
4
-C
14
), do que aqueles formados com PPh
3
. Por outro lado, se a habilidade de coordenação
do ligante L é menor do que da PPh
3
, a razão de crescimento de cadeia aumenta e produz
oligômeros longos. Isto é notável nos casos das fosfinas P(
o
-Tol)
3
, PMes
3
e PCy
3
, que por
causa dos seus volumes, se coordenam menos que a PPh
3
. A mesma influência ocorre para
triarilfosfinas menos básicas, por exemplo P(
p
-C
6
H
4
Cl)
3
e P(
p
-C
6
H
4
F)
3
. Isto permite notar
que medidas de produtividades não seguem a mesma tendência para todos os sistemas com a
presença de um ligante L, se o ligante for de boa coordenação aumenta a estabilidade das
espécies ativas, aumentando o tempo de vida do catalisador e desfavorecendo a formação de
um complexo Ni(P,O)
2
que é inativo.
Tang e colaboradores
26
também avaliaram o efeito da presença de um ligante auxiliar
nas reações de oligomerização. A presença de PPh
3
nas reações catalíticas afetam a
distribuição de produtos. Foram realizados testes com os complexos do tipo N,N,O
(tridentados) e N,N (bidentados), sob condições reacionais de: Al/Ni/PPh
3
=
1000:1:1,1000:1:2 e 1000:1:4, 15 ºC, 5
µ
mol de pré-catalisador, 30 mL tolueno, 1 atm e
tempo de reação de 30, 60 e 90 min. A presença de PPh
3
produz oligômeros de cadeia curta,
na maior parte C
4
, mas o sistema não é muito seletivo para
α
-olefinas e podem produzir
polietileno. Aumentando a quantidade de PPh
3
na reação de oligomerização (Al/Ni/PPh
3
=
1000:1:1,1000:1:2 e 1000:1:4) diminui a seletividade para C
4
, e para
α
-olefinas lineares. A
melhor atividade catalítica é obtida quando usado o sistema Al/Ni/PPh
3
= 1000:1:2 (792.000
h
-1
). Variando o tempo de reação de 30 a 90 min (792.000, 669.000 e 446.000 h
-1
; 30, 60, 90
min, respectivamente) diminui a atividade catalítica, os autores explicam que após 60 min
ainda existem espécies ativas. Os autores dizem que o mecanismo do fenômeno de aceleração
de oligomerização de etileno induzido pela adição de um ligante auxiliar não é bem
esclarecido. Tang e col.
26
atribuem que temporariamente a coordenação de PPh
3
no sítio
vacante que é formado pela ação do MAO, protegendo as espécies catalíticas ativas. O
51
período de indução foi observado durante a reação de oligomerização na presença de PPh
3
,
que pode refletir a coordenação de PPh
3
com o sítio vacante. O grupo PPh
3
pode dissociar
outra vez sobre aproximação e coordenação do monômero de etileno.
Outros estudos mais recentes
25,xlii
também avaliam a influência da presença de um
ligante auxiliar PPh
3
no sistema catalítico, relatando um aumento na atividade catalítica e
justificam este fato através do processo de associação e dissociação da fosfina ao centro do
níquel, influenciando a ativação e proteção dos sítios ativos.
aspectos gerais sobre Mecanismo de reação com complexos de níquel
Em geral, o mecanismo aceito para complexos de níquel inicia-se com o níquel-
hidreto que resulta da ativação das espécies pré-catalíticas. Lutz e col.
12
propõem um ciclo
catalítico para complexos de níquel (II) do tipo P,O (esquema 36).
Ni
P
H
O
Ni
P
H
O
Ni
P
O
Ni
P
O
n
Ni
P
O
Pré-catalisador
espécies ativas
coordenação
inserção + isomerização
c
o
o
r
d
e
n
a
ç
ã
o
propagação
β
ββ
β
-eliminação
n
n
52
Esquema 36. Mecanismo catalítico proposto para complexos de Ni[P,O] por Lutz e
col.
12
.
A partir da espécie metal-hidreto, segue a coordenação de etileno, uma inserção
migratória (reverso da
β
-eliminação) gerando uma espécie níquel-alquil, onde a cadeia alquil
assume posição
trans
ao átomo de fósforo. Como a cadeia alquil é mais fortemente
coordenada na posição
trans
ao átomo de oxigênio, uma etapa de isomerização provavelmente
ocorre antes da próxima coordenação de etileno e a terminação da cadeia ocorre via
β
-
eliminação, regenerando a espécie níquel-hidreto. Os autores acreditam que este é também o
caso quando um forte ligante monodentado doador, como a fosfina, está presente, mas
somente para altas pressões de etileno. De acordo com o esquema 36, o processo de
crescimento de cadeia obtém uma distribuição de Schulz-Flory que pode ser descrito pelo
valor de
β
(
β
= razão de terminação/razão de propagação). Baixos valores de
β
corresponde a
cadeias longas. Na prática, a composição de produtos é determinada usando o valor
α
(
α
=
fração molar C
n+2
– alceno/fração molar C
n
– alceno,
α
= (1 +
β
)
-1
).
53
10 Objetivos
Este trabalho compreende complexos de níquel (II) contendo ligantes tridentados
baseados na unidade bis(pirazolil) aplicados à dimerização de etileno tem como objetivos: (i)
sintetizar e caracterizar uma nova classe de catalisadores de Ni
II
contendo ligantes
nitrogenados e sulforados tridentados (NZN); (ii) avaliar o desempenho destes catalisadores
em termos de atividade e seletividade para
α
-olefinas, variando alguns parâmetros reacionais,
tais como cocatalisador e temperatura; (iii) comparar o desempenho dos catalisadores de Ni
II
em função da formação de ciclo-a-cinco
vs
ciclo-a-seis; (iv) avaliar o efeito de um ligante
auxiliar (PR
3
) sobre a atividade e seletividade catalítica, variando condições reacionais como
tempo de reação, cocatalisador e razão Al/Ni.
54
11 Parte experimental
Procedimentos gerais
Todas as manipulações foram realizadas usando linhas de vácuo e técnica de Schlenk
sob atmosfera de argônio purificado. Et
2
O, THF e tolueno foram destilados na presença de
sódio e benzofenona sob argônio antes de seu uso. Diclorometano foi destilado na presença de
pentóxido de fósforo. NiCl
2
·6H
2
O (Aldrich), difenilciclohexilfosfina [PPh
2
Cy] (Acros), tris(4-
(trifluormetil)fenil)fosfina [
p
-P(PhCF
3
)
3
] (Acros) e trifenilfosfina [PPh
3
] (Acros) foram
usados como recebidos. l-(Clorometil)-3,5-dimetilpirazol hidrocloreto
xliii
e o catalisador
NiCl
2
{Bis[2-(3,5-dimetil-1-pirazolil)etil)]éter} 6 foram preparados seguindo procedimento
descrito na literatura
5
. Etileno (White Martins Co.) e argônio(White Martins Co.) foram
desoxigenados e secos através de coluna de BTS (BASF) e ativado com peneira molecular (3
Å) antes de seu uso. Metilaluminoxano (MAO, Akzo, 12,9 % em peso de Al em solução de
tolueno) e cloreto de dietilalumínio (DEAC, Witco, 11,27 % em peso de Al em solução de
tolueno) foram usados como recebidos. Análises elementares foram realizadas na Central
Analítica do Instituto de Química UFRGS sendo considerada a média de duas
determinações independentes. As análises de IV foram realizadas no FTLA 2000-100 Class 1,
intensidade dos picos: F forte; m médio; f fraco (Anexo A). Os espectros de massa em
alta resolução dos complexos de Ni
II
foram obtidos por ESI no modo positivo (6 keV) em
soluções de CH
3
CN ou CHCl
3
/CH
3
CN (95:5) utilizando um espectrômetro Micromass
ZabSpec TOF. Espectros de RMN de
1
H e
13
C foram obtidos em um espectrômetro Varian
Inova 300 MHz a 25°C. Os deslocamentos químicos são mostrados em ppm
vs
SiMe
4
e foram
determinados por referência para os picos de solvente residual.
Síntese e caracterização de ligantes pirazolil tridentados
1-(Hidroximeti1)-3-fenilpirazol. Uma mistura sólida de 3-fenilpirazol (6,34 g, 44
mmol) e paraformaldeído (1,32 g, 44 mmol) foi aquecida num reator Fischer-Porter a 120
°
C
durante 48 h. O composto desejado foi coletado como um sólido branco na parte superior do
55
reator Fischer-Porter (0,54 g, 7,0%). Análise elementar para C
10
H
10
N
2
O. Calculada: C, 68,95;
H, 5,79; N, 16,08. Encontrada: C, 67,62; H, 5,93; N, 15,63. RMN
1
H (CDCl
3
, 298 K, 300
MHz):
δ
(ppm) 4,68 (H
1
, br), 5,61 (H
2
, s), 6,61 (H
1
, d,
J
= 2,27 Hz, 4-CH Pz), 7,40-7,81 (fenil
H
5
, e 5-CH Pz, m). RMN
13
C (CDCl
3
, 298 K, 75 MHz):
δ
(ppm) 73,68 (CH
2
), 103,94 (Pz 4-
C), 125,92 (fenil 2-C), 128,09 (fenil 4-C), 128,64 (fenil 3-C), 131,35 (Pz 5-C), 132,58 (fenil
1-C), 152,93 (Pz 3-C).
1-(Clorometil)-3-fenilpirazol Hidrocloreto. Uma solução de cloreto de tionil (0,45
mL, 6,2 mmol) em CHCl
3
(15 mL) foi adicionada gota-a-gota em uma solução de 1-
(hidroximetil)-3-fenilpirazol (0,54 g, 3,1 mmol) em CHCl
3
(25 mL) a 0
°
C. A solução
resultante foi refluxada por 4 h, a 60 ºC. O solvente foi evaporado sob pressão reduzida, e o
sólido obtido foi dissolvido em etanol (10mL). Em seguida, adicionada uma monocamada de
dietiléter (50 mL) sobre a solução de etanol, a mistura foi guardada por 3 dias. Os cristais
brancos formados foram filtrados, lavados com dietiléter e secos ao ar (0,6 g, 84,5%). RMN
1
H (CDCl
3
, 298 K, 300 MHz):
δ
(ppm) 5,85 (H
2
, s), 6,59 (H
1
, d,
J
= 2,24 Hz, 4-CH Pz), 7,31
7,76 (fenil H
5
e 5-CH Pz, m). RMN
13
C (CDCl
3
, 298 K, 75 MHz):
δ
(ppm) 58,15 (CH
2
),
105,33 (Pz 4-C), 125,62 (fenil 2-C), 128,12 (fenil 4-C), 128,41 (fenil 3-C), 131,74 (Pz 5-C),
132,62(fenil 1-C), 153,40 (Pz 3-C).
Bis[(3,5-dimetil-1-pirazolil)metil)] benzilamina (L1).
xliv
Uma mistura de 3,5-
dimetilpirazol (5,17g, 53 mmols) e paraformaldeído (1,61g, 53 mmols) foi aquecida durante
24h, a 120°C em um frasco fechado, sob agitação magnética. Cristais brancos foram obtidos
na parede do frasco com rendimento de 75% (4,96g, 40 mmols), produzindo1-hidroximetil-
3,5-dimetilpirazol. RMN
1
H (CDCl
3
, 300MHz, 25°C):
δ
= 2,185 (s, 3H), 2,334 (s, 3H), 5,459
(s, 2H), 5,827 (s, 1H). A uma solução de 1-hidroximetil-3,5-dimetilpirazol (0,95g, 7,6 mmols)
em dicloroetano (15mL) foi adicionada uma solução de benzilamina (0,40g, 3,7 mmols) em
dicloroetano (10mL). A mistura permaneceu sob agitação por 24h à temperatura ambiente.
Decorrido o tempo, o solvente foi evaporado. Obteve-se um óleo branco, com 76% de
rendimento (0,92g, 2,8 mmols). Análise de RMN
1
H (CDCl
3
, 300MHz, 25°C):
δ
= 1,985 (s,
H
6
), 2,200 (s, H
6
), 3,686 (s, H
2
), 4,925 (s, H
4
), 5,786 (s, H
2
), 7,156-7,324 (m, H
5
).
56
Bis[(3,5-dimetil-1-pirazolil)metil)]butilamina (L2).
xliv
A uma solução de 1-
hidroximetil-3,5-dimetilpirazol (0,65g, 5,2 mmols) em dicloroetano (15mL) foi adicionada
uma solução de
n
-butilamina (0,19g, 2,6 mmols) em dicloroetano (10mL). A mistura
permaneceu sob agitação por 24h à temperatura ambiente, passando de incolor para uma
coloração laranja. Decorrido o tempo, o solvente foi evaporado. Obteve-se um óleo
laranja.RMN
1
H (CDCl
3
, 300MHz, 25°C):
δ
= 0,695 (t, H
3
), 1,035-1,109 (m, H
2
), 1,259 (m,
H
2
), 2,098 (s, H
6
), 2,120 (s, H
6
), 2,483 (t, H
2
), 4,799 (s, H
4
), 5,720 (s, H
2
).
Bis[(3,5-dimetil-pirazolil)metil)]sulfeto (L3). Uma solução de l-(2-clorometil)-3,5-
dimetilpirazol (4,93 g, 34,1 mmol) e hidróxido de sódio (1,36 g, 34,1 mmol) em solução
aquosa de etanol 50% (100 mL) foi tratada com Na
2
S·9H
2
O (5,13 g, 21,4 mmol). A solução
foi refluxada por 3 h a 90 ºC, e, posteriormente, resfriada à temperatura ambiente e evaporada
a pressão reduzida. Foi adicionada água, o produto foi extraído com diclorometano e os
extratos orgânicos foram secos com Na
2
SO
4
anidro. O produto foi obtido como um óleo
incolor (1,61 g, 38%). RMN
1
H (CDCl
3
, 298 K, 300 MHz):
δ
(ppm) 2,4 (H
6
, s), 2,26 (H
6
, s),
5,30 (H
4
, s), 5,85 (H
2
, d,
J
= 2,25 Hz, CH Pz). RMN
13
C (CDCl
3
, 298 K, 75 MHz):
δ
(ppm)
10,40 (CH
3
), 13,50 (CH
3
), 44,50 (SCH
2
), 105,30 (Pz 4-C), 140,70 (Pz 5-C), 147,70 (Pz 3-C).
Bis[(3-fenil-pirazolil)metil)]sulfeto (L4). Este produto foi preparado seguindo um
procedimento similar ao descrito acima para L3, usando l-(clorometil)-5-fenilpirazol (6,55 g,
28,6 mmol), hidróxido de sódio (1,36 g, 34,1 mmol) em solução aquosa de etanol 50%, e
Na
2
S·9H
2
O (5,13 g, 21,4 mmol). Em seguida, o ligante L4 transformou-se em um sólido
amarelo opaco (1,59 g, 27%). RMN
1
H (CDCl
3
, 298 K, 300 MHz):
δ
(ppm) 5,26 (H
4
, s), 6,58
(H
2
, d,
J
= 2,25 Hz, Pz CH), 7,19-7,79 (H
12
, m), 7,75 (H
4
, m). RMN
13
C (CDCl
3
, 298 K, 75
MHz):
δ
(ppm) 47,00 (SCH
2
), 105,00 (Pz 4-C), 130,70 (Pz 5-C), 127,50 (fenil 2-C), 128,70
(fenil 4-C), 129,20 (fenil 3-C), 133,00 (fenil 1-C), 152,00 (Pz 3-C). IV (puro, cm
-1
) 3209 (F),
3139 (F), 3062 (F), 3035 (m), 2973(m), 2889 (m), 1955 (f), 1893 (f), 1814 (f), 1760 (f), 1604
(m), 1581 (f),1550 (f), 1529 (m), 1502 (F), 1458 (m), 1406 (m), 1352 (m), 1301 (m), 1228
(F), 1159 (F), 1076 (m), 1049 (m), 1027 (m), 1000 (m), 946 (m), 919 (m), 765 (F), 698 (F),
613 (m).
57
Síntese e caracterização dos Complexos Bis(Pirazolil)-NI
II
NiCl
2
{Bis[(3,5- dimetil-1-pirazolil)metil]-benzilamina} (1). Sob atmosfera de
argônio e utilizando técnicas de Schlenk, uma solução do ligante bis[(3,5- dimetil-1-
pirazolil)metil]-benzilamina (0,20 g, 0,62
mmol) em THF
foi adicionada a uma solução do
NiCl
2
.6H
2
O (0,13 g, 0,55
mmol) em THF (10 mL). A mistura permaneceu sob agitação por
24h à temperatura ambiente (25°C). Durante a reação, a coloração da mistura manteve-se
verde. Decorrido o tempo, o solvente foi evaporado e o sólido foi lavado com éter etílico (3 x
10 mL) e seco sob vácuo. O complexo 1 foi obtido como um sólido verde (0,20 g, 75%).
Análise elementar para C
19
H
25
Cl
2
N
5
Ni·2H
2
O. Calculada: C, 46,66; H, 5,98; N, 14,32.
Encontrada: C, 46,51; H, 5,90; N, 14,07. HRMS-ESI [M-Cl]
+
, calculada para
C
19
H
25
N
5
35
Cl
58
Ni: 416,11520; encontrada: 416,1144. IV (pastilha de KBr, cm
-1
): 3462 (m),
3253(F), 3207 (F), 3168 (F), 3026(f), 2998(f), 2971(f), 2917(f), 2972 (f), 2918 (f), 1628 (m),
1607 (m), 1557 (F), 1489 (m), 1464 (F), 1421 (m), 1394 (m), 1382 (f), 1365 (f), 1299 (m),
1284 (m), 1267 (m), 1051 (F), 979 (m), 746 (f), 707 (f), 624 (m).
NiCl
2
{Bis[(3,5- dimetil-1-pirazolil)metil]-butilamina} (2). Este composto foi
preparado de acordo com o método descrito para (1) utilizando o ligante bis[(3,5- dimetil-1-
pirazolil)metil]-butilamina (0,11 g, 0,38 mmol) e NiCl
2
.H
2
O (0,08 g, 0,35 mmol). Obteve-se
um sólido verde (122 mg, 82%).
Análise elementar para C
16
H
27
Cl
2
N
5
Ni·2H
2
O. Calculada: C,
42,23; H, 6,87; N, 15,39. Encontrada: C, 42,04; H, 6,64; N, 14,97. HRMS-ESI [M-Cl]
+
,
calculada C
16
H
27
N
5
35
Cl
58
Ni: 382,13085; encontrada: 382,1309. IV (pastilha de KBr, cm
-1
):
3338 (ombro), 3220 (F), 2962 (m), 2935 (f), 2877 (f), 1639 (m), 1556 (m), 1467 (F), 1421 (f),
1394 (m), 1303 (m), 1263 (f), 1182 (m), 1118 (f), 1056 (F), 973 (m), 889 (f), 788 (m), 713 (f).
NiCl
2
{Bis[(3,5- dimetil-1-pirazolil)metil]-sulfeto} (3). Este composto foi preparado
de acordo com o método descrito para (1) utilizando o ligante bis[2-(3,5- dimetil-1-
pirazolil)metil]-sulfeto (86 mg, 0,25 mmol) e NiCl
2
·6H
2
O (60 mg, 0,25 mmol). Foi obtido um
sólido amarelo claro (78 mg, 70%). Análise elementar para C
20
H
18
Cl
2
N
4
NiS·2H
2
O:
58
Calculada: C, 34,65; H, 5,33; N, 13,47. Encontrada: C, 34,51; H, 5,12; N, 13,22. HRMS-ESI
[M-Cl]
+
, calculada para C
12
H
18
N
4
35
Cl
58
Ni
32
S: 343,02942. Encontrada: 343,0291. IV (pastilha
de KBr, cm
-1
): 3461 (f), 3278 (m), 3217(m), 3109 (f), 3033 (f), 2975 (f), 2925 (f), 2871 (f),
1622 (f), 1577 (F), 1467 (m), 1417 (m), 1290 (m), 1043 (m), 784 (m), 698 (m).
NiCl
2
{Bis[(3-fenil-pirazol)metil)]sulfeto} (4). Este composto foi preparado de
acordo com o método descrito para (1) utilizando o ligante bis[(3-fenil-pirazol)metil)]sulfeto
(0,06 g, 0,22 mmol) e NiCl
2
.6H
2
O (0,05 g, 0,21 mmol). Foi obtido um sólido verde claro
(0,074 g, 82%). Análise elementar para C
20
H
18
Cl
2
N
4
NiS·2H
2
O: Calculada: C, 46,91; H, 4,33;
N, 10,94. Encontrada: C, 46,72; H, 4,21; N, 10,72. HRMS-ESI [M-Cl]
+
, calculado para
C
20
H
18
N
4
35
Cl
58
Ni
32
S: 439,02942; encontrado: 439,0296. IV (pastilha de KBr, cm
-1
): 3357 (F),
3269(F), 3097 (f), 3066 (f), 3031 (f), 1623 (F) ,1564 (m), 1498 (m), 1473 (m),1454 (m),1357
(m),1319 (m),1265 (m),1224 (m),1120 (m),1097 (m),1074 (m),964 (m),792 (m),759 (F),686
(m).
Os espectros de IV são mostrados no Anexo A.
Reações de oligomerização
As reações de oligomerização foram realizadas em 100 mL de um reator de aço
inoxidável Parr com paredes duplas dotado de agitação mecânica, controlador interno de
temperatura e utilizado em fluxo contínuo de etileno (Figura 5). O reator Parr foi seco em um
forno a 120 °C por 5 h antes de cada reação de oligomerização e colocado sob vácuo por 30
min. Em uma reação típica, são introduzidos no reator, sob atmosfera de argônio, tolueno (30
mL) e o cocatalisador - MAO ou DEAC. O sistema é saturado com etileno e a reação de
oligomerização é iniciada com a adição do complexo de níquel ([Ni] =10 µmol) dissolvido em
tolueno (10 mL), sob atmosfera de etileno. Em seguida, o reator é pressurizado e a pressão é
mantida constante. Após 20 min, a reação é interrompida, o reator é resfriado a -70ºC, onde o
mesmo é despressurizado, seguido pela adição de 1 mL de etanol acidificado. O produto foi
analisado quantitativamente por cromatografia gasosa (GC), utilizando cicloexano como
padrão interno. Na reação usando fosfinas, foi adicionado ao reator sob argônio, 24 mL de
59
solvente, seguida pela adição da solução de fosfina em 8 mL do solvente, o cocatalisador;
então o reator é pressurizado e, finalmente, sob baixa pressão a reação é iniciada com a adição
da solução do catalisador.
Figura 5. Reator Parr 4843 utilizado nas reações de oligomerização.
Análise dos produtos
As análises quantitativas cromatográficas dos produtos da reação foram realizadas no
cromatógrafo Varian 3400CX (Figura 6) com uma coluna capilar Petrocol HD (metil silicone,
100 m de comprimento, 0,25 mm i.d., e espessura do filme de 0,5
µ
m) operando a 36
°
C por
15 min e aquecimento de 5
°
C/min até 250
°
C, cicloexano foi usado como padrão interno. As
temperaturas do injetor e do detector foram fixadas em 250°C. A análise segue o seguinte
procedimento: do reator é coletado aproximadamente 40 g de solução, em um tubo de ensaio
é adionado 10 % (0,3 g) de padrão interno em relação à massa de amostra retirada da fração
coletada do reator (3 g) e, finalmente, no cromatógrafo é injetado aproximadamente 2 µL da
solução contida no tubo de ensaio.
60
Figura 6. Cromatógrafo Varian Star 3400 CX.
Observação: Os resultados obtidos devem ser analisados considerando que a
temperatura de reação estabelecida inicialmente foi de 30 °C, porém ocorreu variação na
temperatura interna pelo fato de que são reações exotérmicas.
12 Resultados e discussões
Síntese dos ligantes tridentados (L1-L4)
Os ligantes tridentados (NZN) nitrogenados ou sulfurados usados neste estudo,
incluindo dois novos derivados (esquemas 38-39), foram sintetizados com altos rendimentos
com adaptação da tese
43,44
(ver sessão experimental). Os ligantes foram caracterizados por
espectroscopia de ressonância magnética nuclear de hidrogênio e de carbono (
1
H e
13
C) e por
espectroscopia na região do infra-vermelho.
N
N
H
+
O
H H
x
N
N
OH
N
N N N
R
N
R-NH
2
L1, R = Benzila
L2, R = Butila
CH
3
CH
2
Cl
2
24h, t.a.
Esquema 37. Síntese dos ligantes L1 e L2.
61
Nas figuras 7 a 9 são apresentados os espectros de infravermelho referentes aos
ligantes L1 e L2 desenvolvidos neste trabalho.
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
Transmitância (%)
Número de Ondas (cm
-1
)
A
B
C
D
E
F
G
H
Figura 7. Ligante Bis[2-(3,5- dimetil-pirazolil)metil]-benzilamina] (L1).
No infravermelho do ligante bis[(3,5- dimetil-pirazolil)metil]-benzilamina] (L1),
apresentado na Figura 7, pode ser verificada a presença das bandas de deformação axial C-H
aromático 3201 3029 cm
-1
(A), referente à presença da benzila no ligante. Outras bandas de
deformação axial de CH
3
e CH
2
alifáticos em 2981 – 2866 cm
-1
podem ser observadas (B). As
bandas entre 1955 1812 cm
-1
são de
overtones
, característicos de composto aromático (C).
Em 1556 cm
-1
banda de estiramento de C=C (D). Em 1456 - 1315 cm
-1
deformação angular
CH
3
e CH
2
(E). Banda de estiramento da ligação C-N de aminas aromáticas são observadas
em 1027 cm
-1
(F). As bandas referentes à deformação C-H aromático são observadas em 975
62
cm
-1
deformação angular no plano C-H (G), e em 811 - 700 cm
-1
deformação angular fora do
plano =C-H (H).
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
30
40
50
60
70
80
90
100
110
120
130
140
150
E
D
C
B
Transmitância (%)
Número de Ondas (cm
-1
)
A
Figura 8. Ligante Bis[2-(3,5- dimetil-pirazolil)metil]-butilamina] (L2).
No infravermelho do ligante bis[2-(3,5- dimetil-pirazolil)metil]-butilamina] (L2),
apresentado na Figura 8, pode ser verificada a presença das bandas de deformação axial C-H
aromático 3207 3033 cm
-1
(A) do pirazol. Bandas de deformação axial CH
3
e CH
2
alifáticos
2956 - 2871 cm
-1
(B) bem acentuadas caracterizando o ligante que apresenta carbonos
alifáticos. Em 1556 cm
-1
banda de deformação axial de C=C (C). Em 1460 – 1315 cm
-1
banda
de deformação angular CH
3
e CH
2
(D). Bandas de estiramento da ligação C-N de aminas
aromáticas são observadas em 1083 cm
-1
(E).
Os ligantes L3 e L4 (esquema 29) foram sintetizados pela reação de 3,5-dimetilpirazol
ou 3-fenilpirazol e paraformaldeído. A mistura foi aquecida durante 24h, a 120°C em um
63
frasco fechado, sob agitação magnética. Cristais brancos foram obtidos na parede do frasco
para L3 e L4. Os cristais foram solubilizados em CHCl
3
e uma solução de cloreto de tionil
em CHCl
3
foi adicionada gota-a-gota 0
°
C. A solução resultante foi refluxada por 4 h, a 60
ºC. Em seguida, o produto obtido é misturado a uma solução de hidróxido de sódio em
solução aquosa de etanol 50% e por último adicionado Na
2
S·9H
2
O (5,13 g, 21,4 mmol). A
solução foi refluxada por 3 h a 90 ºC produzindo os ligantes desejados.
O
H H
x
N N
OH
N N
R
2
Cl
SOCl
2
CHCl
3
HCl
.
N N
H
2
O/ethanol
NaOH
SN
N
N
N
R
2
+
R
2
R
2
L3
: R
1
, R
2
= Me
L4
: R
1
= H; R
2
= Ph
R
2
R
1
R
1
R
1
R
1
H
R
1
120
o
C
48 h
Na
2
S
.
9H
2
O
Esquema 38. Síntese dos ligantes L3 e L4.
O espectro de infravermelho do ligante L4 é apresentado na Figura 9.
64
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
-50
0
50
100
150
G
FE
D
C
B
Transmitância (%)
Número de Ondas (cm
-1
)
A
Figura 9. Ligante Bis[2-(3-fenil-pirazolil)metil]-sulfeto] (L4).
No infravermelho do Ligante Bis[2-(3-fenil-pirazolil)metil]-sulfeto] (L4), apresentado
na Figura 9, pode ser verificada a presença das bandas de deformação axial C-H aromático
3209 - 3035 cm
-1
do pirazol (A). Bandas de deformação axial CH
3
e CH
2
alifáticos 2973 -
2889 cm
-1
(B). As bandas entre 1955 - 1760 cm
-1
são de
overtone
, característico de composto
aromático (C). Em 1604 - 1458 cm
-1
banda de deformação axial de C=C (D). Em 1228 cm
-1
são caracterizadas bandas de estiramento da ligação C-N de aminas aromáticas (E). Em 1159
cm
-1
são observadas bandas de deformação angular no plano C-H (F). Entre 946 613 cm
-1
são observadas bandas de deformação angular fora do plano =C-H (G).
65
Complexos de níquel(II) contendo ligantes tridentados
A reação de NiCl
2
·6H
2
O com 1,1 equiv de ligante NZN em THF a temperatura
ambiente por 24 h produziu os correspondentes complexos de NiCl
2
(NZN)·2H
2
O (1-4)
(esquema 40), como foram isolados sólidos verde, verde claro e amarelo com altos
rendimentos (tipicamente 87-92%). Estes complexos mostraram moderada solubilidade em
diclorometano e metanol. Devido à natureza paramagnética destes complexos NiCl
2
(NZN),
estudos de
1
H RMN não foram possíveis. A identificação dos complexos 1-4 foi estabelecida
por análise elementar, espectroscopia na região do infravermelho que mostra um espectro em
função da frequência de estiramento das ligações químicas das moléculas em estudo,
apresentando bandas de absorção cuja unidade é o centímetro inverso (cm
-1
) que é
proporcional à energia de vibração e espectrometria de massa em alta resolução (HRMS) que
mostra um espectro cujo o pico principal é o pico correspondente ao íon molecular com carga
diferente dado por [M-Cl]
+
, através desta técnica pode-se obter uma fórmula molecular
porque as massas atômicas não são números interios.
1: Z = NBz; R
1
, R
2
= Me
2: Z = NBu; R
1
, R
2
= Me
3: Z = S; R
1
, R
2
= Me
4: Z = S; R
1
= H; R
2
= Ph
Z
N
N N
N
R
1
R
2
R
1
R
2
Z
N
N N
N
R
1
R
2
R
1
R
2
Ni
Cl Cl
THF, 24h, t.a.
L1-L4
NiCl
2
.6H
2
O
Esquema 39. Síntese dos complexos de níquel 1-4.
O comportamento dos complexos de níquel 1-4 na oligomerização do etileno foi
avaliado usando condições otimizadas recentemente estabelecidas para catalisadores de níquel
de 6 membros
5
, tolueno como solvente a 30ºC sob 20 bar de etileno e razões Al/Ni de 250. Os
resultados são apresentados na Tabela 1.
66
Tabela 1. Reações de oligomerização do etileno usando complexos 1-4.
a
Seletividade (%)
c
Entr. Cat
T
(
°
C)
Cocat.
Olig.
(mg)
FR
b
(10
3
·h
-1
)
C
4
α
-C
4
cis
-C
4
trans-C
4
α
-C
6
1 1
30 MAO 1,05 11,3 96,3 84,4 8,5 6,5 3,7
2
1 60 MAO 0,17 1,7 95,3 82,3 14,4 2,5 4,7
3 2 30 MAO 0,37 3,9 100 93,7 5,1 1,3 -
4 3 30 MAO 9,76 104,5 97,8 71,9 16,9 9,0 2,2
5 4 30 MAO 1,78 18,9 98,0 81,8 11,7 6,1 1,9
6
1
30 DEAC
6,47 69,8 100 81,3 10,6 8,1 -
7
2
30 DEAC
8,39 89,6 98,4 72,0 15,0 11,5 1,6
8
3
30 DEAC
8,50 91,0 98,2 72,5 14,7 11,0 1,7
9
d
3
30 DEAC
7,38 79,0 98,3 76,3 12,9 9,1 1,7
10 4 30 DEAC
3,19 33,9 98,0 77,6 12,8 9,1 1,9
a
Condições Reacionais: tolueno = 40 mL, [Ni] = 10,0 ± 0,5 µmol, P(etileno) = 20 bar, tempo de oligomerização
= 20 min, [Al]/[Ni] = 250. Os resultados mostrados são representativos de duplicatas.
b
Mol de etileno
convertido (mol de Ni)
-1
·h
-1
foi determinado quantitativamente por GLC.
c
C
n
, quantidade de olefinas com n
átomos de carbono em oligômeros; α-C
n
, quantidade de alceno teminal na fração; C
n
, quantidade determinada
por GLC.
d
[Al]/[Ni] = 50.
Sob ativação com MAO, todos os sistemas são ativos na dimerização do etileno.
Moderadas freqüências de rotação (FRs) entre 3.900 e 18.900 h
1
foram obtidas com 1-2 e 4
(entradas 1, 3 e 5). O sistema catalítico 3, que contém um ligante com ponte de enxofre e
metilas com substituintes nas posições 3 e 5 dos anéis dos pirazóis, apresentou uma alta FR de
104.500 h
1
. Um típico cromatograma dos produtos obtidos usando 3 é mostrado na Figura
10. Uma tendência similar na atividade tem sido observada usando catalisadores de 6
membros de níquel e cromo.
5,xlv
67
Figura 10. Cromatograma dos produtos da reação empregando NiCl
2
{Bis[2-(3,5-
dimetil-1-pirazolil)metil]-sulfeto]} 3, FR = 104.500 h
-1
. (30ºC,
[Ni] = 10,0
±
0,5
µ
mol,
P(etileno) = 20 bar, tempo de oligomerização = 20 min, MAO [Al]/[Ni] = 250 ). Na
coordenada yIntensidade (mVolts), e na coordenada xTempo de retenção (min). Sendo A
eteno; B buteno-1; C
cis
buteno-2, D
trans
buteno-2; E hexeno-1; F cicloexano
(padrão interno) e G – tolueno.
O desempenho catalítico para dimerização de etileno é substancialmente influenciado
pelo tipo de ligante como pode ser visto na Figura 11. Assim, o catalisador 1 que contém
N
-
benzila como substituinte é 3 vezes mais ativo do que o catalisador que contém
N
-butila.
Entretanto, no último caso, a seletividade para buteno-1 foi melhor chegando a 93,7% com
mínima produção de butenos-2 e hexeno. Também, a presença de grupos mais volumosos
como a fenila (comparados com grupos metilas) ligados aos grupos pirazolil determina um
grande decréscimo na atividade catalítica para os sistemas (NSN)Ni
(II)
baseados nos
complexos 3 e 4 (comparar entradas 4 e 5). Com base nestes resultados podemos observar que
um aumento na atividade catalítica provoca uma diminuição na seletividade, porque os
produtos formados, como buteno-1, entram no ciclo catalítico e se isomerizam, por isso essas
grandezas são inversamente proprocionais.
y
x
68
MAO DEAC
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
Frequência de Rotação (10
3
.h
-1
)
1
2
3
4
Figura 11. Dependência da FR com relação ao tipo de cocatalisador empregado nas
reações de oligomerização (30
°
C, 20 bar, [Al]/[Ni] = 250).
Além disso, os sistemas contendo ligantes bis(pirazolil) com pontes sulfuradas, como
o catalisador NiCl
2
{Bis[2-(3,5-dimetil-1-pirazolil)metil)]sulfeto} (3, FR = 104.500 h
-1
) que
apresentou uma atividade quase 2 vezes mais alta do que NiCl
2
{Bis[2-(3,5-dimetil-
pirazolil)etil)]sulfeto} (5, FR = 57.200 h
-1
)
5
, mostra que a formação de um sistema ciclo-a-
cinco confere ao catalisador uma maior estabilidade (Figura 12). Adicionalmente, não foi
observado significante impacto sobre a seletividade para buteno-1 que permaneceu em torno
de 70-73%.
3
S
N
N N
N
Ni
Cl
Cl
5
1
2
3
4
5
6
1
2
3
4
5
S
N
N N
N
Ni
Cl Cl
Figura 12. Comparação estrutural entre 3 e 5.
69
Para todos os complexos de níquel 1-4 ativados com MAO, a seletividade para
butenos, especialmente para buteno-1, é alta alcançando 81,1 - 93,7% do total de olefinas
formadas nas reações de oligomerizações sob estas condições. Quantidades maiores de
buteno-2 (cerca de 26%) são produzidas por 3. Em todos os casos, foram produzidas nimas
quantidades de hexenos
xlvi
e não foi detectado polímero.
Para o sistema 1/MAO, o aumento da temperatura de 30 para 60ºC resultou em um
notável decréscimo da FR de 11.300 para 1.700 h
-1
, este efeito pode ser explicado pela parcial
desativação das espécies ativas à alta temperatura por decomposição do catalisador.
Ativação de complexos de quel 1-4 com cloreto de dietilalumínio (DEAC) produz
em geral sistemas mais ativos (FR variando de 33.900 a 91.000 h
-1
), embora reduz a
seletividade para buteno-1 (72,0 - 81,3%), aumentando simultanemente a produção de
maiores quantidades de butenos-2 (18,7 - 25,7%), como pode ser visto na Figura 13. É
interessante notar que a FR dos sistemas baseados em 1 e 2 sob ativação com DEAC são
similares, alcançando 69.800 e 89.600 h
-1
, respectivamente (entradas 6, 7). A dependência da
seletividade sobre a natureza do cocatalisador sugere que estes ativadores agem também como
ligantes ligados ao centro do níquel influenciando o desempenho catalítico observado
xlvii
.
MAO, que é uma mistura de oligômeros ciclo/gaiola, é muito maior que o DEAC e tem um
efeito mais pronunciado sobre a seletividade do sistema. A atividade é similar dos sistemas 1-
70
3/DEAC.
1/M
A
O
2/MAO
3
/MA
O
4/
MA
O
1
/D
EA
C
2
/D
E
AC
3/DEAC
4
/D
EA
C
0
20
40
60
80
100
C4 - Distribuição de Olefinas (%)
C4
α-C4
cis-C4
trans-C4
Figura 13. Influência do alquilalumínio e tipo de catalisador sobre a seletividade para
buteno-1 (30
°
C, 20 bar, [Al]/[Ni] = 250).
Quando ativado com 50 equiv de DEAC, o complexo 3 promove uma alta atividade
(FR = 79.000 h
-1
). A possibilidade para uso de algumas quantidades de cocatalisador é
obviamente uma interessante característica destes sistemas catalíticos.
Nos sistemas catalíticos desenvolvidos neste trabalho, acreditamos que ocorra o
mecanismo apresentado no esquema 40, que está de acordo com a proposta de Lutz e
colaboradores
12
para complexos de níquel.
71
Ni
Cl
N
E
N Cl
Ni
Cl
N
E
N Me
Ni
N
E
N Me
Ni
N
E
N Me
Ni
N
E
N
Ni
N
E
N
Ni
N
E
N
Ni
N
E
N
H
β-eliminação
Coordenação
Deslocamento 1,2
Coordenação
Deslocamento 1,2
Ni
N
E
N
H
Ni
N
E
N
Ni
N
E
N
Ni
N
E
N
Coordenação
Deslocamento 1,2
Coordenação
β-eliminação
EtAlCl
2
EtAlCl
2
Esquema 40. Mecanismo catalítico proposto para complexos de Ni(NZN).
Reações de dimerização do etileno com catalisadores de Ni
II
na presença de
fosfinas: Influência do ligante auxiliar na FR e seletividade
A utilização de fosfinas como um ligante auxiliar em processos de oligomerização de
olefinas catalisadas por complexos de níquel (II) tem provado ser um estratégia importante
para proporcionar um aumento na atividade catalítica.
xlviii
Neste sentido, estudos foram
72
efetuados utilizando o catalisador NiCl
2
{Bis[2-(3,5-dimetil-1-pirazolil)etil)]éter}
5
(6, Figura
14) na presença de trifenilfosfina (PPh
3
). As reações de oligomerização do etileno foram
realizadas em tolueno a 30
°
C e utilizando metilaluminoxano MAO ou DEAC como
cocatalisadores. Os resultados são mostrados na Tabela 2.
O
N
N N
N
Ni
Cl
Cl
6
Figura 14. Catalisador usado nas reações de oligomerização na presença de fosfina.
73
Tabela 2. Resultados da oligomerização de etileno utilizando 6 na presença de
trifenilfosfina.
a
Seletividade (%)
c
Entr.
PPh
3
(quant.)
Quant.
(
µ
mol)
Olig.
(mg)
FRs
b
(10
3
·h
-1
)
C
4
C
4
(
α
-C
4
)
C
4
(cis-C
4
)
C
4
(trans-C
4
)
C
6
(
α
-C
6
)
1 - 10 0,68 7,1 98,7 87,5 7,3 3,9 1,3
2 0,5 equiv 10 7,77 81,4 99,3 24,1 23,7 51,6 0,7
3 1 equiv 10 12,42 113,4 99,8 16,2 36,0 47,6 0,2
4 10 equiv 10 7,95 83,5 99,7 31,5 27,9 40,5 0,3
5
d
1 equiv 10 1,86 77,9 99,7 41,6 20,4 37,7 0,3
6
e
1 equiv 10 8,28 43,3 99,7 20,4 26,5 52,8 0,3
7 1 equiv 3 4,41 154,2 100,0 24,4 27,1 48,5 -
8
f
1 equiv 10 11,94 125,4 100,0 32,1 43,1 24,8 -
a
Condições Reacionais: tolueno = 40 mL, [Ni] = 10,0 ± 0,5 µmol, P(etileno) = 20 bar, tempo de oligomerização
= 20 min, Al/Ni = 250, 30ºC. Os resultados mostrados são representativos de duplicatas.
b
Mol de etileno
convertido (mol de Ni)
-1
·h
-1
foi determinado quantitativamente por GLC.
c
C
n
, quantidade de olefinas com n
átomos de carbono em oligômeros; α-C
n
, quantidade de alceno teminal na fração; C
n
, quantidade determinada
por GLC.
d
Tempo de reação 5 min.
e
Tempo de reação 40 min.
f
Reação com DEAC.
O catalisador de Ni
II
(6) mostrou ser ativo na dimerização do etileno com uma FR de
7.100 h
-1
e uma seletividade para buteno-1 de 87,5% (Tabela 2, entrada 1). A reação de
oligomerização com 1 equiv de PPh
3
(Tabela 2, entrada 3) mostrou que a presença deste
ligante auxiliar determina um aumento na FR da ordem de 16 vezes (113.400 h
-1
). As reações
de oligomerização utilizando quantidades menores de PPh
3
(0,5 equiv, entrada 2) ou maiores
(10 equiv, entrada 4) também proporcionam um aumento na FR = 81.400 e 83.500 h
-1
respectivamente. Entretanto estes aumentos são menores do que aquele obtido com 1 equiv de
PPh
3
, indicando que para este sistema catalítico a quantidade ótima de PPh
3
é de 1 equiv. O
fato de existir uma FR maior na presença de um ligante auxiliar, sugere que a PPh
3
deve
proporcionar um aumento na estabilidade do catalisador através da coordenação desta ao
átomo de Ni
II
, associando e dissociando-se do átomo de níquel, protegendo as espécies ativas
formadas.
74
No que tange a seletividade, observa-se que a presença da PPh
3
no meio reacional
proporciona uma diminuição acentuada na produção de buteno-1, passando este de 87,5 %
(sem PPh
3
, entrada 1) para somente 16,2 % (1 equiv de PPh
3
, entrada 3). Conseqüentemente,
observa-se um aumento considerável na produção de buteno-2 que corresponde a 83,6 % da
fração de C
4
, sendo esta distribuída em 36,0 % de
cis
-C
4
e 47,6 % de
trans
-C
4
, como pode ser
observado na Figura 15. A quantidade de fração
trans
está relacionada a maior estabilidade
desta molécula com relação ao isômero
cis
. Observa-se que a presença de PPh
3
no meio
reacional não determina mudança significativa na quantidade de C
4
, ficando esta entre 98,7 e
99,8 %, entretanto pode-se verificar que à medida que aumenta a quantidade de PPh
3
observa-
se uma diminuição na produção de trans-C
4
, como pode ser visto na Figura 16
Figura 15. Cromatograma dos produtos da reação empregando NiCl
2
{Bis[2-(3,5-
dimetil-1-pirazolil)etil)]éter} 6, FR = 113.400 h
-1
. (30ºC,
[Ni] = 10,0
±
0,5
µ
mol, P(etileno) =
20 bar, tempo de oligomerização = 20 min, MAO [Al]/[Ni] = 250, 1 equiv de PPh
3
). Na
coordenada yIntensidade (mVolts), e na coordenada xTempo de retenção (min). Sendo A
eteno; B buteno-1; C
cis
buteno-2, D
trans
buteno-2; E cicloexano (padrão interno) e
F – tolueno.
y
x
75
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Seletividade (%)
0,
0
P
P
h3
0,
5
P
P
h3
1
P
P
h
3
10 P
P
h3
alfa-C4
cis-C4
trans-C4
alfa-C6
Figura 16. Influência da quantidade de PPh
3
com relação à distribuição dos produtos
na fração C
4
e C6.
Considerando que a presença de 1 equiv de PPh
3
determina maior FR, um estudo
adicional foi efetuado objetivando avaliar o efeito do tempo de reação sobre a FR e
distribuição dos produtos na fração C
4
. Neste sentido foram efetuadas reações em tempos de
5, 20 e 40 min mantendo-se os outros parâmetros reacionais constantes (tolueno, P
eteno
= 20
bar, razão molar [Al]/[Ni] = 250, 30
°
C). Pelos resultados apresentados na Tabela 2, observa-
se que a maior FR é obtida com 20 min de reação (113.400 h
-1
). A FR de 77.900 h
-1
obtida
com 5 min de reação, a qual é menor do que aquela obtida em 20min, sugere fortemente que
existe um tempo de indução na formação do catalisador e que o período de 5 min não é o
suficiente para formação da totalidade das espécies cataliticamente ativas. Por outro lado, a
menor FR obtida em 40 min de reação (43.300 h
-1
) deve estar associada a parcial
decomposição das espécies catalíticas.
76
O monitoramento da seletividade versus o tempo de reação mostra que aumentando o
tempo de reação de 5 min para 40 min, observa-se um aumento da quantidade de
trans
-
buteno-2 no meio reacional e a gradativa diminuição da quantidade de buteno-1 (Figura 17).
Estes dados indicam que além da influência da PPh
3
, a qual proporciona a formação inicial de
uma certa quantidade de butenos-2, à medida que o tempo passa existe um processo de
isomerização, convertendo parte da fração de buteno-1 para
trans
-buteno-2 e
cis
-buteno-2, e
esta, ainda é convertida a
trans
-buteno-2 que é mais estável (Figura 18).
0
10
20
30
40
50
60
Distribuição dos produtos em C
4
5
m
i
n
2
0
m
i
n
4
0
m
i
n
alfa-C4
cis-C4
trans-C4
Figura 17. Influência do tempo de reação sobre a seletividade para buteno-1 (30
°
C,
20 bar, [Al]/[Ni] = 250).
O
N
N
N
N
Ni
Cl
Cl
6
MAO, eteno
+
+
5 min
40 min
+
isomerização
tempo 5 min --- 40 min
PPh
3
Figura 18. Processo de isomerização em função do tempo de reação.
77
Estudos relacionados à influência da concentração de catalisador no reator mostraram
que a redução de 10 para 3
µ
mol proporcionou um aumento na FR de 113.400 h
-1
para
154.200 h
-1
(Tabela 2, entrada 3 e 7), sugerindo que o emprego de uma menor quantidade de
catalisador determina uma menor desativação das espécies cataliticamente ativas, devido ao
fato de que não uma grande variação na temperatura interna da reação não atingindo
temperaturas acima de 45°C e minimizando o efeito exotérmico da reação
1
destes.
Analisando a influência do cocatalisador utilizado (Tabela 2, entradas 3 e 8),
observou-se que quando usado DEAC resultou numa maior freqüência de rotação, e maior
seletividade para buteno-1, e não há produção da fração C
6
. Este sistema mostrou ser mais
ativo e seletivo para o produto desejado, do que quando usado MAO, certamente porque o
DEAC, ao se aproximar das espécies ativas como contra-íon, provoca menor impedimento
estéreo que o MAO.
Objetivando verificar se ocorre um processo de isomerização em solução, foram feitas
as quantificações dos produtos em função do tempo. Neste sentido, foi realizada uma reação
de oligomerização usando 1 equiv de PPh
3
, 10
µ
móis do catalisador 6, 20 min, 20 atm, 30 ºC,
40 mL de tolueno, Al/Ni = 250. Os produtos foram analisados por CG logo após o término da
reação e, então, guardados no freezer. Após 24 hs da primeira injeção foi analisada a mesma
fração retirada do reator e por último após 48 hs outra análise da mesma amostra coletada do
reator, a cada injetada a solução foi agitada antes de coletar a amostra, neste sistema não
houve a adição de etanol acidificado após o término da reação. Os resultados são apresentados
na Tabela 3.
Tabela 3. Análise do processo de isomerização em função do tempo das reações na
presença de trifenilfosfina.
Seletividade (%)
c
Entrada
Tempo
Olig.
(mg)
FRs
b
(10
3
·h
-1
)
C
4
C
4
(
α
-C
4
)
C
4
(cis-C
4
)
C
4
(trans-C
4
)
C
6
(
α
-C
6
)
1 20 min 11222 117,8 96,2 21,1 26,3 48,8 3,8
1
Variação entre a temperatura inicial de reação e aquela obtida após o contato do catalisador de níquel com o
MAO.
78
2 24 h 13111 137,7 95,9 9,6 33,5 52,7 4,1
3 48 h 8238 84,5 95,7 9,4 33,5 52,8 4,3
a
Condições Reacionais: tolueno = 40 mL, [Ni] = 10,0 ± 0,5 µmol, P(etileno) = 20 bar, tempo de oligomerização
= 20 min, [Al]/[Ni] = 250. Os resultados mostrados são representativos de duplicatas.
b
Mol de etileno
convertido (mol de Ni)
-1
·h
-1
foi determinado quantitativamente por GLC.
c
C
n
, quantidade de olefinas com n
átomos de carbono em oligômeros; α-C
n
, quantidade de alceno teminal na fração; C
n
, quantidade determinada
por GLC.
d
Reação de oligomerização feita na presença de padrão interno.
Observando os resultados obtidos na Tabela 3, um pequeno aumento na
isomerização de
α
-C
4
para cis-C
4
e trans-C
4
quando o tempo variou de 20 min para 24 h,
α
-C
4
- 21,1 para 9,6 %, respectivamente, e após 48 h a seletividade dos produtos permaneceu em
9,4 % de seletividade para buteno-1 (Tabela 3) . Portanto, um processo de isomerização
em função do tempo, e ao transcorrer 48 h do término da reação o sistema não continua se
isomerizando sugerindo a desativação da espécie catalítica.
Com o objetivo de avaliar os efeitos estéricos e eletrônicos da fosfina sobre a FR e
seletividade foram feitos alguns estudos preliminares utilizando a trifenilfosfina [A, PPh
3
],
difenilciclohexilfosfina [B, PPh
2
Cy] e tris(4-(trifluormetil)fenil)fosfina [C, P(PhCF
3
)
3
]. As
reações de oligomerização foram efetuadas em tolueno a 30
°
C na presença de MAO como
cocatalisadores ([Al]/[Ni] = 250) e pressão de etileno de 20 bar. Os resultados são
apresentados na Tabela 4.
P
P
P
CF
3
F
3
C
CF
3
A
B
C
Esquema 41. Fosfinas (A-C) empregadas nas reações de oligomerização.
Tabela 4. Resultados da oligomerização de etileno usando 6/fosfinas (A-C).
a
Seletividade (%)
c
Entrada
Fosfina
Olig.
(mg)
TOF
b
(10
3
·h
-1
)
C
4
C
4
(
α
-C
4
)
C
4
(cis-C
4
)
C
4
(trans-C
4
)
C
6
(
α
-C
6
)
1 PPh
3
(A) 12421 113,4 99,8 16,2 36,0 47,6 0,2
79
2 PPh
2
Cy (B) 9590 100,5 97,9 18,0 22,9 57,0 2,1
3 P(PhCF
3
)
3
(C) 6684 70,0 99,5 27,7 27,4 44,4 0,5
a
Condições Reacionais: tolueno = 40 mL, [Ni] = 10,0 ± 0,5 µmol, P(etileno) = 20 bar, tempo de oligomerização
= 20 min, [Al]/[Ni] = 250. Os resultados mostrados são representativos de duplicatas.
b
Mol de etileno
convertido (mol de Ni)
-1
·h
-1
foi determinado quantitativamente por GLC.
c
C
n
, quantidade de olefinas com n
átomos de carbono em oligômeros; α-C
n
, quantidade de alceno teminal na fração; C
n
, quantidade determinada
por GLC.
É estabelecido que a presença do grupo ciclohexila ligada ao átomo de fósforo (ligante
B) confere uma maior basicidade com relação à trifenilfosfina (ligante A), como mostrado
na revisão bibliográfica deste trabalho, fosfinas mais básicas se coordenam mais fortemente
ao metal aumentando os valores de
β
-eliminação, porém nos testes catalíticos mostrados na
Tabela 4 isto não ocorre, observa-se que o emprego do ligante B resulta em uma ligeira
diminuição da FR (100,5 x 10
3
h
-1
) em relação àquela obtida com o ligante A (113,4 x 10
3
h
-
1
). Esta diminuição pode estar associada ao fato de que o ligante B além do efeito eletrônico
deve estabelecer um efeito estéreo o qual pode determinar esta FR menor.
Por outro lado, se a habilidade de coordenação do ligante L é menor do que da PPh
3
,
como uma fosfina menos básica (C), a razão de crescimento de cadeia aumenta, diminuindo
os valores de
β
-eliminação o que justificaria a menor FR (70,0 x 10
3
h
-1
).
80
13 Conclusões
Foi sintetizada e caracterizada uma nova classe de complexos de Ni
II
baseados em
ligantes tridentados do tipo NZN (Z = N, S) que forma anéis de 5 membros. Estes complexos
em associação com alquilalumínio (MAO ou DEAC), proporcionam a formação de sistemas
catalíticos ativos para dimerização seletiva de eteno para buteno-1. Nossos resultados
mostraram que a diminuição do tamanho do anel quelato (sistema ciclo-a-6 para sistema
ciclo-a-5) resulta em maior FR, sugerindo que a formação de um sistema ciclo-a-5 confere ao
catalisador uma maior estabilidade do que sistema ciclo-a-seis. Não foi observado significante
impacto do tamanho do anel quelato sobre a seletividade para buteno-1. Freqüência de rotação
e seletividade são dependentes da natureza do alquilalumínio empregado nas reações de
oligomerização, sugerindo que estes ativadores agem também como ligantes para o centro do
níquel de espécies ativas. O sistema baseado no complexo 3 na presença de quantidade
mínima de DEAC ([Al]/[Ni] = 50) mostra alta atividade (FR = 79.000 h
1
) para
oligomerização associada com boa seletividade para buteno-1 (76.3%).
Os estudos relacionados ao efeito do ligante auxiliar mostraram que a adição da PPh
3
proporciona a formação de um sistema altamente ativo, por outro lado este aumento na FR
determina uma perda significativa na seletividade para buteno-1. Usando diferentes fosfinas,
foram observados que os efeitos estéreo e eletrônico influenciam na atividade e seletividade
catalítica destes sistemas.
81
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] Kunrath, F. A; Souza, R. F; Casagrande, O. L., Jr.; Brooks, N. R.; Young V. G., Jr.;
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[
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] (a) Britovsek, G. J. P.; Baugh, S. P. D.; Hoarau, O.; Gibson, V. C.; Wass, D. F.; White,
A. J. P.; Williams, D. J.;
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(b) Sun, W-H.; Wang, K.; Wedeking, K.; Zhang, D.; Zhang, S.; Cai, J.; Li, Y.;
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(c) Zhang, M.; Zhang, S.; Hao, P.; Jie, S.; Sun, W-H.; Li, P.; Lu, X.;
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(d) Champouret, Y. D. M.; Maréchal, J-D.; Chaggar, R. K.; Fawcet, J.; Singh, K.; Maseras,
F.;Solan, G. A.;
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(e) Fan, R.; Yang, Y-L.; Lü, Z-W.;
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, 2008,
24
, 4.
[
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] Sun, W-H.; Zhang, S.; Jie, S.; Zhang, W.; Li, Y.; Ma, H.; Chen, J.; Wedeking, K.;
Fröhlich, R.;
J. of Organom. Chem.
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[
xxxiv
] Chen, Y.; Hao, P.; Zuo, W.; Gao, K.; Sun, W-H.;
J.l of Organom. Chem.
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[
xxxv
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J. of Mol. Catal. A: Chem.
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[
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Organom. Chem.
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[
xxxviii
] Shen, M.; Hao, P.; Sun, W-H.;
J. of Organom. Chem.
, 2008,
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, 1683.
[
xxxix
] Tolman, C.;
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, 1977,
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, 313.
[
xl
] Monteiro, A. L.; Souza, M. O.; Souza, R. F.;
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, 1996,
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, 331.
[
xli
] Heinicke J.; Köhler M.; Peulecke N.; Keim W.;
J. Catal.
; 2004,
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,16.
[
xlii
] (a) Sun,W-H.; Zhang, W.; Gao, T.; Tang, X.; Chen, L.; Li, Y.; Jin, X.;
J. of Organom.
Chem.
, 2004,
689
, 917.
[
xliii
] (a) Julia, S.; Martinez-Martorell, C.; Elguero, J.;
Heterocycles
, 1986,
24
, 2233.
(b) Katritzky, A. R.; Lam, J. N.;
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, 1989, 67, 1144.
[
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] (a) Malachowski, M. R.; Davidson, M. G.;
Inorg. Chim. Acta
, 1989,
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, 199.
(b) Touzani, R.; Ramdani, A.; Ben-Hadda, T.; El Kadiri, S.; Maury, O.; Le Bozec, H.;
Dixneuf, P. H.;
Synth. Commun.
, 2001,
31
, 1315.
[
xlv
] Junges, F.; Kuhn, M. C. A.; Santos, A. H. D. P.; Rabello, C. R. K.; Thomas, C. M.;
Carpentier, J.-F.; Casagrande, Jr., O. L.;
Organometallics
,
2007,
26
, 4010.
[
xlvi
] Alguns isômeros de hexenos foram detectados em GLC, dos quais hexeno-1 é o mais
abundante (ca.
>
90%). Devido a baixa amostra total de C6 formado, outros isômeros de
hexeno não puderam ser quantificados precisamente.
[
xlvii
] (a) Corker, J. M.; Evans, J.;
J. Chem. Soc., Chem. Commun.
, 1991, 1104. COMUT
(b) Souza, R. F.; Simon, L. C.; Alves, M. C. M.;
J. Catal.
2003,
214
, 165.
[
xlviii
] (a) Sun, W.-H.; Tang, X.; Gao, T.; Wu, B.; Zhang, W.; Ma, H.;
Organometallics
2004,
23, 5037;
(b) Zhang, W.; Sun, W.-H.; Wu, B.; Zhang, S.; Ma, H.; Li, Y.; Chen, J.; Hao, P.;
J.
Organomet. Chem.
2006, 691, 4759
(c) Wang, L.; Sun, W.-H.; Han, L.; Yang, H.; Hu, Y.; Jin, X.;
J. of Organom. Chem.
, 2002,
658, 62.
(d) Mecking, S.;
Angew. Chem. Int. Ed.
2001, 40, 534;
(e) Shao, C.; Sun, W.-H.; Li, Z.; Hu, Y.; Han, L.;
Catal. Comm.
2002, 3, 405.
86
1 ANEXO a
Segue abaixo os espectros na região do infra-vermelho dos catalisadores (1-4).
4000 3000 2000 1000
20
40
60
F
E
D
C
B
Transmitância (%)
Número de Ondas (cm
-1
)
A
Figura A-1. Catalisador NiCl
2
{Bis[2-(3,5- dimetil-1-pirazolil)metil]-benzilamina]} 1.
Acima de 3000 cm
-1
deformação C-H aromático, 3253 3026 cm
-1
. A. Deformação
axial CH
3
e CH
2
alifáticos 2998 - 2918 cm
-1
. B. Deformação axial de C=C 1628 - 1464 cm
-1
.
C. Deformação angular CH
3
e CH
2
1421 1365 cm
-1
. D. Estiramento da ligação C-N de
aminas aromáticas 1299 1267 cm
-1
. E. Deformação angular no plano C-H 1051 - 979 cm
-1
.
F. Deformação angular fora do plano =C-H 746 - 624 cm
-1
.
87
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
10
20
30
40
50
60
70
F
E
D
C
B
Transmitância (%)
Número de Ondas (cm
-1
)
A
Figura A-2. Catalisador NiCl
2
{Bis[2-(3,5- dimetil-1-pirazolil)metil]butilamina]} 2.
Acima de 3000 cm
-1
deformação C-H aromático, 3220 cm
-1
. A. Deformação axial CH
3
e CH
2
alifáticos 2962 – 2877 cm
-1
. B. Deformação axial de C=C 1639 - 1556 cm
-1
. C.
Deformação angular CH
3
e CH
2
1467 1394 cm
-1
. D. Estiramento da ligação C-N de aminas
aromáticas 1303 1118 cm
-1
. E. Deformação angular no plano C-H 1056 - 973 cm
-1
. F.
Deformação angular fora do plano =C-H 889 - 713 cm
-1
.
88
4000 3000 2000 1000
30
60
90
G
F
E
D
C
B
Transmitância (%)
Número de Ondas (cm
-1
)
A
Figura A-3. Catalisador NiCl
2
{Bis[2-(3,5- dimetil-1-pirazolil)metil]-sulfeto]} 3.
A. Deformação axial C-H aromático 3357 - 3031 cm
-1
. B. Deformação axial CH
3
e
CH
2
alifáticos 2979 2871 cm
-1
. C. Deformação axial de C=C 1623 - 1564 cm
-1
. D.
Deformação angular CH
3
e CH
2
1498 1319 cm
-1
. E. Estiramento da ligação C-N de aminas
aromáticas 1265 1120 cm
-1
. F. Deformação angular no plano C-H 1097 964 cm
-1
. G.
Deformação angular fora do plano =C-H 792 - 686 cm
-1
.
89
4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500
20
25
30
35
40
F
E
D
C
B
Tranmitância (%)
Número de Ondas (cm
-1
)
A
Figura A-4. Catalisador NiCl
2
{Bis[2-(3-fenil-pirazolil)metil]-sulfeto]} 4.
Acima de 3000 cm
-1
deformação C-H aromático. A. Deformação axial de C=C 1622
cm
-1
. B. Deformação angular CH
3
e CH
2
1577 – 1417 cm
-1
. C. Estiramento da ligação C-N de
aminas aromáticas 1290 cm
-1
. D e E. Deformação angular no plano C-H 1043 cm
-1
. F.
Deformação angular fora do plano =C-H 784 - 698 cm
-1
.
90
Alguns dos cromatogramas obtidos na análise dos produtos por Cromatagrafia Gasosa
são apresentados nas figuras a seguir.
Figura A-5. Cromatograma dos produtos da reação empregando Catalisador
NiCl
2
{Bis[2-(3,5- dimetil-1-pirazolil)metil]butilamina]} 2, FR = 3.900 h
-1
. (30ºC,
[Ni] = 10,0
±
0,5
µ
mol, P(etileno) = 20 bar, tempo de oligomerização = 20 min, MAO [Al]/[Ni] = 250).
Sendo A eteno; B buteno-1; C
cis
buteno-2, D
trans
buteno-2; E - hexeno ; F -
cicloexano (padrão interno) e G – tolueno.
91
Figura A-6. Cromatograma dos produtos da reação empregando Catalisador
NiCl
2
{Bis[2-(3,5- dimetil-1-pirazolil)metil]-sulfeto]} 3, FR = 91.000 h
-1
. (30ºC,
[Ni] = 10,0
±
0,5
µ
mol, P(etileno) = 20 bar, tempo de oligomerização = 20 min, DEAC [Al]/[Ni] = 250).
Sendo A – eteno; B – buteno-1; C
cis
buteno-2, D
trans
buteno-2; E - hexeno ; F – hexano
do cocatalisador; G - cicloexano (padrão interno) e H – tolueno.
92
Figura A-7. Cromatograma dos produtos da reação empregando NiCl
2
{Bis[2-(3,5-
dimetil-1-pirazolil)etil)]éter} 6, FR = 100.500 h
-1
. (30ºC,
[Ni] = 10,0
±
0,5
µ
mol, P(etileno) =
20 bar, tempo de oligomerização = 20 min, MAO [Al]/[Ni] = 250, 1 equiv de PPh
2
Cy ).
Sendo A eteno; B buteno-1; C
cis
buteno-2, D
trans
buteno-2; E - hexeno ; F -
cicloexano (padrão interno) e G – tolueno.
Nas figuras a seguir são apresentados espectros de RMN H
+
.
Figura A-8. Espectro de RMN H
+
de 1-(Hidroximeti1)-3-fenilpirazol.
93
Figura A-9. Espectro de RMN H
+
de 1-(Clorometil)-3-fenilpirazol Hidrocloreto.
94
Figura A-10. Espectro de RMN H
+
de Bis[(3-fenil-pirazolil)metil)]sulfeto (L4).
Os experimentos abaixo elencados não constam como resultados desta tese, uma vez
que não apresentaram resultados satisfatórios, por isso estão no Anexo A em caráter
informativo.
Comparação entre Cilo-a-seis e Ciclo-a-cinco na presença de PPh
3
Tabela A5. Resultados da oligomerização de etileno Cilo-a-seis e Ciclo-a-cinco na
presença de PPh
3
.
a
Seletividade (%)
c
Ent.
Cat
Cocat Mol
(micro)
Olig.
(mg)
FR
b
(10
3
·h
-1
)
C
4
C
4
(
α
-C
4
)
C
4
(cis-
C
4
)
C
4
(trans-
C
4
)
C
6
(
α
-C
6
)
1
1
MAO 10 3379 36,4 100,0 20,0 25,7 54,3 -
2
3
MAO 10 3267 35,0 100,0 17,3 27,9 54,8 -
3
6
MAO 10 12421
113,4 99,79 16,23 36,02 47,58 0,21
4
1
MAO 3 1301 45,1 100,0 61,0 16,2 22,8 -
5
6
MAO 3 4407 154,2 100,0 24,4 27,1 48,5 -
6
3
DEAC 10
6015 64,4
1
00,0
4
6,6
3
3,4
2
0,1
-
7
6
DEAC 10 11942
125,4 100,0 32,1 43,1 24,8 -
a
Condições reacionais: tolueno = 40 mL, tempo de oligomerização = 20 min, P
etileno
= 20 atm, MAO
Al/Ni = 250, 10µmol de Ni, 30ºC. Os resultados apresentados são representativos e os experimentos foram
realizados em duplicatas.
b
Mol de etileno convertido (mol of Ni)
-1
·h
-1
foi determinado quantitativamente por
GLC.
c
C
n
, quantidade de olefinas com n átomos de carbono em oligômeros; α-C
n
, quantidade de alceno teminal
na fração C
n
, quantidade determinada por GLC.
Conforme Tabela 5, entradas 1, 2 e 3, complexos ciclo-a-cinco com PPh
3
no meio
reacional são mais seletivos para buteno-1, do que ciclo-a-seis, usando como cocatalisador
MAO. O sistema com catalisador 3 e PPh
3
no meio reacional não aumentam a FR em relação
ao mesmo sistema sem a presença da fosfina, ao contrário ocorre com o complexo 1, a FR
95
aumenta com a presença de fosfina (ver Tabela 1 dos resultados da tese), não tanto quanto ao
sistema com o complexo 6.
Reações em CH
2
Cl
2
“in situ”
As reações com diclorometano foram realizadas
in situ
”, o ligante oxigenado - Bis[2-
(3,5-dimetil-1-pirazolil)etil)]éter – e o Ni(DME)Cl
2
foram misturadas e agitados 10 min antes
de serem adicionados ao reator para iniciar a reação. Foi usada razão Al/Ni = 250 - MAO
como cocatalisador, 40 mL diclorometano, 30 ºC, 20 bar, 10
µ
móis de ligante para 10
µ
móis
de aduto.
Tabela A6. Resultados da oligomerização de etileno “
in situ
” em CH
2
Cl
2
.
a
Seletividade (%)
c
Entr
ada
Olig.
(mg)
FRs
b
(10
3
·h
-1
)
C
4
C
4
(
α
-C
4
)
C
4
(cis-C
4
)
C
4
(trans-C
4
)
C
6
(
α
-C
6
)
1 9481 99,5 76,3 29,8 29,1 17,4
23,7
(7,1)
2
d
11660
122,4 77,5 18,7 26,9 31,9
22,5
(5,5)
3
e
6277 65,9 86,3 44,5 26,7 15,6
13,1
(11,4)
a
Condições reacionais: diclometano = 40 mL, tempo de oligomerização = 20 min, P
etileno
= 20 bar,
MAO Al/Ni = 250, 10µmol de Ni, 30ºC. Os resultados apresentados são representativos e os experimentos foram
realizados em duplicatas.
b
Mol de etileno convertido (mol of Ni)
-1
·h
-1
foi determinado quantitativamente por
GLC.
c
C
n
, quantidade de olefinas com n átomos de carbono em oligômeros; α-C
n
, quantidade de alceno teminal
na fração C
n
, quantidade determinada por GLC.
d
10 µmóis de PPh
3
.
e
1 µmol de PPh
3
Com base nos resultados obtidos nas reações de oligomerização
in situ
de etileno,
observamos que usando 10
µ
móis de fosfina, aduto e ligante, a presença da fosfina não
influenciou significativamente os produtos e na FR obtidos. Porém, quando usado 1
µ
mol de
fosfina, aduto e ligante, ocorreu uma maior seletividade para
α
C
4
, neste caso, a temperatura
interna de reação atingiu o máximo de 40 ºC, enquanto usando 10
µ
móis a temperatura atigiu
72 ºC, decompondo espécies ativas.
96
ANÁLISE UV-VISÍVEL
Coevoet e colaboradores
xlviii
publicaram um estudo utilizando UV-visível para
investigar o processo elementar envolvendo a ativação de metaloceno por MAO, ou seja,
caracterizar a espécie ativa formada nas reações de polimerização destes sistemas, em dois
sistemas diferentes. Segundo os autores, diversas investigações do sistema metaloceno/MAO
foram realizadas através de medidas de RMN
1
H e
13
C para identificar o mecanismo de
formação e a natureza das espécies ativas. Os autores questionam a função do
trimetilalumínio (TMA) que existe em pequenas quantidades no MAO, ou seja, se é o TMA
“livre” no MAO que exerce a função da primeira etapa de metilação do cloreto de
metaloceno, L
2
MtCl
2
.
Na primeira parte do estudo, os autores avaliaram o sistema em tolueno, e observaram
que variando a razão de Al/Zr<30 (MAO) para valores menores que 30, há um deslocamento
hipsocrômico, ou seja, para comprimentos de onda baixos. Enquanto, que valores da razão
Al/Zr >30 ocorreu um deslocamento batocrômico, para comprimentos de onda mais altos. E,
finalmente, realizaram um estudo utilizando TMA puro, para analisar a sua influência, e foi
observado que usando baixas razões Al/Zr = 10, ou razões mais altas Al/Zr = 200, houve um
deslocamento hipsocrômico semelhante ao que ocorreu quando baixas razões de MAO foram
usadas.
Estudos de RMN
1
H mostraram que o TMA reage com o cloreto de metaloceno para a
substituição de um átomo de cloro por um grupo metil (monometilação).Os autores discutem
os deslocamentos nos espectros de UV-visível de acordo com a Teoria do Orbital Molecular
(TOM). E concluem que a baixa razão Al/Zr ocorre a substituição de um átomo de cloro
(retirador de elétrons) por um grupo metil (doador de elétrons) diminuindo a carga positiva do
metal e, portanto, a transição eletrônica dos orbitais 3d do zircônio, HOMO e LUMO,
corresponde, espectroscopicamente, a banda observada de transferência de carga do ligante
para o metal, que requer maior energia do que o dicloreto de zirconoceno inicial, resultando
num deslocamento hipsocrômico. Entretanto, quando foi usada alta razão de Al/Zr ocorreu
um deslocamento da banda de absorção do sistema sem cocatalisador para comprimento de
ondas maiores (deslocamento batocrômico), correspondendo a um estado de transição de
menor energia para a transferência de elétrons do ligante para o metal. Então, quando usada
97
pouca quantidade de MAO, a fase inicial de metilação é causada pelo TMA “livre” presente
no MAO.
Numa segunda parte da pesquisa de Coevoet e col.
xlviii
, este sistema foi analisado em
CH
2
Cl
2
. Observando o sistema sem cocatalisador houve um deslocamento batocrômico da
banda de absorção do zirconoceno (435 nm) em relação ao sistema em tolueno (427 nm), que
os autores atribuem a um aumento da polaridade do solvente, que está de acordo com a maior
deficiência de elétrons pronunciada ao átomo de zircônio que pode ser atribuída a uma lata
polarização da ligação Zr-Cl. Quando adicionados, em diferentes razões Al/Zr, os dois
cocatalisadore testados MAO e TMA não houve mudanças significativas em relação ao
sistema com tolueno.
A fim de verificar a espécie ativa formada nas reações de oligomerização do etileno na
presença da trifenilfosfina, foram realizados estudos de UV-visível.
Primeiramente foi analisado “a olho nu” se mudava a cor das soluções apresentadas a
seguir:
(a) 10
µ
móis de catalisador, 10 mL tolueno = cor azul claro.
(b) 10
µ
móis de catalisador, 10 mL tolueno, 10
µ
móis de PPh
3
= cor azul claro.
(c) 10
µ
móis de catalisador, 10 mL tolueno, 0,6 mL MAO (Al/Ni = 250) = cor cinza.
(d) 10
µ
móis de catalisador, 10 mL tolueno, 10
µ
móis de PPh
3
, 0,6 mL MAO (Al/Ni =
250) = cor cinza.
Como não houve mudança na cor das soluções sem fosfina e com fosfina, foram
realizadas medidas de ultravioleta.
As medidas de UV-visível foram realizadas no instrumento Varian Cary 100 Duplo
Feixe, usando um sistema fechado sob atmosfera de argônio (Fig. 12).
Figura A-11: Instrumento usado para realizar medidas de UV-visível.
Os resultados obtidos são mostrados nos espectros abaixo.
98
Figura A-12: Espectro de absorção de UV-visível de 10
µ
móis de {Bis[2-(3,5-dimetil-
pirazolil)etil]éter}NiCl
2
na presença de MAO (Al/Ni = 250) e PPh
3
(10
µ
móis) em tolueno
(10 mL), à temperatura ambiente.
De acordo com os dados mostrados na figura acima (Fig. A 12), não houve
deslocamento significativo na banda de absorção dos diferentes sistemas, provando que a
fosfina não permanece coordenada ao metal apenas pela sua adição a uma solução contendo o
complexo.
99
200 300 400 500 600 700 800
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Absorbância (%)
Comprimento de Onda (nm)
Ni
PPh3
Ni+PPh3
Ni+PPh3+MAO(250)
Ni+PPh3+MAO(30)
Ni+PPh3+MAO(500)
298
286
284
290
291
346
Figura A-13: Espectro de absorção de UV-visível de 10
µ
móis de {Bis[2-(3,5-dimetil-
pirazolil)etil]éter}NiCl
2
na presença de MAO (Al/Ni = 30, 250, 500) e PPh
3
(10
µ
móis) em
tolueno (10 mL), à temperatura ambiente.
No espectro acima (Fig. A 13), foi analisada a banda de absorção da PPh
3
em tolueno,
346 nm, adicionando o catalisador e MAO a banda de absorção sofre um deslocamento
hipsocrômico, absorvendo em comprimentos de ondas menores.
Discutindo o deslocamento no espectro de UV-visível de acordo com a Teoria do
Orbital Molecular (TOM), pode-se sugerir que ocorre alguma coordenadação da PPh
3
quando
misturada ao complexo, doando elétrons para o metal, diminuindo a carga positiva do metal e,
portanto, a transição eletrônica dos orbitais 3d do níquel, HOMO e LUMO, corresponde,
espectroscopicamente, a banda observada de transferência de carga do ligante para o metal,
que requer maior energia do que o complexo inicial, resultando num deslocamento
hipsocrômico.
Entretanto, analisando as bandas de absorção contendo o complexo, pode-se também
sugerir que a presença da PPh
3
na solução não muda em nada, e que apenas deve em reação
associar e dissociar das espécies ativas formadas, protegendo-as.
100
200 300 400 500 600 700 800
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
Absrobância (%)
Comprimento de Onda (nm)
Ni
PPh3
Ni+PPh3
Ni+MAO
Ni+MAO+PPh3
299
291
347
294
293
Figura A-14: Espectro de absorção de UV-visível de 10
µ
móis de {Bis[2-(3,5-dimetil-
pirazolil)etil]éter}NiCl
2
na presença de MAO (Al/Ni = 250) e PPh
3
(10
µ
móis) em CH
2
Cl
2
(10 mL), à temperatura ambiente.
Neste caso, foram analisadas as bandas de absorção em diclometano, não houve uma
variação significativa em relação ao estudo com tolueno, exceto quando misturados o
complexo e a PPh
3
ocorreu um deslocamento batocrômico, 347 nm, correspondendo a um
estado de transição de menor energia para a transferência de elétrons do ligante para o metal.
101
SN
N
N
N
Ni
ClCl
NN
N
N
N
Ni
ClCl
NN
N
N
N
Ni
ClCl
SN
N
N
N
Ni
ClCl
1
2
3
4
S
N
N
N
N
Ni
5
Cl
Cl
O
N
N
N
N
Ni
6
ClCl
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