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1
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL
CARACTERÍSTICAS ESPERMÁTICAS DE REPRODUTORES NELORE COM
DERMATITE DIGITAL
Maria Ivete de Moura
Orientador: Prof. Dr. Luiz Antônio Franco da Silva
GOIÂNIA
2008
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Livros Grátis
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Milhares de livros grátis para download.
2
Termo de Ciência e de Autorização para Disponibilizar as Teses e
Dissertações Eletrônicas (TEDE) na Biblioteca Digital da UFG
Na qualidade de titular dos direitos de autor, autorizo a Universidade Federal
de Goiás–UFG a disponibilizar gratuitamente através da Biblioteca Digital de Teses
e Dissertações – BDTD/UFG, sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo
com a Lei nº 9610/98,
o documento conforme permissões assinaladas abaixo, para
fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção
científica brasileira, a partir desta data.
1. Identificação do material bibliográfico: [X] Dissertação [ ] Tese
2. Identificação da Tese ou Dissertação
Autor(a): Maria Ivete de Moura
CPF: E-mail: [email protected]
Seu e-mail pode ser disponibilizado na página? [X]Sim [ ] Não
Vínculo Empre-
gatício do autor
Agência de fomento: Sigla:
País: Brasil UF: GO CNPJ:
Título: CARACTERÍSTICAS ESPERMÁTICAS DE REPRODUTORES NELORE COM DERMATITE
DIGITAL
Palavras-chave: afecções podais, bovinos, macho, Nelore, sêmen
Título em outra língua: ESPERMATICS CHARACTERISTIC OF REPRODUTORES NELORE WITH
DIGITAL DERMATITS
Palavras-chave em outra língua: hor hoof disorders, cattle, breeds, Nelore, semen
Área de concentração: Patologia, Clínica e Cirurgia
Data defesa: (dd/mm/aaaa) 28/02/2008
Programa de Pós-Graduação: Ciência Animal- Escola de Veterinária
Orientador(a): Luiz Antônio Franco da Silva
CPF: E-mail: [email protected]
Co-orientador(a): Maria Lúcia Gambarini
CPF: E-mail:
3. Informações de acesso ao documento:
Liberação para disponibilização?
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________________________________________ Data: ____ / ____ / _____
Assinatura do(a) autor(a)
1
Em caso de restrição, esta poderá ser mantida por até um ano a partir da data de defesa. A extensão deste prazo suscita justificativa
junto à coordenação do curso. Todo resumo e metadados ficarão sempre disponibilizados.
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i
MARIA IVETE DE MOURA
CARACTERÍSTICAS ESPERMÁTICAS DE REPRODUTORES
NELORE COM DERMATITE DIGITAL
Dissertação apresentada para obtenção do grau
de Mestre em Ciência Animal junto à Escola de
Veterinária da Universidade Federal de Goiás.
Área de concentração:
Patologia, Clínica e Cirurgia Animal
Orientador:
Prof. Dr. Luiz Antônio Franco da Silva
Comitê de Orientação:
Prof. Drª. Maria Lúcia Gambarini
Prof. Dr. Olízio Claudino da Silva
GOIÂNIA
2008
ii
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(GPT/BC/UFG)
Moura, Maria Ivete de.
M929c Características espermáticas de reprodutores nelore com
dermatite digital [manuscrito] / Maria Ivete de Moura . –
2008
xiii,100 f. : il., figs., qds., tabs.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Antônio Franco da Silva; Co-
Ori-
entadores: Profª. Drª. Maria Lúcia Gambarini, Prof.
Dr.Olízio
Claudino da Silva.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Goiás,
Escola de Veterinária, 2008.
Bibliografia: f. 85-95.
Inclui listas de figuras, tabelas e de quadros.
Anexos.
1. Patologia veterinária – Bovino 2. Nelore (zebu) – Touros –
Enfermidades 3. Dermatites digitais – Touros 4. Bovino – Afec-
ções podais I. Silva, Luiz Antônio Franco II. Gambarini, Maria
Lúcia III. Silva, Olízio Claudino da IV. Universidade Federal de
Goiás. Escola de Veterinária V. Título.
CDU : 619:616-091:636.2
iii
MARIA IVETE DE MOURA
Dissertação defendida e aprovada em 28/02/2008, pela Banca Examinadora
constituída pelos professores:
_______________________________________________________________
Prof. Dr. Luiz Antônio Franco da Silva - EV/UFG
(ORIENTADOR)
_______________________________________________________________
Profª Dr
a
Carmem Estefânia Serra Neto Zúccari – FAMEZ/UFMS
(MEMBRO)
_______________________________________________________________
Prof. Dr. José Renato Junqueira Borges – EV/UnB
(MEMBRO)
iv
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pelas oportunidades concedidas para que eu
pudesse evoluir pessoal e profissionalmente, vivendo alegrias e tristezas, mas
tudo com uma linda lição de vida.
A minha família de sangue que sempre quis o melhor e por tantas
vezes quiseram ter-me ao lado deles, mas aceitaram a minha decisão de trilhar
caminhos, para incertos.
Ao meu irmão Paulo que sempre me apoiou nas minhas decisões.
A minha família de coração Anália, Luizmar, Ana Luísa e Luís Henrique
pela hospitalidade e apoio. Família esta que muito aprendi sobre as virtudes da
vida.
Ao professor Luiz Antônio Franco da Silva pela oportunidade concedida
desde o estágio curricular, pela dedicação, confiança e amizade. Pelo papel de
orientador sempre presente.
Agradeço a equipe de trabalho da Casa do Campo em Quirinópolis –
GO, especialmente ao Médico Veterinário e amigo José Batista de Souza, que
sempre esteve presente e participante nos trabalhos a campo, além da prazerosa
hospitalidade.
Ao senhor Paulo Henrique Lopes Martins, proprietário da fazenda em
que os trabalhos foram desenvolvidos, por acreditar em nosso trabalho e por
disponibilizar os animais, estrutura física e mão–de-obra no decorrer do
experimento.
A Dona Enilda, sempre com sorriso no rosto, não mediu esforços e
juntamente com sua família, durante todo o período do experimento foi a
responsável pelas saborosas refeições fornecidas à equipe de trabalho.
Aos funcionários da fazenda pela dedicação em contribuir para o
desenvolvimento do trabalho, o que foi de suma importância.
Ao colega Marco Antônio de Oliveira Viu pelo apoio e contribuição aos
trabalhos realizados durante todo o período, desde a etapa a campo até análise
dos resultados, meus sinceros agradecimentos.
Aos colegas, Ana Paula, Guilherme, Diomar e Henrique pela grande
contribuição dada ao desenvolvimento dos trabalhos.
v
Aos colegas de mestrado pela troca de conhecimentos, em especial ao
Marco Augusto Machado Silva, Leandro Guimarães Franco e Augusto Ricardo
Coelho Moscardini, pelo apoio e motivação.
A equipe de trabalho do professor Luiz Franco, especialmente, aos
bolsistas Paulo Henrique, Geisa e Daniel que trabalharam diretamente com o
projeto.
Ao mestre e amigo Olízio Claudino da Silva, pelos momentos de alegria
e aconselhamento.
Aos graduandos Gustavo e Lucas que nos auxiliaram nos trabalhos a
campo, com prazer e alegria.
A Divisão de transporte da Universidade Federal de Goiás, em nome
do Sr. Amaury e, em especial ao motorista e amigo Valtuir da Silva Cardoso, que
esteve conosco na maioria das viagens. Além de motorista, muitas vezes auxiliou
diretamente na realização dos trabalhos, aconselhava e mostrava os diferentes
caminhos da vida a seguir, com humildade e livre arbítrio. Agradeço também ao
motorista Adolfo, in memória. Guardamos a imagem de um motorista alegre e que
mesmo que o veículo atolasse, não deixava que o sorriso do seu rosto se
apagasse.
Agradeço também a Dona Vilda Maria dos Reis, funcionária
fundamental para a realização de nossas atividades. Ela que foi por vezes, com
seu jeito singelo mãe e amiga.
A Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás, em Goiânia
pela oportunidade de realizar pós-graduação.
Ao CNPq pela concessão da bolsa.
A todos cujos nomes não foram citados, mas que de alguma forma
contribuíram para o desenvolvimento desse trabalho e para a minha evolução,
tanto profissional como pessoal.
E finalmente, aos espíritos Jair Gabriel de Moura, Joaquim Vieira
Machado, Gabriel de Moura e Kesley Marcelo dos Santos, no plano espiritual
onde estiveram nessa fase de minha vida, sempre transmitiram luz, energias
positivas e força para minha evolução e sabedoria. A eles: paz, discernimento,
proteção divina e os meus profundos agradecimentos.
vi
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................... 4
2.1 Aspectos anatomofisiológicos do aparelho reprodutor masculino .................... 4
2.1.1 Espermatogênese ......................................................................................... 7
2.1.2 Eventos neuroendócrinos .............................................................................. 9
2.2 Considerações gerais sobre a fertilidade de touros ....................................... 11
2.2.1 Estresse ...................................................................................................... 13
2.2.3 Enfermidades digitais .................................................................................. 15
2.3 Exame andrológico de touros portadores de enfermidades digitais ............... 27
3 OBJETIVOS ...................................................................................................... 29
3.1 Objetivo geral ................................................................................................. 29
3.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 29
4 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 30
4.1 Critérios para escolha da propriedade ........................................................... 30
4.2 Aspectos epidemiológicos .............................................................................. 30
4.3 Diagnóstico da enfermidade ........................................................................... 31
4.4 Critérios para o estabelecimento dos grupos experimentais .......................... 32
4.5 Exame andrológico ......................................................................................... 34
4.6 Protocolo terapêutico ..................................................................................... 37
4.7 Avaliação da eficiência do tratamento ............................................................ 38
4.8 Avaliação do custo do tratamento das lesões do casco ................................. 39
4.9 Análise estatística .......................................................................................... 39
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 41
5.1 Aspectos epidemiológicos .............................................................................. 41
5.2 Exame clínico geral e específico do aparelho locomotor e diagnóstico da
enfermidade ................................................................................................... 43
5.3 Exame clínico específico do aparelho reprodutor ........................................... 45
5.4 Exame andrológico – características físicas e morfológicas do sêmen .......... 45
5.4.1 Características físicas ................................................................................. 45
5.4.2 Morfologia espermática ............................................................................... 60
5.5 Análise geral dos resultados dos parâmetros espermáticos .......................... 76
5.6 Tratamento das lesões de dermatite digital .................................................... 79
5.7 Estimativa dos custos do tratamento .............................................................. 81
6 CONCLUSÕES ................................................................................................. 84
7 REFERÊNCIAS ................................................................................................. 85
ANEXOS .............................................................................................................. 96
vii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 Representação esquemática das colheitas de ejaculado
agrupadas e analisadas em diferentes momentos, durante
experimento realizado no período de maio a outubro de 2006,
em uma propriedade rural, no município de Quirinópolis – GO...
36
FIGURA 2 Lesões de dermatite digital: (A) fase inicial, lesão circunscrita
ulcerada, com aspecto de morango; (B) aspecto erosivo; (C)
aspecto proliferativo, papilomatoso, encontradas nos dígitos de
bovinos da raça Nelore, em experimento realizado em uma
propriedade rural, no município de Quirinópolis – GO, 2006.......
44
FIGURA 3 Representação da média da concentração espermática, em
diferentes momentos, de bovinos da raça Nelore, portadores de
dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em experimento
realizado em uma propriedade rural no município de
Quirinópolis – GO, 2006...............................................................
47
FIGURA 4 Representação da média do vigor espermático, em diferentes
momentos, de bovinos da raça Nelore, portadores de dermatite
digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em experimento realizado em
uma propriedade rural no município de Quirinópolis – GO, 2006
53
FIGURA 5 Representação da média da motilidade espermática, em
diferentes momentos, de bovinos da raça Nelore, portadores de
dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em experimento
realizado em uma propriedade rural no município de
Quirinópolis – GO, 2006 ..............................................................
56
FIGURA 6 Representação da média do turbilhão espermático, em
diferentes momentos, de bovinos da raça Nelore, portadores de
dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em experimento
realizado em uma propriedade rural no município de
Quirinópolis – GO, 2006...............................................................
58
viii
FIGURA 7 Representação da média do defeito espermático de cabeça,
em diferentes momentos, de bovinos da raça Nelore,
portadores de dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em
experimento realizado em uma propriedade rural no município
de Quirinópolis – GO, 2006 ......................................................
61
FIGURA 8 Representação da média do defeito espermático de peça
intermediária, em diferentes momentos, de bovinos da raça
Nelore, portadores de dermatite digital (TI, TII) e saudáveis
(TIII), em experimento realizado em uma propriedade rural no
município de Quirinópolis – GO, 2006.......................................
67
FIGURA 9 Representação da média do defeito espermático de cauda,
em diferentes momentos, de bovinos da raça Nelore,
portadores de dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em
experimento realizado em uma propriedade rural no município
de Quirinópolis – GO, 2006......................................................
68
FIGURA 10 Representação da média dos defeitos espermáticos menores,
em diferentes momentos, de bovinos da raça Nelore,
portadores de dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em
experimento realizado em uma propriedade rural no município
de Quirinópolis – GO, 2006 ......................................................
72
FIGURA 11 Representação da média dos defeitos espermáticos maiores,
em diferentes momentos, de bovinos da raça Nelore,
portadores de dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em
experimento realizado em uma propriedade rural no município
de Quirinópolis – GO, 2006 .......................................................
73
FIGURA 12 Representação da média dos defeitos espermáticos totais, em
diferentes momentos, de bovinos da raça Nelore, portadores
de dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em experimento
realizado em uma propriedade rural no município de
Quirinópolis – GO, 2006 ............................................................
76
ix
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 Resultado do teste da Mediana (p<0,05), para comparação
entre os grupos, nos diferentes momentos, das
características espermáticas turbilhão e vigor de bovinos da
raça Nelore, portadores de dermatite digital (TI, TII) e
saudáveis (TIII), em experimento realizado em uma
propriedade rural no município de Quirinópolis – GO, 2006....
48
TABELA 2 Resultado do teste de Wilcoxon (p<0,05), para comparação
entre os momentos pré e inter e entre os momentos pré e
pós, de características espermáticas físicas dos bovinos
alocados no grupo TI, em experimento realizado com animais
da raça Nelore saudáveis e portadores de dermatite digital,
em uma propriedade rural no município de Quirinópolis – GO,
2006 .........................................................................................
50
TABELA 3 Resultado do teste de Wilcoxon (p<0,05), para comparação
entre os momentos pré e inter e entre os momentos pré e
pós, de características espermáticas físicas dos bovinos
alocados no grupo TII, em experimento realizado com
animais da raça Nelore saudáveis e portadores de dermatite
digital, em uma propriedade rural no município de
Quirinópolis – GO, 2006...........................................................
51
TABELA 4 Resultado do teste de Wilcoxon (p<0,05), para comparação
entre os momentos pré e inter e entre os momentos pré e
pós, de características espermáticas físicas dos bovinos
alocados no grupo TIII, em experimento realizado com
animais da raça Nelore saudáveis e portadores de dermatite
digital, em uma propriedade rural no município de
Quirinópolis – GO, 2006...........................................................
52
x
TABELA 5 Resultado do teste de Kruskal-Wallis (p<0,05), para
comparação entre os grupos, no momento pré, das
características espermáticas motilidade individual e
concentração, de bovinos da raça Nelore, portadores de
dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em experimento
realizado em uma propriedade rural no município de
Quirinópolis – GO, 2006..........................................................
54
TABELA 6 Resultado do teste de Kruskal-Wallis (p<0,05), para
comparação entre os grupos, nos diferentes momentos, dos
defeitos espermáticos de cabeça e de peça intermediária, de
bovinos da raça Nelore, portadores de dermatite digital (TI,
TII) e saudáveis (TIII), em experimento realizado em uma
propriedade rural no município de Quirinópolis – GO, 2006....
62
TABELA 7 Resultado do teste de Wilcoxon (p<0,05), para comparação
entre os momentos pré e inter e entre os momentos pré e
pós, dos defeitos espermáticos, dos bovinos alocados no
grupo TI, em experimento realizado com animais da raça
Nelore saudáveis e portadores de dermatite digital, em uma
propriedade rural no município de Quirinópolis – GO, 2006....
63
TABELA 8 Resultado do teste de Wilcoxon (p<0,05), para comparação
entre os momentos pré e inter e entre os momentos pré e
pós, dos defeitos espermáticos, dos bovinos alocados no
grupo TII, em experimento realizado com animais da raça
Nelore saudáveis e portadores de dermatite digital, em uma
propriedade rural no município de Quirinópolis – GO, 2006....
64
xi
TABELA 9 Resultado do teste de Wilcoxon (p<0,05), para comparação
entre os momentos pré e inter e entre os momentos pré e
pós, dos defeitos espermáticos, dos bovinos alocados no
grupo TIII, em experimento realizado com animais da raça
Nelore saudáveis e portadores de dermatite digital, em uma
propriedade rural no município de Quirinópolis – GO, 2006....
65
TABELA 10 Resultado do teste de Kruskal-Wallis (p<0,05), para
comparação entre os grupos, no momento pré, de
características morfológicas espermáticas de bovinos da
raça Nelore, portadores de dermatite digital (TI, TII) e
saudáveis (TIII), em experimento realizado em uma
propriedade rural no município de Quirinópolis – GO, 2006....
70
TABELA 11 Resultado do teste de Kruskal-Wallis (p<0,05), para
comparação entre os grupos, nos diferentes momento, dos
defeitos espermáticos maiores e totais, de bovinos da raça
Nelore, portadores de dermatite digital (TI, TII) e saudáveis
(TIII), em experimento realizado em uma propriedade rural
no município de Quirinópolis – GO, 2006.................................
75
TABELA 12 Resultados das características espermáticas físicas e
morfológicas obtidas no momento pós em experimento
realizado com animais da raça Nelore saudáveis (TIII) e
portadores de dermatite digital (TI e TII), em experimento
realizado em uma propriedade rural, no município de
Quirinópolis – GO, 2006. ......................................................
77
xii
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 Caracterização macroscópica e fases evolutivas das
lesões de dermatite digital bovina, adotada em
experimento realizado utilizando touros da raça Nelore em
uma propriedade rural, no município de Quirinópolis – GO,
2006 .....................................................................................
32
QUADRO 2 Distribuição das unidades experimentais três grupos,
momentos de colheita de ejaculado e condição dos dígitos
dos animais durante as fases de colheitas, durante
experimento realizado no período de maio a outubro de
2006, em uma propriedade rural, no município de
Quirinópolis – GO ................................................................
33
QUADRO 3 Momentos de avaliação e determinação de escores para a
avaliação macroscópica da evolução da cicatrização
clínica das lesões de dermatite digital, no período pós-
operatório em bovinos da raça Nelore, durante
experimento realizado em uma propriedade rural, no
município de Quirinópolis – GO, 2006 .................................
39
QUADRO 4 Estimativa dos custos do tratamento da dermatite digital
em bovinos da raça Nelore, em experimento realizado em
uma propriedade rural no município de Quirinópolis – GO,
2006 ......................................................................................
82
xiii
RESUMO
A dermatite digital bovina tem grande importância econômica na produtividade do
rebanho, devido aos prejuízos causados como, baixo desempenho produtivo e
reprodutivo, alto custo com tratamento e ausência da adoção de medidas
preventivas. Este trabalho teve o objetivo de descrever alguns aspectos
epidemiológicos relacionados a dermatite digital (DD), avaliar características
seminais de touros Nelore acometidos pela enfermidade, antes e após o
tratamento e testar um protocolo terapêutico para bovinos, manejados
extensivamente. Participaram do estudo 22 bovinos, machos, inteiros, com idade
média de 36 meses, da raça Nelore procedentes de uma propriedade rural, no
município de Quirinópolis – GO, sendo que 15 eram portadores de DD e sete
eram saudáveis. De todos os animais foram realizadas oito colheitas de conteúdo
espermático, com intervalo de 15 dias, sendo a primeira colheita desprezada,
para melhor padronização das amostras e análise física e morfológica. Os
animais foram divididos em três grupos, sendo o grupo TI composto por animais
portadores de DD tratados após a segunda colheita de sêmen, já os que
constituíram o grupo TII foram tratados após a oitava e última colheita de sêmen.
Os animais saudáveis foram alocados no grupo TIII, sendo o grupo controle. O
protocolo terapêutico das lesões incluiu antibioticoterapia parenteral, exérese do
tecido necrosado e curetagem das feridas, com posterior colocação de antibiótico
local e antisséptico, seguida de bandagem e impermeabilização, a qual foi
retirada após sete dias. Posteriormente, os animais passaram, diariamente, em
pedilúvio contendo soluções sanitizantes, a base de hipoclorito de sódio e sulfato
de cobre, as quais foram intercaladas com intervalos de sete dias, por um período
de aproximadamente 60 dias, para ambos os grupos tratados. Avaliou-se a
eficácia e estimou-se o custo do protocolo terapêutico empregado. Para a análise
estatística dos parâmetros espermáticos dividiram-se as colheitas de sêmen em
três diferentes momentos, sendo o momento pré incluindo as duas primeiras
colheitas antes do tratamento das lesões de dermatite digital nos animais
alocados no grupo TI, o momento inter composto pela colheita três, quatro e cinco
e, finalmente o momento pós, agrupando as colheitas seis e sete. Compararam-
se os resultados das características espermáticas obtidas nos diferentes
momentos entre os grupos e nos diferentes grupos entre os momentos. Na
primeira situação utilizou-se o Teste de Kruskall-Wallis e teste da Mediana. Nos
diferentes grupos entre os momentos empregou-se o Teste de Wilcoxon, todos
com nível de significância a 5%. Os resultados revelaram que houve diferença
significativa em alguns parâmetros espermáticos, especialmente para
concentração, defeitos menores e maiores e defeitos totais, sugerindo que a
dermatite digital influencia nas características reprodutivas de touros da raça
Nelore. Mesmo havendo diferença significativa, a maioria dos parâmetros se
manteve dentro dos padrões de normalidade para a raça estudada. O protocolo
terapêutico adotado resultou na recuperação da grande maioria dos animais em
aproximadamente 45 dias, mas, o custo inicial do tratamento é oneroso para
bovinos de aptidão para corte e sua utilização depende do valor zootécnico do
animal.
Palavras-chave: afecções podais, bovinos, macho, Nelore, sêmen.
xiv
ABSTRACT
Bovine digital dermatitis plats an important economical role on cattle breeding due
to financial loss, such as low productive and reproductive performance, high cost
related to treatment and absence of adoption of preventive management. The aim
of this study was to describe some epidemiological aspects related to digital
dermatitis, to evaluate fertility of male bovines owning this disease, before and
after the treatment, and to test a therapeutic protocol for use in Nelore breed
bovines, under extensive regimen. Twenty two non castrated male Nelore breed
bovines, medium age of 36 months old, from a breeding farm in Quirinópolis-GO
district were studied. Fifteen owned digital dermatitis (DD) and seven were
healthy. Eight sperm samples were taken from all animals, within intervals of 15
days. The first sampling was discharged for homogenization of the samples and
physical and morphological analysis. The animals were divided in three groups.
The TI group were composed by animals owning DD and treated after the second,
and the ones from TII group were treated after the eight and last semen sampling.
The healthy bovines were allocated in TIII group, which was the control group. The
therapeutic protocol on the digital lesions was parenteral antibiotic therapy,
necrotic tissue excision and wound curettage, followed by local antibiotic and
antiseptic use, local bandage and waterproof ointment, which were removed after
seven days. Therefore, the animals from both treated groups were submitted to
walk through footbaths with sodium hypochlorite or copper sulfate antiseptic
solutions, which were intercalated with intervals of seven days, for a period of 60
days. The efficacy of the therapeutic protocol used in the present study was
evaluated and its cost was estimated. For statistical analysis of the spermatic
parameters, the semen sampling was divided in three different moments. The first
moment included the first and the second sampling before the treatment of the
digital dermatitis lesions in the animals allocated in TI. The second moment was
composed by the third, fourth and fifth sampling. The third moment involved the
sixth and seventh sampling. The results of the spermatic characterization obtained
in different moments among the groups and on the different groups among the
moments were compared. On the first case, the Kruskal-Wallis and the Median
tests were used. On the different groups among the moments, Wilcox test was
used. The significance level adopted in the present study was 5%. The results
showed that significant difference in some spermatic parameters, especially for
concentration, and major and minor defects total defects, suggesting that the
digital dermatitis influenced the reproductive characteristics of the Nelore breed.
The results revealed there was significant difference in some spermatic
parameters, mainly in concentration and minor and major defects, which mean
that digital dermatitis influenced the reproductive characteristics of the Nelore
breeds. Even if a significant difference, most of the parameters remained within
the standards of normality for the race studied. The adopted therapeutic protocol
resulted in recovery of the majority of the animals nearly in 45 days, although its
initial cost was high for beef cattle. Moreover, the adoption of the therapeutic
protocol used in the present study depends on the intrinsic value of the animal.
Key words: digital diseases, male bovines, Nelore, semen.
1
1 INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas, a abertura de mercados nos mais diversos
segmentos do setor agropecuário e, conseqüentemente, o aumento da
concorrência por ocasião da comercialização, resultou em mudanças
expressivas no perfil dos produtores rurais, no comércio de produtos e nas
exigências dos consumidores. O melhoramento, produção e a sanidade
animal, que antes eram vistos como atividades de pouca relevância para os
criatórios. Hoje, fazem parte dos novos modelos de criação, especialmente
aqueles, cuja certificação de qualidade dos seus produtos é um dos objetivos
que norteiam a forma moderna de gerenciar a comercialização do que se
produz no setor.
Como resultado final, a modernização do mercado agropecuário,
além de produzir em quantidade e qualidade, aumentou a lucratividade das
propriedades rurais, situação que tem proporcionado maior aporte de
proteínas na alimentação humana.
Para que o processo produtivo no meio rural atenda aos anseios do
mercado consumidor, interno e externo, é necessário buscar alternativas na
área do conhecimento, envolvendo técnicos, administradores e mão-de-obra
rural qualificada, que permitam implementar as instruções normativas
estabelecidas pelos órgãos governamentais, agregando valores aos produtos,
mas, respeitando as peculiaridades de cada região produtora. Todavia,
possivelmente, devido a uma cultura centenária de produção, em muitas
dessas regiões a dificuldade no entendimento dos complexos processos
econômicos, sociais e biológicos, o desconhecimento da grande variedade de
bactérias, vírus e parasitos, ainda limitam os avanços necessários à
modernização. Nesse caso, torna-se inevitável a continuidade ou o
aparecimento de novos fatores de risco que, sem dúvida, influenciam
negativamente o equilíbrio na saúde do homem e dos animais, em especial a
dos bovinos.
Quanto à saúde dos bovinos, muitos processos mórbidos foram
controlados, mas doenças como a mastite, as nutricionais, as reprodutivas e
as digitais comprometem a produtividade de muitos criatórios. As
enfermidades digitais provocam perdas na produção de leite e carne, o
2
tratamento é oneroso e incerto, estimulando o descarte prematuro de animais
de alto valor zootécnico e podem comprometer a reprodução, tanto de fêmeas
como de machos. A claudicação, que é um dos sinais clínicos mais
importantes observado em bovinos portadores de enfermidades digitais, além
de interferir na produção, contribui para a baixa eficiência reprodutiva desses
animais. Entretanto, as pesquisas científicas sobre o assunto são escassas e
não e não apontaram os mecanismos envolvidos no processo.
Dentre as enfermidades digitais que acometem os bovinos, a
laminite e suas complicações, a pododermatite séptica e a dermatite digital
são de ocorrência freqüente nos criatórios mundiais e brasileiros,
especialmente no Estado de Goiás. A dermatite digital pode se apresentar,
clinicamente, na forma erosiva e verrucosa, acometendo bovinos de aptidão
para leite e corte, manejados intensiva ou extensivamente. A grande variação
na apresentação clínica das lesões, a dificuldade de se estabelecer os fatores
de risco envolvidos e de instituir um processo terapêutico eficiente e viável
economicamente, bem como estabelecer medidas efetivas de controle, têm
despertado o interesse de muitos pesquisadores, por essa enfermidade.
Acrescente-se que a dor e o desconforto provocados pelas lesões, a
dificuldade de locomoção e a menor ingestão de alimentos, têm sido
apontados como fatores prejudiciais à reprodução, limitando a cópula e
conseqüentemente, a fertilidade, justificando assim, uma série de indagações
que existem no meio técnico e científico.
Na realidade existe certa unanimidade quanto à impotência coeundi
de bovinos portadores de doenças digitais, como a dermatite. Porém, quanto à
impotência generandi os trabalhos científicos encontrados se limitam a fazer
abordagens especulativas sobre o assunto, deixando sem explicação a
quantificação e a localização dos eventos, no organismo animal, que podem
ser esclarecidos, em parte, empregando exames como o do sêmen dos touros
enfermos. Esse exame, além de requerer outros procedimentos auxiliares de
diagnóstico, como o exame clínico geral e específico, possibilita a avaliação da
produção e de possíveis patologias espermáticas, que podem comprometer a
reprodução, bem como, relacioná-las com as principais etapas envolvidas na
espermatogênese. O problema desperta maior curiosidade, considerada a
grande variedade de raças exploradas na bovinocultura.
3
Assim, considerando que a raça Nelore é a que predomina no
rebanho de aptidão para corte, nas propriedades rurais brasileiras e que a
dermatite digital vem apresentando índices de ocorrência significativos nos
criatórios que exploram esses animais, acredita-se que a enfermidade em
questão, bem como seus efeitos na produção, deve ser motivo de mais
pesquisas científicas. Estas poderão auxiliar na adoção de medidas efetivas
de tratamento e controle do processo mórbido, além, de permitir a mensuração
e a localização dos eventos nocivos à reprodução, tanto de fêmeas como de
machos. Particularmente, com relação aos touros seria possível esclarecer,
aspectos ainda incertos, quanto à influência desta enfermidade sobre a
capacidade reprodutiva, em especial no que se refere à produção espermática
e a qualidade do sêmen.
4
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Aspectos anatomofisiológicos do aparelho reprodutor masculino
O aparelho reprodutor masculino tem por finalidade a produção de
sêmen e hormônio sexual, sendo este último responsável também pelas
características sexuais secundárias masculinas (MIES FILHO, 1982; HAFEZ,
2004; KÖNIG & LIEBICH, 2004). Tais secreções são dependentes de
secreções neuro-endócrinas reguladas pelo hipotálamo, que envolvem
também aspectos anatômicos e eventos celulares que determinam funções
específicas como a espermatogênica (MIES FILHO, 1982; HAFEZ, 2004).
Anatomicamente o pênis, saco escrotal, testículos, túbulos retos, túbulos
eferentes, epidídimos, vasos deferentes e glândulas acessórias incluindo a
próstata, vesículas seminais e as glândulas bulbouretrais, são as principais
partes funcionais do sistema genital masculino dos animais domésticos
(STABENFELDT & EDQVIST, 1996; HAFEZ, 2004).
Segundo HAFEZ (2004) cada parte elementar do trato reprodutor
de todos os animais domésticos desenvolve-se em tamanho relativo ao
tamanho do corpo, mas diferindo histologicamente. No entanto, a
funcionalidade não é simultânea em todos os componentes, sendo completa
na puberdade, quando todo o sistema encontra-se desenvolvido, alcançando a
maturidade sexual total após alguns meses. Em bovinos, a presença de
espermatozóides nos túbulos seminíferos se dá após 24 semanas de vida
extra-uterina, sendo que em 40 semanas encontram-se espermatozóides na
cauda do epidídimo e em 42 semanas, após o nascimento, no ejaculado. O
autor descreveu ainda que após completar 150 semanas de vida, o animal
poderá ser considerado sexualmente maduro.
As gônadas desempenham um papel de produção de células
germinativas nos túbulos seminíferos e secreção de hormônios. Estas células,
durante a espermatogênese, se diferenciam em espermatozóides
(STABENFELDT & EDQVIST, 1996; HAFEZ & GARNER, 2004; KÖNIG &
LIEBICH, 2004). Segundo STABENFELDT & EDQVIST (1996) há quatro
compartimentos dentro dos testículos, sendo os compartimentos vascular e
5
intersticial que são externos aos túbulos seminíferos e o compartimento basal
e adluminal internos aos túbulos seminíferos.
Em meio ao epitélio germinativo, no interior dos túbulos seminíferos
destacam-se as células de Sertoli ou de sustentação (STABENFELDT &
EDQVIST, 1996; MALIGHINI, 1999; BERGADÁ, 2004; HAFEZ, 2004; KÖNIG
& LIEBICH, 2004). Dentre as funções que desempenham, pode-se relacionar:
(1) formação da barreira hemato-testicular, (2) suporte estrutural e nutricional
das células germinativas, (3) responsáveis pela progressão das células
germinativas, em diferenciação, em direção ao lume, (4) eliminação dos
espermatozóides para o lume tubular, processo conhecido como espermiação,
(5) fagocitose de células germinativas degeneradas e corpos residuais de
citoplasma de espermátides maduras, (6) secreção de fluidos e proteínas para
banhar as células germinativas em desenvolvimento e conduzir os
espermatozóides através dos túbulos em direção à rete testis (RUSSELL &
GRISWOLD, 1993; STABENFELDT & EDQVIST, 1996; KÖNIG & LIEBICH,
2004). Além dessas funções, a célula de Sertoli converte a testosterona em
desidrotestosterona e desloca este hormônio para o compartimento adluminal
sem transformá-lo (STABENFELDT & EDQVIST, 1996). Para MALIGHINI
(1999) as células de Sertoli também são responsáveis, em grande parte pela
absorção do líquido citoplasmático das espermátides, durante a transformação
destas, em espermatozóides. De acordo com HESS et al. (1993) o número de
células de Sertoli por testículo é o principal fator para a determinação da
produção espermática diária e do tamanho dos testículos. Isso se deve ao fato
de que as células de Sertoli têm uma capacidade de suporte de células
germinativas relativamente fixa para cada espécie.
Para STABENFELDT & EDQVIST (1996) a barreira hemato-
testicular permite a criação de um meio ambiente adluminal, no qual se
controla o metabolismo dos espermatozóides. Íons potássio são seletivamente
secretados para dentro do espaço adluminal, mantendo os espermatozóides
em estado de quiescência. Outra função importante da barreira hemato-
testicular é a proteção dos espermatozóides de reações inflamatórias, pois
durante a sua formação este se torna haplóide e não é reconhecido como
próprio do organismo. Acrescente-se que, o acúmulo de espermatócitos
secundários, ou seja, haplóides, no interstício, resulta em uma forte reação
6
inflamatória envolvendo principalmente monócitos. Se tal reação ocorrer, pode
resultar em obstrução testicular. Além disso, segundo BERGADÁ (2004) a
barreira hemato-testicular protege o desenvolvimento do epitélio germinativo
da ação de possíveis toxinas, fatores mutagênicos ou anticorpos específicos.
Externamente aos túbulos seminíferos, no espaço intersticial, se
observa as células de Leydig, responsáveis pela produção do hormônio
testosterona, extremamente necessário tanto à espermatogênese normal
como também ao desenvolvimento de todo o aparelho reprodutor masculino
que ocorre durante a puberdade (STABENFELDT & EDQVIST, 1996;
MALIGHINI, 1999; KÖNIG & LIEBICH, 2004). A atividade secretória das
células de Sertoli e a produção de testosterona pelas células de Leydig são
controladas pelas gonadotropinas hormônio folículo estimulante (FSH) e
hormônio luteinizante (LH) (STABENFELDT & EDQVIST, 1996).
Outras estruturas relevantes para o transporte, maturação e
armazenamento das células espermáticas são epidídimo e os ductos
deferentes (STABENFELDT & EDQVIST, 1996; HAFEZ, 2004; KÖNIG &
LIEBICH, 2004). De acordo com STABENFELDT & EDQVIST (1996) e HAFEZ
(2004) o epidídimo é composto por três regiões, cabeça, corpo e cauda.
Segundo STABENFELDT & EDQVIST (1996) uma proteína de motilidade
progressiva, presente no epidídimo, favorece a motilidade dos
espermatozóides e posterior maturação do acrossoma. A função do epidídimo
é dependente da presença de testosterona adluminal. De acordo com HAFEZ
(2004) e KÖNIG & LIEBICH (2004) a cauda do epidídimo é o principal local de
armazenamento dos espermatozóides, no entanto, de acordo com HAFEZ
(2004) a qualidade com que se dá o armazenamento depende da manutenção
da temperatura escrotal baixa e da ação do hormônio testosterona.
Conforme descreveram STABENFELDT & EDQVIST (1996) e
HAFEZ (2004) outra estrutura que também contribui significativamente para
manter as características espermáticas são as glândulas acessórias, como a
vesícula seminal que secreta frutose como fonte de energia aos
espermatozóides. Essa mesma glândula secreta também inositol e
ergotioneína. Esta última substância contém enxofre e acredita-se que tem a
função de proteger os espermatozóides contra efeitos de agentes oxidantes.
Além dessas enzimas, a vesícula seminal secreta ácido cítrico, aminoácidos,
7
proteínas, sódio, potássio, lipídios e fosforilcolina. As secreções prostáticas
também contêm prostaglandina, ácido cítrico, colesterol, proteínas e
aminoácidos livres (STABENFELDT & EDQVIST, 1996). As secreções das
glândulas acessórias ganham o canal uretral e na ocasião da ejaculação são
misturadas com a suspensão fluída dos espermatozóides e com as secreções
do duto deferente (HAFEZ, 2004).
2.1.1 Espermatogênese
A espermatogênese é a seqüência de eventos citológicos que
resulta na evolução da espermatogônia à espermatozóide, a partir das células
germinativas, que se inicia na parede dos túbulos seminíferos e termina com a
liberação de espermatozóides maduros no lúmen dos túbulos seminíferos
(MIES FILHO, 1982; STABENFELDT & EDQVIST, 1996; GONZÁLEZ, 2002;
COSTA & PAULA, 2003; AGUIAR et al., 2006), com sincronia de inúmeras
associações celulares em diferentes estádios (STABENFELDT & EDQVIST,
1996; O’DONNEL et al., 2001; HORN et al., 2003). O evento inicial se dá com
o processo mitótico das espermatogônias, também chamado de
espermatogonial ou proliferativa, que no touro, teoricamente ocorrem quatro
divisões e ao final terão sido formadas 16 células conhecidas como
espermatócitos primários (STABENFELDT & EDQVIST, 1996; O’DONNEL et
al., 2001).
Segundo STABENFELDT & EDQVIST (1996), BREIGEIRON et al.
(2002) COSTA & PAULA (2003) e HULEIHEL & LUNENFELD (2004) durante
esta fase as células tronco, as espermatogônias, dão origem a outras duas.
Uma vai servir à renovação da população das células tronco e a outra entra no
processo espermatogênico. Esta última, por sua vez, vai dar origem à
espermatogônia intermediária, que se divide para formar as espermatogônias
B. No final da divisão, as espermatogônias B, por sua vez, dão origem a outras
células que entram numa prolongada fase de meiose reduzindo então, o
número de cromossomos da célula germinativa para o estado haplóide,
caracterizando os espermatócitos secundários.
8
Para STABENFELDT & EDQVIST (1996) essa transformação da
célula germinativa para o estado haplóide é que permitirá a união de
espermatozóides e oócitos haplóides. Todos os tipos celulares subseqüentes
permanecerão no compartimento adluminal. Neste compartimento as células
estão isoladas e não têm acesso direto a nutrientes e hormônios, sendo
dependentes das células de Sertoli para prover seus requerimentos
(RUSSELL & GRISWOLD, 1993; AGUIAR et al. 2006). Na terceira fase da
espermatogênese, processo usualmente conhecido como maturação ou
espermiogênese e que envolve algumas modificações espermáticas
(STABENFELDT & EDQVIST, 1996; BREIGEIRON, 2002; GONZÁLEZ, 2002;
COSTA & PAULA, 2003; HAFEZ & GARNER, 2004 HULEIHEL &
LUNENFELD, 2004), se inicia nos túbulos seminíferos e termina no epidídimo
(STABENFELDT & EDQVIST, 1996). Estas modificações incluem
desenvolvimento do acrossoma, condensação e alongamento do núcleo e
formação da cauda espermática. Durante o desenvolvimento do acrossoma
notam-se quatro fases distintas: a fase de Golgi, de capuchão, do acrossoma
e de maturação (COSTA & PAULA, 2003; HAFEZ & GARNER, 2004).
Finalmente, as espermátides maduras serão liberadas para o lúmen
tubular, passando então a se chamar espermatozóides, marcando, assim, o
final da espermatogênese. O rendimento da espermatogênese não é de 100%,
ou seja, durante o processo vão ocorrer várias perdas celulares, de forma que
uma espermatogônia A não vai gerar 16 espermatócitos primários e 64
espermátides, como teoricamente seria esperado, em se tratando de animais
com quatro gerações de espermatogônias como ocorre em bovinos (COUROT
et al., 1970; CLERMONT, 1972; COSTA & PAULA, 2003). Isso se deve ao fato
de ocorrerem apoptose e degeneração das células germinativas. Tais
alterações são observadas normalmente nos túbulos seminíferos com as
mesmas regularidades que são encontradas as divisões e diferenciações
celulares (ROOSEN-RUNGE, 1955).
De acordo com STABENFELDT & EDQVIST (1996) e FRANÇA &
RUSSELL (1998) a espermatogênese ocorre a intervalos regulares,
denominado ciclo espermatogênico, que em bovinos corresponde a 14 dias.
No entanto, a espermatogênese equivale a 4,6 ciclos, uma vez que a
proliferação mitótica, divisão meiótica e espermiogênese, requerem um tempo
9
maior para que o esperma seja liberado para o lúmen dos túbulos seminíferos
e o processo evolutivo alcance a sua totalidade. Logo, diferentes fases do ciclo
ocorrem ao mesmo tempo, enquanto algumas células estão em mitose, outras
estão se dividindo e outras se diferenciando, caracterizando as ondas
espermatogênicas.
Segundo JOHNSON (1991) as funções dessa onda são: assegurar
uma liberação constante de espermatozóides; reduzir a competição por
hormônios e metabólicos usados em um dado estádio; reduzir a congestão
que poderia ocorrer ao longo do túbulo se a espermiação ocorresse
simultaneamente; assegurar o fluxo constante de fluido do túbulo seminífero,
mantendo o veículo para o transporte de espermatozóides e hormônios
utilizados pelo epitélio do epidídimo; e facilitar a maturação dos
espermatozóides no epidídimo por um fluxo constante de espermatozóides e
fluidos vindos do testículo. Usualmente a seqüência se inicia com os estádios
menos avançados no meio de uma alça de túbulo e progressivamente os mais
evoluídos estão mais próximos à rete testis. Portanto, uma vez que se inicia a
espermatogênese o processo de produção de espermatozóides é contínuo,
com exceção de algumas espécies de reprodução sazonal.
2.1.2 Eventos neuroendócrinos
O processo reprodutivo normalmente apresenta ritmos endógenos
estimulados por fatores ambientais e nutricionais que são detectados por
receptores específicos, transmitidos ao cérebro e depois para o hipotálamo,
com conseqüente liberação de hormônios. Em geral, a regulação dos eventos
reprodutivos dos mamíferos é controlada principalmente pelos sistemas
nervoso central (SNC) e endócrino. Estes interagem por meio do sistema
porta-hipotalâmico-hipófisário, coordenando a função das gônadas, ocorrendo
eventos internos e externos ao organismo como o cio e a libido. Neste
contexto, o comportamento sexual do macho também requer um
funcionamento normal do eixo hipotalâmico-hipofisário-testicular
(STABENFELDT & EDQVIST, 1996; HAFEZ, 2004).
10
De acordo com CUNNINGHAM (1992) e STABENFELDT &
EDQVIST (1996) o hipotálamo é a parte do diencéfalo que se situa
ventralmente ao tálamo e forma o assoalho do terceiro ventrículo. A hipófise é,
um órgão pequena situa-se no interior da caixa craniana, numa depressão
óssea chamada sela túrcica, e é formada de duas partes: hipófise anterior ou
adeno-hipófise e hipófise posterior ou neuro-hipófise (HAFEZ, 2004). Segundo
DICKSON (1996) e STABENFELDT & EDQVIST (1996) dentre os hormônios
produzidos pela adeno-hipófise, destacam-se o hormônio folículo estimulante
(FSH) e o hormônio luteinizante (LH), os quais são secretados pelas células
gonadotrópicas.
A atividade das células hipofisárias e a liberação de seus hormônios
para a circulação sanguínea estão sob o controle de centros nervosos
situados no hipotálamo. A rota, por onde os hormônios reguladores do
hipotálamo entram e controlam a secreção dos hormônios hipofisários, pode
ser resumidamente assim definida. O sangue arterial penetra na pituitária
através das artérias dorsal e ventral, as quais carreiam nutrientes e oxigênio
para a adeno-hipófise e neuro-hipófise. O sangue venoso drena os plexos
capilares na eminência média e talo pituitário, descendo a superfície anterior
do talo pituitário, drenando os capilares sinusóides da par distalis. Assim, os
hormônios reguladores do hipotálamo, como exemplo, o hormônio liberador de
gonadotropina (GnRH), são sintetizados em núcleos hipotalâmicos,
transportados para a eminência média e liberados no plexo capilar, atingindo a
adeno-hipófise pelas veias portas hipofisárias, local onde estimulam ou inibem
a secreção dos hormônios adeno-hipofisários LH e FSH (DICKSON, 1996).
Segundo STABENFELDT & EDQVIST (1996) e GONZÁLEZ (2002)
o GnRH controla a secreção de LH e FSH. O FSH estimula a atividade das
células de Sertoli, incluindo a secreção da proteína ligadora de androgênio
(ABP), a conversão de androgênio em estrogênio e a secreção de inibina. A
inibina por sua vez, faz um feedback negativo sobre a secreção de FSH. O LH,
que é liberado episodicamente, controla a secreção de testosterona pelas
células de Leydig. O número de liberações deste hormônio no touro varia de
quatro a cinco em um período de 24 horas e o padrão de liberação requer uma
freqüência mínima para a secreção de testosterona. A testosterona é
conduzida desde o interstício que circunda a célula de Leydig, para os vasos
11
linfáticos ou túbulos seminíferos e vasos sanguíneos, sendo a maior parte
para este último. Uma proteína plasmática denominada ligadora de hormônio
sexual, é importante para o transporte e secreção de testosterona. Na
ausência ou redução dessa proteína, a produção de testosterona diminui,
sugerindo que concentrações aumentadas de testosterona no interstício
inibam a produção de testosterona (STABENFELDT & EDQVIST, 1996).
Para HAFEZ (2004) a testosterona também é secretada pelos
túbulos seminíferos, onde é necessária para a manutenção da
espermatogênese. Perifericamente, as funções da testosterona incluem o
desenvolvimento e manutenção da libido, da atividade secretora dos órgãos
acessórios via circulação geral e das características de virilidade.
2.2 Considerações gerais sobre a fertilidade de touros
A fertilidade de um reprodutor está relacionada à produção,
viabilidade e capacidade fecundante dos espermatozóides ejaculados, desejo
sexual e habilidade de realizar a cópula, sendo, portanto, uma indicação
sensível da saúde geral, visto que, pode ser afetada por qualquer doença
localizada em outra parte do corpo (SERENO & PELLEGRIN, 1993; HAFEZ
2004). Para SERENO & PELLEGRIN (1993), CBRA (1998) e HAFEZ (2004)
quando um reprodutor é submetido à avaliação da fertilidade deve-se
concentrar a atenção sobre três aspectos: defeitos hereditários clinicamente
perceptíveis, produção espermática e sanidade geral. Uma vez que, os touros
desempenham um papel relevante na produção, através de seus efeitos na
taxa de concepção e transmissão genética de características economicamente
desejáveis. De acordo com RADOSTITS et al. (2002), a quantidade e
qualidade dos espermatozóides produzidos sofrem influência de fatores como
idade do animal, estação do ano, freqüência de ejaculação, choque térmico,
administração de medicamentos e estresse. Para o CBRA (1998) o nível de
exigência de um reprodutor, principalmente em relação à qualidade e a
capacidade de produção de sêmen, depende da finalidade do animal, ou seja,
se será utilizado como doador de sêmen ou na monta natural.
12
Autores como SERENO & PELLEGRIN (1993), CBRA (1998) e
RADOSTITS et al. (2002), afirmam que, as anormalidades do sistema
reprodutivo são passíveis de detecção, sendo a avaliação do comportamento
do animal, sinais físicos e o baixo desempenho reprodutivo, aspectos que
auxiliam no teste de capacidade reprodutiva. A ausência de libido e a falha em
conseguir ereção ou penetração, caracterizam a impotência. A falha em
conseguir uma taxa de prenhez adequada em fêmeas férteis é um sinal de
subfertilidade, que possivelmente representa a manifestação mais comum de
anormalidades do trato reprodutivo.
Pesquisadores explicam que a função reprodutiva dos touros pode
sofrer influências negativas, cursando com impotência coeundi, generandi ou
associação destas, sendo a claudicação, obesidade, hérnias, anormalidades
penianas e doenças sistêmicas, as principais causas (CHENOWETH, 1997).
As enfermidades que determinam a impotência coeundi podem ser divididas
em alterações congênitas, adquiridas e funcionais. O cansaço sexual, libido
caprichosa, frigidez, inibição psíquica são exemplos de alterações funcionais
(BARTH, 1997; GARCIA & BORGES, 2001). A inibição psíquica é determinada
quando os reflexos sexuais positivos são superados pelos negativos, ou seja,
condicionado a sensações desagradáveis ou inibidoras das funções referidas
(BARTH, 1997). A impotência generandi, caracterizada pela queda ou
ausência da produção de espermatozóides, ocorre em função da inexistência
de testículos, obstrução ou atresia dos condutos gonadais, bem como
ausência de estímulos gonadotróficos. Devem ser avaliados também, os
problemas no aparelho locomotor que possam impedir ou dificultar a monta,
através do teste de capacidade de serviço, pois as enfermidades do sistema
locomotor têm influência sobre esse parâmetro (BARTH 1997; GARCIA &
BORGES, 2001).
Outras anormalidades como parafimose, prolapso do prepúcio,
tumefação da bainha prepucial e assimetria escrotal são sinais físicos de
problemas reprodutivos (SERENO & PELLEGRIN, 1993; CBRA, 1998;
RADOSTITS et al., 2002). Além desses relatos, KIRKBRIDE (1987) destacou
que doenças infecciosas como a brucelose, leptospirose, campilobacteriose,
rinotraqueíte infecciosa bovina, diarréia viral bovina e tricomoníase, produzem
um impacto negativo sobre o desempenho reprodutivo de bovinos. HAFEZ
13
(2004) citou ainda as aberrações cromossômicas, distúrbios genéticos,
doenças auto-imunes, obstrução do ducto excretor, toxinas ambientais,
distúrbios neurológicos e deficiências de gonadotrofinas.
2.2.1 Estresse
O estresse pode ser definido como a resposta biológica ou conjunto
de reações fisiológicas e comportamentais a forças deletérias, manifestadas
quando o indivíduo percebe uma ameaça à sua homeostase, geralmente com
conseqüentes alterações neuroendócrinas ou adrenocorticais. O estado de
estresse não possui uma etiologia ou prognóstico definido, mas a dor, o frio,
ou calor excessivos, restrição hídrica e alimentar, aglomeração de animais e o
medo podem ser o estímulo inicial ou fatores que contribuem para o
agravamento do quadro (MOBERG & MENCH, 2000; FURLAN et al., 2005).
Um modelo de estresse animal sugere que a resposta biológica
esteja dividida em três estágios gerais: o reconhecimento de um estímulo
estressante, a defesa biológica contra o estímulo e as conseqüências da
resposta ao estresse. Todas as respostas corporais entram em estado de
prontidão geral, ou seja, todo organismo é mobilizado sem envolvimento
específico ou exclusivo de algum órgão em particular (MOBERG & MENCH,
2000; BORELL, 2001; BALONE, 2002).
Segundo MOBERG & MENCH (2000) e BORELL (2001), uma vez
que o SNC percebe uma ameaça, desenvolve-se a resposta biológica de
defesa, que consiste em quatro respostas gerais: do comportamento, do
sistema nervoso autônomo, do sistema neuroendócrino e imunológico.
Conforme descreveram MOBERG & MENCH (2000) a resposta de
comportamental, indubitavelmente, é a mais rápida. Mas, apesar do animal ser
bem sucedido em evitar a ameaça potencial, mediante o estímulo estressante,
não é suficientemente apropriada em todos os estímulos, requerendo
respostas do Sistema Nervoso Autônomo (SNA). De acordo com BALONE
(2002), as respostas do SNA compreendem um complexo conjunto
neurológico que controla, autonomamente, todo o meio interno do organismo,
14
através da ativação e inibição dos diversos sistemas, vísceras e glândulas,
resultando em respostas físicas, mentais e psicológicas ao estresse.
Se o estresse continua por um período mais longo, a reação pode
ser canalizada para um órgão específico ou para um determinado sistema, por
exemplo, cardiológico, pele, muscular, digestivo e glândulas exócrinas
(MOBERG & MENCH, 2000; BALONE, 2002).
2.2.2 Estresse e a reprodução
Estudos têm demonstrado que o estresse tem sido um dos
principais agentes causadores de distúrbios reprodutivos, sendo associado a
uma queda da sua função, principalmente em fêmeas (RIVIER & RIVEST,
1991; SILVA, 2002; HAFEZ & JAINUDEEN, 2004). Segundo VARLEY (1991) e
TSUMA et al. (1998), o quadro de estresse pode alterar as funções
reprodutivas através do eixo hipotalâmico-hipofisário-gonadal, inibindo a
secreção de GnRH e conseqüentemente, interferindo na liberação de FSH e
LH alterando assim, o efeito estimulatório na secreção de esteróides sexuais.
Conforme descreveram MOBERG & MENCH (2000) e FURLAN et
al. (2005) fatores como superpopulação ou isolamento, exposição a um
ambiente desconhecido como free-stall e curral, transporte, confinamento,
contenção ou a imobilização, calor ou frio intenso, intervenções cirúrgicas e a
dor são agentes estressores que podem desencadear alterações orgânicas e
originar diversos problemas, dentre eles, os reprodutivos. TRANTER &
MORRIS (1991) e SILVA et al. (2005a), acrescentaram que o
desencadeamento das sensações dolorosas advindas de injúrias ao sistema
locomotor dos reprodutores, poderá resultar em dificuldades no serviço
completo. BARTH (1997) descreveu que a inibição dolorosa autônoma é um
tipo de impotência coeundi que os touros sofrem, atribuída principalmente a
fatores que, no momento do salto desencadeiam algumas sensações
dolorosas que obrigam a interromper a cópula. Conforme relatado por SILVA
et al. (2005a) em muitos criatórios que utilizam touros portadores de
enfermidades digitais para fins reprodutivos, freqüentemente há uma redução
no número de crias, caracterizando então a impotência coeundi.
15
Segundo GREENOUGH (2006) há uma alta relação entre as
enfermidades do casco e o baixo desempenho reprodutivo. Nesse sentido,
acredita-se que as enfermidades digitais sejam um agente estressor que altera
as funções reprodutivas, contudo, há poucos estudos científicos relacionando
essas doenças ao desempenho reprodutivo dos bovinos.
2.2.3 Enfermidades digitais
As enfermidades digitais constituem um dos principais problemas
do aparelho locomotor dos bovinos, resultando em dificuldade de locomoção,
conseqüentemente, ocasionando baixa ingestão de alimento, chegando a
comprometer 20% da produção leiteira e 25% da produção de carne
(GREENOUGH & WEAVER, 1997; DEMIRKAN et al., 2000; MAREGA, 2001;
FERREIRA, 2003; TADICH et al., 2005; CASTRO, 2006; LEÃO, 2006). Outro
fator pertinente com relação às enfermidades digitais refere-se ao conforto
animal que, para GREENOUGH & WEAVER (1997), o interesse em relação ao
bem-estar aumentou substancialmente, nos últimos anos, e as pesquisas a
respeito da claudicação passaram a se preocupar em reduzir sua incidência.
Segundo ROMANI (2003), são descritas diversas enfermidades
digitais como causa de claudicação em bovinos, sendo que muitas podem
estar associadas a microorganismos e, outras, secundárias a uma lesão
primária na pele interdigital dos animais. DEMIRKAN et al. (2000) afirmaram
que tais enfermidades são de caráter multifatorial, pois além dos
microorganismos, a estação do ano, clima, as características de manejo e a
idade também são fatores de risco que influenciam positivamente para que
tais afecções se manifestem.
A prevalência de claudicação em rebanhos leiteiros é variável
(BARGAI, 2000), situando-se em torno de 5% em Israel e oscilando entre 5%
e 60% no Reino Unido. Já MANSKE et al. (2002), avaliando 4899 bovinos de
101 propriedades da Suécia, entre 1996 e 1998, observaram lesões em 72%
dos animais submetidos ao casqueamento. Dentre as lesões encontradas,
41% eram representadas por erosão de talão, 30% hemorragia de sola, 9,3%
dermatite digital, 14% hemorragias da linha branca, 8,8% doença da linha
16
branca, 8,6% úlcera de sola, 3,3% sola dupla e 1,8% de hiperplasia interdigital.
Por outro lado, para TADICH et al. (2005) a prevalência de dermatite digital de
9,1%, foi considerada baixa, quando comparada com outros estudos
realizados anteriormente, sob as mesmas condições climáticas.
No Brasil, em determinadas regiões, as enfermidades digitais
atingem níveis significativos. BORGES et al. (1992), observaram índices de
até 14,17% de doenças podais em bovinos leiteiros. MOLINA et al. (1999)
avaliando a prevalência de doenças digitais na bacia leiteira de Belo Horizonte
– MG, registraram a ocorrência de 30% em vacas sob regime de
confinamento, com uma ocorrência de 24,36% para a dermatite digital e
13,68% para a pododermatite séptica. Já SILVA (1997), relatou que a
ocorrência de animais claudicantes nas propriedades agropecuárias, do
Estado de Goiás, varia de 0,3% a 20%, acometendo tanto animais de aptidão
leiteira, quanto de corte e acrescentou que aproximadamente 10% dos casos
possam ser atribuídos às lesões nas extremidades distais dos membros
locomotores.
Ainda sobre as doenças digitais SILVA et al. (2006a) descreveram
prevalência de 13,75% de enfermidades digitais no município de Jataí - GO,
com freqüência de 4,17% de laminite, 3,33% de flegmão interdigital, 2,08 % de
dermatite digital, 1,67% de pododermatite séptica, 125% de sola dupla, 0,83%
de doença da linha branca e 0,42% casos de erosão de talão. LEÃO (2006) ao
estudar os aspectos epidemiológicos da dermatite digital em duas
propriedades leiteiras do Estado de Goiás registrou uma média de ocorrência
de 3,85%, com variação nas diferentes faixas etárias. Apesar das diferentes
ocorrências registradas por LEÃO (2006) e SILVA et al. (2006a) ambos
reforçaram a importância da dermatite digital no sistema produtivo, por
acometer bovinos de diferentes faixas etárias e desencadear graus variados
de claudicação.
a) Dermatite digital
Dentre as enfermidades digitais dos bovinos destaca-se a dermatite
digital reconhecida como uma das principais enfermidades podais dessa
17
espécie (BERGSTEN, 1997; GREENOUGH & WEAVER, 1997; SILVA, 2000;
NICOLETTI, 2004). A doença foi descrita primeiramente na Itália na década de
70 por Cheli e Mortellaro (BLOWEY et al., 1994), ficando conhecida como
“Doença de Mortellaro”. Hoje, diversas terminologias são empregadas como
sinônimos à enfermidade: a doença do morango, dermatite digital
papilomatosa, dermatite verrucosa e verruga peluda, os mais utilizados
(CASTRO, 2006). Tem sido registrada em outros países como a Austrália,
Canadá, França, Alemanha, Israel e Japão, o que confere à enfermidade um
caráter cosmopolita (DEMIRKAN et al., 2000).
No Brasil, foi descrita por RIBEIRO et al. (1992) envolvendo bovinos
de corte no Estado do Rio de Janeiro. Em seguida foi relatada por BORGES et
al. (1992) e NICOLETTI (1997), os quais observaram a ocorrência da doença
em rebanhos leiteiros do Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente.
Posteriormente, SILVA et al. (2001a) descreveram a enfermidade em Orizona
no Estado de Goiás com freqüência de 24,36%. MAREGA (2001) afirmou que
a ocorrência de dermatite digital em rebanhos brasileiros apresentou as
mesmas tendências obtidas em estudos de outras regiões do mundo. O autor
encontrou uma prevalência de 5,2% em gado de corte, com índices de 25%
para machos adultos e 5,48% para machos jovens. MARTINS et al. (2002)
pesquisando a ocorrência de lesões podais em bovinos da bacia leiteira de
Campo Grande e outros municípios do Mato Grosso do Sul, relataram que a
dermatite digital foi à enfermidade de maior freqüência, representando 25%
das lesões observadas. Na região da bacia leiteira de Belo Horizonte/MG, a
dermatite digital foi uma das lesões mais observadas por SOUZA (2002),
representando 30,3% dos casos estudados.
A dermatite digital é uma doença contagiosa dos membros
locomotores, causando extremo desconforto aos animais, caracterizada por
inflamação superficial da epiderme, iniciando-se no espaço entre os talões e
evoluindo para sua completa destruição. A doença manifesta-se clinicamente
apresentando dois tipos de lesões, uma circunscrita, de aspecto erosivo,
eritematoso e ulcerado denominado de doença do morango e outra
proliferativa, que pode conter pêlos, assemelhando-se à forma clínica da
papilomatose cutânea pedunculada, também denominada de dermatite
verrucosa ou verruga peluda (BERGSTEN, 1997; GREENOUGH & WEAVER,
18
1997; SILVA, 2000; NICOLETTI, 2004; FERREIRA, et al. 2005). A partir de
2005 reconheceram-se três formas de apresentação da doença, porém não
havendo ainda uma padronização definitiva, cita-se: a forma inicial, a forma
erosiva e a proliferativa (FERREIRA, et al. 2005, LEÃO, 2006; CASTRO,
2006).
Em estudo realizado por CASTRO (2006) as lesões na fase inicial
da dermatite digital ocorreram predominantemente entre os talões e no espaço
interdigital dorsal. Mediam em torno de dois centímetros de diâmetro e eram
delimitadas por uma faixa pilosa. Eram altamente sensíveis ao toque e
sangravam com facilidade. Nesse mesmo estudo o exame revelou que, na
fase inicial da doença, a epiderme apresentava espessamento do estrato
córneo, hiperplasia, acantose, espongiose e presença de flora bacteriana
mista, composta principalmente por microrganismos espiralados. Na forma
erosiva ou ulcerativa, observou-se que as lesões se expandiam em todas as
direções do talão, na forma de erosões profundas e os animais manifestavam
claudicação intensa. Já em relação à dermatite digital papilomatosa retratou-
se superfícies irregulares e inúmeras formações papiliformes esbranquiçadas
e cornificadas, com áreas de necrose e odor fétido.
Outros estudos têm sido conduzidos com a finalidade de se
estabelecer a etiopatogenia da dermatite digital bovina, entretanto, a
verdadeira causa ainda é desconhecida. A doença apresenta-se como
enfermidade multifatorial, com provável envolvimento de espiroquetas
(FERREIRA et al., 2005; LEÃO, 2006). Acrescente-se que a resposta ao
tratamento com antibióticos sugere o envolvimento bacteriano (BORGMANN
et al. 1996; COLLIGHAN & WOODWAIN, 1997; GREENOUGH & WEAVER,
1997; RODRIGUES-LAINZ et al., 1998; DEMIRKAN et al., 2000; NICOLETTI,
2004, FERREIRA et al., 2005; LEÃO, 2006).
Os principais fatores predisponentes envolvidos na gênese dessa
enfermidade podem estar relacionados à aquisição de animais sem
acompanhamento técnico e, introdução de bovinos nos criatórios, sem
obedecer a quarentena, além das condições de higiene deficientes das
instalações, como acúmulo de material orgânico e elevada umidade
(GREENOUGH & WEAVER, 1997; MAREGA, 2001; SILVA et al., 2001a;
NICOLETTI, 2004). Sobre esse assunto SILVA et al. (2001a) e ROMANI
19
(2003), em estudo realizado na região Centro-Sul goiana, relataram que a
entrada constante de bovinos em propriedades demonstrou ser um fator de
risco de extrema relevância e que, na região estudada, apenas 24,35% dos
pecuaristas observavam os cascos dos animais que adquiriam. Além desse
aspecto, nenhuma medida era adotada para desinfecção dos caminhões de
transporte e não se realizava quarentena. Para GREENOUGH & WEAVER
(1997), CUNHA (2000), MAREGA (2001) e NICOLETTI (2004), outros fatores
como nutrição, manejo, estresse, traumatismos, contusões, solos pedregosos,
pisos irregulares e de concreto, estação do ano, idade, enfermidades da
glândula mamária podem também estar relacionados.
O diagnóstico é realizado com base no histórico, exame podológico
criterioso, observação de claudicação nos animais, presença de lesões de
aspecto ulcerativo na epiderme da região interdigital palmar e/ou plantar
próximas ao córion coronário, às vezes com bordas esbranquiçadas, centro
avermelhado, bem como lesões de aspecto papilomatoso e ou erosivo
(BORGES & MÁRSICO FILHO, 1995; BERGSTEN, 1997; NICOLETTI, 2004;
CASTRO, 2006; LEÃO, 2006). Dependendo do estágio da evolução, as lesões
podem perder sua identidade devido à participação de outros microrganismos
devendo considerar no diagnóstico, o histórico e, sobretudo, as características
da fase inicial do processo (SILVA et al., 2005b).
Segundo ROMANI (2003), é de vital importância a adoção de
medidas de tratamento e profilaxia. Para WELLS et al. (1999) os protocolos
terapêuticos são adotados considerando a grande variação na apresentação
clínica das lesões, a severidade, a infra-estrutura física e de pessoal e o
manejo adotado para os animais em cada propriedade. LAVEN & HUNT
(2000), NICOLETTI (2004) e SILVA et al. (2005b) afirmaram que o tratamento
mais indicado para a dermatite digital envolve o uso tópico e sistêmico de
antibióticos e a curetagem das lesões. Para CUNHA (2000), o uso de
antibiótico parenteral associado à passagem em pedilúvio contendo solução
sanitizante, constitui procedimento que, geralmente, resulta na cura do
processo. KLOOSTERMAN (1997), MANSKE et al. (2002) e MOURA et al.
(2007) afirmaram que o tratamento tópico individual e o uso de pedilúvio têm
sido eficientes para o tratamento da dermatite digital.
20
Além dos protocolos anteriormente descritos, torna-se necessário
adotar medidas como higiene das instalações, exames periódicos do rebanho,
quarentena de animais adquiridos de outras propriedades, diminuição da
densidade animal nos lotes, esterilização de material para casqueamento, uso
correto do pedilúvio e casqueamento preventivo (BERGSTEN, 1997; CRUZ,
2004; NICOLETTI, 2004; FERREIRA et al., 2005). Outros autores como
WELLS et al. (1999), DEMIRKAN et al. (2000) e LEÃO (2006), enfatizaram
que a prevenção e o controle da dermatite digital devem ser conduzidos no
sentido de estabelecer medidas de biossegurança, visando interromper a
cadeia de transmissão da enfermidade, identificando e eliminando os
possíveis fatores de risco.
2.2.4 Meios de avaliação das condições reprodutivas de machos bovinos
Para o COLÉGIO BRASILEIRO DE REPRODUÇÃO ANIMAL -
CBRA (1998), a avaliação da aptidão reprodutiva de um macho destinado à
reprodução fundamenta-se na observação da sua saúde geral, do aparelho
locomotor, dos órgãos genitais internos e externos, potentia coeundi e potentia
generandi. De acordo com BARBOSA (2003) em estudos realizados no Brasil,
envolvendo número expressivo de touros utilizados em monta natural, 53%
dos animais apresentavam problemas de infertilidade, sendo fatores do meio
ambiente e manejo indesejável as principais causas. Para ALMEIDA et al.
(2007) na exploração da atividade pecuária o retorno econômico está
diretamente relacionado à reprodução, por isso, o uso de touros subférteis ou
inférteis é extremamente prejudicial. SILVA et al. (2002) enfatizaram a
importância da eficiência ou capacidade reprodutiva do touro, principalmente
em se tratando de criações extensivas.
a) Exame andrológico
O exame andrológico é apontado pelo CBRA (1998), RADOSTITS et
al. (2002), BARBOSA (2003) e HAFEZ & HAFEZ (2004), como uma
21
ferramenta para se avaliar o potencial reprodutivo e diagnosticar sub-
fertilidade ou infertilidade, entre outras, uma vez que inclui uma avaliação
clínica do animal, do estado geral, do aparelho locomotor, dos órgãos genitais
internos e externos e dos aspectos físicos e morfológicos do sêmen. Para a
realização do espermiograma, existem vários tipos de colheita de sêmen,
sendo, em ordem decrescente, a vagina artificial, a eletroejaculação e a
massagem das vesículas seminais e ampolas dos ductos deferentes os
métodos de eleição (SILVA et al., 1993; CBRA, 1998; HAFEZ & HAFEZ,
2004).
Para SILVA et al. (1993), CBRA (1998) e HAFEZ & HAFEZ (2004)
as características físicas do ejaculado são: volume, que é expresso em
mililitros (mL) e o valor pode ser relativo dependendo do método de colheita de
sêmen, até 25 ml pela eletroejaculação; aspecto físico que é a avaliação visual
incluindo cor e aparência que dependem fundamentalmente da concentração
de espermatozóides. Pode variar de cremoso ou marmóreo, leitoso, opaco até
aquoso. Segundo SILVA et al. (1993) em alguns touros pode aparecer a cor
amarela devido à presença de riboflavinas, sendo normal. Existem as cores
que apresentam anormalidades no sêmen como a cor vermelha e marron que
pode ser sangue ou sujidades, ou ainda amarelada ou esverdeada nos casos
de presença de pus; motilidade que a percentagem de espermatozóides
móveis, apresentando correlação variável com a fertilidade e deve ser avaliada
imediatamente após a colheita.
Ainda sobre as características físicas do sêmen, segundo HAFEZ
(2004), normalmente a porcentagem de espermatozóides móveis é de 70 a
90%; o turbilhonamento ou movimento em massa é caracterizado pelo
movimento em forma de ondas observado em uma gota de sêmen sob
microscopia. A intensidade depende da motilidade, vigor e concentração
espermáticas. De acordo com o CBRA (1998) o turbilhão é classificado em
uma escala de 0 a 5; o vigor representa a intensidade de deslocamento da
célula no campo microscópico e é dada em uma escala de 0 a 5. O número
representa o movimento progressivo retilíneo; e a concentração que é a
representação do número de espermatozóides por mililitro e pode variar com o
método de colheita, sendo menor na eletroejaculação. Depende também da
nutrição, estação do ano, raça, indivíduo, além da presença de patologias.
22
As características morfológicas anormais dos espermatozóides são
classificadas com base na importância dos defeitos e seus efeitos sobre a
fertilidade (SILVA et al., 1993), sendo divididos em defeitos maiores e menores
(SILVA et al., 1993; CBRA, 1998; HAFEZ, 2004). Os defeitos maiores são
conseqüências de anomalias no testículo e epidídimo e podem comprometer
seriamente a fertilidade (SILVA et al., 1993, HAFEZ, 2004). Dentre os defeitos
maiores podem-se citar os espermatozóides subdesenvolvidos, formas duplas,
knobbed sperm”, decapitados, “pouch formation”, diadema, estreito na base,
piriforme, cabeça pequena anormal, cabeça isolada anormal, contorno
anormal, defeitos de peça intermediária, gota citoplasmática proximal, pseudo-
gota, cauda fortemente dobrada e enrolada (SILVA et al., 1993; CBRA, 1998;
HAFEZ, 2004).
Para SILVA et al. (1993), os defeitos de cabeça, pouch formation,
diadema, knobbed sperm, de peça intermediária e cauda fortemente enrolada,
têm origem no epitélio seminífero em degeneração e indicam uma
espermatogênese imperfeita. No entanto, os defeitos de cabeça diminuem à
medida que passam pelo ducto deferente, pois alguns espermatozóides são
fagocitados. Os defeitos de cauda ao contrário aumentam e podem ser
encontrados nos ductos deferentes. Os defeitos de acrossoma, da peça
intermediária e cauda são considerados como de origem genética. Já uma alta
quantidade de gota citoplasmática proximal, pode indicar imaturidade em
touros jovens (GARCIA, 1971) até 36 meses de idade no Nelore (FONSECA et
al., 1996) e hipoplasia testicular (SILVA et al., 1993). É importante ressaltar
que os defeitos principalmente de cabeça e peça intermediária não devem
ultrapassar a 5%, para não prejudicar a taxa de concepção (SILVA et al.,
1993; CBRA, 1998).
Os defeitos menores, que estão ligados diretamente a processos
patológicos dos testículos (RAO, 1980; SILVA et al., 1993), são cabeça
delgada, pequena, larga, gigante e curta, cabeças isoladas normais,
destacamento do acrossoma, gota distal, cauda simplesmente dobrada ou
enrolada. Inclui-se também a presença de medusas, células epiteliais,
leucócitos, eritrócitos, neutrófilos e bactérias. Defeitos como gota distal,
cabeça decapitada e cauda dobrada são adquiridas durante a passagem pelo
ducto deferente ou durante a ejaculação e apresentados em touros com
23
fertilidade normal. Geralmente, o espermatozóide perde a gota citoplasmática
distal durante o processo de ejaculação (SILVA et al., 1993; CBRA, 1998;
HAFEZ, 2004). Muitas vezes o choque térmico no ato da coleta, além da
manipulação que pode dar origem às caudas dobradas e enroladas (SILVA et
al., 1993). Os defeitos menores não devem ultrapassar um total de 25% e 10%
de anormalidades individuais (SILVA et al., 1993; CBRA, 1998). Em certas
condições de realização do exame, determinados defeitos como cauda
dobrada ou enrolada não devem constituir critério de condenação de um touro,
devendo ser realizados outros exames (SILVA et al., 1993).
De acordo com a Portaria nº 26 de 05 de setembro de 1996, do
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA (1996) e o CBRA
(1998) o número total de anormalidades espermáticas não pode ultrapassar
30% em uma contagem de 200 células. As anormalidades morfológicas do
sêmen podem ser identificadas através do uso de esfregaços corados sob
microscopia simples ou preparação úmida em microscópio de contraste de
fase ou contraste diferencial de interferência de fase. A soma dos defeitos
maiores e menores é indicada pelo parâmetro de defeitos totais (CBRA, 1998;
HAFEZ & HAFEZ, 2004).
Segundo o CBRA (1998), há valores mínimos de padrões seminais
desejáveis para efeito de seleção de touros para monta natural: Motilidade
Progressiva = 70%; Vigor = 3; Movimento de massa = 3; Total de
espermatozóides anormais 20%. Após os exames, os achados são
interpretados, obedecendo a esses critérios e os animais podem ser
classificados em aptos ou satisfatórios, questionáveis devendo aguardar novos
exames e inaptos ou insatisfatórios para a reprodução (CBRA, 1998;
BARBOSA, 2003), devendo ser descartados (BARBOSA, 2003). De acordo
com DODE (1998) a determinação das características físicas não garante a
fertilidade do touro. Avaliar a morfologia espermática é importante, porque está
relacionada à função do espermatozóide. Alterações morfológicas como na
região da cabeça, afetam a capacidade de fecundar, comprometendo a
fertilidade. Do ponto de vista econômico, conforme relataram SILVA et al.
(2002), o sêmen de qualidade significa rápido retorno de capital investido na
criação de um reprodutor.
24
Autores como FRENAU et al. (1997) e o CBRA (1998) consideraram
ainda outra forma de avaliação andrológica de bovinos, simples e rápida, que
se trata do Certificado Andrológico por Pontos. De acordo com o CBRA (1998)
nesta metodologia são avaliadas e pontuadas três características reprodutivas
ligadas à fertilidade do reprodutor: motilidade progressiva cuja pontuação varia
entre três e 20 pontos, sendo atribuídos três pontos a uma motilidade
progressiva menor que 49%; dez pontos para motilidade progressiva entre 50
e 59%; quinze pontos para motilidade progressiva entre 60 e 69%; vinte
pontos para motilidade maior que 70%. A morfologia espermática recebe uma
pontuação entre três e 40 pontos, onde três é atribuído a uma morfologia
acima de 30% para defeitos maiores e acima de 60% para defeitos totais; dez
pontos para morfologia entre 20 e 29,5% para defeitos maiores e 40 a 59,5%
de defeitos totais; vinte e cinco pontos para defeitos maiores entre 11 e 19,5%
e defeitos totais entre 25 e 39,5% e 40 pontos para defeitos maiores abaixo
que 10,5% e defeitos totais abaixo de 25%.
Para circunferência escrotal, a escala de pontuação varia de três a
40 pontos que são atribuídos de acordo com a idade do animal. Ao final da
pontuação, é atribuída uma classificação ao animal que varia de A para
animais tidos como excelentes, cuja pontuação varia entre 85 e 105; B para
animais considerados bons, com pontuação entre 84 e 60; C para os animais
aptos para reprodução com restrições ou regular, com pontuação entre 59 e
25 e, finalmente D para os animais considerados fracos para reprodução, uma
pontuação abaixo de 35 (CBRA, 1998).
b) Avaliação do comportamento reprodutivo
O comportamento sexual do touro que, sabidamente, exerce
importante influência na fertilidade do rebanho tem sido avaliado por meio da
intensidade da libido (SILVA et al., 1993; COSTA & SILVA, 1999; SALVADOR
et al., 2003), da capacidade de monta (SILVA et al., 1993; CHENOWETH,
1996, RADOSTITS et al., 2002) e do comportamento sexual a campo (ZUIN,
2000; SANTOS, 2001; SALVADOR et al., 2003). Segundo OLIVEIRA et al.
(2007a), com a identificação de touros de alta libido no rebanho é possível
25
reduzir a duração da estação de monta e facilitar o manejo da propriedade
concentrando os nascimentos em apenas dois meses, além de ser possível
reduzir a proporção touro/vaca. Uma metodologia adotada para se avaliar a
libido de touros zebuínos é a tabela elaborada por PINEDA et al. (1997) e
preconizada pelo Colégio Brasileiro de Reprodução Animal (CBRA, 1998). O
teste é realizado no curral, com período de observação de 10 minutos,
atribuindo-se escores de 0 (sem interesse sexual) a 10 (duas ou mais montas
com serviço completo) (PINEDA et al., 1997; CBRA, 1998).
De acordo com OLIVEIRA et al. (2007a), na raça Nelore, os testes
da libido caracterizam bem os animais de alta capacidade de monta, mas
muitas vezes o comportamento sexual em regime de monta natural não é
adequado a touros de baixa libido. Os autores ressaltaram que a provável
razão para isso é o comportamento dos zebuínos no curral, o que indica ser
necessário ajustar o teste para a raça Nelore. SANTOS (2000) e SANTOS et
al. (2003) afirmaram que os efeitos de dominância e do estresse atribuídos ao
teste realizado no curral podem comprometer os resultados finais. Entretanto,
FONSECA et al. (1996) e PINEDA et al. (2000) avaliaram a libido de touros
Nelore em curral e verificaram que aqueles de alta libido proporcionaram taxa
de prenhez superior a 90% quando comparados aos de média e baixa libido
em estação de monta de 63 dias, o que reforça a importância da realização do
teste da libido. Porém, conforme descrito por SILVA et al. (1993) não há
correlação entre a libido e a qualidade seminal, podendo um touro de baixa
libido produzir sêmen de boa qualidade e vice-versa.
c) Outros métodos de diagnóstico das alterações no aparelho reprodutivo
A cultura microbiana do ejaculado também é um meio auxiliar para
diagnosticar certas doenças infecciosas, por identificar microorganismos
causais, em casos de orquite, epididimite, vesiculite, balanopostite ou
infertilidade infecciosa (RADOSTITS et al., 2002).
Várias técnicas de obtenção de imagens têm sido utilizadas na
tentativa de diagnosticar lesões no trato reprodutivo de touros como a
radiografia contrastada para demonstrar desvios penianos e a termografia
26
para avaliar a perda da termorregulação testicular (RADOSTITS et al., 2002).
Outro teste diagnóstico auxiliar que tem sido utilizado é a ultra-sonografia, que
complementa de maneira valiosa os outros métodos de exame do saco
escrotal, testículo, epidídimo e glândulas anexas (DIRSKSEN et al., 1993;
RADOSTITS et al., 2002). Com esse método é possível diagnosticar lesões
escrotais, tumores (MOURA et al., 2007), abscessos, hidroceles, epididimites
e inflamações das glândulas acessórias (DIRSKSEN et al., 1993).
A biópsia testicular também tem sido de grande auxílio na
quantificação e diagnóstico de várias afecções testiculares, como o
hipogonadismo, hipogonadotrofismo, processos inflamatórios e degenerativos
e neoplasias (FRENAU et al., 1997). Além disso, foi empregada para o
acompanhamento do desenvolvimento testicular a análise histológica
quantitativa das gônadas masculinas (FRENAU, 1991). Em síntese, a
avaliação do potencial de fertilidade do macho é baseada na funcionalidade do
trato reprodutivo que tem reflexo importante no número de espermatozóides
normais que alcançam o local de fecundação e conseqüentemente,
influenciando na penetração do oócito, fertilização e desenvolvimento
embrionário (LAGERLOF, 1934; BARTH & OKO, 1989).
Para BARTH & OKO (1989), os fatores externos que afetam a
fertilidade devem ser controlados para se realizar testes laboratoriais. O
manejo impróprio da nutrição e do meio-ambiente, anormalidades físicas da
genitália e do sistema locomotor ou outros sistemas do corpo produzem
variações na fertilidade do touro. Motilidade, morfologia e produção
espermática (densidade e volume) estão inter-relacionadas. A produção de
espermatozóides anormais pode resultar de fatores genéticos, estresse
ambiental, doenças, subnutrição ou uma combinação destes fatores.
CHACÓN et al. (1999) afirmaram que a incidência de espermatozóides
anormais tem alta influência na fertilidade, uma vez que o touro subfértil pode
causar perdas irreparáveis ao rebanho. GARCIA (2002) avaliando touros Bos
taurus taurus e Bos taurus indicus e mestiços, no município de Jataí – GO
observou que os animais não apresentaram variações anuais nas
características ponderais, testiculares e seminais que pudessem comprometer
sua utilização na reprodução.
27
2.3 Exame andrológico de touros portadores de enfermidades digitais
A influência de enfermidades do sistema locomotor sobre a
fertilidade de touros foi abordada por BARKER (1971) de forma superficial. O
autor afirmou que um touro acometido de laminite sente muita dor durante o
salto, falhando em seu serviço até que seja revertida a causa. Caso o
processo inflamatório da laminite seja agudo e severo o suficiente para causar
alteração sistêmica, a produção de sêmen deverá ser prejudicada por um
período de até, talvez, dois meses após a cura, assim como ocorre com outras
doenças sistêmicas relativamente severas, porém não informou a intensidade
do comprometimento do sêmen. GALLOWAY (1971) acrescentou que injúrias
ao sistema locomotor dos reprodutores poderão resultar em dificuldades no
serviço. Apesar de autores como GREENOUGH et al. (1997), CBRA (1998) e
NICOLETTI (2004) considerarem que injúrias no sistema locomotor podem
influenciar na reprodução dos touros, esses autores não relataram nenhum
estudo direto avaliando a condição andrológica dos animais de forma mais
específica, ou seja, avaliando o sêmen dos animais que sofrem de alguma
enfermidade no sistema locomotor em seus diversos aspectos. As
informações encontradas a respeito do assunto apresentaram-se, além de
escassas, superficiais.
Na literatura consultada o único trabalho científico, abordando o
assunto de forma mais detalhada é a pesquisa desenvolvida por CHIQUETO
(2004). O autor avaliando, por meio de exame andrológico, as características
físicas e morfológicas do sêmen de touros da raça Holandesa, registrou
diferenças significativas, quanto a algumas características físicas e
morfológicas do sêmen de animais portadores de dermatite digital em relação
a animais saudáveis.
Portanto, existem fortes evidências que reforçam a importância do
assunto, especialmente ao considerar os relatos freqüentes de produtores
rurais, os quais relatam que animais portadores de doenças digitais
apresentam baixo desempenho produtivo, acarretando prejuízos econômicos
e, como muitas vezes, o tratamento torna-se oneroso, o descarte de animais
valiosos é inevitável. Em se tratando de animais de aptidão para corte, muitos
proprietários e técnicos também questionam qual seria o tratamento mais
28
adequado, considerando, sobretudo, as características da raça Nelore, que
são animais de temperamento agressivo e o manejo em curral torna-se
esporádico, ou seja, em períodos de vacinações e desmama, sendo portanto
diferente do manejo adotado para animais de aptidão leiteira.
Acrescente-se que os protocolos terapêuticos convencionais
estabelecidos para as enfermidades digitais necessitam de manejo diário em
curral, com passagem em pedilúvio contendo soluções sanitizantes. Além
desses aspectos, outra questão que vem sendo abordada são as formas de
prevenir a ocorrência dessas doenças em criatórios que exploram gado de
corte, uma vez que em animais de aptidão leiteira, dentre as alternativas de
manejo adotadas, o uso do pedilúvio e o casqueamento preventivo são de
difícil aplicação na rotina dos primeiros.
Dessa forma, o desenvolvimento de pesquisas científicas, com a
finalidade de identificar fatores de risco, determinar a produção e a qualidade
espermática e testar protocolos terapêuticos, que sejam viáveis no tratamento
de enfermidades digitais de bovinos de aptidão para corte, possa não só
validar os conhecimentos científicos já existentes, mas também elucidar outras
possíveis condições, que podem interferir na produção espermática e,
conseqüentemente, interferir na eficiência reprodutiva.
29
3 OBJETIVOS
3.1 Objetivo geral
Este trabalho teve o objetivo de avaliar a qualidade seminal de
touros da raça Nelore acometidos pela dermatite digital
3.2 Objetivos específicos
Descrever alguns aspectos epidemiológicos envolvidos na
ocorrência da dermatite digital em animais da raça Nelore,
manejados extensivamente.
Avaliar a qualidade seminal de touros, da raça Nelore com
idade média de 36 meses.
Avaliar a eficiência e o custo do protocolo terapêutico
empregado no tratamento da dermatite digital em touros da
raça Nelore.
30
4 MATERIAL E MÉTODOS
Antecedendo ao início do estudo o projeto foi submetido à
Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás, o qual foi
protocolado sob o nº 018, com parecer favorável.
4.1 Critérios para escolha da propriedade
O estudo foi conduzido durante o período de maio a outubro de
2006, em uma propriedade rural, situada no município de Quirinópolis na
região Sudoeste do Estado de Goiás, denominada Fazenda Matinha. A
propriedade explorava bovinos destinados à produção de carne e na
agricultura, a soja era a cultura principal. Todos os animais eram manejados
extensivamente, em piquetes de Panicum maximum, com pastejo rotacionado
e em baixas lotações e suplementação com sal comum. Os bovinos recebiam
vacina contra Febre Aftosa, seguindo calendário estabelecido pelos órgãos
governamentais. Como no município predomina a produção de gado de corte
e vários são os relatos de enfermidades digitais acometendo o rebanho, optou-
se por realizar o trabalho nessa região. Além desses aspectos, considerou-se
na escolha desta propriedade a notificação, feita por médicos veterinários
autônomos que prestam serviços no município, da ocorrência da enfermidade
e a disponibilidade do proprietário em ceder os animais, fator este considerado
limitante nesse tipo de estudo. Por último, consideraram-se os relatos de sub-
fertilidade em touros existentes na fazenda e que eram portadores de doenças
digitais.
4.2 Aspectos epidemiológicos
Durante a visita, preencheu-se um questionário estruturado fechado
elaborado com base em THRUSFIELD et al. (2005), contendo dados da
propriedade e dos animais (Anexo 1). Os dados obtidos foram utilizados como
ferramenta na tentativa de elucidar alguns fatores predisponentes da dermatite
31
digital na categoria animal empregada neste estudo, que segundo DEMIRKAN
et al. (2000) e LEÃO (2006), caracteriza-se por ser uma enfermidade de
caráter multifatorial. Conforme apontado por BORGES & CUNHA (2001)
considerou-se no estudo questionamentos sobre traumatismos digitais,
sodomia, disputa social, transporte, superpopulação, excesso de lama e
umidade fragilizando o casco, presença de pedras e pisos com defeito, dentre
outros, como possíveis fatores de risco da enfermidade estudada, em bovinos
de corte. Considerou-se também a recomendação de LEÃO (2006) para incluir
nessa modalidade de estudo, a ausência do exame podológico e a falta de
quarentena antecedendo a aquisição e a sua introdução no rebanho, como
medidas preventivas da dermatite digital.
4.3 Diagnóstico da enfermidade
O diagnóstico da enfermidade fundamentou-se na presença de
lesões características de dermatite digital, conforme descritas por FERREIRA
et al. (2005), CASTRO (2006) e LEÃO (2006). Sendo confirmada a presença
da enfermidade, o animal era submetido a um criterioso exame clínico dos
cascos, com o objetivo de melhor identificar a fase em que se apresentavam
as lesões de dermatite digital, conforme descrito no Quadro 1 (CASTRO,
2006). Considerou-se também no diagnostico o histórico e, sobretudo, as
características das lesões na fase inicial do processo (SILVA et al., 2005b), já
que dependendo da evolução clínica poderia apresentar características de
lesões mistas, como as relacionadas à erosão dos talões e a pododermatite
séptica (SILVA et al., 2006b). As lesões observadas foram registradas em
ficha clínica individual, sendo identificadas pelo número do animal e o membro
acometido seguido da descrição macroscópica da lesão (Anexo 2).
32
QUADRO 1 - Caracterização macroscópica e fases evolutivas das lesões de
dermatite digital em touros da raça, Nelore, adotada, em
experimento realizada no período de maio a outubro de 2006,
em uma propriedade rural, no município de Quirinópolis – GO
Fases da doença Características macroscópicas da lesão
Inicial Edema, hiperemia, sensibilidade, lesões pequenas ou
ausência de fístulas, estando a pele sadia delimitada
por uma linha branca de tecido elevado ou
protuberante. Presença de pêlos e claudicação.
Erosiva Lesões erosivas, eritematosas ou ulceradas.
Presença de tecido de granulação, comprometimento
dos talões e estojo córneo, axial e abaxial, presença
de miíase, sensibilidade, sangramento ao manipular o
membro e claudicação.
Proliferativa ou
Papilomatosa
Lesões macroscópicas com aspecto proliferativo,
papilomatoso, verrucoso ou hiperplásico,
comprometimento dos talões e estojo córneo, axial e
abaxial, miíase. Presença de pêlos e projeções
papilares, tecido necrótico e claudicação.
Fonte: Adaptado de CASTRO (2006).
4.4 Critérios para o estabelecimento dos grupos experimentais
Inicialmente, participaram do estudo 22 bovinos da raça Nelore,
machos, inteiros, com idade média de 36 meses, os quais foram identificados
por meio de brincos e alocados em três grupos (TI, TII e TIII), de acordo com
presença ou não de dermatite digital e a fase de realização do protocolo
terapêutico adotado para a enfermidade. Para tanto, alocou-se aleatoriamente
nos grupos TI e TII somente animais portadores de dermatite digital,
independente da fase em que se apresentavam as lesões. O grupo TI formado
por oito bovinos enfermos, os quais foram tratados após a segunda colheita de
sêmen, ou seja, decorridos 30 dias do início do experimento. O grupo II (TII)
constituído por sete bovinos portadores da enfermidade, considerado o grupo
33
controle doente, receberam tratamento após a sétima e última colheita de
sêmen. Já no grupo TIII, constituído por sete animais, todas as unidades
experimentais não apresentavam lesões digitais, sendo considerado o grupo
controle saudável (QUADRO 2). Como, um dos animais pertencentes ao grupo
TII, não ejaculou entre a segunda e sexta colheita de sêmen e, outro que fazia
parte do grupo TIII, apresentou alteração no estado de saúde, eles foram
retirados do estudo para avaliação dos parâmetros espermáticos, totalizando
seis animais em cada um desses grupos.
QUADRO 2 – Distribuição das unidades experimentais três grupos, momentos
de colheita de ejaculado e condição dos dígitos dos animais
durante as fases de colheitas, durante experimento realizado no
período de maio a outubro de 2006, em uma propriedade rural,
no município de Quirinópolis – GO
Grupos Nº de
animais
inicial
Momentos de colheita do ejaculado
(intervalos de 15 dias)
Nº de
animais
final
M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7
T1 8 PL PL T T T R R 8
T2 7 PL PL PL PL PL PL PL 6
T3 7 S S S S S S S 6
D: presença de lesão no dígito, T = lesões dos dígitos tratadas, R = recuperação da lesão, S
= animais com dígitos saudáveis
Todos os animais que participaram do estudo foram submetidos à
avaliação do sistema genital externo conforme descreveram RADOSTITS et
al. (2002) e POST et al. (2002), observando-se o escroto, testículos,
epidídimo, prepúcio, pênis, glândulas vesiculares, ampolas do ducto deferente,
próstata e glândulas bulbouretrais. Essas estruturas anatômicas não deveriam
apresentar alterações como hipoplasia e outros defeitos de formação ao início
do período experimental. O exame foi repetido a cada colheita de sêmen para
identificar possíveis alterações ocorridas nos intervalos entre as visitas.
Também foram realizados exames para diagnóstico de brucelose, tuberculose
34
com antígeno acidificado tamponado e prova de tuberculinização intradérmica,
respectivamente (ACYPRESTE, 1999; ROCHA, 2003).
4.5 Exame andrológico
Todos os exames foram realizados durante os meses de maio a
outubro, na tentativa de minimizar possíveis efeitos da época do ano sobre as
características que seriam analisadas conforme adotado por VALENTIM et al.
(2002). Considerou-se também a menor precipitação pluviométrica nessa
época, na região, fato que poderia auxiliar no tratamento das lesões de
dermatite digital. De todos os bovinos, colheram-se sete amostras de sêmen, a
um intervalo de 15 dias. Todas as colheitas e avaliações espermáticas, tanto
físicas como morfológicas, foram realizadas pela mesma equipe, visando
diminuir possíveis efeitos do avaliador.
Para proceder cada colheita de sêmen, os bovinos foram contidos
em posição quadrupedal em bretes apropriados. O exame andrológico foi
precedido do exame clínico geral do animal, avaliação da circunferência
escrotal, empregando fita métrica apropriada e aferindo a região de maior
perímetro, de ambos os testículos de cada animal dos diferentes grupos.
Também se observou a consistência testicular, por meio de palpação. Todos
esses aspectos foram considerados para certificar-se também, de que os
animais não apresentavam nenhuma outra enfermidade aparente que pudesse
interferir no resultado final do experimento (SILVA et al., 1993; CBRA, 1998;
HAFEZ, 2004).
Na seqüência, realizou-se toalete e secagem, com papel toalha, do
óstio prepucial permitindo assim colheita de ejaculado com menor
contaminação possível. Realizou-se o esvaziamento do reto e palpação das
glândulas acessórias com posterior introdução da sonda transretal composta
por eletrodos, os quais eram alimentados por uma fonte excitadora de 12 volts
(Eletro-ejaculador. Duboi – Indústria e Comércio de Artefatos para Pecuária
Ltda. Campo Grande - MS). As amostras foram colhidas em tubos plásticos,
graduados e acoplados em funil de igual material. Imediatamente procedeu-se
avaliação a fresco dos aspectos físicos das amostras, considerando o
35
turbilhonamento, vigor e motilidade individual. O turbilhonamento foi observado
em microscopia, diretamente sobre uma gota de sêmen depositada sobre uma
lâmina aquecida a 37ºC, utilizando microscópio óptico simples em objetiva
com aumento de 4x. Observou-se a quantidade, intensidade e espessura das
ondas dentro de uma escala de 0 a 5, sendo que 0 representava ausência de
turbilhonamento e 5 o valor máximo. Para análise de motilidade progressiva e
vigor, colocou-se outra gota de sêmen sobre a lâmina e, sobre essa uma
lamínula. Com a objetiva de aumento 40x avaliou-se a motilidade progressiva
dentro de uma escala percentual de 0 a 100, sendo que 0 representou a
ausência de motilidade e 100% o máximo. Ato contínuo avaliou-se o vigor
dentro de uma escala de 0 a 5 sendo a ausência classificada como 0 e o vigor
máximo como 5 (SILVA et al., 1993; CBRA, 1998; HAFEZ, 2004).
De cada animal, preparou-se um esfregaço em lâmina, as quais
foram coradas em laboratório pela técnica corante rosa bengala (HAFEZ &
HAFEZ, 2004; STREIT JR et al., 2004). Posteriormente, realizou-se a leitura
dos aspectos morfológicos do sêmen, sendo analisados os defeitos
espermáticos. Para esse propósito, foram contadas 200 células espermáticas
em microscópio óptico com objetiva de 100x em imersão, com movimentos em
zigue-zague percorrendo todo o campo da lâmina (CBRA, 1998). Também,
para cada animal em todas as colheitas, preparou-se uma solução turva de
sêmen diluído em formol-salina-tamponada (HANCKOK, 1957) como material
reserva, para posterior confecção de esfregaços ou mesmo leitura sob
microscopia em contraste de fase, caso o esfregaço inicial apresentasse
imperfeições.
Em seguida, com auxílio de uma pipeta de Sahli, realizou-se a
diluição de 20µL de sêmen em 4ml de solução de formol-salina-tamponado
(HANCKOK, 1957; SIQUEIRA et al., 2007) para posterior avaliação da
concentração espermática empregando câmara de Neubauer espelhada, sob
microscopia, no Laboratório de Andrologia e Tecnologia do Sêmen da Escola
de Veterinária da Universidade Federal de Goiás (LATS/UFG). Os valores
foram expressos em número de espermatozóides (x10
6
) por mililitros de
ejaculado (CBRA, 1998).
Os dados obtidos com os exames andrológicos foram catalogados
em fichas apropriadas (Anexo 3), com o intuito de padronizar as informações
36
colhidas e facilitar suas análises. Posteriormente os parâmetros físicos e
morfológicos do sêmen foram dispostos em gráficos.
Ressalte-se que, como também se buscava avaliar as possíveis
influências do tratamento das lesões sobre as características espermáticas, as
colheitas foram divididas em três momentos, considerando o período em que
os animais, distribuídos no grupo TI, foram submetidos ao tratamento e o
tempo em que, provavelmente, as lesões apresentavam-se cicatrizadas.
Portanto, estabeleceu-se que as duas primeiras colheitas seriam consideradas
como o momento pré, ou seja, antes de se efetuar o tratamento das lesões
de dermatite digital. As colheitas três, quatro e cinco, correspondendo ao
momento inter, coincidiram com o período destinado ao tratamento das
lesões podais dos animais alocados no grupo TI, ainda que ao final desse
momento as feridas já estivessem cicatrizadas. O último momento,
denominado momento pós (FIGURA 1), correspondeu às colheitas seis e
sete, fase em que pelo exame clínico macroscópico dos dígitos dos bovinos do
grupo TI, esperava-se não haver nenhuma lesão de dermatite digital.
Para efeito de comparação entre os três grupos (TI, TII e TIII) essa
divisão de colheitas em momentos foi estabelecida também para os animais
que constituíram os grupos TII e TIII, grupo controle doente e saudável,
respectivamente.
FIGURA 1 – Representação esquemática das colheitas de ejaculado
agrupadas e analisadas em diferentes momentos, durante
experimento realizado no período de maio a outubro de
2006, em uma propriedade rural, no município de
Quirinópolis – GO
37
4.6 Protocolo terapêutico
Os animais pertencentes aos grupos TI e TII foram tratados
cirurgicamente, promovendo-se a retirada de todo tecido comprometido e
toalete dos cascos. As lesões receberam curativos locais com
antibioticoterapia local e parenteral, além de passagem em pedilúvio contendo
soluções sanitizantes (CUNHA, 2000; ROMANI, 2003; FERREIRA, 2003;
SILVA et al. 2005b; LEÃO, 2006). Tanto os animais alocados no grupo TI
como no TII receberam o mesmo tratamento, no entanto, os que compuseram
o grupo TI foram submetidos ao tratamento após a segunda colheita de sêmen
e os distribuídos no grupo TII após a última.
O pré-operatório constou de jejum hídrico e alimentar de no mínimo
12 horas, tranqüilização com xilazina 2% (Anasedan - Divisão Vetbrands
Saúde Animal, Jacareí - SP) na dose de 0,05 a 0,2 mg/kg de peso corporal,
via intravenosa e contenção em decúbito dorsal, utilizando cordas.
Posteriormente, promoveu-se limpeza e desinfecção dos dígitos com água,
sabão e iodo polivinil pirrolidona (Iodopovidona - Farmogral Farmácia de
Manipulação, Brasília - DF), realizando-se nos dígitos sadios o casqueamento
preventivo e nos acometidos, remoção cirúrgica das lesões, após realização
de anestesia local ou intravenosa de Bier, empregando cloridrato de lidocaína
a 2% (Dorfin® – Laboratório Hertape Ltda, Juataba – MG). Tanto a
tranqüilização como a anestesia local, foram realizadas, seguindo
recomendação de MASSONE (2003).
Sobre as feridas cirúrgicas, aplicou-se solução contendo percloreto
de ferro, iodo metálico e salicilato de metila (Hemosthal® - Minerthal Produtos
Agropecuários Ltda, São Paulo - SP) e polvilhamento com oxitetraciclina pó
(Terramicina pó solúvel com Antigerm 77® - Laboratório Pfizer Ltda,
Guarulhos - SP). O mesmo princípio ativo desse antibiótico (Oxitape LA®,
Laboratório Hertape, Juatuba - MG), em sua apresentação de longa ação para
uso injetável, foi aplicado nos animais, na dose de 20mg/kg de peso corporal,
via intramuscular, em intervalos de 48 horas, por três aplicações.
Protegeram-se as lesões com algodão hidrófilo, após serem
tratadas com os dois medicamentos, e sobre este se polvilhou sulfato de
38
cobre. Seqüencialmente, envolveram-se as feridas com ataduras de crepon
(Ortho Surgical - Superintendência Hospitalar Ltda. Santa Bárbara – SP), que
foram impermeabilizadas com um produto composto por dicloro divinil
pirrolidona, orto-orto-dimetil-para-nitrofenil-fosforotioato e alcatrão vegetal
esterilizado (Miosthal® - Minerthal Produtos Agropecuários Ltda. São Paulo -
SP).
Sete dias após a realização do procedimento cirúrgico, retirou-se a
bandagem protetora e os bovinos foram conduzidos, diariamente, a um
pedilúvio, contendo solução de sulfato de cobre a 3% ou hipoclorito de sódio
(Carbocloro - S/A Indústrias Químicas, São Paulo – SP), a 1%, de acordo com
o preconizado por SILVA et al. (2005b), obedecendo-se a um intervalo de 48
horas para se efetuar as trocas das soluções. O rodízio entre as soluções
obedeceu a um intervalo de sete dias e o tratamento estendeu-se por,
aproximadamente, 60 dias, sendo suspenso quando os animais
apresentavam-se clinicamente recuperados das lesões, com escore de
cicatrização 5.
Todos os animais que participaram do experimento, por ocasião da
realização do tratamento das lesões digitais dos bovinos pertencentes ao
grupo TI, passaram a receber suplementação mineral e protéica, por meio de
sal proteinado (Sal campo protéico - Global Indústria e Comércio de Sal
Mineral e Rações Ltda. Quirinópolis - GO).
4.7 Avaliação da eficiência do tratamento
Os animais pertencentes aos grupos TI e TII, que receberam
tratamento para a dermatite digital foram submetidos ao acompanhamento da
evolução clínica de cicatrização das lesões. Foram considerados cinco
momentos de avaliação e quatro escores de cicatrização, para classificar os
animais como recuperados ou não recuperados, conforme Quadro 3,
elaborado de acordo com as descrições de EURIDES et al. (1996) e
OLIVEIRA et al. (2007b). A avaliação dos bovinos distribuídos no grupo TI foi
realizada no período de colheita de sêmen. Já para os animais alocados no
grupo TII, o tempo de avaliação correspondeu a um período de dois meses
39
após o término das colheitas de sêmen.
QUADRO 3 – Momentos de avaliação e determinação de escores para a
avaliação macroscópica da evolução clínica da cicatrização
das lesões de dermatite digital, no período pós-operatório em
bovinos da raça Nelore, durante experimento realizado no
período de maio a outubro de 2006, em uma propriedade rural,
no município de Quirinópolis – GO
MOMENTO DE
AVALIAÇÃO
ESCORES
M1 - 7 dias Escore 1 Presença de inflamação com
exsudato
M2 - 15 dias Escore 2 Presença de inflamação com úlceras
M3 - 30 dias Escore 3 Formação de tecido com aspecto
granulomatoso e presença de crostas
M4 – 45 dias Escore 4 Retração das bordas da ferida
M5 - 60 dias Escore 5 Cicatrização completa do tecido
4.8 Avaliação do custo do tratamento das lesões do casco
Estimou-se o custo do tratamento das lesões de dermatite digital,
incluindo medicamentos e materiais necessários à realização do procedimento
cirúrgico, confecção de um pedilúvio e mão-de-obra especializada.
4.9 Análise estatística
Os dados relacionados ao exame andrológico foram analisados
comparando-se os resultados obtidos para os diferentes grupos nos diferentes
momentos de avaliação. Para a análise estatística entre os grupos nos
diferentes momentos de avaliação, quanto aos parâmetros turbilhão e vigor
espermáticos empregou-se o Teste da Mediana e para as demais
40
características espermáticas aplicou-se o Teste de Kruskall-Wallis, com nível
de significância de 5% (p<0,05). Optou-se por esses testes, uma vez que o
número de amostras era pequeno e a distribuição das variáveis entre os
grupos não era normal (SAMPAIO, 1998; MONTEIRO FILHO, 2004). Para
comparar os resultados obtidos entre os momentos empregou-se o Teste de
Wilcoxon. Para avaliar a eficiência do tratamento e recuperação dos animais
realizou-se análise descritiva (SAMPAIO, 1998).
41
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Aspectos epidemiológicos
As visitas e o preenchimento do questionário permitiram uma
avaliação criteriosa do ambiente, saúde dos animais, aptidão e, em especial,
do manejo adotado na propriedade. No criatório explorava-se 1500 (100%)
bovinos de aptidão para corte sendo que 83 (5,54%) animais, com idade
acima de dois anos e em sua maioria machos eram portadores de
enfermidades digitais. Ocorrência semelhante foi registrada por MAREGA
(2001), em bovinos de aptidão para corte, manejados extensivamente.
Todavia, contrariando essas informações, BORGES & CUNHA (2001)
afirmaram que a dermatite digital raramente tem sido observada em bovinos
de corte, sendo que seu aparecimento depende da contaminação ambiental.
Apesar das pastagens do criatório serem cultivadas
predominantemente em terreno macio, em alguns locais o solo era pedregoso,
condição que limitava o deslocamento dos animais e que, pode ter contribuído
para a manifestação da enfermidade no rebanho estudado. Segundo
MORAES (2000) o solo dos piquetes deve receber atenção especial,
oferecendo condições seguras de locomoção, fator importante na manutenção
do equilíbrio entre o desgaste e o crescimento dos cascos. Como 70% dos
animais foram adquiridos em leilões ou em outros criatórios, sem
acompanhamento de um Médico Veterinário e conseqüentemente dos exames
podológicos, segundo LEÃO (2006), essa conduta pode contribuir para o
aumento da ocorrência de enfermidades digitais nos bovinos, constituindo-se
assim em um fator de risco para os animais do presente estudo. Medidas de
biossegurança como a quarentena, antecedendo a introdução de novos
bovinos no criatório, também não eram realizadas, situação que segundo
SILVA et al. (2001a), também pode ter contribuído para o surgimento da
doença na propriedade.
Neste estudo não se observou superpopulação de animais e a
sodomia apesar de estar presente entre os animais, pela baixa freqüência, não
foi considerada o fator de risco mais importante. BORGES & CUNHA (2001)
42
acrescentaram que a principal causa de doença digital em bovinos de corte,
sobretudo confinados, é o traumatismo, sendo que dentre os fatores
predisponentes destacam-se a sodomia, disputa social, transporte,
superpopulação, excesso de lama e umidade fragilizando o casco, presença
de pedras e pisos com defeito. Ainda fundamentando-se nas informações
obtidas, acredita-se que fatores como o transporte dos animais em caminhões
sem higienização adequada, a higienização deficiente do instrumental
empregado no tratamento cirúrgico da enfermidade, o excesso de umidade
nas imediações dos bebedouros e cochos durante a estação chuvosa e o não
isolamento dos animais enfermos, também devem ser considerados como
fatores de risco importantes na epidemiologia da doença. Essas possibilidades
encontram respaldo nos trabalhos de SILVA et al. (2001a) e FERREIRA et al.
(2005), os quais relacionaram esses fatores à ocorrência da dermatite digital,
acrescentando que, a alta virulência da infecção e a ausência de medidas de
biossegurança contribuem para disseminação da enfermidade no sistema de
produção.
Como em cinco (33,33%) casos, pelas características das lesões,
existiam fortes evidencias que a dermatite digital estava associada a outras
enfermidades digitais, especialmente a pododermatite séptica e a erosão dos
talões, argumenta-se que pode haver a participação de outros fatores de risco
na etiopatogenia do processo. Acrescente-se que segundo LEÃO (2006) o
aspecto das lesões pode alterar com a evolução clínica do processo. Para
BORGES & CUNHA (2001), o traumatismo digital geralmente resulta em
solução de continuidade do tecido córneo, com consequente infecção
secundária, como a pododermatite séptica, artrite, miíases e perdas extensas
de tecido, culminando com a destruição total do estojo córneo. SILVA et al.
(2005b) descreveram o envolvimento de vários fatores na ocorrência da
enfermidade, contudo, enfatizaram que dependendo do estágio da evolução e
pela presença de outros microrganismos, as lesões podem perder sua
identidade conferindo ao processo um caráter multifatorial, situação
semelhante à encontrada tanto para os animais, como para o criatório em que
o experimento foi conduzido.
43
5.2 Exame clínico geral e específico do aparelho locomotor e diagnóstico
da enfermidade
Ao exame clínico específico do aparelho locomotor dos animais
pertencente aos grupos TI e TII, portadores de dermatite digital, em um total
de 15 bovinos, foi possível identificar doença digital em 18 membros,
totalizando 20 lesões. Deste total, três (15%) localizavam-se no membro
torácico direito, duas (10%) no membro torácico esquerdo, sete (35%) no
membro pélvico direito e oito (40%) no membro pélvico esquerdo.
Proporcionalmente, esses resultados estão de acordo com os encontrados por
SILVA et al. (2006a) e fortalecem os achados de MAREGA (2001) e SILVA et
al. (2001b), os quais descreveram que 87% das lesões encontravam-se nos
membros pélvicos. CHIQUETO (2004) também descreveu ocorrência maior
nestes membros.
Ainda sobre a maior ocorrência de lesões nos membros pélvicos
nos animais aqui estudados, BORGES (1998) afirmou que o achado poderia
estar relacionado ao maior contato desses membros com fezes e urina,
favorecendo o surgimento de doenças digitais. Já FERREIRA et al. (2005)
citaram que um dos principais fatores que poderiam incriminar a maior
ocorrência de lesões nos membros pélvicos em relação ao torácico, estaria
relacionado ao tipo de articulação. Para os autores, nos membros torácicos,
ligamentos e músculos são responsáveis pela fixação do membro locomotor
na região torácica. Nos membros pélvicos, a fixação requer uma articulação
óssea, proporcionando menor absorção do impacto durante a locomoção e,
conseqüentemente, maior trauma sobre os dígitos, contribuindo dessa forma
para a maior ocorrência de lesões digitais nesses membros. Analisando
apenas as lesões dos membros pélvicos nota-se que o membro esquerdo foi o
mais acometido, resultado que contraria BORGES (1998) e CHIQUETO
(2004), os quais relataram ser o membro direito o mais acometido. BORGES
(1998) atribuiu o achado à diminuição da circulação sanguínea neste membro,
uma vez que, quando os bovinos estão em repouso esternal comumente
exercem maior pressão sobre o membro direito.
Avaliando as características das lesões digitais encontradas nos
44
animais que compuseram os grupos TI e TII, deparou-se com 11 (73,34%)
casos, cujas lesões, predominantemente, se apresentavam na forma
proliferativa, com aspecto papilomatoso e verrucoso, comprometendo boa
parte do estojo córneo. Em quatro (26,66%) casos, o aspecto era erosivo e
comprometia os talões, conforme descrito por CASTRO (2006). Em três (20%)
bovinos observaram-se as duas formas clínicas das lesões e, em cinco
(33,33%), as lesões apresentavam-se associadas a outras enfermidades,
provavelmente, pela cronicidade do processo ou devido a fatores de risco
desconhecidos (Figuras 2B e 2C). Todavia, com a evolução clínica do
processo, é possível que as lesões de dermatite digital fossem se modificando
apresentando aspecto macroscópico, diferente do comumente encontrado,
confirmando os relatos de SILVA et al. (2005b).
FIGURA 2 – Lesões de dermatite digital encontradas nos dígitos de
bovinos da raça Nelore, em experimento realizado em
uma propriedade rural, no município de Quirinópolis –
GO, 2006: (A) fase inicial, lesão circunscrita ulcerada,
com aspecto de morango; (B) aspecto erosivo; (C)
aspecto proliferativo ou papilomatoso.
Apesar da diversidade das lesões, uma informação importante e
considerada no diagnóstico, foi obtida durante o preenchimento do
questionário. O proprietário e os veterinários que assistiam à propriedade
relataram que, inicialmente os animais apresentavam manqueira, pequena
lesão circunscrita ulcerada com aspecto de morango, principalmente na região
entre os talões e no espaço interdigital dorsal. Além desse detalhe, ao exame
detalhado dos dígitos manifestavam sensibilidade e sangramento ao toque no
A B
C
45
local do ferimento. Os relatos do aspecto e localização das lesões
caracterizam a forma inicial e erosiva das lesões de dermatite digital, conforme
descrito por NICOLETTI (2004), CASTRO (2006) e LEÃO (2006). Portanto,
fundamentando-se nessas informações, pode-se inferir que as lesões de
dermatite digital diagnosticadas na fase inicial (Figura 2A), com a evolução
clínica da enfermidade, evoluíram para a forma proliferativa e/ou erosiva,
comprometendo uma porção significativa do estojo córneo, conforme
observado na Figura 2B e 2C.
5.3 Exame clínico específico do aparelho reprodutor
Ao exame específico dos órgãos reprodutivos dos touros
pertencentes aos três grupos (TI, TII e TIII), como testículos, pênis e glândulas
acessórias, não foram identificadas alterações clínicas que pudessem
comprometer as avaliações andrológicas durante o estudo. Essa conduta
fundamentou-se nas recomendações de MIES FILHO (1982), SILVA et al.
(1993), HAFEZ (2004), ALMEIDA et al. (2007) e LOPES et al. (2007), os quais
ressaltaram a importância do exame específico dos órgãos reprodutivos em
um macho reprodutor, para a detecção de alterações que possam
comprometer a fertilidade. Portanto, os resultados obtidos com relação aos
parâmetros seminais, em tese, não puderam ser relacionados com alterações
nessas glândulas.
5.4 Exame andrológico – características físicas e morfológicas do sêmen
As Figuras 3 a 12 representam a variação das médias das
características físicas e morfológicas do sêmen, nos diferentes momentos
estabelecidos, para os animais pertencentes aos três grupos (TI, TII e TIII) do
presente estudo.
5.4.1 Características físicas
46
a) Vigor espermático
Os valores obtidos para o vigor espermático estão apresentados na
Figura 3. O CBRA (1998) considera como três o valor mínimo e cinco como o
máximo desejável dentro de uma escala de zero a cinco, para o parâmetro
vigor. Neste estudo, comparando os resultados entre os grupos, nota-se que,
no primeiro momento os animais distribuídos no grupo TI apresentaram menor
vigor espermático em relação aos animais pertencentes aos grupos TII e TIII.
Comparando os valores absolutos, da característica vigor, entre os momentos
pré e inter, percebe-se que em todos os grupos houve decréscimo no grau de
vigor, sendo que nos animais pertencentes ao grupo TIII, a média (3,67) foi
superior aos demais grupos. Acrescente-se que, os bovinos alocados no grupo
TI apresentaram o menor valor médio do aspecto físico vigor. Nesse grupo, o
decréscimo observado no momento inter, foi mais acentuado, possivelmente,
porque coincidiu com a agudização das lesões do casco durante o tratamento
cirúrgico. Todavia, posteriormente, esse parâmetro aumentou em todos os
grupos do momento inter para o pós, oscilando mais nos bovinos alocados no
grupo TI.
O aumento observado para o parâmetro vigor, nos animais
distribuídos em todos os grupos (TI, TII e TIII) pode ser atribuído, em parte, a
resposta à suplementação mineral e protéica que todos os animais passaram
a receber, após o tratamento cirúrgico das lesões digitais dos bovinos
alocados no grupo TI. Esta observação também foi relatada por HAFEZ
(2004), ocasião que atribuiu à subnutrição, alguns efeitos negativos sobre os
aspectos reprodutivos. Todavia, para o autor, essas implicações podem ser
corrigidas nos animais adultos, após suplementação adequada.
Aplicando o Teste da Mediana, nos diferentes momentos, entre os
grupos, não se observou diferença significativa para a característica
espermática vigor, no momento pré, inter e pós, com p=0,920, p=0,50 e
p=0,467, respectivamente, conforme demonstrado na Tabela 1. CHIQUETO
(2004) em estudo similar, apesar de ter encontrado diferença significativa
entre os grupos estudados, relatou que os valores do vigor estavam próximos
do valor considerado ideal pelo CBRA (1998). De igual forma, nos animais do
47
presente estudo, as médias dos valores detectados, em todos os momentos
também atenderam às recomendações do CBRA (1998). Entretanto, não se
pode negligenciar o efeito do tratamento, o qual indicou que as lesões de
dermatite digital podem comprometer o vigor espermático.
Figura 3 – Representação da mediana do vigor espermático, em diferentes
momentos, de bovinos da raça Nelore, portadores de dermatite
digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em experimento realizado em
uma propriedade rural no município de Quirinópolis – GO, 2006.
48
TABELA 1 - Resultado do teste da Mediana para comparação entre os grupos,
nos diferentes momentos, das características espermáticas
turbilhão e vigor de bovinos da raça Nelore, portadores de
dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em experimento
realizado em uma propriedade rural no município de Quirinópolis
– GO, 2006
Momento Pré entre os grupos
Grupo Nº animais Característica turbilhão (0-5) Característica vigor (0-5)
Mediana p Mediana P
TI 8 2,75
0,957
3,50
0,920TII 6 3,00 3,75
TIII 6 3,00 3,75
Momento Inter entre os grupos
Grupo Nº animais Característica turbilhão (0-5) Característica vigor (0-5)
Mediana p Mediana p
TI 8 2,67
0,090
3,00
0,050TII 6 3,0 3,44
TIII 6 3,39 3,67
Momento Pós entre os grupos
Grupo Nº animais Característica turbilhão (0-5) Característica vigor (0-5)
Mediana p Mediana p
TI 8 3,38
0,67
4
3,38
0,467TII 6 3,42 3,58
TIII 6 3,67 3,83
Comparando ainda, entre os momentos, a característica
espermática vigor, mediante aplicação do Teste de Wilcoxon, também não se
observou diferença significativa (Tabelas 2, 3 e 4). No momento pós, 45 dias
após o tratamento das lesões, nos animais que compuseram o grupo TI, com
em dois (28,57%) animais, registrou-se aumento do grau de vigor. Ressalte-se
que nessa ocasião o processo de cicatrização clínica das lesões havia
praticamente se completado. Quanto aos animais alocados no grupo TII, no
49
momento pós, apesar de os animais ainda estar apresentando a enfermidade,
depreendeu-se também com grau de vigor muito próximo aos demais grupos.
Possivelmente a adaptação dos animais à condição de estresse (MOBERG &
MENCH, 2000) contribuiu para que esse achado estivesse presente.
Apesar de não se observar diferenças entre as medianas do
momento pré com o momento pós, verificou-se que nos animais pertencentes
aos grupos TI e TII, o grau de vigor decresceu, enquanto que nos bovinos
alocados no grupo TIII esta característica aumentou. Considerando as
citações de STABENFELDT & EDQVIST (1996) e FRANÇA & RUSSEL
(1998), os quais relataram um tempo mínimo de 65 dias, para que ocorra uma
espermatogênese completa e liberação dos espermatozóides para o lúmen
dos túbulos seminíferos, é provável que se prosseguissem com as colheitas
por mais 45 dias, a diferença entre as medianas dos diferentes grupos poderia
ser significativa.
50
TABELA 2 - Resultado do teste de Wilcoxon para comparação entre os
momentos pré e inter e, entre os momentos pré e pós, de
características físicas espermáticas dos bovinos alocados no
grupo TI, em experimento realizado com animais da raça
Nelore saudáveis e portadores de dermatite digital, em uma
propriedade rural no município de Quirinópolis – GO, 2006
GRUPO TI - Comparação entre momentos Pré e Inter
Características
Mediana/Média
p
Momento Pré Momento inter
Turbilhão (0-5) 2,75 2,67 0.499
Vigor (0-5) 3,50 3,00 0.058
Motilidade (%) 74,06 70,83 0.231
Concentração (x10
6
/ml) 221,72
a
498,33
b
0.036
GRUPO TI - Comparação entre momentos Pré e Pós
Características
Mediana/Média
p
Momento Pré Momento Pós
Turbilhão (0-5) 2,75 3,38 0.136
Vigor (0-5) 3,50 3,38 0.317
Motilidade (%) 74,06 72,50 0.102
Concentração (x10
6
/ml) 221,72
a
692,50
b
0.036
GRUPO TI - Comparação entre momentos Inter e Pós
Características
Mediana/Média
p
Momento Inter Momento Pós
Turbilhão (0-5) 2,67 3,38
0,090
Vigor (0-5) 3,00 3,38
0,235
Motilidade (%) 70,83 72,50
0,888
Concentração (x10
6
/ml) 498,33 692,50
0,161
Letras diferentes na mesma linha os valores diferem significativamente (p<0,05)
51
TABELA 3 – Resultado do teste de Wilcoxon (p<0,05), para comparação entre
os momentos pré e inter e, entre os momentos pré e pós, de
características espermáticas físicas dos bovinos alocados no
grupo TII, em experimento realizado com animais da raça Nelore
saudáveis e portadores de dermatite digital, em uma propriedade
rural no município de Quirinópolis – GO, 2006
GRUPO TII - Comparação entre momentos Pré e Inter
Características
Mediana/Média
P
Momento Pré Momento Inter
Turbilhão (0-5) 3,00 3,00 1.00
Vigor (0-5) 3,75 3,44 0.528
Motilidade (%) 70,42 72,50 0.528
Concentração (x10
6
/ml) 299,69
a
814,17
b
0.046
GRUPO TII - Comparação entre momentos Pré e Pós
Características
Mediana/Média
p
Momento Pré Momento Pós
Turbilhão (0-5) 3,00 3,42 0.276
Vigor (0-5) 3,75 3,58 1.00
Motilidade (%) 70,42 74,17 0.246
Concentração (x10
6
/ml) 299,69
a
735,83
b
0.046
GRUPO TII - Comparação entre momentos Inter e Pós
Características
Mediana/Média
p
Momento Inter Momento Pós
Turbilhão (0-5) 3,00 3,42
0,458
Vigor (0-5) 3,44 3,58
0,461
Motilidade (%) 72,50 74,17
0,345
Concentração (x10
6
/ml) 814,17 735,83
0,463
Letras diferentes na mesma linha os valores diferem significativamente (p<0,05)
52
TABELA 4 – Resultado do teste de Wilcoxon (p<0,05), para comparação entre
os momentos pré e inter e, entre os momentos pré e pós, de
características espermáticas físicas dos bovinos alocados no
grupo TIII, em experimento realizado com animais da raça Nelore
saudáveis e portadores de dermatite digital, em uma propriedade
rural no município de Quirinópolis – GO, 2006
GRUPO TIII - Comparação entre momentos Pré e Inter
Características
Mediana/Média
p
Momento Pré Momento Inter
Turbilhão (0-5) 3,00
a
3,39
b
0.043
Vigor (0-5) 3,75 3,67 1.00
Motilidade (%) 73,75 75,28 0.673
Concentração (x10
6
/ml) 351,56 831,11 0.116
GRUPO TIII - Comparação entre momentos Pré e Pós
Características
Mediana/Média
p
Momento Pré Momento Pós
Turbilhão (0-5) 3,00 3,67 0.068
Vigor (0-5) 3,75 3,38 0.414
Motilidade (%) 73,75 75,83 0.197
Concentração (x10
6
/ml) 351,56
a
729,46
b
0.046
GRUPO TIII - Comparação entre momentos Inter e Pós
Características
Mediana/Média
p
Momento Inter Momento Pós
Turbilhão (0-5) 3,39 3,67
0,588
Vigor (0-5) 3,67 3,38
0,465
Motilidade (%) 75,28 75,83
0,833
Concentração (x10
6
/ml) 831,11 729,46
0,753
Letras diferentes na mesma linha, os valores diferem significativamente (p<0,05)
b) Concentração espermática
A média da concentração espermática pode ser visualizada na
Figura 4. Observa-se que os animais pertencentes ao grupo TI obtiveram uma
média inferior aos bovinos alocados nos outros grupos, em todos os
momentos. Percebe-se também que entre o momento pré e inter, em todos os
53
grupos, a concentração espermática aumentou, mas entre o momento inter e
pós, houve aumento apenas nos animais alocados no grupo TI, com
decréscimo nos demais. A oscilação nos valores desse parâmetro espermático
para os animais alocados no grupo TII, entre os momentos inter e pós, pode
ser justificada pela presença das lesões de dermatite digital, que nos animais
desse grupo foram tratadas após finalizar as colheitas de sêmen. Como nos
animais alocados no grupo TIII também ocorreu oscilação, é possível que esse
achado encontre respaldado nas afirmações de SILVA et al. (1993). Para os
autores, as colheitas freqüentes podem resultar na diminuição da
concentração espermática.
Figura 4 - Representação da média da concentração espermática, em
diferentes momentos, de bovinos da raça Nelore, portadores
de dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em experimento
realizado em uma propriedade rural no município de
Quirinópolis – GO, 2006.
Ainda, com relação à concentração espermática, aplicando o Teste
de Kruskal-Wallis (p<0,05), conforme Tabela 5, para cada momento entre os
grupos, a análise estatística revelou que não houve diferença significativa.
Contudo, aplicando-se o Teste de Wilcoxon entre os momentos, dentro de
cada grupo, os resultados revelaram que o aumento observado para os
bovinos pertencentes ao grupo TI foi significativo, tanto nos momentos pré
54
com o inter (p=0,036), como nos momentos pré com o pós (p=0,036), (Tabela
2). Para os animais distribuídos no grupo TII, também houve diferença
significativa com p=0,046, tanto nos momentos pré com inter, como nos
momentos pré com pós (Tabela 3). Já nos animais pertencente ao grupo TIII a
diferença foi significativa apenas entre os momentos pré com o pós (p=0,046).
TABELA 5 – Resultado do teste de Kruskal-Wallis (p<0,05), para comparação
entre os grupos, no momento pré, das características
espermáticas motilidade individual e concentração, de bovinos
da raça Nelore, portadores de dermatite digital (TI, TII) e
saudáveis (TIII), em experimento realizado em uma propriedade
rural no município de Quirinópolis – GO, 2006
Momento Pré entre os grupos
Grupo
animais
Característica motilidade
(%)
Característica concentração
(x10
6
/ml)
Média Desvio
padrão
p Média Desvio padrão p
TI 8 74,06 ± 5,66
0,500
221,72± 107,68
0,741 TII 6 70,42 ± 6,00 299,69 ± 147,90
TIII 6 73,75 ± 2,62 351,56 ± 338,07
Momento Inter entre os grupos
Grupo
animais
Característica motilidade
(%)
Característica
concentração (x10
6
/ml)
Média Desvio
padrão
p
Média Desvio
padrão
P
TI 8 701,83 ± 4,36
0,133
498,33 ± 368,23
0,298 TII 6 72,50 ± 3,61 814,17 ± 514,78
TIII 6 75,28 ± 2,87 831,11 ± 478,53
Momento Pós entre os grupos
Grupo
animais
Característica motilidade
(%)
Característica concentração
(x10
6
/ml)
Média Desvio padrão p Média Desvio padrão P
TI 8 72,50 ± 5,98
0,326
692,50± 510,55
0,983 TII 6 74,17 ± 5,40 735,83 ± 401,62
TIII 6 75,83 ± 2,58 729,46 ± 403,87
55
A menor média observada no momento pré, nos bovinos alocados
no grupo TI, pode ser atribuída à baixa concentração espermática observada
por ocasião da primeira colheita, no momento inter, efetuada quinze dias após
o procedimento cirúrgico. Em parte, o achado pode estar relacionado ao
estresse decorrente da agudização da lesão que, inevitavelmente deve ter
resultado em maior sensibilidade no local da lesão com conseqüente
incremento na claudicação. Esse achado concorda com as afirmações de
CHIQUETTO (2004), que, em estudo similar observou diferença significativa
para a concentração espermática, no período de máxima agudização da lesão.
Para SILVA et al. (1993) enfermidades, injúrias e estresse podem influenciar
negativamente em algumas características físicas do trato reprodutivo, bem
como na qualidade do sêmen, consubstanciando os resultados aqui obtidos.
Ainda, analisando a possibilidade da agudização do processo, em
conseqüência da intervenção cirúrgica, ter influenciado na concentração
espermática e fundamentando-se na oscilação desse parâmetro, nos animais
alocados no grupo TII, é possível inferir que a cronificação das lesões podem
ter resultado em certa adaptação do sistema neuroendócrino e ajuste nos
aprumos dos animais, minimizando o desconforto desencadeado pela
enfermidade. Mesmo valendo-se desse argumento, há que considerar que
esse fato, isoladamente, não seria insuficiente para eliminar todos os
estímulos de dor desencadeados pela enfermidade. MOBERG & MENCH
(2000) relataram que o efeito do estresse no organismo induz a mudanças na
secreção de hormônios hipofisários. Essas informações também foram citadas
por GABALDI (2004) acrescentando que é possível que o estresse e o trauma
celular, devido à intervenção cirúrgica, possam levar a um distúrbio da
homeostase do cálcio intracelular, ocasionando disfunções na produção de
testosterona pelas células de Leydig, já que o cálcio é um componente
importante na síntese deste hormônio.
A adaptação aqui inferida, para os animais distribuídos no grupo TII,
está embasada nas informações de MOBERG & MENCH (2000), os quais
relataram que, dependendo da intensidade e do estímulo estressor, o
organismo pode se adéqua a situação, passando a desenvolver, normalmente,
as funções inerentes a cada sistema ou aparelho.
56
c) Motilidade espermática
Analisando a característica motilidade espermática apresentada na
Figura 5, observa-se que, ao início das colheitas, no momento pré, os animais
pertencentes ao grupo TI apresentavam maior percentagem, desse parâmetro,
em relação aos bovinos que compuseram o grupo TIII e estes, em relação aos
animais alocados no grupo TII. Enquanto que, no momento inter, a motilidade
espermática dos bovinos alocados no TI apresentou-se inferior aos animais
distribuídos no grupo TII e este do grupo TIII. No momento pós observou-se a
mesma situação do momento inter, mas com aumento da motilidade em todos
os grupos.
Figura 5 – Representação da média da motilidade espermática individual,
em diferentes momentos, de bovinos da raça Nelore,
portadores de dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em
experimento realizado em uma propriedade rural no município
de Quirinópolis – GO, 2006.
Os testes estatísticos aplicados revelaram que não houve diferença
significativa, tanto entre os grupos como entre os momentos (Tabelas, 2, 3, 4 e
5). Estes achados legitimam, em parte, com as informações de CHIQUETO
(2004), o qual, com o mesmo propósito de estudo, alegou que nas duas
primeiras colheitas ocorreu um decréscimo nos valores desse parâmetro nos
animais portadores de dermatite digital, mas sem diferença significativa. Esse
57
mesmo autor, comparando a característica motilidade espermática individual
entre a segunda e quinta colheita de sêmen, verificou que houve diferença
significativa, coincidindo com o máximo de injúria e cura obtida,
respectivamente, durante o período experimental. Para SILVA et al. (1993) um
animal pode apresentar baixa motilidade numa colheita e alguns dias após,
pode ocorrer aumento. Ainda neste estudo, apesar de, nos animais do grupo
TI no momento pós, ter sido registrado uma menor motilidade. Este achado
pode ser justificado pelo fato de que em dois animais deste grupo não ocorreu
a cura completa das lesões.
Fazendo uma avaliação comparativa dos resultados obtidos com os
padrões seminais desejáveis propostos pelo CBRA (1998), observou-se que o
parâmetro motilidade individual, em todos os grupos, encontrava-se em
condição aceitável, superior a 70% mas, os animais saudáveis apresentando
maior percentagem. Segundo SILVA et al. (2002) as análises rotineiras
consideram o sêmen de qualidade aquele que apresenta dois importantes
atributos, sendo um deles a motilidade progressiva. HAFEZ (2004)
complementou que, embora o caráter móvel dos espermatozóides permita
determinar seu caráter fisiológico, a motilidade não prevê por si só,
eficazmente, a capacidade fertilizante do animal. Portanto, neste estudo,
acredita-se que esse parâmetro não deve ser avaliado isoladamente e sim,
associar as demais características físicas do sêmen.
d) Turbilhão espermático
Esta característica física pode ser mais bem evidenciada na Figura
6, na qual a média do turbilhão espermático nos momentos pré, inter e pós
merece destaque. Comparando-se esses resultados com os demonstrados
nas Figuras 3 e 5, que representam a média do vigor e da motilidade
individual, observa-se que as oscilações na média do turbilhão apresentaram
comportamento semelhante, sugerindo que as condições ambientais e de
manejo foram semelhantes para todos os grupos. O CBRA (1998) e FRENAU
& GUIMARÃES (2000), destacaram que o parâmetro turbilhonamento é
considerado um reflexo da soma dos parâmetros de motilidade progressiva,
58
vigor e concentração espermática. Para BARTH & OKO (1989) a motilidade e
a produção espermática estão interligadas. Todavia, nesse estudo a média da
concentração espermática não retratou o mesmo comportamento observado
para a média do turbilhão.
A uniformidade dos resultados obtidos para os parâmetros, vigor,
motilidade e turbilhonamento, pode ser atribuída, em parte, a equipe que
desenvolveu a pesquisa, pois, além do treinamento prévio dispensado a cada
componente, não ocorreu qualquer troca de funções ou substituição de
membro da equipe durante toda a fase experimental. Essa constatação reforça
as recomendações de MATHEVON et al. (1998), os quais aconselharam
adotar conduta semelhante nessa modalidade de pesquisa para se evitar
interferências dos avaliadores nos resultados, uma vez que, para avaliação
dos parâmetros físicos, a análise é subjetiva.
Figura 6 - Representação da mediana do turbilhão espermático, em
diferentes momentos, de bovinos da raça Nelore, portadores
de dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em
experimento realizado em uma propriedade rural no
município de Quirinópolis – GO, 2006.
Visualizando novamente a Figura 6, nota-se que no momento pré
os animais pertencentes ao grupo TI apresentaram uma escala de turbilhão
59
menor que os animais alocados nos grupos TII e TIII. No momento inter,
período em que os animais distribuídos no grupo TI, haviam sido submetidos
ao tratamento das lesões e estas se encontravam em processo de
cicatrização, é possível verificar que a escala do turbilhão diminuiu. Ainda no
momento inter, nos animais alocados no grupo TII, a característica
turbilhonamento permaneceu estável. Já nos animais pertencentes ao grupo
TIII aumentou. Analisando esses resultados, pode-se inferir que, o tratamento
cirúrgico das lesões, acentuou o quadro de estresse nos bovinos alocados no
grupo TI, com conseqüente redução no grau do turbilhonamento. Essa mesma
observação pode ser verificada para o parâmetro vigor e motilidade individual,
sendo neste último, mais acentuado. Essas afirmações encontram-se
respaldadas nas descrições de MOBERG & MENCH (2000), os quais
relacionaram dentre outros fatores, as intervenções cirúrgicas e a dor oriunda
da convalescência do paciente, como desencadeantes de alterações
orgânicas. Para os autores, esses agentes estressores, dependendo da
intensidade, podem propiciar concomitantemente, significativas alterações no
comportamento e bem-estar dos animais.
Ainda neste estudo, no momento pós, último momento de
avaliação, depreendeu-se com um aumento na escala do turbilhão em todos
os grupos, sendo que os animais pertencentes ao do grupo TIII apresentaram
a maior média. Analisando estatisticamente os valores entre os grupos, por
meio do Teste da Mediana verifica-se que não houve diferença significativa em
nenhum momento (Tabela 1). Já, considerando a característica turbilhão entre
os momentos, dentro de cada grupo, utilizando o Teste de Wilcoxon,
depreendeu-se com o valor de p=0,043 para os bovinos alocados no grupo TIII
entre os momentos pré e inter (Tabela 4), indicando que houve diferença
significativa para essa característica. Valendo-se desse resultado, pode-se
inferir que a presença das lesões de dermatite digital influenciou no parâmetro
turbilhonamento, uma vez que aumentou no grupo TIII e permaneceu estável
no grupo TII. Realizando análise semelhante entre o grupo TI e TIII, nota-se
que no primeiro houve decréscimo na escala desse parâmetro. Portanto,
argumenta-se que além da possível influência das lesões sobre o parâmetro
avaliado, a agudização do processo contribuiu para o decréscimo da
60
característica turbilhão, concordando com os apontamentos de CHIQUETO
(2004).
Apesar dos resultados relativos aos bovinos alocados no grupo TI,
para o parâmetro turbilhão, estar em concordância com os achados de
CHIQUETO (2004), deve-se ressaltar que o referido autor analisou somente
bovinos portadores de enfermidades podais, antes e após tratamento, não
efetuando avaliações entre bovinos saudáveis, conforme demonstrado no
presente estudo. Todavia, CHAVES (2002), avaliando as condições
andrológicas de 24 bovinos, no período pré e pós-operatório, submetidos à
intervenção cirúrgica para preparo de rufiões, registrou diferenças
significativas nos parâmetros seminais, turbilhonamento, motilidade
progressiva, vigor e concentração espermática, sugerindo que o tema aqui
pesquisado ainda merece ser estudado, pois não existe unanimidade entre os
autores com relação a sua importância e os fatores que o influenciam.
5.4.2 Morfologia espermática
a) Defeitos espermáticos de cabeça
Conforme observado na Figura 7, que representa as características
morfológicas do sêmen quanto aos defeitos de cabeça, nota-se que os
bovinos alocados no grupo TIII apresentaram a maior média (14,00) de
defeitos no momento pré, em relação ao grupo TI (13,00) e este em relação ao
número (10,92) de defeitos dos animais alocados no grupo TII. No momento
inter, nos bovinos distribuídos no grupo TI, fase em que os animais haviam
sido submetidos ao tratamento das lesões de dermatite digital, observou-se
um leve aumento desses defeitos, mas, nos animais alocados no grupo TII o
aumento foi mais acentuado. Nesse caso, apesar do tratamento resultar na
agudização das lesões nos bovinos alocados no grupo TI, o toalete realizado
nos estojos córneos doentes e saudáveis, proporcionou uma melhora no
desempenho dos animais. Acredita-se que o maior conforto e a redução da
dor, em tese, minimizou o aumento desses defeitos nessa fase, fato também
61
considerado por SILVA et al. (2007a). Já, nos animais distribuídos no grupo
TIII registrou-se leve decréscimo, sugerindo que o desconforto desencadeado
pelas lesões de dermatite digital nos animais pertencentes aos grupos TII,
exerceu influencia sobre os defeitos espermáticos de cabeça.
No momento pós, período em que macroscopicamente quase todos
os animais alocados no grupo TI apresentavam cicatrização completa das
lesões, observou-se nos animais deste grupo uma menor quantidade de
defeitos espermáticos de cabeça, em relação aos demais grupos, sendo que
nos animais que compuseram o grupo TII o número de defeitos foi levemente
maior. Fundamentando-se nesses resultados argumenta-se que o tratamento
e cura das lesões de dermatite influenciaram na expressão dessa
característica espermática. Apesar de CHIQUETO (2004) desenvolver
pesquisa semelhante, o autor não fez referência a essa modalidade de defeito
espermático.
Figura 7 - Representação da média do defeito espermático de cabeça, em
diferentes momentos, de bovinos da raça Nelore, portadores de
dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em experimento
realizado em uma propriedade rural no município de
Quirinópolis – GO, 2006.
Após aplicar o teste estatístico Kruskall-Wallis (p<0,05) nos
diferentes momentos, entre os grupos, verifica-se que não houve diferença
62
significativa (Tabela 6) em qualquer momento para a quantidade de defeitos
espermáticos de cabeça. Comparando-se os momentos dentro de cada grupo,
pelo Teste de Wilcoxon também não houve diferença significativa para este
parâmetro, conforme demonstram as Tabelas 7, 8 e 9.
TABELA 6 – Resultado do teste de Kruskal-Wallis (p<0,05), para comparação
entre os grupos, no momento diferentes momentos, dos defeitos
espermáticos de cabeça e de peça intermediária, de bovinos da
raça Nelore, portadores de dermatite digital (TI, TII) e saudáveis
(TIII), em experimento realizado em uma propriedade rural no
município de Quirinópolis – GO, 2006
Momento Pré entre os grupos
Grupo Nº
animais
Característica Defeitos de
cabeça
Característica Defeitos de
peça intermediária
Média Desvio padrão P Média Desvio padrão P
TI 8 13,00 ± 7,69
0,964
3,25± 2,84
0,386 TII 6 10,92 ± 3,09 1,75 ± 0,52
TIII 6 14,00 ± 11,90 1,83 ± 0,82
Momento Inter entre os grupos
Grupo Nº
animais
Característica Defeitos de
cabeça
Característica Defeitos de
peça intermediária
Média Desvio padrão P Média Desvio padrão P
TI 8 13,17 ± 3,73
0,632
2,58± 1,94
0,148TII 6 14,72 ± 4,40 1,72 ± 1,1
TIII 6 13,56 ± 7,20 1,17 ± 1,82
Momento Pós entre os grupos
Grupo Nº
animais
Característica Defeitos de
cabeça
Característica Defeitos de
peça intermediária
Média Desvio padrão P Média Desvio padrão p
TI 8 10,38 ± 3,81
0,352
0,56± 0,56
0,865 TII 6 11,83 ± 3,82 0,50 ± 0,63
TIII 6 11,33 ± 3,13 0,67 ± 0,61
63
TABELA 7 - Resultado do teste de Wilcoxon (p<0,05), para comparação entre
os momentos pré e inter e entre os momentos pré e pós, dos
defeitos espermáticos, dos bovinos alocados no grupo TI, em
experimento realizado com animais da raça Nelore saudáveis e
portadores de dermatite digital, em uma propriedade rural no
município de Quirinópolis – GO, 2006
GRUPO TI - Comparação entre momentos Pré e Inter
Características Média P
Momento Pré Momento inter
Defeitos de cabeça 13,00 13,17 0.779
Defeitos de peça intermediária 3,25 2,58 0.233
Defeitos de cauda 16,63 16,71 0.674
Defeitos menores 8,75 7,50 0.889
Defeitos maiores 24,13 25,37 0.575
Defeitos totais 32,88 32,88 0.889
GRUPO TI - Comparação entre momentos Pré e Pós
Características Média P
Momento Pré Momento Pós
Defeitos de cabeça 13,00 10,38 0.624
Defeitos de peça intermediária 3,25
a
0,56
b
0.011
Defeitos de cauda 16,63 9,63 0.063
Defeitos menores 8,75
a
2,94
b
0.012
Defeitos maiores 24,13
a
17,63
b
0.036
Defeitos totais 32,88
a
20,56
b
0.012
GRUPO TI - Comparação entre momentos Inter e Pós
Características Média P
Momento Inter Momento Pós
Defeitos de cabeça 13,17 10,38 0,063
Defeitos de peça intermediária 2,58
a
0,56
b
0,012
Defeitos de cauda 16,71
a
9,63
b
0,012
Defeitos menores 7,50
a
2,94
b
0,017
Defeitos maiores 25,37
a
17,63
b
0,021
Defeitos totais 32,88
a
20,56
b
0,012
Letras diferentes na mesma linha os valore diferem significativamente (p<0,05)
64
TABELA 8 – Resultado do teste de Wilcoxon (p<0,05), para comparação entre
os momentos pré e inter e entre os momentos pré e pós, dos
defeitos espermáticos, dos bovinos alocados no grupo TII, em
experimento realizado com animais da raça Nelore saudáveis e
portadores de dermatite digital, em uma propriedade rural no
município de Quirinópolis – GO, 2006
GRUPO TII - Comparação entre momentos Pré e Inter
Características
Média
P
Momento Pré Momento Inter
Defeitos de cabeça 10,92 14,72 0.116
Defeitos de peça intermediária 1,75 1,72 0.498
Defeitos de cauda 16,75 17,33 0.753
Defeitos menores 9,00 9,83 0.753
Defeitos maiores 20,42 23,94 0.345
Defeitos totais 29,42 33,78 0.345
GRUPO TII - Comparação entre momentos Pré e Pós
Características
Média
P
Momento Pré Momento Pós
Defeitos de cabeça 10,92 11,83 0.753
Defeitos de peça intermediária 1,75
a
0,50
b
0.046
Defeitos de cauda 16,75 10,58 0.104
Defeitos menores 9,00
a
4,08
b
0.046
Defeitos maiores 20,42 18,83 0.674
Defeitos totais 29,42 22,92 0.173
GRUPO TII - Comparação entre momentos Inter e Pós
Características
Média
P
Momento Inter Momento Pós
Defeitos de cabeça 14,72 11,83 0,345
Defeitos de peça intermediária 1,72 0,50 0,116
Defeitos de cauda 17,33
a
10,58
b
0,046
Defeitos menores 9,83 4,08 0,116
Defeitos maiores 23,94 18,83 0,075
Defeitos totais 33,78 22,92 0,116
Letras diferentes na mesma linha os valore diferem significativamente (p<0,05)
65
TABELA 9 – Resultado do teste de Wilcoxon (p<0,05), para comparação entre
os momentos pré e inter e entre os momentos pré e pós, dos
defeitos espermáticos, dos bovinos alocados no grupo TIII, em
experimento realizado com animais da raça Nelore saudáveis e
portadores de dermatite digital, em uma propriedade rural no
município de Quirinópolis – GO, 2006
GRUPO TIII - Comparação entre momentos Pré e Inter
Características
Média
P
Momento Pré Momento Inter
Defeitos de cabeça 14,00 13,56 0.833
Defeitos de peça intermediária 1,83 1,17 0.249
Defeitos de cauda 12,42 11,78 0.686
Defeitos menores 9,50 8,22 0.753
Defeitos maiores 18,75 18,56 0.917
Defeitos totais 28,25 26,78 0.753
GRUPO TIII - Comparação entre momentos Pré e Pós
Características
Média
P
Momento Pré Momento Pós
Defeitos de cabeça 14,00 11,33 0.916
Defeitos de peça intermediária 1,83 0,67 0.059
Defeitos de cauda 12,42 4,42 0.916
Defeitos menores 9,50
a
4,17
b
0.028
Defeitos maiores 18,75
a
12,25
b
0.028
Defeitos totais 28,25
a
16,42
b
0.028
GRUPO TIII - Comparação entre momentos Inter e Pós
Características
Média
P
Momento Inter Momento Pós
Defeitos de cabeça 13,56 11,33 0,248
Defeitos de peça intermediária 1,17 0,67 0,753
Defeitos de cauda 11,78
a
4,42
b
0,028
Defeitos menores 8,22
a
4,17
b
0,046
Defeitos maiores 18,56
a
12,25
b
0,028
Defeitos totais 26,78
a
16,42
b
0,028
Letras diferentes na mesma linha, os valores diferem significativamente (p<0,05)
66
b) Defeitos espermáticos da peça intermediária
Observando a média de defeitos de peça intermediária (Figura 8),
verifica-se que os animais alocados no grupo TI apresentaram maior número
de defeitos em relação aos animais pertencentes ao grupo TII e TIII, nos dois
primeiros momentos. Do momento pré para o momento inter nota-se que nos
animais distribuídos no grupo TI, a média desses defeitos diminuiu
consideravelmente. Quanto aos animais que compuseram o grupo TIII, do
momento pré para o inter, o decréscimo desses defeitos também foi
substancial, sugerindo que a agudização do processo das lesões de dermatite
digital, por ocasião do tratamento cirúrgico, nos animais do grupo TI, não
interferiu nesse tipo de defeito espermático. Dando seqüência a essa
avaliação observou-se que nos bovinos alocados no grupo TII, não houve
alteração na quantidade desses defeitos, do momento pré para o inter.
Aplicando-se o teste de kruskal-Wallis entre os grupos (Tabela 6), as
diferenças apresentadas para os defeitos de peça intermediária não foram
significativas.
Ainda considerando as informações contidas na Figura 8, do
momento inter para o momento pós verifica-se que a redução dos defeitos foi
acentuada em todos os grupos. Empregando o Teste de Wilcoxon e
comparando os diferentes momentos dentro de cada grupo (Tabelas 7, 8 e 9)
verifica-se diferença significativa para o defeito espermático de peça
intermediária, entre os momentos pré e pós para os bovinos que compuseram
os grupos TI e TII e entre os momentos inter e pós apenas nos animais
distribuídos no grupo TI, ocorrendo diminuição do número desses defeitos.
Considerando apenas a diferença significativa observada entre os
momentos pré e pós, pressupõe-se que independente da presença das lesões
de dermatite digital, a tendência é que haja diminuição dos defeitos de peça
intermediária, haja vista que todas as unidades experimentais passaram a
receber suplementação mineral. Contudo, avaliando apenas os animais que
compuseram o grupo TI, a diferença significativa observada entre o momento
inter e pós indica que a cura das lesões contribuiu para a diminuição desse
defeito espermático. Ponderando sobre esse resultado e tendo em vista as
informações de GARCIA (1971), que os defeitos de cabeça e peça
67
intermediária têm origem no epitélio seminífero, é possível associar o fato a
uma espermatogênese imperfeita. Informações semelhantes foram citadas por
CRABO et al. (1971), que atribuíram a diminuição dos defeitos de cabeça a
medida em que os espermatozóides deslocam do ducto deferente ao longo da
via excretora. Esse fato poderia ser elucidado, em função da fagocitose de
alguns espermatozóides durante esse percurso, independe dos animais serem
portadores de doenças digitais ou saudáveis. CHIQUETO (2004) em seus
estudos não fez nenhuma ressalva quanto aos defeitos de peça intermediária.
Figura 8 - Representação da média do defeito espermático peça
intermediária, em diferentes momentos, de bovinos da raça
Nelore, portadores de dermatite digital (TI, TII) e saudáveis
(TIII), em experimento realizado em uma propriedade rural do
município de Quirinópolis – GO, 2006.
c) Defeitos espermáticos de cauda
Analisando o número de defeitos de cauda representados na Figura
9, é possível visualizar que o grupo dos animais saudáveis sempre apresentou
menor valor no número desses defeitos, em todos os momentos. Contudo,
empregando o teste de Kruskall-Wallis, não houve diferença estatística, em
nenhum dos momentos entre os grupos (Tabela 10). Verificando o número
desse defeito no momento inter, nos animais que compuseram os grupos TI e
68
TII, apesar da média ser maior em relação ao momento pré, esta ainda foi
menor nos bovinos distribuídos no grupo TI. Esses dados permitem sugerir
que o tratamento cirúrgico das lesões de dermatite digital nos bovinos
alocados no grupo TI e a presença das lesões nos animais pertencentes ao
grupo TII contribuíram, mesmo que de forma incipiente, para o aumento
desses defeitos espermáticos. Acrescente-se que a redução da média do
número dos defeitos de cauda no grupo dos animais saudáveis, ao longo do
experimento, dos momentos pré para o inter e do inter para o pós, reforça o
argumento de que a enfermidade pode contribuir para a manifestação do
referido defeito. Todavia, como do momento inter para o pós ocorreu redução
nos valores desse defeito em todos os grupos, não se deve negligenciar,
nesse caso, a influência positiva exercida pela suplementação mineral e
protéica, iniciada depois da segunda colheita de sêmen.
Figura 9 – Representação da média do defeito espermático de cauda, em
diferentes momentos, de bovinos da raça Nelore, portadores de
dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em experimento
realizado em uma propriedade rural no município de
Quirinópolis – GO, 2006.
69
Comparando-se os resultados, entre os momentos, em cada grupo,
pelo Teste de Wilcoxon, ocorreu diferença significativa apenas entre os
momentos inter e pós, porém em todos os grupos com valores de p<0,05
(Tabelas 7, 8 e 9). Ao visualizar os tipos de defeitos de cauda encontrados, a
cauda fortemente dobrada e enrolada foi o que expressou maior quantidade
nos animais pertencentes ao grupo TI, seguido dos animais alocados no grupo
TII e dos animais que constituíram o grupo TIII, em ordem decrescente.
Segundo SMITH & AKINBAMIJO (2000), microelementos como o zinco
desenvolvem um importante papel no desenvolvimento e maturação dos
espermatozóides, pois este elemento está diretamente envolvido na distensão
e no entrelaçamento das fibras, que formam a membrana que envolve a
porção intermediária e a cauda dos espermatozóides. Quando há deficiência
de zinco no epidídimo, estas fibras perdem o entrelaçamento estrutural e a
cauda não se alonga e se enrola, ou dobra sobre si mesma, caracterizando a
cauda fortemente dobrada, justificando os achados desse estudo.
Outro fator importante que pode ter contribuído para a ocorrência de
caudas dobradas e enroladas é o choque térmico no momento da colheita.
Todavia, tentou-se minimizar o problema protegendo o tubo de colheita e com
uma compressa seca e limpa, tornando os resultados mais confiáveis. Essa
precaução baseou-se nas informações descritas por SILVA et al. (1993).
CHIQUETO (2004) não mencionou a presença de defeitos de cauda,
limitando-se em citar apenas os defeitos de gota citoplasmática, defeitos
menores, maiores e totais.
70
TABELA 10 – Resultado do teste de Kruskal-Wallis (p<0,05), para comparação
entre os grupos, no momento pré, de características
morfológicas espermáticas de bovinos da raça Nelore,
portadores de dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em
experimento realizado em uma propriedade rural no município de
Quirinópolis – GO, 2006
Momento Pré entre os grupos
Grupo Nº
animais
Característica Defeitos de
cauda
Característica Defeitos
menores
Média Desvio padrão p Média Desvio padrão P
TI 8 16,63 ± 9,3
0,632
8,75± 3,49
0,888 TII 6 16,75 ± 7,89 9,00 ± 2,30
TIII 6 12,42 ± 4,35 9,50 ± 5,70
Momento Inter entre os grupos
Grupo Nº
animais
Característica Defeitos de
cauda
Característica Defeitos
menores
Média Desvio padrão p Média Desvio padrão P
TI 8 16,71 ± 8,44
0,307
7,50± 2,47
0,561TII 6 17,33 ± 7,87 9,83 ± 3,87
TIII 6 11,78 ± 9,33 8,22 ± 6,60
Momento Pós entre os grupos
Grupo Nº
animais
Característica Defeitos de
cauda
Característica Defeitos
menores
Média Desvio padrão p Média Desvio padrão p
TI 8 9,63 ± 7,03
0,174
2,94± 1,21
0,633 TII 6 10,58 ± 5,83 4,08 ± 2,31
TIII 6 4,42 ±2,33 4,17 ± 3,25
d) Defeitos espermáticos menores
A média do número de defeitos menores revela que os animais
alocados no grupo TIII, no primeiro momento, apresentaram maior número de
defeitos em relação aos demais grupos (Figura 10). Comparando a média do
número desses defeitos entre os animais do grupo TI com os distribuídos no
grupo TII, nota-se que neste a média do referido defeito foi maior. No
momento inter, os animais pertencentes ao grupo TII mostraram uma média
71
ainda maior em relação ao primeiro momento. Quanto aos bovinos distribuídos
nos grupos TI e TIII houve diminuição do número dos defeitos menores, do
momento pré para o inter. Os resultados desse estudo, não permitem inferir
que o processo de agudização das lesões de dermatite digital influencie na
ocorrência de defeitos menores, uma vez que do momento pré para o inter,
houve redução no número desses defeitos nos animais pertencentes ao grupo
TI. Por outro lado, comparando os resultados do momento pré com o inter
entre os animais pertencentes ao grupo TII e TIII, se verifica que no primeiro
ocorreu aumento e no segundo aconteceu um decréscimo nos defeitos
menores.
Observando o momento pós percebe-se que houve um decréscimo
nos defeitos espermáticos menores em todos os grupos, contudo, nos animais
distribuídos no grupo TI o número desses defeitos foi inferior aos demais
grupos. No entanto, os valores apresentados, para os animais pertencentes
aos grupos, TII e TIII, foram muito próximos.
Pela análise estatística dos defeitos menores, empregando o Teste
de Kruskall-Wallis nos diferentes momentos, entre os grupos, verificam-se
valores de p>0,05, em todos os momentos, conforme mostra a Tabela 10.
Mas, comparando-se os momentos dentro de cada grupo, pelo Teste de
Wilcoxon (Tabelas 7, 8 e 9) nota-se que entre os momentos pré e pós a
diferença observada foi significativa para todos os grupos. Já entre os
momentos inter e pós a diferença observada foi significativa apenas para os
grupos TI e TIII. Esses resultados permitem inferir que a cura das lesões de
dermatite digital contribuiu para que ocorresse diminuição dos defeitos
menores. CHIQUETO (2004) ao realizar estudo com igual objetivo
empregando touros da raça Holandesa, argumentou que os defeitos menores
acarretaram em aumento no decorrer das colheitas, mesmo após ter sido
observada a cura das lesões de dermatite digital. Porém o aumento não foi
significativo.
Ainda buscando respaldo na literatura para explicar as variações
nos defeitos menores dos animais do presente estudo, CHAVES (2002),
avaliando andrologicamente bovinos submetidos à intervenção cirúrgica para
preparo de rufiões, no período pré e pós-operatório notou que houve diferença
significativa quanto aos defeitos menores, ao longo da época do experimento.
72
CHENOWETH (1997) relatou que qualquer injúria que acomete a região da
cauda do epidídimo, local de armazenamento dos espermatozóides, ou até
mesmo a passagem rápida dos espermatozóides pelo epidídimo, pode
caracterizar aumento no número de defeitos menores. Segundo FRENEAU &
GUIMARÃES (2000) os defeitos menores são resultado de problemas que
ocorrem após a espermatogênese e têm menor influência na fertilidade.
Figura 10 - Representação da média dos defeitos espermáticos menores,
em diferentes momentos, de bovinos da raça Nelore,
portadores de dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em
experimento realizado em uma propriedade rural do município
de Quirinópolis – GO, 2006.
e) Defeitos espermáticos maiores
Observando as informações relativas aos defeitos maiores,
expressas na Figura 11, é possível visualizar que, em todos os momentos, os
animais alocados no grupo TIII apresentaram menor número desses defeitos.
Comparando a média do número de defeitos obtida para os animais
pertencentes ao grupo TI, com a média obtida para os animais distribuídos no
grupo TII , nota-se que do momento pré para o inter houve aumento desses
defeitos nos dois grupos, mas, observou-se o contrário nos animais alocados
no grupo TIII. Todavia, analisando a média deses defeitos espermáticos, do
73
momento inter para o momento pós, verificou-se em todos os grupos, um
decréscimo considerável.
Aplicando o Teste de Kruskall-Wallis para comparar os diferentes
momentos entre os grupos verifica-se que não houve diferença significativa
com valores de p>0,05 em todos os momentos (Tabela 11). Mas, ao comparar
entre os momentos, dentro de cada grupo, pelo Teste de Wilcoxon, houve
diferença sinfiicativa para os animais pertencentes aos grupos TI e TIII, entre
os momentos pré e pós e entre inter e pós. Esses resultados permitem inferir
que, a cura das lesões de dermatite digital nos animais alocados no grupo TI,
contribuíu para a diminuição do número de defeitos espermáticos maiores.
Essa afirmação ganha respaldo nos achados de CHIQUETO (2004),
confirmando que houve diferença significativa para este parâmetro, quando
comparou os resultados obtidos antes e após a cura das lesões digitais. O
autor enfatizou que a diminuição desses defeitos ocorreu conforme os animais
se recuperavam. BARTH (1997) e FRENAU & GUIMARÃES (2000), afirmaram
que os defeitos maiores são relacionados com infertilidade e são
principalmente originados na espermatogênese.
Figura 11 - Representação da média do defeito espermático maiores, em
diferentes momentos, de bovinos da raça Nelore, portadores
de dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em experimento
realizado em uma propriedade rural do município de
Quirinópolis – GO, 2006.
74
Considerando a informação anterior e, relacionando o fato à ação
hormonal sobre a espermatogênese, bem como, a mecanismo de ação do
eixo hipotalâmico-hipófise-gonadal e possível influência dos fatores de
estresse como a dor, entre outros, é possível afirmar que as lesões de
dermatite digital influenciam nesse período do ciclo espermático. Portanto,o
animal ao apresentar-se recuperado da enfermidade, o quadro de estresse é
menos intenso e as funções e eventos fisiológicos tendem a retornar a
normalidade.Contudo, nesse estudo, apesar de haver indícios de que a
dermatite digital influencia na qualidade espermática, os dados obtidos ainda
são insuficientes para afirmar que essa interferência ocorre no processo de
formação ou de capacitação dos espermatozóides.
f) Defeitos totais
Fundamentando-se nas afirmações do CBRA (1998), que os
defeitos totais dos espermatozóides são representados pela soma dos defeitos
maiores e menores e observando a média de defeitos totais (Figura 12)
percebe-se que, em todos os momentos, os animais alocados nos grupos TI e
TII apresentaram maior número de defeitos, em relação aos bovinos
distribuídos no grupo TIII. Apesar disso, a aplicação do Teste de Kruskall-
Wallis revelou que, estatisticamente não houve diferença significativa,
apresentando valores de p>0,05 (Tabela 11) .
Analisando ainda os diferentes momentos dentro de cada grupo
conforme demonstrado na Figura 12, percebe-se que nos animais
pertencentes ao grupo TI, do momento pré para o inter não houve alteração no
número de defeitos totais, já do momento inter para o pós a redução foi
considerável. Fazendo essa mesma observação para os animais alocados no
grupo TII, verifica-se que, do momento pré para o inter houve um aumento do
número desses defeitos e, de inter para o pós uma redução. Para os bovinos
distribuídos no grupo TIII, o número de defeitos totais sempre apresentou
redução progressiva de um momento para o outro, sendo que do inter para o
pós foi mais acentuada.
75
TABELA 11 – Resultado do teste de Kruskal-Wallis (p<0,05), para comparação
entre os grupos, nos diferentes momento, dos defeitos
espermáticos maiores e totais, de bovinos da raça Nelore,
portadores de dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em
experimento realizado em uma propriedade rural no município
de Quirinópolis – GO, 2006
Momento Pré entre os grupos
Grupo Nº
animais
Característica Defeitos
maiores
Característica Defeitos
totais
Média Desvio padrão p Média Desvio padrão P
TI 8 24,13 ± 9,74
0,576
32,88± 11,88
0,752TII 6 20,42 ± 8,46 29,42± 10,49
TIII 6 18,75 ± 5,85 28,25 ± 10,99
Momento Inter entre os grupos
Grupo Nº
animais
Característica Defeitos
maiores
Característica Defeitos
totais
Média Desvio padrão p Média Desvio padrão P
TI 8 25,37 ± 10,65
0,347
32,88 ± 10,26
0,373TII 6 23,94 ± 9,11 33,78 ± 11,16
TIII 6 18,56 ± 5,45 26,78 ± 8,91
Momento Pós entre os grupos
Grupo Nº
animais
Característica Defeitos
maiores
Característica Defeitos
totais
Média Desvio padrão p Média Desvio padrão P
TI 8 17,63 ± 9,58
0,328
20,56± 9,41
0,286 TII 6 18,83 ± 6,12 22,92± 5,35
TIII 6 12,25 ± 2,23 16,42 ± 4,71
Aplicando o teste de Wilcoxon, comparando os momentos dentro de
cada grupo, nota-se que entre o pré e pós e entre o inter e pós a diferença
observada foi significativa apenas dentro dos grupos TI e TIII. Isso permite
inferir que, as lesões de dermatite digital contribuíram para manter o número
de defeitos totais nos animais pertencentes ao grupo TII e que, a cura das
lesões de dermatite digital nos animais pertencentes a grupo TI, influenciou na
redução desses defeitos. A análise estatística, neste estudo, entre os
momentos nos diferentes grupos contrariou os achados de CHIQUETO (2004)
76
que ao observar uma leve redução no número dos defeitos totais e ao
comparar os resultados obtidos antes e após o tratamento das lesões de
dermatite digital, constatou que a diferença não foi significativa. BARTH &
OKO (1989) descreveram que a produção de espermatozóides anormais deve
resultar de fatores genéticos, estresses, doenças, subnutrição ou a
combinação destes.
Figura 12 – Representação da média de defeitos espermáticos totais, em
diferentes momentos, de bovinos da raça Nelore, portadores
de dermatite digital (TI, TII) e saudáveis (TIII), em experimento
realizado em uma propriedade rural no município de
Quirinópolis – GO, 2006.
5.5 Análise geral dos resultados dos parâmetros espermáticos
Os resultados obtidos para os parâmetros físicos apresentaram
variações entre os grupos e entre os momentos, indicando que as lesões de
dermatite digital ou que as feridas cirúrgicas decorrentes do tratamento da
enfermidade podem interferir na qualidade do sêmen. Contudo, em geral,
avaliando a média dos valores obtidos no momento pós, os resultados
encontrados para turbilhonamento, vigor, motilidade individual e concentração,
em todos os grupos, apresentaram-se dentro dos padrões aceitáveis pelo
CBRA (1998). Assim, considerando apenas esses achados pode-se dizer que,
mesmo com a presença da enfermidade e sua influência sobre alguns
parâmetros espermáticos, os animais do presente estudo seriam considerados
77
aptos a reprodução. Porém, não se devem ignorar as afirmações de MIES
FILHO (1982), BARTH & OKO (1989), SILVA et al. (1993), CBRA (1998) e
HAFEZ (2004), que para se considerar um animal apto à reprodução é
necessário avaliar o conjunto das características andrológicas, bem como a
presença de enfermidades, como as do aparelho locomotor, que dependendo
da gravidade pode resultar em impotência coeundi.
TABELA 12 – Resultados das características espermáticas físicas e
morfológicas obtidas no momento pós em experimento
realizado com animais da raça Nelore saudáveis (TIII) e
portadores de dermatite digital (TI e TII), em
experimento realizado em uma propriedade rural, no
município de Quirinópolis – GO, 2006
GRUPOS
Características TI TII TIII
Turb 3,38 3,42 3,67
Vig 3,38 3,58 3,83
Mi 72,50 74,17 75,83
Cc 692,5x10
6
735,83x10
6
729,46x10
6
Dca 10,38 (5,19%) 11,83 (5,91%) 11,33 (5,66%)
Dpi 0,56 (0,28%) 0,50 (0,25) 0,67 (0,33%)
Dcu 9,63 (4,81%) 10,58 (5,29%) 4,42 (2,21%)
Dme 2,94 (1,47%) 4,08 (2,04%) 4,17 (2,08)
Dma 17,63 (8,81%) 18,83 (9,41% 12,25 (6,12%)
Dt 20,56 (10,28%) 22,92 (11,46%) 16,42 (8,21%)
Ttce 200 (100% 200 (100%) 200 (100%)
Turb: turbilhonamento, Vig: vigor, Mi: motilidade individual, Cc: concentração, Dca:
defeitos de cabeça, Dpi: defeitos de peça intermediária, Dcu: defeitos de cauda, Dme:
defeitos menores, Dma: defeitos maiores, Dt: defeitos totais, Ttce: total de células
contadas
Fazendo uma análise especulativa sobre os defeitos espermáticos
observados neste estudo e fundamentando-se nas informações de HAFEZ
(2004), é possível inferir que as anormalidades morfológicas espermáticas
identificadas poderiam, conforme sugerido por GALLOWAY (1971),
78
GREENOUGH et al. (1997) e GRENOUGH (2006) apresentar relação com a
fertilidade de touros. Acrescente-se o fato de o proprietário do criatório, no
qual a pesquisa se desenvolveu e o veterinário que assistia a propriedade, ter
notado que os touros em fase reprodutiva, que apresentavam lesões no casco,
manifestaram sinais de infertilidade, com redução do número de coberturas e
de crias, justificando, portanto, essa análise presuntiva.
Analisando o número de defeitos registrou-se uma percentagem
menor que 30% do total de defeitos espermáticos em todos os grupos.
Considerando os padrões do CBRA (1998) e um total de 200 células
espermáticas observadas em cada colheita analisada, os resultados são
aceitáveis, sendo que nos animais pertencentes ao grupo TII a percentagem
foi maior, seguido dos bovinos agrupados em TI e estes do grupo TIII, em
ordem decrescente. O contrário foi observado por CHIQUETO (2004) que,
mesmo após a cura das lesões de dermatite digital, notou que a percentagem
de defeitos totais foi maior que o preconizado pelo Colégio Brasileiro de
Reprodução Animal.
Observando a percentagem de defeitos menores e maiores nota-se
que, nos animais alocados no grupo TI a percentagem (1,47%) foi menor que
nos animais distribuídos nos grupos, TII (2,04%) e TIII (2,08%), porém, dentro
dos padrões aceitáveis pelo CBRA (1998), que estipulou para esses defeitos
porcentagem no máximo até 25%. Já para os defeitos maiores, apesar de
também apresentar-se dentro dos padrões do CBRA (1998), que estipulou
como aceitável percentagem de até 20% observa-se que os animais
pertencentes ao grupo TIII apresentaram a menor porcentagem, seguido do
grupo dos animais tratados (TI)
Neste estudo não se previu a percentagem de defeitos individuais,
que, para o CBRA (1998), os menores não podem ultrapassar 10% e os
maiores 5%. Nesse sentido visualizando apenas a percentagem de defeitos
menores, maiores e totais, todos os animais do experimento ao final da
colheita foram considerados aptos à reprodução. Especificamente sobre os
animais alocados no grupo TII, acredita-se que ocorreu adaptação as
condições de estresse ocasionadas pela presença das lesões de dermatite
digital, sendo respaldadas nas afirmações de MOBERG & MENCH (2000).
79
Por outro lado, avaliando o número de colheitas feitas após o
tratamento das lesões, o número de animais estudados e a instabilidade dos
parâmetros analisados considera-se que, possivelmente, um número maior de
bovinos e de colheitas efetuadas após o tratamento das lesões permitiriam
realizar uma análise mais precisa dos parâmetros seminais considerados no
presente estudo. Mesmo cientes dessa possibilidade e apesar da freqüência
de 5,54% dos animais acometidos pela dermatite digital, na propriedade em
que se realizou o experimento, não foi possível reunir no mesmo criatório um
numero superior a 22 animais com as características dos empregados na
presente pesquisa. Portanto, o número de bovinos empregados permitiu
realizar uma análise estatística, mas para SAMPAIO (1998) e MONTEIRO
FILHO (2004) quanto maior o número de unidades amostrais, mais fidedigno
será o resultado, especialmente quando se trata de variáveis instáveis.
5.6 Tratamento das lesões de dermatite digital
A utilização do medicamento a base de percloreto de ferro, iodo
metálico e salicilato de metila aplicado sobre a ferida, após exérese do tecido
necrosado, além da função antiséptica, objetivou conter a hemorragia, conduta
essa também adotada por LEÃO (2006). Já SILVA et al. (2004), para esse fim
realizaram a cauterização física. Acrescente-se que o uso da oxitetraciclina em
pó fundamentou-se nas informações de SHEARER & HERANDEZ (2000) e
SILVA et al. (2001a), que afirmaram ter obtido bons resultados utilizando esse
antibiótico sobre lesões de enfermidades podais. O uso da oxitetraciclina
parenteral baseou-se nas recomendações de SILVA et al. (2001a) os quais
apontaram esse medicamento como uma das drogas utilizadas com
freqüência para esse fim.
O algodão ortopédico empregado, antecedendo a aplicação da
atadura, teve a finalidade de diminuir o comprometimento circulatório
promovido pela pressão da bandagem de crepon sobre a área afetada e
impedir o contato direto do sulfato de cobre com a lesão. O mesmo
procedimento foi adotado por LEÃO (2006), que também acreditava que esse
procedimento fosse importante na minimização do efeito abrasivo do cobre
80
quando colocado diretamente sobre as lesões, bem como sua ação irritativa
sobre os tecidos. Infere-se que o contato gradativo e indireto com a lesão
permitiu que o medicamento atuasse sobre o tecido afetado, mais como
epitelizante, do que como removedor de tecidos necrosados. Essas
afirmações estão de acordo com as descritas por LEÃO (2006).
A retirada da bandagem preconizada aos sete dias após a
intervenção cirúrgica fundamentou-se no fato de que depois desse período o
curativo já se apresenta desgastado e a ferida em alguns casos desprotegida,
afirmações estas que ganham respaldo nas descrições de LEÃO (2006). Por
ocasião da retirada das bandagens realizou-se a primeira avaliação da
evolução clínica da cicatrização e, em 15 (100%) animais as lesões
apresentaram escore 1. No segundo momento de avaliação, aos 15 dias após
o procedimento cirúrgico e sete de passagem em pedilúvio 13 (86,67%)
animais apresentaram escore 3 e dois (13,34%) animais apresentaram escore
2. Esses dois animais que apresentaram escore 2, pertenciam ao grupo TI e
por ocasião da passagem em bretes de contenção para as colheitas de
ejaculado, sofreram injúrias nas feridas cirúrgicas, reagudizando o processo e
retardando a cicatrização clínica. Durante a avaliação das lesões no momento
3 (30 dias) 13 (86,67%) animais apresentaram escore 4 e dois (13,34%)
animais escore 3. Aos 45 dias de avaliação (momento 4) 13 (86,67%) animais
apresentaram escore 5, e dois (13,34%) animais escore 4.
O protocolo terapêutico empregado no presente estudo, para o
tratamento das lesões de dermatite digital, foi eficiente, sendo que em um
período de 45 dias, 13 (86,67%) animais apresentaram-se com cicatrização
completa das lesões. No entanto, em dois (13,34%) animais ao término do
experimento, aos 60 dias de avaliação, no momento 5, as lesões ainda não
haviam cicatrizadas completamente,apresentando escore de cicatrização 4,
em função do trauma no local da ferida, o que retardou o processo de
cicatrização. O sucesso no uso do protocolo confere com as afirmações feitas
por LAVEN & PROVEN (2000), MANSKE et al. (2002) e LEÃO (2006), os
quais fizeram referência ao tratamento local da ferida empregando
antibioticoterapia local e parenteral, bem como o tratamento em pedilúvio. De
igual forma CUNHA (2000), enfatizou a necessidade de se estabelecer uma
associação de medidas, que de forma conjunta contribuíssem para a
81
recuperação dos animais acometidos, destacando o tratamento cirúrgico e a
passagem dos animais em pedilúvio com soluções sanitizantes.
O uso intercalado de diferentes soluções sanitizantes
provavelmente contribuiu para a redução da carga microbiana. Tais
afirmações ganham respaldo nas descrições GUERISOLI et al. (1998), SILVA
et al. (2001b), SILVA et al. (2005b), LEÃO (2006) e SILVA et al. (2007b), que
em tese relataram que o hipoclorito possui pH alcalino e destrói principalmente
fungos e vírus, enquanto o sulfato de cobre que apresenta pH ácido atua como
adstringente e bactericida. COELHO et al. (2001) comprovaram a eficácia do
hipoclorito de sódio na desinfecção do espaço interdigital de bovinos
saudáveis e SILVA et al. (2001b) obtiveram resultados favoráveis utilizando o
hipoclorito de sódio a 3%, alternando com sulfato de cobre a 5% em pedilúvio,
no pós-operatório de enfermidades digitais em bovinos.
5.7 Estimativa dos custos do tratamento
Os custo dos procedimentos cirúrgicos e tratamentos empregados
estão representados no Quadro 3. Nota-se que o casqueamento realizado em
15 animais foi estimado em R$ 3.284,10 e ao fracionar esse valor, por animal
obteve o custo de R$ 218,94. O que mais onerou nos custos foram os gastos
com a construção do pedilúvio e honorários do profissional veterinário. LEÃO
(2006) descreveu que os problemas de casco prevêem importantes
implicações econômicas diretas, tais como gasto com medicamentos para
realização do toalete, instalações e soluções para pedilúvio, serviços
veterinários e mão-de-obra. Indiretamente em bovinos de corte há uma perda
de ganho em peso, baixo rendimento de carcaça e influência nos parâmetros
reprodutivos.
82
QUADRO 4 – Estimativa dos custos do tratamento da dermatite digital em
bovinos da raça Nelore, em experimento realizado em uma
propriedade rural no município de Quirinópolis – GO, 2006
DISCRIMINAÇÃO DOS ITENS QTDE VALOR (R$)
1 Agulha 25x8 10 und 3,70
2 Agulha 40x12 30 und 12,00
3 Algodão hidrófilo 1,5 dz 31,50
4 Anestésico local 50 ml 09 fr 61,20
5 Atadura de crepon 15 x 4,5m 03 dz 46,80
6 Custo de instalações com pedilúvio 1.730,00
7 Gaze 10 pcts 2,00
8 Hemosthal 03 fr 41,50
9 Hipoclorito 24 l 36,00
10 Honorário com veterinário 02 diária 760,00
11 Iodo 01 l 4,20
12 Lâmina de bisturi 15 und 6,00
13 Luva de procedimento 01 cx 18,00
14 Miosthal 04 fr 36,00
15 Oxitetraciclina injetável 50 ml 18 fr 216,00
16 Oxitetraciclina pó 03 pcts 44,40
17 Seringa descartável 20 ml 10 und 3,40
18 Seringa descartável 5 ml 5 und 1,00
19 Sulfato de cobre 30 Kg 156,00
20 Xilazina 2% 03 fr 74,40
CUSTO TOTAL 3.284,10
CUSTO/ANIMAL (15 animais) 218,94
Nesse estudo há de se considerar que o custo com a confecção do
pedilúvio torna-se com o tempo, menos representativo, reduzindo
conseqüentemente o custo dos tratamentos realizados em momentos
posteriores. Soma-se a essas considerações a expressiva ocorrência de
dermatite digital nessa categoria animal, no criatório estudado, justificando a
construção do pedilúvio, que poderá ser usado também como preventivo.
BORGES et al. (1995) trabalhando com vacas da raça Girolando e
83
Holandesas portadoras de enfermidades podais verificaram que o custo final
do tratamento foi de US$ 976,75 por grupo de 100 animais e RAMOS (2001),
estimou um custo final do tratamento de animais portadores de doenças
podais de R$ 133,29 por animal, mas ambos os autores não incluíram em
seus cálculos a construção de um pedilúvio. Já LEÃO (2006) estimou um
custo de R$ 133,88, afirmando que, com o passar do tempo, o custo do
tratamento diminui, compensando, portanto, a adoção desse método
terapêutico e preventivo. Em resumo, pode-se afirmar que o protocolo
terapêutico, inicialmente, aumentou o custo de manutenção desses animais,
considerando o valor empregado na confecção do pedilúvio e o tempo em que
permaneceram em baixa atividade sexual no período de convalescência, em
função da impotência coeundi, cobrindo um menor número de fêmeas.
Finalmente, mesmo considerando que os valores obtidos para o
tratamento dos animais do presente estudo podem, em princípio, inviabilizar
sua aplicação em rebanhos comerciais. É necessário avaliar seus benefícios,
se empregado na tentativa de tratar touros de valor zootécnico considerável.
Como, nos criatórios brasileiros que exploram esse tipo de rebanho, os
reprodutores são adquiridos, em média, a um custo de R$ 5.000,00 o
protocolo terapêutico aqui empregado representaria apenas 4,37% do valor
intrínseco do animal, justificando sua indicação para essa categoria animal.
84
6 CONCLUSÕES
Considerando as condições em que o experimento foi conduzido é
possível concluir que:
1. A aquisição de animais sem exame podológico, ausência de
medidas de biossegurança e as características do solo são os fatores que
podem ter contribuído para a ocorrência da dermatite digital.
2. A dermatite digital e o tratamento das lesões apresentaram
influência sobre os parâmetros espermáticos turbilhão, número de defeitos
maiores e defeitos totais.
3. Apesar da diferença significativa observada para a característica
espermática turbilhão, defeitos espermáticos maiores e totais, esses
resultados não foram suficientes para caracterizar os touros como inférteis.
4. O protocolo terapêutico adotado para o tratamento das lesões de
dermatite digital mostrou-se eficiente, proporcionou melhora em algumas
características espermáticas, mas, o custo pode ser considerado oneroso para
o rebanho estudado, que não era constituído de animais de alto valor
zootécnico.
5. O emprego de um número maior de animais, a realização de
testes de comportamento sexual e de fertilidade a campo e, a utilização de
exames complementares como a histopatologia e histometria testicular,
imunoistoquímica e a avaliação dos níveis séricos de testosterona poderiam
auxiliar na confirmação da impotência coeundi e identificar com precisão os
pontos das fases da formação, das células espermáticas, influenciados pela
enfermidade.
85
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95
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Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
96
ANEXOS
ANEXO 1 - Questionário utilizado na caracterização da propriedade de criação
de gado corte em que foi desenvolvido o experimento utilizando
bovinos da raça Nelore, no município de Quirinópolis – GO, 2006.
Universidade Federal de Goiás
Escola de Veterinária
Data: ______/__________/_________
DADOS GERAIS
Nome do proprietário:
Propriedade:
Município:
Endereço/telefone:
CARACTERIZAÇÃO DA PROPRIEDADE
TOTAL DE ANIMAIS:
MACHOS:
FÊMEA
S:
FAIXA ETÁRIA
00-12 meses
13-24 meses
25-36 meses
37-48 meses
Mais de 49
meses
TIPO DE EXPLORAÇÃO: ( ) LEITE ( ) CARNE ( ) MISTO
PISO DOS CURRAIS: ( ) REGULAR ( ) IRREGULAR
CONDIÇÕES DE HIGIENE: ( ) ADEQUADAS ( )
INADEQUADAS
UTILIZAÇÃO DE PEDILÚVIO: ( ) SIM ( ) NÃO
REALIZADO O CAQUEAMENTO DOS ANIMAIS:
( ) SIM ( ) NÃO ( ) TÉCNICO ( ) PRÁTICO
OBSERVAÇÃO DO CURSO DA DOENÇA (EM DIAS):
( ) até 30 ( ) 30 – 60 ( ) 60-90 ( ) mais de 90
O QUE LEVOU O PROPRIETÁRIO A SUSPEITAR DA DOENÇA:
( ) Manqueira ( ) O fato do animal lamber os dígitos
( ) Vermelhidão local ( ) Edema no espaço digital
Presença de ectoparasitos ( )SIM ( ) NÃO
97
Outros:_________________________________________________________________
____
COMO A DOENÇA COMEÇOU? (CARACTERIZAÇÃO DA LESÃO)
EXAME CLÍNICO DA EXTREMIDADE DISTAL DOS MEMBROS TORÁCICOS E PÉLVICOS
DOS BOVINOS.
NOME OU NÚMERO DO ANIMAL: ____________________________________
DERMATITE DIGITAL (FASE): ________________________________________
CATEGORIA ANIMAL
( ) MACHO ( ) FÊMEA
MEMBRO:
TORÁCICO DIREITO ESQUERDO
PÉLVICO DIREITO ESQUERDO
OBSERVAÇÕES (Caracterização macroscópica da lesão)
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
00 – 12 meses
13 – 24 meses
25 – 36 meses
37 – 48 meses
mais de 49 meses
00 – 12 meses
13 – 24 meses
25 – 36 meses
37 – 48 meses
mais de 49 meses
parida
não parida
98
ANEXO 2 – Ficha individual utilizada para identificar as lesões de
enfermidades digitais, quanto a sua presença, localização e fase
evolutiva, em experimento utilizando machos bovinos da raça
Nelore, em uma propriedade rural no município de Quirinópolis –
GO, 2006
FICHA INDIVIDUAL Nº____________
Data:_________
NÚMERO/ANIMAL:_____________ PROPRIETÁRIO
IDADE:________________________ ________________________________
RAÇA:_________________________
PELAGEM:_____________________ MUNICÍPIO
________________________________
EXAME CLÍNICO GERAL
Estado nutricional
( ) Ruim ( ) Regular ( ) Bom ( ) Muito bom
Aprumos
( ) Normais ( ) Defeituosos
Articulações
( ) Normais ( ) Alterados
Cascos
( ) Normais ( ) Alterados
EXAME CLÍNICO ESPECÍFICO DO APARELHO LOCOMOTOR
Claudicação (+), (++), (+++)
( ) MTD ( ) MTE ( ) MPD ( ) MPE
Sensibilidade (+), (++), (+++)
( ) MTD ( ) MTE ( ) MPD ( ) MPE
Hipertemia
( ) MTD ( ) MTE ( ) MPD ( ) MPE
Edema
( ) MTD ( ) MTE ( ) MPD ( ) MPE
Hiperemia
( ) MTD ( ) MTE ( ) MPD ( ) MPE
Ulceração de tecido mole
( ) MTD ( ) MTE ( ) MPD ( ) MPE
Fissura de tecido córne
( ) MTD ( ) MTE ( ) MPD ( ) MPE
Crescimenot de tecido fibroso
( ) MTD ( ) MTE ( ) MPD ( ) MPE
Necrose
( ) MTD ( ) MTE ( ) MPD ( ) MPE
Exame da sola
Dígito afetado
( ) DMMTE ( ) DLMTE ( ) DMMPD ( ) DLMPD
Hemorragia ( ) não ( ) sim ( ) leve ( ) moderada ( ) severa
Alteração da coloração ( ) não ( ) sim ( ) leve ( ) moderada ( ) severa
Separação da linha branca ( ) não ( ) sim ( ) leve ( ) moderada ( ) severa
Erosão do casco ( ) não ( ) sim ( ) leve ( ) múltiplas ( ) severa
( ) moderada (irregulares)
MTD MPD
99
MTD MPD
Diagnóstico:
Observações
100
ANEXO 3 – Ficha individual utilizada para registrar os dados referentes a
realização do exame andrológico, em experimento utilizando
machos bovinos da raça Nelore, em uma propriedade rural no
município de Quirinópolis – GO, 2006
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