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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
CARACTERÍSTICAS DO CRESCIMENTO CORPORAL, DOS ÓRGÃOS E
TECIDOS DE DUAS LINHAGENS COMERCIAIS DE FRANGOS DE
CORTE.
Simara Márcia Marcato
Zootecnista
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
2007
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ii
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS DE JABOTICABAL
CARACTERÍSTICAS DO CRESCIMENTO CORPORAL, DOS ÓRGÃOS E
TECIDOS DE DUAS LINHAGENS COMERCIAIS DE FRANGOS DE
CORTE.
Simara Márcia Marcato
Orientadora: Prof
a
Nilva Kazue Sakomura
Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias Unesp, Câmpus de Jaboticabal, como
parte das exigências para a obtenção do título de Doutor
em Zootecnia.
JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL
Março de 2007
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iii
Marcato, Simara Márcia
M313c
Características do crescimento corporal, dos órgãos e tecidos de
duas linhagens comerciais de frangos de corte/ Simara Márcia Marcato. –
– Jaboticabal, 2007
xxiv, 183 f. :il. ; 28 cm
Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias, 2007
Orientadora: Nilva Kazue Sakomura
Banca examinadora: Elisabeth Gonzales, Renato Luis Furlan, Alice
Eiko Murakami, Francisco Ernesto Moreno Bernal
Bibliografia
1.Curvas de crescimento. 2. Frangos de corte. 3. Equação de
Gomertz. I. Título. II. Jaboticabal-Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias.
CDU 636.5
iv
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
SIMARA MÁRCIA MARCATO - filha de Osvaldo Marcato e Izaura Pedroni
Marcato, nasceu em Mandaguari, Pr, no dia 3 de maio de 1969. No dia 5 de outubro de
1987 iniciou o curso de Zootecnia na Universidade Estadual de Maringá, onde foi bolsista
de iniciação cientifica sob orientação da professora Lucia Zeoula e Iran Borges e aos 13
de fevereiro de 1993 graduou-se no curso. De março de 1993 a fevereiro de 1994 foi
bolsista de Aperfeiçoamento (Cnpq) pela Embrapa Suínos e Aves. Em março de 1994 a
fevereiro de 1995 foi professora no Colégio Técnico Agropecuário do Noroeste, em
Diamante do Norte – Pr. Em março de 1995, ingressou no curso de mestrado em
Zootecnia na Universidade Federal de Pelotas, na cidade de Pelotas RS, sob
orientação de Gustavo J.M. Lima e coorientaçào de Fernando Rutz, defendendo a
dissertação em outubro de 1997. Em março de 1997, iniciou como professora na
Universidade Católica do Rio Grande do Sul Campus de Uruguaiana até fevereiro de
2004. Em março de 2004 ingressou no curso de Doutorado da Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista, sob orientação da professora
Dr
a
Nilva Kazue Sakomura. Em 2006 ganhou Mensão Honrosa no Prêmio Lamas da
Conferência Apinco, por apresentar um resumo deste trabalho.
v
Descobrimos como é bom chegar quando se tem
paciência.
E para chegar onde quer que seja, aprendemos que não
é preciso dominar a força, mas a razão.
É preciso antes de mais nada querer.”
ALMYR KLINK
vi
DEDICATÓRIA
À Deus por ter proporcinar Fé, dedicação, paciência e força
para continuar sempre mesmo nos momentos em que achava
que não iria conseguir..
OFERECIMENTO
A meus Pais Osvaldo e Izaura por me incentivar a estudar
desde pequena, pelo esforço e dedicação para dar estudo para
suas filhas, por acredidar que ia conseguir, pela educação,
amor, carinho que me proporcionaram, pela paciência nos
momentos de ausência e por fim por todas as orações que
fizeram para que eu estivesse aqui agora.
À minha irmã Simone e meu cunhado Fábio, pelo amor,
carinho, amizade, dedicação. Vocês sempre me deram força,
incentivo, acreditaram que ia dar certo, sempre estavam do
meu lado em todos os momentos em que precisei.
vii
AGRADECIMENTOS
A professora Nilva Kazue Sakomura, primeiramente por ter confiado em mim
desde o momento em que fui aprovada neste curso, sem mesmo me conhecer. Pelas
oportunidades em que me promoveu durante este período, ensinamento, dedicação,
profissionalismo e pela amizade. Enfim, por ter contribuído neste meu projeto de vida.
Professora eu tenho muito que agradecê-la.
Ao Danisio obrigada pela ajuda nas análises deste trabalho, ensinamentos,
conselhos, amizade, disponibilidade em me receber sempre nos momentos em que
precisei de sua ajuda.
Aos meus “orientados de iniciação científica” Melina (Mel), Gustavo (Dito) e Íris
iniciamos juntos no setor de avicultura da FCAV e trabalhamos juntos, aprendi muito com
vocês e este meu trabalho está sendo defendido hoje porque vocês tiveram grande
contribuição para que ele se realizasse. Muito obrigada meus amigos pela contribuição e
também pela paciência e incentivo nos momentos difíceis.
Aos funcionários do Setor de Avicultura Robson, Vicente, Izildo e João, obrigada
por toda ajuda, compreensão, amizade e apoio.
Aos meus amigos da avicultura Cristina, Fabiana, Michele, Nei, Ellen, Eduardo,
Jefferson, Sandra, Daphinne e Leilane, nós formamos uma família durante este período.
Vou ter muitas saudades de vocês, do trabalho no setor, do almoço com pão e mortadela
e também dos churrascos de confraternização.
A primeira amiga que fiz em Jaboticabal, Juliana você foi um anjo que apareceu
naquele ônibus quando viemos fazer a matricula do doutorado, muito obrigada pela ajuda
no experimento e muito mais pela amizade.
A FCAV-UNESP e ao programa de Pós-graduaçào em Zootecnia pela
oportunidade de realização do curso.
À FAPESP pelo suporte financeiro e concessão da bolsa de estudo.
Aos professores, Lucia Galvão, Izabelle Teixeira, Elisabeth Gonzales e Renato
Luis Furlan, pelas sugestões dadas no exame de qualificação. E aos profesores
viii
Francisco Ernesto Moreno Bernal, Elisabeth Gonzales, Alice Eiko Murakami e Renato
Luis Furlan pelas sugestões e participação na banca de minha tese.
A Leilane, Daphinne e Juliana vocês são minhas amigas e irmãs, obrigada pelos
almoços juntas, festas, amizade, companherismo, pelos momentos felizes, pelo apoio,
conversa séria e paciência que tiveram comigo, ouvindo meus problemas. Foi uma fase
difícil, mas passou e vocês me ajudaram muito, me ensinaram a ver o mundo com outros
olhos.
Aos amigos dos almoços na casa Azul e República dos Meninos, sem essa nossa
amizade a vida aqui teria sido mais difícil.
Ao colega José Lindemberg Rocha Sarmiento, muito obrigada pela amizade e pela
ajuda nas análises.
A professora Margareth tanto em fornecer a ajuda através de seus alunos e
também pelo convite das palestras em que ministrei nos eventos do colégio, e aos alunos
do Colégio Técnico.
A Ana Paula e Sr. Orlando, muito obrigada pela ajuda, ensinamento, confiança e
disponibilidade dos equipamentos do laboratório, onde passei 1 ano liofilizando minhas
amostras.
A Sandra e Sr. Osvaldo da fábrica de ração, por disponibilizarem a brica de
ração e ajuda.
Aos funcionários do departamento de Zootecnia em especial ao Fieno e Adriana
pela ajuda e amizade.
Aos amigos do grupo de estudo em Suínos (SUINESP) Urbano e pela ajuda
durante os período experimental e à Prof. Cristina, Urbano, Rizal, Alessandro Braga,
Pedro, Aderbal, Leonardo, Guido, Alessandro Amorim, Vivian e Suzana pela amizade.
Aos amigos da UNESP, Aluska Daniele, Cleujosi, Aderbal, Maria Fernanda,
Expedita, Rose, Josemir, enfim todos os amigos que participaram deste trabalho e de
minha amizade neste período.
Aos amigos da avicultura UNESP, pelas viagens até Apinco, reuniões de estudos e
amizade. Vamos continuar nos encontrando na Apinco e Congressos.
ix
Aos amigos distantes Eduardo (Dudu), Daniela (Dani), Luciana Potter, Dulcelina
(Du) obrigada pela amizade e apoio.
Ao meu afilhado Paulo Augusto, espero que um dia tenha orgulho de mim e me
perdoe por toda esta ausência.
A todos os professores que me ensinaram durante toda a minha vida e a meus
orientadores Iran Borges, Lucia Zeoula, Gilberto S., Gustavo J.M.M. Lima, Fernando Rutz
e Nilva Kazue Sakomura.
A toda a minha família, em especial para minha Rosa, que me apoiaram e
confiaram em mim. Obrigada pelas orações.
A Luciana por todo o carinho, torcida e ajuda principalmente no incio do meu
doutorado, quando você ficou cuidado da nossa casa e de minha mãe.
A professora Marisa Seyr e sua família pelo incentivo em continuar a estudar. Com
vocês aprendi que a maior herança que uma família pode deixar para seus filhos é o
estudo.
Agradeço a todas as pessoas que auxiliaram na minha formação profissional.
Aos todos os funcionários da FCAV que contribuíram de forma direta ou indireta
para tornar este sonho possível.
x
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS..........................................................................................................xiv
LISTA DE FIGURAS..........................................................................................................xix
RESUMO............................................................................................................... ………..1
SUMMARY ........................................................................................................................ 2
CAPÍTULO 1- CONSIDERAÇÕES INICIAIS ...................................................................... 3
1.1. DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE CRESCIMENTO ..............................................4
1.2. Curvas de crescimento, Composição Corporal e das Penas....................................... 8
1.3. Crescimento e Desenvolvimento de partes e órgãos de frangos de corte.................11
1.4. Crescimento Muscular, Ossos e Pele........................................................................13
1.5- OBJETIVOS .............................................................................................................. 15
1.6- REFERÊNCIAS.........................................................................................................15
CAPÍTULO 2 -CRESCIMENTO E DEPOSIÇÃO CORPORAL E DAS PENAS DE DUAS
LINHAGENS COMERCIAIS DE FRANGOS DE CORTE . .............................20
RESUMO........................................................................................................................ 114
ABSTRACT .....................................................................................................................21
2.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 22
2.2. MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................................23
2.2.1. Aves e Delineamento Experimental ....................................................................23
2.2.2 Instalações...........................................................................................................24
2.2.3. Manejo alimentar................................................................................................. 24
2.2.4. Pesagem e abate das aves................................................................................. 24
2.2.5. Processamento das amostras e análises laboratoriais .......................................26
2.2.6. Obtenção das Curvas de Crescimento ...............................................................26
2.3. Resultados e Discussão ............................................................................................28
2.3.1. Crescimento Corporal .........................................................................................28
2.3.2. Crescimento e Deposição dos Nutrientes Corporais........................................... 32
2.3.3. Crescimento e Deposição de Nutrientes nas Penas...........................................42
2. 4. CONCLUSÕES ........................................................................................................ 49
2.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................................49
xi
CAPÍTULO 3 -CRESCIMENTO E DEPOSIÇÃO DE NUTRIENTES DAS PARTES DE
FRANGOS DE CORTE DE DUAS LINHAGENS COMERCIAIS. ................... 53
RESUMO..........................................................................................................................53
ABSTRACT .....................................................................................................................54
3.1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 55
3.2. MATERIAL E MÉTODOS ..........................................................................................56
3.2.1. Aves e Delineamento Experimental ....................................................................56
3.2.2 Instalações...........................................................................................................57
3.2.3. Manejo alimentar................................................................................................. 57
3.2.4. Pesagem e abate das aves................................................................................. 57
3. 2.5. Processamento das amostras e análises laboratoriais: .....................................59
3.2.6. Elaboração das Curvas de Crescimento............................................................. 59
Obtenção das Curvas de Crescimento .........................................................................59
3.3. Resultados e Discussão ............................................................................................61
3.3.1. Crescimento e Deposição de Nutrientes no Peito...............................................61
3.3.2. Crescimento e Deposição de Nutrientes na Coxa ..............................................67
3.3.3. Crescimento e Deposição de Nutrientes na Sobrecoxa......................................73
3.3.4. Crescimento e Deposição de Nutrientes no Dorso .............................................79
3.3.5. Crescimento e Deposição de Nutrientes na Asa................................................. 86
3.3.6. Crescimento e Deposição de Nutrientes no Pescoço .........................................90
3.3.7. Crescimento e Deposição de Nutrientes na Cabeça ..........................................95
3.3.8. Crescimento e Deposição de Nutrientes nos Pés.............................................100
3.3.9. Equações alométricas das partes da carcaça...................................................105
3.4. CONCLUSÕES .......................................................................................................109
3.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................109
CAPÍTULO 4 -CRESCIMENTO E DEPOSIÇÃO DE NUTRIENTES NOS ÓRGÃOS DE
FRANGOS DE CORTE DE DUAS LINHAGENS COMERCIAIS. ................. 113
RESUMO ....................................................................................................................... 114
ABSTRACT ...................................................................................................................114
4.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................115
4.2. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................116
4.2.1. Aves e Delineamento Experimental ..................................................................116
xii
4.2.2 Instalações......................................................................................................... 117
4.2.3. Manejo alimentar............................................................................................... 117
4.2.4. Pesagem e abate das aves............................................................................... 117
4.2.5. Processamento das amostras e análises laboratoriais .....................................119
4.2.6. Obtenção das Curvas de Crescimento ............................................................. 119
4.3. Resultados e Discussão ..........................................................................................120
4.3..1. Crescimento e Deposição de Nutrientes no Coração ...................................... 120
4.3.2. Crescimento e Deposição de Nutrientes no Fígado..........................................128
4.3.3. Crescimento e Deposição de Nutrientes no Intestino ....................................... 134
4.3.4. Crescimento e Deposição de Nutrientes na Moela ........................................... 138
4.3.5. Crescimento e Deposição de Nutrientes no Proventrículo................................143
4.4. CONCLUSÕES .......................................................................................................151
4.5. REFERÊNCIAS .......................................................................................................151
CAPÍTULO 5 -CRESCIMENTO E DEPOSIÇÃO DE NUTRIENTES NO MÚSCULO,
OSSOS E PELE DE FRANGOS DE CORTE DE DUAS LINHAGENS
COMERCIAIS...............................................................................................155
RESUMO ....................................................................................................................... 114
ABSTRACT ....................................................................................................................156
5.1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................157
5.2. MATERIAL E MÉTODOS ........................................................................................158
5.2.1. Aves e Delineamento Experimental ..................................................................158
5.2.2 Instalações......................................................................................................... 158
5.2.3. Manejo alimentar............................................................................................... 159
5.2.4. Pesagem e abate das aves............................................................................... 160
5. 2.5. Processamento das amostras e análises laboratoriais ....................................160
5.2.6. Elaboração das Curvas de Crescimento...........................................................161
5.3. Resultados e Discussão ..........................................................................................162
5.3.1. Crescimento e Deposição de Nutrientes no Músculo........................................162
5.3.2. Crescimento e Deposição de Nutrientes nos Ossos.........................................168
5.3.3. Crescimento e Deposição de Nutrientes na Pele..............................................173
5.4.
CONCLUSÕES........................................................................................................179
5.5. REFERÊNCIAS .......................................................................................................179
xiii
CAPÍTULO 6 - IMPLICAÇÕES.......................................................................................182
xiv
LISTA DE TABELAS
CAPÍTULO 2 CRESCIMENTO E DEPOSIÇÃO CORPORAL E DAS PENAS DE DUAS
LINHAGENS COMERCIAIS DE FRANGOS DE CORTE .................................20
Tabela 1. Composição percentual e calculada das rações experimentais........................25
Tabela 2. Estimativa dos parâmetros da equação de gompertz para o peso vivo de
frangos de corte machos e fêmeas das linhagens Ross e Cobb).....................28
Tabela 3. Estimativa dos parâmetros da equação de gompertz para o peso da ave
depenada de frangos de corte machos e fêmeas das linhagens Ross e Cobb..
...........................................................................................................................30
Tabela 4. Taxas de crescimento de peso vivo e peso da ave depenada de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.........................31
Tabela 5. Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para deposição de
gordura e proteína, na carcaça de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb.....................................................................................33
Tabela 6. Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para deposição de água,
cinzas, na carcaça de frangos de corte machos e fêmeas das linhagens Ross e
Cobb..................................................................................................................35
Tabela 7. Taxas de deposição de proteína, gordura, água e cinza de acordo com a idade
e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................36
Tabela 8. Equações alométricas de peso corporal em gordura (Pg), água (Pa) e cinzas
(Pc) em função do peso corporal proteíco (PB), de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................40
Tabela 9. Equações alométricas de peso corporal em gordura (Pg), água (Pa) e cinzas
(Pc) em função do peso vivo (PV), de machos e fêmeas de frangos de corte
das linhagens Ross e Cobb...............................................................................41
Tabela 10. Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso e nutrientes
das penas de frangos de corte machos e fêmeas das linhagens Ross e Cobb
...........................................................................................................................42
Tabela 11. Taxas de crescimento das penas e deposição de proteína , gordura, água e
cinza nas penas de acordo com a idade e sexo de frangos de corte das
linhagens Ross e Cobb.....................................................................................44
xv
Tabela 12. Equações alométricas de peso penas em gordura (Pgp), proteína (Ppp), água
(Pap) e cinzas (Pcp) em função do peso protéico corporal (PB) e Peso Vivo
(PV), de machos e meas de frangos de corte das linhagens Ross e
Cobb..................................................................................................................48
CAPÍTULO 3 CRESCIMENTO E DEPOSIÇÃO DE NUTRIENTES DAS PARTES DE
FRANGOS DE CORTE DE DUAS LINHAGENS COMERCIAIS.......................53
Tabela 1. Composição percentual e calculada das rações experimentais........................58
Tabela 2. Estimativa dos parâmetros da equação de gompertz para peso, proteína, água
e cinzas da peito de frangos de corte machos e fêmeas das linhagens Ross e
Cobb…………………………………………………………...................................61
Tabela 3. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes do peito de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.........................63
Tabela 4. Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para o peso, proteína,
gordura, água e cinzas da coxa de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb.....................................................................................68
Tabela 5. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes de peso da coxa de acordo
com a idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb..............70
Tabela 6. Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
gordura, água e cinzas da sobrecoxa de frangos de corte machos e fêmeas
das linhagens Ross e Cobb...............................................................................74
Tabela 7. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes da sobrecoxa de acordo com
a idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb .....................76
Tabela 8. Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para o peso, proteína,
gordura, água e cinzas da dorso de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb ....................................................................................80
Tabela 9. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes do dorso de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.........................82
Tabela 10. Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
gordura, água e cinzas da asa de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb.....................................................................................86
Tabela 11. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes de peso da asa de acordo
com a idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb..............87
xvi
Tabela 12. Estimativa dos parâmetros da equação de gompertz para peso, proteína,
gordura, água e cinzas da pescoço de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb.....................................................................................91
Tabela 13. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes do pescoço de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb…………….......92
Tabela 14. Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para o peso, proteína,
gordura, água e cinzas da cabeça de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb.....................................................................................96
Tabela 15. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes de peso da cabeça de
acordo com a idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
...........................................................................................................................98
Tabela 16. Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
gordura, água e cinzas dos pés de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb...................................................................................101
Tabela 17. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes dos pés de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.......................103
Tabela 18. Equações alométrica do peso da coxa (Cx), peito (Pto), sobrecoxa (Sobre),
em função do peso protéico corporal (PB) e peso vivo (PVJ), de machos e
fêmeas de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb................................106
Tabela 19. Equações alométricas do peso da asa (Asa), cabeça (Cab), dorso (Dorso),
pescoço (Pesc) e pés (Pes)) em função do peso protéico corporal (PB) e peso
vivo (PVJ), de machos e fêmeas de frangos de corte das linhagens Ross e
Cobb................................................................................................................108
CAPÍTULO 4 CRESCIMENTO E DEPOSIÇÃO DE NUTRIENTES NOS ÓRGÃOS DE
FRANGOS DE CORTE DE DUAS LINHAGENS COMERCIAIS.....................113
Tabela 1. Composição percentual e calculada das rações experimentais......................118
Tabela 2. Estimativas dos parâmetros da equação de gompertz para peso, proteína,
gordura, água e cinzas do coração de frangos de corte, machos e meas, das
linhagens Ross e Cobb………………………....……………............................ 121
Tabela 3. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes do coração de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.......................124
Tabela 4. Estimativas dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
gordura, água e cinzas do fígado de frangos de corte, machos e fêmeas, das
linhagens Ross e Cobb...................................................................................129
xvii
Tabela 5. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes do fígado de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.......................131
Tabela 6. Estimativas dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
água e cinzas da intestino de frangos de corte machos e fêmeas das linhagens
Ross e Cobb....................................................................................................135
Tabela 7. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes do intestino de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.......................136
Tabela 8. Estimativas dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
gordura, água e cinzas da moela de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb...................................................................................139
Tabela 9. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes da moela de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.......................141
Tabela 10. Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
água e cinzas do Proventrículo de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb...................................................................................144
Tabela 11. Estimativas dos parâmetros da equação de Gompertz para o peso, proteína e
cinzas do Proventrículo de frangos de corte machos e fêmeas das linhagens
Ross e Cobb....................................................................................................145
Tabela 12. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes do Proventrículo de acordo
com a idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb............146
Tabela 13. Equações alométricas do peso do coração (Cora), fígado (Fig), intestino
(Intes), moela (Moe) e Proventrículo (Pró) em função do peso proteína corporal
(PB) e peso vivo (PV), de machos e fêmeas de frangos de corte das linhagens
Ross e Cobb....................................................................................................150
CAPÍTULO 5 CRESCIMENTO E DEPOSIÇÃO DE NUTRIENTES NO MÚSCULO,
OSSOS E PELE DE FRANGOS DE CORTE DE DUAS LINHAGENS
COMERCIAIS..................................................................................................155
Tabela 1. Composição percentual e calculada das rações experimentais......................159
Tabela 2. Estimativa dos parâmetros da equação de gompertz para peso, proteína,
gordura, água e cinzas dosculos de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb...................................................................................163
Tabela 3. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes do músculo de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.......................164
xviii
Tabela 4. Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína, água
e cinzas dos ossos de frangos de corte machos e fêmeas das linhagens Ross
e Cobb.............................................................................................................169
Tabela 5. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes dos ossos de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.......................170
Tabela 6. Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
gordura, água e cinzas da pele de frangos de corte machos e meas das
linhagens Ross e Cobb...................................................................................174
Tabela 7. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes da pele de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.......................176
xix
LISTA DE FIGURAS
CAPÍTULO 2 CRESCIMENTO E DEPOSIÇÃO CORPORAL E DAS PENAS DE DUAS
LINHAGENS COMERCIAIS DE FRANGOS DE CORTE .................................20
Figura 1. Curva e taxa de crescimento de peso vivo em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb......................................................................30
Figura 2. Curva e taxa de crescimento de peso da ave depenada em machos e fêmeas
de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...............................................32
Figura 3. Curva e taxa de deposição de proteína em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.....................................................................35
Figura 4. Curva e taxa de deposição de gordura corporal em machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................37
Figura 5. Curva e taxa de deposição de água em machos e fêmeas de frangos de corte
das linhagens Ross e Cobb..............................................................................37
Figura 6. Curva e taxa de deposição de cinzas em machos e fêmeas de frangos de corte
das linhagens Ross e Cobb..............................................................................38
Figura 7. Curva e taxa de crescimento de penas em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.....................................................................45
Figura 8. Curva e taxa de deposição de proteína nas penas em machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................45
Figura 9. Curva e taxa de deposição de gordura das penas em machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................46
Figura 10. Curva e taxa de deposição da água das penas em machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................46
CAPÍTULO 3 CRESCIMENTO E DEPOSIÇÃO DE NUTRIENTES DAS PARTES DE
FRANGOS DE CORTE DE DUAS LINHAGENS COMERCIAIS.......................53
Figura 1. Curva e taxa de crescimento do peito de machos e fêmeas de frangos de corte
das linhagens Ross e Cobb...............................................................................64
Figura 2. Curva e taxa de deposição de proteína no peito de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................................65
xx
Figura 3. Curva e taxa de deposição de água no peito de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb................................................................66
Figura 4. Curva e taxa de deposição de cinzas no peito de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb................................................................66
Figura 5. Curva e taxa de crescimento da coxa em machos e fêmeas de frangos de corte
das linhagens Ross e Cobb..............................................................................70
Figura 6. Curva e taxa de deposição de proteína na coxa de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................71
Figura 7. Curva e taxa de deposição de gordura na coxa de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb................................................................71
Figura 8. Curva e taxa de deposição de água na coxa de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb................................................................72
Figura 9. Curva e taxa de deposição de cinzas na coxa de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb................................................................72
Figura 10. Curva e taxa de crescimento na sobrecoxa de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb................................................................75
Figura 11. Curva e taxa de deposição de proteína na sobrecoxa de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................76
Figura 12. Curva e taxa de deposição de gordura na sobrecoxa de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................77
Figura 13. Curva e taxa de deposição de água na sobrecoxa de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................78
Figura 14. Curva e taxa de deposição de cinzas da sobrecoxa de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................78
Figura 15. Curva e taxa de crescimento do dorso em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.....................................................................82
Figura 16. Curva e taxa de deposição de proteína no dorso de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................83
Figura 17. Curva e taxa de deposição de gordura no dorso de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................84
Figura 18. Curva e taxa de deposição de água no dorso de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb................................................................85
xxi
Figura 19. Curva e taxa de deposição de cinzas no dorso de machos e meas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................85
Figura 20. Curva e taxa de crescimento da asa em machos e fêmeas de frangos de corte
das linhagens Ross e Cobb..............................................................................88
Figura 21. Curva e taxa de deposição de proteína na asa de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................88
Figura 22. Curva e taxa de deposição de água na asa de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb................................................................89
Figura 23. Curva e taxa de deposição de gordura na asa de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb................................................................89
Figura 24. Curva e taxa de deposição de cinzas na asa de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb................................................................90
Figura 25. Curva e taxa de crescimento do pescoço de machos e meas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.....................................................................93
Figura 26. Curva e taxa de deposição de proteína no pescoço de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................93
Figura 27. Curva e taxa de deposição de gordura no pescoço de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................94
Figura 28. Curva e taxa de deposição de água no pescoço de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................94
Figura 29. Curva e taxa de deposição de cinzas no pescoço de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................95
Figura 30. Curva e taxa de crescimento da cabeça em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.....................................................................97
Figura 31. Curva e taxa de deposição de proteína na cabeça de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................98
Figura 32. Curva e taxa de deposição de gordura na cabeça de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................99
Figura 33. Curva e taxa de deposição de água na cabeça de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb...................................................99
Figura 34. Curva e taxa de deposição de cinzas na cabeça de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................100
xxii
Figura 35. Curva e taxa de crescimento dos pés de machos e meas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb...................................................................102
Figura 36. Curva e taxa de deposição de proteína nos pés de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................103
Figura 37. Curva e taxa de deposição de gordura nos pés de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................104
Figura 38. Curva e taxa de deposição de água nos pés de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb..............................................................105
Figura 39. Curva e taxa de deposição de cinzas nos pés de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb..............................................................105
CAPÍTULO 4 CRESCIMENTO E DEPOSIÇÃO DE NUTRIENTES NOS ÓRGÃOS DE
FRANGOS DE CORTE DE DUAS LINHAGENS COMERCIAI.......................113
Figura 1. Curva e taxa de crescimento do coração em machos e meas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb...................................................................124
Figura 2. Curva e taxa de deposição de proteína no coração de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................126
Figura 3. Curva e taxa de deposição de gordura no coração de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................126
Figura 4. Curva e taxa de deposição de água no coração de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................127
Figura 5. Curva e taxa de deposição de cinzas no coração de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................127
Figura 6. Curva e taxa de crescimento do fígado em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb...................................................................131
Figura 7. Curva e taxa de deposição de proteína no fígado de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................132
Figura 8. Curva e taxa de deposição de gordura no fígado de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................132
Figura 9. Curva e taxa de deposição de água no fígado de machos e meas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb..............................................................133
Figura 10. Curva e taxa de deposição de cinzas no fígado de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb ................................................133
xxiii
Figura 11. Curva e taxa crescimento do intestino em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb...................................................................137
Figura 12. Curva e taxa de deposição de proteína no intestino de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................137
Figura 13. Curva e taxa de deposição de água no intestino de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................138
Figura 14. Curva e taxa de deposição de cinzas no intestino de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................138
Figura 15. Curva e taxa de crescimento da moela em machos e meas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb...................................................................141
Figura 16. Curva e taxa de deposição de proteína na moela de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................142
Figura 17. Curva e taxa de deposição de gordura na moela de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................143
Figura 18. Curva e taxa de deposição de água na moela de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb..............................................................143
Figura 19. Curva e taxa de crescimento do Proventrículo em machos e meas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................145
Figura 20. Curva e taxa de deposição de proteína no Proventrículo de machos e fêmeas
de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb............................................147
Figura 21. Curva e taxa de deposição de água no Proventrículo de machos e meas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................147
Figura 22. Curva e taxa de deposição de cinzas no Proventrículo de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................148
CAPÍTULO 5 CRESCIMENTO E DEPOSIÇÃO DE NUTRIENTES NO MÚSCULO,
OSSOS E PELE DE FRANGOS DE CORTE DE DUAS LINHAGENS
COMERCIAIS. ............................................................................................. 156
Figura 1. Curva e taxa de crescimento dos músculos em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb....................................................................165
Figura 2. Curva e taxa de deposição de proteína nos músculos de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................166
Figura 3. Curva e taxa de deposição de gordura nos músculos de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................166
xxiv
Figura 4. Curva e taxa de deposição de água nos sculos de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................167
Figura 5. Curva e taxa de deposição de cinzas nos músculos de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................168
Figura 6. Curva e taxa de crescimento dos ossos em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb...................................................................171
Figura 7. Curva e taxa de deposição de proteína nos ossos de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................172
Figura 8. Curva e taxa de deposição de água nos ossos de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb..............................................................172
Figura 9. Curva e taxa de deposição de cinzas nos ossos de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................173
Figura 10. Curva e taxa de crescimento da pele em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb...................................................................176
Figura 11. Curva e taxa de deposição de proteína na pele de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................177
Figura 12. Curva e taxa de deposição de gordura na pele de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.................................................177
Figura 13. Curva e taxa de deposição de água na pele de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb..............................................................178
Figura 14. Curva e taxa de deposição de cinzas na pele de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb..............................................................178
CARACTERÍSTICAS DO CRESCIMENTO CORPORAL, DOS ÓRGÃOS E TECIDOS
DE DUAS LINHAGENS COMERCIAIS DE FRANGOS DE CORTE.
RESUMO Com objetivo determinar os parâmetros de crescimento do peso vivo e da
ave depenada, das penas e componentes químicos corporais, das partes, dos órgãos e
tecidos de frangos de corte, machos e fêmeas das linhagens Ross e Cobb, foram
utilizados 1920 pintos criados em galpão alojados em boxes. O delineamento foi
inteiramente casualizado em esquema fatorial 2x2 (linhagens e sexo), 4 repetições de
120 aves cada. Foi avaliado o crescimento das aves depenadas e das penas, das
partes e dos órgãos, dos sculos, ossos e peles. Foram realizados abates semanais
até 56 dias de idade, após jejum de 24 horas. As aves foram pesadas para obtenção do
peso de jejum, um grupo de aves foram depenados para obter o peso de penas, e as
demais aves foram evisceradas e realizadas os cortes para avaliação do
desenvolvimento das partes e órgãos. Após, foram pesadas, identificadas e
congeladas. Posteriormente, as amostras foram moídas, liofilizadas e encaminhadas
para análises de matéria seca, nitrogênio, extrato etéreo e cinzas. Foram elaboradas
curvas e taxas de crescimento através da equação de Gompertz. As aves Cobb foram
mais precoces no crescimento e deposição de proteína e cinzas corporais, na
deposição de proteína, gordura e água das penas, na taxa de crescimento e deposição
de nutrientes da coxa, dorso, cabeça, proventrículo e no crescimento do intestino. As
aves Ross apresentaram maior potencial de crescimento de asa, pescoço, sobrecoxa e
pés, e foram mais precoces no crescimento das penas, do fígado e deposição de água
e cinzas no fígado. Houve semelhança entre as linhagens para peso do músculo,
crescimento e deposição de nutrientes para o peito e coração e no peso e proteína dos
ossos.
Palavras-Chave : curva de crescimento, frangos de corte, sculos, partes, ossos,
pele, composição corporal.
2
BODY, ORGANS AND TISSUES GROWTH CARACTERISTICS, OF TWO BROILER
CHICKEN STRAINS
SUMMARYThe objective of this study was determine the growth parameters of the live
weight, of feathers, of parts, organs and tissues and body chemical components strains
chickens, males and females Cobb and Ross broilers. Were used 1920 chicks raised in
boxes from 1 to 56 days of age, distributed randomly in a factorial model (2 strains x 2
sex), with 4 replicate pens of 120 birds. The birds were fed ad libitum with diets
formulated according to requirements for each age phase. The birds were weight and
four birds of each group were slaughtered weekly. Afther 24 hours of fasting, the birds
were slaughtered to determined body, parts, organs, tissues weight and nutrients
deposition. Thereafther, samples were freeze-fried to be analized for dry matter, protein,
ash and fat. The parameters of weight and in nutrient depositions obtained weekly were
adjusted by the Gompertz equation in order to estimate the growth parameters Wt= Wm
exp(-exp(-B(t-t*))). The growth and body nutrients deposition rates were determined by
derived of the equations. Cobb broilers were more precocious in growth and of body
protein and ash deposition than Ross. The deposition of protein, fat and water feather, in
growth rate and depositions of nutrients in the thigh, dorsum, head and proventriculum
and intestine were higher compared to Ross. The of Ross boilers was bigger than Cobb
wing, neck, drumstick and feet growth potential. The Ross strains were more precocious
in the growth of leg, liver and depositions of water and ash in the liver. The strains had
similarity growth potencial of muscle and nutrients deposition in the breast, heart and
bones.
Key words: growth curve; broiler chicken; muscles; parts; bones; skin; body
composition
3
CAPÍTULO 1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Na avicultura industrial a genética a nutrição e o manejo, assim como as relações
entre estes, são continuamente estudados. De certa forma, pode-se dizer que o
melhoramento genético animal é muito importante, uma vez que direciona a seleção
das aves para maiores índices de produtividade. No entanto, rações com níveis
nutricionais inadequados, assim como manejo incorreto, subestimam a capacidade
produtiva destas aves (SAKOMURA, 1996).
Em função do constante melhoramento genético aplicado sobre as populações
na avicultura industrial, que resulta em mudanças no crescimento das linhagens
disponíveis no mercado brasileiro, como também no desenvolvimento da carcaça e das
partes, tornam-se necessárias pesquisas que permitam elaborar modelos de
crescimento destas linhagens.
Todavia, para atender à demanda por carnes magras, as empresas avícolas têm
levado a procurar estratégias de processamento e comercialização. Também, tem
buscado meios para uma redução da adiposidade da carcaça de frangos de corte e,
para isso, é importante o conhecimento do potencial genético na deposição de proteína
e gordura corporal das linhagens comerciais.
Os modelos matemáticos podem ser conceituados como instrumentos que
descrevem o desenvolvimento e o crescimento da carcaça e das partes que permitem
uma análise para a adoção de estratégias que possibilitem melhores desempenhos,
principalmente no que se refere ao aumento do ganho de peso e da eficiência
alimentar. Para frangos de corte, esses modelos também, podem oferecer informações
para selecionar algumas características de carcaça associadas a melhor idade de abate
e minimizar as perdas provocadas pelas doenças metabólicas, oriundas do rápido
crescimento. Além de fornecer subsídio para o setor avícola, podendo por meio da
estimativa do crescimento das aves, determinar as exigências nutricionais, predizer a
4
melhor idade de abate, predizer índices de eficiência de produção, proporcionar dados
para desenvolver modelos de crescimento, ou seja, software a serem utilizados pelas
empresas avícolas, diminuindo custo de produção
Nos estudos sobre o potencial genético das aves, vários pesquisadores têm
utilizado a equação descrita por GOMPERTZ (1825). Essa função de crescimento,
também tem sido utilizada para descrição de várias características de aves em
crescimento (PASTERNAK e SHALEV, 1994; HURBY, et al. 1995; HANCOCK et al.
1995; GOUS et al. 1999 e SAKOMURA et al. 2005). Outros modelos têm sido propostos
(HURBY et al. 1995; MURAYAMA et al. 1999) para que se estabeleça o que melhor
descreve o comportamento do crescimento do órgão ou parte estudada.
1.1. DETERMINAÇÃO DAS CURVAS DE CRESCIMENTO
As características de desempenho e de deposição de proteína e gordura nas
aves depenadas mudaram com a seleção das aves em busca do máximo potencial
genético. Segundo EMMANS (1981), uma maneira racional para calcular os
requerimentos nutricionais e predizer o consumo de alimento das aves em
desenvolvimento, deve iniciar com o conhecimento do potencial de seu crescimento.
LEESON e SUMMERS (1997) afirmaram que o requerimento de nutrientes e o
crescimento do animal estão intimamente relacionados.
Cada tipo de animal possui uma curva de crescimento, a qual deve ser
observada em condições ideais ou não limitantes. Diferentes linhagens e sexos podem
diferir em vários aspectos, como peso à maturidade, composição e taxas de deposição
dos nutrientes corporais, pois aspectos estes que afetam as características da curva de
crescimento. Para tais avaliações, existe a necessidade da utilização de modelos
matemáticos, que expressem, com maior precisão, o crescimento das aves em função
da idade para fins de pesquisa e programas de alimentação (GOUS et al., 1999).
Além disso, são vários os fatores que podem afetar a taxa de crescimento de
lotes individuais de frango de corte, como quantidade e tempo de distribuição de
5
alimento, linhagem, sexo, densidade do lote, produtor, clima, sistema de incubação,
idade da matriz, fornecimento de água, equipamentos e instalações, entre outros, que
podem induzir ao erro. Algumas variáveis apresentam maior variação, e as maiores
fontes de variações foram alimentar, climáticas e de manejo (IVEY, 1999). Para reduzir
estes erros, os modelos de crescimento podem ser utilizados para proporcionar
previsões mais precisas do crescimento do animal.
Na avicultura, a simulação do crescimento e da deposição de componentes
corporais, através de modelos matemáticos contribuiu para estimar o peso vivo e o
crescimento dos componentes corporais em função da idade, para comparar o
crescimento corporal relativo entre sexo, estimar a conversão alimentar diária e
padronizar o crescimento para seleção de novas linhagens (FREITAS et. al., 1983).
Além de tudo, a descrição do crescimento das aves é o primeiro passo para elaboração
de modelos de simulação, capazes de predizer as exigências nutricionais das aves e
determinar os efeitos de diferentes programas nutricionais e condições ambientais
sobre o desempenho das mesmas (GOUS et al.,1999).
Vários modelos matemáticos não lineares são utilizados para descrição do
crescimento e deposição de nutrientes corporais dos animais, dentre eles, destacam-se
Logística, Brody, Robertson, Richards, Bertalanffy e Gompertz. No entanto, questiona-
se qual é o melhor modelo a ser adotado, que segundo FITZHUGH Jr (1969), a
escolha dos modelos deve-se basear na análise de no mínimo três itens: possibilidade
de interpretação biológica dos parâmetros, qualidade do ajuste e dificuldades
computacionais.
Estudando as funções não lineares e lineares, Gompertz, logística e uma
polinomial, para predizer o crescimento de proteína corporal em frangos de corte de 1 a
18 semanas de idade, HRUBY et al. (1996) determinaram, através de comparação
entre os coeficientes de determinação e tamanho de resíduo, que a função de
Gompertz foi a que se melhor ajustou aos dados.
Com o objetivo de determinar o modelo matemático mais adequado para a
simulação do crescimento de frangos de corte, FREITAS et al. (1983) compararam 7
equações, sendo 4 não lineares (Gompertz, Richards, Logística e Bertalanffy) e a
6
regressão polinomial até o grau. Baseando-se nos valores do coeficiente de
determinação, quadrado médio residual e interpretabilidade biológica dos parâmetros,
concluíram que o modelo que mais se ajustou aos dados de pesagens em ambos os
sexos foi a equação de Gompertz, em que 99% da variação total existente durante a
fase de crescimento das aves foi explicado pelo modelo.
Dessa forma, muitos autores (FREITAS et al., 1983; MARTIN et al., 1994;
HANCOCK et al., 1995; HRUBY et al., 1996; GOUS et al 1999; FIALHO, 1999 e
MACLEOD, 2000) preferem a função de Gompertz para descrever o crescimento e a
deposição de nutrientes nas aves. Isso se deve ao fato de ser necessário o
conhecimento de apenas três parâmetros que possuam significados biológicos, permitir
um ajuste dos dados de forma semelhante ao obtido com outras funções de
crescimento mais complexas. Além de estabelecer taxas de crescimento para os
componentes corporais, como penas, gordura, proteína, cinzas e água, que auxiliam na
definição de relações alométricas entre esses componentes.
Segundo FIALHO (1999), a curva de Gompertz tem propriedades desejáveis
numa curva de crescimento, pois, ao contrário de outras funções, a massa corporal
inicial é sempre superior a zero, o que reflete no fato de que o animal nasce com
algum peso. O peso corporal tende a atingir um valor máximo dado pelo parâmetro Pm
da função, que teoricamente seria alcançado após um tempo infinito, mas pode ser
extrapolado a partir dos dados experimentais. As características da curva de Gompertz
giram em torno do ponto de inflexão em que a taxa de crescimento é máxima. A idade
em que ocorre o ponto de inflexão é dada pelo parâmetro t* da função. O outro
parâmetro da função é o b, que indica a taxa de crescimento relativo no ponto em que o
crescimento é máximo. O ganho diário de peso, em g/dia, é dado pela derivada da
equação de Gompertz.
A equação de GOMPERTZ expressa o peso corporal em função da idade:
P
t
= P
m
. exp .(- exp . (- b .( t - t* )))
Em que:
Pt = peso corporal ou de tecido (g);
7
t = idade (dias);
Pm = peso corporal ou quantidade de tecido na idade adulta (g);
b = taxa máxima de crescimento ou de deposição de tecido (g/dia por g);
t* = idade do máximo crescimento ou deposição (dias);
e = 2,718282 (base do logaritmo neperiano).
Sabendo que o crescimento dos componentes corporais pode ser explicado
utilizando a função de Gompertz, EMMANS (1981), GOUS (1990) e MARTIN et al.
(1994) aconselham que a quantificação dos componentes corporais, em diferentes
estágios de crescimento, não deve ser baseada apenas em função do peso corporal,
mas através de relações alométricas entre os componentes (lipídios, água e cinzas) e o
peso da proteína corporal. Uma relação alométrica ocorre quando o peso de um
componente corporal pode ser explicado através de uma simples função do peso de
outro componente. A partir do conhecimento do peso da proteína corporal e das
relações alométricas entre proteína, penas, lipídios, água e cinzas, é possível
determinar os demais componentes corporais, podendo expressar o peso corporal da
ave como sendo: Peso Corporal (PC) = Proteína + Lipídios + (Penas/0,8) + Cinzas +
Água.
MARTIN et al. (1994), em experimento para determinar as exigências de
aminoácidos para frangas em crescimento, utilizaram a função de Gompertz para
determinar o crescimento da proteína corporal e das penas para três diferentes
linhagens e, a partir destes valores, estabeleceram relações alométricas para estimar o
crescimento dos demais componentes corporais, os quais somados permitiram
determinar a taxa de crescimento corporal como um todo.
MARUYAMA et al. (1999) observaram que o padrão de crescimento dos patos
das quatro linhagens estudadas foi melhor descrito pela função Weibull e os
coeficientes de crescimento alométrico para o músculo peitoral em todas as linhagens
foram maiores do que 1,0, indicando que o músculo peitoral estava crescendo mais
lento do que todo o corpo, durante o período de 4 a 53 dias de idade. Para perna e
músculo da coxa o coeficiente de crescimento alométrico para todo o período de
8
crescimento foi menor do que 1,0 em todas as linhagens, indicando que os músculos da
perna e coxa cresceram mais rápido em relação ao corpo todo.
1.2. Curvas de crescimento, Composição Corporal e das Penas
A deteminação dos parâmetros das equações de Gompertz é de extrema
importância para a produção avícola. Estas equações além de predizer o peso e
deposição de nutrientes corporais das aves em qualquer idade, auxiliam na definição da
idade ótima de abate das mesmas, podendo contribuir para melhorar o desempenho e
reduzir o custo de produção.
Através da predição das curvas de crescimento e deposição de nutrientes, pode
ser estabelecido programas alimentares específicos para linhagens e sexo. Desse
modo, as curvas de crescimento também são importantes para desenvolver modelos de
simulação, os quais devem ser comercializados na forma de software para as empresas
avícolas.
Atualmente existem no mercado alguns modelos de crescimento para frangos
de corte disponíveis na forma de software, como por exemplo: IGM
®
, Fortell Model™,
Omnipro II
®
e Chickopt™ (ROSTAGNO et al. 2006).
Depois de escolher o melhor modelo matemático para determinar o crescimento
das aves, outra etapa de grande importância e complexidade é a predição da
composição corporal, uma vez que esta sofre mudanças durante o crescimento, tanto
em termos químicos como físicos, visto que a taxa de ganho de diferentes componentes
não é diretamente proporcional à taxa de crescimento em diferentes pesos. Outro
aspecto que merece atenção é o fato do conteúdo de lipídios das aves em crescimento
sofrer mudanças durante o desenvolvimento e podem ser afetados pela composição da
dieta.
Como a predição do crescimento em penas é muito complexa, frente às
dificuldades em se computar as perdas de penas e escamações, EMMANS (1995)
9
propõe que o peso corporal seja expresso em termos de peso corporal depenado, e a
partir deste, sejam estabelecidas as relações com os demais componentes corporais.
Os dados da quantidade e composição da pena, de machos e fêmeas de
frangos, de várias idades é uma informação muito importante tanto por razões práticas
como teóricas. A pena constitui 9,1% do peso vivo da ave, apresentando pequena
quantidade de lipídeos e cinzas e alta quantidade de proteína. As taxas de crescimento
das penas auxiliam os técnicos das empresas a quantificar as penas a serem
processadas na planta de abate para determinado sexo e idade das aves. Além disso,
dados coletados indicam que a fêmea tem maior percentagem de peso das penas e alto
conteúdo de proteína, informações que podem indicar o abate mais precoce das
fêmeas (EDWARDS et al., 1973). Estas informações foram comprovadas por GARCIA
et al (2002), observando que as fêmeas apresentaram maior escore de empenamento e
maior percentagem de penas em relação ao peso da ave do que os machos.
Avaliando machos e fêmeas de 6 linhagens de frangos de corte (Ross 708, Ross
788, Ross 608, Ross 688, Hubbard e Hybro) através da equação de Gompertz,
HANCOCK et al. (1995) observaram que o peso à maturidade (Pm) foi maior para
machos do que para as fêmeas, sendo que variou de 5171 a 6145 g para machos e de
4279 a 4705 g para fêmeas; a taxa de crescimento máximo (b) variou entre 0,0355 a
0,0371 para machos e 0,0363 e 0,0382 nas fêmeas; e a idade no ponto de inflexão (t*)
variou entre 39,2 a 41,8 para fêmeas e 41,9 e 44,2 para machos.
Os parâmetros (Pm, b e t*) da equação de Gompertz estimados por HRUBY et
al. (1995) para deposição de proteína em frangos em ambiente termoneutro foram,
respectivamente: 1085 g, 0,212 e 7,3 semanas para machos e 792 g, 0,206 e 6,8
semanas para fêmeas.
Utilizando a equação de Gompertz em frangos submetidos a dietas com
diferentes densidades nutricionais, WISEMAN e LEWIS (1998) encontraram os
seguintes valores dos parâmetros da equação para peso vivo: peso à maturidade (Pm)
entre 4153,2 a 5170 g; a taxa máxima de crescimento (b) entre 0,0337 a 0,0523 e a
idade do ponto de inflexão (t*) variou entre 33,3 a 43,7 dias; para a composição química
das depenadas os valores dos parâmetros para proteína foram: Pm = 722,1 a 972,6 g;
10
b = 0,0444 a 0,0650 e t* = 35,2 a 38,8 dias e para gordura foram: Pm = 540,2 a 1192,9
g; b = 0,0215 a 0,0521 e t* = 42,1 a 75,6 dias.
GOUS et al. (1999) descreveram o desenvolvimento (carcaça, peito e penas),
deposição de proteína, gordura, água e cinzas de duas linhagens de frangos de corte
através da curva de Gompertz. Os valores dos parâmetros da equação determinados
para peso vivo foram: peso à maturidade (Pm) entre 5888 a 6087 g para machos e
4805 a 5217 para fêmeas; idade do ponto de inflexão (t*) variou entre 43,4 a 44,9 dias
para as fêmeas e 42,7 a 43,5 para os machos; e a taxa máxima de crescimento (b)
entre 0,0375 a 0,0382 nos machos e 0,035 a 0,0367 nas fêmeas. Para a composição
química das depenadas, os valores dos parâmetros para proteína corporal foram: Pm =
1003 a 1010 g para machos e 697 a 717 g para fêmeas; b = 0,0354 a 0,0356 para
machos e 0,0366 a 0,0372 para fêmeas; e t* = 46,5 a 47,5 dias para machos e 43,3 a
43,6 dias para as fêmeas; e para gordura: Pm = 923 a 1069 g para machos e 1221 a
1669 g para fêmeas; b = 0,0371 para machos e 0,0292 a 0,0320 para fêmeas; e t* =
49,5 a 50,9 dias para machos e 60,5 a 65,7 dias para as fêmeas. Entre sexos, os
machos apresentaram significativamente na fase final menor quantidade de lipídeos e
maior quantidade de proteína e água que as fêmeas.
Os valores médios dos parâmetros Pm, b e t* determinados para machos foram
4940 g, 0,0448 e 35,8 dias e para fêmeas 3910 g, 0,0453 e 33,7 dias, respectivamente,
quando avaliaram o crescimento de 8 genótipos comerciais (machos e fêmeas) através
da equação de Gompertz (FIGUEIREDO et al., 2003).
Com o objetivo de avaliar o potencial de crescimento dos frangos machos e
fêmeas da linhagem Ross em termos de peso corporal, peso das penas e composição
química corporal, LONGO et al. (2000) observaram que os machos possuem maior
potencial de crescimento e consequentemente maior capacidade em depositar
nutrientes em relação às fêmeas, exceto para a deposição de gordura. Embora os
machos tenham apresentado maiores taxas de crescimento corporal em relação às
fêmeas, o comportamento das curvas de crescimento foi o mesmo, havendo um
crescimento acelerado até 42 dias e a partir dessa idade as taxas de crescimento foram
11
reduzidas. Todavia, o comportamento das taxas de deposição protéica foi diferente
entre os sexos, ou seja, os machos tiveram maior potencial em depositar proteína.
1.3. Crescimento e Desenvolvimento de partes e órgãos de frangos de
corte
O desenvolvimento da ave como um todo pode ser interpretado como a soma
dos pesos dos órgãos e das partes. Cada parte do corpo possui um desenvolvimento
diferenciado e em função de vários fatores, assim como a genética, sexo, nutrição e
ambiente influenciam no crescimento do frango como um todo. Os modelos de
crescimento das partes e órgãos do frango são importantes para predizer o peso dos
diferentes componentes corporais em qualquer idade da ave, além do melhor
entendimento do crescimento do frango no ponto de vista fisiológico.
Atualmente são várias as formas de comercialização do frango de corte, sendo
que as mais comuns são a carcaça e as partes, conhecidas como cortes comerciais.
Algumas partes apresentam valor comercial maior do que outras. No Brasil, a
preferência é pela coxa, sobrecoxa e peito, sendo que a carne do peito é a que
apresenta maior valor comercial. Mas, em outros mercados, a carne do peito pode não
ser a mais valorizada, por exemplo, no Japão e na China, os pés possuem grande valor
comercial. Neste sentido, a curva de crescimento de todas as partes é importante para
predizer o peso das mesmas, identificando a idade ao abate adequada para maximizar
o peso de cada parte, visando atender as exigências do mercado consumidor.
Utilizando a equação de Richards para determinar o crescimento de peso vivo e
partes da carcaça (peito, coxa e sobrecoxa) de machos das linhagens Cobb e Shaver
Starbro, GOLIOMYTIS et al (2003) observaram que não houve diferença significativa
entre os parâmetros estudados para as duas linhagens comerciais estudadas. Por isso,
foi determinada uma única curva de crescimento para descrever os parâmetros da
curva de crescimento. Os valores da equação para Peso vivo foram 6870,20 g, 0,036 e
44,4 d para Pm, b e t*, respectivamente, sendo que o peso vivo aumentou de acordo
12
com a idade das aves até atingir uma taxa máxima de crescimento (90,4 g) no ponto de
inflexão da curva. Os pesos de peito, coxa e sobrecoxa foram respectivamente de
1744,2 g, 492,2g e 359,1g para Pm, 0,038, 0,035 e 0,034 b e 47, 50,3 e 47,4 dias t*.
São vários os fatores que podem afetar as diferentes taxas de deposição de
nutrientes em frangos de corte, mas os principais são a dieta e genética. CAHANER et
al. (1986) estudaram machos e fêmeas de frangos de corte de duas linhagens, uma
selecionada para alta e outra para baixa deposição de gordura. Observaram que na 4
a
e na 9
a
semana de idade os machos apresentaram maior peso relativo do tecido
adiposo no pescoço quando comparado com as fêmeas. No entanto, até a 4
a
semana
de idade, as fêmeas apresentaram maior peso relativo do tecido adiposo na moela do
que os machos, o contrário aconteceu na 9
a
semana de idade, uma vez que o peso
relativo do tecido adiposo da moela foi maior para machos do que nas fêmeas. Entre as
linhagens, foi observado que o peso relativo do tecido adiposo abdominal, moela e
pescoço foram maiores na selecionada para alta quantidade de gordura.
Em trabalhos realizados por NITSAN et al. (1991), com o objetivo de avaliar o
crescimento dos órgãos internos e os níveis de enzimas digestivas nos primeiros 15
dias após a eclosão em 3 linhagens de frangos de corte com diferentes taxas de
crescimento (comercial, alta e baixa taxa de crescimento), observaram-se que a
linhagem de alta taxa de crescimento apresentou peso relativo do coração menor em
relação ao peso corporal do que a linhagem de baixa taxa de crescimento. Com relação
ao peso relativo e absoluto do intestino e do proventrículo, houve diferenças entre as
três linhagens estudadas. Estas diferenças de peso relativo e absoluto do intestino
podem ser decorrentes da capacidade de ingestão de alimentos destas linhagens.
Segundo PLAVNIK & HURWITZ (1982), não foram encontradas diferenças
significativas entre sexo e linhagens (White Rock e Leghorn x Rhode Island Red) no
peso relativo do coração. Em estudo realizado por KAWAUCHI (2005) também não
observou-se diferença entre sexo no peso absoluto do coração, mas o peso absoluto
do fígado foi maior para os machos do que para as fêmeas de frangos de corte da
linhagem Cobb aos 49 dias de idade. No entanto, FIGUEIREDO et al, (2002)
13
observaram que os machos Cobb apresentaram maior peso absoluto do coração e do
fígado comparado com as fêmeas.
Comparando o peso relativo da moela entre sexo, PLAVNIK & HURWITZ (1982)
observaram que as fêmeas apresentaram maior peso da moela comparado aos
machos. O mesmo foi encontrado por FIGUEIREDO et al. (2002) e KAWAUCHI (2005).
Ao comparar o peso dos órgãos de 1 a 15 dias de idade, em diferentes
linhagens, NIR et al. (1993) observaram que o peso relativo do fígado foi
significativamente maior para frangos de corte quando comparado à poedeira
comercial. Segundo FIGUEIREDO et al. (2002), a linhagem Ross apresentou menor
peso absoluto do fígado do que a Cobb, dos 28 aos 56 dias de idade.
1.4. Crescimento Muscular, Ossos e Pele
Na ave adulta, o músculo esquelético representa, aproximadamente, 50% de
toda a proteína corporal. Nos animais em crescimento, a deposição protéica nos
músculos esqueléticos contribui com cerca de 65% de toda a proteína depositada
diariamente. Assim, o estudo do crescimento dos músculos esqueléticos é muito
importante para se entender o processo de crescimento (MACARI et al., 1994).
O número de fibras no músculo está relacionado com a taxa de crescimento do
animal. De um modo geral, os frangos de corte selecionados para rápido crescimento
tem mais fibras do que as linhagens de crescimento lento (GONZALES & SARTORI,
2002). Segundo REMIGNON et al. (1994), as linhagens selecionadas para alto
crescimento apresentaram maior número de fibras nos músculos (aproximadamente
25% a mais) do que as linhagens selecionadas para baixa taxa de crescimento. Em
estudos feitos com perus, MAHON et al. (1999) observaram que houve uma correlação
entre o peso corporal e peso muscular e tamanho de fibras. Segundo GONZALES &
SARTORI (2002), os animais jovens têm fibras menores que os adultos e as fêmeas
apresentam fibras menores do que os machos de mesma idade cronológica.
14
A diferença na deposição de proteína nas diferentes linhagens de frango de corte
é devido prioritariamente, as modificações nas taxas de degradação e não nas taxas de
síntese. Com o avanço da idade, a diferença entre os processos anabólicos e
catabólicos diminuem e as taxas de crescimento caem atornar-se zero (GONZALES
& SARTORI, 2002).
O crescimento do tecido adiposo em animais jovens envolve um rápido aumento
no número de células devido a proliferação e diferenciação de células adipócitas
precursoras. Segundo CAHANER et al. (1986), a quantidade de tecido adiposo
abdominal em frangos de corte tem sido facilmente manipulada por meio genético.
BOEKHOLT et al. (1994) observaram que frangos de corte de crescimento lento
e mesmo peso final apresentaram menor deposição de lipídeo e maior deposição de
proteína do que os animais de crescimento rápido. Segundo RUTZ et al. (1999) e
GONZALES & SATORI (2002), com o avanço da idade, a deposição de proteína cai
mais marcadamente do que a deposição de gordura.
Nas aves, o tecido adiposo pode ocorrer como depósitos individualizados, como
existentes na região abdominal ou distribuídos de maneira menos organizada no interior
de outros órgãos como músculos, fígado, pele, rins, pulmões, óssos e tecido conjuntivo
(MACHADO, 2002). ZEREHDARAM et al. (2004) observaram que os pesos médios da
pele foram maiores para machos do que para as fêmeas.
CAHANER et al. (1986) verificaram maior deposição de gordura na pele do dorso
das fêmeas selecionadas para alta deposição de gordura, comparado com os machos
da mesma linhagem e machos e fêmeas selecionados para baixa deposição de
gordura.
O crescimento do animal ocorre de uma maneira de perfeito sincronismo, isto é,
o desenvolvimento do tecido ósseo ocorre mais rapidamente do que o tecido muscular
que por sua vez, é mais rápido do que o tecido adiposo (GONZALES & SARTORI,
2002).
Segundo MACARI et al. (1994), há uma variação individual e específica do
crescimento de cada osso cujo controle se sobre a físe, isto é, cada cartilagem de
15
conjugação tem uma taxa específica de crescimento, em que o controle é geralmente
hereditário.
1.5- OBJETIVOS
Tendo em vista sua importância, este estudo teve como objetivos determinar os
parâmetros de crescimento do peso vivo, peso da ave depenada, penas, partes,
órgãos, músculos, ossos e da pele das aves e deposição de nutrientes corporais, das
partes, órgãos, músculos, ossos e pele, através da equação de Gompertz, comparando
o crescimento das aves Cobb e Ross e machos e fêmeas.
1.6- REFERÊNCIAS
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20
CAPÍTULO 2
CRESCIMENTO E DEPOSIÇÃO CORPORAL E DAS PENAS DE DUAS LINHAGENS
COMERCIAIS DE FRANGOS DE CORTE
1
.
Simara Márcia Marcato
2
e Nilva Kazue Sakomura
3
RESUMO- O objetivo deste trabalho foi estudar o perfil de crescimento e deposição de
nutrientes corporais de machos e fêmeas das linhagens Ross e Cobb de frangos de
corte de 1 a 56 dias de idade por meio das equações de Gompertz. Foram utilizados
1920 pintos, criados em galpão, alojados em boxes. O delineamento foi inteiramente
casualizado, fatorial (2 x 2) linhagens e sexo, com 4 repetições de 120 aves. As aves
foram alimentadas com ração formulada para atender as exigências nutricionais nas
diferentes fases de criação. Os animais foram pesados e abatidos semanalmente. O
abate foi realizado após um jejum de 24 horas, amostras de penas foram coletadas. As
aves foram depenadas por completo e então pesadas novamente. Por diferença entre o
peso da ave em jejum e o peso da ave depenada, determinou-se o peso de penas das
aves. Os parâmetros de peso vivo, depenada, penas e peso dos componentes (água,
cinzas, proteína e gordura) foram estimados em função da equação de Gompertz.
Houve interação (P<0,05) entre sexo e linhagem para Pm, b e t* de peso de jejum
depenado, água e cinzas corporais, peso e proteínas das penas. A linhagem Cobb foi
mais precoce no crescimento e deposição de proteína e cinzas corporal. A Ross
apresentou maior deposição de água corporal. O crescimento das penas foi mais tardio
para as aves Cobb, mas foi mais precoce para a deposição de proteína, gordura e água
das penas. Os machos foram mais tardios tanto no crescimento como na deposição de
nutrientes corporais e das penas.
Palavras chaves: Frangos de corte, curvas de crescimento, composição corporal,
crescimento das penas, composição das penas.
1
Parte da Tese de Doutorado do primeiro autor
2
. Zootecnista, aluna do curso de Pós Graduação da FCAV-UNESP-Jaboticabal e-mail: simaramm@yahoo.com.br
3
. Orientadora, Prof
a
. Dr
a
. do Departamento de Zootecnia, UNESP, Jaboticabal.
21
GROWTH AND NUTRIENTS DEPOSITION BODY AND FEATHER OF TWO BROILER
STRAINS
ABSTRACT The objective of this research was to study the profile of growth and
deposition of body nutrients of males and females Cobb and Ross from 1 to 56 days of
age trough Gompertz equations. There were used 1920 chicks raised in boxes. The
experimental design was randomized in a factorial model (2 strains x 2 sex), with 4
replicate pens of 120 birds. The birds were fed with diets formulated to supply the
nutrient requirements according to each breeding phase. Weekly the birds were weighed
and slaughtered. The slaughter was done 24 hours after fasting and feather samples
were collected. The birds were then completely plucked and weighed again. The feather
weight was determined by the difference between both weights. The parameters of live
weight, plucked, feathers weight and its components (water ash, protein and fat) were
estimated by the Gompertz equation. There was an interaction (P<0,05) between sex
and broilers strains for Pm, b and t* of plucked fasting weight, water and body ashes,
weight and feather proteins. Cobb strain was more precocious in growth and deposition
of protein and body ash. Ross strain demonstrated a bigger body water deposition. The
feather growth was delayed in Cobb birds, but more precocious in the deposition of
protein, fat and feather water. Males were slower in growth and deposition of body and
feather nutrients.
Key words: broiler chicken; growth curves; body composition; feather growth; feather
composition
22
2.1. INTRODUÇÃO
O melhoramento genético contribuiu para o avanço na produção de frango de
corte. A seleção para peso corporal provocou mudanças na curva de crescimento,
aumentou a eficiência alimentar e as aves atingiram o peso de abate mais jovem.
Atualmente as empresas de melhoramento genético têm considerado com
diferentes critérios de seleção para as suas linhagens, disponibilizando aves com
diferentes curvas de crescimentos e composições corporais, e essas diferenças alteram
as exigências nutricionais das aves.
Os modelos matemáticos, que ajustam as curvas de crescimento e deposição de
nutrientes, tem sido utilizados para estabelecer as exigências nutricionais das aves, ou
seja, determinar programas alimentares específicos para linhagens e sexo. Também
contribuem na definição da idade ótima de abate, consequentemente aumentando o
desempenho e reduzindo o custo de produção.
De acordo com GOUS et al. (1999), o ajuste da curva de crescimento dos
animais é o primeiro passo para a predição de requerimentos nutricionais dos diferentes
genótipos. Além de dar suporte ao processo de seleção, bem como contribuir para
avaliação do potencial genético das aves.
Diversos modelos matemáticos não lineares m sido utilizados para a descrição
do crescimento e deposição de nutrientes corporais dos animais, dentre os quais,
destacam-se Logístico, Brody, Richards, Bertalanffy e Gompertz. No entanto, alguns
autores (FREITAS et al., 1983; MARTIN et al., 1994; HANCOCK et al., 1995, HRUBY et
al., 1996, FIALHO, 1999, GOUS et al ,1999, MACLEOD, 2000, SAKOMURA et al.,
2005, SANTOS et al., 2005, NEME et al., 2006) recomendam a função de Gompertz
para melhor descrever o crescimento e deposição de nutrientes das aves.
A partir dos parâmetros de crescimento ajustados pelos modelos matemáticos
algumas empresas estão comercializando modelos de simulação na forma de solftware.
Os principais modelos de crescimento para frangos disponíveis no mercado são: IMG
®
,
Fortell Model™, OmniProII
®
e Chickopt™ (ROSTAGNO et al, 2006).
23
Para ajustar os parâmetros de crescimento e deposição de nutrientes corporais
das aves por meio dos modelos não lineares, deve-se saber que a composição corporal
sofre mudanças durante o crescimento, tanto em termos químicos como físicos, visto
que a taxa de ganho de diferentes componentes não é diretamente proporcional à taxa
de crescimento em diferentes pesos. Outro aspecto que merece atenção é o fato do
conteúdo de lipídios de aves em crescimento sofrer mudanças durante o
desenvolvimento e que pode ser afetado pela composição da dieta.
Como a predição do crescimento em penas é muito complexa, frente às
dificuldades em se estimar as perdas de penas e escamações, EMMANS (1995) propõe
que o peso corporal seja expresso em termos de peso corporal depenado e a partir
deste sejam estabelecidas as relações com os demais componentes corporais.
Diante desses aspectos, o presente estudo teve como objetivo estimar os
parâmetros de crescimento do peso vivo, da carcaça, penas, deposição de nutrientes
corporais e das penas para comparação de duas linhagens comerciais de frango de
corte.
2.2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no Setor de Avicultura do Departamento de
Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - FCAV/UNESP,
Jaboticabal – SP, no período de abril a junho de 2004.
2.2.1. Aves e Delineamento Experimental
Foram utilizados 1920 pintos de corte, machos e fêmeas de duas linhagens
comerciais, Ross 308 e Cobb 500, machos e fêmeas, alojados em boxes de um galpão
experimental em piso de concreto e cama de maravalha, com capacidade para 10
aves/m
2
. As aves foram distribuídas em delineamento experimental inteiramente
24
casualizado em esquema fatorial (2 linhagens x 2 sexos) e 4 repetições de 120 aves
cada, totalizando 16 unidades experimentais.
2.2.2 Instalações
As aves foram alojadas em galpão experimental do setor de Avicultura da FCAV-
UNESP, equipados com comedouros tubulares e bebedouros pendulares. O período
experimental foi de 8 semanas.
2.2.3. Manejo alimentar
As aves foram alimentadas com ração à base de milho e farelo de soja,
formuladas para atender as exigências nutricionais da linhagem Ross e Cobb,
adotando-se o ximo de exigências das linhagens para escolha dos requerimentos
nas diferentes fases de criação. Na Tabela 1 estão relacionadas as composições
percentuais e calculadas das rações pré-inicial, inicial, crescimento e final utilizadas no
experimento. A ração pré-inicial foi utilizada de 1 a 7 dias, a inicial de 8 a 28 dias, a de
crescimento de 29 a 49 dias e a final de 50 a 56 dias.
2.2.4. Pesagem e abate das aves
Semanalmente, foram realizadas pesagens de todas as aves e das rações para
obtenção do peso médio corporal e ganho de peso, assim como quantificar o consumo
de ração. Em seguida, foram escolhidas aves representando o peso médio da parcela.
Na primeira semana, foram selecionadas 10 aves por parcela, em um total de 160 aves.
Na segunda e terceira semana, 5 aves, totalizando 80 aves por abate, e a partir da
quarta semana, foram amostradas e abatidas 4 aves por parcela, totalizando 64 aves
por abate. A diferença na quantidade de aves selecionadas, da primeira até a última
25
semana de abate, foi para obter amostras suficientes para realizar posteriomente as
análises laboratoriais.
Tabela 1. Composição percentual e calculada das rações experimentais.
Ingredientes
Pré-inicial
(1-7 dias)
Inicial
(8-28 dias)
Crescimento
(29-49 dias)
Final
(50-56 dias)
Milho 55,68 54,18 58,20 64,31
Farelo de Soja 36,87 36,36 32,53 26,92
Óleo 3,09 5,46 5,54 5,15
Fosfato Bicálcico 2,08 1,83 1,85 1,72
Calcário 0,91 0,95 0,84 0,83
Sal Comum 0,39 0,40 0,35 0,36
L-Lisina 0,28 0,13 0,06 0,12
DL- Metionina 99% 0,29 0,29 0,23 0,20
Mistura Vitamínica +
Mineral
0,40 0,40 0,40 0,40
Total 100 100 100 100
Composição calculada
EM (kcal/kg) 3010 3150 3200 3245
Proteína bruta (%) 22,00 21,50 20,00 18,00
Lisina (%) 1,380 1,250 1,100 1,000
Metionina (%) 0,630 0,617 0,541 0,484
Metionina + cistina (%) 0,970 0,950 0,859 0,780
Cálcio (%) 1,000 0,950 0,900 0,850
Fósforo disponível (%) 0,500 0,450 0,450 0,420
Sódio (%) 0,200 0,200 0,180 0,180
Estas aves foram selecionadas e colocadas em boxes em jejum de 24 horas para
completo esvaziamento do conteúdo do trato gastrointestinal, recebendo apenas água à
vontade.
Após o período de jejum, as aves foram pesadas individualmente para obtenção
do peso em jejum e abatidas por asfixia com CO
2
, para adequação ao critério
internacional de ética. Para a obtenção do peso das penas, depois de depenadas por
completo, foram pesadas novamente, e por diferença entre o peso da ave em jejum e o
peso da ave depenada, foi obtido o peso de penas das aves.
26
As aves depenadas (ave inteira sem penas) e penas foram pesadas
individualmente, acondicionadas em sacos plásticos devidamente identificados e
congeladas para o processamento posterior e obtenção das amostras laboratoriais.
2.2.5. Processamento das amostras e análises laboratoriais
As aves depenadas foram cortadas em serra de fita e moídas em moinho de
carne industrial para obtenção de amostras homogêneas. Da amostra total foi retirada
uma amostra menor, de aproximadamente 60 a 80 g, qual foi acondiconada em placa
de petri de plástico descartável e após liofilizadas em temperatura -50
o
C em
equipamento Thermo VLP200, para obtenção da matéria pré-seca. Em seguida, foram
novamente moídas em um micromoinho tipo IKA e encaminhadas ao laboratório para
análises de nitrogênio, extrato etéreo, matéria seca e cinzas. As amostras de penas,
após picadas com tesoura também foram levadas ao laboratório para as mesmas
análises químicas.
A proteína bruta das amostras foi determinada utilizando o método de
determinação do nitrogênio Kjeldahl (proteína bruta = nitrogênio x 6,25). Para a análise
do extrato etéreo foi feita a extração com éter de petróleo em aparelho Soxlet. As cinzas
foram realizadas em mufla a 550
o
C, por incineração. A matéria seca, por liofilização e
em estufa a 105ºC. As metodologias utilizadas para análises são descritas por SILVA e
QUEIROZ (1998).
2.2.6. Obtenção das Curvas de Crescimento
As curvas de crescimento para as características de peso vivo, da ave depenada,
das penas, e deposição de nutrientes corporais e das penas, obtidos semanalmente,
foram estimadas utilizando a equação de GOMPERTZ (1825), conforme abaixo:
P
t
= P
m
. exp .(- exp . (- b .( t - t* )))
Em que:
27
P
t
= peso (g) do animal ao tempo t, expresso em função do P
m
; P
m
= peso (g) à
maturidade do animal; b = taxa de maturidade (por dia); t* = tempo (dias) em que a taxa
de crescimento é máxima.
Foram calculadas as taxas de crescimento (g/dia), para ganho de peso vivo,
deposição de penas, deposição de gordura e proteína corporal, por meio da derivada
das equações de GOMPERTZ. Em adição aos parâmetros de crescimento, foram
calculadas as relações alométricas logaritimizada que tem como variável dependente a
quantidade do componente (proteína, gordura, água, cinzas e energia) corporal e das
penas e variável independente o peso de proteína corporal ou peso vivo em jejum
(Equação 1).
Log
10
(peso do componente) = a + b Log
10
(PB ou PVJ) Equação [1]
Em que: Peso do Componente é a quantidade total corporal ou nas penas; PB é
o peso proteína corporal e PVJ é peso vivo em jejum.
Os parâmetros indicados da equação de Gompertz foram submetidos a analise
de variância usando o procedimento ANOVA do SAS (2001), segundo o modelo
estatístico:
Y
ijk
=u + L
k
+ S
j
+ (L x S)
kj
+ E
ijk;
Y
ijk
= Variáveis das aves da repetição i, do sexo j , da linhagem k;
u = Média geral;
L
k =
Efeito da linhagem
k
;
S
j
= Efeito do sexo
j
;
(L x S)
kj
=
Efeito da interação linhagem
k
com sexo
j
;
E
ijk
= erro associado a cada observação;
As médias foram comparadas pelo teste F (5%). As equações de regressão e as
funções de Gompertz usadas para descrever o crescimento foram ajustados aos dados
separadamente para cada sexo e linhagem utilizando o programa estatístico SAS
(2001).
28
2.3. Resultados e Discussão
2.3.1. Crescimento Corporal
Os valores das estimativas dos parâmetros da equação de Gompertz para peso
vivo de machos e fêmeas das aves Ross e Cobb, estão apresentados na Tabela 2. Não
houve interação (P>0,05) entre linhagens e sexo para nenhum dos parâmetros da
equação de Gompertz, para peso vivo das aves.
TABELA 2- Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para o peso vivo de
frangos de corte machos e fêmeas das linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens
Machos Fêmeas Médias
Machos
Fêmeas
Médias
Machos
Fêmeas
Médias
Ross
7831,77 5107,94 6469,85
0,038 0,044 0,041 b
42,01 35,48 38,74 a
Cobb
7591,79 4627,41 6109,60
0,041 0,049 0,044 a
40,59 32,55 36,57 b
Média
7711,78 A
4867,67 B
0,039 B
0,046 A
41,30 A
34,01 B
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiusculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
O peso à maturidade (Pm), de acordo com DUARTE (1975) é um parâmetro que
geneticamente representa o potencial de crescimento e o efeito dos genes que
determinam o crescimento, tornando a medida assintótica um parâmetro resultante dos
estágios anteriores do crescimento.
Para peso vivo, os valores de Pm não apresentaram efeito (P>0,05) entre as
linhagens, no entanto, o Pm foi maior (P<0,05) para os machos do que para as fêmeas.
Os valores de Pm encontrados neste trabalho (Tabela 2) estão acima dos encontrados
na literatura por HANCOCK et al. (1995), GOUS et al. (1999) e LONGO (2000), quando
utilizaram as mesmas linhagens ou cruzamentos que consistiam de pelo menos uma
destas linhagens e sexo. Os resultados indicam que as linhagens utilizadas neste
trabalho apresentaram diferentes taxas de crescimento, atingindo a idade de máximo
crescimento mais rápido do que as linhagens utilizadas na literatura. Isto ocorre em
29
função da genética, condições ambientais, técnicas de manejo, nutrição, entre outros
fatores que podem afetar a taxa de crescimento das aves.
Segundo SILVA (1998) para um mesmo peso adulto, baixos valores de taxa de
maturidade (b) indicam que o animal é tardio. Neste trabalho os valores de Pm foram
semelhantes entre linhagens e diferentes (P<0,05) entre sexos. No entanto, os valores
encontrados para b foram diferentes entre linhagens (P<0,05) e entre sexo (P<0,05). As
fêmeas (0,0463) apresentaram maior b de peso vivo do que os machos (0,0395) e,
entre linhagens, as aves Ross (0,041) foram menores do que as aves Cobb (0,044).
Desse modo as aves Ross e os machos foram mais tardios para atingir a idade de
máximo crescimento (t*) do peso vivo, e as aves Cobb e as fêmeas mais precoces. Isto
quer dizer que as taxas de crescimento entre as linhagens e entre sexo são diferentes,
refletindo em diferenças nas exigências nutricionais das aves estudadas e,
consequentemente, diferentes manejos de criação.
Comparando as estimativas de b e t* para o peso vivo com os resultados de
literatura, observou-se que os valores de b estão um pouco acima e os de t* próximos
aos dos encontrados por HANCOCK et al. (1995), GOUS et al. (1999) e LONGO (2000).
Os resultados encontrados neste trabalho apresentam maior precocidade das linhagens
de frangos de corte atuais em relação aos trabalhos de literatura realizados mais de
6 anos atrás. Isto pode ser devido ao melhoramento genético realizado nas linhagens
atuais, mas também pode estar relacionado com outros fatores, como condições de
ambiente, nutrição e manejo dos animais.
Para peso da ave depenada, houve interação (P<0,05) entre linhagens e sexo
para todos os parâmetros da equação de Gompertz. O desdobramento da interação
linhagem e sexo estão demonstrados na Tabela 3. As fêmeas Cobb e os machos Ross
diferiram das fêmeas Ross e dos machos Cobb, para os parâmetros da equação de
Gompertz.
Observou-se que os valores de Pm e b da ave depenada encontrados neste
trabalho foram maiores e t* menores do que os encontrados na literatura por GOUS et
al. (1999) e LONGO (2000). Consequentemente pode-se observar que as aves foram
30
mais precoces, indicando diferenças no potencial de crescimento das linhagens
estudadas comparadas com os dados de literatura.
TABELA 3- Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para o peso da ave
depenada* de frangos de corte machos e fêmeas das linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens Machos Fêmeas
Machos Fêmeas
Machos Fêmeas
Ross
6351,55 A 4319,04 B
0,042 B 0,048 Ab
39,24 A 33,95 B
Cobb
6715,50 A 3999,10 B
0,041 B 0,051 Aa
40,34 A 31,80 B
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.s
* Peso da ave depenada após jejum de 24 horas.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiusculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
Conforme pode ser observado nas Figuras 1 e 2, os machos apresentaram
curvas de crescimento de peso vivo e peso da ave depenada, maiores do que as
fêmeas. No entanto, na fase inicial estas diferenças entre machos e fêmeas não foram
tão marcantes. A partir de 21 dias foram maiores e os machos ganharam mais peso à
medida que aumentou a idade. Resultados semelhantes foram encontrados por
LONGO (2000).
(a)
0
1000
2000
3000
4000
5000
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso Vivo (g/dia)
(b)
0
30
60
90
120
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 1. Curva e taxa de crescimento de peso vivo em machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb.
31
A taxa de crescimento aumenta com a idade da ave até certo ponto, quando
atinge a taxa máxima, e a partir daí diminui gradualmente. Este ponto é chamado de
ponto de inflexão da curva, passando de côncava para convexa, o que corresponde à
idade de máximo crescimento (t*) (KESSLER, 2000). Segundo DUARTE (1975) o ponto
de inflexão no modelo de Gompertz é fixo, correspondendo a 37% do valor de Pm. O
mesmo aconteceu neste trabalho, o ponto de inflexão variou de 36 a 37,7% do valor de
Pm.
Na Tabela 4 e Figuras 1 e 2, estão demonstradas as taxas de crescimento de
peso vivo e peso da ave depenada de frango de corte macho e fêmea das linhagens
Ross e Cobb em função da idade.
TABELA 4. Taxas de crescimento de peso vivo e da ave depenada de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Ross Cobb
Machos Fêmeas
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
Idade
(dias)
Peso Vivo (g/dia)
Peso da ave
depenada (g/dia)
Peso Vivo (g/dia)
Peso da ave
depenada (g/dia)
1
11,60 10,73
8,76 7,96
10,33 10,22
9,39 7,99
7
24,90 23,73
21,04 19,93
23,96 24,53
21,67 20,91
14
47,00 44,12
42,63 39,99
47,67 47,20
42,89 42,39
21
71,69 64,14
66,81 59,86
74,52 68,22
66,74 62,43
28
92,91 77,82
86,50 72,64
97,16 80,42
86,67 73,54
35
106,33
82,66
97,16
75,85
110,54
82,00
98,25
74,09
42
110,64
79,64
98,19
71,14
113,49
75,41
100,57
66,91
49
107,04 71,41
91,73 61,78
107,86 64,42
95,34 55,97
56
97,97 60,75
80,83 50,78
96,74 52,22
85,31 44,37
M= machos , F= fêmeas - maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
As taxas de crescimento para peso vivo e peso da ave depenada, foram
diferentes entre as linhagens, como pode ser observada na Tabela 4. As aves Cobb
apresentaram maiores taxas de crescimento a 35 dias, a partir daí, as taxas foram
menores em relação à das aves Ross. Esses resultados indicam que o abate dos
frangos Cobb deve ocorrer entre 35 e 42 dias de idade. No entanto, é mais vantajoso
realizar o abate das aves Ross mais tardiamente.
32
(a)
0
1000
2000
3000
4000
5000
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso depenada (g/dia)
(b)
0
30
60
90
120
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 2 Curva e taxa de crescimento de peso da ave depenada em machos e
fêmeas de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
2.3.2. Crescimento e Deposição dos Nutrientes Corporais
Não houve interação entre linhagem e sexo (P>0,05), para os valores estimados
dos parâmetros da equação de Gompertz para peso de proteína e gordura corporal,
conforme demonstrado na Tabela 5. Para deposição de proteína corporal, as aves
Cobb foram mais precoces do que a Ross, isto devido a apresentar maior (P<0,05)
valor de b e, consequentemente, menor (P<0,05) t*. Estes resultados demonstraram
haver diferenças entre as linhagens estudadas na deposição de proteína corporal,
concordando com o relatado por KESLLER, 2000, que a deposição de proteína, ou
seja, carne magra é estreitamente controlada pela genética.
Como observado na Tabela 5, os machos apresentaram Pm e t* de pesos de
proteína, gordura, cinza e água maiores (P<0,05) em relação às meas. O contrário
aconteceu para taxa à maturidade para todas estas variáveis.
33
TABELA 5- Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para deposição de
proteína e gordura, na carcaça de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Machos Fêmeas Médias
Machos
Fêmeas Médias
Machos Fêmeas
Médias
Linhagens Proteína
Ross
1308,61
865,69 1087,2a
0,037 0,044 0,040 b
44,02 37,88 40,95 a
Cobb
1041,95 666,68 854,3 b
0,047 0,056 0,051 a
37,19 31,02 34,10 b
Média
1175,28 A
766,18 B
0,041 B 0,049 A
40,60 A 34,45 B
Gordura
Ross
907,16 810,91 859,0
0,039 0,041 0,039 b
46,78 44,51 45,64
Cobb
930,73 780,78 855,7
0,041 0,043 0,042 a
46,47 42,99 44,73
Média
918,95 A
795,85 B
0,040 0,041
46,62 A 43,75 B
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
Para o peso de gordura, não houve diferença (P>0,05) entre as linhagens para
Pm e t*, mas houve diferença (P<0,05) entre linhagens na taxa de maturidade (b). O
contrário aconteceu para sexo, somente para b não houve diferença (P>0,05), os
demais parâmetros apresentaram diferenças (P<0,05) entre sexo.
Mesmo não apresentando diferenças entre linhagens para deposição de gordura,
observou-se que a ave Ross foi mais tardia (4 dias) para idade de máximo crescimento
comparado a Cobb. Isto pode ser explicado porque as aves Cobb apresentaram
maiores taxas de deposição de gordura à maturidade do que as Ross. Segundo
MICHELAN FILHO (1986), o conteúdo de gordura em aves é característica herdável.
Contudo, outros fatores também contribuem para a deposição de gordura nos animais,
assim como, a dieta e condições ambientais.
Segundo GOUS et al. (1999) e LONGO (2000), as taxas à maturidade de
deposição de gordura foram maiores para os machos comparados com as fêmeas. No
entanto, o contrário aconteceu neste trabalho, observou-se que as fêmeas
apresentaram maior b do que os machos para peso de gordura. Os machos
apresentaram maior taxa de deposição de gordura comparada às meas, devido ao
maior potencial de ganho dos machos do que as fêmeas.
34
Essas diferenças encontradas neste trabalho com os dados de literatura, podem
ter sido influenciadas pela idade de abate das aves. Neste trabalho, as aves foram
abatidas aos 56 dias de idade, no entanto, em trabalhos realizados por GOUS et al.
1999 e LONGO, 2000, as aves foram abatidas aproximadamente aos 120 dias, e os
resultados demonstraram que as fêmeas apresentaram maior taxa de deposição de
gordura do que os machos. Isto pode ser explicado porque, de acordo com GOUS et al.
(1999) o peso de gordura nas fêmeas aumentou significativamente após 56 dias de
idade, esta deposição extra após este período é para as aves se prepararem para
futura produção de ovos.
A deposição de gordura encontrada neste trabalho foi mais tardia do que a
deposição de proteína, para ambas as linhagens e sexo. Isto ocorreu por que segundo
KESSLER (2000) à medida que a ave envelhece, depositam mais gordura corporal.
Este fato está relacionado com a chegada da maturidade e ocorre com a maioria dos
animais. A deposição de proteína (carne magra) é estreitamente controlada pela
genética e, portanto, haverá um limite para sua deposição diária, independente da
ingestão. Porém, a quantidade de gordura depositada em qualquer fase de
desenvolvimento dos animais, é diretamente relacionada com a quantidade de energia
disponível para depósito.
Os parâmetros Pm, b e t* para peso de água e cinzas, foram influenciados pelas
linhagens e sexo (P<0,05), o desdobramento destes fatores estão demonstrados na
Tabela 6. Os machos Cobb diferiram (P<0,05) dos machos Ross e das fêmeas Cobb,
para todos os parâmetros da equação de Gompertz, para peso de água na carcaça. No
entanto, para peso de cinzas, foram os machos Ross que diferiram dos machos Cobb e
das fêmeas Ross, para Pm, b e t*.
35
TABELA 6- Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para deposição de
água, cinzas, na carcaça de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens Machos Fêmeas
Machos Fêmeas
Machos Fêmeas
ÁGUA
Ross
3215,70 Ab 2269,96 B
0,052 Ba 0,057 A
32,73 Ab 28,96 B
Cobb
4027,97 Aa 2342,57 B
0,045 Bb 0,054 A
37,28 Aa 29,21 B
CINZAS
Ross
360,34 Aa 115,06 B
0,038 Bb 0,061 Ab
52,63 Aa 29,15 B
Cobb
173,83 Ab 87,35 B
0,051 Ba 0,082 Aa
34,12 Ab 23,85 B
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distentas diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Tuckey.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras mausculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste de Tuckey.
As taxas de deposição de proteína, gordura, água e cinza, são apresentadas na
Tabela 7 e representados graficamente nas Figuras 3, 4, 5 e 6.
A ave Ross atingiu a maior da taxa de deposição de proteína uma semana mais
tarde comparada à Cobb, indicando que é mais tardia para essa característica. As
maiores taxas de deposição protéica foram para os machos aos 35 e 42 dias e para as
fêmeas aos 28 e 35 dias para as linhagens Cobb e Ross, respectivamente, indicando
maior potencial do macho e das aves Cobb em depositar tecido magro. Segundo
ALBINO et al (2000), as aves fêmeas apresentam menor deposição de tecido magro e
maior teor de gordura corporal, sendo essas diferenças mais acentuadas com o avanço
da idade dos frangos.
(a)
0
200
400
600
800
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Pes o de proteína (g)
(b)
0
4
8
12
16
20
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 3. Curva e taxa de deposição de proteína em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.
36
TABELA 7. Taxas de deposição de proteína, gordura, água e cinza de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Idade
(dias)
Deposição de
proteína (g/dia)
Deposição de
gordura (g/dia)
Deposição de água
(g/dia)
Deposição de
cinzas (g/dia)
Machos Fêmeas
Machos Fêmeas
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
ROSS
1
1,88 1,26
0,55 0,54
4,99 4,81
0,08 0,15
7
3,88 3,09
1,50 1,52
14,40 13,91
0,28 0,57
14
7,18 6,28
3,50 3,58
31,48 29,09
0,79 1,42
21
10,91 9,77
6,25 6,36
48,67 41,98
1,65 2,23
28
14,25 12,49
9,12 9,12
59,10
47,19
2,73
2,58
35
16,54
13,80
11,39 11,15
60,64
44,86
3,78 2,44
42
17,52
13,71
12,65
12,08
55,34 38,08
4,57 2,03
49
17,30 12,58
12,84
11,95
46,53 29,96
4,96 1,55
56
16,17 10,89
12,16 11,05
36,96 22,40
4,97
1,12
COBB
1
1,06 0,92
0,37 0,48
5,70 5,91
0,21 0,07
7
3,15 3,07
1,21 1,47
14,43 15,21
0,64 0,54
14
7,37 7,23
3,23 3,64
29,99 29,61
1,51 1,71
21
12,34 11,35
6,30 6,60
47,04 41,50
2,46
2,55
28
16,27
13,55
9,65 9,50
60,08
46,43
3,11 2,50
35
18,07
13,44
12,37 11,51
66,03
44,53
3,28
1,92
42
17,74 11,77
13,85
12,28
65,01 38,41
3,05 1,29
49
15,94 9,47
14,03
11,93
59,08 30,82
2,61 0,80
56
13,44 7,20
13,18 10,80
50,63 23,53
2,10 0,48
M= machos , F= fêmeas .
As maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
A linhagem Cobb foi mais precoce na taxa de deposição de proteína, mas a Ross
após o ponto de inflexão diminuiu a taxa de deposição de proteína mais lentamente,
enquanto que a Cobb foi bem mais rápida. De acordo com KESSLER et al., (2000)
quanto maior e mais prolongado o platô de deposição de proteína, mais eficiente será o
animal para produzir carne e melhor será a composição de carcaça.
Segundo GRIFFITHS et al. (1977) existem diferenças na capacidade de
deposição de gordura abdominal entre as linhagens, sendo que a maior deposição de
gordura corporal geralmente ocorre em aves de linhagens que apresentam maior
potencial de ganho de peso. Conforme demonstrado na Figura 4 e Tabela 7, a
deposição de gordura apresentou superiorioridade das aves Cobb em comparação com
as Ross.
37
Constatou-se que ocorreu uma relação entre a deposição de água e gordura, a
partir do momento em que ocorre queda na deposição de água um aumento na
deposição de gordura corporal (Figuras 5 e 6 e Tabela 7).
(a)
0
200
400
600
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Pe so de gordura (g)
(b)
0
4
8
12
16
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 4. Curva e taxa de deposição de gordura corporal em machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
(a)
0
1000
2000
3000
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de água (g)
(b)
0
20
40
60
80
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 5. Curva e taxa de deposição de água em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.
Notou-se que a taxa estimada para deposição de água foi semelhante entre
machos e fêmeas até 14 dias de idade, com pequena superioridade dos machos em
relação às fêmeas. A partir dessa idade os machos apresentaram taxa de deposição de
água superior a das fêmeas. O ponto de máxima taxa de deposição de água foi atingido
aos 35 dias para machos e 28 dias para fêmeas. A partir desta idade houve uma
38
redução na deposição com o aumento da idade das aves. A linhagem Cobb apresentou
pequena superioridade na deposição de água em relação à Ross. Estes resultados de
deposição de água corporal estão relacionados com a taxa de deposição de proteína
corporal das aves. Isto é, a ave retêm mais água neste período porque está realizando
maior síntese de proteína.
As aves Cobb apresentaram menor taxa de deposição de cinza e foram mais
precoces em relação à Ross, atingindo a maior taxa de crescimento aos 21 e 35 dias,
comparado a Ross que foi aos 28 e 56 dias para machos e fêmeas, respectivamente.
(a)
0
30
60
90
120
150
180
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de cinzas(g)
(b)
0
2
4
6
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 6. Curva e taxa de deposição de cinzas em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.
As aves Cobb foram mais precoces nas taxas de crescimento de peso vivo e
peso da ave depenada, deposição de proteína e cinzas. No entanto, as aves Ross
foram mais precoces na deposição de água e ambas foram semelhantes na deposição
de gordura. Estes resultados demonstram que diferenças no crescimento das duas
linhagens, apesar de ambas serem selecionadas para alta taxa de crescimento. As
aves Cobb apresentaram rápida taxa de crescimento inicial e as aves Ross crescimento
inicial mais lento, e mais rápido no final. O processo de seleção para peso corporal
pode ter contribuído para estas diferenças nas taxas de crescimento entre as linhagens.
Contudo, mesmo ocorrendo diferenças entre as linhagens na taxa de
crescimento e deposição de nutrientes, os ganhos de peso aos 42, 49 e 56 dias de
idade não foram significativamente distintas entre as aves (MARCATO et al, 2005).
39
A importância da utilização de modelos matemáticos para obtenção da estimativa
do crescimento e composição corporal de aves de diferentes linhagens e sexo, além de
auxiliar as estimativas das exigências nutricionais das aves, também contribui para
definir a idade ideal de abate, atendendo as demandas das empresas avícolas e
consequentemente reduzindo os custos de produção. Outra forma para estimar o
crescimento e deposição de nutrientes corporais é por meio das equações alométricas.
As equações alométricas são importantes para determinar a relação dos
nutrientes corporais, órgãos, músculo, ossos e pele em relação ao peso protéico ou
peso vivo. As equações podem estimar o conteúdo de nutrientes que o animal vai
depositar em função do peso protéico ou peso vivo.
Alometria tem sido usada na modelagem matemática porque a composição
corporal de matéria seca livre de lipídeos não muda durante o desenvolvimento do
animal, mas o conteúdo de lipídeos da ave em crescimento pode ser afetado pela dieta
(VARGAS, 2004). Além disso, o conteúdo de água decresce e o conteúdo de lipídeos
do peso corporal aumenta sistematicamente durante o desenvolvimento da ave
(HAKANSSON et al., 1978).
Quando a alometria tem sido utilizada em relação à proporção de proteína do
corpo, as diferenças entre sexo e linhagens são pequenas. Desse modo, a utilização do
peso protéico nas relações alométricas torna as equações mais precisas. No entanto, a
elaboração de equações alométricas em relação ao peso vivo em jejum seria o método
mais prático para predizer o peso de partes e deposição de nutrientes corporais.
As equações alométricas dos pesos de gordura, cinzas e água corporal em
função do peso protéico, estão na Tabela 8. De acordo com as equações, à medida que
as aves ganharam peso protéico corporal houve um aumento na proporção de gordura
e uma redução na proporção de água e cinzas corporal. Isto explica a seqüência de
deposição de nutrientes no corpo da ave, a deposição de cinzas e água ocorre em
maior proporção na fase inicial. Com o aumento do peso protéico ocorreu menor
relação de peso de água, isto pode ser resultado do aumento das proporções dos
teores de gordura na carcaça.
40
TABELA 8 - Equações alométricas de peso corporal em gordura (Pg), água (Pa) e
cinzas (Pc) em função do peso corporal proteíco (PB), de machos e
fêmeas de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Linhagens e Sexo Equações
Gordura (Pg)
Ross Macho Pg = -0,768 + 1,21PB
Ross Fêmea Pg = -0,792 + 1,26PB
Cobb Macho Pg = -0,6434 + 1,16PB
Cobb Fêmea Pg = -0,767 + 1,24PB
Água (Pa)
Ross Macho Pa = -0,778 + 0,92PB
Ross Fêmea Pa = -0,805 + 0,91PB
Cobb Macho Pa = -0,779 + 0,92PB
Cobb Fêmea Pa = -0,748 + 0,93PB
Cinzas (Pc)
Ross Macho Pc = -0,516 + 0,92PB
Ross Fêmea Pc = -0,527 + 0,92PB
Cobb Macho Pc = -0,504 + 0,91PB
Cobb Fêmea Pc = -0,428 + 0,86PB
Observou-se (Tabela 8) que os machos apresentaram menor coeficiente
alométrico de gordura corporal em relação à proteína corporal, demonstrando que a
fêmea tende a depositar mais gordura corporal com o aumento da proporção de
proteína corporal. Os machos Cobb apresentaram menores coeficientes de alometria
(1,16), em relação aos machos Ross (1,21), as fêmeas Ross (1,26) e as fêmeas Cobb
(1,24). Isto quer dizer que para cada unidade de proteína corporal depositada os
machos Cobb tendem a depositar 1,16 unidades de gordura.
As equações alométricas em relação ao peso vivo em jejum, são apresentadas
na Tabela 9. Os resultados foram semelhantes aos encontrados quando realizada a
alometria em relação ao peso de proteína corporal.
41
TABELA 9 - Equações alométricas de peso corporal em proteína (Pt), gordura (Pg),
água (Pa) e cinzas (Pc) em função do peso vivo (PV), de machos e
fêmeas de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Linhagens e Sexo Equações
Proteína (Pt)
Ross Macho Pt = -0,886 + 1,03PV
Ross Fêmea Pt = -0,916 + 1,03PV
Cobb Macho Pt = -0,898 + 1,03PV
Cobb Fêmea Pt = -0,851 + 1,01PV
Gordura (Pg)
Ross Macho Pg = -1,846 + 1,25PV
Ross Fêmea Pg = -1,953 + 1,30PV
Cobb Macho Pg = -1,692 + 1,20PV
Cobb Fêmea Pg = -1,828 + 1,26PV
Água (Pa)
Ross Macho Pa = -0,045 + 0,95PV
Ross Fêmea Pa = -0,036 + 0,94PV
Cobb Macho Pa = -0,057 + 0,96PV
Cobb Fêmea Pa = -0,049 + 0,95PV
Cinzas (Pc)
Ross Macho Pc = -1,336 + 0,95PV
Ross Fêmea Pc = -1,375 + 0,96PV
Cobb Macho Pc = -1,315 + 0,94PV
Cobb Fêmea Pc = -1,160 + 0,88PV
PVJ–Peso Vivo das aves obtidos após jejum de 24 horas
Os machos apresentaram menor relação de gordura, demonstrando que a fêmea
tende a depositar mais gordura corporal em relação ao peso vivo em jejum. As aves
Ross apresentaram superiores coeficientes de alometria para gordura, no entanto foram
semelhantes para água e cinzas em função do peso vivo em jejum, em relação à Cobb.
Com exceção do coeficiente alométrico de cinzas, às fêmea Cobb apresentaram menor
relação alometrica quando comparado com as fêmeas Ross e machos Cobb e Ross.
42
2.3.3. Crescimento e Deposição de Nutrientes nas Penas
Pode-se observar na Tabela 10, que houve interação (P<0,05) entre sexo e
linhagem para Pm, b e t* do peso e proteína das penas, para b do peso de água e Pm e
b de peso de gordura das penas. Neste caso, os machos Cobb apresentaram maior Pm
e menor b de peso das penas do que os machos Ross e fêmeas Cobb,
consequentemente foram mais tardios para atingir a idade de máximo crescimento das
penas do que os machos Ross e fêmeas Cobb. O contrário aconteceu para peso de
proteína nas penas.
TABELA 10- Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso e nutrientes
das penas de frangos de corte machos e fêmeas das linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagen
s
Machos Fêmeas
Machos Fêmeas
Machos Fêmeas
PESO DAS PENAS
Ross
483,03 b 394,94
0,035 a 0,036 b
48,95 b 45,22 a
Cobb
700,57 Aa 298,68 B
0,035 Ba 0,045 Aa
57,56 Aa 37,05 Bb
PROTEÍNA
Ross
327,91 a 335,80 a
0,038 b 0,039 a
45,61 a 45,24 a
Cobb
192,80 Bb 279,07 Ab
0,063 Aa 0,044 Ba
31,13 Bb 40,06 Ab
GORDURA
Ross
2,098 2,081 a
0,191 Aa 0,121 Bb
28,68 27,04
Cobb
2,20 A 1,66 Bb
0,097 Bb 0,169 Aa
27,01 25,48
ÁGUA
Ross
26,04 27,40
0,117 Aa 0,076 Bb
28,30 29,81
Cobb
20,75 17,39
0,120 Aa 0,109 Aa
24,07 22,21
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
A,B
Médias na mesma linha, seguidas por letras diferentes diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras diferentes diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
Segundo EDENS (2000), os frangos de corte comerciais normalmente atingem a
plumagem completa aos 50 dias de idade, mas para algumas linhagens o crescimento
total da plumagem pode ser mais tardio. Estes resultados são similares ao observado
43
nesta pesquisa. Neste trabalho o maior valor do ponto de inflexão da curva de
crescimento foi 57 dias para os machos Cobb e o menor valor aos 37 dias de idade
para as fêmeas Cobb. Isto significa que os machos são mais tardios do que as fêmeas
para atingir a idade de máxima deposição de penas.
As duas principais finalidades da penas nas aves são isolamento térmico e
proteção da ave. A redução do empenamento pode proporcionar maior quantidade de
lesões na pele (GARCIA et al., 2002), mas pode contribuir para o equilíbrio rmico das
aves criadas em ambiente de alta temperatura (GERAERT et al. 1996). Neste
experimento observou-se que os machos Cobb foram 8,61 dias mais tardios em relaçao
aos machos Ross e as fêmeas Cobb foram 8,17 dias mais precoce do que as Ross,
para atingir a idade de ximo crescimento das penas. Segundo CANHANER e
LEENSTRA (1992) a maior eficiência no ganho de peso ocorreu nas aves com menor
cobertura de penas. Portanto, aves com empenamento mais lento podem ter maior
perda de calor em ambiente quente, consequentemente as aves podem apresentar
maior capacidade de ganho de peso.
Para os valores de t* de gordura nas penas não houve interação (P>0,05) entre
linhagens e sexo. As aves Ross (27,86 dias) apresentaram t* maior (P<0,05) que as
Cobb (26,24 dias) e os machos (27,85 dias) maior (P<0,05) do que as fêmeas (26,26
dias), indicando maior precocidade da Cobb em relação à Ross e das fêmeas em
relação aos machos, para essa característica.
Para peso de água nas penas foi observado que os valores de Pm e t*
apresentaram diferenças entre linhagens (P<0,05). O Pm da a ave Ross foi 28,63%
maior do que o da Cobb. Desse modo, as aves Ross foram mais tardias comparadas a
Cobb, levando 5,66 dias a mais para atingir o máximo crescimento.
Observou-se na Tabela 11 e Figura 7 que os machos apresentaram taxas de
crescimento das penas superiores a das fêmeas. No entanto, as fêmeas apresentaram
maiores taxas de crescimento, nos primeiros 14 dias para Ross e 28 dias para a Cobb,
quando comparada com os machos. Desse modo, os machos Cobb e Ross
apresentaram empenamento mais tardio do que às fêmeas, atingindo o ponto de
inflexão aos 56 e 49 dias, respectivamente, comparado às fêmeas, aos 35 e 42 dias. A
44
maior precocidade das fêmeas em atingir a taxa de crescimento das penas é explicada
pelo fato de que as linhagens são autosexaveis pelo empenamento.
A sexagem de frangos de corte é feita através das penas da asa. Os machos
apresentam gene ligado ao sexo da formação lenta de plumagem, estes são
heterozigotos de empenamento lento, e esta característica é expressa por várias
semanas, refletindo nas diferentes taxas de crescimento das penas entre sexos
(EDENS, 2000).
TABELA 11. Taxas de crescimento das penas e deposição de proteína, gordura, água e
cinza nas penas de acordo com a idade e sexo de frangos de corte das
linhagens Ross e Cobb.
Idade
(dias)
Taxa de
crescimento
(g/dia)
Deposição de
proteína (g/dia)
Deposição de
gordura (g/dia)
Deposição de
água (g/dia)
Machos Fêmeas
Machos Fêmeas
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
ROSS
1
0,41 0,50
0,30 0,25
0,000 0,000
0,00 0,00
7
0,93 1,06
0,72 0,66
0,000 0,000
0,00 0,04
14
1,90 2,00
1,51 1,48
0,000 0,010
0,08 0,25
21
3,13 3,11
2,49 2,56
0,023 0,065
0,68 0,58
28
4,39 4,13
3,45 3,63
0,146 0,092
1,12 0,76
35
5,42 4,87
4,16 4,42
0,089 0,066
0,88 0,72
42
6,05
5,22
4,52 4,81
0,029 0,035
0,50 0,56
49
6,25
5,21
4,52
4,80
0,008 0,017
0,25 0,38
56
6,08 4,92
4,26 4,49
0,002 0,007
0,11 0,25
COBB
1
0,11 0,45
0,10 0,26
0,000 0,000
0,00 0,00
7
0,37 1,12
0,58 0,73
0,001 0,000
0,01 0,05
14
1,08 2,27
1,89 1,67
0,022 0,002
0,29 0,40
21
2,36 3,52
3,46 2,81
0,064 0,071
0,85 0,69
28
4,10 4,46
4,37
3,81
0,078 0,096
0,83 0,59
35
5,97
4,88
4,34 4,39
0,062 0,046
0,51 0,37
42
7,59 4,79
3,70
4,49
0,039 0,016
0,26 0,19
49
8,67 4,35
2,85 4,21
0,022 0,005
0,12 0,10
56
9,11
3,72
2,06 3,70
0,012 0,002
0,05 0,05
M= machos , F= fêmeas - maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
45
(a)
0
100
200
300
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de Penas (g)
(b)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 7. Curva e taxa de crescimento de penas em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.
Na Tabela 11 e nas Figuras 8, 9 e 10 estão apresentadas às taxas de deposição
de proteína, gordura e água nas penas de machos e fêmeas de frangos de corte das
linhagens Ross e Cobb.
A linhagem Ross apresentou maior taxa de deposição de proteína nas penas do
que a Cobb. A maior taxa de deposição de proteína nas penas foi aos 42 dias para
Ross e 28 e 42 dias para a Cobb, respectivamente para fêmeas e machos.
(a)
0
40
80
120
160
200
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de proteína (gramas)
(b)
0
2
4
6
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 8. Curva e taxa de deposição de proteína nas penas em machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
A maior deposição de gordura nas penas foI observada nos machos Ross
(0,146g/dia) e fêmeas Cobb (0,096g/dia), seguidos pelos machos Cobb (0,078 g/dia) e
fêmea Ross (0,092g/dia) (Figura 9).
46
(a)
0
0,5
1
1,5
2
2,5
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de gordura(gramas)
(b)
0,00
0,04
0,08
0,12
0,16
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 9. Curva e taxa de deposição de gordura das penas em machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
A taxa máxima de deposição de água nas penas, ou seja, o ponto de inflexão foi
atingido aos 21 e 28 dias de idade para as linhagens Cobb e Ross, respectivamente.
Como pode ser observado, a Cobb foi mais precoce na taxa de deposição de água
comparada à Ross. Verificou-se que após atingir o ponto de máxima deposição de água
tanto os machos como as fêmeas Cobb apresentaram uma queda mais acelerada na
taxa de deposição.
(a)
0
5
10
15
20
25
30
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de água (g)
(b)
0,0
0,3
0,6
0,9
1,2
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 10. Curva e taxa de deposição da água das penas em machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
47
O nutriente de maior deposição nas penas foi à proteína. Segundo EDWARDS et
al. (1973) o conteúdo de proteína das penas foi elevada e prolongada com o aumento
da quantidade de penas das aves e o conteúdo de lipídeos diminui com a idade. De
acordo com os resultados deste trabalho a deposição de proteína das penas foi mais
tardia comparada a deposição de gordura e água, exceto para os machos Cobb.
Na Tabela 12 estão demonstradas as equações alométricas do peso das penas,
gordura, proteína, água e cinzas das penas em função do peso protéico e peso vivo, de
machos e fêmeas de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
De acordo com as equações, à medida que as aves aumentam o peso protéico
corporal e peso vivo houve aumento da proporção de proteína e cinzas e uma redução
na proporção de água e gordura das penas. As fêmeas apresentaram maior coeficiente
de alometria do que os machos para proteína das penas quando relacionado ao peso
protéico e peso vivo corporal. Isto está de acordo com as taxas de deposição proteíca.
Observou-se que a deposição de proteína e cinza é maior e mais prolongada do que de
água e gordura, porque a composição da penas é maior em proteína e menor em água
e gordura.
Sumarizando as aves Cobb foram mais precoces no crescimento e deposição de
proteína e cinzas corporais. As aves Ross apresentaram maiores deposições de água
corporal. A linhagem Cobb apresentou crescimento das penas mais tardio, mas foi mais
precoce na deposição de proteína, gordura e água das penas, em relação à Ross. Os
machos foram mais tardios tanto no crescimento como na deposição de nutrientes
corporais e das penas.
De acordo com os resultados observados neste estudo, ficou demonstrado que
as linhagens Ross e Cobb e machos e fêmeas apresentaram diferentes curvas de
crescimento e variação na deposição de nutrientes corporais e penas. Estes resultados
Indicam que os programas alimentares das aves Cobb e Ross devem ser diferenciados
para proporcionar o máximo crescimento destes animais. Os resultados obtidos
concordam com NEME (2006) quando afirma que somente o conhecimento do peso
corporal para determinação das exigências das aves o é um indicativo seguro, a
48
composição corporal das aves deve ser avaliada, visando melhorias na definição do
programa alimentar.
TABELA 12 - Equações alométricas de peso penas em gordura (Pgp), proteína (Ppp),
água (Pap) e cinzas (Pcp) em função do peso protéico corporal (PB) e Peso
Vivo (PV), de machos e fêmeas de frangos de corte das linhagens Ross e
Cobb.
Linhagens e
Sexo
Peso Proteíco Peso Vivo
Gordura (Pgp) Gordura (Pgp)
Ross Macho Pgp = -2,57 + 1,02PB Pgp = -3,47 + 1,05PV
Ross Fêmea Pgp = -2,52 + 1,07PB Pgp = -3,51 + 1,12PV
Cobb Macho Pgp = -2,57 + 1,02PB Pgp = -3,50 + 1,06PV
Cobb Fêmea Pgp = -2,457 + 0,99PB Pgp = -3,313 + 1,02PV
Proteína (Ppp) Proteína (Ppp)
Ross Macho Ppp = -0,910 + 1,09PB Ppp = -1,88 + 1,12PV
Ross Fêmea Ppp = -0,84 + 1,10PB Ppp = -1,86 + 1,14PV
Cobb Macho Ppp = -1,01 + 1,14PB Ppp = -2,04 + 1,18PV
Cobb Fêmea Ppp = -0,98 + 1,17PB Ppp = -1,98 + 1,18PV
Água (Pap) Água (Pap)
Ross Macho Pap = -1,49 + 1,01PB Pap = -2,40 + 1,05PV
Ross Fêmea Pap = -1,12 + 0,88PB Pap = -1,93 + 0,92PV
Cobb Macho Pap = -1,64 + 1,07PB Pap = -2,61 + 1,11PV
Cobb Fêmea Pap = -1,32 + 0,95PB Pap = -2,13 + 0,97PV
Cinzas (Pcp) Cinzas (Pcp)
Ross Macho Pcp = -2,96 + 1,16PB Pcp = -4,00 + 1,20PV
Ross Fêmea Pcp = -2,81 + 1,14PB Pcp = -3,85 + 1,18PV
Cobb Macho Pcp = -2,88 + 1,13PB Pcp = -3,91 + 1,17PV
Cobb Fêmea Pcp = -2,73 + 1,08PB Pcp = -3,66 + 1,10PV
PV- Peso vivo após jejum de 24 horas
49
2. 4. CONCLUSÕES
As taxas de crescimento e deposição de nutrientes corporais e das penas o
diferentes para as duas linhagens e nos dois sexos. Neste caso as aves da linhagem
Cobb foram mais precoces no crescimento e deposição de proteína e cinzas corporais
e, as aves Ross foram mais precoces na taxa de crescimento das penas, e foram mais
tardia na deposição de nutrientes das penas.
2.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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53
CAPÍTULO 3
CRESCIMENTO E DEPOSIÇÃO DE NUTRIENTES DAS PARTES DE FRANGOS DE
CORTE DE DUAS LINHAGENS COMERCIAIS
2
.
Simara Márcia Marcato
2
e Nilva Kazue Sakomura
3
RESUMO- Este trabalho teve como objetivo estudar o perfil de crescimento e
deposição de nutrientes das partes da carcaça de frangos de corte das linhagens Ross
e Cobb, machos e fêmeas. Foram utilizados 1920 pintos de corte, criados em galpão,
alojados em boxes. O delineamento foi inteiramente casualizado, fatorial (2 x 2), 4
repetições de 120 aves. As aves foram alimentadas com ração à base de milho e farelo
de soja, formuladas para atender as suas exigências nutricionais nas diferentes fases
de criação. As aves foram pesadas e abatidas semanalmente (1 a 56 dias), após um
jejum de 24 horas, em seguida a evisceração e os cortes das partes da carcaça. Os
cortes foram pesados, acondicionados em sacos plásticos identificados, armazenados
em câmara fria, moídos e liofilizados. Após, foram realizadas análises laboratoriais. Os
parâmetros de peso das partes e componentes das partes (água, cinzas, proteína e
gordura) obtidos semanalmente foram estimados em função da equação de Gompertz e
as taxas de crescimento através das derivadas das equações. Houve interação
(P<0,05) entre linhagem e sexo para os parâmetros Pm, b e t* para peso do peito,
proteína e água do peito. Não houve diferença (P>0,05) na taxa de crescimento e
deposição de nutrientes para o peito entre as linhagens estudadas, exceto para peso de
proteína em que a Ross foi mais tardia do que a Cobb. A Cobb foi mais precoce na taxa
de crescimento e deposição de nutrientes da coxa, dorso e cabeça. A Ross apresentou
maior potencial de crescimento de asa, pescoço, sobrecoxa e pés.
Palavras chaves: Frangos de corte, curvas de crescimento, crescimento de partes,
deposição de nutrientes, peito, coxa, sobrecoxa.
2
Parte da Tese de Doutorado do primeiro autor
2
. Zootecnista, aluna do curso de Pós Graduação da FCAV-UNESP-Jaboticabal
3
. Orientadora, Prof
a
. Dr
a
. do Departamento de Zootecnia, UNESP, Jaboticabal.
54
GROWTH AND NUTRIENTS DEPOSITION OF THE PARTS OF TWO BROILER
CHICKENS STRAINS
ABSTRACT The objective of this work was to study the profile of growth and nutrients
deposition of the body parts on Ross and Cobb male and female broiler chickens stains.
There were used 1920 chicks raised in shed lodged boxes. The experimental design
was randomized in a factorial model (2 x 2), with 4 repetitions of 120 birds. The birds
were fed with a corn/soybean based diet formulated to supply the nutrient requirements
according to each breeding phase. The birds were weighed weekly (1 to 56 days), after
24 hours fasting, eviscerated and cut into body parts. The body parts were weighed,
packed into identified plastic bags, stored in cold camera, crushed and freeze-dried.
After, laboratory analyses were done. The parameters of the body parts weight and its
components (water, ash, protein and fat) obtained weekly were adjusted by the
Gompertz equation and growth rates trough the by derived of the equations. There was
an interaction (P<0,05) between strains and sex for the parameters Pm, b and t* for
breast weight, protein and breast water. There was no difference (P>0,05), between the
studied stains, in the growth rate and deposition of nutrients for the breast, except for the
protein weight that was latest in Ross then in Cobb. Cobb strain was more precocious
on the growth rate and nutrient deposition of the thigh, dorsum and head. Ross strain
presented a bigger potential in wing, neck, drumstick and feet growth.
Key words: broiler chicken; growth curves; body parts growth; nutrient deposition;
breast; thigh; drumstick
55
3.1. INTRODUÇÃO
O crescimento corporal é determinado pela deposição de proteína, gordura, água
e cinzas no corpo. A deposição e as proporções destes componentes individualmente
em cada parte e órgão corporal determinam à idade fisiológica das aves e o estágio de
maturidade (RICKEFES, 1985).
Assim, o desenvolvimento da ave como um todo pode ser interpretado como a
soma dos pesos dos órgãos e das partes. Todavia, cada parte do corpo possui um
desenvolvimento diferenciado em função de vários fatores: genética, sexo, nutrição e
ambiente.
Os modelos de crescimento das partes e órgãos do frango são importantes para
predizer o peso dos diferentes componentes corporais em qualquer idade da ave, além
de propiciar melhor entendimento do crescimento do frango do ponto de vista
fisiológico. De acordo com GOLIOMYTIUS et al 2003, as curvas de crescimento são
medidas adequadas para descrever a variação do peso corporal e suas partes isoladas,
pois sumarizam informações dentro de pequeno número de parâmetros que podem ser
interpretados biologicamente. Além disso, podem predizer as exigências nutricionais
das aves.
As linhagens de frangos de corte podem apresentar diferentes taxas de
deposição de componentes químicos e gordura, o que influenciará diretamente a
composição corporal da ave à maturidade. Estas variáveis são importantes
sinalizadores do consumo de alimento e da quantidade de energia e aminoácidos
necessários para as aves alcançarem o potencial ximo de desenvolvimento (GOUS
et al, 1999).
Atualmente são várias as formas de comercialização do frango de corte, sendo
que as mais comuns são a carcaça e as partes, conhecidas como cortes comerciais.
Algumas partes apresentam valor comercial maior do que outras. No Brasil, a
preferência é pela coxa, sobrecoxa e peito, sendo a carne do peito a de maior valor
comercial. Mas, em outros mercados a carne do peito não é tão valorizada, como por
56
exemplo no Japão e na China os pés possuem alto valor comercial. Desta forma, a
curva de crescimento, de todas as partes, é importante para predizer o peso das
mesmas, identificando a idade ao abate de máximo peso, visando atender as
exigências dos mercados.
Poucos são os estudos relacionados a curvas de crescimentos de partes de
frangos de corte. Um dos quais foi realizado por GOLIOMYTIS et al, (2003) que
avaliaram o crescimento do peso vivo, peito, coxa, sobrecoxa, asa e carne de peito,
coxa e sobrecoxa de machos de duas linhagens comerciais (Cobb 500 e Shaver
Starbro). Estes autores não encontraram diferenças entre as linhagens.
Tendo em vista a importância e poucas informações sobre o assunto, o objetivo
deste trabalho foi determinar as curvas e taxas de crescimento das partes da carcaça
(cabeça, pescoço, dorso, asa, pés, coxa, sobrecoxa e peito) de frangos de corte
machos e fêmeas de duas linhagens comerciais.
3.2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no Setor de Avicultura do Departamento de
Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - FCAV/UNESP,
Jaboticabal – SP, no período de abril a junho de 2004.
3.2.1. Aves e Delineamento Experimental
Foram utilizados 1920 pintos de corte, machos e fêmeas de duas linhagens
comerciais, Ross 308 e Cobb 500, machos e fêmeas, alojados em boxes de um galpão
experimental em piso de concreto e cama de maravalha, com capacidade para 10
aves/m
2
. As aves foram distribuídas em delineamento experimental inteiramente
casualizado em esquema fatorial (2 linhagens x 2 sexos) e 4 repetições de 120 aves
cada, totalizando 16 unidades experimentais.
57
3.2.2 Instalações
As aves foram alojadas em galpão experimental do setor de Avicultura da FCAV-
UNESP, equipados com comedouros tubulares e bebedouros pendulares. O período
experimental foi de 8 semanas.
3.2.3. Manejo alimentar
As aves foram alimentadas com ração à base de milho e farelo de soja,
formuladas para atender as exigências nutricionais da linhagem Ross e Cobb,
adotando-se o ximo de exigências das linhagens para escolha dos requerimentos
nas diferentes fases de criação. Na Tabela 1 estão relacionadas as composições
percentuais e calculadas das rações pré-inicial, inicial, crescimento e final utilizadas no
experimento. A ração pré-inicial foi utilizada de 1 a 7 dias, a inicial de 8 a 28 dias, a de
crescimento de 29 a 49 dias e a final de 50 a 56 dias.
3.2.4. Pesagem e abate das aves
Semanalmente, foram realizadas pesagens de todas as aves e das rações para
obtenção do peso médio corporal e ganho de peso, assim como quantificar o consumo
de ração. Em seguida, foram escolhidas aves representando o peso médio da parcela.
Na primeira semana, foram selecionadas 10 aves por parcela, num total de 160 aves.
Na segunda e terceira semana, 5 aves, totalizando 80 aves por abate, e a partir da
quarta semana, foram amostradas e abatidas 4 aves por parcela, totalizando 64 aves
por abate. A diferença na quantidade de aves selecionadas, da primeira até a última
58
semana de abate, foram para obter amostras suficientes para realizar posteriomente
análises laboratoriais.
Estas aves foram selecionadas e colocadas em boxes em jejum de 24 horas para
completo esvaziamento do conteúdo do trato gastrointestinal, recebendo apenas água à
vontade.
Após o período de jejum, as aves foram pesadas individualmente para obtenção
do peso em jejum e abatidas por asfixia com CO
2
, para adequação ao critério
internacional de ética. Em seguida foram realizados os cortes da carcaça, os quais
foram pesados individualmente, acondicionados em sacos plásticos devidamente
identificados e congelados para o processamento posterior e obtenção das amostras
laboratoriais.
Tabela 1. Composição percentual e calculada das rações experimentais.
Ingredientes
Pré-inicial
(1-7 dias)
Inicial
(8-28 dias)
Crescimento
(29-49 dias)
Final
(50-56 dias)
Milho 55,68 54,18 58,20 64,31
Farelo de Soja 36,87 36,36 32,53 26,92
Óleo 3,09 5,46 5,54 5,15
Fosfato Bicálcico 2,08 1,83 1,85 1,72
Calcário 0,91 0,95 0,84 0,83
Sal Comum 0,39 0,40 0,35 0,36
L-Lisina 0,28 0,13 0,06 0,12
DL- Metionina 99% 0,29 0,29 0,23 0,20
Mistura Vitamínica +
Mineral
0,40 0,40 0,40 0,40
Total 100 100 100 100
Composição calculada
EM (kcal/kg) 3010 3150 3200 3245
Proteína bruta (%) 22,00 21,50 20,00 18,00
Lisina (%) 1,380 1,250 1,100 1,000
Metionina (%) 0,630 0,617 0,541 0,484
Metionina + cistina (%) 0,970 0,950 0,859 0,780
Cálcio (%) 1,000 0,950 0,900 0,850
Fósforo disponível (%) 0,500 0,450 0,450 0,420
Sódio (%) 0,200 0,200 0,180 0,180
59
3. 2.5. Processamento das amostras e análises laboratoriais:
As partes foram cortadas em serra de fita e moídas em moinho de carne
industrial para obtenção de amostras homogêneas. Da amostra total foi retirada uma
amostra menor, de aproximadamente 60 a 80 g, a qual foi acondiconada em placa de
petri de plástico descartável e após liofilizadas em temperatura -50
o
C em equipamento
Thermo VLP200, para obtenção da matéria pré-seca. Em seguida, foram novamente
moídas em um micromoinho tipo IKA e encaminhadas ao laboratório para análises de
nitrogênio, extrato etéreo, matéria seca e cinzas.
A proteína bruta das amostras foi determinada utilizando o método de
determinação do nitrogênio Kjeldahl (proteína bruta = nitrogênio x 6,25). Para a análise
do extrato etéreo foi feita a extração com éter de petróleo em aparelho Soxlet. As cinzas
foram realizadas em mufla a 550
o
C, por incineração. A matéria seca, por liofilização e
em estufa a 105ºC. As metodologias utilizadas para análises são descritas por SILVA e
QUEIROZ (1998).
3.2.6. Elaboração das Curvas de Crescimento.
Obtenção das Curvas de Crescimento
As curvas de crescimento para as características de peso e deposição de
nutrientes das partes, obtidos semanalmente, foram estimadas utilizando a equação de
GOMPERTZ (1825), conforme abaixo:
P
t
= P
m
. exp .(- exp . (- b .( t - t* )))
Em que:
P
t
= peso (g) do animal ao tempo t, expresso em função do P
m
; P
m
= peso (g) à
maturidade do animal; b = taxa de maturidade (por dia); t* = tempo (dias) em que a taxa
de crescimento é máxima.
60
Foram calculadas as taxas de crescimento (g/dia), para peso das partes e
deposição de proteína, gordura, água e cinzas das partes, por meio da derivada das
equações de GOMPERTZ. Em adição aos parâmetros de crescimento, foram
calculadas as relações alométricas logaritimizada que tem como variável dependente a
quantidade do peso das partes e variável independente o peso de proteína corporal ou
peso vivo em jejum (Equação 1).
Log
10
(peso do componente) = a + b Log
10
(PB ou PVJ) Equação [1]
Em que: Peso do Componente é a quantidade total das partes; PB é o peso
proteína corporal e PVJ é peso vivo em jejum.
Os parâmetros indicados da equação de Gompertz foram submetidos a analise
de variância usando o procedimento ANOVA do SAS (2001), segundo o modelo
estatístico:
Y
ijk
=u + L
k
+ S
j
+ (L x S)
kj
+ E
ijk;
Y
ijk
= Variáveis das aves da repetição i, do sexo j , da linhagem k;
u = Média geral;
L
k =
Efeito da linhagem
k
;
S
j
= Efeito do sexo
j
;
(L x S)
kj
=
Efeito da interação linhagem
k
com sexo
j
;
E
ijk
= erro associado a cada observação;
As médias foram comparadas pelo teste F (5%). As equações de regressão e as
funções de Gompertz usadas para descrever o crescimento foram ajustadas aos dados
separadamente para cada sexo e linhagem utilizando o programa estatístico SAS
(2001).
61
3.3. Resultados e Discussão
3.3.1. Crescimento e Deposição de Nutrientes no Peito
Houve interação (P<0,05) de linhagem e sexo para os parâmetros peso à
maturidade (Pm), taxa à maturidade (b) e idade de máximo crescimento (t*) de peso,
proteína e água do peito (Tabela 2). Os machos Ross e fêmeas Cobb tiveram menor
Pm e maior b de peso de peito comparada à fêmea Ross e machos Cobb e foram 2,7 e
3,3 dias mais precoces do que os machos Cobb e fêmeas Ross, respectivamente.
TABELA 2- Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
água e cinzas da peito de frangos de corte machos e fêmeas das linhagens
Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média
PESO
Ross
1754,81 Ab
1444,9 B 0,047 0,048 b 39,78 b 38,43 Aa
Cobb
2015,72 Aa
1254,6 B 0,043 B 0,054 Aa 42,48 Aa 35,19 Bb
PROTEÍNA
Ross
317,78 B 370,39 a 0,044 A 0,038 Bb 39,54 Ba 44,92 Aa
Cobb
294,37 A 296,69 b 0,047 0,052 a 36,42 b 37,88 b
ÁGUA
Ross
1275,12 A 935,37 B 0,049 a 0,050 b 39,59 36,44 a
Cobb
1384,89 A 798,38 B 0,042 Bb 0,058 Aa 41,89 A 32,87 Bb
CINZAS
Ross
21,89 20,43 21,16 0,058 0,058 0,058 a 36,77 35,66 36,21
Cobb
20,89 20,66 20,78 0,054 0,052 0,053 b 34,49 36,21 35,35
Média
21,39 20,55 0,056 0,055 35,63 35,93
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
GOLIOMYTIS et al (2003) observaram que o Pm e t* do peito de machos de
frangos de corte foram, respectivamente em média 1744,2g e 47 dias. Os valores de
62
Pm estão abaixo e os de t* acima dos valores encontrados neste experimento. Neste
caso, as linhagens utilizadas neste estudo apresentaram melhores índices de produção
de peito do que as avaliadas por GOLIOMYTIS et al. (2003). Isto pode ter ocorrido
devido ao fato de nos últimos anos as linhagens terem sido selecionadas com ênfase
para peso de peito.
Para peso de proteína no peito, observou-se na Tabela 2 que as fêmeas Ross
apresentaram maior Pm e t* e menor b quando comparadas com as fêmeas Cobb e
machos Ross. Isto quer dizer que as fêmeas Ross foram mais tardias para atingir a
idade de máximo crescimento do peso da proteína do peito.
A curva de crescimento para peso de gordura do peito, utilizando a equação de
Gompertz o convergiu e, portanto, não houve ajuste para estes dados. A dificuldade
de ajustar os dados de peso de gordura do peito se deve a pequena quantidade de
gordura depositada no peito. Segundo MOUTNEY (1989) a carne branca das aves é
geralmente magra, tendo pouca quantidade de gordura, aproximadamente 1,3%, que é
atribuído aos triglicerídeos encontrados nas membranas das células do músculo. Porém
neste trabalho foi observado que a percentagem de gordura no peito com pele,, aos 56
dias de idade das aves foi em média de 7,7% na matéria natural, para as duas
linhagens, sendo que, as aves Cobb (8,24%) e as fêmeas (8,55%) apresentaram maior
percentagem de gordura no peito do que as aves Ross (7,78%) e os machos (7,27%).
Os machos Cobb e fêmeas Ross apresentaram Pm maior e b menor quando
comparados com os machos Ross e fêmeas Cobb, neste caso os machos Ross e
Fêmeas Cobb foram mais precoces para atingir a idade de máximo crescimento do
peso de água do peito. No entanto, para peso de cinzas houve semelhança (P>0,05)
entre linhagens para os valores de Pm, b e t*.
Os machos Cobb apresentaram maior taxa de crescimento de peito, no entanto,
as fêmeas Cobb tiveram as menores taxas (Figura 1 e Tabela 3). Isto resultou em maior
peso do peito aos 56 dias para os machos Cobb (1097 g) e menor peso para as fêmeas
Cobb (869 g) quando comparado com os machos Ross (1030 g) e fêmeas Ross (908
g).
63
GOLIOMYTIS et al (2003) observaram que a taxa máxima de crescimento de
peito estimada foi de 24,4 g/dia para machos das linhagens Cobb e Shaver Starbro.
Este valor está abaixo dos encontrados neste experimento que foram de 30 e 32 g/dia
para machos Ross e Cobb, respectivamente e próximos aos encontrados para as
fêmeas que foram de 25 g/dia Ross e Cobb. Isto demonstra que houve maior seleção
dos machos para taxa de crescimento do peito das linhagens avaliadas neste estudo.
TABELA 3. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes do peito de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Idade
(dias)
Taxa de
crescimento
(g/dia)
Deposição de
proteína (g/dia)
Deposição de
água (g/dia)
Deposição de
cinzas (g/dia)
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
ROSS
1
1,03 1,04 0,35 0,36 0,50 0,76 0,00 0,01
7
3,58 3,47 0,92 0,86 2,09 2,59 0,03 0,03
14
9,59 8,92 2,01 1,78 6,44 6,64 0,11 0,13
21
17,77 15,92 3,30 2,92 12,88 11,63 0,26 0,27
28
25,22 21,92 4,38 4,00 18,99 15,55 0,40 0,39
35
29,59 25,05 4,99 4,79 22,58
17,19 0,47 0,43
42
30,25 25,06 5,07 5,16 23,06
16,64 0,45 0,41
49
28,01 22,79 4,73 5,13 21,15 14,66 0,38 0,34
56
24,16 19,37 4,15 4,80 17,97 12,08 0,30 0,27
COBB
1
1,34 0,81 0,38 0,13 1,23 0,50 0,01 0,01
7
4,01 3,28 1,04 0,56 3,32 2,30 0,06 0,05
14
9,81 9,31 2,26 1,71 7,45 6,88 0,17 0,14
21
17,59 16,94 3,62 3,36 12,63 12,46 0,29 0,26
28
25,05 22,73 4,64 4,82 17,37 16,14 0,39 0,36
35
30,10
24,74 5,06 5,56
20,43
16,75 0,42 0,40
42
31,88
23,32 4,91 5,50
21,40
14,98 0,39 0,38
49
30,76 19,91 4,39 4,90 20,55 12,14 0,33 0,33
56
27,71 15,88 3,69 4,06 18,50 9,22 0,26 0,27
M= machos , F= fêmeas - maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
A maior taxa de crescimento do peito foi observada para os machos em relação
às fêmeas, resultando em maior peso do peito para os machos (1055 g) do que para as
fêmeas (901 g). Estes resultados estão de acordo com os encontrados por LUBRITZ
64
(1997); VIANA et al (2000); GARCIA et al. (2002) que observaram maior peso do peito
para os machos.
O ponto de inflexão da curva de crescimento é um parâmetro de grande
interesse econômico, indicando a idade em que as aves apresentam a taxa máxima de
crescimento, a partir desse ponto uma redução na taxa de crescimento. Pode-se
observar (Tabela 3 e Figura 1) que o ponto de inflexão para peso do peito obtidos neste
experimento foi próximo aos 35 dias para fêmeas Cobb e aos 42 dias para os machos
Ross e Cobb e fêmeas Ross, estando próximo à idade recomendada de abate das
aves. Em decorrência da maior precocidade e maior taxa de crescimento do peito dos
machos Cobb, há maior vantagem da utilização dos machos Cobb quando o objetivo for
produção de peito, visto que até 42 dias de idade as taxas de crescimento foram
aceleradas.
Houve crescimento acelerado até 35 e 42 dias, na taxa de deposição de proteína
no peito, para linhagens Cobb e Ross, respectivamente, a partir dessa idade a taxa foi
reduzida (Figura 2 e Tabela 3). Os machos apresentaram maior deposição de proteína
no peito do que as fêmeas, ou seja, maior deposição de carne magra. Isto explica
porque o peso de proteína do peito foi maior aos 42 dias de idade nas aves Cobb (645
g) quando comparada com às Ross (635 g). No entanto, aos 56 dias de idades, as aves
Ross (229g) e machos (224g) apresentaram maior peso de proteína do peito quando
comparados com as aves Cobb (203g) e fêmeas (208g).
(a)
0
300
600
900
1200
1500
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso do peito (g)
(b)
0
10
20
30
40
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 1. Curva e taxa de crescimento do peito de machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.
65
Segundo GONZALES & SARTORI (2002), a diferença da deposição protéica nas
diferentes linhagens e sexo de frango de corte é devida prioritariamente à modificação
nas taxas de degradação e não nas taxas de síntese de proteína. Com o avanço da
idade o declínio da taxa de degradação é mais pronunciado do que a taxa de síntese, o
que determina menor deposição protéica no frango mais velho. Neste experimento,
observou-se que as aves Cobb apresentaram maior declínio após atingir o ponto de
inflexão da curva de deposição de proteína, isto pode ser causado pelo declínio da taxa
de degradação de proteína ser mais pronunciado em relação ao declínio da taxa de
síntese.
(a)
0
50
100
150
200
250
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de PB do Peito (g)
(b)
0
2
4
6
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 2. Curva e taxa de deposição de proteína no peito de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Houve aumento na taxa de deposição da água no peito até 42 dias para os
machos e 35 dias de idade para as fêmeas, a partir dessa idade a taxa de deposição foi
reduzida. No entanto, a fêmea Cobb apresentou queda mais acentuada na taxa de
deposição de água após atingir o ponto de inflexão da curva de crescimento (Figura 3 e
Tabela 3).
As taxas crescimento e deposição de proteína no peito foram acompanhadas
pelas taxas de deposição de água. Isso pode ser explicado pelo fato da taxa de
deposição de proteína agregar grande quantidade de água no peito. Como houve
66
pequena deposição de gordura no peito verificou-se que a deposição de água foi
superior quando comparada às outras partes da carcaça da ave.
(a)
0
300
600
900
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da água do peito (g)
(b)
0
5
10
15
20
25
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 3. Curva e taxa de deposição de água no peito de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Na Figura 4 e Tabela 3 observou-se que houve um aumento acelerado na taxa
de deposição até 35 dias, após essa idade a taxa foi reduzida.
(a)
0
3
6
9
12
15
18
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de cinzas no peito (g)
(b)
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 4. Curva e taxa de deposição de cinzas no peito de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
De acordo com LUBRITZ (1997) o aumento na massa peitoral se deve
principalmente ao aumento na espessura do músculo pectorales major. Segundo
ROBSINSON et al (1996) o comprimento, espessura e peso do file de peito de frangos
de corte são afetados pela linhagem, sexo e idade das aves. Os filés mais longos,
67
espessos e pesados o produzidos pelas aves mais velhas e pelos machos. LUBRITZ
(1997) também encontrou efeito da linhagem e sexo sobre o comprimento, espessura e
peso do peito, sendo que a linhagem selecionada para alta taxa de crescimento
apresentou files mais longos que a selecionada para alto rendimento de carcaça.
Concordando com os resultados encontrados neste trabalho, em que as linhagens,
ambas selecionadas para alta taxa de crescimento, apresentaram semelhança na taxa
de crescimento e deposição de água no peito, resultando em mesmo peso do peito no
final do período experimental. No entanto, as aves Ross foram mais tardias na
deposição de proteína e apresentaram maior deposição de cinzas do peito do que a
Cobb. Neste caso, a produção de aves com finalidade de produção de peito seria mais
recomendada até 42 dias, a partir daí a taxa de crescimento e deposição de proteína,
água e cinzas diminui. Consequentemente, após este período a taxa de deposição de
gordura provavelmente tende a aumentar.
Como a taxa de gordura no peito foi baixa, aproximadamente 7,7% aos 56 dias
de idade, a deposição de água no peito permaneceu elevada por um tempo maior do
que quando comparada com as outras partes da carcaça da ave.
Os machos apresentaram maior taxa de crescimento e deposição de nutrientes
no peito do que às fêmeas. Se o objetivo da criação for à comercialização das partes
nobres como peito, há vantagem de criar machos para esse fim, mesmo considerando
que o rendimento do peito é maior para fêmea do que para os machos.
Os valores encontrados neste trabalho para parâmetros de crescimento são de
extrema importância para as empresas avícolas. Isto porque através destes parâmetros
pode-se estimar o crescimento e deposição de nutrientes do peito para as linhagens
Ross e Cobb de ambos os sexos, assim pode-se otimizar o abate dos animais com a
melhor idade para máximo crescimento de peito da ave.
3.3.2. Crescimento e Deposição de Nutrientes na Coxa
Os parâmetros da equação de Gompertz, para peso e deposição de nutrientes
da coxa de frangos de corte estão demonstrados na Tabela 4. Houve interação
68
(P<0,05) entre linhagem e sexo para os parâmetros Pm, b e t* de proteína, gordura e
cinzas, Pm de peso de coxa e b e t* de água. Os valores encontrados de Pm da coxa
foram maiores para os machos Ross quando comparado com machos Cobb e fêmeas
Ross.
Para peso de coxa as aves Ross e os machos apresentaram b (P<0,05) menor
do que as aves Cobb e as fêmeas. Neste caso, as aves Cobb e as fêmeas foram mais
precoces para atingir a idade de máximo crescimento da coxa.
TABELA 4- Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para o peso, proteína,
gordura, água e cinzas da coxa de frangos de corte machos e meas das
linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média
PESO
Ross
613,69 Aa
376,5 B 0,047 0,055 0,051 36,85 31,20
34,02 a
Cobb
564,84 Ab
379,8 B 0,048 0,056 0,052 34,86 30,47
32,67 b
Média
0,047 B 0,055 A 35,86 A 30,84 B
PROTEÍNA
Ross
109,90 Aa
70,66 Bb
0,042 Bb
0,055 Aa
39,88 Aa
34,09 B
Cobb
79,32 b 86,21 a 0,052 Aa
0,046 Bb
32,10 Bb
36,46 A
GORDURA
Ross
59,35 Aa 55,92 B 0,054 Bb
0,058 A 39,66 Aa
38,22 Ba
Cobb
46,40 Bb 53,21 A 0,067 Aa
0,055 B 32,96 Bb
37,03 Ab
ÁGUA
Ross
348,10 244,3 269,24 0,585 0,058 b 31,51 A 29,55 B
Cobb
362,21 235,9 299,09 0,054 B 0,063 Aa
32,24 A 27,94 B
Média
355,16 A 240,17 B
CINZAS
Ross
15,96 Aa 10,08 Bb
0,046 B 0,056 A 36,87 Aa
29,90 Bb
Cobb
11,83 Bb 13,77 Aa
0,058 A 0,044 B 29,98 Bb
34,70 Aa
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
69
GOLIOMYTIS et al (2003), encontraram menor taxa à maturidade (0,035), menor
Pm (492,2g) e maior idade à maturidade (50 dias), consequentemente as aves foram
mais tardias do que as aves avaliadas neste experimento. Isto é devido ao processo de
seleção das linhagens, as aves utilizadas neste experimento devem ter sido submetidas
a processos de seleção com a finalidade de maior proporção de cortes nobres (peito,
coxa e sobrecoxa), do que as utilizadas por GOLIOMYTIS et al. (2003).
As fêmeas Ross apresentaram menor Pm e t* e maior b de peso de proteína da
coxa do que as fêmeas Cobb e machos Ross. Entretanto, para o peso de gordura e
cinzas da coxa, os machos Cobb apresentam maior b e menor Pm e t* do que machos
Ross e fêmeas Cobb.
Os machos Cobb e fêmeas Ross apresentaram b de água no peito menor
quando comparado com os machos Ross e fêmeas Cobb. Neste caso, os machos Ross
e fêmeas Cobb foram mais precoces para atingir a idade de máximo crescimento de
água no peito. Contudo, não houve diferença (P<0,05) entre linhagens para Pm de
água do peito. Entre sexo, os machos apresentaram Pm de água do peito maior
(P>0,05) do que as fêmeas.
A taxa de crescimento da coxa foi maior até 35 dias de idade para as fêmeas
Cobb comparada às fêmeas Ross, e até 21 dias para os machos Cobb comparado com
os machos Ross (Tabela 5 e Figura 5). De acordo com estes resultados, as aves Cobb
apresentaram taxas de crescimento da coxa, mais precoce do que as aves Ross,
resultando em maior peso da coxa para as aves Cobb a35 dias de idade, contudo o
peso da coxa foi maior para as aves Ross no final do período experimental. Isto
demonstra haver diferenças nas taxas de crescimento das coxas entre as linhagens e
sexo estudados.
As taxas de deposição de proteína da coxa, foram maiores para machos Cobb
até 28 dias de idade, a partir desta idade ocorreu maior deposição de proteína para os
machos Ross. No entanto, as fêmeas Cobb apresentaram maior taxa comparada às
fêmeas Ross, como pode ser visualizado na Figura 6 e Tabela 5.
70
(a)
0
100
200
300
400
500
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso do Coxa (g)
(b)
0
3
6
9
12
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 5. Curva e taxa de crescimento da coxa em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.
TABELA 5. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes de peso da coxa de acordo
com a idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Idade
(dias)
Taxa de
crescimento
(g/dia)
Proteína
(g/dia)
Gordura
(g/dia)
Água (g/dia) Cinzas (g/dia)
Ross
M F M F M F M F M F
1
0,68 0,58 0,13 0,05 0,01 0,01 0,31 0,41 0,02 0,02
7
1,97 1,80 0,33 0,21 0,06 0,05 1,27 1,32 0,05 0,06
14
4,49 4,07 0,70 0,58 0,24 0,23 3,46 2,98 0,12 0,12
21
7,40 6,28 1,12 1,02 0,57 0,59 5,88 4,49 0,19 0,18
28
9,65
7,47
1,47 1,33 0,92 0,96 7,28
5,17
0,25
0,21
35
10,64
7,44 1,68
1,41
1,13
1,16 7,32
4,96
0,27
0,20
42
10,39 6,57
1,71
1,31
1,16
1,16 6,40 4,22 0,26 0,17
49
9,31 5,34 1,60 1,10 1,05 1,01 5,11 3,31 0,24 0,14
56
7,83 4,10 1,42 0,86 0,87 0,81 3,84 2,47 0,20 0,10
Cobb
M F M F M F M F M F
1
0,88 0,59 0,14 0,13 0,01 0,01 0,50 0,33 0,02 0,03
7
2,32 1,90 0,38 0,32 0,06 0,08 1,57 1,30 0,06 0,07
14
4,87 4,32 0,82 0,67 0,31 0,30 3,62 3,22 0,14 0,13
21
7,53 6,62 1,24 1,05 0,75 0,63 5,71 4,92 0,21 0,18
28
9,35
7,77
1,48 1,33 1,08 0,93 6,95
5,50 0,25
0,21
35
9,93
7,62
1,50 1,45 1,14 1,07 7,07
5,05 0,24
0,22
42
9,43 6,62 1,35 1,41 0,99 1,04 6,36 4,07 0,21 0,21
49
8,26 5,29 1,13 1,26 0,76 0,91 5,26 3,03 0,16 0,19
56
6,83 4,01 0,89 1,07 0,54 0,73 4,11 2,13 0,12 0,16
M= machos , F= fêmeas - maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
71
Observou-se na Figura 7 e Tabela 5 que a linhagem Cobb apresentou maior taxa
de deposição de gordura na coxa até 21 dias, após essa idade a Ross apresentou
maior taxa de deposição. As fêmeas apresentaram maior deposição de gordura na coxa
do que os machos. Tal fato indica diferenças nas taxas de deposição de gordura na
coxa das linhagens Ross e Cobb e machos e fêmeas.
(a)
0
20
40
60
80
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de PB da coxa (g)
(b)
0,0
0,3
0,6
0,9
1,2
1,5
1,8
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 6. Curva e taxa de deposição de proteína na coxa de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
(a)
0
10
20
30
40
50
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de gordura da coxa (g)
(b)
0,0
0,3
0,6
0,9
1,2
1,5
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 7. Curva e taxa de deposição de gordura na coxa de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
72
Houve um aumento acelerado nas taxas de deposição de água na coxa até 28
dias para fêmeas e 35 dias para os machos, após teve um declínio na taxa de
deposiçào, conforme pode ser observado na Figura 8 e Tabela 5. Os machos
apresentaram taxa de deposição de água superior a das fêmeas. Esta maior deposição
de água na coxa está relacionada à maior taxa de deposição de proteína e menor taxa
de deposição de gordura na coxa para os machos.
(a)
0
100
200
300
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da água da coxa (g)
(b)
0
2
4
6
8
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 8. Curva e taxa de deposição de água na coxa de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Observou-se na Figura 9 e Tabela 5, que a taxa de deposição de cinza na coxa
foi maior para as fêmeas Cobb em relação às fêmeas Ross. Contudo, os machos Cobb
apresentaram maior deposição até 28 dias comparados aos machos Ross, a partir
dessa idade os machos Ross apresentaram taxas de deposição superiores.
(a)
0
5
10
15
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Pe s o d e cin z a s d a co xa
(g )
(b)
0,0
0,1
0,2
0,3
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 9. Curva e taxa de deposição de cinzas na coxa de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
73
Os machos apresentaram maior taxa de crescimento e deposição de proteína e
água, e menor deposição de gordura na coxa, comparado às fêmeas. As maiores taxas
de crescimento da coxa dos machos em relação às fêmeas resultam em machos com
maior peso de coxa, estando de acordo com os dados encontrados por VIANA et al
(2000) e STRINGHINI et al (2003). Em trabalhos realizados para determinar o
rendimento da coxa foram observados resultados superiores dos machos em relação às
fêmeas (RABELLO & COTTA,1997; MOREIRA et al, 2001; STRINGHINI et al, 2003;
MOREIRA et al, 2004).
As aves Cobb apresentaram melhores taxas de crescimento e deposição de
nutrientes da coxa mais precoces do que as Ross, indicando ser mais vantajoso à
produção de aves Cobb até 35 dias de idade, quando o objetivo da produção for a
comercialização de coxa. No entanto, para produção de aves mais tardias o
recomendado é o abate das aves Ross. Isto porque é o período em que as aves
apresentaram máxima taxa de crescimento e deposição de nutrientes.
De acordo com GOZALES & SARTORI, (2002) os músculos da coxa e sobrecoxa
são grandemente vascularizados e com grande número de mitocôndrias em suas fibras,
predominantemente do Tipo I. Desse modo, apresentam proporcionalmente maior
percentagem de gordura e menor quantidade de proteína funcional disponível para
absorver água (MACKEE, 2000). Neste trabalho, a percentagem de gordura da coxa
aos 56 dias de idade, foi em média de 11% na matéria natural, ou seja, maior do que a
percentagem de gordura do peito (7,7%). Tal fato se deve porque o peito e a coxa
apresentam metabolismos diferentes, o peito apresenta maior quantidade de fibras
glicolíticas enquanto a coxa e sobrecoxa, fibras oxidativas.
3.3.3. Crescimento e Deposição de Nutrientes na Sobrecoxa
Para peso à maturidade (Pm), taxa à maturidade (b) e idade de máximo
crescimento (t*) houve interação (P<0,05) entre linhagens e sexo para peso, gordura,
água e cinzas da sobrecoxa e b e t* de proteína da sobrecoxa (Tabela 6).
74
Os machos Cobb apresentaram maior Pm e t* e menor b do que machos Ross e
fêmeas Cobb, para peso e água da sobrecoxa. Neste caso, os machos Cobb foram
mais tardios para atingir a idade de máximo crescimento da sobrecoxa.
TABELA 6- Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
gordura, água e cinzas da sobrecoxa de frangos de corte machos e fêmeas
das linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Machos Fêmeas
PESO DA SOBRECOXA
Ross
799,70 b 615,69 b 0,048 a 0,048 a 37,97 b 36,82 b
Cobb
1095,56 Aa
690,55 Ba
0,037 Bb 0,043 Ab 46,03 Aa 39,53 Ba
PROTEÍNA
Ross
153,44 91,48 122,46 b 0,042 Ba 0,054 Aa 42,73 Ab 34,4 Bb
Cobb
188,29 122,76 155,52 a 0,038 Bb 0,042 Ab 47,31 Aa 41,31 Ba
Média
170,86 A 107,12 B
GORDURA
Ross
119,54 A 88,30 B 0,049 Ba 0,067 Aa 41,00 Ab 34,30 Bb
Cobb
124,39 A 105,10 B 0,043 Bb 0,053 Ab 42,10 Aa 38,09 Ba
ÁGUA
Ross
501,30 Ab 406,45 Ba
0,053 Aa 0,047 B 35,62 b 36,99 a
Cobb
586,42 Aa 354,64 Bb
0,044 Bb 0,052 A 39,98 Aa 33,71 Bb
CINZAS
Ross
18,48 Aa 9,40 B 0,038 B 0,077 A 43,36 Aa 29,32 B
Cobb
14,75 Ab 8,82 B 0,046 B 0,069 A 37,79 Ab 27,73 B
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
Os valores de P
m
e b de peso da sobrecoxa encontrados no presente trabalho
estão acima do apresentado por GOLIOMYTIS et al (2003) que foi de 359g e 0,034,
respectivamente. Contudo, os valores de t* encontrados por estes autores foram um
pouco acima dos encontrados neste trabalho. Comprovando que houve avanços na
seleção genética dos frangos de corte com objetivo de obter maior desenvolvimento dos
cortes comerciais.
75
Para peso de proteína, gordura e cinzas da sobrecoxa, as fêmeas Ross
apresentaram maior b e menor t* do que as fêmeas Cobb e machos Ross. Entre
linhagens, os valores de Pm de peso da proteína da sobrecoxa foram maiores (P<0,05)
para as aves Cobb comparadas às aves Ross.
Foram observadas (Figura 10 e Tabela 7) maiores taxas de crescimento e maior
platô da sobrecoxa nos machos Cobb em relação aos machos Ross, resultando em
maior peso da sobrecoxa dos machos Cobb (538g) em relação aos machos Ross
(528g), no final do período experimental. No entanto, os machos Ross apresentaram
maior taxa de crescimento da sobrecoxa até 35 dias de idade. Isto indica que a
expressão de máximo potencial genético para crescimento da sobrecoxa se manifestou
mais precocemente nas aves Ross.
(a)
0
200
400
600
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da sobrecoxa (g)
(b)
0
4
8
12
16
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 10. Curva e taxa de crescimento da sobrecoxa em machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
As taxas de deposição de proteína na sobrecoxa foram maiores para as aves
Cobb comparada à Ross (Figura 11 e Tabela 7). Houve um aumento na taxa de
deposição até 35 e 42 dias para a Ross e 42 e 49 dias para a Cobb, para fêmeas e
machos, respectivamente. Após essa idade a taxa foi reduzida com o aumento da idade
das aves.
76
(a)
0
25
50
75
100
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de PB da sobrecoxa (g)
(b)
0
1
2
3
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 11. Curva e taxa de deposição de proteína na sobrecoxa de machos e fêmeas
de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
TABELA 7. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes da sobrecoxa de acordo
com a idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Idade
(dias)
Taxas de
crescimento
(g/dia)
Proteína
(g/dia)
Gordura
(g/dia)
Água (g/dia) Cinzas (g/dia)
Ross
M F M F M F M F M F
1
0,66 0,62 0,12 0,07 0,04 0,00 0,34 0,47 0,02 0,00
7
2,11 1,89 0,33 0,27 0,16 0,07 1,32 1,33 0,05 0,01
14
5,21 4,45 0,77 0,74 0,52 0,46 3,65 2,98 0,10 0,09
21
9,06 7,46 1,33 1,30 1,09 1,26 6,58 4,86 0,16 0,21
28
12,26 9,81 1,86 1,70 1,67 1,97 8,83 6,31 0,21
0,27
35
13,86 10,83
2,23
1,81
2,05
2,19 9,68 6,95
0,25 0,25
42
13,76 10,56
2,36
1,69
2,15
1,95 9,21 6,81
0,26
0,19
49
12,46 9,43 2,29 1,42 2,01 1,52 7,94 6,12
0,26
0,13
56
10,56 7,90 2,07 1,13 1,74 1,09 6,41 5,18 0,24 0,08
Cobb
M F M F M F M F M F
1
1,03 0,78 0,13 0,13 0,09 0,03 0,58 0,42 0,02 0,01
7
2,41 2,03 0,34 0,33 0,27 0,16 1,58 1,33 0,04 0,04
14
4,96 4,39 0,75 0,71 0,64 0,55 3,55 3,16 0,10 0,12
21
8,17 7,17 1,29 1,16 1,11 1,16 5,94 5,15 0,17 0,20
28
11,29 9,50 1,85 1,56 1,56 1,72 8,00 6,47 0,22
0,23
35
13,64 10,80 2,30 1,81 1,86
2,02
9,19
6,78 0,25
0,20
42
14,86
10,96
2,55
1,88 1,95
2,01
9,39
6,27
0,25
0,16
49
14,94
10,24
2,60
1,79 1,88 1,78 8,80 5,31 0,22 0,11
56
14,14 8,99 2,48 1,61 1,69 1,46 7,74 4,23 0,19 0,07
M= machos , F= fêmeas - maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
77
Na Figura 12 e Tabela 7 pode ser observado que a taxa de deposição de gordura
na sobrecoxa foi maior para os machos Ross a partir dos 28 dias e para as fêmeas
Ross entre 21 a 35 dias de idade. Após esse período as taxas foram invertidas, sendo
maiores para as aves Cobb.
As fêmeas apresentaram maior taxa de deposição de gordura na sobrecoxa do
que os machos no período de 21 a 28 dias e 21 a 42 dias para linhagens Ross e Cobb,
respectivamente. Após essa idade os machos apresentaram maiores taxas do que as
fêmeas.
(a)
0
20
40
60
80
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da gordura da sobrecoxa
(g)
(b)
0
1
2
3
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 12. Curva e taxa de deposição de gordura na sobrecoxa de machos e fêmeas
de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
A taxa de deposição de água na sobrecoxa foi superior para as aves Cobb e
machos em relação às aves Ross e fêmeas (Figura 13 e Tabela 7). Houve aumento na
taxa de deposição de gordura até 42 para machos Cobb e 35 dias para as demais aves,
a partir dessa idade a taxa diminuiu com aumento da idade das aves.
78
(a)
0
100
200
300
400
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da água da sobrecoxa (g)
(b)
0
4
8
12
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 13. Curva e taxa de deposição de água na sobrecoxa de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
As aves Ross e machos apresentaram maiores taxas de deposição de cinza na
sobrecoxa comparada as aves Cobb e fêmeas (Figura 14 e Tabela 7).
(a)
0
3
6
9
12
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de cinzas da sobrecoxa (g)
(b)
0,0
0,1
0,2
0,3
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 14. Curva e taxa de deposição de cinzas da sobrecoxa de machos e fêmeas
de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
As diferentes taxas de crescimento e deposição de nutrientes na sobrecoxa
obtidas entre as linhagens no presente trabalho estão coerentes com os resultados de
LOVATTO (1989); LANA (1992) e NOBRE et al. (1994), que observaram diferenças
entre linhagens e sexo sobre o peso da sobrecoxa e cortes nobres. Neste trabalho a
linhagem Ross apresentou maior precocidade no crescimento e deposição de nutrientes
na sobrecoxa do que a Cobb. Isto significa que estas linhagens devem apresentar
abates em idades diferentes, quando a finalidade for a produção de cortes de
sobrecoxa, para otimizar a melhor idade de máximo crescimento da sobrecoxa. Neste
79
caso, pode-se preconizar a criação de machos Ross com abate aos 42 dias e machos
Cobb com abate aos 49 dias de idade, quando o objetivo for a produção de cortes de
sobrecoxa.
Além disso, também se observa diferenças entre as linhagens e sexo, no
crescimento e deposição de nutrientes no peito, coxa e sobrecoxa. A Cobb foi mais
precoce no desenvolvimento da coxa e mais tardia no crescimento da sobrecoxa e na
maioria da deposição dos nutrientes. Isto significa dizer que as aves das duas linhagens
apresentam diferenças na deposição de nutrientes das partes e, portanto, têm
diferentes exigências nutricionais. Além disso, a idade de abate recomendada para
atender os objetivos de melhor produtividade de acordo com a característica também
são diferentes.
3.3.4. Crescimento e Deposição de Nutrientes no Dorso
Na Tabela 8 são apresentados às estimativas dos parâmetros da equação de
Gompertz, para peso e deposição de nutrientes no dorso das aves. Houve interação
(P<0,05) entre linhagens e sexo para Pm de peso e água do dorso, para b de peso de
gordura e cinzas e para t* de peso de água do dorso. Entretanto, os machos Ross
apresentaram maior Pm e t* e menor b para peso e água do dorso do que as fêmeas
Ross e machos Cobb.
Para peso de gordura, os machos Ross apresentaram maior b do que os machos
Cobb e fêmeas Ross. E para peso de cinzas foram as fêmeas Cobb que apresentaram
maior b quando comparadas com os machos Cobb e fêmeas Ross.
Os valores de Pm, b e t*, para peso e água do dorso diferiram (P<0,05) entre as
linhagens. As aves Ross apresentaram menor b e maior Pm e t* do que as aves Cobb,
desse modo às aves Cobb foram mais precoces do que a Ross para atingir a idade de
máximo crescimento do dorso e água do dorso.
80
TABELA 8- Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para o peso, proteína,
gordura, água e cinzas da dorso de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média
PESO
Ross
946,61 Aa 738,41 Ba
0,048 0,049 0,048 b 35,65 33,22 34,43 a
Cobb
813,58 Ab 670,40 Bb
0,052 0,056 0,054 a 31,44 30,18 30,81 b
Média
0,050 B 0,052 A 33,54 A 31,70 B
PROTEÍNA
Ross
146,76 112,94 129,85 a 0,048 0,046 0,047 b 36,77 35,94 36,36 a
Cobb
126,99 101,09 114,04 b 0,052 0,049 0,050 a 32,58 32,78 32,68 b
Média
136,87 107,01 0,050 0,048 34,67 34,36
GORDURA
Ross
227,43 256,65 242,04 0,053 Aa 0,045 B 38,89 42,41 40,65
Cobb
222,29 262,27 242,28 0,047 Ab 0,044 B 37,89 42,79 40,34
Média
224,87 B 256,46 A 38,39 B 42,60 A
ÁGUA
Ross
603,76 Aa 324,31 B 0,045 0,062 0,053 a 36,18 Aa 25,93 B
Cobb
482,07 Ab 328,47 B 0,052 0,066 0,059 b 30,55 Ab 26,04 B
Média
0,048 B 0,064 A
CINZAS
Ross
30,00 21,68 25,84 0,063 a 0,065 b 34,95 31,28 33,12 a
Cobb
30,94 21,43 26,18 0,053 Bb 0,094 Aa 33,98 28,34 31,11 b
Média
30,47 A 21,55 B 34,41 A 29,81 B
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
Para peso do dorso, proteína, água e cinzas no dorso, as estimativas de Pm, b e
t*, apresentaram efeito (P<0,05) de sexo. Os valores de b foram menores e Pm e t*
foram superiores para os machos em relação às fêmeas, evidenciando a maior
precocidade das fêmeas para atingir a idade de ximo crescimento de peso, água e
cinzas do dorso. No entanto, o contrário aconteceu para peso de gordura do dorso. As
fêmeas apresentaram menor b e maior Pm e t* que os machos, nesse caso as fêmeas
levaram 4,21 dias a mais para atingir a idade de máximo crescimento de gordura do
81
dorso, resultando na maior precocidade dos machos. Isto pode ser devido ao dorso ser
uma das partes da carcaça da ave com maior deposição de gordura das aves, assim as
fêmeas demonstraram depositar maior quantidade de gordura do que os machos nesta
região do corpo da ave.
Houve semelhança (P>0,05) entre as linhagens para os valores da b de peso de
proteína do dorso. No entanto, o Pm foi 12,17% (P<0,05) maior e a idade de ximo
crescimento foi 3,68 dias a mais para as aves Ross quando comparadas com as Cobb,
resultando na maior precocidade das aves Cobb em relação as Ross.
Não houve diferença (P>0,05) entre linhagens para os parâmetros de Pm e t*
para peso de gordura no dorso (Tabela 8). No entanto, houve diferença entre sexo
(P<0,05), os machos apresentaram Pm de gordura menor e b menor do que as fêmeas.
Neste caso as fêmeas foram mais tardias para atingir a idade de máximo crescimento
de gordura do dorso quando compradas aos machos.
As aves Ross apresentaram b de água menor (P<0,05) quando comparada com
a Cobb. Para os valores de Pm de cinzas do dorso não houve diferença (P>0,05) entre
as linhagens, contudo, os valores de t* foram (P<0,05) menores para as aves Cobb, o
que influenciou na maior precocidade das aves Cobb em relação às Ross para atingir a
idade de máximo crescimento de cinzas no dorso (Tabela 8).
MOREIRA et al (2004), observaram diferenças no rendimento do dorso, entre as
linhagens Ross e Cobb, o maior rendimento do dorso foi observado com as aves Ross
(21,35%) quando comparada com às Cobb (21,01%). Isto ocorre porque as linhagens
apresentaram diferentes taxas de crescimento do dorso. Neste trabalho, as aves Cobb
apresentaram maior taxa de crescimento do dorso até 21 e 28 dias para machos e
fêmeas, respectivamente. Após está idade foram os machos e fêmeas Ross, que
apresentaram maiores taxas de crescimento do dorso (Tabela 9 e Figura 15). Estas
diferenças observadas nas taxas de crescimento do dorso entre linhagens podem
refletir em pesos maiores do dorso para determinada linhagem e menor para outra.
Neste estudo, observou-se que as aves Cobb apresentaram peso do dorso maior até 42
dias de idade, após esse período o peso do dorso foi maior para as aves Ross.
82
(a)
0
200
400
600
800
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso do dorso (g)
(b)
0
4
8
12
16
20
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 15. Curva e taxa de crescimento do dorso em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.
TABELA 9. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes do dorso de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Idade
(dias)
Taxa de
crescimento
(g/dia)
Proteína
(g/dia)
Gordura
(g/dia)
Água (g/dia) Cinzas (g/dia)
Ross
M F M F M F M F M F
1
1,29 1,35 0,15 0,17 0,05 0,11 1,06 0,88 0,00 0,01
7
3,61 3,49 0,45 0,44 0,29 0,40 2,51 2,58 0,03 0,05
14
7,98 7,13 1,06 0,92 1,07 1,13 4,92 5,18 0,17 0,20
21
12,77 10,69 1,78 1,42 2,36 2,20 7,41 7,00 0,41 0,39
28
16,25 12,89 2,34 1,78 3,62 3,27 9,19
7,32
0,62
0,51
35
17,53 13,32 2,59 1,91
4,33 4,01
9,89
6,47
0,69 0,51
42
16,81 12,32 2,52 1,85
4,38 4,27
9,60 5,13 0,64 0,43
49
14,83 10,55 2,25 1,65 3,93 4,10 8,64 3,79 0,52 0,32
56
12,32 8,55 1,88 1,39 3,25 3,65 7,36 2,67 0,38 0,23
Cobb
M F M F M F M F M F
1
1,58 1,17 0,20 0,21 0,22 0,14 1,11 0,61 0,03 0,00
7
4,27 3,56 0,57 0,51 0,64 0,46 2,83 2,27 0,10 0,01
14
8,80 7,83 1,26 1,01 1,50 1,20 5,57 5,25 0,27 0,17
21
13,02 11,76 1,94 1,48 2,53 2,22 7,98 7,50 0,45 0,55
28
15,30
13,66
2,35 1,76 3,36 3,24
9,15 7,91
0,57
0,74
35
15,31
13,31
2,40 1,81 3,77
3,95 9,01 6,90
0,61
0,63
42
13,71 11,53 2,19 1,66 3,75
4,21
7,97 5,33 0,56 0,42
49
11,37 9,22 1,83 1,42 3,40 4,08 6,55 3,82 0,47 0,25
56
8,93 6,99 1,45 1,15 2,90 3,67 5,11 2,61 0,37 0,14
M= machos , F= fêmeas - maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
83
Segundo MOREIRA et al (2001) e DALANEZI et al (2005) o rendimento do dorso
se mantem estável dos 21 a 49 dias de idade. Como observado neste trabalho, as
maiores taxas de crescimento e deposição de nutrientes no dorso (Figuras 15, 16, 17,
19 e 19 e Tabela 9) ocorreram por volta de 28 a 35 dias de idade.
A linhagem Cobb demostrou ser mais precoce que a Ross para a taxa de
deposição de proteína e gordura do dorso. Observou-se na Figura 16 e 17 e Tabela 9
que as aves Cobb apresentaram maiores taxas de deposição de proteína e gordura a
21 dias, a partir daí as taxas de deposição foram maiores para as aves Ross. Isso
demonstra que as linhagens apresentaram diferentes taxas de deposição de proteína e
gordura no dorso resultando em diferentes pesos do dorso. Verificou-se que no final do
período experimental as aves Ross apresentaram maior peso do dorso, peso de
proteína e gordura do que as aves Cobb.
Como o dorso é uma parte de pouco valor comercial, observou-se, pouco
interesse na seleção genética para incremento desta parte da carcaça do frango. Desse
modo, o maior peso do dorso e a maior deposição de gordura, podem afetar a
rentabilidade do frango quando vendido em partes. O peso do dorso pode ter correlação
negativa com outras partes da carcaça de maior valor comercial.
(a)
0
30
60
90
120
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de PB do dorso (g)
(b)
0
1
2
3
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 16. Curva e taxa de deposição de proteína no dorso de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Segundo ALBINO et al (2000), as fêmeas apresentam menor deposição de
tecido magro e maior teor de gordura corporal, sendo essas diferenças mais
84
acentuadas com o avanço da idade dos frangos. Verifica-se na Figura 17 e Tabela 9
que as fêmeas Ross e Cobb apresentaram taxas de deposição de gordura no dorso
mais tardia do que os machos.
(a)
0
40
80
120
160
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de gordura do dorso (g)
(b)
0
1
2
3
4
5
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 17. Curva e taxa de deposição de gordura no dorso de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
O ponto de inflexão da curva de deposição de água no dorso, ocorreu aos 28
dias para fêmeas Ross e Cobb e machos Cobb e 35 aos para os machos Ross, após
esse período ocorreu uma queda na taxa de crescimento (Figura 18 e Tabela 9).
Segundo RUTZ et al. (1999) e GONZALES & SARTORI (2002), com o avanço da
idade das aves, há um aumento no conteúdo do tecido adiposo e redução na deposição
de proteína corporal, e de água. Neste trabalho também foi observado isto, houve
aumento da deposição de gordura e redução da deposição de água no dorso, a medida
que a ave foi ficando mais velha.
85
(a)
0
150
300
450
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de água do dorso (g)
(b)
0
3
6
9
12
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 18. Curva e taxa de deposição de água no dorso de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
O ponto de inflexão da curva de deposição de cinzas no dorso foi aos 35 dias de
idade para machos e aos 28 dias para as fêmeas de ambas as linhagens. Observou-se
na Figura 19 e Tabela 9 que as fêmeas Cobb após atingir o ponto de inflexão da curva
apresentaram queda mais acentuada na taxa de deposição de cinza no dorso.
(a)
0
5
10
15
20
25
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de cinzas do dorso (g)
(b)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 19. Curva e taxa de deposição de cinzas no dorso de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Os locais de maior taxa de deposição de gordura em frangos de corte, tem sido
na região abdominal, em seguida o dorso e pele. De acordo com RABELLO & COTTA
(1997) as linhagens de frango de corte apresentam diferenças no rendimento de
gordura abdominal e gordura do dorso. Neste trabalho, o peso e deposição de
86
nutrientes no dorso apresentaram diferenças entre as linhagens Ross e Cobb,
observando-se que as aves Ross apresentaram maiores taxas de crescimento do dorso
em relação as Cobb, no entanto, as aves Cobb foram mais precoces.
3.3.5. Crescimento e Deposição de Nutrientes na Asa
Com base nos valores das estimativas dos parâmetros da equação de Gompertz
para peso e deposição de nutrientes da asa (Tabela 10), pode-se observar que houve
interação (P<0,05) entre linhagem e sexo para Pm, b e t* para peso, gordura, água e
cinzas da asa e para Pm e t* de peso de proteína da asa.
TABELA 10- Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
gordura, água e cinzas da asa de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens Machos Fêmeas Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas
PESO
Ross
430,51 Ab 330,09 B 0,051 a 0,052 33,59 Ab 31,71 B
Cobb
462,17 Aa 313,09 B 0,045 Bb 0,052 A 35,97 Aa 30,98 B
PROTEÍNA
Ross
77,44 Aa 52,81 B 0,064 0,060 0,062 a 33,57 Ba 30,46 Aa
Cobb
65,23 Ab 53,78 B 0,055 0,062 0,059 a 31,92 Bb 32,20 Ab
Média
0,059 0,061
GORDURA
Ross
58,08 Ba 69,54 Aa 0,058 Ab 0,045 Bb 35,71 Ba 41,57 Aa
Cobb
47,35 Bb 52,56 Ab 0,070 Aa 0,070 Ba 33,08 Bb 35,15 Ab
ÁGUA
Ross
248,28 Ab 191,67 B 0,054 a 0,053 30,25 b 28,79
Cobb
332,26 Aa 191,84 B 0,040 Bb 0,051 A 37,56 Aa 28,94 B
CINZAS
Ross
27,99 Aa 17,39 Ba 0,052 Bb 0,102 A 38,07 Aa 30,45 Ba
Cobb
14,69 Ab 13,30 Ab 0,088 Aa 0,098 A 29,57 b 27,76 b
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
87
Os machos Cobb apresentaram menor b e maior Pm e t* do que os machos
Ross e fêmeas Cobb, para peso e água da asa. Dessa forma, os machos Cobb foram
mais tardios para atingir a idade de máximo crescimento de peso e água da asa.
Contudo, os machos Ross apresentaram Pm e t* de proteína, gordura e cinzas da asa
maiores do que os machos Cobb e fêmeas Ross (Tabela 10).
Observou-se na Tabela 11 e Figura 20, que as aves Ross apresentaram maiores
taxas de crescimento do que as Cobb. Houve um crescimento acelerado até 28 dias
para fêmeas Cobb e 35 dias para as demais linhagens e sexo, após essa idade houve
uma redução na taxa de crescimento.
TABELA 11. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes de peso da asa de acordo
com a idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Idade
(dias)
Taxa de
crescimento
(g/dia)
Proteína
(g/dia)
Gordura
(g/dia)
Água (g/dia) Cinzas (g/dia)
Ross
M F M F M F M F M F
1
0,60 0,61 0,01 0,04 0,02 0,04 0,52 0,56 0,01 0,00
7
1,76 1,64 0,11 0,14 0,09 0,14 1,42 1,34 0,03 0,00
14
3,95 3,40 0,52 0,35 0,36 0,35 2,91 2,49 0,10 0,04
21
6,24 5,05 1,18 0,64 0,76 0,64 4,24 3,40 0,21 0,34
28
7,72 5,97 1,70 0,91 1,10 0,91
4,88 3,75
0,30
0,63
35
8,06 6,01 1,82
1,09
1,23
1,09 4,77 3,57
0,35
0,59
42
7,45 5,40 1,62
1,14
1,16
1,14
4,17 3,08
0,35
0,40
49
6,34 4,50 1,27 1,09 0,98 1,09 3,38 2,47 0,31 0,23
56
5,09 3,55 0,93 0,96 0,76 0,96 2,60 1,90 0,25 0,12
Cobb
M F M F M F M F M F
1
0,77 0,67 0,08 0,02 0,00 0,00 0,77 0,63 0,00 0,00
7
1,89 1,75 0,27 0,13 0,04 0,02 1,52 1,39 0,01 0,00
14
3,78 3,51 0,66 0,47 0,28 0,20 2,62 2,46 0,10 0,11
21
5,76 5,09 1,06 0,90 0,75 0,67 3,70 3,29 0,33 0,36
28
7,17
5,90
1,29 1,18 1,14 1,17 4,49
3,61 0,47 0,48
35
7,71
5,86
1,30 1,21 1,21 1,36 4,85
3,46 0,43 0,39
42
7,46 5,22 1,16 1,05 1,04 1,23 4,81 3,01 0,31 0,25
49
6,68 4,31 0,95 0,83 0,78 0,96 4,46 2,46 0,20 0,14
56
5,65 3,38 0,73 0,61 0,54 0,68 3,93 1,91 0,11 0,08
M= machos , F= fêmeas e As maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
88
A asa é uma parte da ave com menor valor comercial comparada a coxa,
sobrecoxa e peito, assim maior interesse pelos geneticistas pelo maior
desenvolvimento dos cortes de maior valor comercial. Em experimento realizado por
ROSA (2005) observou que o rendimento da asa foi maior para as linhagens
estabilizadas (8,7%) do que para a melhorada (7,9%). Neste experimento, as linhagens
Cobb e Ross apresentaram maior desenvolvimento dos cortes nobres e menor da asa,
uma vez que são linhagens geneticamente melhoradas.
As maiores taxas de deposição de proteína e água na asa foram observadas nas
aves Ross e machos comparada as aves Cobb e fêmeas, conforme pode ser observado
na Tabela 11 e Figura 21 e 22.
(a)
0
100
200
300
400
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da asa (g)
(b)
0
3
6
9
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 20. Curva e taxa de crescimento da asa em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.
(a)
0
20
40
60
80
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de proteína da asa (g)
(b)
0
1
2
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 21. Curva e taxa de deposição de proteína na asa de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
89
(a)
0
50
100
150
200
250
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de água na asa (g)
(b)
0
2
4
6
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 22. Curva e taxa de deposição de água na asa de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
O ponto de inflexão da curva de deposição de gordura da asa ocorreu aos 35
dias para machos e fêmeas Cobb e machos Ross e 42 dias para fêmeas Ross (Tabela
11 e Figura 23). A partir dessa idade as fêmeas apresentaram maior taxa de deposição
de gordura da asa que os machos, isto demonstra que os machos foram mais precoces
na taxa de deposição de gordura na asa do que as fêmeas.
(a)
0
10
20
30
40
50
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de gordura na asa (g)
(b)
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 23. Curva e taxa de deposição de gordura na asa de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
O ponto de inflexão da curva de deposição de cinza na asa foi aos 35 dias para
machos Ross e 28 dias para machos e fêmeas Cobb e fêmeas Ross (Tabela 11 e
Figura 24).
90
(a)
0
4
8
12
16
20
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de cinzas da asa (g)
(b)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 24. Curva e taxa de deposição de cinzas na asa de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Os parâmetros da equação de Gompertz para crescimento da asa não diferiram
entre as linhagens. Observou-se que a taxa de crescimento e deposição da asa foram
em torno de 28 e 35 dias. Desse modo, o desenvolvimento da asa ocorreu mais cedo
do que outras partes da carcaça da ave.
3.3.6. Crescimento e Deposição de Nutrientes no Pescoço
Na tabela 12 são apresentados os valores estimados dos parâmetros da
equação de Gompertz para peso, proteína, gordura, água e cinzas do pescoço. Para
Pm, b e t* houve interação (P<0,05) entre linhagens e sexo para peso, proteína e água
do pescoço e t* de cinzas do pescoço. As fêmeas Ross apresentam menor Pm e t* e
maior b de peso e água do pescoço do que os machos Ross e fêmeas Cobb. No
entanto, para peso de proteína do pescoço foram às fêmeas Cobb que apresentaram
menor Pm e t* e maior b do que os machos Cobb e fêmeas Ross.
As aves Cobb apresentaram maior Pm de gordura do pescoço e menor b
(P<0,05) quando comparadas com as aves Ross, influenciando na maior precocidade
das aves Ross para peso de gordura do pescoço. Contudo, as aves Ross apresentaram
Pm e b de peso de cinzas no pescoço maior (P<0,05) do que a Cobb.
91
Entre sexo, os machos apresentaram maior Pm e menor b do que as fêmeas,
resultando em maior precocidade das fêmeas para atingir a idade de máximo
crescimento de peso de gordura e cinzas do pescoço.
TABELA 12- Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
gordura, água e cinzas da pescoço de frangos de corte machos e meas
das linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média
PESO
Ross
294,78 A 202,63 Bb
0,044 B 0,050 Aa 39,36 A 34,06 Bb
Cobb
312,46 278,86 a 0,039 0,037 b 40,49 42,60 a
PROTEÍNA
Ross
26,21 b 25,75 0,771 Aa 0,063 B 30,70 b 33,64
Cobb
35,22 Aa 23,72 B 0,044 b 0,053 36,47 Aa 32,46 B
GORDURA
Ross
59,47 43,54 51,51 b 0,049 0,065 0,057 a 39,04 32,80 35,92 b
Cobb
65,95 48,74 57,34 a 0,043 0,051 0,047 b 40,29 36,29 38,29 a
Média
62,71 A 46,14 B 0,046 B 0,058 A 39,67 A 34,54 B
ÁGUA
Ross
177,05 A 122,17 Bb
0,042 0,045 a 39,32 A 34,33 Bb
Cobb
172,45 A 142,28 Ba
0,041 A 0,036 Bb 37,66 38,88 a
CINZAS
Ross
4,85 3,58 4,21 a 0,088 0,118 0,103 a 31,25 A 28,10 Ba
Cobb
4,57 3,01 3,79 b 0,062 0,091 0,076 b 30,30 A 23,99 Bb
Média
4,71 A 3,29 B 0,074 B 0,104 A
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
Conforme demonstrado na Tabela 13 e Figura 25, as fêmeas Ross apresentaram
maiores taxas de crescimento do pescoço entre 21 a 35 dias, após esse período as
maiores taxas de crescimento foram para as meas Cobb. Contudo, os machos Cobb
apresentaram maiores taxas de crescimento do pescoço até 14 dias dias de idade,
92
sendo que após esse período os machos Ross tiveram as maiores taxas de
crescimento do pescoço.
As taxas de deposição de proteína no pescoço foram superiores para os machos
Ross de 21 a 35 dias de idade, comparados aos machos Cobb, conforme pode ser
observado na Tabela 13 e Figura 26. As fêmeas Cobb apresentaram maior taxa de
deposição até 21 dias e após este período foram às fêmeas Ross que apresentaram
maior taxa de deposição.
TABELA 13. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes do pescoço de acordo com
a idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Idade
(dias)
Taxa de
crescimento
(g/dia)
Proteína
(g/dia)
Gordura
(g/dia)
Água (g/dia) Cinzas (g/dia)
Ross
M F M F M F M F M F
1
0,32 0,29 0,00 0,01 0,03 0,01 0,26 0,29 0,00 0,00
7
0,86 0,83 0,03 0,04 0,12 0,07 0,61 0,62 0,00 0,00
14
1,88 1,81 0,20 0,18 0,33 0,32 1,20 1,13 0,02 0,01
21
3,09 2,85 0,52 0,39 0,63 0,71 1,85 1,61 0,09 0,10
28
4,10 3,53
0,73
0,55 0,90 0,99 2,38 1,92
0,15 0,16
35
4,66
3,71
0,71
0,59
1,05
1,04
2,67
2,01 0,15
0,12
42
4,72
3,47 0,56 0,53
1,06
0,90
2,70
1,91 0,11 0,07
49
4,39 2,98 0,39 0,42 0,97 0,70 2,53 1,69 0,07 0,03
56
3,85 2,42 0,25 0,31 0,82 0,50 2,24 1,42 0,04 0,02
Cobb
M F M F M F M F M F
1
0,52 0,46 0,06 0,03 0,07 0,04 0,34 0,40 0,00 0,00
7
1,11 0,93 0,14 0,10 0,18 0,13 0,72 0,69 0,02 0,01
14
2,05 1,67 0,28 0,23 0,40 0,34 1,33 1,08 0,05 0,06
21
3,07 2,48 0,43 0,37 0,66 0,61 1,94 1,45 0,08
0,10
28
3,91 3,18 0,53 0,45 0,88 0,82 2,40 1,73
0,10 0,10
35
4,40 3,63
0,57 0,46
1,01
0,91 2,61
1,87
0,10
0,07
42
4,50 3,78
0,56 0,41
1,04
0,88 2,59
1,88
0,08 0,04
49
4,29 3,69 0,50 0,34 0,98 0,77 2,39 1,78 0,06 0,03
56
3,87 3,41 0,43 0,27 0,87 0,63 2,09 1,61 0,05 0,01
M= machos , F= fêmeas - maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
93
(a)
0
40
80
120
160
200
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso do Pescoço (g)
(b)
0
1
2
3
4
5
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 25. Curva e taxa de crescimento do pescoço de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb.
0
5
10
15
20
25
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de PB do Pescoço (g)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 26. Curva e taxa de deposição de proteína no pescoço de machos e fêmeas
de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Segundo BUTTERWITH (1997) as diferenças nas taxas de deposição de gordura
ocorrem principalmente devido a fatores genéticos. CAHANER et al. (1986) observaram
maior peso relativo do tecido adiposo do pescoço na linhagem selecionada para alta
quantidade de gordura. Observou-se neste trabalho (Figura 27 e Tabela 13), que houve
aumento nas taxas de deposição da gordura do pescoço até 42 dias para os machos e
35 dias para as fêmeas. Neste caso, as fêmeas foram mais precoces para atingir a
idade de máxima deposição de gordura do pescoço quando comparada com os
machos.
Os machos apresentaram maiores taxas de deposição de gordura comparadas
às fêmeas, conforme demonstrado por CAHANER et al (1986).
94
(a)
0
15
30
45
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da gordura do pescoço (g)
(b)
0,0
0,4
0,8
1,2
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 27. Curva e taxa de deposição de gordura no pescoço de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Verificou-se na Tabela 13 e Figura 28, que os machos Cobb e fêmeas Ross
apresentaram maiores taxas de deposição de água no pescoço até 28 e 42 dias dias,
respectivamente. Após essa idade as maiores taxas de deposição foram a dos machos
Ross e fêmeas Cobb.
(a)
0
40
80
120
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da água do pescoço (g)
(b)
0
1
2
3
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 28. Curva e taxa de deposição de água no pescoço de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Na Tabela 13 e Figura 29, observou-se que houve um crescimento acelerado na
taxa de deposição de cinzas do pescoço até 35 dias para machos Cobb e 28 dias para
as demais aves, reduzindo após esta idade.
95
(a)
0
1
2
3
4
5
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de cinzas do pescoço (g)
(b)
0,00
0,06
0,12
0,18
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 29. Curva e taxa de deposição de cinzas no pescoço de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Ficou evidente neste estudo que as taxas de crescimento e deposição de
nutrientes no pescoço foram diferentes entre as linhagens estudadas e o sexo. As aves
Cobb apresentaram desenvolvimento e deposição de gordura do pescoço mais tardio.
Contudo, as aves Ross tiveram deposição de cinzas do pescoço mais precoces e
deposição de proteína do pescoço mais tardio.
3.3.7. Crescimento e Deposição de Nutrientes na Cabeça
Os valores das estimativas dos parâmetros da equação de Gompertz para peso
e deposição de nutrientes da cabeça de frangos de corte são apresentados na Tabela
14. Houve interação (P<0,05) entre de linhagens e sexo, para Pm, b e t* de peso de
gordura e água, b de peso da cabeça e t* de proteína da cabeça. Os machos Ross
apresentaram menor b diferindo tanto das fêmeas Ross e como dos machos Cobb.
Para peso de proteína da cabeça, as fêmeas Cobb e machos Ross apresentam t* de
proteína da cabeça maior do que fêmeas Ross e machos Cobb.
Os machos Ross apresentaram maior Pm e t* e menor b para peso de gordura e
água da cabeça quando comparados com os machos Cobb e fêmeas Ross. Desse
modo, os machos Ross foram mais tardios para atingir a idade de ximo crescimento
da cabeça.
96
TABELA 14- Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para o peso, proteína,
gordura, água e cinzas da cabeça de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média
PESO
Ross
134,58 85,33 109,95 a
0,036 Bb
0,043 A 33,89 26,09
29,98 a
Cobb
122,16 83,48 102,81 b
0,041 a 0,043 29,62 24,33
26,97 b
Média
128,37 A 84,40 B 31,75 A 25,21 B
PROTEÍNA
Ross
24,14 14,52 19,33 0,046 0,041 0,043 37,91 31,84
Cobb
23,72 20,34 22,02 0,047 0,043 0,045 36,06 41,07
Média
23,93 A 17,42 B 0,046 A 0,042 A
GORDURA
Ross
14,74 Aa 10,07 B 0,040B 0,062 A 41,54 Aa
31,80 B
Cobb
13,78 Ab 10,19 B 0,044 B 0,059 A 38,45 Ab
31,57 B
ÁGUA
Ross
84,99 A 51,29 B 0,037 Bb
0,042 A 30,11 Aa
20,83 B
Cobb
81,37 A 55,84 B 0,044 a 0,044 26,56 Ab
21,85 B
CINZAS
Ross
6,78 5,34 6,06 b 0,068 0,047 0,057 a 35,85 34,88
35,36 b
Cobb
12,59 6,94 9,77 a 0,037 0,032 0,034 b 52,05 46,48
49,26 a
Média
9,68 A 6,14 B 0,052 A 0,039 B 43,94 40,69
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
Houve diferença (P<0,05) entre linhagens para todos os parâmetros da equação
de Gompertz para peso e cinzas da cabeça. O Pm e t* do peso da cabeça foram
maiores para as aves Ross, contudo as aves Cobb apresentaram maior b, resultando
em maior idade de ximo crescimento a para a Ross, o que conduziu na maior
precocidade das aves Cobb. O contrário aconteceu para peso de cinzas na cabeça,uma
vez que as aves Cobb apresentaram maiores valores de Pm (9,06g) e menores de b
(0,0347) comparadas com as Ross (6,059g Pm e 0,057 de b). Desse modo, as aves
97
Ross (13,9 dias) atingiram a idade de máximo crescimento de cinzas na cabeça mais
precoces.
Entre as linhagens os valores de Pm e b de proteína da cabeça foram
semelhantes (P>0,05). No entanto, houve diferença entre sexo (P<0,05) para Pm e b de
proteína da cabeça, os machos apresentaram Pm maior e b menor do que as fêmeas
(Tabela 14).
Observou-se na Tabela 15 e Figura 30 que a taxa de crescimento da cabeça foi
maior para as aves Cobb até atingir o ponto de inflexão da curva de crescimento,
comparada às Ross. Após essa idade as aves Cobb apresentaram redução mais
acelerada na taxa de crescimento da cabeça.
Conforme a Tabela 15 e Figura 31, os machos Cobb apresentaram maior taxa de
deposição de proteína na cabeça comparados aos machos Ross. No entanto, as
fêmeas das duas linhagens apresentaram taxas de deposição semelhantes até 21 dias
de idade, após esse período as fêmeas Cobb apresentaram maiores taxas do que as
Ross. Isto resultou em pesos de proteína da cabeça semelhantes entre as linhagens
aos 56 dias de idade das aves.
(a)
0
25
50
75
100
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
P e s o d a C a b e ç a ( g )
(b)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 30. Taxa de crescimento da cabeça em machos e fêmeas de frangos de corte
das linhagens Ross e Cobb.
98
TABELA 15. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes de peso da cabeça de
acordo com a idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Idade
(dias)
Taxa de
crescimento
(g/dia)
Proteína
(g/dia)
Gordura
(g/dia)
Água (g/dia) Cinzas (g/dia)
Ross
M F M F M F M F M F
1
0,60 0,57 0,028 0,061 0,020 0,005 0,50 0,48 0,000 0,009
7
0,92 0,86 0,076 0,103 0,046 0,028 0,71 0,68 0,003 0,023
14
1,28 1,15 0,168 0,155 0,089 0,092 0,92 0,83 0,025 0,047
21
1,57 1,32 0,274 0,195 0,138 0,173 1,08
0,88
0,081 0,071
28
1,74
1,35
0,359 0,216 0,180 0,223
1,14
0,84 0,143 0,087
35
1,78
1,27
0,400 0,217
0,207
0,225
1,13 0,74
0,169 0,092
42
1,71 1,12 0,398 0,203
0,214
0,195 1,05 0,61 0,157 0,088
49
1,57 0,94 0,363 0,180 0,206 0,152 0,94 0,49 0,125 0,077
56
1,39 0,77 0,311 0,153 0,187 0,111 0,82 0,38 0,091 0,064
Cobb
M F M F M F M F M F
1
0,63 0,64 0,032 0,018 0,017 0,008 0,49 0,50 0,004 0,013
7
1,00 0,92 0,087 0,050 0,045 0,036 0,76 0,69 0,012 0,023
14
1,40 1,18 0,187 0,114 0,095 0,101 1,04 0,85 0,032 0,037
21
1,69
1,31
0,297 0,194 0,151 0,174 1,21
0,90
0,063 0,052
28
1,80 1,31
0,378 0,265 0,197 0,216
1,24
0,87 0,099 0,066
35
1,77 1,21
0,410
0,310
0,220 0,217
1,17 0,79 0,134 0,076
42
1,62 1,05 0,396
0,322 0,220
0,189 1,04 0,67 0,158
0,081
49
1,41 0,88 0,352 0,305 0,203 0,150 0,88 0,55
0,170 0,081
56
1,19 0,71 0,295 0,272 0,176 0,112 0,71 0,44
0,170
0,078
M= machos , F= fêmeas - maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
(a)
0
6
12
18
24
30
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de Proteína na
Cabeça (g)
(b)
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 31. Curva e taxa de deposição de proteína na cabeça de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
99
As aves Cobb foram mais precoces do que as Ross para as taxa de crescimento
e deposição de gordura (Figura 32) da cabeça e mais tardias para deposição de água
(Figura 32) e cinzas (Figura 33), quando comparadas com as Ross. Isto resultou em
maior peso de água e cinzas e menor peso de gordura para as aves Cobb e
semelhantes peso e proteína da cabeça entre as linhagens, ao final do período
experimental.
Os machos foram mais tardios para atingir a taxa de crescimento e deposição de
nutrientes na cabeça do que as fêmeas. Isto resultou em peso, proteína, gordura, água
e cinzas da cabeça maior para os machos aos 56 dias de idade. Isto possivelmente
ocorreu porque os machos apresentam desenvolvimento das características sexuais
secundárias, como crista e barbela.
(a)
0
2
4
6
8
10
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de gordura na Cabeça
(g)
(b)
0,00
0,15
0,30
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 32. Curva e taxa de deposição de gordura na cabeça de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb..
(a)
0
20
40
60
80
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da água da cabeça (g)
(b)
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 33. Curva e taxa de deposição de água na cabeça de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
100
(a)
0
2
4
6
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da Cinzas na Cabeça (g)
(b)
0,00
0,06
0,12
0,18
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 34. Curva e taxa de deposição de cinzas na cabeça de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
3.3.8. Crescimento e Deposição de Nutrientes nos Pés
Os parâmetros estimados pela equação de Gompertz para peso e deposição de
nutrientes nos pés estão relacionados na Tabela 16. Não houve interação (P>0,05)
entre linhagens e sexo para Pm, b e t* do peso dos pés. No entanto, os valores de Pm,
b e t* de proteína e b de gordura, água e cinzas apresentaram efeito (P<0,05) dentro de
linhagens e sexo. Os valores de Pm e t* de proteína foram menores e b maiores para
fêmeas Cobb quando comparada com as fêmeas Ross e machos Cobb.
Para peso de gordura as fêmeas Cobb apresentaram b maior do que as fêmeas
Ross e machos Cobb, no entanto para peso de água e cinzas as fêmeas Ross
apresentaram maior valor de b quando comparado com os machos Ross e fêmeas
Cobb.
101
TABELA 16- Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
gordura, água e cinzas dos s de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média
PESO
Ross
207,52 113,1 160,32 0,048 0,055 0,051 a 32,72 26,32 29,52
Cobb
205,64 108,5 157,07 0,044 0,054 0,049 b 33,66 25,73 29,69
Média
206,58 A 110,81 B 0,046 B 0,054 A 33,19 A 26,02 B
PROTEÍNA
Ross
33,67 A 25,31 Ba 0,061 0,052 b 29,43 30,64 a
Cobb
35,81 A 18,81 Bb 0,056 B 0,066 Aa 30,72 A 24,56 Bb
GORDURA
Ross
19,98 14,96 17,47 a 0,056 b 0,058 b 34,79 33,67 34,23 a
Cobb
15,92 11,40 13,66 b 0,086 Ba 0,108 Aa 29,46 27,83 28,64 b
Média
17,95 A 13,18 B 32,12 A 30,75 B
ÁGUA
Ross
136,35 60,00 98,16 0,046 B 0,069 Aa 33,05 21,40 27,22 b
Cobb
130,40 65,33 97,87 0,041 B 0,053 Ab 33,61 24,01 28,81 a
Média
133,36 A 62,66 B 33,33 A 22,71 B
CINZAS
Ross
14,67 9,25 11,97 a 0,051 B 0,073 Aa 37,04 32,37 34,70
Cobb
12,03 7,89 9,76 b 0,046 0,047 b 36,75 30,52 33,64
Média
13,35 A 8,37 B 36,89 A 31,45 B
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
Os valores de Pm e t* dos pés não diferiram (P>0,05) entre as linhagens, a b
foi (P<0,05) menor para as aves Cobb (0,049) do que para as Ross (0,051).
Para Pm, b e t* de gordura dos s apresentaram diferenças (P<0,05) entre
linhagens. As aves Ross apresentaram Pm e t* de gordura dos pés maior e b menor do
que as Cobb. Por apresentarem as maiores b, as aves Cobb atingiram a idade de
máximo crescimento mais rapidamente do que as Ross, resultando em aves mais
precoces.
102
O Pm da água nos pés foi semelhante (P>0,05) entre as linhagens. No entanto,
as aves Cobb apresentaram maior (P<0,05) t*, comparadas às aves Ross. Indicando
que as aves Ross foram mais precoces para atingir a idade de máximo crescimento da
água dos pés.
Para peso da cinza dos pés houve diferença (P<0,05) para os parâmetros Pm.
As aves Ross tiveram maior Pm do que as Cobb. No entanto, a t* de peso de cinza dos
pés foi semelhante (P>0,05) entre as linhagens.
Na Tabela 17 e Figuras 35, 36, 37, 38 e 39 são apresentadas as taxas de
crescimento e deposição de nutrientes dos pés de frangos de corte, das linhagens Ross
e Cobb, machos e fêmeas.
(a)
0
40
80
120
160
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso dos Pés (g)
(b)
0
1
2
3
4
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 35. Curva e taxa de crescimento dos pés de machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.
As aves Ross apresentaram maior taxa de crescimento (Figura 35) e deposição
de proteína (Figura 36), gordura (Figura 37), água (Figura 38) e cinzas dos pés (Figura
39), quando comparada com as aves Cobb. Isso demonstra que a Ross apresentou
melhor estrutura de pés que a Cobb, podendo influenciar no desempenho dos animais,
pois a estrutura dos pés é importante para suportar o peso das aves. Foi observado
neste experimento que as aves da linhagem Cobb tiveram maior tendência a apresentar
problemas de pernas quando comparadas com as Ross, apesar desses dados não
terem sido avaliados. As aves apresentavam-se com entortamento dos s em função
do peso. Ou seja, uma curvatura da porção proximal da tíbia, desse modo as aves
apresentaram dificuldades de caminhar e levantar.
103
TABELA 17. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes dos pés de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Idade
(dias)
Taxa de
crescimento
(g/dia)
Proteína
(g/dia)
Gordura
(g/dia)
Água (g/dia) Cinzas (g/dia)
Ross
M F M F M F M F M F
1
0,48 0,46 0,04 0,06 0,01 0,01 0,36 0,29 0,01 0,00
7
1,11 1,00 0,16 0,15 0,05 0,04 0,76 0,75 0,03 0,01
14
2,10 1,71 0,41 0,29 0,15 0,12 1,37 1,30 0,10 0,06
21
3,02 2,17 0,65 0,41 0,28 0,22 1,91
1,51
0,18 0,16
28
3,55
2,27 0,75 0,48
0,38 0,30 2,23 1,38 0,24
0,24
35
3,63
2,07 0,72 0,47
0,41 0,32 2,28
1,09
0,27 0,24
42
3,35 1,72 0,60 0,42 0,38 0,29 2,13 0,79
0,27
0,20
49
2,88 1,34 0,46 0,34 0,32 0,24 1,86 0,53 0,24 0,15
56
2,35 1,00 0,33 0,27 0,25 0,18 1,54 0,35 0,19 0,10
Cobb
M F M F M F M F M F
1
0,56 0,49 0,05 0,05 0,00 0,00 0,44 0,40 0,02 0,03
7
1,15 1,03 0,17 0,16 0,01 0,00 0,80 0,73 0,04 0,05
14
2,00 1,68 0,40 0,34 0,12 0,06 1,28 1,07 0,09 0,09
21
2,76 2,08 0,62
0,45
0,36 0,32 1,68
1,25
0,14 0,12
28
3,22
2,14 0,73 0,45 0,50 0,45
1,92 1,24 0,19
0,14
35
3,33
1,94 0,72 0,38 0,46 0,36
1,98
1,10
0,20
0,13
42
3,14 1,61 0,63 0,29 0,33 0,21 1,88 0,91
0,20
0,12
49
2,77 1,25 0,50 0,20 0,21 0,11 1,68 0,71 0,18 0,10
56
2,33 0,94 0,38 0,14 0,13 0,06 1,44 0,53 0,15 0,08
M= machos , F= fêmeas - maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
(a)
0
5
10
15
20
25
30
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da PB dos pés (g)
(b)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 36. Curva e taxa de deposição de proteína nos pés de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
104
Apesar dos pés não representarem um corte de alto valor comercial, é importante
para o desenvolvimento corporal das aves. Atualmente uma das dificuldades
enfrentadas na criação de frangos têm sido os problemas de pés e pernas que tem
comprometido o desempenho e a produtividade dos lotes.
Segundo RATH et al. (2000) o rápido crescimento do frango e a falta de
maturidade do desenvolvimento dos ossos é um passo para crescimento total, desse
modo geralmente o excesso de peso e predisposição dos ossos para deformidade e
fragilidade, são as principais causas dos problemas de pernas em aves. Neste trabalho,
as aves Cobb foram mais precoces para atingir a taxa de crescimento corporal, no
entanto, a taxa de crescimento e deposição nos pés foram mais tardios.
Consequentemente, a estrutura dos pés tende a não suportar o peso corporal das aves,
isto pode ser a principal causa dos problemas de pés.
(a)
0
4
8
12
16
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de gordura dos pés (g)
(b)
0,0
0,2
0,4
0,6
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 37. Curva e taxa de deposição de gordura nos pés de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
105
(a)
0
30
60
90
120
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da água dos pés (g)
(b)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 38. Curva e taxa de deposição de água nos pés de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
(a)
0
3
6
9
12
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso das cinzas dos pés (g)
(b)
0,0
0,1
0,2
0,3
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 39. Curva e taxa de deposição de cinzas nos pés de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
3.3.9. Equações alométricas das partes da carcaça
As equações alométricas das partes o de extrema importância para facilitar o
trabalho dos técnicos da área avícola, através do peso protéico corporal do animal
pode-se estimar o peso das partes. Além de determinar qual a exigência liquida dos
nutrientes para cada uma das partes, através da derivada da equação alométrica.
Quando as equações alométricas são obtidas através do peso protéico são mais
precisas, por eliminarem as variações de penas e gordura corporal relacionada a
alimentação, entre outras como linhagens e sexo. No entanto, a elaboração de
equações alométricas em relação ao peso vivo é um método mais prático para predizer
106
o peso de partes e deposição de nutrientes corporais. Com base nisso, neste trabalho
foram realizadas as equações alométricas de peso das partes em relação ao peso vivo
em jejum e peso protéico corporal das aves.
Na Tabela 18 estão demonstradas as equações de regressão linear logaritimicas
do peso da coxa, peito e sobrecoxa em função do peso protéico e peso vivo em jejum,
de frangos de corte de duas linhagens comerciais.
TABELA 18 - Equações alométrica do peso da coxa (Cx), peito (Pto), sobrecoxa (Sobre),
em função do peso protéico corporal (PB) e peso vivo (PVJ), de machos e
fêmeas de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Linhagens e
Sexo
Peso Proteíco Corporal (PB) Peso vivo (PVJ*)
COXA (Cx) COXA (Cx)
Ross Macho Cx = -0,26 + 1,02PB Cx = -1,17 + 1,053PVJ
Ross Fêmea Cx = -0,26 + 1,07PB Cx = -1,19 + 1,05PVJ
Cobb Macho Cx = -0,29 + 1,03PB Cx = -1,22 + 1,07PVJ
Cobb Fêmea Cx = -0,32 + 1,03PB Cx = -1,20 + 1,05PVJ
SOBRECOXA (Sobre) SOBRECOXA (Sobre)
Ross Macho Sobre = -0,24 + 1,04PB Sobre = -1,17 + 1,08PVJ
Ross Fêmea Sobre = -0,57 + 1,05PB Sobre = -1,23 + 1,09PVJ
Cobb Macho Sobre = -0,31 + 1,07PB Sobre = -1,26 + 1,11PVJ
Cobb Fêmea Sobre = -0,31 + 1,07PB Sobre = -1,23 + 1,09PVJ
PEITO (Pt) PEITO (Pt)
Ross Macho Pt =-0,49 + 1,27PB Pt =-1,63 + 1,31PVJ
Ross Fêmea Pt = -0,53 + 1,30PB Pt = -1,73 + 1,35PVJ
Cobb Macho Pt = -0,57 + 1,30PB Pt = -1,75 + 1,35PVJ
Cobb Fêmea Pt = - 0,60 + 1,32PB Pt = - 1,73 + 1,35PVJ
*PVJ- peso vivo em jejum de 24 horas.
Observou-se que o crescimento da coxa e sobrecoxa foram proporcionais ao
peso protéico e peso vivo do animal, apresentando semelhança entre as linhagens e
sexo. Verificou-se (Tabela 18) maior coeficiente alométrico do peito e da coxa para as
107
aves da linhagem Cobb, da sobrecoxa para os machos Cobb e fêmeas Ross. Estes
resultados estão semelhantes aos encontrados por MARUYAMA et al. (1999) quando
estudaram o padrão de crescimento de quatro linhagens de patos. Estes autores
observaram que os coeficientes de crescimento alométrico para o sculo peitoral em
todas as linhagens foram maiores do que 1,0, indicando que o músculo peitoral estava
crescendo mais lento do que todo o corpo, durante o período de 4 a 53 dias de idade.
Para perna e músculo da coxa o coeficiente de crescimento alométrico foi menor do que
1,0 em todas as linhagens, indicando que os músculos da perna e coxa cresceram mais
rápido em relação ao corpo todo.
Na Tabela 19 estão demonstradas as equações de regressão linear logaritimicas
do peso da asa, cabeça, dorso, pescoço e pés em função do peso protéico e peso vivo
em jejum, de frangos de corte de duas linhagens comerciais.
De acordo com as equações, à medida que as aves ganharam peso houve
aumento na proporção de ganho da asa e o peso do dorso acompanhou o ganho de
peso corporal, no entanto, houve redução no peso da cabeça, pés e pescoço. Isto
confirma com os dados encontrados na literatura que o peso relativo da cabeça, pés e
pescoço são maiores na fase inicial de criação das aves.
Os resultados encontrados neste trabalho apresentam grande importância para o
setor avícola, pois os modelos matemáticos utilizados para determinar as curvas de
crescimento e as equações alométricas, são formas práticas, que visam estimar o peso
e deposição de nutrientes das partes da carcaça das aves Ross e Cobb, de ambos os
sexos. Além de estimar a melhor idade de abate do frango de corte de acordo com o
objetivo de comercialização, também contribuem fornecendo dados para outras
pesquisas e formação de programas de gerenciamento, que podem predizer as
exigências das aves, facilitando a seleção, possibilitando a obtenção do peso e idade
de abate desejáveis. Atendendo desta foram à necessidade das empresas avícolas,
contribuindo na redução dos custos de produção.
108
TABELA 19 - Equações alométricas do peso da asa (Asa), cabeça (Cab), dorso (Dorso),
pescoço (Pesc) e pés (Pes)) em função do peso protéico corporal (PB) e
peso vivo (PVJ), de machos e fêmeas de frangos de corte das linhagens
Ross e Cobb.
Linhagens e
Sexo
Peso Proteíco Corporal (PB) Peso vivo (PVJ*)
ASA (Asa) ASA (Asa)
Ross Macho Asa = -0,48 + 1,07PB Asa = -1,43 + 1,11PVJ
Ross Fêmea Asa = -0,47 + 1,07PB Asa = -1,45 + 1,11PVJ
Cobb Macho Asa = -0,52 + 1,08PB Asa = -1,49 + 1,12PVJ
Cobb Fêmea Asa = -0,52 + 1,08PB Asa = -1,45 + 1,11PVJ
CABEÇA (Cab) CABEÇA (Cab)
Ross Macho Cab = 0,30 + 0,56PB Cab = -0,20 + 0,58PVJ
Ross Fêmea Cab = 0,30 + 0,54PB Cab = -0,21 + 0,57PVJ
Cobb Macho Cab = 0,03 + 0,01PB Cab = -0,22 + 0,59PVJ
Cobb Fêmea Cab = 0,29 + 0,55PB Cab = -0,19 + 0,56PVJ
DORSO (Dorso) DORSO (Dorso)
Ross Macho Dorso =0,06 + 0,98PB Dorso =-0,81 + 1,01PVJ
Ross Fêmea Dorso = 0,05 + 0,98PB Dorso = -0,86 + 1,02PVJ
Cobb Macho Dorso = 0,03 + 0,99PB Dorso = -0,87 + 1,03PVJ
Cobb Fêmea Dorso = - 0,32 + 1,03PB Dorso = -1,20 + 1,05PVJ
PÉS (Pes) PÉS (Pes)
Ross Macho Pes = -0,27 + 0,87PB Pes = -1,05 + 0,90PVJ
Ross Fêmea Pes = -0,20 + 0,81PB Pes = -0,95 + 0,84PVJ
Cobb Macho Pes = -0,29 + 0,86PB Pes = -1,07 + 0,90PVJ
Cobb Fêmea Pes = -0,25 + 0,82PB Pes = -0,95 + 0,84PVJ
PESCOÇO (Pesc) PESCOÇO (Pesc)
Ross Macho Pesc = -0,27 + 0,88PB Pesc = -1,05 + 0,91PVJ
Ross Fêmea Pesc = -0,29 + 0,89PB Pesc = -1,11 + 0,92PVJ
Cobb Macho Pesc = -0,25 + 0,87PB Pesc = -1,03 + 0,90PVJ
Cobb Fêmea Pesc = -0,34 + 0,91PB Pesc = -1,16 + 0,92PVJ
109
3.4. CONCLUSÕES
Houve semelhança na taxa de crescimento e deposição de nutrientes para o
peito entre as linhagens estudadas, exceto para peso de proteína, sendo que as aves
Ross foram mais tardias do que a Cobb para essa característica.
A Cobb foi mais precoce na taxa de crescimento e deposição de nutrientes da
coxa, dorso e cabeça. No entanto, a Ross apresentou maior potencial de crescimento
de asa, pescoço, sobrecoxa e pés.
Através destes resultados podemos concluir que as linhagens de frango de corte
estudadas, apresentaram diferenças nas taxas de crescimento e deposição de
nutrientes nas partes da carcaça de frangos de corte. Desse modo, as exigências
nutricionais destes animais também serão diferentes.
3.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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113
CAPÍTULO 4
CRESCIMENTO E DEPOSIÇÃO DE NUTRIENTES NOS ÓRGÃOS DE FRANGOS DE
CORTE DE DUAS LINHAGENS COMERCIAIS
3
.
Simara Márcia Marcato
2
e Nilva Kazue Sakomura
3
RESUMO- O objetivo deste trabalho foi estudar o perfil de crescimento e deposição de
nutrientes dos órgãos (coração, fígado, moela, intestino e proventrículo) das linhagens
Ross e Cobb, machos e fêmeas de frangos de corte. Foram utilizados 1920 pintos de
corte, alojados em boxes de galpão experimental em piso. O delineamento experimental
foi inteiramente casualizado, fatorial (2 x 2), 4 repetições de 120 aves cada. As aves
foram alimentadas com rações formuladas para atender suas exigências nutricionais
em cada fase de criação. As aves foram pesadas e abatidas semanalmente (1 a 56
dias), o abate foi realizado após um jejum de 24 horas. As aves foram evisceradas e os
órgãos pesados, identificados, moídos, liofilizados. Após as amostras foram
encaminhadas para as análises laboratoriais. Os parâmetros de peso e dos
componentes dos órgãos (água, cinzas, proteína e gordura) obtidos semanalmente
foram estimados em função da equação de Gompertz, e as taxas de crescimento
determinadas por meio das derivadas das equações. Não houve diferença significativa
entre as linhagens na taxa de crescimento e deposição de nutrientes no coração. As
aves Ross foram mais precoces no crescimento e deposição de água e cinzas no
fígado, sendo possível inferir que a Ross apresenta maior atividade metabólica na
digestão e síntese de nutrientes. No entanto, a Cobb foi mais precoce no
desenvolvimento do intestino e crescimento e deposição de nutrientes no proventrículo.
Entre sexos, os machos foram mais precoces na taxa de crescimento e deposição de
proteína, gordura e água na moela, comparado às fêmeas.
Palavras chaves: Frangos de corte, curvas de crescimento, crescimento de partes,
deposição de nutrientes, peito, coxa, sobrecoxa.
3
Parte da Tese de Doutorado do primeiro autor
2
. Zootecnista, aluna do curso de Pós Graduação da FCAV-UNESP-Jaboticabal
3
. Orientadora, Prof
a
. Dr
a
. do Departamento de Zootecnia, UNESP, Jaboticabal.
114
GROWTH AND NUTRIENTS DEPOSITION ON ORGANS OF TWO BROILER
CHICKENS STRAINS
ABSTRACT The objective of this work was to study the profile of growth and nutrients
deposition of organs (hart, liver, gizzard, intestine and proventriculum) in Ross and Cobb
male and female broilers chicken. There were used 1920 broiler chicks raised in shed
lodged experimental floor boxes. The experimental design was randomized in a factorial
model (2 x 2), with 4 repetitions of 120 birds each. The birds were fed with diets
formulated to supply the nutrient requirements according to each breeding phase. After
24 hours of fasting, the birds were weighed and slaughtered weekly (1 to 56 days). The
birds were eviscerated and the organs were weighed, identified, crushed and freeze-
dried. Thereafter samples of the organs were sent to be analyzed in laboratory. The
parameters of weight and organ components (water, ash, protein and fat) obtained
weekly were estimated by the Gompertz equation, and the growth rates determined
trough the derived of the equations. There was no significant difference between the
strains on the growth rate and hart nutrients deposition. Ross birds were more
precocious on growth and deposition of water and ashes in the liver, being possible to
deduce that Ross strain presents a bigger metabolic activity in digestion and nutrients
synthesis. However, Cobb strain was more precocious in the development of the
intestine and growth and deposition of nutrients in the proventriculum. Between sexes,
males were more precocious on growth rate and protein, fat and water deposition in the
gizzard, when compared to females.
Key words: broiler chicken; growth curves; organ growth
115
4.1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos a genética proporcionou taxas de crescimento acelerado nos
frangos de corte. O direcionamento do melhoramento de frangos de corte para atingir
alta taxa de ganho de peso está associado à grande quantidade de deposição
degordura na carcaça dos frangos atuais, estando correlacionado com o aumento da
capacidade de consumo desses animais (CARTWRIGHT, 1991; KESSLER et al. 2000;
RANCE et al. 2002). Além disso, as diferenças ocorridas no crescimento dos órgãos
dos frangos de corte, pode ter alterado a fisiologia dessas aves. Isto foi comprovado por
HAVENSTEIV et al (1994), quando compararam uma linhagem típica de frangos de
corte de 1957 com outra de 1991. Esses autores constataram que o resultado da
seleção genética para ganho de peso resultou na diminuição do tamanho relativo do
coração, o que pôde ter levado a deficiência deste órgão em servir adequadamente a
demanda tecidual de oxigênio. ROSA (2005) observou que o rendimento do coração e
fígado foram maiores para grupos genéticos estabilizados quando comparados com
grupos genéticos melhorados. Segundo RANCE et al, (2002) a seleção resultou em
alterações no tamanho, na forma e função dos órgãos das aves, entre eles o coração, o
fígado e o trato gastrointetinal.
Existem poucos estudos que relacionam o crescimento e desenvolvimento dos
órgãos das aves com a capacidade de digestão e oxigenação dos tecidos, apesar
destes serem de extrema importância (GAVAERTS et al., 2000). O estudo do
crescimento e deposição de nutriente dos órgãos pode levar a melhor compreensão dos
problemas fisiológicos e doenças metabólicas como as síndromes ascitícas e morte
súbita decorrentes da alta taxa de crescimento dos frangos.
Diversos modelos matemáticos não lineares tem sido usados para descrição do
crescimento e deposição de nutrientes dos animais, dentre eles destacam-se Logística,
Brody, Robertson, Richards, Bertalanffy e Gompertz. No entanto, muitos autores
(FREITAS et al., 1983; MARTIN et al., 1994; HANCOCK et al., 1995, HRUBY et al.,
1996 GOUS et al 1999, FIALHO, 1999, MACLEOD, 2000, SAKOMURA et al. 2005,
116
NEME et al. 2006) preferem a função de Gompertz para descrever o crescimento e
deposição de nutrientes nas aves.
Os modelos matemáticos o formas de predizer o crescimento e deposição de
nutrientes dos órgãos, em qualquer idade do animal. Além do mais, os parâmetros de
Gompertz, podem ser utilizados por outros pesquisadores para auxiliar em pesquisas
de exigências nutricionais, e formação de modelos de crescimento na forma de
software, que podem ser utilizados pelas empresas avícolas fornecendo informações
sobre o crescimento e deposição dos órgãos.
Portanto, tendo em vista sua importância e poucas informações sobre o assunto,
o objetivo deste trabalho foi determinar as curvas e taxas de crescimento dos órgãos
(coração, fígado, moela, intestino e proventriculo) de frangos de corte de duas
linhagens comerciais.
4.2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no Setor de Avicultura do Departamento de
Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - FCAV/UNESP,
Jaboticabal – SP, no período de abril a junho de 2004.
4.2.1. Aves e Delineamento Experimental
Foram utilizados 1920 pintos de corte, machos e fêmeas de duas linhagens
comerciais, Ross 308 e Cobb 500, machos e fêmeas, alojados em boxes de um galpão
experimental em piso de concreto e cama de maravalha, com capacidade para 10
aves/m
2
. As aves foram distribuídas em delineamento experimental inteiramente
casualizado em esquema fatorial (2 linhagens x 2 sexos) e 4 repetições de 120 aves
cada, totalizando 16 unidades experimentais.
117
4.2.2 Instalações
As aves foram alojadas em galpão experimental do setor de Avicultura da FCAV-
UNESP, equipados com comedouros tubulares e bebedouros pendulares. O período
experimental foi de 8 semanas.
4.2.3. Manejo alimentar
As aves foram alimentadas com ração à base de milho e farelo de soja,
formuladas para atender as exigências nutricionais da linhagem Ross e Cobb,
adotando-se o ximo de exigências das linhagens para escolha dos requerimentos
nas diferentes fases de criação. Na Tabela 1, estão relacionadas as composições
percentuais e calculadas das rações pré-inicial, inicial, crescimento e final utilizadas no
experimento. A ração pré-inicial foi utilizada de 1 a 7 dias, a inicial de 8 a 28 dias, a de
crescimento de 29 a 49 dias e a final de 50 a 56 dias.
4.2.4. Pesagem e abate das aves
Semanalmente, foram realizadas pesagens de todas as aves e das rações para
obtenção do peso médio corporal e ganho de peso, assim como quantificar o consumo
de ração. Em seguida, foram escolhidas aves representando o peso médio da parcela.
Na primeira semana, foram selecionadas 10 aves por parcela, num total de 160 aves.
Na segunda e terceira semana, 5 aves, totalizando 80 aves por abate, e a partir da
quarta semana, foram amostradas e abatidas 4 aves por parcela, totalizando 64 aves
por abate. A diferença na quantidade de aves selecionadas, da primeira até a última
semana de abate, foi para obter amostras suficientes para realizar posteriomente
análises laboratoriais.
118
Estas aves foram selecionadas e colocadas em boxes em jejum de 24 horas para
completo esvaziamento do conteúdo do trato gastrointestinal, recebendo apenas água à
vontade.
Tabela 1. Composição percentual e calculada das rações experimentais.
Ingredientes
Pré-inicial
(1-7 dias)
Inicial
(8-28 dias)
Crescimento
(29-49 dias)
Final
(50-56 dias)
Milho 55,68 54,18 58,20 64,31
Farelo de Soja 36,87 36,36 32,53 26,92
Óleo 3,09 5,46 5,54 5,15
Fosfato Bicálcico 2,08 1,83 1,85 1,72
Calcário 0,91 0,95 0,84 0,83
Sal Comum 0,39 0,40 0,35 0,36
L-Lisina 0,28 0,13 0,06 0,12
DL- Metionina 99% 0,29 0,29 0,23 0,20
Mistura Vitamínica +
Mineral
0,40 0,40 0,40 0,40
Total 100 100 100 100
Composição calculada
EM (kcal/kg) 3010 3150 3200 3245
Proteína bruta (%) 22,00 21,50 20,00 18,00
Lisina (%) 1,380 1,250 1,100 1,000
Metionina (%) 0,630 0,617 0,541 0,484
Metionina + cistina (%) 0,970 0,950 0,859 0,780
Cálcio (%) 1,000 0,950 0,900 0,850
Fósforo disponível (%) 0,500 0,450 0,450 0,420
Sódio (%) 0,200 0,200 0,180 0,180
Após o período de jejum, as aves foram pesadas individualmente para obtenção
do peso em jejum e abatidas por asfixia com CO
2
, para adequação ao critério
internacional de ética. Em seguida foram evisceradas e realizada a separação dos
órgãos. Estes foram pesados individualmente, acondicionados em sacos plásticos
devidamente identificados e congelados para o processamento posterior e obtenção
das amostras laboratoriais.
119
4.2.5. Processamento das amostras e análises laboratoriais
Os órgãos foram moídos em um micromoinho tipo IKa para obtenção de
amostras homogêneas. Da amostra total foi retirada uma amostra menor, de
aproximadamente 60 a 80 g, qual foi acondiconada em placa de petri de plástico
descartável e após liofilizadas em temperatura -50
o
C em equipamento Thermo VLP200,
para obtenção da matéria pré-seca. Em seguida, foram novamente moídas em um
micromoinho tipo IKA e encaminhadas ao laboratório para análises de nitrogênio,
extrato etéreo, matéria seca e cinzas.
A proteína bruta das amostras foi determinada utilizando o método de
determinação do nitrogênio Kjeldahl (proteína bruta = nitrogênio x 6,25). Para a análise
do extrato etéreo foi feita a extração com éter de petróleo em aparelho Soxlet. As cinzas
foram realizadas em mufla a 550
o
C, por incineração. A matéria seca, por liofilização e
em estufa a 105ºC. As metodologias utilizadas para análises são descritas por SILVA e
QUEIROZ (1998).
4.2.6. Obtenção das Curvas de Crescimento
As curvas de crescimento para as características de peso e deposição de
nutrientes (proteína, gordura, água e cinzas) dos órgãos obtidos semanalmente, foram
estimadas utilizando a equação de GOMPERTZ (1825), conforme abaixo:
P
t
= P
m
. exp .(- exp . (- b .( t - t* )))
Em que:
P
t
= peso (g) do animal ao tempo t, expresso em função do P
m
; P
m
= peso (g) à
maturidade do animal; b = taxa de maturidade (por dia); t* = tempo (dias) em que a taxa
de crescimento é máxima.
Foram calculadas as taxas de crescimento (g/dia), para peso e deposição de
proteína, gordura, água e cinzas dos órgãos, por meio da derivada das equações de
GOMPERTZ. Em adição aos parâmetros de crescimento, foram calculadas as relações
alométricas logaritimizada que tem como variável dependente a quantidade do peso
120
dos órgãos e variável independente o peso de proteína corporal ou peso vivo em jejum
(Equação 1).
Log
10
(peso do componente) = a + b Log
10
(PB ou PVJ) Equação [1]
Em que: Peso do Componente é a quantidade total dos órgãos; PB é o peso
proteína corporal e PVJ é peso vivo em jejum.
Os parâmetros indicados da equação de Gompertz foram submetidos a analise
de variância usando o procedimento ANOVA do SAS (2001), segundo o modelo
estatístico:
Y
ijk
=u + L
k
+ S
j
+ (L x S)
kj
+ E
ijk;
Y
ijk
= Variáveis das aves da repetição i, do sexo j , da linhagem k;
u = Média geral;
L
k =
Efeito da linhagem
k
;
S
j
= Efeito do sexo
j
;
(L x S)
kj
=
Efeito da interação linhagem
k
com sexo
j
;
E
ijk
= erro associado a cada observação;
As médias foram comparadas pelo teste F (5%). As equações de regressão e as
funções de Gompertz usadas para descrever o crescimento foram ajustados aos dados
separadamente para cada sexo e linhagem utilizando o programa estatístico SAS
(2001).
4.3. Resultados e Discussão
4.3..1. Crescimento e Deposição de Nutrientes no Coração
Analisando os valores das estimativas dos parâmetros da equação de Gompertz
(Tabela 2), nota-se que houve interação (P<0,05) entre linhagens e sexo para peso do
coração à maturidade (Pm), e taxa à maturidade (b) de proteína e gordura no coração.
Neste caso, as fêmeas Ross diferiram tanto dos machos Ross como das fêmeas Cobb,
para Pm de peso do coração e b para peso de proteína e gordura do coração.
121
TABELA 2 - Estimativas dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
gordura, água e cinzas do coração de frangos de corte, machos e fêmeas,
das linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média
PESO
Ross
30,52 A 21,09 B 0,042 0,046 0,044 b 34,87 31,05 32,96
Cobb
28,44 24,45 0,048 0,048 0,047 a 32,81 33,59 33,19
Média
0,044 0,047 33,83 32,32
PROTEÍNA
Ross
3,49 2,43 2,96 0,051 0,058 33,97 32,75 33,36 a
Cobb
3,51 2,76 3,13 0,054 0,051 33,08 32,53 32,80 a
Média
3,49 A 2,59 B 33,52 A 32,64 A
GORDURA
Ross
3,06 2,16 2,61 b 0,054 B 0,088 Aa 34,59 29,40 31,99 b
Cobb
4,06 3,20 3,63 a 0,048 B 0,063 Ab 40,17 34,96 37,57 a
Média
3,56 A 2,68 B 37,38 A 32,18 B
ÁGUA
Ross
23,54 Aa 14,35 Ba 0,039 0,046 0,042 b 35,24 Aa 28,34 Ba
Cobb
18,45 Ab 12,80 Bb 0,048 0,053 0,051 a 28,68 Ab 25,50 Bb
Média
0,044 B 0,049 A
CINZAS
Ross
0,3648 0,1681 0,266 a 0,035 0,062 0,048 49,85 30,63 40,25 a
Cobb
0,2263 0,2242 0,225 b 0,049 0,051 0,049 32,83 39,52 36,17 b
Média
0,295 A 0,196 B 0,041 B 0,056 A 41,35 35,07
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
Não houve interação (P>0,05) entre linhagens e sexo para taxa à maturidade (b)
e idade de máximo crescimento (t*), para peso do coração e para Pm e t* de proteína e
gordura do coração.
Para peso do coração o t* foi semelhante (P>0,05) entre as linhagens estudadas.
Entretanto, a b de peso do coração foi maior (P<0,05) para as aves Cobb do que para
as Ross. Para peso de proteína do coração foram encontrados resultados semelhantes
(P>0,05) entre as linhagens, para todos os parâmetros da equação de Gompertz. Entre
122
sexo, para peso e proteína do coração, somente foi observada diferença (P<0,05) para
Pm, sendo que, os machos apresentaram Pm maior do que as fêmeas.
Segundo SILVA (1998) para um mesmo tamanho adulto (Pm) e valores mais
baixos de b indicam que o animal é tardio. Desse modo, as aves Ross apresentaram
maior precocidade (P<0,05) do que as Cobb para atingir a idade de máximo
crescimento (t*), para peso de gordura no coração. Isto porque o Pm de gordura no
coração foi maior e b menor para as aves Cobb em relação as aves Ross, alcançando a
idade de máximo crescimento 5,58 dias mais tarde do que a Ross.
Houve interação (P<0,05) entre linhagens e sexo para Pm e t* de peso de água
no coração. As fêmeas Cobb apresentaram Pm e t* menores do que machos Cobb e
fêmeas Ross. Entre linhagens houve diferença para b, os valores de b foram inferiores
(P<0,05) para a aves Ross em comparação com as Cobb, o que influenciou na maior
taxa de deposição de água, na fase inicial, para as aves Cobb, conforme pode ser
observado na Tabela 3.
Os parâmetros Pm, b e t* para peso de cinzas no coração não foram
influenciados (P<0,05) pela interação entre linhagens e sexo (Tabela 2). Entre as
linhagens houve efeito (P<0,05) para Pm e t*, a Ross (0,27g) apresentou Pm maior do
que a Cobb (0,22g) e foi mais tardia do que a Cobb, necessitou de 4,08 dias a mais
para atingir a idade de máximo crescimento.
Os machos apresentaram Pm e t* superiores (P<0,05) às fêmeas para peso de
cinzas no coração. As fêmeas foram mais precoces para essas duas variáveis
avaliadas, devido a apresentarem maiores b comparada aos machos.
As taxas de crescimento do coração foram maiores para os machos quando
comparado com as fêmeas (Tabela 3 e Figura 1). Isto resultou em peso absoluto do
coração maior para os machos (39 g) em relação às fêmeas (29 g) aos 56 dias de
idade. Estes resultados estão de acordo com os encontrados por FIGUEIREDO et al,
(2002). No entanto, diferem dos encontrados por KAWAUCHI (2005) que não observou
diferença de sexo no peso do coração para as aves da linhagem Cobb, aos 49 dias de
idade.
123
O crescimento do coração foi acelerado até 28 dias para fêmeas Ross e 35 dias
para as demais aves, após esse período as taxas de crescimento foram reduzidas
(Tabela 3 e Figura 1). Os machos Cobb apresentaram maior taxa de crescimento inicial
(14 a 35 dias) em relação aos machos Ross, mas a partir daí as taxas de crescimento
do coração foram maiores para os machos Ross. O contrário aconteceu para as
fêmeas, uma vez que as Ross apresentaram maiores taxas de crescimento inicial
comparadas as Cobb. Mesmo com as diferenças observadas nas taxas de crescimento
do coração, a idade de máximo crescimento foi semelhante, desse modo às linhagens
apresentaram semelhantes pesos absolutos do coração aos 56 dias de idade.
PLAVNIK & HURWITZ (1982) o encontraram diferenças entre sexo e
linhagens (White Rock e Leghorn x Rhode Island Red) no peso relativo do coração. No
entanto, em trabalhos realizados por NITSAN et al. (1991), foram encontradas
diferenças entre linhagens, para peso do coração em relação ao peso corporal. Estes
autores observaram que a linhagem de alta taxa de crescimento apresentou peso
relativo do coração menor do que a linhagem de baixa taxa de crescimento.
HAVENSTEIV et al (1994), observaram que a seleção genética para ganho de peso
contribuiu para a redução no tamanho relativo do coração.
A redução no peso relativo do coração das linhagens selecionadas para alta
taxa de crescimento aumentou os problemas de mortalidades nas criações de frangos
de corte, causados por disturbios metabólicos. Segundo GONZALES e MACARI (2000)
a síndrome ascítica e morte súbita foram maiores em linhagens selecionadas para alta
taxa de crescimento quando comparadas com as de baixa taxa de crescimento
(Linhagens de Pescoço Pelado).
124
(a)
0
5
10
15
20
25
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso do coração (g)
(b)
0,0
0,2
0,4
0,6
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 1. Curva e taxa de crescimento do coração em machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb.
TABELA 3. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes do coração de acordo com
a idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Idade
(dias)
Taxas de
crescimento
(g/dia)
Proteína
(g/dia)
Gordura
(g/dia)
Água (g/dia) Cinzas (g/dia)
Ross
M F M F M F M F M F
1
0,086 0,071 0,005 0,002 0,002 0,000 0,075 0,070 0,0003 0,0001
7
0,166 0,142 0,014 0,007 0,008 0,001 0,134 0,123 0,0007 0,0006
14
0,279 0,238 0,031 0,021 0,024 0,015 0,213 0,184 0,0013 0,0018
21
0,382 0,315 0,049 0,039 0,043 0,049 0,283 0,227 0,0023 0,0031
28
0,448
0,354
0,062 0,050 0,057
0,069
0,328
0,241
0,0032
0,0038
35
0,468
0,352
0,065 0,052 0,061
0,063
0,343
0,231 0,0040 0,0037
42
0,449 0,321 0,060 0,046 0,057 0,045 0,332 0,206 0,0045 0,0031
49
0,405 0,275 0,052 0,037 0,048 0,028 0,303 0,173
0,0047
0,0024
56
0,348 0,224 0,042 0,028 0,038 0,017 0,264 0,139 0,0046 0,0018
Cobb
M F M F M F M F M F
1
0,072 0,047 0,002 0,005 0,002 0,000 0,075 0,064 0,0005 0,0001
7
0,159 0,116 0,007 0,013 0,007 0,003 0,147 0,126 0,0012 0,0003
14
0,288 0,232 0,021 0,028 0,021 0,018 0,237 0,198 0,0023 0,0011
21
0,405 0,345 0,039 0,042 0,039 0,044 0,303 0,242 0,0033 0,0023
28
0,474 0,416 0,058 0,051 0,058 0,067
0,328 0,248
0,0039 0,0034
35
0,484 0,432
0,069
0,052
0,069
0,074
0,314 0,224
0,0040
0,0041
42
0,449 0,403
0,071
0,047
0,071
0,068 0,277 0,187 0,0037
0,0042
49
0,389 0,348 0,066 0,039 0,066 0,055 0,229 0,146 0,0032 0,0038
56
0,320 0,285 0,0570 0,032 0,057 0,041 0,182 0,111 0,0026 0,0032
M= machos , F= fêmeas - maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
Segundo GONZALES E MACARI (2000), a síndrome ascítica ocorre porque com
objetivo de acelerar o ganho de peso e melhorar a conversão alimentar dos frangos, a
125
demanda sanguínea tecidual tende a aumentar devido a alta taxa metabólica, de tal
modo que o sistema cardio-respiratório se tornou ineficiente para suprir o organismo
com um sistema adequado de transporte e intercâmbio de oxigênio. Já, a síndrome de
morte súbita parece estar correlacionada a uma susceptibilidade intrínseca dos frangos
à hipoxia, possivelmente influenciada pelo menor crescimento relativo dos sistemas
respiratório e cardíaco, em um período em que a deposição de massa muscular é
máxima, ou seja, entre a 2ª. e 4ª. semana de idade das aves.
Neste estudo, foi observado um total de 59 aves mortas, sendo que a maior
incidência desta mortalidade foi com as aves da linhagem Cobb (65%), sendo 41%
para os machos e 24% para as fêmeas desta linhagem. Conclusões relacionadas aos
distúrbios metabólicos não puderam ser informadas, pois não foi avaliada a incidência
de mortalidade por distúrbios metabólicos.
Pode-se notar que mesmo sendo avaliadas linhagens de rápida taxa de
crescimento de peso vivo, as aves Cobb apresentaram taxas de crescimento inicial
maior e final menor do que as aves Ross (Conforme relatado no Capitulo 2). No
entanto, a taxa de crescimento do coração não acompanhou a taxa de crescimento
corporal das linhagens, pois ambas apresentaram taxas de crescimento do coração
semelhantes e diferenças na taxa de crescimento corporal. Assim, as aves Cobb
apresentaram um crescimento inicial maior podendo ter aumento na taxa metabólica e
contribuído para maiores distúrbios metabólicos.
Observou-se na Figura 2 e Tabela 3, que houve aumento na taxa de deposição
de proteína no coração até 42 dias para machos Cobb e 35 dias para meas Ross e
Cobb e machos Ross.
126
(a)
0
1
2
3
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de proteína no coração (g)
(b)
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 2. Curva e taxa de deposição de proteína no coração de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Na Figura 3 e Tabela 3, nota-se pequena superioridade dos machos e fêmeas
Cobb sobre os machos e fêmeas Ross na deposição de gordura no coração. Os
machos Ross apresentaram maior deposição de gordura do que os machos Cobb até
21 dias de idade, após essa idade as taxas de deposição foram maiores para os
machos Cobb. As fêmeas foram mais precoces do que os machos e apresentaram as
maiores taxas de deposição de gordura no coração.
(a)
0
1
2
3
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de gordura do coração (g)
(b)
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 3. Curva e taxa de deposição de gordura no coração de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
A linhagem Cobb foi mais precoce na deposição de água no coração comparada
à Ross. Verifica-se na Figura 4 e Tabela 3 que a Cobb apresentou maior deposição até
127
28 dias comparada à Ross, após esse período foi a Ross que apresentou maior
deposição.
(a)
0
3
6
9
12
15
18
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da água do coração (g)
(b)
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 4. Taxa de deposição de água no coração de machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.
Os machos Cobb apresentaram maiores taxas de deposição de cinza no coração
comparados aos machos Ross até 35 dias. No entanto, as fêmeas Ross apresentaram
maiores taxas até 28 dias de idade, após esse período foram as fêmeas Cobb que
apresentaram maiores taxas (Figura 5 e Tabela 3).
(a)
0
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0,14
0,16
0,18
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da cinza do coração (g)
(b)
0,0000
0,0020
0,0040
0,0060
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 5. Curva e taxa de deposição de cinzas no coração de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb..
Neste contexto, pode-se observar que as linhagens estudadas apresentaram
semelhante ponto de inflexão da curva de crescimento para peso do coração e
128
deposição de proteína no coração. No entanto, a ave Cobb foi mais tardia na taxa de
deposição de gordura e mais precoce na taxa de deposição de água e cinzas no
coração, quando comparada com a Ross.
Contudo, a taxa de crescimento do coração não acompanhou a taxa de
crescimento corporal, os animais de alta taxa de crescimento disponibilizaram a
prioridade de deposição protéica para constituição de massa muscular e não dos
órgãos. Os resultados encontrados neste trabalho demonstraram que a ave Cobb foi
mais precoce na taxa de crescimento corporal do que a ave Ross e apresentou menor
coeficiente alométrico do coração em relação ao peso protéico (Tabela 13). De acordo
com estas observações, os problemas fisiológicos causados nas aves, assim como
ascite e morte súbita, podem ser em função das diferenças nas taxas de crescimento
corporal e peso relativo do coração observado entre as linhagens.
4.3.2. Crescimento e Deposição de Nutrientes no Fígado
Observou-se na tabela 4, que houve interação (P<0,05) entre linhagens e sexo
para Pm, b e t* para peso e água do fígado. Porém, para peso de proteína e cinzas não
houve interação (P>0,05) entre linhagens e sexo para nenhum dos parâmetros da
equação de Gompertz.
Os valores de Pm e t* de água e peso do fígado foram maiores para os machos
Cobb em relação aos machos Ross e meas Cobb, desse modo os machos Cobb
foram mais tardios para alcançar a idade de máximo crescimento e deposição de água
no fígado.
Entre as linhagens estudadas os valores de Pm, b e t* para peso de proteína e b
de gordura no fígado não apresentaram diferenças (P>0,05). Por outro lado, houve
efeito (P<0,05) entre sexo para Pm, b e t* de peso de proteína. Neste caso, os machos
apresentam Pm e t* maior e b menor do que as fêmeas.
129
TABELA 4- Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína, gordura,
água e cinzas do fígado de frangos de corte machos e fêmeas das linhagens Ross
e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média
PESO
Ross
94,68 b 83,09 0,047 a 0,043 28,09 b 28,51
Cobb
183,57 Aa
83,02 B 0,034 Bb
0,039 A 45,81 Aa
29,78 B
PROTEÍNA
Ross
29,38 18,35 23,86 0,031 0,039 0,036 43,42 33,33
38,38
Cobb
34,71 19,93 27,32 0,036 0,039 0,037 46,36 35,10
40,73
Média
32,04 A 19,14 B 0,033 B 0,039 A 44,89 A 34,21 B
GORDURA
Ross
11,33 10,82 11,07 a 0,035 Aa
0,024 Bb
54,21 65,01 a
Cobb
11,11 8,26 9,69 b 0,026 b 0,033 a 61,01 A 48,16 Ab
Média
11,22 9,54
ÁGUA
Ross
61,88 57,27 59,58 b 0,052 Aa
0,048 a 25,25 Bb
26,79 Ab
Cobb
107,93 56,10 82,01 a 0,035 Ab
0,038 b 40,02 Aa
28,02 Aa
Média
84,90 A 56,68 B
CINZAS
Ross
4,20 2,38 3,29 b 0,026 0,035 0,030 a 60,84 47,63
54,23 b
Cobb
5,07 3,30 4,18 a 0,023 0,026 0,024 b 69,68 59,38
64,53 a
Média
4,63 A 2,84 B 0,024 B 0,030 A 65,26 A 53,50 B
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
O efeito da interação linhagem e sexo (P<0,05) sobre a b e t* de peso de
gordura. Os machos Cobb e fêmeas Ross apresentaram menores valores de b e
maiores de t* quando comparados com machos Ross e fêmeas Cobb.
Os valores de Pm e t* para peso de cinzas do fígado foram maiores (P<0,05) e b
menores (P<0,05), para as aves Cobb em comparação com as aves Ross,
evidenciando que esta ultima linhagem foi mais precoce na taxa de deposição de
cinzas.
130
Os machos apresentaram Pm e t* superiores aos das fêmeas para peso proteína
e cinzas do fígado. No entanto, as fêmeas apresentaram maiores taxa à maturidade e
foram mais precoces do que os machos.
O fígado é considerado o principal órgão metabólico do corpo, portanto fatores
nutricionais podem interferir em sua função. É um órgão que possui muitas funções
digestivas, produz e secreta a bile que contem sais biliares necessários para à
emulsificação e digestão das gorduras, além de possuir grande atividade metabólica.
De acordo com ITO et al (2000) a redução do tamanho deste órgão pode ser decorrente
de redução de atividade metabólica, e o aumento de tamanho, do aumento da atividade
metabólica. Exemplo são as aves com restrição de consumo, que apresentam redução
do tamanho do fígado.
Verifica-se na Tabela 5 e Figura 6, que a maior taxa de crescimento do fígado foi
para as fêmeas Ross em comparaçào com as fêmeas Cobb. Entretanto, a taxa de
crescimento do fígado foi maior para os machos Cobb em relação aos machos Ross,
conduzindo ao maior peso do fígado para os machos Cobb (305 g) em comparação aos
Ross (290 g) no final do período experimental. Estes resultados concordam com os
encontrados por FIGUEIREDO et al. (2002), uma vez que estes autores observaram
que as aves Ross apresentaram peso absoluto do fígado proporcionalmente menor do
que as aves Cobb, no período de 28 aos 56 dias de idade. NIR et al. 1993, ao
compararem o peso dos órgãos de 1 a 15 dias de idade, em diferentes linhagens,
observaram que o peso do fígado foi maior para frangos de corte comparado à
poedeiras comerciais.
Os machos apresentaram maior taxa de crescimento em relação às fêmeas,
refletindo consequentemente no maior peso do fígado ao abate. Estes resultados estão
de acordo com os encontrados por FIGUEIREDO et al. (2002) e KAWAUCHI (2005).
Estes autores verificaram que o peso absoluto do fígado foi maior para os machos do
que para as fêmeas.
De acordo com os resultados as aves Cobb e os machos apresentaram maior
peso absoluto do fígado. Isto pode ser explicado por que as aves Cobb e os machos
apresentam maior atividade metabólica do que as aves Ross e as fêmeas.
131
TABELA 5. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes do fígado de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Idade
(dias)
Taxas de
crescimento
(g/dia)
Proteína
(g/dia)
Gordura
(g/dia)
Água (g/dia) Cinzas (g/dia)
Ross
M F M F M F M F M F
1
0,44 0,44 0,081 0,071 0,004 0,013 0,335 0,342 0,005 0,003
7
0,80 0,72 0,127 0,120 0,011 0,020 0,629 0,550 0,008 0,006
14
1,24 1,03 0,188 0,182 0,026 0,031 0,959 0,771 0,012 0,011
21
1,54 1,24 0,247 0,233 0,051 0,043 1,151 0,908 0,018 0,017
28
1,64 1,32
0,294 0,262 0,081 0,056
1,170 0,940
0,025 0,023
35
1,57 1,27 0,325
0,268
0,110 0,068 1,060 0,887 0,030 0,027
42
1,38 1,14
0,337
0,255 0,132 0,078 0,885 0,782 0,035 0,031
49
1,15 0,98 0,332 0,229 0,145 0,086 0,700 0,655 0,038
0,030
56
0,92 0,81 0,315 0,198
0,147 0,091
0,532 0,529
0,040
0,029
Cobb
M F M F M F M F M F
1
0,29 0,45 0,041 0,064 0,012 0,011 0,287 0,349 0,004 0,004
7
0,56 0,69 0,087 0,115 0,021 0,021 0,494 0,512 0,007 0,006
14
0,97 0,95 0,165 0,181 0,033 0,038 0,779 0,680 0,012 0,010
21
1,42 1,13 0,259 0,240 0,049 0,058 1,053 0,787 0,017 0,015
28
1,83
1,21
0,347 0,278 0,065 0,076 1,263
0,821
0,022 0,020
35
2,12 1,19 0,414
0,290
0,079 0,091 1,378 0,793 0,028 0,025
42
2,27 1,10 0,449 0,281 0,091 0,099
1,398
0,722 0,033 0,028
49
2,28
0,96
0,453
0,256 0,100
0,102
1,340 0,628 0,038 0,031
56
2,17 0,82 0,430 0,220
0,105
0,098 1,227 0,528
0,041 0,032
M= machos , F= fêmeas - maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
(a)
0
20
40
60
80
100
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso do Fígado (g)
(b)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 6. Curva e taxa de crescimento do fígado em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.
132
A linhagem Ross apresentou maior deposição de proteína no fígado. Como
observado na Tabela 5 e Figura 7, os machos Cobb tiveram taxas de deposição de
proteína no fígado maior do que os machos Ross, apenas até 21 dias de idade. As
fêmeas Ross apresentaram maior deposição de proteína no fígado por todo período
experimental, comparadas às fêmeas Cobb.
(a)
0
3
6
9
12
15
18
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de PB do fígado (g)
(b)
0,0
0,2
0,4
0,6
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 7. Taxa de deposição de proteína no fígado de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb.
Houve um crescimento acelerado na taxa de deposição de gordura no fígado até
49 dias para fêmeas Cobb e 56 dias para as demais aves, após este período a taxa de
deposição de gordura diminuiu. Na Tabela 5 e Figura 8, observou-se que as aves Ross
apresentaram maiores taxas de deposição de gordura no fígado do que às Cobb.
(a)
0
1
2
3
4
5
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de gordura do fígado (g)
(b)
0,00
0,04
0,08
0,12
0,16
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 8. Curva e taxa de deposição de gordura no fígado de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
133
Conforme observado na Tabela 5 e Figura 9, as fêmeas Ross apresentaram
taxas de deposição de água no fígado superiores quando comparadas com as fêmeas
Cobb. Contudo, os machos Cobb apresentaram maiores taxas de deposição e atingiram
o ponto de inflexão da curva aos 42 dias de idade, enquanto os machos Ross atingiram
o ponto de inflexão aos 28 dias de idade.
(a)
0
20
40
60
80
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da água do fígado (g)
(b)
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 9. Curva e taxa de deposição de água no fígado de machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb.
A linhagem Ross foi mais precoce na taxa de deposição de cinza no fígado
comparada à Cobb. Observou-se que houve crescimento acelerado até 49 dias para
fêmeas Ross e 56 dias para machos Cobb, machos Ross e fêmeas Cobb. Tais
observações podem ser visualizadas na Tabela 5 e Figura 10.
(a)
0
0,3
0,6
0,9
1,2
1,5
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de cinzas do fígado (g)
(b)
0,00
0,02
0,03
0,05
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 10. Curva e taxa de deposição de cinzas no fígado de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
134
A taxa deposição de água do fígado teve relação com a deposição de gordura.
As aves Cobb apresentaram menor deposição de gordura e maior taxa de deposição de
água no fígado do que a Ross.
4.3.3. Crescimento e Deposição de Nutrientes no Intestino
Para peso do intestino não houve efeito (P>0,05) de linhagens e sexo para Pm, b
e t* (Tabela 6). No entanto, houve diferença (P<0,05) para Pm e t* para peso do
intestino entre as linhagens estudadas, as aves Ross (263 g) apresentaram Pm maior
do que a Cobb (194 g). Já, as aves Cobb tiveram maiores (P<0,05) taxa à maturidade
(b) e foram 7,33 dias mais precoces para atingir a idade de máximo crescimento (t*),
para peso do intestino do que a Ross.
Os machos (0,0386) apresentaram b (P<0,05) maior do que as fêmeas (0,0344).
Contudo os valores de Pm e t* foram semelhantes (P>0,05) entre sexo.
Houve interação (P<0,05) entre linhagens e sexo para todos os parâmetros da
equação de Gompertz considerando peso de proteína e cinzas do intestino (Tabela 6).
Os valores estimados para Pm e t* de proteína foram maiores para os machos Ross e
fêmeas Cobb quando comparados com os machos Cobb e fêmeas Ross. A taxa à
maturidade da proteína do intestino foi superior para os machos Cobb (0,0434) e
fêmeas Ross (0,0414) em relação aos valores encontrados para os machos Ross
(0,357) e fêmeas Cobb (0,336).
Não foi possível ajustar a curva de crescimento para peso de gordura do intestino
pela equação de Gompertz. Isto pode ser por que os dados não estavam estavam bem
distribuídos para determinar o ajuste para gordura do intestino.
Foi observado efeito (P<0,05) para peso de água no intestino, dentro de linhagem
e sexo, para b e t*. Os machos Cobb apresentam menor b do que as fêmeas Cobb e
machos Ross. No entanto, não houve efeito (P>0,05) entre as linhagens Ross e Cobb
para Pm de água no intestino.
135
TABELA 6- Estimativas dos parâmetros da equação de Gompertz para peso do intestino,
proteína, água e cinzas da intestino de frangos de corte machos e fêmeas
das linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média
PESO
Ross
257,71 267,29 262,50 a
0,038 0,032 0,035 38,85 44,38
41,61 a
Cobb
211,62 176,58 194,10 b
0,039 0,036 0,037 34,72 33,84
34,28 b
Média
234,67 221,93 0,038 A 0,034 B 36,79 39,10
PROTEÍNA
Ross
46,04 Aa 18,91 Bb
0,036 0,041 a 47,86 Aa
30,74 Bb
Cobb
26,80 Bb 45,62 Aa
0,043 A 0,034 Bb
34,61 Bb
49,62 Aa
ÁGUA
Ross
106,51 74,18 90,34 0,052 0,052 25,29 21,84
Cobb
119,11 71,67 95,38 0,046 B 0,056 A 28,93 A 19,30 B
Média
112,81 A 72,92 B
CINZAS
Ross
2,28 a 1,71 0,056 0,054 33,63 a 31,33
Cobb
1,43 b 2,06 0,062 A 0,044 B 23,31 Bb
34,96 A
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
Até 14 dias ocorreu maior taxa de crescimento do intestino para a Cobb, a partir
daí, a Ross apresentou maior taxa de crescimento, resultando em maior peso absoluto
no final do experimento para as aves Ross (509 g) do que as Cobb (490 g). Isto pode
ter ocorrido por que a Ross apresentou um crescimento acelerado até 42 dias, foi uma
semana mais tardias do que a Cobb que foi aos 35 dias, após esse período ocorreu
uma redução na taxa de crescimento do intestino. Tais observações podem ser
visualizadas na Tabela 7 e Figura 11.
NITSAN et al. (1991) observaram diferenças no peso relativo e absoluto do
intestino entre as três linhagens estudadas (comercial, alta e baixa taxa de
crescimento), demonstrando ser decorrente da capacidade de ingestão de alimentos
destas linhagens. Como aqui constatado, a linhagem Cobb foi mais precoce na taxa de
136
ganho de peso, e na taxa de crescimento do intestino, proporcionando maior
capacidade de ingestão de alimento na fase inicial. Em função do consumo de alimento
estar correlacionado com o ganho de peso, quanto maior a capacidade de digestão e
absorção do alimento maior será o ganho de peso da ave.
TABELA 7. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes do intestino de acordo com
a idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Idade
(dias)
Taxas de
crescimento
(g/dia)
Deposição de
proteína (g/dia)
Deposição de
água (g/dia)
Deposição de
cinzas (g/dia)
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
Machos Fêmeas
ROSS
1
0,61 0,60 0,043 0,087 0,563 0,592 0,002 0,003
7
1,14 1,01 0,096 0,145 1,074 0,959 0,007 0,008
14
1,92 1,59 0,193 0,212 1,654 1,292 0,021 0,018
21
2,69 2,19 0,316 0,262 1,994
1,420
0,034 0,028
28
3,27 2,69 0,438 0,286
2,030
1,357 0,044
0,033
35
3,57 3,03 0,534
0,284
1,837 1,176
0,047
0,033
42
3,59 3,18
0,591 0,262 1,532 0,953 0,042 0,030
49
3,38 3,15
0,604
0,230 1,207 0,736 0,035 0,024
56
3,04 2,99 0,582 0,194 0,915 0,551 0,027 0,019
COBB
1
0,73 0,78 0,0678 0,047 0,542 0,687 0,007 0,005
7
1,27 1,20 0,142 0,098 0,973 1,092 0,016 0,010
14
1,96 1,69 0,247 0,185 1,490 1,411 0,027 0,018
21
2,56 2,08 0,345 0,293 1,859
1,475 0,032
0,026
28
2,94 2,31 0,409 0,401
2,001
1,338 0,031 0,032
35
3,05 2,36 0,428
0,489 1,933 1,102 0,026
0,033
42
2,94 2,27 0,409 0,544 1,728 0,851 0,020 0,032
49
2,68 2,08 0,365
0,564
1,459 0,629 0,015 0,028
56
2,33 1,84 0,310 0,552 1,182 0,451 0,010 0,024
M= machos , F= fêmeas - maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
137
(a)
0
30
60
90
120
150
180
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso do intestino (g)
(b)
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 11. Curva e taxa crescimento do intestino em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.
Na Tabela 7 e Figura 12, verifica-se que a taxa de deposição da proteína no
intestino aumentou até 49 dias de idade para os machos Ross e fêmeas Cobb, a35
dias para os machos Cobb e até 28 dias para as fêmeas Ross. A partir dessa idade a
taxa de deposição de proteína no intestino diminuiu gradativamente.
(a)
0
5
10
15
20
25
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de PB do intestino (g)
(b)
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 12. Curva e taxa de deposição de proteína no intestino de machos e fêmeas
de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
A taxa de deposição de água no intestino (Tabela 7 e Figura 13) foi superior para
machos (2,02 e 2,00 g/dia para Ross e Cobb, respectivamente) em relação às fêmeas
(1,42 e 1,33 g/dia para Ross e Cobb, respectivamente). Os machos Ross e fêmeas
Cobb apresentaram maiores taxas de deposição até 28 dias de idade, comparados com
às fêmeas Ross e machos Cobb, respectivamente.
138
(a)
0
20
40
60
80
100
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da água do intestino (g)
(b)
0,0
1,0
2,0
3,0
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 13. Curva e taxa de deposição de água no intestino de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Houve um crescimento acelerado na taxa de deposição de cinza no intestino até
21 dias para machos Cobb, 28 dias para fêmeas Ross e 35 dias para fêmeas Cobb e
machos Ross, a partir dessa idade as taxas de crescimento foram reduzidas em função
da idade (Tabela 7 e Figura 13). A Ross apresentou superioridade na taxa de deposição
comparada a Cobb.
(a)
0
0,3
0,6
0,9
1,2
1,5
1,8
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de cinzas do intetino (g)
(b)
0,00
0,02
0,04
0,06
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 14. Curva e taxa de deposição de cinzas no intestino de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
4.3.4. Crescimento e Deposição de Nutrientes na Moela
Houve interação (P<0,05) entre linhagens e sexo para Pm e b de peso da moela,
os desdobramentos estão demonstrados na Tabela 8. O Pm da moela foi maior e b
139
menor para as fêmeas Cobb que diferiram das fêmeas Ross e machos Cobb. Neste
caso, as fêmeas Cobb foram mais tardias para atingir a idade de máximo crescimento.
Os valores de t* para peso da moela apresentaram diferença (P<0,05) entre
sexo. As fêmeas apresentaram maior t* do que os machos. Por apresentar maior taxa
de maturidade, os machos chegaram à idade de máximo crescimento, mais
rapidamente do que as fêmeas, demonstrando ser mais precoces. Tal fato refletiu em
maiores taxas de crescimento (Tabela 9 e Figura 15) da moela das fêmeas, resultando
no maior peso da moela aos 56 dias de idade. PLAVNIK & HURWITZ (1982) e
KAWAUCHI (2005) também observaram que o peso da moela foi superior para fêmeas
comparado aos machos. No entanto, para FIGUEIREDO et al. (2002), os machos
tiveram maiores pesos da moela do que as fêmeas.
TABELA 8- Estimativas dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
gordura, água e cinzas da moela de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média
PESO
Ross
119,20 148,40 b 0,031 0,031 40,27 45,40 42,84
Cobb
125,29 B 198,84 Aa
0,036 A 0,027 B 38,47 52,47 Aa 45,33
Média
39,23 B 48,94 A
PROTEÍNA
Ross
14,15 B 44,02 Aa 0,039 0,034 0,037 a 33,09 55,99 44,54
Cobb
13,90 24,63 b 0,038 0,026 0,032 b 29,66 52,08 40,87
Média
0,038 A 0,029 B 31,37 B 54,04 A
GORDURA
Ross
31,73 21,77 b 0,032 Bb 0,039 Aa 51,01 46,78 b
Cobb
32,51 B 43,27 Aa 0,040 Aa 0,026 Bb 48,05 B 61,77 Aa
ÁGUA
Ross
51,44 45,77 48,60 0,039 0,044 0,041 27,39 24,96 26,18
Cobb
41,01 50,93 45,97 0,050 0,046 0,048 19,47 24,17 21,82
Média
46,23 48,35 0,044 0,045 23,43 24,57
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
140
Houve interação (P<0,05) entre linhagens e sexo somente para Pm da proteína
da moela. Contudo, o Pm da proteína da moela foi maior para as fêmeas Ross (44,02g)
quando comparada com os machos Ross (14,15g) e fêmeas Cobb (24,63g).
As aves Ross apresentaram b de proteína da moela menor (P<0,05) do que as
aves Cobb. Entretanto, a t* não diferiu (P>0,05) entre as linhagens.
Entre sexo, os machos apresentaram a taxa à maturidade (0,038) maior (P<0,05)
do que as meas (0,029), resultando em 22,67 dias a mais para as fêmeas atingiram a
idade de máximo crescimento de peso de proteína na moela.
Para peso de gordura da moela, houve interação (P<0,05) entre linhagens e sexo
para Pm, b e t*. As fêmeas Cobb apresentaram maiores Pm e t* e menor b do que os
machos Cobb e fêmeas Ross.
Para peso de água na moela não foi possível ajustar a curva de crescimento pela
equação de Gompertz, quando a curva foi estimada para cada repetição. Desse modo,
os parâmetros foram estimados pelos valores médios de cada tratamento (Tabela 7, 8 e
Figura 18). Os machos Ross e fêmeas Cobb apresentaram maiores pesos de água da
moela à maturidade, e maiores idades de máximo crescimento, comparados aos
machos Cobb e fêmeas Ross.
A Cobb apresentou maior taxa de crescimento da moela comparada a Ross.
Sendo que, os machos Cobb após atingirem a taxa máxima de crescimento aos 35 dias
apresentaram maior redução na taxa de crescimento do que os machos Ross (Tabela 9
e Figura 15).
Entres os órgãos estudados, a moela foi a que apresentou a maior idade de
máximo crescimento, ou seja, o ponto de inflexão da curva de crescimento mais tardio.
Este resultado está de acordo com o relatado por SORBARA (2003), demonstrando que
a moela é o órgão que tem a menor taxa de desenvolvimento durante todo o período de
vida da ave.
141
(a)
0
15
30
45
60
75
90
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da Moela (g)
(b)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 15. Curva e taxa de crescimento da moela em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.
TABELA 9. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes da moela de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Idade
(dias)
Taxas de
crescimento
(g/dia)
Deposição de
proteína (g/dia)
Deposição de
gordura (g/dia)
Deposição de
água (g/dia)
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
ROSS
1
0,426 0,354 0,058 0,015 0,037 0,000 0,34 0,33
7
0,627 0,571 0,096 0,040 0,071 0,000 0,49 0,49
14
0,873 0,866 0,142 0,097 0,128 0,000 0,63 0,65
21
1,091 1,163 0,179 0,184 0,195 0,000 0,73
0,73
28
1,252 1,414 0,200 0,291 0,262 0,011
0,75 0,73
35
1,340 1,588
0,203
0,397 0,318 0,083 0,72 0,68
42
1,357 1,672
0,193 0,482 0,355 0,223 0,65 0,59
49
1,315
1,672
0,174 0,534
0,370
0,338 0,57 0,49
56
1,228 1,603 0,150
0,551
0,367
0,375
0,48 0,40
COBB
1
0,380 0,376 0,080 0,057 0,011 0,044 0,42 0,38
7
0,637 0,590 0,117 0,083 0,037 0,075 0,59 0,57
14
0,977 0,890 0,156 0,117 0,101 0,124 0,73 0,75
21
1,290 1,209 0,183 0,152 0,200 0,182 0,76
0,85
28
1,516 1,506
0,194
0,184 0,312 0,244
0,70
0,84
35
1,628
1,746 0,191 0,209 0,408 0,303 0,60 0,77
42
1,628
1,909 0,177 0,225 0,466 0,352 0,48 0,66
49
1,542
1,988
0,157
0,233 0,480
0,386 0,37 0,54
56
1,398
1,988
0,135
0,233
0,459
0,406
0,28 0,43
M= machos , F= fêmeas - maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
142
A taxa de deposição de proteína na moela foi maior para as fêmeas em relação
aos machos, a partir dos 21 dias para as Ross e 35 dias para as Cobb (Tabela 9 e
Figura 16). Isto resultou na maior deposição de proteína na moela da fêmeas no final do
período experimental.
0
3
6
9
12
15
18
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de PB da moela (g)
0,0
0,2
0,4
0,6
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 16. Curva e taxa de deposição de proteína na moela de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Houve um aumento acelerado na taxa de deposição de gordura até 56 dias de
idade para as fêmeas e 49 dias para os machos, após este período houve uma redução
nas taxas de deposição (Tabela 9 e Figura 17). Neste caso, as fêmeas foram 1 semana
mais tardias do que os machos. Isto pode ocorrer por que a moela é uma das principais
regiões onde ocorre a deposição de gordura abdominal das aves, e de acordo com
GOUS et al. (1999), após 56 dias de idade as fêmeas apresentam deposição de
gordura extra, que tem por finalidade preprarar as aves para futura produção de ovos.
143
(a)
0
3
6
9
12
15
18
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de gordura (g)
(b)
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 17. Curva e taxa de deposição de gordura na moela de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Houve um crescimento acelerado na taxa de deposição de água na moela das
fêmeas Cobb a 21 dias e 28 dias para machos. Contudo, os machos Cobb após
atingir a taxa de máximo crescimento apresentaram uma queda acelerada na deposição
(Figura 18 e Tabela 9).
(a)
0
10
20
30
40
50
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da água da moela(g)
(b)
0,00
0,25
0,50
0,75
1,00
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 18. Curva e taxa de deposição de água na moela de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
4.3.5. Crescimento e Deposição de Nutrientes no Proventrículo
Não houve efeito (P>0,05) dentro de linhagens e sexo para Pm, b e t* para peso
e água do proventrículo (Tabela 10). As aves Ross apresentaram Pm do proventrículo
significativamente (P<0,05) maior e b menor (P<0,05) do que as Cobb, refletindo em 5
dias a menos para a Cobb atingir a idade de máximo crescimento. As fêmeas tiveram
144
Pm e t* maiores (P<0,05) do que os machos. Neste caso os machos foram mais
precoces para atingir a idade de máximo crescimento.
Para peso da água do proventrículo, as aves Ross apresentaram Pm e t*
(P<0,05) maiores do que a Cobb, e semelhantes b (P>0,05). Entre sexos, os machos
apresentaram Pm maior (P<0,05) e b menor (P<0,05) do que as fêmeas.
TABELA 10- Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
água e cinzas do proventrículo de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
PESO
Linhagens Machos Fêmeas Médias Machos Fêmeas Médias
Machos Fêmeas Médias
Ross
16,45
21,82
19,14 a
0,046
0,039
0,042 b
27,66
35,77
31,71 a
Cobb
13,51
17,01
15,26 b
0,051
0,040
0,045 a
23,45
29,80
26,62 b
Média
14,98 B 19,41 A
0,048 A
0,039 B
25,55 B 32,79 A
ÁGUA
Linhagens Machos Fêmeas Médias Machos Fêmeas Médias
Machos Fêmeas Médias
Ross
9,66
8,913
9,29 a
0,536
0,051
0,052
20,84
20,76
20,80 a
Cobb
9,01
8,55
8,78 b
0,054
0,051
0,052
19,21
19,59
19,40 b
Média
9,34 A 8,73 B
0,054 A
0,051 B
20,02 20,18
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
Para peso de proteína e cinzas do proventrículo, não foi possível ajustar a curva
de crescimento pela equação de Gompertz, quando estimado para cada repetição. No
entanto, a curva de crescimento foi ajustada utilizando à média do tratamento. Estes
parâmetros estão demonstrados na Tabela 11.
Os machos Cobb e fêmeas Ross apresentaram maiores Pm e menores b do que
os machos Ross e meas Cobb, resultando em menores idades de máximo
crescimento (t*) e maior precocidade para os machos Ross e fêmeas Cobb, para peso
de proteína do Proventrículo.
A b para cinza do proventrículo foi maior para as aves Cobb quando comparada
com as Ross. Portanto, a linhagem Ross necessitou de 5,8 e 1,4 dias para machos e
145
fêmeas, respectivamente, a mais do que a Cobb, para atingir o ximo crescimento da
cinza do próventrículo.
TABELA 11- Estimativas dos parâmetros da equação de Gompertz para o peso
proteína e cinzas do Proventrículo de frangos de corte machos e meas
das linhagens Ross e Cobb.
Linhagens
Variáveis Ross Cobb
Proteína
Machos Fêmeas Machos Fêmeas
P
m
1
(g) 1,76 2,04 2,11 1,31
b
2
(por dia) 0,049 0,039 0,036 0,066
t*
3
(dias) 26,28 31,98 33,72 20,70
Cinzas
P
m
(g) 0,1619 0,1606 0,1390 0,1566
b (por dia) 0,1672 0,064 0,176 0,066
t* (dias) 24,73 25,28 18,93 23,89
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
A taxa de crescimento do proventrículo foi semelhante entre as linhagens Ross e
Cobb (Tabela 12 e Figura 19), resultando em semelhante peso do proventrículo no final
do período experimental. Contrariando estes resultados, NITSAN et al. (1991)
observaram diferenças no peso relativo e absoluto do pro-ventrículo entre as linhagens
das aves.
(a)
0
3
6
9
12
15
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso do pró-ventculo (g)
(b)
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 19. Curva e taxa de crescimento do Proventrículo em machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
146
TABELA 12. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes do Proventrículo de
acordo com a idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e
Cobb.
Idade
(dias)
Taxas de
crescimento
(g/dia)
Deposição de
proteína (g/dia)
Deposição de
água (g/dia)
Deposição de
cinzas (g/dia)
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
ROSS
1
0,09 0,07 0,009 0,010 0,0828 0,0810 0,000 0,0004
7
0,15 0,12 0,017 0,018 0,1332 0,1216 0,000 0,0013
14
0,22 0,19 0,025 0,024 0,1765 0,1551 0,000 0,0027
21
0,26 0,25 0,031
0,027 0,1905 0,1656
0,008 0,0036
28
0,28
0,29
0,032
0,026 0,1785 0,1560
0,009 0,0037
35
0,26
0,31
0,029 0,023 0,1518 0,1347 0,004 0,0032
42
0,23 0,30 0,025 0,018 0,1207 0,1094 0,001 0,0025
49
0,19 0,28 0,020 0,014 0,0918 0,0850 0,0005 0,0018
56
0,16 0,24 0,016 0,010 0,0676 0,0641 0,0001 0,0013
COBB
1
0,09 0,09 0,010 0,008 0,0893 0,0853 0,0000 0,0005
7
0,16 0,14 0,018 0,018 0,1364 0,1238 0,0001 0,0015
14
0,22 0,20 0,025 0,029 0,1725 0,1531 0,0054 0,0029
21
0,25
0,23
0,028 0,032 0,1795 0,1597 0,0085 0,0037
28
0,25 0,25
0,026 0,029 0,1635 0,1478 0,0041 0,0037
35
0,22
0,25
0,022 0,023 0,1359 0,1258 0,0014 0,0031
42
0,18 0,23 0,018 0,017 0,1062 0,1010 0,0004 0,0023
49
0,14 0,20 0,013 0,011 0,0795 0,0779 0,0001 0,0016
56
0,11 0,17 0,010 0,008 0,0579 0,0583 0,0000 0,0011
M= machos , F= fêmeas - maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
Os machos Cobb apresentaram maiores taxas de deposição de componentes
estruturais no proventrículo até 14 dias comparados aos machos Ross, o inverso
ocorreu após esse peodo, as maiores taxas de deposição foram nos machos Ross. As
fêmeas Cobb apresentaram maiores taxas de deposição até 28 dias de idade,
comparadas às fêmeas Ross (Tabela 12 e Figura 20).
147
(a)
0
0,3
0,6
0,9
1,2
1,5
1 7 14 21 28 35 42 49 56
IDADE
Peso de PB do proventriculo
(g)
(b)
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 20. Curva e taxa de deposição de proteína no proventrículo de machos e
fêmeas de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Verifica-se na Tabela 12 e Figura 21, que apesar das diferenças nas taxas de
deposição de água no proventrículo entre linhagens e sexo, houve semelhança no
comportamento da curva de crescimento. Houve aumento acelerado na taxa de
deposição de água até 21 dias, havendo redução após esse período.
(a)
0
2
4
6
8
10
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da água do pró-ventculo
(g)
(b)
0,00
0,04
0,08
0,12
0,16
0,20
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 21. Curva e taxa de deposição de água no proventrículo de machos e fêmeas
de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
As taxas de deposição de cinzas no Proventrículo das aves foram maiores para
os machos em relação às fêmeas (Tabela 12 e Figura 22). As taxas de deposição foram
aceleradas até 21 dias para machos Cobb e 28 dias para as demais aves.
148
(a)
0
0,04
0,08
0,12
0,16
0,2
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso das cinzas do pro-
ventriculo (g)
(b)
0,000
0,003
0,006
0,009
0,012
1 7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 22. Curva e taxa de deposição de cinzas no proventrículo de machos e fêmeas
de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Como pode ser observada a taxa de crescimento e deposição de nutrientes no
proventrículo foram precoces, atingindo as maiores taxas por volta de 21 e 28 dias de
idade, indicando que o proventrúculo é um órgão de desenvolvimento precoce. De
acordo com o estudo de SORBARA (2003) a idade da ave apresentou efeito
significativo no período de 1 a 7 dias sobre o desenvolvimento do proventrículo. A maior
relação entre o peso do órgão e o peso vivo da ave foi próximo aos 4 dias de idade,
tendo em seguida uma queda acentuada no peso relativo.
Outra forma de estimar o peso e a quantidade de nutrientes nos órgãos é por
meio das equações alométricas, que são calculadas pela relação do peso de um
nutriente e o peso protéico ou pelo peso vivo em jejum. Quando é calculado em função
do peso protéico corporal, as diferenças entre sexo e linhagens são pequenas, desse
modo, a utilização do peso protéico corporal nas relações alométricas torna as
equações mais precisas. No entanto, a elaboração de equações alométricas em relação
ao peso vivo em jejum seria um método mais prático para predizer o peso e deposição
de nutrientes dos órgãos.
Por este motivo, neste estudo foram realizadas equações alométricas do peso do
coração, fígado, intestino, moela e proventrículo em função do peso de proteína
corporal e em função do peso vivo em jejum (Tabela 13).
Pode-se verificar que o crescimento alométrico dos órgãos estudados foram
proporcionalmente menor do que o crescimento de proteína corporal e do peso vivo em
149
jejum (Tabela 13). Isto comprova que a taxa de crescimento dos órgãos é mais precoce
do que a taxa de crescimento do animal. Segundo NITSAN et al (1991), durante os
primeiros 9 dias pós-eclosão, o peso relativo do proventrículo, intestino delgado, fígado
e pâncreas aumentaram mais rapidamente do que o peso corporal.
150
TABELA 13 - Equações alométricas do peso do coração (Cora), fígado (Fig), intestino
(Intes), moela (Moe) e proventrículo (Pró) em função do peso proteína
corporal (PB) e peso vivo em jejum(PV), de machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.
Linhagens e Sexo Peso Proteíco Corporal Peso Vivo Jejum
CORAÇÃO (Cora) CORAÇÃO (Cora)
Ross Macho Cora = -1,13 + 0,87PB Cora = -1,91 + 0,90PV
Ross Fêmea Cora = -1,08 + 0,83PB Cora = -1,84 + 0,86PV
Cobb Macho Cora = -1,10 + 0,85PB Cora = -1,87 + 0,88PV
Cobb Fêmea Cora= -1,11 + 0,84PB Cora= -1,83 + 0,86PV
FÍGADO (Fig) FÍGADO (Fig)
Ross Macho Fig = -0,24 + 0,80PB Fig = -1,05 + 0,82PV
Ross Fêmea Fig = -0,29 + 0,77PB Fig = -0,99 + 0,80PV
Cobb Macho Fig= -0,38 + 0,81PB Fig= -1,12 + 0,84PV
Cobb Fêmea Fig = -0,29 + 0,76PB Fig = -0,95 + 0,78PV
INTESTINO (Intes) INTESTINO (Intes)
Ross Macho Intes =-0,14 + 0,81PB Intes =-0,86 + 0,84PV
Ross Fêmea Intes = -0,11 + 0,80PB Intes = -0,84 + 0,83PV
Cobb Macho Intes = -0,15 + 0,81PB Intes = -0,89 + 0,84PV
Cobb Fêmea Intes = - 0,11 + 0,80PB Intes = - 0,79 + 0,81PV
MOELA (Moe) MOELA (Moe)
Ross Macho Moe = -0,06 + 0,65PB Moe = -0,64 + 0,67PV
Ross Fêmea Moe= -0,04 + 0,66PB Moe= -0,65 + 0,69PV
Cobb Macho Moe= -0,01 + 0,64PB Moe= -0,60 + 0,67PV
Cobb Fêmea Moe= -0,025 + 0,67PB Moe= -0,60 + 0,69PV
PROVENTRÍCULO (Pro) PROVENTRÍCULO (Pro)
Ross Macho Pro = -0,81 + 0,67PB Pro = -1,41 + 0,70PV
Ross Fêmea Pro = -0,82 + 0,69PB Pro = -1,46 + 0,73PV
Cobb Macho Pro = -0,84 + 0,68PB Pro = -1,45 + 0,70PV
Cobb Fêmea Pro = -0,82 + 0,69PB Pro = -1,41 + 0,71PV
151
4.4. CONCLUSÕES
Houve semelhança entre as linhagens estudadas na taxa de crescimento e
deposição de nutrientes no coração.
A linhagem Ross foi mais precoce que a Cobb, no crescimento do fígado e
deposição de água e cinzas no fígado, mas para a taxa deposição de proteína e
gordura, as linhagens foram semelhantes.
A Cobb foi mais precoce no desenvolvimento do intestino e crescimento e
deposição de nutrientes no proventrículo do que a Ross. No entanto, as linhagens
apresentaram semelhança na taxa de deposição de nutrientes no intestino.
Os machos foram mais precoces na taxa de crescimento e deposição de
nutrientes na moela, comparados com às fêmeas.
4.5. REFERÊNCIAS
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155
CAPÍTULO 5
CRESCIMENTO E DEPOSIÇÃO DE NUTRIENTES NO MÚSCULO, OSSOS E PELE
DE FRANGOS DE CORTE DE DUAS LINHAGENS COMERCIAIS
4
.
Simara Márcia Marcato
2
e Nilva Kazue Sakomura
3
RESUMO- Este trabalho teve como objetivo estudar o perfil de crescimento e
deposição de nutrientes nos músculos, ossos e pele das linhagens Ross e Cobb,
machos e fêmeas de frangos de corte de 1 a 56 dias de idade. Foram utilizados 1920
pintos, alojados em boxes de um galpão experimental, em piso. O delineamento
experimental foi inteiramente casualizado, fatorial (2 x 2), 4 repetições de 120 aves
cada. As aves foram alimentadas com ração, formuladas para atender as exigências
nutricionais das aves nas diferentes fases de criação. As aves foram abatidas
semanalmente, após um jejum de 24 horas. Foram evisceradas e realizados os cortes
da carcaça, após realizada a separação dos ossos, pele e músculos, estes foram
pesados, identificados e armazenados em câmara fria. Após, foram moídos e
liofilizados para realizar as análises laboratoriais. Os parâmetros de peso e deposição
de nutrientes dos músculos, ossos e pele obtidos semanalmente foram estimados em
função da equação de Gompertz, e as taxas de crescimento através das derivadas das
equações. Houve interação (P<0,05) entre linhagens e sexo para Pm e t* do peso do
músculo. O Pm do músculo não diferenciou entre as linhagens estudadas, no entanto, a
Ross foi mais tardia na taxa de crescimento de proteína no músculo e mais precoce na
taxa de deposição de gordura. Foram semelhantes os parâmetros da equação de
Gompertz, entre as linhagens para peso e proteína dos ossos e peso da pele. Os
machos tiveram maior desenvolvimento e deposição de proteína dos ossos do que as
fêmeas.
Palavras chaves: Frangos de corte, curvas de crescimento, músculo, ossos e pele,
deposição de nutrientes.
4
Parte da Tese de Doutorado do primeiro autor
2
. Zootecnista, aluna do curso de Pós Graduação da FCAV-UNESP-Jaboticabal
3
. Orientadora, Prof
a
. Dr
a
. do Departamento de Zootecnia, UNESP, Jaboticabal.
156
GROWTH AND NUTRIENTS DEPOSITION ON MUSCLES, BONES AND SKIN OF
TWO BROILER CHICKENS STRAINS
ABSTRACT The objective of this work was to study the profile of growth and nutrients
deposition on muscles, bones and skin of Ross and Cobb male and female broilers
chicken from 1 to 56 days. There were used 1920 chicks raised in experimental boxes.
The experimental design was randomized in a factorial model (2 x 2), with 4 repetitions
of 120 birds each. The birds were fed with diets formulated to supply the nutrient
requirements according to each breeding phase. The birds were slaughtered weekly,
after 24 hours of fasting. The birds were eviscerated and cut into body parts. After
separated from the bones, the skin and muscles, these were weighed, identified and
stored in cold camera. Thereafter the samples were crushed and freeze-dried to be
analyzed in laboratory. There was an interaction (P<0,05) between strains and sex for
the parameters Pm and t* for muscle weight. The Pm of the muscle did not difference
between the studied strains, however, Ross strain was more delayed on the growth rate
of protein in the muscle and more precocious on the fat deposition rate. The parameters
of the Gompertz equation were similar, between strains for weight and bone protein and
skin weight. The males had bigger development and protein deposition of the bones,
then females.
Key words: broiler chicken; growth curves; muscles; bones and skin; nutrients
deposition
157
5.1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos a genética proporcionou aceleradas taxas de crescimento nos
frangos de corte. Neste contexto, as linhagens podem ter diferentes curvas de
crescimento dos vários constituintes do corpo do animal, entre eles sculos, ossos e
pele.
De acordo com LAWRENCE & FOWLER, (1997) o crescimento dos diferentes
tecidos, ocorre inicialmente no tecido nervoso seguido do ósseo, muscular e adiposo.
Esta seqüência determina o destino dos nutrientes do corpo do animal, sendo
fundamental conhecer o peso e ou idade em que a taxa de crescimento muscular
diminui e a maioria dos nutrientes é direcionada para o tecido adiposo, pois este tem
um custo energético mais elevado e seu excesso acarreta desvalorização do produto
comercializado (LAWRENCE & FOWLER, 1997).
Na ave adulta, o músculo esquelético representa cerca de 50% de toda proteína
corporal. Nos animais em crescimento, a deposição protéica nos músculos esqueléticos
contribui com aproximadamente 65% de toda a proteína depositada diariamente
(MACARI et al 1994). O estudo do crescimento dos músculos é importante para
conhecimento dos processos de crescimento, porque a maior produção de músculos
indica maior produção de carne. No entanto, para que o desenvolvimento muscular
ocorra de forma adequada, necessidade de uma boa sustentação, proporcionada
pela estrutura óssea. Dessa forma, o desenvolvimento dos ossos e músculos devem
estar associados, para que ocorra um bom desenvolvimento do animal, com boa
sustentação e desenvolvimento muscular.
A distribuição dos tecidos da carcaça mudar conforme a idade do animal.
BOCHNO et al. (2003), observaram que o peso do osso aumentou de forma similar em
todas as partes do corpo das aves, de 2 a 12 semanas. No entanto, houve diferenças
na distribuição de músculo e pele. Houve aumento com o avanço da idade da ave do
músculo do peito e redução do músculo da perna e dorso. Já o peso da pele, aumentou
na perna e dorso, mas diminuiu em outras partes.
158
O crescimento dos músculos, ossos e pele pode ser determinada por modelos
matemáticos. Dentre os modelos não lineares a equação de Gompertz tem sido a mais
recomendada para predizer o crescimento das aves.
O presente estudo teve como objetivos determinar as curvas e taxas de
crescimento assim como a deposição de nutrientes dos músculos, ossos e pele.
5.2. MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no Setor de Avicultura do Departamento de
Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias - FCAV/UNESP,
Jaboticabal – SP, no período de abril a junho de 2004.
5.2.1. Aves e Delineamento Experimental
Foram utilizados 1920 pintos de corte, machos e fêmeas de duas linhagens
comerciais, Ross 308 e Cobb 500, machos e fêmeas, alojados em boxes de um galpão
experimental em piso de concreto e cama de maravalha, com capacidade para 10
aves/m
2
. As aves foram distribuídas em delineamento experimental inteiramente
casualizado em esquema fatorial (2 linhagens x 2 sexos) e 4 repetições de 120 aves
cada, totalizando 16 unidades experimentais.
5.2.2 Instalações
As aves foram alojadas em galpão experimental do setor de Avicultura da FCAV-
UNESP, equipados com comedouros tubulares e bebedouros pendulares. O período
experimental foi de 8 semanas.
159
5.2.3. Manejo alimentar
As aves foram alimentadas com ração à base de milho e farelo de soja,
formuladas para atender as exigências nutricionais da linhagem Ross e Cobb,
adotando-se o ximo de exigências das linhagens para escolha dos requerimentos
nas diferentes fases de criação. Na Tabela 1 estão relacionadas as composições
percentuais e calculadas das rações pré-inicial, inicial, crescimento e final utilizadas no
experimento. A ração pré-inicial foi utilizada de 1 a 7 dias, a inicial de 8 a 28 dias, a de
crescimento de 29 a 49 dias e a final de 50 a 56 dias.
Tabela 1. Composição percentual e calculada das rações experimentais.
Ingredientes
Pré-inicial
(1-7 dias)
Inicial
(8-28 dias)
Crescimento
(29-49 dias)
Final
(50-56 dias)
Milho 55,68 54,18 58,20 64,31
Farelo de Soja 36,87 36,36 32,53 26,92
Óleo 3,09 5,46 5,54 5,15
Fosfato Bicálcico 2,08 1,83 1,85 1,72
Calcário 0,91 0,95 0,84 0,83
Sal Comum 0,39 0,40 0,35 0,36
L-Lisina 0,28 0,13 0,06 0,12
DL- Metionina 99% 0,29 0,29 0,23 0,20
Mistura Vitamínica +
Mineral
0,40 0,40 0,40 0,40
Total 100 100 100 100
Composição calculada
EM (kcal/kg) 3010 3150 3200 3245
Proteína bruta (%) 22,00 21,50 20,00 18,00
Lisina (%) 1,380 1,250 1,100 1,000
Metionina (%) 0,630 0,617 0,541 0,484
Metionina + cistina (%) 0,970 0,950 0,859 0,780
Cálcio (%) 1,000 0,950 0,900 0,850
Fósforo disponível (%) 0,500 0,450 0,450 0,420
Sódio (%) 0,200 0,200 0,180 0,180
160
5.2.4. Pesagem e abate das aves
A partir da segunda semana todas as aves e rações foram pesadas
semanalmente para obtenção do peso médio corporal e ganho de peso, assim como
quantificar o consumo de ração. Em seguida, foram escolhidas aves representando o
peso médio da parcela. Na segunda e terceira semana, 5 aves, totalizando 80 aves por
abate, e a partir da quarta semana, foram amostradas e abatidas 3 aves por parcela,
totalizando 48 aves por abate. A diferença na quantidade de aves selecionadas, da
segunda até a última semana de abate, foi para obter amostras suficientes para realizar
as análises laboratoriais, posteriormente.
Estas aves foram selecionadas e colocadas em boxes em jejum de 24 horas para
completo esvaziamento do conteúdo do trato gastrointestinal, recebendo apenas água à
vontade.
Após o período de jejum, as aves foram pesadas individualmente para obtenção
do peso em jejum e abatidas por asfixia com CO
2
, para adequação ao critério
internacional de ética.
Em seguida as aves foram evisceradas, retirada a pele, realizados os cortes e
separada a carne e ossos das partes da carcaça. Os músculos, ossos e pele da
cabeça, pescoço e pés não foram possíveis de serem separados, por este motivo não
foram computados no total de músculo, ossos e pele das aves.
Os músculos, ossos e pele foram pesados individualmente, acondicionados em
sacos plásticos devidamente identificados e congelados para o processamento
posterior e obtenção das amostras laboratoriais.
5. 2.5. Processamento das amostras e análises laboratoriais
Os músculos, ossos e pele foram cortados em serra de fita e moídas em moinho
de carne industrial para obtenção de amostras homogêneas. Da amostra total foi
retirada uma amostra menor, de aproximadamente 60 a 80 g, a qual foi acondicionada
161
em placa de petri de plástico descartável e após liofilizadas em temperatura -50
o
C em
equipamento Thermo VLP200, para obtenção da matéria pré-seca. Em seguida, foram
novamente moídos em um micromoinho tipo IKA e encaminhadas ao laboratório para
análises de nitrogênio, extrato etéreo, matéria seca e cinzas.
A proteína bruta das amostras foi determinada utilizando o método de
determinação do nitrogênio Kjeldahl (proteína bruta = nitrogênio x 6,25). Para a análise
do extrato etéreo foi feita a extração com éter de petróleo em aparelho Soxlet. As cinzas
foram realizadas em mufla a 550
o
C, por incineração. A matéria seca, por liofilização e
em estufa a 105ºC. As metodologias utilizadas para análises são descritas por SILVA e
QUEIROZ (1998).
5.2.6. Elaboração das Curvas de Crescimento
As curvas de crescimento para as características de peso e deposição de
nutrientes dos músculos, ossos e pele, obtidos semanalmente, foram estimadas
utilizando a equação de GOMPERTZ (1825), conforme abaixo:
P
t
= P
m
. exp .(- exp . (- b .( t - t* )))
Em que:
P
t
= peso (g) do animal ao tempo t, expresso em função do P
m
; P
m
= peso (g) à
maturidade do animal; b = taxa de maturidade (por dia); t* = tempo (dias) em que a taxa
de crescimento é máxima.
Foram calculadas as taxas de crescimento (g/dia), para peso e deposição de
nutrientes dos músculos, ossos e pele, por meio da derivada das equações de
GOMPERTZ.
Os parâmetros indicados da equação de Gompertz foram submetidos a analise
de variância usando o procedimento ANOVA do SAS (2001), segundo o modelo
estatístico:
Y
ijk
=u + L
k
+ S
j
+ (L x S)
kj
+ E
ijk;
Y
ijk
= Variáveis das aves da repetição i, do sexo j , da linhagem k;
162
u = Média geral;
L
k =
Efeito da linhagem
k
;
S
j
= Efeito do sexo
j
;
(L x S)
kj
=
Efeito da interação linhagem
k
com sexo
j
;
E
ijk
= erro associado a cada observação;
As médias foram comparadas pelo teste F (5%). As funções de Gompertz usadas
para descrever o crescimento foram ajustados aos dados separadamente para cada
sexo e linhagem utilizando o programa estatístico SAS (2001).
5.3. Resultados e Discussão
5.3.1. Crescimento e Deposição de Nutrientes no Músculo
Conforme demonstrado na Tabela 2, houve efeito (P<0,05) dentro de linhagens e
sexo para peso à maturidade (Pm) e idade de máximo crescimento (t*) do peso do
músculo e Pm de água do músculo. Os machos Cobb apresentaram Pm maior do que
as fêmeas Cobb e machos Ross, para peso e água do músculo.
Para peso de proteína e gordura do músculo, os valores de Pm, taxa à
maturidade (b) e t* apresentaram interação (P<0,05) dentro de linhagens e sexo. Neste
caso, os valores de Pm de proteína do músculo foram maiores para machos Ross e
fêmeas Cobb comparado aos machos Cobb e fêmeas Ross. As fêmeas Cobb diferiram
em relação às fêmeas Ross e machos Cobb, para b e t* peso de proteína do músculo.
Para peso de gordura do músculo, as fêmeas Ross apresentaram maior Pm e t* e
menor taxa à maturidade (b) do que os machos Ross e fêmeas Cobb.
Entre as linhagens Ross e Cobb não foi observada diferença (P>0,05) para b de
peso do músculo.
Não houve efeito (P>0,05) entre linhagens e sexo para Pm, b e t* para peso de
cinzas no músculo. Entre linhagens as aves Ross e Cobb apresentaram semelhantes
valores de Pm e t*, no entanto, os valores de b foram (P<0,05) maiores para as aves
Ross quando comparada com as aves Cobb. Entre sexo para peso de cinzas no
163
músculo, as fêmeas apresentam maiores valores de Pm e t* e menores de b do que os
machos.
TABELA 2. Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
gordura, água e cinzas do sculos de frangos de corte machos e fêmeas
das linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média
PESO
Ross
2973,76 Ab
2531,2 B 0,049 0,051 0,050 36,80 36,05
Cobb
3224,05 Aa
2415,8 B 0,047 0,051 0,049 37,90 A 35,10 B
Média
0,048 B 0,050 A
PROTEÍNA
Ross
491,69 452,95 0,062 0,059 a 34,98 a 35,29 b
Cobb
431,17 B 489,17 A 0,061 A 0,045 Bb 32,62 Bb 37,84 Aa
GORDURA
Ross
208,04 A 156,16 Bb
0,059 Ba 0,079 Aa 35,74 A 30,95 Bb
Cobb
211,65 211,89 a 0,058 Aa 0,062 Ab 35,56 35,69 a
ÁGUA
Ross
1790,53 Ab
1658,2 B 0,056 0,054 0,055 32,91 34,21 33,56
Cobb
1962,62 Aa
1672,4 B 0,054 0,053 0,053 34,22 34,53 34,37
Média
0,055 0,053 33,57 34,37
CINZAS
Ross
25,88 29,32 27,59 0,118 0,092 0,104 a 29,33 31,85 30,59
Cobb
27,79 29,92 28,86 0,081 0,061 0,070 b 30,99 32,81 31,91
Média
26,84 B 29,62 A 0,099 A 0,076 B 30,16 B 32,33 A
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
As aves Cobb apresentaram maior taxa de crescimento do músculo (Tabela 3 e
Figura 1). O comportamento da curva de crescimento foi semelhante entre linhagens e
sexo, houve taxas aceleradas até 35 dias e após este período a taxa de crescimento
diminuiu com o avanço da idade das aves.
As linhagens avaliadas neste estudo foram de alta taxa de crescimento, neste
caso apresentaram semelhança na precocidade da taxa de crescimento do músculo,
164
ambas apresentaram o ponto de inflexão da curva de crescimento aos 35 dias de idade.
Segundo REMIGNON et al. (1994) as aves de alta taxa de crescimento apresentaram
maiores peso de músculo quando comparada com linhagens selecionadas para baixa
taxa de crescimento. O ponto de inflexão da curva de crescimento das aves foi mais
precoce na linhagem selecionada para alta taxa de crescimento, quando comparada
com as linhagens selecionadas para baixa taxa de crescimento (8 e 11 semanas,
respectivamente).
TABELA 3. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes do músculo de acordo com
a idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Idade
(dias)
Taxas de
crescimento
(g/dia)
Proteína
(g/dia)
Gordura
(g/dia)
Água (g/dia) Cinzas (g/dia)
Ross
M F M F M F M F M F
7
8,06 7,09 0,63 0,92 0,26 0,11 5,84 5,19 0,000 0,001
14
20,62 18,38 2,90 3,07 1,16 1,04 16,06 13,68 0,042 0,082
21
36,16 32,24 6,73 6,10 2,69 3,02 27,91 23,70 0,565 0,487
28
48,57 42,96 10,00 8,51 4,04
4,40
35,62 30,73
1,108
0,920
35
54,04 47,24 11,12 9,38 4,58
4,33
36,90 32,67
0,936
0,950
42
52,63 45,39 10,26 8,81 4,32 3,39 33,23 30,30 0,547 0,714
49
46,65 39,68 8,37 7,42 3,58 2,33 27,22 25,58 0,272 0,454
56
38,69 32,47 6,31 5,82 2,75 1,49 20,92 20,25 0,126 0,264
Cobb
M F M F M F M F M F
7
8,74 8,08 1,06 1,63 0,33 0,21 6,13 5,05 0,015 0,0717
14
21,28 19,44 3,64 3,47 1,29 1,09 16,18 13,43 0,171 0,248
21
36,69 32,39 7,01 5,56 2,79 2,72 28,03 23,44 0,535 0,479
28
49,39 41,73 9,26 7,20 4,05 4,23 36,36 30,63
0,801
0,638
35
55,67 44,88 9,58 7,99 4,53 4,83 38,67 32,78
0,789
0,664
42
55,23 42,51 8,44 7,93 4,26 4,52 35,87 30,58 0,612 0,587
49
50,01 36,84 6,70 7,25 3,57 3,71 30,29 25,96 0,415 0,468
56
42,41 29,98 4,97 6,24 2,77 2,81 23,98 20,64 0,260 0,348
M= machos , F= fêmeas - maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
165
(a)
0
500
1000
1500
2000
2500
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso do musculo (g)
(b)
0
20
40
60
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 1. Curva e taxa de crescimento dos músculos em machos e fêmeas de frangos
de corte das linhagens Ross e Cobb.
As taxas de deposição proteíca no músculo foram maiores para a linhagem
Ross. Entretanto, as aves Cobb apresentaram maiores taxas de deposição no período
de 7 a 14 e 7 a 21 dias para as fêmeas e os machos, respectivamente comparada à
Ross. Após essa idade a Ross apresentou maior deposição de proteína no sculo em
relação à Cobb. O ponto de inflexão da curva de crescimento de deposição de proteína
no músculo foi aos 35 dias (Figura 3 e Tabela 2).
A taxa de crescimento dos músculos também pode estar relacionada com o
número e tamanho de fibras do músculo do animal. Segundo GONZALES & SARTORI
(2002) os animais jovens tem fibras menores que os adultos e as fêmeas apresentam
fibras menores do que os machos de mesma idade cronológica. Este fato pode explicar
porque os machos tiveram maior taxa de crescimento e deposição de proteína no
músculo do que as fêmeas.
166
(a)
0
100
200
300
400
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da PB do musculo (g)
(b)
0
3
6
9
12
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 2. Curva e taxa de deposição de proteína nos músculos de machos e fêmeas
de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
As taxas de deposição de gordura no músculo podem ser observadas na Tabela
3 e Figura 3. Os machos Cobb apresentaram maiores taxas de deposição até 28 dias, a
partir d foram os machos Ross. As fêmeas Ross apresentaram maiores deposição
apenas no período de 21 a 28 dias de idade, comparada às Cobb. Os machos até a
segunda semana de idade apresentaram maiores deposição em relação às fêmeas, a
partir daí as fêmeas apresentaram maiores taxas de deposição de gordura.
(a)
0
40
80
120
160
200
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de gordura no musculo (g)
(b)
0
2
4
6
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 3. Curva e taxa de deposição de gordura nos músculos de machos e fêmeas
de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
As aves Ross tiveram menor crescimento e deposição de gordura e maior
deposição de proteína do músculo quando comparadas com as aves Cobb. Em
167
concordância com estes achados, BOEKHOLT et al, (1994) observaram que frangos de
corte de mesmo peso final, mas de crescimento inicial lento apresentaram menor
deposição de lipídeos e maior deposição de proteína do que os animais de crescimento
incial rápido.
As aves Cobb apresentaram maior taxa de deposição de água no músculo em
relação a Ross, e os machos tiveram maiores deposição de água nos sculos do que
às fêmeas (Figura 4 e Tabela 3). Estes resultados demonstram que com o aumento da
deposição de gordura ocorreu uma redução da deposição de água das fêmeas. As
taxas de deposição de água aumentaram até 35 dias, isto porque esteve associado ao
período que ocorreu a maior deposição de proteína no músculo.
(a)
0
400
800
1200
1600
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da água no músculo (g)
(b)
0
10
20
30
40
50
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 4. Curva e taxa de deposição de água nos músculos de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
As aves Ross apresentaram maiores deposições de cinzas no músculo
comparada à Cobb. Observou-se maior taxa no período de 21 a 35 dias de idade para
os machos e 21 a 42 dias para as fêmeas Ross. As fêmeas apresentaram menor
deposição de cinza no músculo do que os machos (Figura 5 e Tabela 3).
168
(a)
0
10
20
30
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de cinzas do musculo (g)
(b)
0,0
0,3
0,6
0,9
1,2
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 5. Curva e taxa de deposição de cinzas nos músculos de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
5.3.2. Crescimento e Deposição de Nutrientes nos Ossos
Na Tabela 4 verifica-se que não houve interação (P>0,05) entre linhagens e sexo
para Pm, b e t* do peso dos ossos. O contrário aconteceu para peso de água dos
ossos, houve interação (P<0,05) dentro de linhagens e de sexo para todos os
parâmetros da equação de Gompertz. Os machos Cobb apresentaram menor b e maior
Pm e t* do que os machos Ross e fêmeas Cobb. Neste caso, os machos Cobb foram
mais tardios para atingir a idade de máximo crescimento da água dos ossos.
Entretanto, para peso de proteína nos ossos, foi verificado efeito (P<0,05) dentro de
linhagens e de sexo para os parâmetros Pm e t* (Tabela 4). As fêmeas Cobb
apresentaram Pm de proteína dos ossos menor do que machos Cobb e fêmeas Ross,
influenciando na maior precocidade destas aves para atingir a idade de máximo
crescimento de peso de proteína dos ossos.
Não foi possível ajustar as curvas de deposição de gordura dos ossos pela
equação de Gompertz, para as duas linhagens e sexos, isto porque os ossos
apresentam pequena quantidade de gordura.
169
TABELA 4- Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
água e cinzas dos ossos de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média
PESO
Ross
817,95 483,09 650,52 b 0,044 0,051 0,047 a 38,77 30,28 34,53
Cobb
881,48 523,94 702,71 a 0,039 0,045 0,042 b 39,72 32,75 36,24
Média
849,72 A 503,51 B 0,041 B 0,048 A 39,25 A 31,52 B
PROTEÍNA
Ross
128,54 b 119,42 a 0,045 0,040 0,042 36,08 B 39,23 A
Cobb
144,97 Aa 100,67 Bb
0,043 0,042 0,042 39,11 36,22
Média
0,043 A 0,040 B
ÁGUA
Ross
384,15 Ab 250,38 B 0,054 Aa 0,057 31,25 Ab 25,68 B
Cobb
497,40 Aa 248,95 B 0,041 Bb 0,055 A 37,01 Aa 26,08 B
CINZAS
Ross
77,83 52,41 65,12 b 0,047 0,051 0,049 a 37,19 Ab 31,89 Bb
Cobb
96,42 76,84 86,63 a 0,039 0,040 0,039 b 41,31 a 40,57 a
Média
87,13 A 64,63 B 0,043 B 0,046 A
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
Entre linhagens, as aves Cobb apresentaram (P<0,05) menor b e maior Pm e t*
de cinzas dos ossos do que as aves Ross. Contudo, houve diferença (P<0,05) entre
sexos para todos estes parâmetros da equação de Gompertz para peso de cinzas dos
ossos, os machos apresentaram menor b e maior Pm e t* do que as fêmeas, neste caso
os machos foram mais tardios do que as fêmeas para atingir a idade de máximo
crescimento.
De acordo com PATTISON (1992), a estrutura óssea deve aumentar na mesma
proporção que o rendimento de carne, para que as aves apresentem uma boa
mobilidade e, consequentemente, um bom desempenho. Segundo LILBURN, (1994) a
melhoria no desempenho das aves têm proporcionado maiores incidências de
anomalias no tecido esquelético devido ao intenso desenvolvimento do tecido muscular.
170
Como os machos apresentaram maior taxa de crescimento e deposição de
músculo, a taxa de crescimento dos ossos também deve acompanhar este crescimento.
Nexte contexto, verifica-se na Tabela 5 e Figura 6, que os machos apresentaram as
maiores taxas de crescimento dos ossos quando comparada às fêmeas, resultando em
maior peso absoluto dos ossos para os machos (501 g) comparada com as fêmeas
(359 g) aos 56 dias de idade.
Entre as linhagens estudadas as taxas de crescimento dos ossos foram
semelhantes. Verifica-se na Tabela 5 e Figura 6, pequena superioridade na taxa de
crescimento dos ossos para as fêmeas Ross no período de 14 a 35 dias e para os
machos Ross entre 28 a 42 dias, comparada as fêmeas e machos Cobb.
TABELA 5. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes dos ossos de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Idade
(dias)
Taxas de
crescimento
(g/dia)
Deposição de
proteína (g/dia)
Deposição de
água (g/dia)
Deposição de
cinzas (g/dia)
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
Machos
Fêmeas
ROSS
7
2,64 3,02 0,53 0,45 1,87 2,29 0,244 0,270
14
5,54 5,70 1,05 0,84 4,15 3,96 0,557 0,551
21
8,83 7,97 1,59 1,25 6,35 5,03 0,920 0,815
28
11,50
9,03
1,97 1,57
7,53 5,19
1,205 0,962
35
12,90 8,86
2,13
1,74 7,51 4,65
1,335 0,971
42
12,97
7,84 2,06
1,76
6,65 3,79 1,311 0,878
49
12,01 6,46 1,85 1,65 5,43 2,89 1,180 0,735
56
10,48 5,07 1,57 1,47 4,19 2,13 0,998 0,583
COBB
7
3,26 3,12 0,48 0,48 2,24 2,24 0,305 0,248
14
6,04 5,36 0,98 0,85 4,00 3,81 0,591 0,487
21
8,99 7,32 1,54 1,20 5,73 4,82 0,912 0,754
28
11,36 8,45 1,99 1,45 6,98
5,01
1,186 0,979
35
12,67
8,61
2,24
1,54 7,53
4,54 1,354 1,111
42
12,85
8,03
2,26
1,50 7,41 3,76
1,400 1,140
49
12,15 7,00 2,10 1,37 6,81 2,92 1,343 1,084
56
10,88 5,82 1,85 1,19 5,94 2,18 1,218 0,973
M= machos , F= fêmeas - maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
171
Ocorreu um crescimento acelerado dos ossos até 28 dias para fêmeas Ross, 35
dias para fêmeas Cobb e 42 dias para machos Ross e Cobb, após este período a taxa
de crescimento foi reduzida com o aumento da idade das aves.
Segundo RATH et al (1999) ocorre uma correlação positiva entre a resistência dos
ossos e o conteúdo de minerais, a densidade mineral, as ligações cruzadas de piridina
e a fluorescência da matriz orgânica. Contudo, existe evidências que não apenas o
conteúdo de minerais, mas também fatores ligados a matriz orgânica do osso são
responsáveis pela resistência óssea (RATH et al., 2000). Desse modo o estudo da
deposição de nutrientes nos ossos é um fator relevante para o acompanhamento do
desenvolvimento dos ossos nos frangos de corte, principalmente com relação a
deposição de proteína e cinzas dos ossos.
(a)
0
200
400
600
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso dos ossos (g)
(b)
0
4
8
12
16
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 6. Curva e taxa de crescimento dos ossos em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.
Observou-se na Figura 7 e Tabela 5, pequena superioridade na taxa de
deposição de proteína nos ossos das aves Cobb e dos machos em relação as aves
Ross e das fêmeas. O ponto de inflexão da curva de crescimento de proteína foi aos 35
dias para as fêmeas Cobb e machos Ross e 42 dias para as fêmeas Ross e machos
Cobb.
172
(a)
0
25
50
75
100
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de PB dos ossos (g)
(b)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 7. Curva e taxa de deposição de proteína nos ossos de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Observou-se (Figura 8 e Tabela 5) que a 28 dias os machos Ross
apresentaram maior taxa de deposição de água nos ossos, comparado aos Cobb, após
esse período foram os machos Cobb que tiveram as maiores taxas de deposição. Entre
as fêmeas, a maior taxa de deposição foi para as Ross em relação as Cobb.
(a)
0
50
100
150
200
250
300
350
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da água nos ossos (g)
(b)
0
2
4
6
8
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 8. Curva e taxa de deposição de água nos ossos de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
As maiores taxas de deposição de cinzas nos ossos foi para as aves Cobb,
houve aumento acelerado na deposição de cinzas até 42 dias para a Cobb e 35 dias
para a Ross. Os machos apresentaram taxa de deposição de cinza superior às fêmeas
(Tabela 5 e Figura 9). Estes resultados concordam com os encontrados por BAR et al
173
(2003), que concluíram que os frangos de corte aumentam o peso e reduzem a
percentagem de cinzas dos ossos com o aumento da idade.
(a)
0
20
40
60
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de cinza nos ossos (g)
(b)
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 9. Curva e taxa de deposição de cinzas nos ossos de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Verificou-se neste estudo que as linhagens e sexo apresentam semelhantes
taxas de crescimento e deposição de proteína nos ossos, porém com diferentes taxas
de crescimento e deposição de nutrientes corporais, conforme observado no capitulo 2.
Neste caso, as taxas de crescimento dos ossos não estão acompanhando as taxas de
crescimento das aves, podendo ocasionar problemas ósseos nas aves. Concordando
com o relatado por APPLEGATE e LIBLBURN (2002) que a seleção para rápido
crescimento não mudou o crescimento proporcional da tíbia e do fêmur, o que significa
que o frango de corte atual está suportando maior peso sobre um esqueleto menos
maduro o que aumenta a pré-disposição para problemas ósseos.
5.3.3. Crescimento e Deposição de Nutrientes na Pele
Os valores estimados de Pm da pele não apresentaram interação (P>0,05)
dentro de linhagens e sexo. No entanto, as fêmeas Cobb apresentaram efeito (P<0,05)
dentro de linhagens e dentro de sexo para b e t*. Neste caso, as fêmeas Cobb
174
apresentaram b maior e t* menor do que machos Cobb e fêmeas Ross, resultando em
menor precocidade para atingir o peso da pele (Tabela 6).
TABELA 6- Estimativa dos parâmetros da equação de Gompertz para peso, proteína,
gordura, água e cinzas da pele de frangos de corte machos e fêmeas das
linhagens Ross e Cobb.
P
m
1
(g) b
2
(por dia) t*
3
(dias)
Linhagens Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média Machos Fêmeas Média
PESO
Ross
414,10 357,95 391,02 0,049 A 0,053 Bb 35,67 34,17 a
Cobb
440,26 330,18 385,22 0,044B 0,063 Aa 37,28 A 31,44 Bb
Média
432,18 A 344,06 B
PROTEÍNA
Ross
44,93 A 38,01 Ba 0,057 A 0,049 Bb 33,42 35,15 a
Cobb
46,53 A 27,97 Bb 0,052 B 0,067 Aa 34,93 A 28,20 Bb
GORDURA
Ross
143,49 Aa 135,14 Ba
0,066 0,073 0,069 b 33,89 33,30 a
Cobb
132,61 Ab 114,95 Bb
0,076 0,076 0,076 a 33,18 A 29,65 Bb
Média
0,071 0,074
ÁGUA
Ross
238,55 164,07 201,31 0,038 0,053 0,045 40,31 32,92 36,62
Cobb
227,27 177,22 202,24 0,042 0,054 0,047 37,19 34,03 35,61
Média
232,90 A 170,65 B 0,039 B 0,053 A 38,75 A 33,48 B
CINZAS
Ross
1,16 A 0,86 B 1,01 0,075 0,088 0,081 29,59 26,21 27,90
Cobb
1,20 A 0,91 B 1,06 0,083 0,081 0,081 30,75 27,61 29,18
Média
1,18 A 0,88 B 0,079 0,084 30,17 A 26,91 B
1- P
m
(kg) = peso à maturidade. 2- b
(por dia) = taxa de maturidade. 3- t* (dia) = tempo em que a taxa de crescimento é máxima.
ab
Médias na mesma coluna, seguidas por letras minúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
AB
Médias na mesma linha, seguidas por letras maiúsculas distintas diferem entre si (P<0,05) pelo teste F.
Os valores de Pm, b e t* não apresentaram efeito (P>0,05) dentro de linhagens e
sexo para peso de água e cinzas na pele. O contrário aconteceu para peso de proteína
na pele, as fêmeas Cobb diferiram (P<0,05) tanto dos machos Cobb como das fêmeas
Ross, para todos os parâmetros da equação de Gompertz (Tabela 6). Contudo para
175
peso de gordura na pele, os valores de Pm e t* foram (P<0,05) menores para as
fêmeas Cobb do que para machos Cobb e fêmeas Ross.
Os valores de Pm foram semelhantes entre as linhagens estudadas para peso da
pele. No entanto, para peso de gordura da pele, as aves Ross apresentaram menores
valores da taxa à maturidade (P<0,05) do que as aves Cobb.
Os valores de Pm, b e t* foram semelhantes entre as linhagens estudadas para
peso de água e cinzas da pele. Contudo entre sexo, os machos apresentaram valores
de Pm e t* (P<0,05) para peso de água da pele, maior e b menor do que as fêmeas,
influenciando na maior precocidade da fêmea. O mesmo aconteceu para Pm e t* de
peso de cinzas da pele, os machos foram (P<0,05) maiores do que as fêmeas. No
entanto, a taxa à maturidade foi semelhante (P>0,05) entre sexos.
As maiores taxas de crescimento da pele foram verificados para as aves Ross,
como pode ser observado na Tabela 7 e Figura 10. Os machos apresentaram maior
taxa de crescimento da pele comparada às fêmeas, resultando em maior peso da pele
no final do período experimental. Estes resultados estão de acordo com o encontrado
por ZEREHDARAM et al. (2004) que observaram maior peso absoluto da pele maior
para machos do que para as fêmeas. No entanto, HAYSE & MARION (1973); ORR &
HUNT (1984) não observaram diferenças entre sexos no rendimento da pele e
percentagem de pele da carcaça.
Os machos apresentaram maiores taxas de deposição de proteína na pele do
que as fêmeas, e entre linhagens, as fêmeas Cobb apresentaram maiores taxas de
deposição até 28 dias de idade e os machos Cobb no período de 21 a 42 dias, após
esta idade foram as fêmeas Ross e os machos Cobb apresentaram as maiores taxas de
deposição de proteína na pele. Tais observações podem ser visualizadas na Figura 11
e Tabela 7.
176
TABELA 7. Taxas de crescimento e deposição de nutrientes da pele de acordo com a
idade e sexo de frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Idade
(dias)
Taxas de
crescimento
(g/dia)
Proteína (g/dia) Gordura (g/dia) Água (g/dia) Cinzas (g/dia)
ROSS
M F M F M F M F M F
7 1,44 1,22 0,123 0,141 0,16 0,07 0,95 0,65 0,002 0,002
14 3,33 3,03 0,373 0,314 0,86 0,68 1,64 1,55 0,011 0,012
21 5,48 5,10 0,684 0,503 2,13 2,08 2,34 2,50 0,025 0,025
28 7,05 6,52 0,899 0,637 3,19 3,33 2,90 3,09
0,032 0,028
35
7,64 6,91 0,945 0,682 3,46 3,60
3,22
3,19
0,030 0,022
42 7,32 6,42 0,855 0,649 3,08 3,08
3,28
2,91 0,023 0,015
49 6,43 5,45 0,701 0,567 2,41 2,28 3,13 2,43 0,016 0,009
56 5,30 4,35 0,537 0,467 1,75 1,56 2,85 1,91 0,010 0,005
COBB
M F M F M F M F M F
7 1,67 0,92 0,144 0,126 0,05 0,19 0,99 0,57 0,001 0,002
14 3,34 3,11 0,369 0,365 0,58 1,09 1,79 1,49 0,008 0,011
21 5,12 5,82 0,634 0,599 2,04 2,44 2,61 2,56 0,026 0,023
28 6,46 7,45 0,827
0,686
3,40
3,17
3,19 3,29
0,039 0,027
35
7,07 7,46 0,890
0,628
3,68
2,97
3,46 3,48
0,036 0,023
42 6,97 6,39 0,838 0,499 3,09 2,30 3,41 3,23 0,027 0,017
49 6,35 4,94 0,720 0,363 2,24 1,59 3,14 2,72 0,017 0,011
56 5,47 3,58 0,579 0,250 1,49 1,04 2,74 2,15 0,010 0,007
M= machos , F= fêmeas e As maiores taxas de crescimento são representadas pelos valores em negrito
(a)
0
50
100
150
200
250
300
350
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da Pele (g)
(b)
0
2
4
6
8
10
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 10. Curva e taxa de crescimento da pele em machos e fêmeas de frangos de
corte das linhagens Ross e Cobb.
177
(a)
0
10
20
30
40
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de PB da pele (g)
(b)
0,0
0,3
0,6
0,9
1,2
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 11. Curva e taxa de deposição de proteína na pele de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Observou-se na Figura 12 e Tabela 7 que os machos Cobb apresentaram
maiores taxas de deposição de gordura no período de 21 a 42 dias e as fêmeas
Cobb de 7 a 21 dias de idade, após esse período foram os machos e as fêmeas
Ross que apresentaram maior deposição. CAHANER et al. (1986) também
encontraram diferenças nas taxas de deposição de gordura na pele do dorso, a
maior deposição foi observada para a fêmea selecionada para alta deposição de
gordura quando comparada com os machos da mesma linhagem e, machos e
fêmeas selecionados para baixa deposição de gordura.
(a)
0
20
40
60
80
100
120
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da gordura da pele (g)
(b)
0
1
2
3
4
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 12. Curva e taxa de deposição de gordura na pele de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
As aves Cobb e os machos apresentaram maior taxa de deposição de água na
pele do que as aves Ross e fêmeas. Os machos Ross alcançaram o ponto de inflexão
178
da curva uma semana depois (42 dias de idade), do que as fêmeas Ross e Cobb e
machos Cobb (35 dias de idade). No entanto, após atingir o ponto de inflexão da curva
de crescimento as aves Cobb diminuíram mais rapidamente a taxa de deposição de
água na pele (Figura 13 e Tabela 7).
(a)
0
40
80
120
160
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso da água da pele (g)
(b)
0
1
2
3
4
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de Crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 13. Curva e taxa de deposição de água na pele de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
Embora as taxas de deposição de cinzas na pele tenham sido diferentes entre
linhagens e sexo, o comportamento da curva de crescimento foi semelhante, ambas
linhagens e sexo atingiram o ponto de inflexão aos 28 dias de idade, como pode ser
observada na Figura 14 e Tabela 7.
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Peso de cinzas da pele (g)
0,00
0,01
0,02
0,03
0,04
0,05
7 14 21 28 35 42 49 56
Idade (dias)
Taxa de crescimento (g/dia)
Macho Ross
Fêmea Ross
Macho Cobb
Fêmea Cobb
FIGURA 14. Curva e taxa de deposição de cinzas na pele de machos e fêmeas de
frangos de corte das linhagens Ross e Cobb.
179
5.4. CONCLUSÕES
As linhagens não tiveram diferenças no peso do músculo, mas a Ross foi mais
tardia na taxa de crescimento de proteína e mais precoce na taxa de deposição de
gordura do músculo.
A taxa de crescimento dos ossos e deposição de proteína foi semelhante entre
as linhagens e os machos tiveram maior desenvolvimento dos ossos e deposição de
proteína do que as fêmeas.
As linhagens apresentaram semelhança no peso da pele, mas a Ross
apresentou maior deposição de proteína e gordura do que a Cobb. Isto pode estar
correlacionado com mais energia e aves com maior deposição de gordura corporal.
5.5. REFERÊNCIAS
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182
CAPÍTULO 6 - IMPLICAÇÕES
O objetivo deste estudo não foi determinar qual foi a melhor linhagem de frango
de corte, mas sim fornecer subsídios para as empresas avícolas, bem como para
pesquisadores e geneticistas. As equações de Gompertz e as equações alométricas
estimadas tem a finalidade de predizer o crescimento e deposição de nutrientes
corporais, nas partes, nos órgãos e nos tecidos, de machos e fêmeas, das linhagens
Ross e Cobb, em qualquer idade da ave.
As curvas de crescimento e deposição de nutrientes estimadas neste trabalho
podem contribuir em pesquisas futuras. Desse modo, pode auxiliar na definição das
exigências nutricionais das linhagens Ross e Cobb. De acordo com estes resultados
fica evidente que as linhagens e sexo apresentam diferentes curvas de crescimento e
deposição de nutrientes corporais, nas partes, órgãos e nos tecidos. Indicando que
possuem diferentes exigências nutricionais, necesitando de diferentes programas
alimentares, manejo e ambientais.
Os parâmetros estimados também podem ser usados em modelos de simulação
de crescimento de frangos, na forma de software, para predizer a melhor idade de
abate da ave, conforme o objetivo de comercialização para otimizar o ximo
crescimento de determinada parte da carcaça da ave.
Neste estudo, mesmo utilizando linhagens de alta taxa de crescimento, verificou-
se que as aves Cobb apresentaram crescimento inicial mais rápido e final mais lento do
que as aves Ross. Os machos Cobb tiveram taxas de crescimento e deposição de
nutrientes maiores do que os machos Ross, e as fêmeas Ross maiores do que as
Cobb. Isto ocorre porque, as fêmeas Ross foram, provavelmente, selecionadas para
maior capacidade de ganho de peso e, como matrizes, não são tão boas reprodutoras.
Contudo, as fêmeas Cobb são boas reprodutoras, mas não apresentam bom
desempenho e índices zootécnicos tão bons quanto aos das fêmeas Ross.
Normalmente, os machos apresentaram maiores taxas de crescimento e
deposição de nutrientes quando comparado com as fêmeas.
183
O conhecimento do crescimento e deposição de nutrientes dos órgãos e também
crescimento de músculos e ossos de frango de corte são importantes para facilitar a
compreensão dos distúrbios metabólicos como morte súbita, ascite e problemas de
pernas. Uma sugestão no caso da montagem de outro experimento semelhante a este
é que seja determinado também o índice de mortalidade por distúrbios metabólicos.
Assim pode-se ter uma conclusão em relação a taxa de crescimento da ave e dos
órgãos com relação as mortalidades de doenças metabólicas.
Finalmente, pode-se afirmar que este estudo atingiu seus objetivos, pois está
trazendo importantes informações a respeito da predição do crescimento e deposição
de nutrientes do frango de corte como um todo.
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