Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ UFC
FEAAC – FACULDADE DE ECONOMIA,
ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE
MESTRADO PROFISSIONAL EM CONTROLADORIA
DANIELLA COUTINHO MAGALHÃES
A CONTROLADORIA COMO SUPORTE AO PROCESSO DE GESTÃO
DAS GRANDES EMPRESAS DO ESTADO DO CEARÁ UM ESTUDO
EM EMPRESAS GANHADORAS DO PRÊMIO DELMIRO GOUVEIA,
EDIÇÃO 2006.
Fortaleza
2007
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
DANIELLA COUTINHO MAGALHÃES
A CONTROLADORIA COMO SUPORTE AO PROCESSO DE GESTÃO
DAS GRANDES EMPRESAS DO ESTADO DO CEARÁ UM ESTUDO
EM EMPRESAS GANHADORAS DO PRÊMIO DELMIRO GOUVEIA,
EDIÇÃO 2006.
Dissertação submetida à
Coordenação de Pós-Graduação ao
Curso de Mestrado Profissional em
Controladoria, da Universidade
Federal do Ceará, como requisito
parcial para obtenção do grau de
Mestre em Controladoria.
Orientador: Professora Dra. Sandra
Maria dos Santos
Fortaleza
2007
ads:
DANIELLA COUTINHO MAGALHÃES
A CONTROLADORIA COMO SUPORTE AO PROCESSO DE GESTÃO
DAS GRANDES EMPRESAS DO ESTADO DO CEARÁ UM ESTUDO
EM EMPRESAS GANHADORAS DO PRÊMIO DELMIRO GOUVEIA,
EDIÇÃO 2006.
Dissertação submetida à
Coordenação de Pós-Graduação ao
Curso de Mestrado Profissional em
Controladoria, da Universidade
Federal do Ceará, como requisito
parcial para obtenção do grau de
Mestre em Controladoria.
Aprovada em: _____ / _____ / _______
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Professora Dra. Sandra Maria dos Santos
Universidade Federal do Ceará - UFC
_____________________________________________________
Professora Dra. Márcia Martins Mendes De Luca
Universidade Federal do Ceará - UFC
_____________________________________________________
Professora Dra. Marcelle Colares Oliveira
Universidade de Fortaleza – UNIFOR
A Deus, causa primária de todas as
coisas.
AGRADECIMENTOS
Agradeço, antes de tudo, a Deus, por reconhecer a oportunidade que me foi
concedida, e acima de tudo, as condições necesrias para a realização e superação do
desafio a que me propus. Agrado, também, pela força que brotou diante dos tantos
percalços que sofri, pelos momentos difíceis que vivenciei, na cruel e engrandecedora
coincidência do tempo, que parece sempre nos surpreender antes de nos sentirmos
verdadeiramente prontos para o que nos apresenta.
À Karine Ponte e Alzir Júnior, pelas presenças em minha vida, apoio
incondicional e, sobretudo, inquestionável crença no trabalho, antes mesmo de ter
assumido qualquer forma.
Agradeço aos meus pais. À minha mãe por todas as vibrações positivas
decorrentes de suas orações e de seu amor, e ao meu pai, que mesmo distante, faz-se
presente em momentos que o eternizam em minha vida.
Agradeço à família escolhida, meus amigos, pela compreensão da ausência nos
momentos em que precisaram de minha companhia, pela presença nos momentos em
que precisei e pelo incentivo nas tantas vezes que julguei não ter forças ou ser capaz de
chegar ao fim. Destes, em especial à Inês Helena e Isabel Arruda.
À minha equipe de trabalho, com destaque à Simony Dias, pela fonte de
inspiração, envolvimento na aplicão dos conceitos apreendidos, e, principalmente,
pela compreensão da ausência, por vezes, necessária, que exigiu de todos um pouco
mais de si, na tentativa de proporcionar a tranqüilidade imprescindível à construção de
um trabalho dessa natureza. A essa equipe, por tanto comprometimento e dedicação,
devo, também, grande parte dessa sede do saber, que nos faz procurar ser, a cada dia,
um profissional mais preparado, além de um ser humano melhor.
Ao senhor Clerton Sampaio, pelo estímulo inicial, pela preocupação nos
momentos em que ameacei fraquejar e pelas obras emprestadas e presenteadas.
À minha orientadora, Professora Sandra Santos, pela admirável administração do
tempo, que mesmo diante de tantas obrigações junto à Universidade, sempre se dedicou
a ler, reler e questionar no detalhe e, sobretudo, pela sabedoria na dosagem da difícil
arte de cobrar, horas com carinho, horas com a firmeza necessária para que o barco não
perdesse seu rumo.
Aos profissionais das empresas pesquisadas, pela disponibilidade do recurso
mais escasso da modernidade: o precioso tempo.
A todos os professores do curso que sempre ensinaram com dedicação e
comprometimento à nossa turma. Em especial às professoras que compuseram a banca
examinadora, Professora Márcia De Luca e Marcelle Colares que, apesar do pouco
tempo disponível, contribuíram de forma relevante para o aprimoramento desse
trabalho.
“No fundo da prática científica existe um discurso que diz:
nem tudo é verdadeiro; mas em todo lugar e a todo
momento existe uma verdade a ser dita e a ser vista, uma
verdade talvez adormecida, mas que no entanto, está à
espera de nossa mão para ser desvelada. A nós cabe a boa
perspectiva, o ângulo correto, os instrumentos necessários,
pois, de qualquer maneira ela está presente aqui e em todo
lugar.”
Michel Foucault
RESUMO
Esta pesquisa tem por objetivo principal investigar como a Controladoria tem
subsidiado o processo de gestão em suas fases de planejamento, execução e controle nas
grandes empresas do Estado do Ceará. O problema se apresenta apontando, de um lado,
uma área ainda permeada de dúvidas e questionamentos, sobretudo relativos à sua
relação com a Contabilidade e atribuições no contexto organizacional; de outro lado,
empresas que clamam por uma efetiva coordenação de seu processo de gestão, em
decorrência das pressões de competitividade do mercado. O estudo caracterizou-se,
segundo a abordagem do problema, como uma pesquisa qualitativa. Realizou-se uma
pesquisa de campo nas organizações cearenses avaliadas pelo Prêmio Delmiro Gouveia,
edição 2006, na categoria das maiores empresas, tendo como instrumento de coleta de
dados, entrevistas estruturadas realizadas junto aos gestores dos órgãos de
Controladoria. Diante da problemática proposta, obteve-se como respostas que: na
percepção dos gestores, o órgão de Controladoria foi concebido sob a concepção da
evolução da própria Contabilidade, chegando a assumir como atribuições, atividades
puramente contábeis e tipicamente de linha. A Controladoria como suporte ao processo
de gestão, participa com mais ênfase da fase de controle, como provedora de
informações e avaliadora de desempenhos; também participa da fase de planejamento,
mas com foco no provimento de informações para auxílio à tomada de decisão,
precisando evoluir no sentido de uma posição mais de partícipe na construção e de
coordenadora efetiva do processo. Além disso, segundo a percepção dos gestores
entrevistados, a Controladoria, embora reconhecido o poder de influência que acaba por
exercer no processo decisório das organizações, não atua como estimuladora de
sinergia, condição necessária para que a coordenação do processo de gestão ocorra na
direção do cumprimento de sua missão: assegurar a otimização do resultado da
organização.
Palavras-chave: Controladoria, processo de gestão.
ABSTRACT
This research has for main objective to investigate how the Controllership has
subsidized the process of management in its phases of planning, execution and control
in the large companies of the State of the Ceará. The problem presents, by one side, an
area with many doubts and questionings, over all relative to its relation with the
Accounting and attributions in the organizacional context; on the other side, companies
who ask for an effective coordination of its process of management, in result of the
pressures of competitiveness of the market. The study was characterized, according to
the approaching, as a qualitative research.A research of field in the organizations of the
state of Ceará evaluated by the Prize Delmiro Gouveia was become fulfilled, the 2006
edition, in the category of the biggest companies. Having as instrument of collection of
data, interviews carried through the managers of the agencies of Controllership, using
itself structuralized script. Because of the problematic proposal, it was gotten as
answers that: in the perception of the managers, the agency of Controllership was
conceived under the conception of the evolution of the proper Accounting, assuming as
attributions, purely countable activities and typically of line. The Controllership as a
supported to the management process, participates with more emphasis of the control
phase , as supplier of information and appraiser of performances; also it participates of
the planning phase, but with focus in the provisions of information as a help to the
decision taking, needing to evaluate in the sense of become more participant in the
construction and of effective coordinator of the process.
Keywords: controllership, process of management.
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 - Evolução histórica da ciência contábil aliada ao escopo de atuação.......32
QUADRO 2 - Visão da Controladoria........................................................................... 36
QUADRO 3 - Distinção entre Controladoria e Tesouraria........................................... 41
QUADRO 4 - Responsabilidades funcionais da Controladoria.................................... 42
QUADRO 5 - Etapas do Processo de Gestão................................................................. 50
QUADRO 6 - Roteiro de Entrevista................................................................................74
QUADRO 7 Convenção dos Intervalos de Freqüência................................................76
QUADRO 8 - Visão Geral da Pesquisa...........................................................................77
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Posição da Controladoria.......................................................................... 79
TABELA 2 - Natureza dos trabalhos............................................................................. 80
TABELA 3 - Atribuições da Controladoria................................................................... 82
TABELA 4 – Envolvimento da Controladoria no SIG.................................................. 84
TABELA 5 - Origem da Controladoria na organização................................................. 86
TABELA 6 - Concepção da Controladoria para o gestor............................................... 87
TABELA 7 - Controladoria na fase de planejamento.....................................................90
TABELA 8 - Controladoria na fase de execução............................................................91
TABELA 9 - Controladoria no provimento de informações...........................................94
TABELA 10 Controladoria no acompanhamento orçamentário-financerio................95
TABELA 11 Controladoria na fase de planejamento resumo...................................97
TABELA 12 Controladoria na fase de controle – resumo...........................................98
TABELA 13 - Controladoria e processo decisório.........................................................99
TABELA 14 - Resumo da participação da Controladoria no processo de gestão.........101
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................13
2 FUNDAMENTOS DA CONTROLADORIA ............................................................ 19
2.1. O título de Controller .......................................................................................... 20
2.1.1. No Mundo .................................................................................................... 20
2.1.2. No Brasil ...................................................................................................... 21
2.2. O momento, o desafio e a oportunidade............................................................. 23
2.3. Controladoria ..................................................................................................... 27
2.3.1. Evolução Histórica da Ciência Contábil ........................................................ 28
2.3.2. Controladoria como ramo do conhecimento .................................................. 33
2.3.3. Controladoria: missão e responsabilidades funcionais ................................... 37
3 PROCESSO DE GESTÃO ......................................................................................... 46
3.1. Gestão e Modelo de Gestão ................................................................................ 46
3.2. Processo de gestão: o tripé planejamento, execução e controle ........................ 48
3.2.1. Planejamento ................................................................................................ 50
3.2.2. Execução ...................................................................................................... 53
3.2.3. Controle ........................................................................................................ 55
3.3. Atuação da Controladoria no Processo de Gestão ............................................ 57
3.3.1. Controladoria no Planejamento ..................................................................... 60
3.3.2. Controladoria na Execução ........................................................................... 63
3.3.3. Controladoria no Controle ............................................................................. 65
4 METODOLOGIA DA PESQUISA............................................................................ 68
4.1. Metodologia de Pesquisa .................................................................................... 68
4.1.1. Tipologia de Delineamento de Pesquisa ........................................................ 68
4.2. População, Tamanho da Amostra e Processo de Amostragem ......................... 70
4.3. Coleta de Dados .................................................................................................. 72
4.4. Análise dos Dados ............................................................................................... 75
4.5. Visão Geral da Pesquisa ..................................................................................... 76
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................................ 78
5.1. Estrutura da Controladoria ............................................................................... 78
5.1.1. Posição da Controladoria no Organograma da Empresa ................................ 79
5.1.2. Natureza dos Trabalhos Desenvolvidos pela Controladoria ........................... 80
5.1.3. Atribuições do Órgão de Controladoria ......................................................... 81
5.1.4. Envolvimento da Controladoria com o Sistema de Informações Gerenciais ... 84
5.2. Origem da Controladoria ................................................................................... 85
5.2.1. Advento da Controladoria na Organização .................................................... 86
5.3. Participação da Controladoria no Processo de Gestão da Organização .......... 87
5.3.1. Controladoria na Fase de Planejamento ......................................................... 88
5.3.2. Controladoria na Fase de Execução ............................................................... 91
5.3.3. Controladoria na Fase de Controle ................................................................ 93
5.3.4. Considerações finais acerca da Controladoria no Processo de Gestão ............ 96
5.4. A Controladoria no Estímulo à Sinergia entre as Áreas ................................... 98
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 102
7 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 106
APÊNDICE ...................................................................................................................... 115
1 INTRODUÇÃO
A origem da Controladoria costuma ser relacionada à evolução assistida dos meios
sociais e de produção.
Após a Revolução Industrial, o aumento em tamanho e complexidade das grandes
organizações dos países mais desenvolvidos, que passaram de um modelo mais artesanal de
produção com forte participação da o-de-obra direta para um processo industrial altamente
mecanizado e com produções em larga escala, talvez tenha sido o fator de maior impacto para
o advento da Controladoria (SANTOS; SCHIMIDT, 2006).
Outro fator foi o processo de globalização percebido em meados do século XX, com a
expansão geográfica das grandes corporações instalando filiais por todo o mundo, fomentando
a necessidade da matriz das empresas por acompanhamento e controle.
Além destes fatos, merece destaque o crescimento das exigências informativas tanto
por parte das entidades governamentais, visando possibilitar a fiscalização das transações
realizadas, bem como, por parte das fontes de capital.
Essa necessidade por transparência balizada na tentativa por padronização das
demonstrações apresentadas teve como grande símbolo a quebra da Bolsa de Valores de Nova
York (NYSE) em 1929 que causou grande abalo na confiabilidade das demonstrações
contábeis. Tal necessidade apenas vem se ampliando e se consolidando no decorrer dos
tempos, tendo sido o referido acontecimento histórico seguido por outros tantos, igualmente
polêmicos e até bem recentes, como as falhas nos controles internos e fraudes contábeis que
levaram à falência, as empresas Enron e Worldcom, em 2001 e 2003, respectivamente,
conforme destacado por Santos e Schmidt (2006, p. 118).
Afora as necessidades legítimas organizacionais decorrentes de fatos e fatores, como
os destacados, o contexto do qual a Controladoria emerge, remete-se também, aos sinais de
estagnação que a Ciência Contábil passa a apresentar, no sentido do efetivo apoio à gestão.
As práticas de contabilidade gerencial tiveram um grande avanço com vistas a atender
ao aumento no tamanho e complexidade das organizações. No entanto, conforme relatado por
Johnson e Kaplan (1993), na segunda metade dos anos 80, a diversidade dos produtos e
complexidade dos processos continuaram a crescer e os sistemas não acompanharam essa
evolução.
14
As empresas, na busca por competitividade, traçaram um caminho onde se faz
necessário que as mesmas tenham um processo de geso bem estruturado. Nesse sentido, a
Controladoria traz como proposta inerente, a coordenação desse processo com vistas a
assegurar a otimizão do resultado da organização.
O processo decisório ou processo de gestão ocorre tanto de forma local, em cada área
especificamente, como em âmbito global, para tanto, é necessário que o processo decisório de
cada área deva estar integrado ao da empresa como um todo. E a Controladoria apresenta-se,
então, com a proposta de elo unificador, coordenador e potencializador desse modelo.
1.1. Problemática
A Controladoria, no Brasil, ainda se apresenta carente de estudos que a posicionem e,
consequentemente, traz consigo muitas dúvidas acerca de sua definição e atribuições no
contexto organizacional.
Beuren (2002) coloca que, até mesmo o verdadeiro significado do termo Controladoria
ainda não está totalmente definido na literatura. Oliveira, Perez Jr. e Silva (2005) corroboram
ao afirmarem que: “Entre nós, é uma atividade desenvolvida e divulgada somente a partir das
últimas décadas, o que explica e justifica o fato de pairarem muitas vidas sobre o assunto
nos meios acadêmicos e profissionais.”
Carvalho (1995, p.2) vem a esse encontro, ao expor que:
[...[ o campo de estudos compreendido pela Controladoria apresentava e
ainda apresenta muitas indefinições, tanto teóricas quanto práticas, sendo
recentes e ainda pequenos os esforços acadêmicos dedicados ao estudo do
tema. Além disso, esses esforços, a despeito dos avanços consideráveis
observados em algumas pesquisas, ainda são esparsos e exploram, via de
regra, apenas alguns dos aspectos incluídos no âmbito das preocupações da
Controladoria.
É, portanto, este o contexto em que se apresenta o problema de pesquisa desse
trabalho. Sendo a busca, inicialmente, pelo caráter de essencialidade da Controladoria e, a
posteriori, a procura desses elementos fundamentadores da Controladoria na prática das
maiores empresas do Estado do Ceará, segundo o Prêmio Delmiro Gouveia.
15
Ao se tratar de Controladoria, fala-se em Processo de Gestão, apresentando-se a
Controladoria como a própria coordenadora desse fluxo que permeia todo o processo
decisório e, consequentemente, toda a administração da organização.
Portanto, e para tanto, o presente trabalho traz como indagação central:
Qual a percepção dos gestores dos órgãos de Controladoria das empresas
ganhadoras do Prêmio Delmiro Gouveia, edição 2006, acerca das práticas da
Controladoria no suporte ao processo de gestão das organizações?
Justifica-se esse trabalho, do ponto de vista teórico, a partir da sistematização da
bibliografia acerca do tema e busca pela história da Controladoria no Brasil, haja vista a
concentração da literatura na realidade americana e européia. Do ponto de vista prático, no
sentido de identificar a relação existente entre a Contabilidade e a Controladoria, e de que
forma os órgãos de Controladoria, das maiores empresas ganhadoras do Prêmio Delmiro
Gouveia, edição 2006, estão atuando frente à sua missão de coordenadores do processo de
gestão. Além de, conseqüentemente, promover nos profissionais da área uma reflexão acerca
da proposta inerente à Controladoria e sua efetiva contribuição às organizações.
1.2. Objetivos
O objetivo geral desse trabalho é analisar as práticas da Controladoria nas maiores
empresas do Estado do Ceará, segundo o Prêmio Delmiro Gouveia, edição 2006, verificando
de que modo o uso de tais práticas tem subsidiado o suporte ao processo de gestão dessas
organizações.
Como objetivos específicos do trabalho, apresentam-se:
Analisar a concepção predominante da Controladoria nas empresas a serem
pesquisadas, considerando os aspectos relativos à sua origem e evolução.
Identificar as funções atribuídas à Controladoria nas empresas ganhadoras do
Prêmio Delmiro Gouveia.
16
Investigar como a Controladoria tem subsidiado o processo de gestão, nas fases
de planejamento, execução e controle das maiores empresas do Estado do
Ceará.
1.3. Pressupostos
Essa pesquisa traz como pressupostos básicos que:
Na percepção dos gestores, o órgão de Controladoria foi concebido sob a
concepção da evolução da ppria contabilidade, chegando a assumir como
atribuições, atividades puramente contábeis e tipicamente de linha.
A Controladoria não participa ativamente da fase de planejamento, que
costuma ocorrer no âmbito das próprias divisões operacionais;
A Controladoria, como suporte ao processo de gestão, participa mais
ativamente da fase de controle, como provedora de informões e avaliadora
de desempenhos.
A Controladoria não participa ativamente do processo de esmulo à sinergia
entre as áreas.
1.4. Metodologia
No que se refere à tipologia da pesquisa, utilizou-se a sugerida por Raupp e Beuren
(2004), que enfatiza as queses relativas aos objetivos, aos procedimentos de coleta e às
fontes de informação utilizadas.
Quanto aos objetivos, caracteriza-se por ser uma pesquisa de natureza exploratória.
Exploratória, por ter como objetivo o fornecimento de informações importantes para
compreensão da situação-problema enfrentada pelo pesquisador (MALHOTRA, 2001).
Quanto aos procedimentos de coleta foi feita uma pesquisa bibliográfica, ou seja,
resgatou-se a literatura existente acerca do assunto o que fundamentou o referencial teórico.
17
Quanto à abordagem do problema, caracteriza-se por ser uma pesquisa de natureza
qualitativa, em que se buscou a análise do fenômeno estudado a partir da percepção do sujeito
entrevistado, utilizando seus depoimentos e pontos de vista acerca do assunto em foco.
Quanto às fontes de informação foi realizada pesquisa de campo junto aos gestores dos
órgãos de Controladoria das dez maiores empresas cearenses, consideradas pelo Prêmio
Delmiro Gouveia.
Os aspectos metodológicos são apreciados com maior profundidade no capítulo
quatro.
1.5. Estrutura do trabalho
A presente dissertação está estruturada em cinco capítulos. A introdução apresenta o
contexto e o problema da pesquisa, bem como seus objetivos, pressupostos relacionados, a
metodologia adotada e a estruturação da dissertação.
No capítulo dois, Fundamentos da Controladoria, apresenta-se o contexto evolutivo da
própria Contabilidade, alcançando-se a Controladoria em sua filosofia de atuação. Haja vista
que, para se avaliar qualquer possível vácuo entre discurso e prática da Controladoria, deve-se
inicialmente indagar acerca do que legitimaria um órgão como sendo de Controladoria.
Com vistas a uma análise crítica da relação entre Controladoria e Contabilidade é
realizado um retrospecto da hisria da Ciência Contábil para visualização do momento e
desafios a que se propõe e, paralelamente, o advento da Controladoria.
Após esse contexto histórico, são abordados aspectos relacionados à definição e a
proposta inerente à Controladoria, ou seja, missão e responsabilidades funcionais que lhes são
atribuídas.
O capítulo três, Processo de Gestão, aborda os aspectos relativos ao processo de gestão
das organizações, fundamentado no tripé planejamento, execução e controle e, uma vez
estabelecida no capítulo anterior a função da Controladoria de coordenadora do referido
processo, estabelece-se alguns conceitos acerca do que seja cada uma dessas fases
isoladamente e o que se espera da atuação da Controladoria em cada uma delas.
18
Os aspectos metodológicos adotados são abordados no capítulo quarto, Metodologia
da Pesquisa, onde está descrita a pesquisa quanto aos objetivos, procedimentos de coleta e
fontes de informação, bem como a determinação da populão, tamanho da amostra e
processo de amostragem, além da descrição dos instrumentos de coleta adotados e de como se
dará a análise dos dados obtidos.
O quinto capítulo, Análise dos Resultados, apresenta os dados obtidos na pesquisa de
campo utilizados como fundamentadores dos pressupostos estabelecidos, com vistas a
ratificar ou refutar os mesmos.
Por fim, nas Considerações Finais, são apresentadas as limitações e dificuldades
encontradas, bem como, as contribuições e recomendações decorrentes do trabalho, seguida
das referências e do apêndice ao trabalho.
2 FUNDAMENTOS DA CONTROLADORIA
Procurou-se, a princípio, estabelecer, uma distinção da origem da Controladoria no
mundo, mais especificamente, nos Estados Unidos da América e Inglaterra, e no Brasil,
distinguindo as causas do advento da Controladoria naqueles países das que promoveram sua
chegada ao Brasil, bem como, identificar as que lhe são comuns. Além disso, buscar facilitar
o entendimento do momento da Controladoria na atualidade como base necessária para uma
melhor compreensão do constatado na pesquisa de campo.
Notadamente, a literatura nacional acerca do tema é bastante limitada no que tange a
historicidade da Controladoria, e, no mais das vezes, os livros publicados limitam-se a
citações e traduções das literaturas, sobretudo, norte-americanas. Complementa Iudícibus
(2004, p.41), ao destacar que tal fato alia-se ainda ao problema intitulado como “traduttore
traditore” (grifo do autor), ou seja, tradutor traidor, onde coloca que o problema vem
ocorrendo, entre outros, com a tradução de textos americanos.
Cosenza (2001, p. 43) adiciona que:
[...] a literatura contábil mundial está bem mais repleta de discussões a
respeito de fatos e conceitos pragmáticos e muito pouco tem sido escrito
sobre o caráter histórico da Contabilidade. O Brasil peca ainda mais nesse
aspecto, dada a nossa forte ojeriza em preservar o passado. Infelizmente, só
nos cabe lamentar, já que é uma pena, pois existem conteúdos e fontes
importantes e de uma riqueza imensurável para serem explorados na área da
história aziendal brasileira.
Em seguida, -se icio a um apanhado bibliográfico acerca das definições de
Controladoria, sua missão e funções que lhe são atribdas. Nesse caso, também, no intuito de
subsidiar um processo passível de avaliação crítica, é realizada uma pesquisa que remonta as
origens da própria contabilidade.
No capítulo posterior, trata-se do processo de gestão das organizações e da
participação da Controladoria dentro desse processo.
Além do objetivo de consubstanciar teoricamente a pesquisa de campo a ser realizada,
o referencial teórico desse trabalho, traz como objetivo intrínseco, o estabelecimento dos
fundamentos da Controladoria.
20
2.1. O título de Controller
2.1.1. No Mundo
A terminologia controlleré utilizada há bastante tempo. Segundo Del Valle et al.
(apud ARAGAKI, 2002) os primeiros cargos a se utilizarem desse termo, remontam ao século
XV, mais especificamente no English Royal Household, na Inglaterra, como controladores
das contas na repartão Lord Chamberlain. Em 1778, o termo foi utilizado pelo Continental
Congress. A função foi sendo estendida para as demais agências e repartições federais,
estaduais e municipais.
A construção das estradas de ferro, ao aproximarem as corporações, incentivou o
processo natural de aprendizado e multiplicação de experiências, assim o tulo e função de
controller chegou aos Estados Unidos da América.
Em 1920, a função de controller aparece nos organogramas das administrações
centrais da General Motors como Comptroller e, em 1921, na Dupont como Treasurer
Assistant Comptroller, relata Chandler (1962).
O advento da Controladoria, segundo Willson e Colford (1991) está relacionado a
alguns fatores que merecem destaque. O aumento em tamanho e complexidade das grandes
organizações na virada do século XX, talvez tenha sido o fator de maior impacto.
Devido a grande produção de ferro das indústrias norte-americanas, avaaram as
estradas, facilitando o desenvolvimento de novos negócios e de todo o sistema de distribuição
dessa produção. Empresas tornaram-se mega-corporações e não apenas as atividades
cresceram em tamanho, mas difundiram-se de forma tal, que forçaram a revisão de todo o
modelo de administração e controle, a essa altura, necessariamente mais descentralizado que
outrora.
Além deste fator motivador da origem da Controladoria, merece destaque o
crescimento das exigências informativas tanto por parte das entidades governamentais,
visando possibilitar a fiscalização das transações realizadas, bem como, por parte das várias
fontes de capital disponíveis. Sobretudo, após a quebra da Bolsa de Valores de Nova York
21
(NYSE) em 1929 que causou grande abalo na confiabilidade das demonstrações contábeis,
como mencionado por Santos e Schmidt (2006).
Esses três fatores, por excencia, promoveram a inserção da contabilidade na
condução dos negócios das empresas.
Portanto, compreende-se que o termo Controladoria é antigo conhecido dos EUA e
Inglaterra. Willson e Colford (1991) caracterizam a figura do controller como representativa
da posição de chefe da contabilidade. Ou seja, na vio norte-americana, a Controladoria se
confunde com a própria Contabilidade, e todos esses aspectos mencionados, na verdade, se
caracterizam como impulsionares de seu processo de evolução, sobretudo, no que diz respeito
ao seu papel junto à gestão.
No entanto, mesmo familiarizados ao termo, a Controladoria como hoje compreendida
traz consigo profundas mudanças quanto ao posicionamento do controller na empresa, o perfil
desejado e suas atribuões junto à organização em que atua.
Willson e Colford (1991, p. 18), utilizam-se frequentemente da expressão modern
concept of controllership” como forma de destacar ou uma mudança identificada ou, ao
menos, necessária na atuação do contador, como exposto, há bastante tempo intitulado
controller”:
It is true that the controller must engage in accounting activities; yet he must
not restrict his role to the recording function. More properly, he is expected
to extend his accounting function to its management applications. Essential
to the proper fulfillment of the controllership function is an attitude of mind
that energizes and vitalizes the financial data by applying it to future
company activities. It is a forward-looking concept (…). The controller´s
viewpoint should be the management viewpoint one that guides
management´s thinking to the most profitable combination of operations.”
2.1.2. No Brasil
Santos e Schimdt (2006) acrescentam aos fatores motivadores da origem da
Controladoria, o processo de globalização percebido em meados do século XX, com a
expansão geográfica das grandes corporações instalando filiais por todo o mundo,
aumentando ainda mais a necessidade da matriz das empresas por acompanhamento e
controle e levando novos conceitos a novos lugares.
22
Foi a partir desse movimento globalizado que a função de controller chegou ao Brasil.
Segundo Beuren (2002), com a chegada das multinacionais no Brasil, os controllers das
empresas vieram para alinhar as teorias e práticas contábeis visando um adequado sistema de
controle e de informações que satisfizessem a todos os seus usuários.
Kanitz (1976) entende que, inicialmente, devido a maior facilidade com os números,
ao conhecimento ampliado da organização e à proximidade com a presidência da empresa, as
pessoas treinadas para assumirem a posição de controller eram da área financeira e contábil.
Warren, Reeve e Fess (2001) corroboram com o entendimento ao mencionarem uma pesquisa
que indicou que 21% (vinte e um porcento) dos cargos de diretor-executivo das 1000 (mil)
maiores empresas dos Estados Unidos da América são ocupados por profissionais que
ingressaram na área contábil ou financeira.
A demanda por profissionais da área de Controladoria no Brasil, segundo Siqueira e
Soltelinho (2001, p. 68), “[...] parece estar vinculada ao crescimento da importância da
indústria na matriz produtiva brasileira.”
No início dos anos 60, o Brasil passou por sua “Revolução Industrial”. A onda da
Revolução Industrial por onde passava, modificava terrenos, como bem colocado por Santos e
Schmidt (2006, p. 12): “A natureza dos negócios mudou com a Revolução Industrial.
Siqueira e Soltelinho (2001, p. 69) realizaram pesquisa com base nos anúncios
publicados no caderno de classificados de domingo do Jornal do Brasil, buscando traçar o
perfil do controller e encontrar indícios de seu surgimento no Brasil. Explicam a demanda por
profissionais sob a função de controller, a partir de três principais razões:
a instalação de empresas estrangeiras, notadamente norte-americanas,
trouxe ou arraigou a cultura da utilização da área de Controladoria para o
solo brasileiro;
uma maior penetração de empresas multinacionais acirrou a competição,
forçando as empresas aqui instaladas, principalmente as nacionais, a se
reestruturar;
com o crescimento econômico as empresas ganharam porte e suas
operações aumentaram em complexidade, necessitando de novos
profissionais que assegurassem o controle sobre a organização.
23
A pesquisa identificou que a busca por esse tipo de profissional deu início em 1960,
ainda em pequena escala, tendo um rápido aumento na segunda metade da referida década,
provavelmente, em virtude do aumento do fluxo de investimento que atraiu para o Brasil
empresas de maior porte, já familiarizadas com os conceitos pertinentes à Controladoria.
A grande maioria das empresas se intitulava como sendo de grande porte e norte-
americanas. Nos anos 80, o volume aumentou consideravelmente, ousando-se mencionar um
processo de consolidação do profissional de Controladoria no mercado de trabalho.
Dois fatos ainda merecem destaque acerca da pesquisa realizada por Siqueira e
Soltelinho (2001): um primeiro diz respeito ao aumento da demanda por empresas nacionais,
ou seja, corroborando com o incio de que a competição gerada pela chegada de empresas
multinacionais forçou um processo de reestruturação onde foi acolhida a cultura da
Controladoria; e um segundo, onde na década de 90, profissionais da área de Controladoria
passaram a ser demandados também por empresas de médio porte, o que ratifica o exposto
anteriormente, ou seja, pode caracterizar a efetiva divulgação da cultura da Controladoria no
país. Resultado, vale ressaltar, do efeito da globalização, na corrida para a adequação com
vistas a se tornarem mais competitivas nos mercados.
2.2. O momento, o desafio e a oportunidade
Para uma melhor compreensão da origem da Controladoria, faz-se mister o
entendimento do momento em que esta se desenvolveu, as causas relacionadas e que
expectativas existiam sobre a área contábil.
As práticas de contabilidade gerencial tiveram um grande avanço com vistas a atender
ao aumento no tamanho e complexidade das organizações. No entanto, conforme relatado por
Johnson e Kaplan (1993), na segunda metade dos anos 80, a diversidade dos produtos e
complexidade dos processos continuaram a crescer e os sistemas não acompanharam essa
evolução trazendo sérios problemas às organizações. Verificavam-se com freqüência,
apuração de custos distorcida, informações intempestivas e excessivamente agregadas,
informações de desempenho de curto prazo que o refletiam a real variação, se positiva ou
negativa, da posição econômica da organização, etc.
24
Atkinson et al. (2000) vem ao encontro do exposto ao colocar que, nos meados da
década de 70, as empresas norte-americanas e européias começaram a enfrentar concorrência
acirrada de empresas estrangeiras e, nesse momento, os sistemas tradicionais de custos
forneciam informações distorcidas, que não refletiam os aspectos econômicos das operações
motivando tomadas de decisões incorretas.
Antes de 1950 as empresas possuíam instrumentos gerenciais que correspondiam a um
ambiente competitivo, no entanto, depois de 1950 deixaram-se guiar unicamente a partir dos
resultados oriundos de seus sistemas de informações contábeis, ou seja, criaram “pseudo”
imperativos de concorrência. Johnson (1994, p. 29) acredita que:
Por volta de 1970, eram visíveis os resultados desse desligamento.[...] essa
mudança de foco, de pessoal, clientes e processos para custos, lucros e
relações contábeis provocada pelo uso crescente de informações contábeis
para controlar operações é a causa principal da relevância perdida’. A
relencia não foi perdida pelo uso de informações contábeis impróprias
para gerenciar. Ela foi perdida pelo uso impróprio de informações contábeis
para controlar operões de empresas. (grifo do autor)
No entanto, o eram esses os instrumentos utilizados pelos concorrentes, como os
japoneses e alguns europeus, para guiarem seus negócios.
Johnson e Kaplan (1993) atribuem essa estagnação à predomincia dos
demonstrativos contábeis para atendimento dos usuários externos no século XX. Devido às
oscilações no mercado de capitais, a procura por demonstrativos financeiros auditados
aumentou. As entidades auditoras, por sua vez, preferiram utilizar-se de práticas contábeis
mais tradicionais e conservadoras, como a exemplo da utilização do custo histórico para
apuração dos estoques e custos dos produtos vendidos.
Johnson (1994, p.122) adiciona que “[...] as informações oriundas de sistemas
concebidos para o cumprimento das responsabilidades fiscais [...] não deve ser usado também
para controlar operações.” (grifo do autor)
Aliado a este motivo, a tecnologia da informação no começo do século possivelmente
pode ter apresentado custos que não justificariam sistemas ou processamentos distintos com
finalidades distintas, ou seja, a realidade gerencial ficava ainda mais distante das informações
apresentadas. Johnson e Kaplan (1993, p. 11) citam que “[...] Os benefícios de um sistema de
contabilidade gerencial mais preciso e de resposta mais rápida podem não ter justificado o
custo de sua manutenção.”
25
As críticas de Johnson e Kaplan (1993), Atkinson et al. (2000) e outros acerca da
utilização dos demonstrativos contábeis para a tomada de decisão e suas conseqüências
nocivas, levaram a contabilidade a um profundo descrédito por parte dos usuários de suas
informações, caracterizando-se, dessa forma, o momento do advento da Controladoria.
Para Cosenza (2001), a história da contabilidade acompanha a evolução social da
humanidade. Desta feita, o desafio imposto decorrente do cenário atual, traz como pano de
fundo, segundo Oliveira, Perez Jr. e Silva (2005, p. 14):
Fatores como a atual competitividade do mundo dos negócios, a
globalização da economia, a abertura das fronteiras comerciais, a crescente
preocupação com a ecologia, os níveis preocupantes de corrupção em
algumas nações, os aspectos sociais, entre outros, exigem gerenciamento
cada vez mais eficiente e eficaz das entidades.
Cosenza (2001, p. 54) esclarece que:
[...] é preciso ser encarado como missão da Contabilidade, responder às
expectativas das empresas que desejam fazer da informação um ato de
gestão estratégica e um vetor de adaptação. Em décadas passadas, a
Contabilidade foi significativamente impactada pela predominância de
instrumentos voltados para os aspectos jurídicos e financeiros. Neste novo
século, serão introduzidos instrumentos modernos, onde o fator domínio da
informação’ representará uma grande vantagem concorrencial.
Willson e Colford (1991) relataram que as organizações reclamavam para si mais
checagens e melhores controles internos, e o mais importante, uma demanda por melhores
práticas gerenciais trouxe consigo a necessidade de uma contabilidade mais adequada e o
fornecimento de informações que possibilitassem seu efetivo controle.
Johnson (1994) mesmo ressaltando a importância da Contabilidade dentro do contexto
organizacional, foi taxativo ao destacar que esta o poderia ser utilizada para controle das
operações, argumentando que fazer uso de controles contábeis para determinação e
acompanhamento de metas, como ocorreu entre as décadas de 50 e 70, havia sido o grande
furo de gestão das empresas norte-americanas.
Na atual competição global, a avaliação de desempenhos a partir de padrões hisricos
e realidades passadas, perde seu sentido, processos e avaliações de desempenho tem que ser
suporte para facilitar a institucionalização da cultura da melhoria contínua em toda a
organização.
26
Nesse sentido, as informações necessárias para a gestão extrapolam sua natureza, até
então, eminentemente financeira: informões não financeiras ganham espaço e assumem
papel de extrema importância no acompanhamento do processo de gestão. Atkinson et al.
(2000, p. 58) advertem que:
Informação não financeira sobre atividades em execução é ctica para
melhoria dos processos internos e para satisfão do cliente. Os funcionários
devem enfocar o apenas a redução de custos, mas, também, a melhoria da
qualidade, a redução do ciclo de tempo e a satisfação das necessidades dos
clientes. Para atender a esses propósitos, os contadores gerenciais devem
suprir pontualmente os funcionários com dados de desempenho sobre suas
atividades, como defeitos, retrabalho, refugo, produção, entregas pontuais,
tempo de atendimento ao cliente e retornos. (grifo do autor)
Willson e Colford (1991) destacam que para a informação ser apta a subsidiar o apoio
à tomada de decisão, deveria possuir as seguintes características: ser relevante, tempestiva
(apresentada no momento correto com a periodicidade necessária), quantificável (para ser
administrada, precisa ser medida), precisa (livre de erros significativos) e consistente.
Características não presentes nas informações geradas pelos antigos sistemas de contabilidade
gerencial.
Mesmo diante de toda evolução e revolução tecnológica sofrida nos últimos tempos,
Antunes (2006, p. 35), a partir de pesquisa realizada nas 150 maiores empresas segundo a
classificação da Revista Exame Melhores & Maiores, edição 2003, ressalta, “a inadequão
do Sistema de Informação Contábil Gerencial para as condições de mudanças e de desafios
competitivos, tecnológicos e mercadológicos existentes atualmente”. O que corrobora com o
posicionamento de Atkinson et al (2000) e torna o problema ainda de caráter contemporâneo.
É nesse contexto que surge a Controladoria, como uma demanda legítima e necessária
das organizações e como oportunidade para uma evolução e reconquista de espaço pela
Contabilidade.
27
2.3. Controladoria
São vários os entendimentos acerca do que efetivamente é a Controladoria, autores se
manifestam de formas contrárias e, outros tantos, não se manifestam a esse respeito ou a
apresentam de forma bastante tímida, mais focada em suas funções e contribuões para a
organização, ou seja, com uma visão mais pragmática - herança norte-americana, e menos
essencialista.
Beuren (2002, p. 21), no que diz respeito ao significado da Controladoria, menciona
que
[...] a literatura não tem apresentado uma nítida definição de Controladoria.
As diversas abordagens m seu foco mais voltado às capacidades requeridas
para o exercício da função, bem como de suas atribuões nas empresas, do
que explicitar o seu verdadeiro significado.
Carvalho (1995, p. 27) corrobora com esse entendimento e expõe que:
A ênfase dos autores repousa frequentemente sobre as funções ou atribuições
do órgão Controladoria ou do profissional denominado controller, raramente
fazendo incures na definição do campo de conhecimentos correspondente,
preferindo, em alguns casos, vinculá-lo a ramos de conhecimento
tradicionais, em particular à Contabilidade Gerencial e à Administração
Financeira.
Dos autores que se disem a uma investigação mais essencialista da Controladoria,
por assim dizer a busca por sua definição e enquadramento científico, e menos pragmática, ou
seja, focada meramente em suas atribuições, destacam-se dois posicionamentos divergentes
na literatura nacional.
O ponto de divergência entre as correntes diz respeito, sobremaneira, ao seu conceito:
uma primeira, a entende como ciência individual fortemente influenciada pela teoria contábil,
defendida por Catelli (1999), Almeida, Parisi e Pereira (1999), Mosimann e Fisch (1999),
Garcia (2003), Teixeira (2003), e uma outra, que considera a Controladoria como a evolução
da própria contabilidade, preconizada por Martin (2002), Padoveze (2005), Antunes (2006).
Para um melhor entendimento acerca do exposto e ampliação da percepção para
compreensão do que antecede e enraíza cada uma das vertentes, faz-se importante a busca por
antecedentes históricos, com vistas ao reconhecimento do processo evolutivo da própria
contabilidade.
28
2.3.1. Evolução Hisrica da Ciência Contábil
Segundo Iudícibus (2004), a contabilidade é tão antiga quanto à origem do homo
sapiens. Historiadores remontam a dois mil anos antes de Cristo os primeiros sinais objetivos
da existência das contas. É fato, também, que a evolução da contabilidade, até a invenção da
moeda, foi lenta.
Iudícibus (2004), relata ainda, que raros são os casos em que o estado-da-arte se
adianta ao momento político-social-econômico de uma era, dessa forma também o foi com a
teoria contábil, seu grau de desenvolvimento está diretamente relacionado ao do
desenvolvimento comercial, social e institucional das sociedades. Dessa forma, explica-se o
porquê do alvorecer da contabilidade ter sido, inicialmente, nas cidades italianas, entre o
culo XIII até o início do século XVII, quando essas cidades fervilhavam com a expansão da
atividade mercantil.
Durante muito tempo a contabilidade foi considerada como simples método, graças ao
trabalho de ícones, destacados por D’amore e Castro (1967), como bio Besta e Cerboni da
escola européia, logrou enquadrar-se como ciência.
A escola européia, ou como mais conhecida, a escola italiana deixou como grande
legado, dentre outros, o chamado para a importância da contabilidade na gestão dos negócios,
provou que esta era bem mais que mero registro do passado. No entanto, pelo menos aos
dias de hoje, o domínio da escola italiana parece ter chegado ao fim.
Iudícibus (2004, p. 37) relata que os principais equívocos da escola italiana estão
consubstanciados:
[...] na relativa falta de pesquisa indutiva sobre a qual efetuar generalizações
mais eficazes;
[...] em se preocupar demasiadamente com a demonstração de que a
Contabilidade é ciência, quando o mais importante é conhecer bem as
necessidades informativas dos vários usuários da informação contábil e
construir um modelo ou sistema contábil de informação adequado;
[...] na excessiva ênfase na teoria das contas, isto é, no uso exagerado das
partidas dobradas, inviabilizando, em alguns casos, a flexibilidade,
necessária, principalmente, na Contabilidade Gerencial;
29
[...] na falta de aplicação de muitas das teorias expostas;
[...] na queda de vel de algumas das principais faculdades superpovoadas
de alunos, com professores mal remunerados, dando expansão mais à
imaginação do que à pesquisa séria de campo e de grupo.
Segundo Santos e Schmidt (2006), a partir de 1920, como já mencionado, surgem as
mega-corporações, em paralelo, o desenvolvimento do mercado de capitais e um
extraordinário ritmo de desenvolvimento assolam os Estados Unidos da América, fazendo
com que este se constitua em um campo fértil para o avanço das teorias e práticas contábeis,
influenciadoras de todo o mundo globalizado.
A escola americana enfatiza a preocupação com o usuário da informação contábil, a
utilidade da contabilidade no apoio à tomada de decisões é promovida, consubstanciando-se
como instrumento de relevante importância dentro do contexto administrativo.
No Brasil, segundo Iudícibus (2004), acontece fenômeno interessante, sua legislação
costuma adiantar-se em relação aos homens que a farão valer, e isso se faz sentir amplamente
na área contábil. Como provas, podem ser destacadas a Lei das Sociedades por ões, de
cunho contábil inspirado na doutrina norte-americana, as normas do Conselho Federal de
Contabilidade e da Comissão de Valores Mobiliários que vêm apresentando teor de qualidade
bem superior à média dos profissionais ditos especializados para realização do promulgado.
Iudícibus (2004) destaca o ano de 1946, quando foi instalado o primeiro núcleo de
pesquisa contábil nos moldes norte-americanos na Faculdade de Ciências Econômicas e
Administrativas da USP. Em 1964, tem início a reestruturação do ensino de contabilidade na
referida faculdade, é lançado o livro Contabilidade Geral do Professor José da Costa
Boucinhas, utilizando-se do método didático norte-americano, mas com importantes
adaptações à realidade brasileira, sobretudo acerca da abordagem da contabilidade diante dos
problemas decorrentes do efeito inflacionário.
Faz-se tempestivo sumarizar, nesse momento, as citadas fases experienciadas pela
contabilidade criando um paralelo com o campo de atuação ampliado no decorrer dos tempos.
Nesse ínterim, outras discussões polêmicas o levantadas com relação as populares
terminologias utilizadas para segmentação da contabilidade.
30
Como base para esse trabalho, abordar-se-á a contabilidade financeira, de custos e
gerencial com o objetivo de permitir a visualização da evolução da abrangência da
Contabilidade no contexto organizacional. A Contabilidade de Custos, segundo Hansen e
Mowen (2001) é híbrida, que é requerida tanto pela Contabilidade Financeira como pela
Gerencial. Neste trabalho, será tratada como impulsionadora da Contabilidade Gerencial.
A escola italiana evoluía no sentido da contabilidade relacionada à administração
econômica da azienda, no entanto, a doutrina norte-americana, estava mais preocupada em
fornecer informações aos investidores a partir de critérios relativamente homogêneos,
introduzindo o conceito de contabilidade financeira consagrada a partir da introdução dos
princípios de contabilidade geralmente aceitos.
Para Atkinson et al. (2000) a contabilidade para atendimento de necessidades de
informação da “clientela externa” tornou-se uma exigência total, cada vez mais
regulamentada, de forma que levou muitas empresas a colocarem mais ênfase na
contabilidade financeira do que em informações com cunho gerencial. Dessa forma, o sistema
de contabilidade gerencial, na maioria das empresas, apresentou-se inadequado diante de
desafios competitivos, tecnológicos e mercadológicos.
No entender de Iudícibus (2004, p. 15):
A contabilidade gerencial pode ser caracterizada, superficialmente, como um
enfoque especial conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já
conhecidos e tratados na contabilidade financeira, na contabilidade de
custos, na análise financeira e de balanços, etc., colocados numa perspectiva
diferente, num grau de detalhe mais analítico ou numa forma de
apresentação e classificação diferenciada, de maneira a auxiliar os gerentes
das entidades em seu processo decisório.
Frezatti, Aguiar e Guerreiro (2006), acerca dos questionamentos relativos à
Contabilidade Financeira e Gerencial, interrogam qual das duas teria surgido primeiro, no
sentido de se analisar criticamente quem adveio de quem. A concluo é a de que, na verdade,
tal separação decorre da percepção de que existem usuários distintos da informação contábil,
que apresentam distorções relevantes em suas necessidades, perspectivas e expectativas.
Contudo, os usuários internos possuem maior acesso às informações do que os usuários
externos, desta feita, no que se consubstancia em um dos principais motivos dessa separação,
observa-se uma maior assimetria externa, do que interna, ou em outras palavras, torna-se mais
fácil de padronização as informações enviadas aos usuários externos do que aos internos.
31
Conforme Atkinson et al. (2000), a contabilidade gerencial evolui, entra em processo
de estagnação entre as décadas de 50 e 70 e procura retomar seu espo. Passa a fazer uso das
novas tecnologias de planejamento e controle disponíveis e inclui em seu arcabouço medidas
não financeiras, perspectivas de caráter mais ampliado no que diz respeito a manter clientes,
fornecedores, funcionários e acionistas satisfeitos.
Ao encontro dessa abordagem histórico-evolutiva da Contabilidade, e, mais
especificamente, da Contabilidade com fins gerencias, o IMA (Institute of Management
Accountants), através do documento IMAP1 (Internacional Management of Accountants
Practice 1), elaborado em 1989 e revisado em 1998, identificou quatro estágios evolutivos da
contabilidade gerencial.
Até 1950, período que abrangeu o primeiro estágio, o foco era na determinação do
custo de produção e controle financeiro, através do instrumento orçamentário e dos sistemas
de apuração de custos.
Apenas por volta de 1965, período caracterizador da perda da relevância da
contabilidade no apoio à tomada de decies, tem início o segundo estágio, com a mudança do
foco para o fornecimento de informações que suprissem a necessidade de planejamento
gerencial e controle.
Data de 1985, o início do terceiro estágio, com o foco passando a ser a redução de
perdas no processo empresarial, surgindo, segundo Soutes (2005), as métricas de custo da
qualidade, o custeio baseado em atividades e as teorias da gestão estratégica de custos.
Apenas a partir de 1995, o documento identifica o início do quarto estágio evolutivo
da Contabilidade Gerencial, onde além do controle, planejamento e redução de perdas, existe
a ênfase na criação do valor. Ittner e Larcker (2001) citam como técnicas decorrentes dessa
nova tendência, o Balanced Scorecard, que objetiva mostrar indicadores do sucesso
econômico da empresa, medidas de valor econômico, com foco no acionista e outras técnicas
provedoras de informações acerca da estratégia das empresas relativas à suas expectativas e
incertezas.
O Quadro 1 apresenta o resumo da evolução histórica da ciência contábil e identifica a
ampliação do escopo contábil no decorrer dos tempos.
32
Contexto
histórico
Escola
influencia
dora
Fase (campo de
atuação) da
contabilidade/
Estágio
evolutivo
Observações Fonte de
pesquisa
Tempos
históricos até a
Revolução
Industrial
(apogeu:
mercantilismo)
Escola
européia
(ou
italiana)
Proprietário
I
nstrumental ligado diretamente ao dono
do empreendimento.
Glautier e
Underdown
(1994)
Revolução
Industrial
Escola
européia
ou
italiana)
Contabilidade
Financeira /
Contabilidade de
Custos
Surge a contabilidade de custos voltada
para a mensuração dos estoques e custos
dos produtos manufaturados.
Glautier e
Underdown
(1994)
De 1920 a 1950
Escola
americana
Contabilidade
Gerencial /
Primeiro estágio
(IMAP1)
Influência contábil norte-americana.
Evolução dos sistemas de custos,
ampliação do escopo da contabilidade
voltada aos seus usuários internos como
apoio à tomada de decisão. Novos
conceitos: custeio por absorção, variável.
Iudícibus
(2004, p.
37);
Johnson
(1994);
IMAP1
De 1950 a 1970
Escola
American
a
Contabilidade
Gerencial
Empresas americanas utilizam
-
s
e de
pseudo” imperativos de concorrência,
definidos pelos próprios sistemas de
informações contábeis-gerenciais.
Johnson
(1994, p.
29)
Década de
1970
Escola
americana
Contabilidade
Gerencial /
Segundo estágio
(IMAP1)
Perda de relevância da contabilidade com
a estagnação dos instrumentos de apoio à
tomada de decisão. Economia americana
ressente-se diante de concorrentes como
o Japão e alguns países europeus com
estratégias baseadas em instrumentos não
contábeis / Novos conceitos: Custo-
padrão, Custeio baseado em atividades
(ABC), Método de custeamento (RKW).
Johnson e
Kaplan
(1993);
Johnson
(1994);
IMAP1
Década de 80
Escola
American
a
Contabilidade
Gerencial / Terceiro
estágio (IMAP1)
Busca pela redução de perdas de recursos
em processos organizacionais. Técnicas:
Gestão baseada em atividades, Centros de
responsabilidade, custo meta, etc.
IMAP1
Dias de hoje
Escola
americana
/
Trabalhos
de origem
nacional
Controladoria/
Controladoria no
Brasil / Quarto
estágio
Processo de recuperação da relevância
contábil. Novos conceitos: melhoria
contínua, sistemas de gestão estratégica
(Balanced Scored Card). No Brasil,
livros de contabilidade de professores da
USP, fundação do Núcleo de Pesquisas
Gecon, Contabilometria, etc.
Consolidação da função do controller na
década de 80 e acolhida da cultura da
Controladoria na década de 90. Foco na
geração e criação de valor e aderência à
estratégia da empresa (quarto estágio).
Atkinson
et
al.. (2000);
Iudícibus
(2004);
Catelli
(1999);
Cosenza
(2001);
IMAP1
Quadro 1: Evolução histórica da ciência contábil aliada ao escopo de atuação
Fonte: Elaborado pela autora.
33
O Quadro 1 trabalhou a perspectiva histórica e evolutiva da Contabilidade e, uma vez
estabelecido o advento da Contabilidade Gerencial, seu processo de desenvolvimento
assistido até à atualidade.
Cabe ponderar, portanto, que a contabilidade financeira e a gerencial vivem momentos
distintos, e, consequentemente, processos de amadurecimentos também distintos. Segundo
Frezatti, Aguiar e Guerreiro (2006, p. 2):
Depois dos casos Enron,Trecom, Vivendi, a contabilidade financeira passou
por uma enorme crise, em decorrência dos questionamentos sobre o seu
potencial de respostas às demandas dos agentes. A contabilidade gerencial,
por sua vez, não se sente afetada ou pressionada por esses eventos, mas sim
por outros drivers de negócios, tais como a pressão para respostas mais ágeis
e claras e a contestação da utilidade de artefatos e novas respostas a
demandas da gestão.
2.3.2. Controladoria como ramo do conhecimento
O enquadramento cienfico da Controladoria vem sendo amadurecido ao longo dos
tempos, assim como seu escopo e filosofia de atuação.
Kanitz (1976) em um dos livros nacionais mais antigos dedicados ao tema, classifica a
Controladoria como um campo novo da Contabilidade.
Para Tung (1980, p. 33), o administrador financeiro recorre à técnica da
Controladoria, que tem método pprio de trabalho, baseado num conjunto de princípios de
aplicação flexível”.
Extrai-se, desta definição, a Controladoria como técnica, inclusive destacando-se a
existência de método próprio de trabalho e a estreita relação identificada com a área
financeira, na figura do administrador financeiro como seu aplicador.
A partir de então, as definições de Controladoria como mencionado por Carvalho
(1995) e Beuren (2004), detêm-se, mais fortemente, às suas atribuições.
Yoshitake (1982, p. 247) a classifica como um “sistema de controle gerencial que
utiliza técnicas e experiências para estabelecer planos, estratégias, procedimentos e controles
administrativos e contábeis [...]”.
34
Para Oliveira (2002, p. 19): “Pode-se entender Controladoria como o departamento
responsável pelo projeto, elaboração, implementação e manutenção do sistema integrado de
informações operacionais, financeiras e contábeis de uma determinada entidade, com ou sem
finalidades lucrativas”.
Em seu sentido mais profundo, com vistas ao seu enquadramento científico,
encontram-se duas correntes com visões divergentes.
Para Almeida, Parisi e Pereira (1999, p.370), a Controladoria não pode ser vista como
um método, e expõe que para uma correta compreensão, deve ser cindida em dois vértices: “o
primeiro como ramo do conhecimento responsável pelo estabelecimento de toda base
conceitual, e o segundo como órgão administrativo respondendo pela disseminação de
conhecimento, modelagem e implantação de sistemas de informações.”
Mosimann e Fisch (1999) corroboram com esse entendimento e, relativo ao primeiro
enfoque, conferem o status de ciência à Controladoria em decorrência do corpo de doutrinas e
conhecimentos relativos à gestão econômica, que se constitui como seu objeto.
Garcia (2003, p. 67) vem complementar que a Controladoria:
[...] apóia-se na teoria da contabilidade, sendo suportada por rias
disciplinas, com o objetivo de estabelecer toda base conceitual de sua
atuação, contribuindo para o processo de gestão da organizão. È
responvel pela base conceitual que permite a sua aplicabilidade nas
organizações.
Como órgão administrativo, o segundo enfoque, a Controladoria teria missão, funções
e princípios norteadores definidos no modelo de gestão do sistema empresa.
Teixeira (2003, p. 17) sintetiza que:
Sob a ótica do modelo de gestão econômica [...] é responsável pela
coordenação e disseminação da tecnologia de gestão econômica, quanto ao
conjunto de teoria, conceitos, sistemas de informações, atuando também
como órgão aglutinador e direcionador dos esforços dos demais gestores, de
forma a conduzir à otimização do resultado global da organizão.
Em suma, tal corrente, entende a Controladoria como ramo do conhecimento,
fortemente apoiada na Teoria da Contabilidade e numa visão multidisciplinar, respondendo
pelas bases teóricas e conceituais para a modelagem, construção e manutenção de sistemas de
informações que supram as necessidades informativas dos gestores durante o processo de
35
gestão; e, como unidade administrativa responvel pela coordenação e disseminação desta
tecnologia de gestão e pelo direcionamento de esforços que conduzam à otimização do
resultado global da organização. Enxergam, portanto, uma Controladoria com missão,
funções, princípios norteadores definidos no modelo de gestão do sistema empresa e com
objeto de estudo distinto da Contabilidade, passando do patrimônio (objeto da ciência
contábil) para a gestão econômica (objeto da ciência da Controladoria).
Por outro lado, autores como Martin (2002), Padoveze (2005) e Antunes (2006),
posicionam a Controladoria como o atual estágio da ciência contábil. Fazem, também, a
leitura de todo esse processo de ampliação da atuão da contabilidade (financeira, de custos,
gerencial e Controladoria) como, na verdade, uma resposta evolutiva ao desenvolvimento das
organizações e como conquista efetiva de espaço da contabilidade dentro do contexto
organizacional.
Martin (2002) percebe que
É tão distorcida e pesada a imagem social associada [...] à figura do
contador, que o termo não mais serve para indicar o profissional que irá
dominar e praticar o modelo e as técnicas da contabilidade gerencial do novo
estágio evolutivo. Controller seria uma alternativa muito mais adequada,
pelo menos no Brasil.
Antunes (2006 p.34) assume “a Controladoria como uma evolução natural da
Contabilidade” e explica tal concluo em decorncia das
[...] mudanças que ocorreram nos ambientes próximo, remoto e operacional
das empresas e, portanto, entendida como a área da empresa mais adequada
para identificar, avaliar e mensurar os elementos que hoje contribuem para o
desempenho empresarial e, também, para disponibilizar as informações
necessárias à gestão das empresas no cumprimento de sua missão.
Para Padoveze (2005, p.3), “A Controladoria é a utilização da Ciência Contábil em
toda a sua plenitude.” Em seguida, conclui que “[...] a escola americana, depois de sair da
Contabilidade Gerencial, que era a vigorante [...], retomou o tema sob o nome de
Contabilidade Gerencial através da função de Controladoria.
Borinelli (2006) destaca que na literatura estrangeira, não se identifica autores que
definam a Controladoria como ramo do conhecimento e atribui tal mérito aos pesquisadores
brasileiros.
36
Nesse sentido, Iudícibus (2004, p. 44) coloca que:
[...] temos todas as possibilidades de progredir, pois fomos expostos às duas
grandes tendências contábeis, aprendemos os pontos fortes e as fraquezas de
cada uma delas e temos condições, se houver muito esforço e recursos, de
solidificar uma verdadeira escola brasileira de Contabilidade.
No Quadro 2, têm-se uma síntese das abordagens dadas à Controladoria, ao longo dos
tempos.
Visão da Controladoria Fonte de Pesquisa
Controladoria como campo de atuação da contabilidade Kanitz (1976)
Controladoria como técnica com todo próprio de trabalho Tung (1980)
Controladoria como sistema de controle gerencial Yoshitake (1982)
Controladoria como o departamento responsável pela gerência do
sistema de informações
Oliveira (2002)
Controladoria como ciência distinta da contabilidade e unidade
administrativa coordenadora da gestão econômica da empresa
Almeida, Parisi e Pereira
(1999); Mosimann e Fisch
(1999); Catelli (1999);
Garcia (2003); Teixeira
(2003)
Controladoria como novo estágio evolutivo da Contabilidade
Gerencial
Martin (2002)
Controladoria como evolução natural da Contabilidade Padoveze (2005); Antunes
(2006)
Quadro 2: Visão da Controladoria
Fonte: elaborado pela autora
A partir do exposto, merece reflexão o fato do quanto a Controladoria ainda se
encontra em discussão e carente de estudos e pesquisas na área. Luciani, Cardoso e Beuren
(2007) em estudo cujo objetivo era analisar a inserção do tema Controladoria em artigos de
periódicos nacionais classificados no sistema Qualis da CAPES, demonstraram que, no
período de 2000 a 2005, dos 1.728 artigos publicados, apenas 6 discorriam sobre
Controladoria.
37
Corroboram com essa constatação, Oliveira, Perez Jr. e Silva (2005), justificando que
tantas vidas sobre o assunto, pairam em decorrência de ser uma atividade desenvolvida e
divulgada somente a partir das últimas décadas, no Brasil.
2.3.3. Controladoria: missão e responsabilidades funcionais
Para esclarecimento da missão da Controladoria, vale a analogia com a missão da
própria empresa, ou seja, a razão de sua ppria existência, o motivo que justifica tal
existência e a continuidade de sua operação na organização.
Nesse sentido, Guerreiro (1989) ressalta que na caracterização da missão de uma
entidade, devem ser observados aspectos relativos aos seus valores fundamentais, produtos e
serviços oferecidos, mercados de atuação e clientela a ser atendida. Guerreiro (1989, p. 156)
estabelece ainda que “Esses picos devem ser caracterizados de forma ampla, genérica e
flexível, tendo em vista que a missão constitui-se em um objetivo permanente do sistema
empresa”.
Santos e Schmidt (2006, p. 18) complementam que sendo a missão de uma empresa
resultado de suas crenças e valores, partes intrínsecas ao modelo de gestão, cabe à
Controladoria: “zelar para que a missão seja alcançada e a continuidade não seja
comprometida com a busca dessa missão”.
Mosimann e Fisch (1999, p. 116) complementam afirmando que todas as áreas de
responsabilidade têm como finalidade intrínseca a continuidade da própria empresa, através
de seus resultados. Essas áreas devem atuar de forma independente, mas interligadas no
sentido de comungarem de um único objetivo: o da empresa. Nesse processo de interligação
entre as diversas áreas de responsabilidade da organização surge a Controladoria, com vistas
ao encontro dos objetivos comuns, dessa forma: a missão da Controladoria é otimizar os
resultados da empresa, a fim de garantir sua continuidade. (grifo dos autores)
Corrobora Oliveira (2002, p. 18) assumindo como missão da Controladoria “Otimizar
os resultados econômicos da empresa, para garantir sua continuidade, por meio da integração
dos esforços das diversas áreas”.
38
Almeida, Parisi e Pereira (1999, p.372) afirmam que a missão da Controladoria será:
Assegurar a Otimização do Resultado Econômico da Organização.” (grifo dos autores) e
Figueiredo e Caggiano (1997) colocam que A missão da Controladoria é zelar pela
continuidade da empresa, assegurando a otimizão do resultado global”.
Borinelli (2006) julga mais prudente mencionar a Controladoria como asseguradora da
otimização do resultado da organização, ao invés de mencioná-la como otimizadora direta
desse resultado, e depreende que assegurar a otimização corresponde a “[...] oferecer
condições para que os gestores, em conjunto, otimizem o resultado”.
Surge, então, um outro ponto a ser abordado relativo às mencionadas condições que a
Controladoria deveria oferecer para assegurar a otimização do resultado da organização.
Caggiano e Figueiredo (1997, p. 28) colocam que
O controller é o gestor encarregado do departamento de Controladoria; seu
papel é, por meio do gerenciamento de um eficiente sistema de informação,
zelar pela continuidade da empresa, viabilizando as sinergias existentes,
fazendo com que as atividades desenvolvidas conjuntamente alcancem
resultados superiores aos que alcançariam se trabalhassem
independentemente.
Depreende-se do exposto, a menção feita ao sistema de informações gerenciais e a
viabilização da sinergia. O sistema de informações apresenta-se como instrumento utilizado
pela Controladoria para monitorar o processo de gestão e assessorar os gestores, o que pode
representar sinal de eficiência da Controladoria, maso se constitui como garantidor da
eficácia da organização no sentido da otimização do seu resultado. Para tanto, faz-se
necessário que as ações das áreas estejam convergindo para um mesmo objetivo.
Não necessariamente resultados obtidos por determinada área, de certa maneira,
conduz a maximização do resultado como um todo, por exemplo, se tal decisão, de alguma
forma, influenciar negativamente o resultado de uma outra área. Cabe à Controladoria,
portanto, a busca por essa sincronia entre as atividades desenvolvidas por áreas distintas.
Riccio e Peters (2003, p.15) corroboram com esse entendimento, e asseguram que cabe
à Controladoria
Coordenar os esforços para que seja alcançada a sinergia que i
corresponder a um resultado global igual ou superior à soma dos resultados
individuais das áreas, garantindo o cumprimento da missão e da
continuidade da organização.
39
Percebe-se, portanto, certa comunhão de pensamentos conduzindo a missão da
Controladoria na direção de se assegurar a otimização do resultado da empresa, através da
coordenação do processo de gestão, contando com um eficiente sistema de informações
gerenciais e estimulando às ações das áreas de forma sinérgica com vistas ao cumprimento da
missão da própria organização.
No entanto, no que tange às funções da Controladoria tal homogeneidade não é
percebida, apresentando-se uma variedade de atribuições e categorizações.
Willson e Colford (1991, p.17) acerca da evolução das obrigações das finanças
executivas, relatam que:
Since the turn of the twentieth century [...] the birth and development of the
separate controllership function occurred. Noticeably increased financial
activities forced a wider delegation of authority and responsibility in many
companies. Moreover, greater size has required more checks and balances
and better internal control within the business. But perhaps most important, a
demand for better management practices has brought with it the necessity for
more adequate accounting and more effective management control
information. Thus, for the reasons stated, the separation of the accounting
function from other financial functions was a logical growth.
O aumento da complexidade das organizações, crescimento das relações junto ao
governo e o maior número de fontes de capital disponível tiveram grande impacto sobre o
corpo de funções das finanças executivas na América do Norte, provocando o nascimento e
separação da função Controladoria das demais funções financeiras. Além disso, nesse
momento, a contabilidade financeira conquistou bastante espaço no âmbito corporativo,
sobretudo pela necessidade de padronização das demonstrações com vistas a atender às
demandas informativas do mercado de capitais.
Em 1931, o papel do controller foi ampliado com a criação do Controller Institute of
America, hoje conhecido por Financial Executives Institute, associação americana de
tesoureiros e controllers de empresas. Tung (1980, p. 84-85) listou as funções básicas do
controller conforme o Estatuto dos Controllers Norte-americanos:
1. implantação e supervisão do plano contábil da empresa.
2. preparação e interpretão dos relatórios financeiros da empresa.
3. verificação contínua das contas e dos registros, em todos os setores
da empresa.
4. compilação dos custos da produção.
40
5. compilação dos custos da distribuição.
6. realização e custeio das contagens físicas dos estoques.
7. preparação, apresentação e supervisão dos assuntos referentes a
impostos.
8. preparação e interpretação das estatísticas e relatórios para a decisão
administrativa.
9. preparação do orçamento global da empresa.
10. manutenção do seguro de todos os bens da empresa.
11. fixação de normas-padrão relativas à contabilidade e aos processos e
sistemas de trabalho da empresa.
12. supervisão dos planos de aquisição de ativo fixo.
13. aplicação de todas as decies financeiras tomadas pela
administração, uma vez de acordo com as normas vigentes.
14. manutenção de todos os contratos celebrados pela empresa com
terceiros.
15. aprovação do pagamento e assinatura dos cheques, notas
promissórias, etc., de comum acordo com o Tesoureiro.
16. aplicação dos regulamentos da empresa no tocante a assuntos
relativos a cauções e ações emitidas pela empresa.
17. preparação e/ou aprovação dos regulamentos internos que visem ao
cumprimento dos regulamentos governamentais.
Percebe-se nas fuões mencionadas uma atuação ainda ativa do controller nas
funções ditas financeiras, conforme Horngren (1985, p. 11) tendo em vista o tênue limite entre
a atuação do controller e do tesoureiro, o Financial Executives Institute faz a seguinte
distinção:
41
Controladoria Tesouraria
Planejamento para o controle Obtenção de capital
Relatórios e interpretação Relações com os investidores
Avaliação e assessoramento Financiamento a curto prazo
Administração tributária Relações com bancos e custódia
Relatórios para o Governo Créditos e cobranças
Proteção de ativos Investimentos
Avaliação econômica Seguros
Quadro 3: Distinção entre Controladoria e Tesouraria
Fonte: Adaptado de Horngren (1985, p. 11)
A proximidade da área financeira e da Controladoria é mais percebida em empresas de
menor porte, na medida em que a complexidade dessas empresas evolui, ocorre um processo
natural de especialização de atividades, dessa forma, existe uma tendência natural de
separação entre essas funções (OLIVEIRA, 2002).
Willson e Colford (1991, p. 19) esclarecem que a função Controladoria (como assim a
denominam) vem se desenvolvendo ao longo dos anos. Destacam também, que, de uma forma
geral, as responsabilidades funcionais básicas da Controladoria podem ser categorizadas da
seguinte forma:
42
Responsabilidades
Funcionais
Descrição
Planejamento Estabelecer e manter um plano integrado de operações consistente com os
objetivos da organização, acompanhando e informando a todos os níveis de
gerência através de processos definidos e sistemas adequados de
monitoramento.
Controle Desenvolver e revisar padrões de medição de performance para guiar e assistir
os membros da gerência dos efetivos resultados alcançados e seu nível de
conformidade com os resultados esperados.
Fornecimento de
informações
Preparar, analisar e interpretar resultados financeiros para serem utilizados
como subsídio na tomada de decisões e avaliação da consonância com os
objetivos da organização; preparar e arquivar relatórios exigidos pelo
Governo, parceiros, acionistas, instituições financeiras, clientes e público em
geral.
Contabilidade Projetar, estabelecer e manter sistemas de contabilidade geral e de custos,
registrando todas as transações financeiras da organização nos livros contábeis
de acordo com os princípios aceitos e adequados controles internos.
Outras
responsabilidades
Gerenciar e supervisionar funções junto às esferas federal, estadual, municipal
e internacional, bem como representar junto às suas respectivas autoridades;
manter relacionamentos apropriados com auditores internos e externos;
gerenciar programas de seguro e provisões; desenvolver e manter os sistemas
adequados; gerência dos trabalhos administrativos da sua área, entre outras
funções desse gênero.
Quadro 4: Responsabilidades funcionais da Controladoria
Fonte: Adaptado de Willson e Colford (1991, p. 19)
Willson e Colford (1991, p. 18-19) destacam ainda que decorrente da “moderna
concepção de Controladoria”, adicionam-se às funções contábeis o planejamento da
organização e todo o seu sistema de controle, tanto que chegam a sugerir como melhor
titulação para o controller o cargo de “Manager of Planning and Controls”.
Beuren e Moura (2000, p. 64) sumarizam que “percebe-se que as funções da
Controladoria fundamentam-se no tripé planejamento, execução e controle”.
43
Ao mesmo tempo, Beuren (2002, p. 29) ressalta que embora o controller passe a atuar
de forma mais ativa dentro do processo decirio da organização, “ele não é dispensado das
outras atribuições que lhe dizem respeito, pois é responsável pelos produtos da área contábil e
pela eficiência e eficácia dos trabalhos realizados nesse setor.
Oliveira, Perez Jr. e Silva (2005) fazem uso da mesma expressão utilizada por Willson
e Colford (1991) e visualizam “a moderna Controladoria” em dois grandes segmentos:
a. Contábil e fiscal: compreendendo as funções e atividades da contabilidade
tradicional;
b. Planejamento e controle: caracterizando o aspecto moderno das funções e
atividades da Controladoria.
Martin (2002, p.7) também se utiliza da expressão “moderna Controladoria”, e explica
seu alcance a partir da profunda transformação da Contabilidade Gerencial que se faz “[...]
integrando ao seu modelo explicativo básico, que é de natureza contábil, a identificação e a
avaliação de variáveis, que têm elevado impacto sobre os resultados das empresas [...].
Cabe destacar o cuidado estabelecido na maior parte da literatura, no sentido da
Controladoria vir a acrescentar atividades/funções à Contabilidade, e não eliminá-la ou dar
cabo de um novo ramo de conhecimento, como defendido por Catelli (1999), Mosimann e
Fisch (1999), Almeida, Parisi e Pereira (1999), Garcia (2003) e Teixeira (2003). Percebe-se,
portanto o quanto a Controladoria ou se apresenta como a proposta de uma contabilidade
evoluída, ou, ao menos, o quanto é estreita a relação que mantém com esta.
De fato, é grande a variedade de atribuições mencionadas como sendo de
responsabilidade da Controladoria. Cabe destacar, diante mão, que conforme exposto por
Oliveira (2002), as fuões da Controladoria variam muito de empresa para empresa em
decorrência de fatores como:
porte das empresas;
diversificação de suas atividades;
centralização ou descentralização da administração;
quantidade de fábricas e filiais, etc.
44
Kanitz (1976) corrobora com o entendimento da relação de causalidade entre estrutura
organizacional e fuões da Controladoria e adiciona aos fatores acima, a própria filosofia
que orienta os dirigentes da organização.
Relativo ao porte das empresas, Oliveira (2002) destaca que em empresas de menor
porte, o responsável pela execução das atribuições elencadas, costumeiramente responde,
também, por outras áreas além da Controladoria, como a informática, finanças, departamento
pessoal e pode mesmo vir a ser conhecido por outros títulos, que não o de controller, como o
de gerente administrativo-financeiro.
Além disso, em virtude da posição de privilégio da Controladoria no que diz respeito à
posse e forma de divulgação da informação, recurso valioso na atualidade, observa-se vários
autores defendendo a Controladoria como a mais apta para a realização de funções que
extrapolam o contexto, até então, mencionado. Como exemplos, têm-se: Borinelli (2006) a
colocando como a mais apta para a elaboração do Planejamento Estratégico; Antunes (2006)
como o órgão capaz de mensurar o retorno sobre os investimentos em Capital Intelectual;
Martin, Santos e Dias Filho (2004) como órgão que deveria ser independente da gestão e,
portanto, passível de ser assessor do Conselho de Administração, no monitoramento dos
controles internos necessários para a eficácia do processo de Governança Corporativa.
Portanto, as funções atribuídas à Controladoria divergem de empresa para empresa de
acordo com a estrutura organizacional vigente.
Ainda acerca da influência sofrida pelo organograma da empresa é bastante discutido
se a Controladoria é um órgão de linha ou de staff.
Mosimann e Fisch (1999) mencionam que rios autores consideram a Controladoria
como órgão de staff, que cada área possui um gestor responsável por seus resultados, nesse
caso a Controladoria prestaria assessoria a essas áreas. No entanto, Catelli (1999) entende que
o controller se encontra no mesmo vel dos demais gestores e, além disso, toma decisões
quanto à aceitação dos planos, desta feita, ocupa um cargo na estrutura de linha, embora
também desempenhe funções de assessoria para as demais áreas.
Perez Jr., Pestana e Franco (1995) atribuem que a questão de ser a Controladoria um
órgão de linha ou de staff chega mesmo a ser indutora das funções atribuídas a este órgão;
nesse sentido expõem dois enfoques distintos:
45
a. O primeiro enfoque assemelhar-se-ia às responsabilidades de um gerente de
contabilidade, situado na estrutura organizacional como um órgão de linha,
normalmente vinculado ao executivo financeiro da empresa e focado na geração de
informações dentro dos diversos setores a ele subordinados.
b. No segundo enfoque, atribuído pelos autores (1995, p. 36) como “mais correto,
envolve a compilação, síntese e análise das informações geradas e não a
responsabilidade por sua elaboração”. Nesse sentido, atuaria como um órgão de
staff munindo a alta administração de informações necessárias à tomada de decisão
e passaria a influenciar ativamente o processo decisório dentro da empresa.
Pode-se concluir, então, que o advento da Controladoria se dá em um contexto de
necessidade de reconquista de espaço por parte da contabilidade gerencial, ou seja, como
resposta à estagnação e limitações a que esteve sujeita, trazendo como desafio prover
informações quantificadas, oportunas, precisas, consistentes e relevantes como apoio à
tomada de decisão.
Desta feita, a promoção da contabilidade à condição de Controladoria ou mesmo as
atribuições a serem assumidas para legitimação de um órgão dessa natureza, transcende a
condição de auxiliar a gestão a partir do fornecimento de informações: traz consigo a proposta
inerente do desafio da continuidade da própria organização e cumprimento de sua missão.
Tendo mesmo sua existência justificada, em virtude da possibilidade da visão do todo e do
contato com este universo, tornando-se, assim, capacitada a avaliar a convergência ou não dos
objetivos das áreas locais com os objetivos da organização em busca da otimização do
resultado econômico, ou em outras palavras, em busca do ótimo global em detrimento dos
ótimos locais.
O capítulo seguinte tratará do processo de gestão a que as empresas estão submetidas e
a atuação da Controladoria diante desse processo.
3 PROCESSO DE GESTÃO
3.1. Gestão e Modelo de Gestão
Mosimann e Fisch (1999, p. 29) inspirados nos conceitos de Nakagawa e Catelli,
entendem o modelo de gestão como sendo:
[...] a representação abstrata, por meio de idéias, valores e crenças,
expressas ou não por meio de normas e regras que orientam o processo
administrativo da empresa. O modelo de gestão envolve: objetivos,
princípios organizacionais, princípios de delegação de poder e princípios de
avaliação de desempenho.(grifo do autor)
O aspecto abstrato do modelo de gestão decorrente da natureza de seus pprios
componentes, o faz existir na organização, formal ou informalmente.
Guerreiro (1989) declara que o modelo de gestão es implícito ou explícito no
comportamento de seus membros, em suas crenças individuais, nas decisões que tomam e na
forma como planejam e executam suas atividades, bem como no tipo de domínio que exercem
sobre seus resultados.
Figueiredo e Caggiano (1997, p. 30) complementam ao colocarem que modelo de
gestão é
[...] um conjunto de princípios e definições que decorrem de crenças
específicas e traduzem o conjunto de idéias, crenças e valores dos principais
executivos [...]; é, em síntese, um grande modelo de controle, pois nele o
definidas as diretrizes de como os gestores vão ser avaliados, e os princípios
de como a empresa vai ser administrada.
Reginato e Nascimento (2007) sintetizam que toda a metodologia de administração da
organização encontra-se delineada no modelo de gestão, com o propósito de levá-la aos
resultados econômicos que satisfaçam aos interesses dos donos e dos demais interessados.
Para Almeida, Parisi e Pereira (1999), a gestão empresarial pode ser segmentada em
três aspectos interdependentes entre si, a saber:
Gestão operacional: voltada para a execução dos trabalhos, o “como fazer”;
47
Gestão financeira: relacionada às questões de caixa e liquidez da empresa;
Gestão econômica: que consolida as demais. Todas as áreas da empresa
executam sua gestão empresarial, cujas atividades deveriam estar voltadas para
o resultado econômico da empresa.
Os conceitos relativos à gestão econômica trazem como pano de fundo a otimização
do resultado econômico, da busca pelo ótimo global em detrimento ao ótimo local. Como
exposto, a eficia da Controladoria se consubstancia a partir desse processo de otimização,
explica-se, portanto, o porquê de Mosimann e Fisch (1999), Almeida, Parisi e Pereira (1999),
Farias (1998), Catelli (1999), dentre outros, colocarem a gestão econômica como o objeto de
estudo da Controladoria e a categorizarem como ciência.
A utilização do modelo de gestão pela Controladoria se de forma tal que, Perez Jr.,
Pestana e Franco (1995) chegam mesmo a colocar que para facilitar o entendimento dos
processos de planejamento e controle de gestão, a Controladoria desenvolveu a visão do
modelo de gestão. E que, este, por sua vez, deve identificar a razão de ser da organizão e
contribuir para a eficiência e eficia das suas atividades, assegurando sua continuidade e
cumprimento de sua missão.
Santos e Schmidt (2006) colocam que para uma eficaz atuação da Controladoria, faz-
se mister o profundo conhecimento do negócio, da real missão da entidade e de sua visão de
futuro, e como inputs do modelo de gestão, destacam as crenças e valores dos controladores
da organização que se configuram como vetores geradores de sua missão. O modelo de
gestão, ainda segundo Santos e Schmidt (2006, p. 34-39), seria consubstanciado no processo
de decisão dos gestores e se dividiria em três outros sub-modelos:
Modelo de decisão: o primeiro a ser definido onde se deverá conhecer a forma
como os gestores tomam decisão. A partir dessa compreensão serão
customizados os sistemas de apoio informacional para gestão. Padoveze (2005)
esclarece que o modelo de decisão a ser desenvolvido deve estar de acordo
com a necessidade do tomador de decisão, de tal sorte que, deve ser partícipe
de seu processo lógico e específico para cada problema a ser resolvido.
Modelo de mensuração: grande dificuldade enfrentada pela maioria das
entidades, a correta mensuração de suas informações. Nesse processo devem
ser consideradas e entendidas as características dos gestores, buscando-se a
48
melhor adequação às suas necessidades informacionais. Padoveze (2005)
complementa que o modelo de mensuração deve estar em consoncia com o
modelo de decisão e que é o principal elemento que fundamenta a decisão
tomada a partir da avaliação das diversas alternativas. Entende também que
este modelo, bem como o a seguir, na verdade, são incorporados pelo modelo
de decisão.
Modelo de informação: uma vez conhecidas as necessidades dos gestores, esse
modelo será responvel pela geração das informações mensuradas
corretamente para apoio às decisões necessárias ao atingimento da missão da
organização.
.
3.2. Processo de gestão: o tripé planejamento, execução e controle
Kreisig et al (2006, p. 4) estabelecem que o processo de gestão
[...] pode ser visto como um método ou como uma forma de se realizar,
harmonicamente, ações conjuntas para se atingir a um fim organizacional
desejado. Este deve ser suportado por definições, mesmo que sejam
informais, a todos os indivíduos responsáveis pela gestão da organização, de
forma a promover a necessária sinergia para se atingir os objetivos.
De acordo com Guerreiro (1989), o processo de gestão deve compreender um conjunto
básico de definições que orientam a organização no sentido do cumprimento de sua missão,
com prospecções, mensurações, execuções e controles. Portanto, o processo de gestão
constitui-se de um conjunto de mecanismos que objetivam orientar a empresa para o alcance
de seus objetivos.
Collato, Reginato e Nascimento (2006, p. 4), acerca do impacto do processo de gestão
na organização, ressaltam que
A compreensão do processo de gestão permite à administração da
organização estruturar suas fases de tomada de decisão de forma conveniente
para a manutenção da estabilidade da empresa no mercado em que atua,
pois, tal processo contempla o constante monitoramento do comportamento
das variáveis ambientais.
49
Destaca-se, no processo de gestão, a necessidade perene do constante monitoramento
das variáveis externas e internas, implicando dizer, segundo Kreisig et al (2006, p. 2) que
O processo de gestão pode representar uma vantagem competitiva da
empresa em relação a seus concorrentes. Uma gestão eficaz, preparada para
reagir às turbulências ambientais de forma apropriada e oportuna, pode
significar para a organização o diferencial entre manter-se ativa, organizada
e lucrativa, ou apática, deficitária e, por isso, sujeita à descontinuidade.
Beuren (1998) sumariza ao colocar como um processo que visa garantir que as
decisões dos gestores contribuam para otimizar o desempenho da organização. Entende-se,
portanto, que o processo de gestão corresponde ao processo decirio nas organizações.
Tal processo decisório ocorre tanto de forma local, em cada área especificamente,
como em um âmbito global, no entanto, o processo decirio de cada área deve estar
integrado ao da empresa como um todo.
Reginato e Nascimento (2006, p. 71) retratam como “dimensão de controle de gestão
[...] a instância em que são tomadas as decisões que se traduzem nos
resultados esperados pelos líderes da organização e compreende todo o
processo de gestão, em sua forma conhecida. [...] Nela, pode-se contemplar
as fases de planejamento, execução e controle.
De forma simplificada, pode-se dizer que o processo de gestão, em sua dimeno de
controle, é compreendido pelo tripé: planejamento, execução e controle.
Quanto à classificação das fases do processo decirio, os autores são bem
convergentes, as divergências literárias dizem respeito sobremaneira à questão das
subclassificações, sobretudo na fase do planejamento, ainda assim, por vezes, no que tange
apenas a porção semântica dos termos utilizados. Isso pode ser identificado observando-se o
Quadro 5:
50
Etapas do Processo
de Gestão
Guerreiro
(1989);
Almeida,
Parisi e
Pereira
(1999);
Catelli (1999)
Figueiredo e
Caggiano
(1997)
Mosimann e
Fisch (1999)
Padoveze
(2005)
Santos e
Schmidt
(2006)
Planejamento
Estratégico X X X X X
Tático
X
Operacional X X X X
Programação
X
Financeiro X
Programa
X
Orçamentário X
Execução
Execução X X X X X
Ação X
Controle
Controle X X X X X
Quadro 5: Etapas do Processo de Gestão
Fonte: Elaborado pela autora
3.2.1. Planejamento
Para Figueiredo e Caggiano (1997) o planejamento é a mais básica das funções
gerenciais, e uma das mais importantes, chegando a afirmarem que o sucesso de todas as
operações es condicionado à habilidade na construção dessa etapa do processo decisório.
Percebem cinco estágios na formação do planejamento:
Estabelecimento dos objetivos da organização;
Avalião do cenário onde se está atuando;
Avalião dos recursos existentes;
Determinação da estratégia para alcançar os objetivos almejados;
Delineamento de um programa de ação.
51
Borinelli (2006, p. 146) entende planejamento como sendo
[...] um exercício organizacional que envolve a análise, avaliação e escolha
de alternativas de ações futuras da entidade, organizadas na forma de planos,
para o alcance de um estudo futuro objetivado, baseada naquilo que
aconteceu no passado com a entidade e seu ambiente, no que está
acontecendo e nos cenários possíveis de acontecerem. Ou seja, é uma forma
de se controlar o amanhã, de se decidir hoje o que se fará amanhã.
Como pode ser observado no Quadro 5, quanto à primeira etapa do processo de gestão,
os autores são unânimes ao mencionarem o planejamento estratégico, que implementa a
estratégia empresarial e tem como finalidade estabelecer os caminhos a serem percorridos
para se alcançar o ponto desejado, ou seja, a passagem do onde estamos para o onde
queremos ir”.
Garcia (2003, p. 89) esclarece que no “processo de planejamento estratégico são
traçadas as diretrizes para o cumprimento da missão da empresa.”
Ansoff (1990) considera o planejamento estratégico como um processo de análise
sistemática do ambiente, onde devem ser observadas as oportunidades e ameaças do ambiente
externo e pontos fortes e fracos decorrentes do ambiente interno, de forma a estabelecer
objetivos, estratégias e ões que aumentam a competitividade da organizão.
Para tanto, faz-se necessário um processo de conscientizão, a partir de uma profunda
reflexão, acerca dos pontos fortes e fracos da organização, bem como estar atento ao ambiente
externo, visto a empresa se tratar de um sistema aberto que interage também com o meio em
um processo de troca dinâmico e constante.
Kreisig et al (2006, p. 6) sumarizam que “orientando todo o processo de gestão, o
planejamento estratégico tem como objetivo assegurar o cumprimento da missão da
organização e, consequentemente, sua continuidade”.
Mintzberg (2003) afirma, no entanto, que o planejamento estragico não deve ser
visto como uma ferramenta que resolve todos os problemas da empresa, e destaca a
importância da capacidade de mudança da organização. Ressalta também, que entender e
absorver as estratégias, não é suficiente, faz-se necessário comprometimento, e isso está
relacionado com a cultura vigente da organização, seus valores e crenças.
52
Peleias (2002) complementa alertando que na elaboração do Planejamento Estratégico
todos os setores participantes devem falar a mesma linguagem, além de se disciplinar a ão
das áreas responsáveis pela importante função de definir o rumo que a empresa deve seguir.
O Planejamento Tático é pouco abordado na literatura da área, como justificativa,
Mosimann e Fisch (1999) explicam que se trata do planejamento estratégico de cada área,
chegando a se confundir com o da empresa como um todo, tratando cada área como uma
empresa em específico e entendendo o cenário ambiental como sendo a própria organização.
Borinelli (2006, p. 146) complementa, ao retratar o planejamento tático e o
operacional como de perspectivas de mais curto prazo, um ano, na maioria das vezes e
referindo-os
[...] aos planos de cada uma das áreas e funções da organização. Uma vez
que se respondeu, no planejamento estratégico, a questão “onde a
organização quer estar daqui a cinco anos?”, por exemplo, busca-se nessa
fase, estabelecer o que cada unidade ou função organizacional fará para
ajudar a entidade a chegar onde quer chegar, estabelecendo-se as ões e a
estrutura de recursos necessárias para se alcançar os objetivos estratégicos.
Frezatti, Guerreiro, Aguiar e Gouvêa (2005, p. 4) chamam atenção para o fato de que,
a conexão entre o curto e o longo prazo, associando-se as questões estratégicas às táticas é
fundamental para o sucesso do processo de planejamento como um todo, devendo gerar a
ligação entre planos estratégicos, programas de médio prazo, orçamentos de curto prazo e
planos operacionais.
Como produto do planejamento estratégico é elaborado um plano estratégico onde
estão contidas as diretrizes da organização, com base neste, na fase de planejamento
operacional, mencionada como uma fase do planejamento em todas as obras pesquisadas, é
construído o plano operacional que, segundo Reginato e Nascimento (2007, p. 71) “pode ser
considerado como a tradução e a quantificação daquilo que foi definido no planejamento
estratégico, detalhando-se as ações e os resultados esperados”.
O plano aprovado, ou seja, aquele apontado como o que mais contribuirá para a
eficácia da empresa é detalhado e processado no sistema de informações, contendo as
políticas e objetivos operacionais, as ações a serem executadas e os procedimentos a serem
realizados. De posse de uma política clara e pré-definida é possível estabelecer-se os planos
53
para todas as áreas de responsabilidade, compatibilizando as metas operacionais no sentido do
cumprimento da missão da entidade.
Padoveze (2005) chega a mencionar uma fase chamada “Programação” decorrente da
percepção de que o planejamento operacional teria a finalidade de otimização do resultado no
médio prazo, para então, na fase de programação, ocorrer o replanejamento no curto prazo,
adequando-se às expectativas, frente às oscilações nos ambientes externo e interno. A fase de
programação é categorizada como sendo uma etapa adicional do planejamento operacional,
que finaliza o planejamento das operações.
Santos e Schmidt (2006) compartilham do mesmo entendimento, embora acreditando
que o planejamento operacional otimizaria o desempenho não apenas no médio, mas também
no longo prazo e denominam a fase intitulada por Padoveze (2005) como “Programação”, de
“Planejamento Financeiro”.
Figueiredo e Caggiano (1997) classificam o planejamento em estratégico, programa e
orçamentário, de tal sorte, que considera o chamado Planejamento Programa como o
desenvolvimento de planos para os dispêndios de capital necessários aos objetivos de longo
prazo. O Planejamento Orçamentário seria aquele com finalidade de curto prazo, ou seja, que
converte o plano de longo prazo às necessidades presentes e de futuro imediato, com base,
normalmente, de um ano.
Mosimann e Fisch (1999) corroboram afirmando que o mencionado produto final do
planejamento operacional, após quantificado, física e monetariamente, passa a ser chamado de
plano orçamentário, ou simplesmente, orçamento. É o orçamento que implementará o input na
etapa seguinte do processo decirio: a fase de execução.
3.2.2. Execução
Após a elaboração e aprovação do planejamento estratégico e a sua conversão nos
planejamentos tático e operacional, inicia-se a fase de execução dos planos. Segundo Tavares
54
(2000, p. 384), “antes da execução, o orçamento deve ser avaliado, revisto e obter a aprovação
e o comprometimento dos níveis diretivos da organização”.
Conforme exe Kreisig (2006, p.6)
É uma fase que poderá tornar-se o ou mais difícil que as fases anteriores,
dado o conjunto de valores e crenças que a determinam. É nela que o gestor
mostra sua liderança e capacidade gerencial, que é necessário convencer,
motivar e conduzir aos objetivos estabelecidos.
Segundo Giongo e Bianchi (2005) na fase de execução ocorre a efetivação do
planejamento realizado, ou seja, a realização das ões que devem conduzir para o
atingimento dos objetivos traçados. Onde as coisas acontecem e de onde os resultados
decorrem. Essas ações devem estar em consonância com o anteriormente planejado.
Mosimann e Fisch (1999) chamam atenção para o fato de ser esta a fase da gestão
operacional por excelência, atenta a cada fase do processo de gestão de cada área da empresa
e da empresa como um todo.
De acordo com Beuren (2002, p. 19), a execução “Compreende a fase em que os
planos são implementados, as ações se concretizam e as transações ocorrem”. Logo mais,
complementa que “[...] é nessa fase que os recursos o consumidos e os produtos
gerados[...]”.
Catelli et al. (1999) corroboram com esse conceito e acrescentam que:
Nessa etapa, o papel da execução é cumprir os objetivos estabelecidos no
planejamento operacional de curto prazo, de forma a otimizar cada
negócio/evento. O produto obtido é materializado por meio das transações
realizadas. Para tanto, o processo utilizado consiste em identificar as
alternativas de execução para o cumprimento das metas, da escolha das
melhores alternativas e implementação das ações. São pré-requisitos: plano
operacional de curto prazo aprovado e sistemas de apoio à execução das
operações. (grifos do autor)
Nesse sentido, Giongo e Bianchi (2005, p. 7) complementam que
Esta fase corresponde a um processo contínuo no qual os gestores são
responveis pela tomada de uma série de decisões a fim de que as
realizações ocorram da maneira esperada; porém demandam informações
adequadas. A controladoria, por sua vez, é responsável pela geração dessas
informações, subsidiando, dessa forma, os gestores.
55
Mais que isso, em sendo a fase onde os recursos são utilizados, Martin (2002),
partindo da premissa de que os recursos constituem a base da competitividade das
organizações, foca o papel da Controladoria na busca por quais dentre os recursos
empregados são os que efetivamente conferem vantagem competitiva à empresa. Portanto,
estaria a Controladoria atuando, lado a lado, aos gestores, buscando alternativas que
trouxessem maximização dos resultados alcançados.
Dessa forma, durante a fase de execução deverão ser armazenados os dados e
informações relativas ao desempenho realizado para posterior comparação com o planejado e
confecção de relatórios gerenciais com vistas ao apoio à tomada de decisão. Martin (2002, p.
18) coloca que a Controladoria deve “incorporar em sua representação da realidade um
modelo que indique em detalhe, qualitativa e quantitativamente, a forma pela qual os recursos
o efetivamente empregados”.
Portanto, na execução, fase da materialização do planejamento, quando as estratégias
devem se transformar em ações e conseqüentes realizações, deve a Controladoria atuar,
conforme exposto por Giongo e Bianchi (2005, p. 8) exercendo um monitoramento, não no
sentido de controlar os resultados atingidos, mas, sim, de prestar informações durante a
execução do planejamento operacional, o que ocorre antes das realizações acontecerem”.
3.2.3. Controle
Peleias (2002, p. 26) entende que
O controle é a etapa do processo de gestão, contínua e recorrente, que avalia
o grau de aderência entre os planos e sua execução; analisa os desvios
ocorridos, procurando identificar suas causas, sejam elas internas ou
externas; direciona as ões corretivas, observando a ocorrência de variáveis
no cenário futuro, visando alcançar os objetivos propostos.
Guerreiro (1989, p. 262-263) pronuncia-se a respeito da fase de controle, fazendo
menção a questões sobre desempenho, revisão de planos e delegação:
56
O controle é indispensável para a realização das metas e concretização da
eficiência, e corresponde às ões gerenciais que objetivam a correção de
desempenhos, ou a revisão dos planos.
A existência do controle é fundamental não só para a garantia da execução
dos planos, como também, para a avaliação dos desempenhos gerenciais em
face das funções, responsabilidades e autoridade que lhes foi delegada.
Mosimann e Fisch (1999) classificam as formas de controle em:
Pré-controle: controle que ocorre antecedente a ocorrência dos eventos que se
deseja controlar. Como exemplos de pré-controles pode-se destacar o próprio
modelo de gestão, os planos estratégicos e operacionais, sobretudo os de cunho
orçamentário;
Controle concomitante: atividades de controle efetuadas ao mesmo tempo da
ocorrência dos eventos que se deseja controlar. Permite, portanto, o ajuste no
desempenho ainda durante o andamento das ações;
s-controle: atividades de controle e avaliação realizadas após a ocorrência
dos eventos a serem controlados. Nesses casos, não mais são possíveis ações
corretivas relativas ao desempenho realizado, mas ajustes no sentido da
melhoria contínua em busca de melhores desempenhos para as áreas e,
consequentemente, para a empresa.
Portanto, a fase de controle permeia todo o processo decisório, antes do evento
acontecer, durante e após sua realização. Possibilita o acompanhamento do resultado e a sua
comparação com o previsto, subsidiando o processo de avaliação da empresa e de seus
gestores.
O orçamento, mencionado como instrumento de p-controle, constitui-se de
importante ferramenta orientadora das áreas rumo à situação almejada, funcionando como
indicador de eficácia do desempenho das áreas e da organização. No entanto, como todo
instrumento gerencial, apresenta suas limitações que podem ser minimizadas à medida da
conscientização de suas próprias deficncias.
Outro aspecto importante da função de controle, que merece ser destacado, é seu
caráter de feedback, ou seja, retro-alimentação do sistema na busca pelos objetivos desejados
pela organização. Nesse sentido, Borinelli (2006, p.160) entende que:
57
[...] como o processo de planejamento é, via de regra, sistemático, sua
realimentação com informações sobre aquilo que vem acontecendo durante a
implementação dos planos é fundamental para que se possa revisá-lo e
melhorá-lo.
Giongo e Bianchi (2005, p. 7) vêm a esse encontro ao colocarem que o processo de
controle e respectivo feedback do planejamento
[...] permitem verificar se todas as áreas da organização eso
desempenhando suas atividades de maneira correta, ou, mesmo, se os
resultados alcaados correspondem às expectativas contidas no
planejamento. Os resultados atingidos são comparados aos orçados,
indicando a possibilidade de se apontar os desajustes ocorridos durante o
processo a fim de se solucioná-los.
Figueiredo e Caggiano (1997) entendem que o processo de feedback possibilita ao
gestor determinar o progresso atingido quando comparado ao planejado, além de reverem
esses objetivos de acordo com as novas circunstâncias percebidas, mas o previstas
inicialmente. Dessa forma, ocorrendo mudanças no cenário econômico, a eficiência das
operações da empresa “dependerá da sensibilidade de reação a essas mudanças e da avaliação
do seu impacto nos objetivos planejados anteriormente” (GIONGO; BIANCHI, 2005, p. 8).
3.3. Atuação da Controladoria no Processo de Gestão
Shank e Govidarajan (1997, p. 5) ao mencionarem que “[...] a contabilidade existe na
administração principalmente para facilitar o desenvolvimento e a implementação da
estratégia empresarial”, reforçam o papel da Controladoria dentro do processo de gestão,
ficando ainda mais claro ao considerarem que a administração é um processo cíclico que
envolve quatro fases:
Formular estratégias
Comunicar essas estratégias por toda a organização
Desenvolver táticas para implementação das estratégias
58
Desenvolver e implementar controles para monitorar as etapas da
implementação e a avaliação do alcance das metas estratégicas
Percebe-se, portanto, a atuação da Controladoria em todas essas fases.
Como destacam Shank e Govidarajan (1997), na formulação das estratégias, atua no
provimento de informações e identificação das estratégias financeiramente exeqüíveis. Na
fase de comunicação das estratégias, as informações contidas nos relatórios representam uma
importante ferramenta de divulgação. No desenvolvimento das ticas, auxilia na identificação
de que programa poderá ser mais eficaz e no controle, propriamente dito, assume importante
papel no monitoramento dos desempenhos.
A missão da Controladoria, como abordado, é assegurar a otimização do resultado
econômico da empresa, atuando de forma a potencializar a sinergia entre as áreas com vistas
ao cumprimento da missão da própria entidade, ou seja, coordenar o processo de forma tal a
fazer com que o todo seja maior que a soma das partes.
Para cumprimento dessa missão faz-se imperioso que a Controladoria participe
ativamente do processo de gestão da organização, para que seja possível o efetivo controle
sobre a gestão econômica de cada área e da empresa como um todo.
Como instrumentos de suporte para a coordenação do processo de gestão, de uma
forma geral, a Controladoria conta com o próprio modelo de gestão e o sistema de
informações que deve ser colocado sob sua gerência.
Reginato e Nascimento (2007, p. 71) expõem que a dimensão de planejamento,
execução e controle, depende de uma outra que lhe garanta o suprimento de informações
fundamentais ao acompanhamento e monitoramento do desempenho dos gestores, e,
consequentemente, da empresa, “que é a dimensão de controle de dados e informações”. Tal
dimensão compreende o sistema de informações da empresa.
Nesse sentido, Catelli (1999) expõe que o monitoramento do processo de gestão
realizado pela Controladoria, se apóia nos sistemas de informações gerenciais, os quais
permitem à Controladoria atuar no sentido de monitorar a execução do planejamento e de
permitir feedback sobre seus resultados aos interessados nesse processo.
59
Complementa Guerreiro (1989) ao esclarecer que o sistema de informações deve dar o
devido suporte às fases do processo de gestão, bem como assegurar a integração entre essas
fases. Destaca que as etapas do processo de gestão são dependentes entre si, sobretudo,
planejamento e controle, e que a amarração entre planejamento, execução e controle se dá
através da informação.
Beuren e Moura (2000) advertem, no entanto, para o fato de ser o gerenciamento do
sistema de informações, atribuição da Controladoria não substituto de uma administração
eficaz ou salvação de uma gestão ineficiente. À Controladoria cabe o suporte informacional
em todas as fases do processo de gestão, embora não possa se esquivar do poder de influência
que, naturalmente, passa a exercer na tomada de decisões.
Sendo administradora do sistema de informações econômico-financeiras tem de estar
capacitada para avaliação do impacto econômico dos eventos no resultado da empresa. Como
suporte ao planejamento estratégico deve estar atenta no sentido da identificação do impacto
dos eventos sob a influência de seus pontos fortes e fracos, e, ter sensores para captar do
ambiente externo informações necessárias a identificação das oportunidades e ameaças do
mercado.
Os autores da área são unimes quanto à utilização do sistema de informações como
instrumento da Controladoria e ferramenta de monitoramento de todo o processo de gestão.
No entanto, isso não pode ser confirmado quanto ao posicionamento da Controladoria no
decorrer do referido processo, como assegura Borinelli (2006), a literatura da área também
não é homogênea ao apresentar quais as verdadeiras funções de Controladoria no processo de
gestão.
Carvalho (1995, p.28), também vem a esse encontro ao colocar que:
Ainda no âmbito das atribuições, a freqüência referência ao envolvimento da
Controladoria com o processo de planejamento e controle não é clara.
Enquanto alguns a consideram apenas um órgão de assessoria ou
aconselhamento, outros advogam uma postura de participação em de
igualdade com os demais gestores, tomando decisões dentro desse processo.
Num outro extremo, há aqueles que imaginam ser a Controladoria o órgão
responvel pela definição dos planos necessários a atingir os objetivos da
organização e pelo rígido e completo controle de seu cumprimento, cabendo
aos demais gestores apenas a execução.
Defende Carvalho (1995), acerca da participação da Controladoria no processo de
gestão, que a Controladoria, enquanto óro interno, é vista como participante e o como
60
responsável pela realização do planejamento e seu controle. Explica que, em sendo fases do
processo de gestão, são inerentes a todos os gestores da organização, e que a eficácia do
processo depende do envolvimento e compromisso de todos, não se podendo confiar a apenas
um deles, o controller, a capacidade de planejar e controlar todas as atividades no vel de
detalhe que se fizer necessário.
De forma conclusiva, Borinelli (2006, p. 142) entende que é função da Controladoria
dar apoio ao suporte de gestão, tendo em vista as atividades realizadas de provimento de
informações de cunho operacional e estratégico. Sobretudo, posiciona-se afirmando que tal
função não pode se limitar a assessorar a tomada de decisão. Ela deve ir além.” Em outras
palavras, a Controladoria seria parte integrante do processo decisório, junto com as demais
funções organizacionais, assumindo, portanto, função de linha, o apenas de staff, no
processo.
3.3.1. Controladoria no Planejamento
O planejamento deve ser realizado do global para o local, de forma que as áreas devam
se planejar tomando como base onde a empresa quer chegar.
Partindo da acepção, comumente utilizada, da classificação do planejamento em
estratégico, tático e operacional, discorrer-se-á acerca do papel da Controladoria em cada uma
dessas fases do processo de planejamento.
Conforme mencionado, os autores se posicionam de formas variadas no que diz
respeito às funções da Controladoria no processo de gestão; na fase de planejamento, isso não
é uma exceção.
De uma forma geral, tem-se a Controladoria: como partícipe da tomada de decies no
processo de planejamento, defendido por Mosimann e Fisch (1999), Farias (1998) e
Nakagawa (1993); como provedora de suporte informacional, destacado por Farias (1998),
Nakagawa (1993), Oliveira, Perez Jr., Silva (2005) e Padoveze (2004); como assessora dos
gestores na definição dos planos, como citado por Nakagawa (1993) e Oliveira, Perez Jr.,
61
Silva (2005); como coordenadora do processo de elaboração, em Mosimann e Fisch (1999) e
Padoveze (2004); e como consolidadora dos planos das áreas, como destacado por Farias
(1998).
A participação da Controladoria no planejamento estratégico da empresa tem sido
extremamente polemizada. Alguns atores chegam a concluir que deva existir uma
Controladoria específica para essa atuação, chamada de Controladoria Estratégica, como
mencionado por Padoveze (2005).
Martin (2002) enfatiza que a Controladoria tem que ser estratégica e defende que
[...] para atender às necessidades da gestão moderna, a Controladoria precisa
ser connua e intrinsecamente estratégica, o que ela deve realizar sem perder
jamais seu caráter de apoio operacional. Para conseguir essa conexão
estratégico-operacional é necessária uma postura muito mais profunda, com
mudanças inclusive de caráter epistemológico. A primeira, diz respeito à
compreensão da própria natureza da empresa e de seus objetivos[...]. A
segunda, ao entendimento de que qualquer empresa sempre está imersa num
ambiente volátil e competitivo com o qual interage profundamente.
De forma prática, Moura e Beuren (2003) defendem que, com vistas a incrementar a
eficiência e eficácia do processo gerencial e proteção dos interesses da empresa, deve o
sistema de informações conter dados acerca das ameaças e oportunidades, pontos fortes e
pontos fracos e outros conhecimentos que vão além da contabilidade. Informões estas,
subsidiadoras do processo de planejamento, caracteristicamente, de planejamento estratégico.
Anthony e Govidarajan (2001, p.388) afirmam que “Em algumas empresas, o plano
estratégico é preparado pela Controladoria”. No entanto, acreditam que “o planejamento
estratégico exige capacidade de análise e uma visão ampla, que pode não existir no grupo de
controladoria”.
Borinelli (2006, p. 150) vem de encontro ao exposto, e considera ser a elaboração do
planejamento estratégico, papel da Controladoria, assegurando que o conjunto de funções que
desempenha, lhe dá condições para realização de tal atividade. Considera, ainda, que:
[...] o efetivo controle do processo de gestão começa no estabelecimento dos
planos estratégicos, o que justifica, uma vez mais, que a coordenação do
processo de elaboração desses planos seja uma função da Controladoria.
Santos e Schmidt (2006) alertam que, o vel de participação do controller na
construção dos planos de ação, indubitavelmente, será resultante, em grande parte, do seu
62
conhecimento do mercado, produtos e ambiente externo, bem como das influências internas
das áreas da organização; e, categorizam o papel do controller, na fase de elaboração dos
planos, nas seguintes atividades ou habilidades:
Visão geral: ampliação da percepção com vistas a uma interpretação mais
consistente dos cenários apresentados com o resultado econômico desejado
pela empresa, não se deixando influenciar unicamente pelos números
apresentados e até mesmo permitindo a possibilidade de um modelo de
mensuração ter sido construído de forma equivocada, disponibilizando-se à
correção para elaboração de um plano mais consistente;
Missão da entidade: atenção para o propósito maior da empresa, no sentido de
estar permanentemente avaliando se os objetivos locais levam àquele;
Objetivos de longo prazo: todas as projeções de longo prazo devem contar com
o apoio direto do controller para que variáveis endógenas e exógenas à
entidade possam ser avaliadas de forma consistente, partindo-se do pressuposto
da primeira condão necessária, a visão geral da organização e do mercado em
que está inserida;
Desenvolvimento de estratégia: nessa fase o papel do controller é mais de
crítico ou conselheiro e provedor das informações necessárias para subsidiar o
processo de definição dos rumos da empresa.
No tocante ao planejamento operacional identifica-se uma maior atuação da
Controladoria, chegando mesmo a assumir o papel de administradora do processo. Guerreiro
(1999, p.94) registra que a Controladoria “[...] efetua a coordenação do processo de
planejamento das diversas áreas e atividades, objetivando o melhor desempenho econômico
da empresa como um todo”.
Por coordenar o sistema de informações dispõe dos meios para elaboração dos planos
operacionais alternativos, ou seja, da simulação do resultado auferido em cada alternativa
apontada. Dessa forma, em conjunto com os gestores, deve selecionar e aprovar os planos
operacionais com base, a princípio, em sua exeqüibilidade e, em seguida, em seu retorno
econômico.
63
Cabe ainda à Controladoria a elaboração do orçamento dos planos operacionais, de
forma a tornar possível a comparação entre desejado e realizado, analisando e apontando os
desvios para a devida correção por cada área.
Destaca Borinelli (2006), no que se refere aos focos de atuação da Controladoria, que
os autores estrangeiros se concentram nas funções de dar suporte, assessorar, consolidar e, no
máximo, coordenar o processo de elaboração dos planos, enquanto os autores nacionais vão
além, enfatizando a participão da Controladoria tomando parte nas decisões, elaborando o
plano e gerenciando o planejamento. Mais uma vez, os pesquisadores brasileiros defendendo
uma visão mais participativa da Controladoria dentro do contexto organizacional.
O processo de planejamento da Controladoria envolve tanto sua participação na
elaboração do planejamento da organização como para o planejamento de suas pprias
atividades. A Controladoria, assim como as demais áreas, deve elaborar dois tipos de
planejamento: tático e operacional.
O planejamento tático deve conter as diretrizes estratégicas do órgão Controladoria,
que devem estar em sincronia com as diretrizes da organização. No planejamento operacional,
Mosimann e Fisch (1999) sugerem as ações de elaboração de políticas alternativas e seleção
das definitivas da Controladoria, definição de objetivos e metas; definição dos fundamentos e
princípios do sistema de informações.
3.3.2. Controladoria na Execução
A participação da Controladoria na fase de execução do processo de gestão é pouco
discutida na literatura da área, isto, em virtude de ser um processo realizado de forma mais
individualizada, por cada área em específico, procurando fazer acontecer o planejado. Assim,
a ppria Controladoria entra mais profundamente na execução de suas próprias atribuões
enquanto unidade administrativa, como setor atuante e cobrado como qualquer outro.
Merece atenção, a questão do a que ponto deve existir a participação da
Controladoria nessa fase do processo de gestão, relativo às demais áreas.
64
Farias (1998, p. 43) adverte que, “Apesar de participar ativamente de todos os
processos gerenciais, o propósito da controladoria não é o de intervir na execução.”
A literatura da área menciona com freqüência a analogia de Willson e Colford (1991,
p. 5) entre a figura do controller e a do navegador:
[...] To extend the maritime figure, the controller is not the commander of the
ship that is the task of the chief executive but he or she may be likened to
the navigator, the one who keeps the charts. The controller must keep the
commander informed about how far the company has come, where it is, what
speed it is making, resistance encountered, variations from the course,
dangerous reefs that lie ahead, and where the charts indicate he should go next
to reach the port in safety.
Extrai-se dessa analogia o posicionamento do controller como assessor e não como
tomador de decisão, bem como seu papel no suporte à gestão de negócios da empresa, de
modo a assegurar que esta atinja seus objetivos, cumprindo assim com sua missão.
Como expõe Garcia (2003, p. 74):
[...] a função da Controladoria, em parte, é uma função coordenadora, não
substituindo, em nenhum momento, a responsabilidade dos gestores frente
aos resultados obtidos, considerando-se as características próprias do gestor.
Nesse sentido, Catelli (1999) expõe que a execução é a fase onde as ações definidas no
planejamento operacional o implementadas e os recursos o consumidos. Borinelli (2006,
p. 158), de forma complementar, levanta a questão de que os gestores das áreas possuem
autonomia para coordenar a aplicação dos recursos investidos em suas áreas de atuação e
coordenarem a implementação de seus projetos. Isto posto, coloca que:
[...] tendo em vista a otimização do resultado global, deve ela dar o suporte
necessário às demais funções organizacionais para que o que foi estabelecido
seja implementado sem, contudo, interferir nas atividades que não fazem parte
da sua função.
Por sua vez, Santos e Schmidt (2006, p. 66) destacam que a Controladoria tem:
[...] a responsabilidade de criar os canais adequados de comunicação, para que
todos os níveis de administração tenham as informões sobre os planos,
utilizando sistemas de informações apropriados e procedimentos
adequadamente definidos.
65
Padoveze (2005) explica que a atuação da Controladoria na fase de execução consiste,
basicamente, na construção de modelos de decisão consistentes e coerentes com a visão da
empresa, que irão subsidiar os gestores no processo de tomada de decisão.
Dessa forma, nesta fase, a Controladoria exerce um monitoramento prestando
informações durante a execução do planejamento operacional, o que ocorre antes das
realizações acontecerem.
Collato, Reginato e Nascimento (2006, p. 6) complementam que, uma vez
“Identificadas as necessidades de ajustes e ações corretivas, a controladoria orienta os
gestores para o eventual realinhamento das áreas com o objetivo organizacional. Dá-se
início, então, à fase de controle do processo de gestão.
3.3.3. Controladoria no Controle
Para Santos e Schmidt (2006, p. 67) “a função de controle, dentro do processo
decisório, talvez seja a mais crítica para a Controladoria. [...] o controller passa a ser o
responsável pelo acompanhamento dos planos e avaliação do desempenho da entidade.”
Para Certo e Peter (1993, p. 223), o controle se constitui na última e mais importante
etapa do processo de gestão, pois, a partir do levantado, ões corretivas ou intensificadoras
serão executadas com vistas a fazer com que as estratégias sejam implementadas de acordo
com o estabelecido nos planos. Tais ações poderão “[...] mudar a forma como a organização
funciona, alterar o processo de gestão estratégica, tornar os objetivos e padrões mais
desafiadores e alterar o próprio processo de controle”.
Catelli (1999) acrescenta que para a implementação da fase de controle com sucesso,
devem-se respeitar quatro etapas: a) prever os resultados das decisões na forma de medidas de
desempenho; b) reunir informações sobre o desempenho real; c) comparar o desempenho real
com o previsto; d) verificar quando uma decisão foi deficiente, corrigindo o procedimento que
a produziu e suas conseqüências.
66
Giongo e Bianchi (2005, p. 8) complementam a importância de que “todas as etapas
anteriores ao controle tenham sido desenvolvidas de maneira a gerar informações adequadas,
metas claras e passíveis de serem atingidas [...]”.
Dessa forma, a fase de controle acontecerá antes, durante e depois da execução das
ações pelas áreas; a Controladoria deverá atuar como um agente responsável pelo
acompanhamento da execução dos planos elaborados e aprovados, observando sua fidelidade
ao planejado e, sobretudo, à otimização do resultado da empresa, estando atenta para interferir
no sentido de apontar possíveis desvios, indicando caminhos ou participando indiretamente de
sua construção para correção dos rumos tomados.
Miranda e Libonati (2002, p. 56), no entanto, mencionam que “Na fase de controle, o
papel da Controladoria será o de fornecer as informações sobre o que ocorreu para compará-
las ao que foi previsto”, ou seja, destacam um trabalho de controle posterior a ação executada.
Corroboram com esse entendimento Willson e Colford (1991) e Padoveze (2004).
Borinelli (2006) posiciona-se de forma contrária, destacando que o controle adotado
pela Controladoria deve ser concomitante à execução e não a posteriori. Alega que, após o
fato consumado, não há como se adotar ações corretivas, a não ser para transações futuras.
[...] a Controladoria, face ao seu papel de consolidadora dos planos
organizacionais, tem de fazer com que o controle aconteça. É isso, ou
seja, o fazer acontecer, que justifica como órgão de linha e não de staff
(assessoria), nos casos em que essa função (controle) é atribuída a
uma unidade organizacional denominada Controladoria.
(BORINELLI, 2006, p. 164)
Martin, Santos e Dias Filho (2004, p. 19) possuem um entendimento divergente acerca
da contribuição da Controladoria dentro do processo de gestão e de como deveria ser seu
posicionamento relativo à queso levantada de sua atuação frente aos demais gestores das
áreas, na fase de controle. Defendem que seria a Controladoria o órgão apto a estar realizando
o controle de riscos da organização, no entanto, “ao fazer o controle do risco/retorno dos
recursos empregados na empresa, inevitavelmente estaria fazendo, também uma auditoria de
gestão dos administradores encarregados de tomar decies sobre tais recursos.”(grifo dos
autores)
Como solução, Martin, Santos e Dias Filho (2004) sugerem a emergência de um novo
modelo de Controladoria, com uma condição não hierarquizada à gestão, vinculada direta ao
67
Conselho de Administração, que pudesse garantir a independência necessária para realização
de uma avaliação efetivamente crítica do emprego dos recursos e riscos assumidos.
Depreende-se, a partir do exposto, que a Controladoria possui missão, apenas possível
de ser cumprida a partir de uma participação legitimada no sentido da coordenação do
processo de gestão. Em outras palavras, a função essencial da Controladoria é o apoio ao
processo de gestão e estímulo da sinergia entre as áreas com vistas ao cumprimento da missão
da organização e sua continuidade.
O caráter de essencialidade decorre do fato de que, o seu não exercício levaria
necessariamente ao não cumprimento de sua missão, enquanto unidade administrativa.
4 METODOLOGIA DA PESQUISA
Neste capítulo será apresentado como se deu o desenvolvimento de todo o processo de
pesquisa, utilizado para realização desse estudo, ou conforme Malhotra (2001, p. 105), será
narrado seu processo de concepção, por assim entender e definir como uma estrutura ou
planta que especifica os procedimentos necessários para obtenção das informações
indispensáveis para a resolução do problema proposto.
São vários os esquemas metodológicos apresentados na literatura pertinente à área. O
desenvolvimento desta dissertação tomou por base, fundamentalmente, o modelo proposto por
Mattar (1993) de desenvolvimento do processo de pesquisa e, apoiando-se na experiência e
sugestão de Beuren (2004, p. 79), narrando acerca da tipologia de pesquisa aplivel à área
contábil, utilizar-se-á, no que se refere ao delineamento do estudo, o agrupamento em três
categorias: pesquisa quanto aos objetivos, quanto aos procedimentos de coleta e quanto às
fontes de informações, como estabelecido por Santos (1999, apud BEUREN, 2004).
4.1. Metodologia de Pesquisa
4.1.1. Tipologia de Delineamento de Pesquisa
Raupp e Beuren (2004, p. 78) advertem que a falta de uniformidade nas tipologias de
pesquisa preconizadas pelos autores, dificulta o trabalho daqueles que se lançam ao desafio da
iniciativa cienfica. Em seu trabalho, os autores se proem a auxiliar no processo de
elaboração de trabalhos científicos no campo da Contabilidade, considerando suas
particularidades, sendo assim, optou-se por utilizar a tipologia discutida por Raupp e Beuren
(2004).
A pesquisa é de natureza exploratória. Esse tipo de pesquisa é desenvolvida visando a
proporcionar uma vio geral acerca de determinado fato, contribuindo, conforme
mencionado por Beuren (2004, p. 80) para o esclarecimento de questões superficialmente
abordadas sobre o assunto. Nesse sentido, a presente dissertação é exploratória, tendo em
69
vista a necessidade do mergulho teórico no sentido de se identificar historicamente o advento
da Controladoria no Brasil, sua relação com a ciência contábil e, sobretudo, identificar que
atribuições deveriam ser assumidas para que um órgão pudesse ser legitimado como de
Controladoria.
Tal prerrogativa foi fundamental para definição das características relevantes,
destacadas por Malhotra (2001, p. 80) como fatores ou atributos que fundamentam o objeto
pesquisado, imprescindível na construção do roteiro de entrevista a ser utilizado na pesquisa
de campo.
No que se refere aos procedimentos de coleta utilizados tem-se a pesquisa
bibliográfica e quanto à abordagem do problema, a pesquisa qualitativa.
A pesquisa bibliográfica, para estudos desse tipo, é de natureza obrigatória, por meio
dela toma-se conhecimento sobre a produção científica existente. Nesse sentido, Beuren
(2004) adverte de situações extremadas, temas com pouca bibliografia disponível a respeito e,
outros, com tanto material disponível que deverá ser dado um tratamento seletivo para
possibilitar a retenção do essencial para o desenvolvimento da pesquisa.
Quanto à abordagem do problema, as pesquisas podem ser qualitativas ou
quantitativas. No trabalho em análise, a pesquisa é de natureza qualitativa.
As pesquisas qualitativas concebem-se, segundo Beuren (2004), como análises mais
profundas em relação ao fenômeno que está sendo estudado. Nesse sentido, Richardson
(1999) cita como situações que evidenciam a importância de uma abordagem qualitativa,
estudos dirigidos à análise de atitudes, motivações, expectativas, valores, etc.
Vieira (2005) define a pesquisa qualitativa como a que se fundamenta principalmente
em análises qualitativas, caracterizando-se, em princípio, pela não utilização de instrumental
estatístico na análise dos dados.
No entanto, isto não implica na exclusão de análises quantitativas dos dados
qualitativos (ALASUUTARI, 1995 apud VIEIRA, 2005).
Considera-se que esse estudo, quanto à natureza do problema, seja uma pesquisa
qualitativa, pois se procura o entendimento das práticas de Controladoria como suporte ao
processo de gestão a partir dos depoimentos, transcrições das entrevistas realizadas e que
permitam corroborar com os resultados.
70
O trabalho valeu-se de fontes primárias e secundárias de informação. Mattar (1989)
relata que as fontes primárias são aquelas coletadas para atender às necessidades do
pesquisador. Segundo o autor, existem dois meios básicos de obtenção de dados primários: a
comunicação e a observação. O método da comunicação consiste no questionamento verbal
ou escrito dos respondentes. O método da observação permite a obtenção de dados por meio
do registro de comportamentos e ações relacionados à pesquisa, podendo ser natural
(observação direta) ou com instrumentos mecânicos (máquina fotográfica, por exemplo).
As fontes de informação foram decorrentes da pesquisa de campo, valendo-se de
fontes primárias de dados, e da pesquisa bibliográfica que se utilizou de dados secundários.
Segundo Mattar (1989), dados anteriormente coletados, tabulados, ordenados e, às vezes,
analisados, com propósitos outros, mas disponíveis para consulta pelos interessados.
A pesquisa bibliográfica se utilizou de dados oriundos de artigos, revistas, periódicos,
material disponível na internet e livros consagrados na área, de origem nacional e estrangeira.
4.2. População, Tamanho da Amostra e Processo de Amostragem
População, segundo Kinnear e Taylor (1979, apud MATAR, 1993), é o agregado de
todos os casos enquadrados em um determinado conjunto de requisitos previamente
estabelecidos.
A população desse estudo se constitui, por escolha, das empresas premiadas com o
Prêmio Delmiro Gouveia, edição 2006.
O Prêmio Delmiro Gouveia é uma realização conjunta da Bolsa de Valores de o
Paulo (BOVESPA) e jornal O POVO, sob patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil, da
Federação das Indústrias do Estado do Ceará e o apoio do Conselho Regional de
Contabilidade e SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.
O PRÊMIO (2006) tem se consolidado como referência de credibilidade empresarial,
utilizando-se de critérios que primam por concisão e transparência. Foram inscritas, na edão
de 2006, 300 empresas classificadas em quatro categorias:
71
Melhores empresas em desempenho econômico-financeiro, sob os aspectos de
liquidez, lucratividade e crescimento das vendas;
Melhores empresas em desempenho social direcionadas aos empregados, à
sociedade em geral e ao meio-ambiente;
Destaque SEBRAE, que agracia as pequenas e médias empresas com destaque no
ano;
Maiores empresas, considerando-se um conjunto de indicadores.
Segundo Mattar (1993, p. 276), “Amostra é qualquer parte de uma população”,
constituindo-se a amostragem, como o processo de colher amostras dessa população. Na
presente pesquisa, a amostragem se classifica como não probabilística por julgamento ou
intencional, caracterizada, conforme colocado por Mattar (1993, p.286) como possível de
serem escolhidos os casos a serem incluídos e, assim, se chegar a uma amostra satisfaria
para a necessidade da pesquisa.
A amostra escolhida foi a da categoria das maiores empresas, em decorrência da
complexidade que assumem e necessidade de um nível de gerenciamento que garantam sua
competitividade no mercado. Tal conjuntura as coloca em um nível de maturidade
organizacional que justifica um órgão, efetivamente atuante, de Controladoria.
O conjunto de critérios utilizados pelo Prêmio para a referida categoria foi: vendas
líquidas ajustadas, resultado final líquido ajustado, impostos gerados (exceto sobre folha de
pagamento), quantidade de empregados, representando o total de empregados em 31/12/2005,
patrimônio quido ajustado e ativo total ajustado, incluído nessa edição, por ser um indicador
bastante utilizado pelo mercado financeiro e de capitais para mensurar a grandeza da empresa.
Nesse contexto, as empresas ganhadoras da mencionada categoria, por ordem de
classificação, foram:
1. Companhia Energética do Ceará
2. Grendene S.A.
3. M. Dias Branco Ind. e Com. de Alimentos Ltda.
4. Companhia de Água e Esgotos do Ceará
72
5. Norsa Refrigerantes Ltda.
6. Agripec Química e Farmacêutica S.A.
7. Vicunha Têxtil S.A.
8. Nacionals Butano Distribuidora Ltda.
9. Vulcabrás do Nordeste S.A.
10. Santa Clara Ind. e Com. de Alimentos Ltda.
4.3. Coleta de Dados
De acordo com os objetivos almejados, o procedimento utilizado para a coleta de
dados consistiu em entrevistas pessoais realizadas junto aos gestores dos órgãos de
Controladoria das empresas pesquisadas, com aplicação de roteiro contendo 27 perguntas,
com respostas dicotômicas (sim/não), de múltipla escolha e utilizando-se a escala Likert de 5
pontos. O roteiro utilizado encontra-se no apêndice desse trabalho.
A escolha da entrevista pessoal em detrimento do envio do questionário, deu-se por
vantagens atribuídas a essa técnica que serão logo abordadas e por sua adequação aos
propósitos da pesquisa. A troca direta com os interrogados possibilitou que os objetivos
intrínsecos aos quesitos fossem descritos de forma mais detalhada, por vezes, a partir da
utilização de exemplos para facilitação da visualização do exposto.
Nesse sentido, Kerlinger (1980, p. 350) relata acerca das entrevistas que “Os
pesquisadores podem ir mais abaixo da superfície das respostas, determinando raes,
motivos e atitudes.”
Mattar (1999, p. 162) esclarece que “Um instrumento de coleta altamente estruturado
significa que tanto as questões a serem perguntadas, quanto as respostas possíveis de serem
respondidas já estão completamente determinadas”.
73
Portanto, neste trabalho, haja vista as características mencionadas e a utilização de um
roteiro preestabelecido com as mesmas perguntas a todos os entrevistados, sem que o teor e a
ordem das questões tenham sido alterados, conclui-se que a entrevista realizada, pode ser
classificada como estruturada.
O contato estabelecido junto aos gestores dos órgãos se deu, inicialmente, de forma
institucional, utilizando-se o nome da Instituição de ensino, mas não foi obtido sucesso por
esse caminho. A partir de eno, o esforço foi canalizado no sentido de se chegar até os
gestores dos órgãos de Controladoria, a partir de rede de contatos de origem pessoal e
profissional.
Das 10 (dez) empresas contatadas, obteve-se êxito em 8 (oito) delas, o tendo sido
possível a entrevista em 2 (duas) das empresas da amostra selecionada: Vulcabrás do
Nordeste S.A e Santa Clara Ind. e Com. de Alimentos Ltda.. Uma alegando queses de
ordem interna e estar passando por um momento de reestruturação intenso e, a outra, por
questões de dificuldade de acesso. Coincidentemente, as empresas que colaboraram com o
estudo, foram as 8 (oito) maiores segundo o Prêmio Delmiro Gouveia.
O roteiro estruturado tratou das seguintes abordagens: estrutura da Controladoria,
origem da Controladoria (na organização e na visão do entrevistado), atuação da
Controladoria no processo de gestão e a Controladoria como estimuladora de sinergia entre as
áreas. O Quadro 6 relaciona as categorias de análise mencionadas com os respectivos quesitos
utilizados no roteiro de entrevista e encontrado na íntegra no apêndice desse trabalho.
74
1
Estrutura da Controladoria
Q.
-
Bloco 1
Q.
-
Bloco 2
1.1
Posição no organograma
1
1.2 Natureza dos trabalhos desenvolvidos 3
1.3
Controladoria e Sistema de Informações
Gerenciais 16
1.4 Atribuões do órgão de Controladoria 2
2 Origem da Controladoria Q. - Bloco 1 Q. - Bloco 2
2.1 Concepção da Controladoria 4 e 5
2.2
Formação do gestor do órgão
6
3
A Controladoria no Processo de Gestão
Q.
-
Bloco 1
Q.
-
Bloco 2
3.1
Na Fase de Controle
3.1.1
Provimento de Informações 25
3.1.2
Acompanhamento Orçamentário
-
Financeiro
14 e 15 e 18 a 21
3.2
Na Fase de Execão
17 e 22 a 24
3.3
Na Fase de Planejamento
7 a 13
4
A Controladoria e a Sinergia entre as Áreas
Q.
-
Bloco 1
Q.
-
Bloco 2
4.1 A Controladoria gerando sinergia entre as áreas
26 e 27
Quadro 6: Roteiro de Entrevista
Fonte: Elaborado pela autora
O roteiro desenvolvido foi elaborado com base na literatura disponível, com questões
utilizando-se respostas de escolha ltipla, dicotômicas (sim/não) e de acordo com a Escala
de Likert de cinco pontos. Segundo Richardson (1989, p. 226), o método Likert determina
mais diretamente a existência de uma ou mais atitudes do entrevistado no grupo de itens
considerados, e a escala constituída a partir desses itens mede o fator mais geral. O uso de
uma escala de cinco pontos proporciona maior volume de informações do que uma simples
dicotomia “acordo x desacordo”.
Utilizando a Escala de Likert, o entrevistado marca uma opção para cada item em uma
das seguintes categorias: “sempre ou sim”, “quase sempre”, “às vezes”, “quase nunca” e
“nunca ou não”.
Segundo Richardson (1989, p. 27), no processo de pesquisa deve-se especificar os
instrumentos de coleta de informações: questionários, entrevistas e seus conteúdos gerais. O
autor recomenda também a realização do pré-teste, com o intuito de produzir certo nível de
75
padronização na obtenção dos dados. O autor sugere também a revisão final dos instrumentos,
para evitar erros e vieses na aplicação do pré-teste.
A qualidade e validade do pré-teste foram testadas em duas empresas de características
semelhantes às selecionadas. A realização do pré-teste contribuiu para o aperfeiçoamento do
roteiro utilizado, com a eliminão de questões fora do foco principal da pesquisa, inclusão de
outras questões importantes ao tema e correção de detalhes que dificultavam o entendimento
do questionado.
4.4. Análise dos Dados
Os dados coletados na pesquisa bibliográfica (dados secundários) foram selecionados
e sistematizados, a fim de construir um embasamento teórico que auxiliasse a sustentação do
problema de pesquisa.
Dessa forma, os dados primários qualitativos foram coletados através de entrevistas
estruturadas a partir de roteiro previamente definido, cujas respostas foram tratadas de modo a
permitir uma melhor exposição das percepções dos entrevistados a respeito do assunto. Para
tanto, após a gravação das entrevistas, os dados foram transcritos, selecionados e agrupados
com o intuito de facilitar a visualização das informações e permitir uma análise mais
consistente do conteúdo coletado. Para as respostas dadas pelos gestores, denominou-se cada
um deles como sendo R1, R2, R3 e assim sucessivamente, onde R refere-se ao respondente.
Nesta dissertação, a análise do conteúdo foi realizada atras da técnica da análise dos
dados a partir dos resultados obtidos pela técnica da distribuição de freqüência e de escalas
intervalares.
Segundo Richardson (1989, p. 178), toda comunicação onde ocorre a transferência de
significados de um emissor para um receptor pode ser objeto de análise de conteúdo.
Foram constituídas também escalas intervalares, do tipo Likert de 5 (cinco) pontos,
para que o entrevistado selecionasse dentro das escalas o valor que melhor refletisse o
entendimento da organização em relação à atuação da Controladoria no processo de gestão.
76
Nas escalas, os valores atribdos pelos entrevistados, variam de 0 (zero) a 4 (quatro).
Convencionou-se que a participação da Controladoria no processo em questão é classificada
como “muito baixa”, se a média resultante obtida estiver entre 0 e 0,80; como “baixa”, se
estiver entre 0,81 e 1,60; “média”, se estiver entre 1,61 e 2,40; “alta”, entre 2,41 e 3,20 e
como “muito alta com valores superiores a 3,21 a o valor máximo de 4, conforme
demonstrado no Quadro 1.
Convencionando-se que:
Muito baixa participação no processo
0 0,80
8Baixa participação no processo 0,81 – 1,60
Média participação no processo 1,61 – 2,40
Alta participão no processo 2,41 – 3,20
Muito alta participação no processo 3,21 – 4,00
Quadro 7: Convenção dos intervalos de frequência
Fonte: Elaborado pela autora
Após essa etapa, procedeu-se à análise e interpretação dos resultados, chegando-se a
importantes conclusões, respondendo aos pressupostos e ao questionamento proposto na
pesquisa. Ao final, foram apresentadas as considerações finais e as sugestões pertinentes.
4.5. Visão Geral da Pesquisa
Com vistas a um entendimento global da pesquisa proposta, conforme sugerido por
Mattar (2001, p. 106), foi elaborado o Quadro 8.
77
TEMA
A Controladoria como suporte ao Processo de Gestão das Grandes Empresas do Estado do Ceará - Um Estudo em
Empresas Ganhadoras do Prêmio Delmiro Gouveia, edição 2006.
PROBLEMA
Qual a perceão dos gestores dos órgãos de Controladoria das empresas ganhadoras do Prêmio Delmiro Gouveia,
edição 2006, acerca das práticas da Controladoria no suporte ao processo de gestão das organizações?
OBJETIVO GERAL
Analisar as práticas da Controladoria nas maiores empresas do Estado do Ceará, segundo o Prêmio Delmiro
Gouveia, edição 2006, verificando de que modo o uso de tais práticas tem subsidiado o suporte ao processo de
gestão dessas organizações.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1) Analisar a concepção predominante da Controladoria nas empresas a serem pesquisadas, considerando os
aspectos relativos à sua origem e evolução.
2) Identificar as funções atribuídas à Controladoria nas empresas ganhadoras do Prêmio Delmiro Gouveia.
3) Investigar como a Controladoria tem subsidiado o processo de gestão, nas fases de planejamento, execução e
controle das maiores empresas do Estado do Ceará.
PRESSUPOSTOS
REFERENCIAL
TEÓRICO
QUESITOS
ROTEIRO
1) Na percepção dos gestores, o órgão de Controladoria foi concebido
sob a concepção da evolução da ppria Contabilidade, chegando a
assumir como atribuições, atividades puramente contábeis e tipicamente
de linha.
Capítulo 2: Fundamentos
da Controladoria
Q.1 a 6 e Q.16
2) A Controladoria não participa ativamente da fase de planejamento,
que costuma ocorrer no âmbito das próprias divisões operacionais.
Capítulo 2: Fundamentos
da Controladoria e
Capítulo 3: Processo de
Gestão
Q.7 a 15, Q.
17 a 27
3) A Controladoria, como suporte ao processo de gestão, participa mais
ativamente da fase de controle, como provedora de informações e
avaliadora de desempenhos.
4) A Controladoria não participa ativamente do processo de estímulo à
sinergia entre as áreas.
Quadro 8: Visão Geral da Pesquisa
Fonte: Elaborado pela autora
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Neste capítulo, serão apresentados os dados obtidos através da pesquisa de
campo estruturada a partir de entrevistas aos gestores dos órgãos de Controladoria das
empresas pesquisadas, bem como as análises decorrentes de sua avaliação com a
finalidade de efetuar a validação dos pressupostos concebidos.
O capítulo descreve e disserta sobre as questões da pesquisa, apresentando a
análise de conteúdo, a tabulão, a distribuição e a classificação dos dados, e, sempre
que possível, fazendo menção ou até mesmo validando pressupostos a partir do
referencial teórico dessa obra.
5.1. Estrutura da Controladoria
Amparado pelo referencial teórico do capítulo 2, Fundamentos da Controladoria,
foi abordado junto às empresas pesquisadas questões acerca da estrutura da
Controladoria, procurando-se conhecer pontos como:
a) Posição da Controladoria no organograma da empresa;
b) Natureza dos trabalhos desenvolvidos;
c) Atribuições do órgão Controladoria;
d) Envolvimento da Controladoria com o Sistema de Informações Gerenciais.
Tais queses, abordadas no início da entrevista, foram de fundamental
importância na busca de uma comunicação eficiente, de tal sorte que, em todas as
entrevistas, o primeiro intuito deliberado dos entrevistados era o de desenhar o
organograma da empresa. Tal construção aconteceu de forma simplificada e não formal,
79
em decorrência do curto espaço de tempo disponível, mas na tentativa de tornar
compreensível a estrutura organizacional.
Dessa forma, tornava-se mais fácil o entendimento das inter-relações existentes
entre as áreas e das áreas com a alta administração, bem como a visualização de como
se dá a atuação da Controladoria dentro da organização.
5.1.1. Posição da Controladoria no Organograma da Empresa
O primeiro quesito da pesquisa realizada diz respeito a posição da Controladoria
no organograma das empresas, os dados obtidos podem ser visualizados na Tabela 1.
Tabela 1 – Posição da Controladoria
Posição da Controladoria no Organograma das
Empresas Freqüência
Órgão de Diretoria
4
Subord. À Diretoria Financeira 2
Subord. À Presidência 1
Subord. À Diretoria de Planej. e Controle
1
Total
8
Fonte: Dados da pesquisa de campo realizada entre janeiro e abril/2007
Em metade das empresas, a posição da Controladoria apresenta-se como uma
Diretoria na estrutura organizacional, sendo seguida pela posição de estar vinculada à
Diretoria Financeira, em 2 (duas) das empresas da amostra. Em uma empresa encontra-
se subordinada diretamente à Presidência da organização e em outra à Diretoria de
Planejamento e Controle.
Em uma das empresas, as atribuições do órgão de Controladoria são realizadas
através da Diretoria de Planejamento e Controle. Tal aferição foi estabelecida por
iniciativa do pprio respondente, mencionando que:
R1 “Nossa empresa não possui um órgão chamado de
Controladoria, mas, conhecendo a que se propõe, diria que a
Controladoria aqui, é a Diretoria de Planejamento e Controle.”
80
Pode-se inferir a partir dos resultados obtidos que a Controladoria vem ganhando
espaço nas organizações, sendo uma Diretoria em 4 (quatro) das 8 (oito) empresas
pesquisadas. Além disso, a própria conotação dada e/ou relação hierárquica
estabelecida, denota sua estreita relação com as funções de Planejamento e Controle,
sendo até mesmo, chamada de Diretoria de Planejamento e Controle na maior empresa
da amostra e estando subordinada a esta em uma outra empresa.
5.1.2. Natureza dos Trabalhos Desenvolvidos pela Controladoria
De forma complementar ao quesito anterior, o questionamento acerca da
natureza dos trabalhos desenvolvidos pela Controladoria vem ratificar o posicionamento
desse órgão no organograma das empresas, como pode ser observado a partir dos dados
obtidos na interrogação direta aos entrevistados do quesito 3 (três).
Tabela 2 – Natureza dos trabalhos
Natureza dos Trabalhos Desenvolvidos pela Controladoria
Freqüência
Órgão de linha (apenas)
0
Órgão de staff (apenas) 1
Órgão de linha e de staff 7
Total
8
Fonte: Dados da pesquisa de campo realizada entre janeiro e abril/2007
De forma geral, os respondentes estabeleceram um entendimento acerca do que
vem a ser um órgão de linha ou de staff, relacionando as atividades rotineiras como
sendo de linha e os trabalhos realizados no sentido de apoiar à tomada de decisão dos
demais gestores, como de staff, isso pode ser observado a partir das seguintes respostas:
R4 “Somos responsáveis por toda a área contábil, fiscal,
financeira, de custos. Atividades de rotina, de linha. O que
fazemos como staff é subsidiar os demais gestores com
informações que apóiem suas decisões.”
R6: Aqui, a Controladoria é linha e staff. Temos atividades de
linha como a contabilidade e o controle orçamentário,
81
assumimos posição de staff por sermos muito demandados na
prestação de informações e até de opiniões antes da tomada de
decisão de alguns gestores”.
R7: Subsidiamos às áreas a partir das informações que
passamos, temos tantas rotinas instituídas para isso, que diria
que essas atividades o de linha, sobretudo as associadas ao
orçamento, que acompanhamos bem de perto em nossa
indústria. Mas atuamos também como staff, é nossa a tarefa de
acompanhar e apontar desvios, corrigir e prestar contas, fica a
cargo de cada gestor.
Na percepção dos profissionais, a Controladoria apresenta-se como órgão de
linha e de staff em 7 (sete) das 8 (oito) das empresas, tendo sido considerada como
apenas de staff na empresa onde se confunde com a própria Diretoria de Planejamento e
Controle, desvinculada organizacionalmente da área contábil propriamente dita.
O resultado auferido vai ao encontro do exposto por Oliveira (1998) e Padoveze
(2004), que admitem que a Controladoria pode assumir as duas posições, de linha e de
staff.
5.1.3. Atribuições do Óro de Controladoria
As atribuições da Controladoria foram elencadas com o apoio do material
bibliográfico utilizado, sendo adicionadas as funções encontradas nas empresas que não
faziam parte desse elenco. O resultado obtido através da entrevista, acerca do segundo
item, está apresentado na Tabela 3.
82
Tabela 3 – Atribuições da Controladoria
Atribuições do Órgão de
Controladoria Freqüência
Contabilidade de Custos 8
Contabilidade Gerencial
8
Orçamento
7
Contabilidade Financeira
6
Contabilidade Fiscal
6
Patrimônio
5
Finanças
3
Tesouraria
2
Auditoria
2
Tecnologia da Informação
1
Controle Acionário
1
Projetos Corporativos
1
Recursos Humanos
0
Fonte: Dados da pesquisa de campo realizada entre janeiro e abril/2007
Borinelli (2006) coloca a Controladoria como responvel pelas áreas de:
Contabilidade geral ou financeira
Contabilidade gerencial
Planejamento, orçamento e controle
Contabilidade de custos
Contabilidade fiscal ou tributária
Controle patrimonial e seguros
Sistemas de informações
Controles internos
Riscos
Os resultados obtidos corroboram em quase sua totalidade com as atribuições
estabelecidas por Borinelli (2006), excetuando-se as fuões relativas a controles
internos e riscos.
83
Como se pode perceber, em todas as empresas pesquisadas, a Controladoria
apresenta atividades de Contabilidade de Custos e Gerencial, sendo seguidas pelo
Orçamento que foi identificado em 7 (sete) das 8 (oito) empresas.
Pode-se depreender do exposto, que a Controladoria está fortemente vinculada à
Contabilidade de Custos e Gerencial, sendo funções desse órgão em todas as empresas
da amostra pesquisada. O Orçamento se constitui de importante ferramenta da
Controladoria, não sendo atribuição da Controladoria em apenas uma empresa que
trabalha ainda de forma incipiente com tal atividade de avaliação.
As funções eminentemente de linha (Contabilidade Financeira e Fiscal) dentro
da Contabilidade já não são mais atribuídas à Controladoria em duas das empresas
pesquisadas, mas estão ainda presentes em 6 (seis) empresas, do total da amostra
pesquisada. Pode-se inferir que tal realidade pode ser potencializada por terem os
gestores dos órgãos de Controladoria, em 7 (sete) das empresas pesquisadas, como
formação, o curso de Ciências Contábeis.
Ainda é grande o número de empresas que agregam à Controladoria a
responsabilidade do controle do Patrimônio da organização, 5 (cinco) das 8 (oito)
empresas pesquisadas.
As atribuições relacionadas diretamente à área financeira, foram encontradas
vinculadas à Controladoria em 3 (três) empresas, e dessas, apenas uma o tem a função
de Tesouraria. A pesquisa veio trazer como em processo de evolução, o mencionado por
Horngren (1985, p. 11), ao destacar uma atuação ainda ativa do controller nas funções
ditas financeiras. Ocorrendo em apenas 3 (três) empresas da amostra, mostrando-se
abaixo da dia, podendo, então, fazer-se inferir em um processo natural de
desvencilhamento, próprio do avançar da complexidade das organizações.
Como atribuões adicionadas ao elencado inicialmente, apareceram em apenas
1 (uma) das 8 (oito) empresas, as funções de Controle Aciorio, Tecnologia da
Informação e Projetos Corporativos. Tais atribuições, peculiares às organizações
pesquisadas, reforçam o exposto por Oliveira (2002) que justifica tais variações em
decorrência de fatores como o porte das empresas, diversificação de suas atividades,
centralização ou descentralização de suas atividades, etc.
84
5.1.4. Envolvimento da Controladoria com o Sistema de Informões Gerenciais
As atribuições da Controladoria relativas ao Sistema de Informações Gerenciais
foram avaliadas segundo a escala Likert em decorrência da necessidade de freqüência,
visto que poder-se-ia encontrar empresas com níveis variados de ingerência sobre o
sistema.
Tabela 4 – Envolvimento da Controladoria no SIG
Envolvimento da
Controladoria no Sistema de
Informações Gerenciais
Nunca
ou
não
Quase
nunca
Às
vezes
Quase
sempre
Sempre
ou sim
Média
Geral
Administra o sistema de
informações gerenciais da
organização (análise do
sistema, solicitação de
ajustes e mudanças
necessárias)
0 0 0 2 6 3,75
Fonte: Dados da pesquisa de campo realizada entre janeiro e abril/2007
A pesquisa apresentou como dia geral o valor de 3,75, que, conforme
convenção estabelecida no capítulo 4, apresenta a Controladoria com muito alta
participação na administração do sistema de informações gerenciais da organização.
Entende-se como administração do sistema, a análise, solicitação de ajustes e mudanças
necessárias para atendimento das necessidades dos seus usuários na tomada de decisão.
Giongo e Bianchi (2005) realizaram pesquisa compreendendo as indústrias de
grande porte do estado do Rio Grande do Sul cadastradas junto à FIERGS (Federação
das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul), e constataram que o monitoramento e
manutenção do sistema de informações gerenciais é realizado pela Controladoria em
apenas 52% dos casos e que, em 21% deles, é de responsabilidade da área de
Tecnologia da Informação.
Nas empresas pesquisadas a constatação foi divergente, haja vista que nas 8
(oito) empresas entrevistadas, é a Controladoria a responsável por essa atividade,
embora com forte participação da área de Tecnologia da Informação. Apenas dois
respondentes afirmaram quase sempre realizarem a administração do sistema de
informações gerenciais, e alegando que:
85
R3 “O sistema de informações gerenciais tomou uma
proporção tão grande e é utilizado por tantas áreas de forma
independente da Controladoria que, algumas vezes, demandam
diretamente para a área de Tecnologia da Informação, embora
sejam poucos os casos.”
R7: Normalmente, é nosso o papel da administração do
sistema, mas existem algumas solicitações de melhoria ou até
consultas de cunho gerencial que são solicitadas direto para a
área de infortica. Mas, de forma geral, somos nós que
respondemos, na área de negócios, pelo sistema”.
O resultado obtido corrobora com o exposto na literatura relativo à participação
efetiva da Controladoria no desenvolvimento e gerência do Sistema de Informações
Gerenciais, como defendido por Almeida, Parisi e Pereira (1999), Figueiredo e
Caggiano (1997), Mosimann e Fisch (1999), Oliveira (2002), Perez Jr., Pestana e
Franco (1995), Farias (1998) e Garcia (2003).
5.2. Origem da Controladoria
Esta fase do roteiro é amparada pelo referencial teórico do capítulo 2,
Fundamentos da Controladoria, mais especificamente pelo tema abordado na subseção
2.3.3, que relata acerca das abordagens da Controladoria que a posicionam como uma
ciência propriamente dita, embora fortemente influenciada pela contabilidade ou como a
evolução da ppria Ciência Contábil. Nesse sentido, foi questionado junto aos gestores
dos órgãos de Controladoria.
a) O motivo do advento da Controladoria na organização, procurando
buscar nas causas de seu despontar, a vio subjacente de quem a
configurou e, sobretudo, a necessidade latente que a promulgou;
b) Na percepção do gestor do órgão de Controladoria, como esta se
apresenta e qual sua relação com a Contabilidade.
Objetiva-se que, a partir do exposto até então, possa ser avaliado o pressuposto
que afirma que na percepção dos gestores, o órgão de Controladoria foi concebido sob a
86
concepção da evolução da própria Contabilidade, chegando a assumir como atribuições,
atividades puramente contábeis e tipicamente de linha.
5.2.1. Advento da Controladoria na Organização
Interrogou-se os profissionais da área acerca do que levou a organização a
empreender esforços no sentido da estruturação de um órgão de Controladoria. As
respostas obtidas foram as elencadas na Tabela 5.
Tabela 5
: Origem da Controladoria na organização
Motivo do Advento da Controladoria na
Organização
Freqüência
Reestruturação do Organograma
1
Evolução da Contabilidade 3
Evolução da Contabilidade
Gerencial
3
Assessoria ao processo de gestão
1
Total 8
Fonte: Dados da pesquisa de campo realizada entre janeiro e abril/2007
Os respondentes que se posicionaram sobre a origem do órgão de Controladoria,
respostas que não remetiam à Contabilidade, relataram que:
R1 “Em nossa empresa, a área de contabilidade é distinta da
área responsável pelo planejamento e controle, a qual vejo
como a Controladoria. Na verdade, nosso modelo
organizacional é muito parecido com o das outras empresas do
grupo, que é multinacional. Mas posso lhe assegurar que sua
criação foi decorrente da necessidade de maior apoio no
processo de gestão, tanto na fase de planejamento, como de
controle desse planejamento.
R3: Nossa empresa entrou em um processo de
profissionalização intensa, inclusive com reestruturação de
nosso organograma, em virtude de termos aberto nosso capital.
Foi em meio a esse processo e a essa necessidade, que criamos
a Diretoria de Controladoria”.
87
Os demais profissionais entrevistados destacam a evolução da Contabilidade
atrelada ao pontapé inicial da Controladoria nas organizações. Três dos gestores
entendem sua origem a partir da evolução da Contabilidade Gerencial, e em mesmo
número, a partir da evolução da própria Contabilidade.
Independente de como se deu o advento da Controladoria nas organizações
pesquisadas, procurou-se identificar, também, a percepção dos profissionais da área
acerca da origem da Controladoria.
Tabela 6
: Concepção da Controladoria para o gestor
Concepção da Controladoria para o Gestor do
Órgão
Freqüência
Evolução da Contabilidade 3
Evolução da Contabilidade Gerencial 5
Distinta da Contabilidade, mas fortemente influenciada por
esta 0
Distinta da Contabilidade e não influenciada por esta
0
Total
8
Fonte: Dados da pesquisa de campo realizada entre janeiro e abril/2007
Os profissionais entendem a Controladoria, de forma unime, como decorrente
da evolução da própria Contabilidade. Sendo que, 5 (cinco) dos respondentes, acreditam
ter sido esta, mais especificamente, a evolução da própria Contabilidade Gerencial,
como defendido por Martin (2002), Padoveze (2005) e Antunes (2006).
Os resultados descritos, portanto, corroboram com o pressuposto levantado de
que, na percepção de seus gestores, o óro de Controladoria foi concebido sob a
concepção da evolução da ppria Contabilidade, chegando a assumir como atribuições,
atividades puramente contábeis e tipicamente de linha.
5.3. Participação da Controladoria no Processo de Gestão da Organização
Amparado pelo referencial teórico do capítulo 3, Processo de Gestão, esse bloco
da pesquisa objetiva avaliar a participação da Controladoria no processo de gestão das
organizações.
88
A categorização das fases do processo de gestão possui variações na literatura da
área. Para o roteiro, partiu-se da premissa do que se apresentava como mais aceito,
tomando por base o Quadro 5, Etapas do Processo de Gestão, elaborado pela autora e
utilizado no subseção 3.2.
5.3.1. Controladoria na Fase de Planejamento
A primeira etapa do planejamento, abordada de forma unânime entre os autores,
é o planejamento estratégico. Para Peleias (2002), Figueiredo e Caggiano (1997),
Mosimann e Fisch (1999), Santos e Schmidt (2006), Borinelli (2006), Collato, Reginato
e Nascimento (2006), entre outros, deve ser atuante a participação da Controladoria
nesse processo e cresce os estudos nesse sentido, tendo em vista, até mesmo, a
intitulação de Controladoria Estratégica nas obras de alguns autores, como Padoveze
(2005) e Oliveira, Perez Jr. e Silva (2005).
Nas oito empresas pesquisadas foi identificada a realização de Planejamento
Estratégico, em apenas uma delas o gestor comentou que é realizado informalmente.
Nesse ínterim, faz-se importante retomar a discussão levantada por Borinelli
(2006) acerca da participação da Controladoria no Planejamento da organização,
colocando a possibilidade de três focos de atuação:
A Controladoria como responsável pelo processo de elaboração e
consolidação dos planos.
A Controladoria como partícipe do processo, tomando parte, inclusive,
na tomada de decies.
A Controladoria apenas assessorando, fornecendo informações para que
os gestores realizem o planejamento de suas áreas.
O questionamento e a própria estruturão do roteiro acerca da participação da
Controladoria no processo de planejamento da organização procurou estabelecer uma
nivelação dessa atuação, indo desde o provimento das informações até a efetiva atuação
da Controladoria no processo de definições estratégicas. Nesse ponto, os respondentes
alegaram que:
89
R1 “Como Diretoria de Planejamento e Controle, participamos,
sim, do processo de planejamento estratégico. Mas, muito mais
consolidando o planejado pelas áreas fins da empresa. É claro
que ao nos depararmos com números dos quais não nos
convencemos, questionamos acerca de sua validade, e, por
vezes, conseguimos trazer o número para mais próximo do
possível a ser realizado, que é a proposta.”
R3 “Em nossa empresa, o planejamento estratégico é elaborado
com a participação de algumas diretorias estratégicas, uma
delas é a de Controladoria. Portanto, o órgão de Controladoria
atua, tanto no processo de elaboração, quanto no
acompanhamento do planejado x realizado”.
R4 “Não participamos do processo de planejamento, apenas
somos solicitados de informações que sirvam de subsídio ao
processo”.
R6 “Participamos fornecendo informações aos departamentos,
algumas vezes, os gestores que trabalham mais próximos a nós
trocam idéias, pedem conselhos, nada mais que isso”.
R8 “Formalmente, não participamos do processo de
planejamento das áreas, apenas dando informações que são
solicitadas. Mas, nos últimos tempos, tem havido uma mudança,
o Presidente da organização ao receber os números tem
questionado se os mesmos passaram, antes, por nós. Isso tem
provocado uma mudança, diria que hoje estamos entrando na
fase do aconselhamento.”
Os resultados obtidos, as a tabulação dos dados relativos à percepção dos
gestores entrevistados, estão apresentados na Tabela 7.
90
Tabela 7: Controladoria na fase de planejamento
Participação da
Controladoria na Fase de
Planejamento
Nunca
ou
não
Quase
nunca
Às
vezes
Quase
sempre
Sempre
ou sim
Média
Demandante de
informações das áreas fins
1 7 3,88
Provendo informações para
subsidiar o processo de
planejamento da
organização como um todo
junto à alta administração
0 0 0 2 6 3,75
Provendo informações para
subsidiar o processo de
planejamento das áreas
isoladamente
0 0 0 3 5 3,63
Provendo informações para
o Planejamento Estratégico
(pontos fortes e fracos,
ameaças e oportunidades)
0 0 2 0 6 3,50
Opinando acerca da
viabilidade econômica dos
planos em discussão
0 1 1 2 4 3,13
No processo de definições
estratégicas
0 0 2 6 0 2,75
MÉDIA GERAL
0 1 5 14 28 3,44
Fonte: Dados da pesquisa de campo realizada entre janeiro e abril/2007
Em duas empresas pesquisadas foi identificada a participação da Controladoria
na elaboração do Planejamento Estratégico, propriamente dito. Nas demais, atuam no
fornecimento de informações para os órgãos competentes. Essas informações são
decorrentes tanto da própria Controladoria, como tabuladas por esta, mas solicitadas às
áreas fins, sobretudo, no que diz respeito à análise dos pontos externos à organização.
Na média geral, a Controladoria das empresas pesquisadas tem participação
muito alta na fase de planejamento do processo de gestão das organizações. No entanto,
em sua maioria, ainda dentro do terceiro foco de atuação exposto por Borinelli (2006),
ou seja, muito mais assessorando no sentido do provimento de informações do que
91
atuando de forma ativa no compartilhamento de decies ou na elaboração do
Planejamento Estratégico, propriamente dito.
5.3.2. Controladoria na Fase de Execução
A participação da Controladoria na fase de execução é analisada a partir da
observação de seu envolvimento no processo de execução das ações das demais áreas.
O órgão de Controladoria das empresas pesquisadas, conforme a convenção
estabelecida, apresenta-se com média participação na atividade de elaboração dos
orçamentos dos planos operacionais aprovados. Em quatro empresas é destacado que a
Controladoria sempre participa do processo de elaboração do orçamento das áreas, no
outro extremo, tem-se que as outras empresas nunca participam desse processo.
Tabela 8: Controladoria na fase de execução
Participação da
Controladoria na Fase de
Execução
Nunca
ou
não
Quase
nunca
Às
vezes
Quase
sempre
Sempre
ou sim
Média
Geral
Elabora os orçamentos dos
2planos operacionais
aprovados das demais áreas
4 0 0 0 4 2,00
P2articipa da busca por
soluções para correção dos
desvios apontados nas áreas
2 0 3 2 1 2,00
Demanda ações das áreas
onde os desvios são
identificados
3 1 2 2 0 1,38
Atua diretamente na
correção dos desvios
apontados nas áreas
4 2 2 0 0 0,75
MÉDIA GERAL
13 3 7 4 5 1,53
Fonte: Dados da pesquisa de campo realizada entre janeiro e abril/2007
92
Relativo à elaboração dos orçamentos dos planos operacionais das áreas pela
Controladoria, os gestores comentaram que:
R1 “Somos s que elaboramos, mas de forma conjunta com as
áreas, claro. Trabalhamos com balanced scorecard, assim, o
plano operacional consiste em transformarmos a estratégia em
indicadores.”
R4 O máximo que fazemos é enviar informações. A
elaboração do plano é feita por cada área individualmente.”
R5 “O plano é feito por cada divisão. Temos acesso no
momento seguinte, para acompanhamento. Mas, a cada ano,
temos mais participação no processo, acho que não demora para
sermos nós os elaboradores.
R6 Embora tenhamos um bom relacionamento e intensa troca
com as áreas, não elaboramos o plano operacional que, aqui, é o
próprio orçamento. Cada área desenvolve o seu, mas somos,
constantemente, indagados acerca de um ou outro ponto.”
R8 Cada área desenvolve o seu. Somos demandados de
algumas informações, assim como outros departamentos
também são, como, vejo muito, o de vendas. Mas, acho que isso
tende a mudar, como disse, o próprio Presidente motiva os
gestores nesse sentido”.
Pesquisa realizada por Giongo e Bianchi (2005) menciona que em 67% das
empresas, a Controladoria foi destacada como responsável pela conversão da estratégia
escolhida no plano operacional. Na pesquisa foi apontado que em algumas empresas, a
mensuração da estratégia, findou por ser delegada para a área de finanças e de vendas.
O fato dessa participação, no sentido da construção e consolidação dos planos,
não ter sido mais expressiva, como defendido por Guerreiro (1999) e Borinelli (2006),
deve ser inerente ao pprio desenvolvimento da área, como destacado na mencionada
pesquisa realizada por Giongo e Bianchi (2005).
Como pode ser observado na Tabela 10, relativa à participação da Controladoria
no acompanhamento orçamentário-financeiro, têm-se que as atividades de apresentar os
desvios identificados e de alertar às áreas responsáveis acerca de tais desvios, atingiram,
nota máxima (4,0), e, naturalmente, tais atividades, antecedem a ação da busca por
soluções.
93
Nesse sentido, ao se questionar a atuação da Controladoria como demandante de
ações às áreas para resolução de desvios identificados, os gestores se posicionaram,
unanimamente, com um cuidado perene no sentido de se propor uma postura mais
assessora que fiscalizadora da Controladoria junto às demais áreas. Tal posicionamento
corrobora com o apelo de Padoveze (2005, p. 36) ao chamar a atenção para a conotação
estigmatizada da função de controle com caráter punitivo e de conseqüências
desagregadoras, orientando, aos controllers, uma atuação no sentido de formar,
influenciar, persuadir e nunca impor.
Em consonância ao exposto, o item relativo à atuação direta da Controladoria na
resolução dos problemas apresenta-se como o menor intervalo de freqüência
identificado em toda a pesquisa: muito baixa participação.
No cômputo geral, a Controladoria nas empresas pesquisadas apresenta baixa
participação na fase de execução do processo de gestão da organização, corroborando
com o colocado por Farias (1998), Willson e Colford (1999) e Garcia (2003) na
subseção 3.3.2.
5.3.3. Controladoria na Fase de Controle
Na fase de Controle examina-se a atuação da Controladoria, em primeira
instância, como provedora de informações e, em uma segunda, onde esta atua de forma
a avaliar o desempenho das áreas, em um acompanhamento, no mais das vezes,
orçamentário- financeiro.
Segundo os resultados obtidos, gestores de duas empresas destacaram quase
sempre ser a Controladoria demandada para prover informações para auxílio à tomada
de decisões, enquanto que para as outras seis empresas, isto sempre ocorre, como pode
ser constatado na Tabela 9.
94
Tabela 9: Controladoria no provimento de informações
Provimento de Informações
Nunca
ou
não
Quase
nunca
Às
vezes
Quase
sempre
Sempre
ou sim
Média
Geral
Demandada para prover
informações para tomada de
decisões
0 0 0 2 6 3,75
MÉDIA GERAL
0 0 0 2 6 3,75
Fonte: Dados da pesquisa de campo realizada entre janeiro e abril/2007
Na Tabela 10, tem-se vários itens associados à forma como a Controladoria pode
estar atuando na fase de controle das organizações, apoiada, sobretudo, em um
instrumental orçamentário. Os resultados, por sua vez, evidenciaram uma alta
participação da Controladoria nesses processos.
95
Tabela 10: Controladoria no acompanhamento orçamentário-financeiro
Acompanhamento
Orçamentário-
Financeiro/Avaliação de
Desempenhos
Nunca
ou
não
Quase
nunca
Às
vezes
Quase
sempre
Sempre
ou sim
Média
Geral
Apresenta os desvios
identificados
0 0 0 0 8 4,00
Alerta as áreas acerca dos
desvios identificados em
suas análises
0 0 0 0 8 4,00
Realiza o acompanhamento
dos planos operacionais
aprovados, comparando
desempenho previsto com
realizado de cada área da
empresa
0 0 0 2 6 3,75
Realiza o acompanhamento
(controle) dos planos
operacionais aprovados,
comparando desempenho
previsto com realizado da
organização como um todo
0 0 1 0 7 3,75
Apóia na interpretação e
validação das projeções de
longo prazo realizadas por
outros departamentos
1 0 0 3 4 3,13
Atua na construção de
cenários para tomada de
decisões
0 0 2 4 2 3,00
MÉDIA GERAL
1 0 3 9 35 3,09
Fonte: Dados da pesquisa de campo realizada entre janeiro e abril/2007
Nas empresas pesquisadas, fazendo-se uso da convenção estabelecida para a
escala de Likert utilizada e apresentada no capítulo relativo à metodologia adotada, a
Controladoria tem uma participação muito alta no provimento de informações às demais
áreas para auxílio na tomada de decisões.
Além disso, em consonância com a atribuição do Orçamento identificada em
praticamente todas as empresas como pertinente à Controladoria, apresenta muito alta
96
participação na identificação dos desvios entre projetado e realizado, bem como no
alerta para as áreas fins individualmente e da organização como um todo, junto à alta
administração. Atividades tipicamente decorrentes da utilização do orçamento como
instrumento de acompanhamento.
No apoio tanto na interpretação e validação de projeções quanto na construção
de cenários para auxílio na tomada de decies, a Controladoria atua menos ativamente,
quando comparada às demais atividades mencionadas, mas ainda encontra-se com alta
participação nesses processos.
Como dia geral, encontra-se a Controladoria, segundo os dados da amostra da
pesquisa realizada com muito alta participação no processo de provimento de
informações para as demais áreas e com alta participação no processo de avaliação de
desempenhos e acompanhamento orçamentário-financeiro das organizações, ou seja,
com efetiva contribuição na fase de controle do processo de gestão das empresas
pesquisadas.
De forma geral, as respostas corroboram com os resultados da pesquisa de
Giongo e Bianchi (2005) nas indústrias de grande porte do estado do Rio Grande do
Sul, onde se constatou a participação da Controladoria com mais ênfase no processo de
fornecimento de informações, seguido da sua participação na discussão dos cenários
econômicos e na formulação da estratégia.
5.3.4. Considerações finais acerca da Controladoria no Processo de Gestão
Conforme exposto no referencial teórico, a legitimação do óro de
Controladoria se a partir de sua efetiva participação no processo de gestão da
organização.
Tomando o processo de gestão sob as fases do planejamento, controle e
execução, assume-se como pressupostos que:
A Controladoria não participa ativamente da fase de planejamento que
costuma ocorrer no âmbito das próprias divisões operacionais.
97
A Controladoria como suporte ao processo de gestão participa com mais
ênfase da fase de controle, como provedora de informações e avaliadora
de desempenhos.
No entanto, o primeiro pressuposto estabelecido, acerca da participação da
Controladoria no processo de planejamento das áreas, obteve sinalizão distinta da
prevista. Os dados expostos na Tabela 11 demonstram, de forma sucinta, que a
Controladoria possui participação muito alta na fase de planejamento da organização,
embora atue, mais como provedora de informações do que como efetiva partícipe do
processo de elaboração do planejamento.
Tabela 11: Controladoria na fase de planejamento - resumo
Processo
Média
Geral
Demandadora de informações
3,88
Provedora de informações
3,98
Opinando acerca da viabilidade econômica dos planos em
discussão
3,13
No processo de definições estratégicas
2,75
MÉDIA GERAL
3,44
Fonte: Dados da pesquisa de campo realizada entre janeiro e abril/2007
Os resultados obtidos vão ao encontro do exposto em pesquisa realizada por
Cardoso, Souza e Almeida (2006) nas 150 melhores empresas para se trabalhar, versão
2004, publicada pela Editora Abril S.A, onde acerca das atividades executadas pela
Controladoria com maior intensidade, 27,3%, apenas, apresentam a atividade de
Planejamento Estratégico, enquanto 81,8% apontam a elaboração de relarios
gerenciais, como principal atividade realizada.
No que se refere ao segundo pressuposto, considerando os dados obtidos nas
empresas pesquisadas, na percepção dos entrevistados, a Controladoria desenvolve seu
trabalho, por excelência, na fase de controle, como provedora de informações e
avaliadora de desempenhos das áreas. O que pode ser observado na Tabela 12,
corroborando com o pressuposto levantado.
98
Tabela 12: Controladoria na fase de controle - resumo
Processo Média Geral
Participação da
Controladoria
Fase de Controle - Provimento de Informações
3,75
Muito alta
Fase de Controle - Avaliação de Desempenhos
3,09
Alta
Média Geral
3,42
Muito alta
Fonte: Dados da pesquisa de campo realizada entre janeiro e abril/2007
5.4. A Controladoria no Estímulo à Sinergia entre as Áreas
Em decorrência do referencial teórico do capítulo 2, Fundamentos da
Controladoria, depreende-se que a Controladoria tem como missão assegurar a
otimização do resultado da organização, como exposto por Almeida, Parisi e Pereira
(1999), Figueiredo e Caggiano (1997) e Peleias (2002).
Com vistas a esse intento, Almeida, Parisi e Pereira (1999) elencam como
atribuições fundamentais da Controladoria: participação ativa do processo de
planejamento; interação e apoio às áreas operacionais; indução às melhores decisões
para a empresa como um todo; credibilidade, persuasão e motivação e coordenação de
esforços visando à sinergia das ações.
Para a efetiva coordenação dos esforços das áreas rumo a um objetivo
previamente traçado pela organização, torna-se inerente à conquista pela credibilidade, a
capacidade da persuasão e a necessidade de motivação. Além disso, ocupando a
Controladoria a posição de coordenadora do processo de gestão e provedora de
informações no sentido ao auxílio à tomada de decisão, torna-se natural o processo de
indução às decies que julga melhores para a organização.
Nesse sentido, procurou-se avaliar a influência da Controladoria no processo de
tomada de decisão e de sua interação com as demais áreas com vistas à promoção de
ações sinérgicas. Os dados encontram-se refletidos na Tabela 13.
99
Tabela 13: Controladoria e processo decisório
Influência da
Controladoria no Processo
Decirio
Nunca
ou
não
Quase
nunca
Às
vezes
Quase
sempre
Sempre
ou sim
Média
Geral
Influencia o processo de
tomada de decisões a partir
do fornecimento e
apresentação dessas
informações
0 0 3 5 0 2,63
Interage com cada área
isoladamente, contribuindo
para que os objetivos locais
estejam em comunhão com
os objetivos estratégicos da
organização
3 2 2 0 1 1,25
MÉDIA GERAL
3 2 5 5 1 1,94
Fonte: Dados da pesquisa de campo realizada entre janeiro e abril/2007
A influência estabelecida não é negada, mas os gestores mostraram-se atentos no
sentido de não fazerem uso dessa condição. Os respondentes chegaram a mencionar
que:
R6 “De fato, não há como negar o poder que existe na forma
como apresentamos os números, o próprio ângulo com que os
dados o dispostos, mesmo de forma não intencional, acaba
influenciando. Mas, tenho um cuidado enorme em procurar ser
imparcial, fiel apenas às solicitações que foram feitas.”
R7 “Como trabalhamos com relatórios que já são definidos pela
matriz da empresa, nesses casos, não há o que se falar em
influência, mas quando trocamos com as outras áreas ou quando
temos oportunidade de apresentar pessoalmente, sem querer,
isso acontece, por mais cautela que se tenha.”
O quesito relativo ao estímulo à sinergia entre as áreas foi, na grande maioria das
entrevistas, o mais discutido e demoradamente abordado. Em sua maioria, os gestores
não imaginam a Controladoria como promovedora desse estímulo, se colocando muito
mais como provedora de informações e avaliadora de desempenhos do que com uma
participação mais ativa no sentido de possibilitar e permitir abertura para discussões que
possibilitassem tal intento.
100
Dessa forma, a interação da Controladoria com as áreas, no sentido de estimular
a sinergia foi avaliada com resultado médio de 1,25, ou seja, segundo a convenção
utilizada, com baixa participação nesse processo.
O estímulo à sinergia, discutido como fundamental para o cumprimento da
missão da Controladoria por tantos autores, como Figueiredo e Caggiano (1997), Riccio
e Peters (2003), Beuren (2002), Mosimann e Fisch (1999), foi ponto de grande
questionamento entre os gestores entrevistados, nesse sentido, posicionaram-se dizendo
que:
R1 “Sim, sempre. O próprio instrumento do balanced scorecard
que utilizamos nos auxilia nesse sentido.
R2 “Esse trabalho, em nossa empresa, é feito por nosso RH.”
R4 “Entendo o quanto é importante para a organização, mas o
vejo a Controladoria atuando nesse sentido. Vejo, sim, o apoio
principalmente dando informações às áreas para a tomada de
decisão, mas atuando nesse compartilhamento e conduzindo
para um mesmo fim, não, não vejo.
R8 “Enxergo a importância e a necessidade de se estimular essa
sinergia, diria que nossa empresa até carece disso, mas não
conseguimos promover esse alinhamento. Acaba cada área
prestando contas de seu resultado, de forma individual e
corrigindo o que acha que conduz ao que está sendo cobrado.”
Na percepção dos entrevistados, a Controladoria possui um alto poder de
influência dentro do processo decisório, atingindo média de 2,63, em virtude do seu
papel na apresentação e interpretação das informações para subdio gerencial.
Os gestores mostraram-se conscientes desse poder inato à posição ocupada e
demonstraram-se bastante cautelosos diante dessa realidade. Na medida do possível,
procurando se isentar de julgamentos de valor e deixando a tomada de decisão a cargo
dos administradores.
No entanto, pode-se inferir que, ao se assumir um poder de influência no
processo decirio da organização, de alguma forma, estar-se-á trabalhando a sinergia
entre as áreas e fazendo-as convergir para um mesmo rumo. Então, apurou-se a média
dos dois itens encontrados influência da Controladoria no processo de gestão e
esmulo da sinergia, propriamente dito - chegando-se a um resultado de 1,94, ou,
101
conforme convencionado, apresenta a Controladoria média participação no referido
processo.
Ainda assim, entende-se que o pressuposto estabelecido de que a Controladoria
não participa ativamente do processo de estímulo à sinergia entre as áreas é sinalizado
como verdadeiro, no contexto das empresas analisadas. Haja vista, que cinco das oito
empresas apresentam baixa participação da Controladoria no processo de estímulo à
sinergia.
De forma resumida, teve-se como média dos resultados obtidos relativo à análise
dos resultados, o exposto na tabela 14:
Tabela 14: Resumo da participação da Controladoria no processo de gestão
Processo
Média
Geral
Participação da
Controladoria
Fase de Planejamento
3,44
Muito alta
Fase de Controle
3,09
Alta
Fase de Execução
1,53
Baixa
Sinergia entre as Áreas
1,25
Baixa
Influência no Processo Decirio
2,63
Alta
Fonte: Dados da pesquisa de campo realizada entre janeiro e abril/2007
A pesquisa descreve órgãos de Controladoria que atuam no processo de gestão
das organizações, principalmente, nas fases de planejamento e controle. No entanto,
decorrente, provavelmente, do próprio processo de desenvolvimento e conquista de
espaço na organização, atuam mais provendo informações e fazendo acompanhamentos
e avaliações com a finalidade muito mais de descrever do que de orientar e coordenar,
de forma sinérgica, o processo de gestão.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este capítulo faz a demonstração das considerações finais acerca da pesquisa
realizada, procurando estabelecer uma conexão entre os pontos identificados e
correlacioná-los ao objetivo principal do trabalho, ou seja, responder ao problema
proposto, bem como, ratificar ou contrariar os pressupostos estabelecidos quando do
planejamento da pesquisa.
O primeiro objetivo desse trabalho, tratado de forma implícita no referencial
teórico, foi pela busca dos fundamentos da Controladoria, ou seja, seu caráter essencial,
aquilo sem o qual não há que se falar em Controladoria.
Para tanto, foi realizado estudo para identificação do contexto histórico do
surgimento da Controladoria no mundo e, mais especificamente, no Brasil. A intenção
foi a de que, o entendimento de suas raízes e causas reais, possibilitasse uma análise
crítica de como a Controladoria se apresenta hoje.
Como resposta, apresenta-se um ramo do conhecimento permeado por dúvidas e
questionamentos, sobretudo no que diz respeito a sua relação com a Contabilidade e
suas atribuições no contexto organizacional, e de outro lado, empresas que clamam por
melhores processos de monitoramento e acompanhamento em decorrência das pressões
de competitividade do mercado.
Dentro desse contexto, depreende-se que a Controladoria traz como desafio a
coordenação do processo de gestão da organização, portanto, sua função essencial,
aquela sem a qual não existe a legitimação do que seria um órgão de Controladoria.
Posta esta problemática, o trabalho traz como objetivo geral: analisar as práticas
da Controladoria nas maiores empresas do Estado do Ceará, segundo o Prêmio Delmiro
Gouveia, edição 2006, verificando de que modo o uso de tais práticas tem subsidiado o
suporte ao processo de gestão dessas organizações.
Identificou-se que a Contabilidade e a Controladoria ainda se apresentam muito
entrelaçadas, chegando mesmo a se observar as funções de Contabilidade Financeira e
103
Contabilidade Fiscal, características de uma Contabilidade de linha, como atribuições da
Controladoria.
Além disso, a origem da Controladoria nas organizações se deu, segundo a
percepção dos seus gestores, através da evolão da ppria Contabilidade. Na
percepção dos gestores entrevistados, a Controladoria apresenta-se como decorrência da
evolução da própria Contabilidade e não ramo do conhecimento distinto desta. E, mais
especificamente, ter a Controladoria advindo do processo natural evolutivo da
Contabilidade Gerencial.
Dessa forma, o pressuposto de que o órgão de Controladoria foi concebido sob a
concepção da evolução da própria Contabilidade, chegando a assumir como atribuições,
atividades puramente contábeis e tipicamente de linha, foi observado nas empresas
pesquisadas.
Considerando-se a atuação da Controladoria no processo de gestão, observou-se
com as entrevistas realizadas, que a Controladoria participa da fase de planejamento das
demais áreas. Dessa forma, não se constatou o pressuposto de que a Controladoria não
participa ativamente da fase de planejamento, acreditando que esta costumava ocorrer
no âmbito das próprias divisões operacionais;
Nesse sentido, foi identificado que relativa à participação da Controladoria no
processo de planejamento das organizações pesquisadas, o pressuposto estabelecido de
sua não participação de forma ativa, onde ficariam tais atividades a cabo das divisões
operacionais, foi refutado.
Cabe ponderar, no entanto, que tal participação apurada como muito alta, está
fortemente vinculada ao provimento de informações, ou seja, dentro de uma postura
muito mais de assessoria do que de efetiva participação no processo decisório.
Na fase de controle, se observou que a Controladoria tem participação ativa,
com classificação “alta”, com destaque, mais uma vez, às atividades de provimento de
informações e avaliação de desempenhos. Tendo alcançado nota máxima quanto à
apresentação e alerta dos desvios identificados nas áreas, mormente com o auxílio do
instrumento do orçamento. Isto reforça o pressuposto de que a Controladoria, como
suporte ao processo de gestão, participa mais ativamente da fase de controle, como
104
provedora de informações e avaliadora de desempenhos, confirmando-se nas empresas
pesquisadas.
No que diz respeito ao estímulo da sinergia entre as áreas, o pressuposto
estabelecido de que a Controladoria não atua estimulando a convergência dos interesses
rumo a um caminho único, prévia e estrategicamente traçado, foi reforçado nas
empresas pesquisadas. Sua atuação de forma sinérgica, apresenta-se na literatura, como
condição para o cumprimento de sua missão, como asseguradora da otimização do
resultado da organização.
De forma geral, a Controladoria possui participação ativa no processo de gestão
das organizações pesquisadas, precisando evoluir no sentido de uma posição menos
assessora, ou em outras palavras, menos mera provedora de informações para uma
efetiva participação no sentido da coordenação do processo.
A Controladoria deve, então, participar da construção e consolidação dos planos,
estratégico e operacional, instituindo controles que atuem de forma concomitante, não
apenas apontando desvios de ações já executadas. E, como prova maior do efetivo
cumprimento de sua missão, estimular a sinergia entre as ações executadas, de forma
que, em caminhando todos para uma mesma direção, a otimização do resultado da
organização venha a ser fruto natural do trabalho realizado e a Controladoria desponte,
como asseguradora desse resultado.
As limitações encontradas para realização dessa pesquisa residiram no fato de se
tratar de literatura com enfoque pragmático e pouco histórico, em confronto com a
proposta implícita do trabalho de contextualizão do advento da Controladoria com
vistas ao entendimento das questões que hoje são polêmicas acerca de sua origem,
definição e atribuições.
Vale destacar, também, a dificuldade para realização das entrevistas, em
decorrência do ou pouco tempo disponível dos profissionais da área ou da falta de
interesse em colaborar com um trabalho acadêmico dessa natureza.
Na construção do trabalho, alguns temas passaram a advir naturalmente do
processo de pesquisa, podendo figurar como sugestões para novos estudos, a saber: a
relação e expectativa de atuão da Controladoria relativa ao Planejamento Estratégico
das organizações; um maior aprofundamento acerca da discuso da origem da
105
Controladoria, revestido de forte caráter histórico, viés importante e raro na literatura da
área; a avaliação da participação da Controladoria no processo de gestão das
organizações em uma amostra mais significativa de empresas, e, um aprofundamento
nos conceitos administrativos do que viria a ser o estímulo à sinergia entre as áreas, haja
vista, apresentar-se como parte da missão da Controladoria e, segundo a percepção dos
profissionais entrevistados, ainda não ter sido plenamente atingido.
Este trabalho contribui para a área acadêmica e profissional, à medida que, a
partir de uma análise crítica e realista dos desafios e oportunidades que promoveram o
despontar da Controladoria, avalia o estágio em que esta se encontra, relativo à
expectativa que se tem de sua atuação no Estado do Ceará, representado por suas
maiores empresas.
Visa contribuir também, para o desenvolvimento da pesquisa científica e, em
específico, para os estudos relativos à Controladoria no Brasil, possibilitando aos
demais pesquisadores interessados no assunto, efetuar investigações sobre novos temas
ou o aprofundamento do tema estudado sob um novo enfoque.
7 REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Lauro Brito de; PARISI, Cláudio; PEREIRA, Carlos Alberto.
Controladoria. In: CATELLI, Armando. Controladoria: uma abordagem da gestão
econômica GECON. São Paulo: Atlas, 1999. Cap.13, p.369-381.
ANDRADE, Inacilma Rita Silva; PELEIAS, Ivam Ricardo. Controladoria e cultura
organizacional: um estudo de caso. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília, n.
142, ano 32, p. 29-39, jul/ago 2003.
ANSOFF, H. Igor. Administração Estratégica. São Paulo: Atlas, 1990.
ANTHONY, Robert N.; GOVIDARAJAN, Vijay. Sistemas de controle gerencial. São
Paulo: Atlas, 2001.
ANTUNES, Maria Thereza Pompa.. A controladoria e o capital intelectual: um estudo
empírico sobre sua gestão. Revista Contabilidade & Finanças - FEA – USP, São
Paulo, n. 41, p. 21-37, maio/agosto 2006.
ARAGAKI, Carlos. Qual é o papel da Controladoria? Quais são suas competências?
Um pouco de história. Jornal ANEFAC. Disponível em:
http://www.anefac.com.br/comites/controladoria. Acesso em: 23/08/2006.
ATKINSON, Anthony A.; BANKER, Rajiv D.; KAPLAN, Robert S.; YOUNG S.
Mark. Contabilidade gerencial. São Paulo: Atlas, 2000.
BARDIN, L. Análise de conteúdo, Lisboa, Portugal: Edições 70 Ltda, 1977.
BEUREN, Ilse Maria; MOURA. Gerenciamento da informação: um recurso
estratégico no processo de gestão empresarial. São Paulo: Atlas, 1998.
107
BEUREN, Ilse Maria; MOURA, Verônica de Miglio. O papel da controladoria como
suporte ao processo de gestão empresarial. Revista Brasileira de Contabilidade,
Brasília, n. 126, p. 59-67, novembro/dezembro 2000.
BEUREN, Ilse Maria. O papel da controladoria no processo de gestão. In: SCHMIDT,
Paulo (Org.). Controladoria: agregando valor para a empresa. Porto Alegre: Bookman,
2002. Cap. 1, p.15-38.
BEUREN, Ilse Maria (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos em
contabilidade: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
BORINELLI, Márcio Luiz. Estrutura conceitual básica de controladoria:
sistematização à luz da teoria e da práxis. São Paulo, 2006. Tese (Doutorado em
Ciências Contábeis) – Programa de s-graduação em Ciências Contábeis,
Departamento de Contabilidade e Atuária, Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade da Universidade de São Paulo.
CATELLI, Armando; GUERREIRO, Reinaldo; PEREIRA, Carlos Alberto; ALMEIDA,
Lauro Brito de. In: CATELLI, Armando. Controladoria: uma abordagem da gestão
econômica GECON. São Paulo: Atlas, 1999. Cap.9, p.277-299.
CATELLI, Armando (Coordenador). Controladoria: uma abordagem da gestão
econômica GECON. São Paulo: Atlas, 1999.
CARVALHO, Marcelino Freitas de. Uma contribuição ao estudo da controladoria
em instituições financeiras organizadas sob a forma de banco múltiplo. São Paulo,
1995. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Programa de pós-graduação em
Ciências Contábeis, Departamento de Contabilidade e Atuária, Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.
CARDOSO, Jorge Luiz; SOUZA, Marcos Antonio; ALMEIDA, Lauro Brito. Perfil do
contador na atualidade: um estudo exploratório. BASE - Revista de Administração e
Contabilidade da Unisinos. Rio Grande do Sul, vol. 3, n. 3, p. 275-284,
setembro/dezembro 2006.
108
CERTO, Samuel C.; PETER, J. Paul. Administração estratégica: planejamento e
implantação da estratégia. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 1993.
CHANDLER, A.D. Jr. Strategy and Structrure. Cambridge, Massachussets: MIT
Press, 1962.
COLLATO, Dalila Cisco; REGINATO, Luciane; NASCIMENTO, Auster Moreira. As
funções da controladoria na administração estratégica. In: SEMINÁRIO DE
CIÊNCIAS CONTÁBEIS, II, 2006, Blumenau. Anais eletrônicos... Blumenau: FURB,
2006. Disponível em <http://www.furb.br/especiais/download/371142-
429300/Artigo%201%20-%20Sem%20Cont%202006%20-
%20As%20funcoes%20da%20controladoria.pdf>. Acesso em 23/07/2007.
COSENZA, Jo Paulo. Perspectivas para a profissão contábil num mundo globalizado:
“um estudo a partir da experiência brasileira”. Revista Brasileira de Contabilidade,
Brasília, n. 130, p. 43-63, julho/agosto 2001.
D’AMORE, Domingos; CASTRO, Adaucto de Souza. Curso de Contabilidade. 14.
edição. São Paulo: Saraiva, 1967.
FARIAS, Cláudio Gondim Bezerra. A controladoria no contexto do sistema de
gestão ecomica (Gecon) – uma abordagem para instituições financeiras. São Paulo,
1998. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) Programa de pós-gradução em
Ciências Contábeis do Departamento de Contabilidade e Atuária, Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.
FREZATTI, Fábio; AGUIAR, Andson Braga de; GUERREIRO, Reinaldo.
Diferenciações entre a contabilidade financeira e a contabilidade gerencial: uma
pesquisa empírica a partir de pesquisadores de vários paises. In: ENCONTRO DA
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ADMINISTRAÇÃO, XXX., Salvador. Anais... Salvador: ANPAD, 2006. CD-ROM.
109
FREZATTI, Fábio; GUERREIRO, Reinaldo; AGUIAR, Andson Braga de; GOUVÊA,
Maria Aparecida. Análise do relacionamento entre a contabilidade gerencial e o
processo de planejamento das organizações brasileiras. In: ENCONTRO DA
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM
ADMINISTRAÇÃO, XXIX, Brasília. Anais... Brasília: ANPAD, 2005. CD-ROM.
FIGUEIREDO, Sandra; CAGGIANO, Paulo César. Controladoria: teoria e prática. 2.
ed. São Paulo: Atlas, 1997.
GARCIA, Editinete André da Rocha. Modelo de controladoria para empresas do
ramo de construção civil, subsetor edificações sob a ótica da gestão econômica. o
Paulo, 2003, Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Programa de pós-
gradução em Ciências Contábeis do Departamento de Contabilidade e Atuária,
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.
GIONGO, Juliano; BIANCHI, Márcia. A participação da controladoria no processo de
gestão organizacional. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, XXIX, Brasília.
Anais... Brasília: ANPAD, 2005. CD-ROM.
GLAUTIER, Michel; UNDERDOWN, Brian. Accounting theory and practice. 5. ed.
London: Pitman, 1994.
GUERREIRO, Reinaldo. Modelo conceitual de sistema de informação de gestão
econômica: uma contribuição à teoria da comunicação da contabilidade. São Paulo,
1989. Tese (Doutorado em Controladoria e Contabilidade) – Programa des-gradução
em Ciências Contábeis do Departamento de Contabilidade e Atuária, Faculdade de
Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.
GUERREIRO, Reinaldo. A meta da empresa: seu alcance sem mistérios. São Paulo:
Atlas, 1999.
HANSEN, Don R.; MOWEN, Maryanne M. Gestão de custos: contabilidade e
controle. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2001.
110
HORNGREN, Charles T. Contabilidade gerencial. 5. ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall
do Brasil, 1985.
INTERNACIONAL FEDERATION OF ACCOUNTANTS. Internacional
Management Accounting Practice 1 (IMAP1), March, 1998.
ITTNER, Christopher D.; LARCKER, David F. Assessing empirical research in
managerial accounting: A value-based management perspective. Journal of
Accounting & Economics, vol.32, p. 349-410, 2001.
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
JOHNSON, Thomas H.; KAPLAN, Robert S.. Relevance lost: the rise and fall of
management accounting. Boston: Harvard Business School Press, 1991.
_____. Contabilidade gerencial: a recuperação da relevância da contabilidade.
Tradução: Ivo Kokytowski. Rio de Janeiro: Campus, 1993.
JOHSON, Thomas H. Relevância recuperada – empowerment: delegando poder e
responsabilidade para crescer. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 1994.
KANITZ, Stephen Charles. Controladoria: teoria e estudo de casos. São Paulo:
Pioneira, 1976.
KERLINGER, Fred Nichols. Metodologia da pesquisa em ciências sociais: volume 1
– delineamentos da pesquisa. 2 ed. São Paulo: EPU, 1987.
KREISIG, Denise; NASCIMENTO, Auster Moreira; PETRY, Luiz Inácio; SPRINGER,
Fabio Augusto. Um estudo sobre o processo de gestão em empresas familiares. In:
CONGRESSO USP DE CONTROLADORIA E CONTABILIDADE, 6., 2006, São
Paulo. Anais eletrônicos... São Paulo: USP, 2006. Disponível em:
http://www.congressoeac.locaweb.com.br/artigos62006/an_resumo.asp?cod_trabalho=1
72. Acesso em 23/07/2007.
111
LUCIANI, Josiane Carla Jamoski; CARDOSO, Nerian José; BEUREN, Ilse Maria.
Inserção da controladoria em artigos periódicos nacionais classificados no sistema
Qualis da Capes. Contabilidade Vista & Revista. Minas Gerais, vol.18, n. 1, p. 11-26,
janeiro/março 2007.
MALHOTRA, Naresh K. Pesquisa de marketing. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001
MARTIN; Nilton Cano. Da contabilidade à controladoria: a evolução necessária.
Revista Contabilidade & Finanças - FEA – USP, São Paulo, n. 28, p. 7-27,
janeiro/abril 2002.
MARTIN; Nilton Cano; SANTOS, Lílian Regina dos; DIAS FILHO, José Maria.
Governança empresarial, riscos e controles internos: a emergência de um novo modelo
de Controladoria. Revista Contabilidade & Finanças - FEA – USP, São Paulo, n. 34,
p. 7-22, janeiro/abril 2004.
MATTAR, Frauze Najib. Pesquisa de marketing. São Paulo: Atlas, 1993.
MINTZBERG, Henry. Criando organizações eficazes: estruturas em cinco
configurações. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MIRANDA, Luiz Carlos; LIBONATI, Jeronymo José. Planejamento operacional. In:
SCHMIDT, Paulo (Org.). Controladoria: agregando valor para a empresa. Porto
Alegre:Bookman/Artmed 2002.
MOURA, Verônica de Miglio; BEUREN, Ilse Maria. O suporte informacional da
controladoria para o processo decisório da distribuição física de produtos. Revista
Contabilidade & Finanças - FEA USP, São Paulo, n. 31, p. 45-65, janeiro/abril
2003.
MOSIMANN, Clara Pellegrinello; FISCH, Silvio. Controladoria: seu papel na
administração de empresas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
112
NAKAGAWA, Masayuki. Introdão à controladoria: conceitos, sistemas,
implementação.o Paulo: Atlas, 1993.
OLIVEIRA, Luís Martins. Controladoria: conceitos e aplicações. São Paulo: Futura,
2002.
OLIVEIRA, Luís Martins; PEREZ JR., José Hernandez; SILVA, Carlos Alberto dos
Santos. Controladoria estratégica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2005.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Controladoria básica. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2004.
__________. Controladoria
: estratégica e operacional. São Paulo: Thomson, 2005.
PELEIAS, Ivam Ricardo. Controladoria: gestão eficaz utilizando padrões. São Paulo:
Saraiva, 2002.
PEREZ JR, José Hernandez; PESTANA, Armando Oliveira; FRANCO, Sérgio Paulo
Cintra. Controladoria de gestão: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 1995.
PRÊMIO Delmiro Gouveia: maiores e melhores empresas do Ceará, edição 2006.
Disponível em <http://www.premiodelmirogouveia.com.br>, acessado em 02 de julho
de 2007.
RAUPP, Fabiano Maury; BEUREN, Ilse Maria. Metodologia de pesquisa aplivel às
ciências sociais. In: BEUREN, Ilse Maria (Org.). Como elaborar trabalhos
monográficos em contabilidade: teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2004.
REGINATO, Luciane; NASCIMENTO, Auster Moreira. Um estudo de caso
envolvendo business intelligence com instrumento de apoio à controladoria. Revista
Contabilidade & Finanças – FEA – USP, São Paulo, Edição 30 anos de Doutorado, p.
69-83, junho 2007.
113
RICCIO, Edson Luiz; PETERS, Marcos R. S. Novos paradigmas para a função de
Controladoria. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 17., Salvador.
Anais eletrônicos... Salvador: ANPAD, 2003. Disponível em
http://www.tecsi.fea.usp.br/riccio/tac/. Acesso em: 31/03/2007.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa social: métodos e técnicas. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 1989.
SANTOS, Jo Luiz dos; SCHMIDT, Paulo. Fundamentos de controladoria. São
Paulo: Atlas, 2006.
SHANK, John K.; GOVIDARAJAN, Vijay. A revolução dos custos: como reinventar e
redefinir sua estratégia de custos para vencer em mercados crescentemente
competitivos. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
SIQUEIRA, José Ricardo Maia; SOLTELINHO, Wagner. O Profissional de
controladoria no mercado brasileiro – do surgimento da profissão aos dias atuais.
Revista Contabilidade & Finanças FEA – USP,o Paulo, n. 27, p. 66-77,
setembro/dezembro 2001.
SOUTES, Dione Olesczuk. Estágios evolutivos da contabilidade gerencial em empresas
brasileiras. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, XXIX, Brasília. Anais... Brasília:
ANPAD, 2005. CD-ROM.
TAVARES, Mauro C. Gestão Estragica. o Paulo: Atlas, 2000.
TEIXEIRA, Olímpio Carlos. Contribuição ao estudo das funções e
responsabilidades do controller nas organizações. o Paulo, 2003. Dissertação
(Mestrado em Ciências Contábeis) – Programa de pós-gradução em Ciências Contábeis
do Departamento de Contabilidade e Atuária, Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade da Universidade de São Paulo.
114
TUNG, Nguyen H. Controladoria financeira das empresas: uma abordagem prática.
6. ed. São Paulo: Edições Universidade Empresa, 1980.
YOSHITAKE, Mariano. Funções do controller: conceitos e aplicações de controle
gerencial. São Paulo, 1982. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Programa
de pós-gradução em Ciências Contábeis do Departamento de Contabilidade e Atuária,
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo.
WARREN, Carl S.; REEVE, James M.; FESS, Philip E.. Contabilidade gerencial.
Tradução: André Olímpio Mosselman Du Chenov Castro. o Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2001.
WILLSON, James D.; COLFORD, James P. Controllership: the work of the
managerial accountant. 4. ed. USA: John Wiley & Sons, Inc, 1991.
115
APÊNDICE
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ – UFC
FEAAC – FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO,
ATUÁRIA E CONTABILIDADE
MESTRADO PROFISSIONAL EM CONTROLADORIA
PESQUISA ACADÊMICA
A CONTROLADORIA COMO SUPORTE AO PROCESSO DE GESTÃO DAS
GRANDES EMPRESAS DO ESTADO DO CEARÁ – UM ESTUDO EM EMPRESAS
GANHADORAS DO PRÊMIO DELMIRO GOUVEIA, EDIÇÃO 2006.
OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:
1. Esta pesquisa é de âmbito acadêmico do Mestrado Profissional em Controladoria da
Universidade Federal do Ceará.
2. O objetivo principal é investigar como a Controladoria subsidia a processo de gestão
das organizações, em suas fases de planejamento, execução e controle.
3. Todas as informações fornecidas e coletadas são de caráter estritamente confidencial
e anônimo.
ESTRUTURA DA CONTROLADORIA
01) Localização do órgão Controladoria na estrutura organizacional da empresa
( ) Diretoria
( ) Órgão de assessoria ligado à alta administração
( ) Subordinado à área financeira
( ) Subordinado à administração geral
( ) Outra. Favor identificar: _______________________________________________
02) Atribuições do órgão Controladoria
( ) Tesouraria
( ) Auditoria
( ) Contabilidade de Custos
( ) Contabilidade Financeira
( ) Contabilidade Gerencial
( ) Contabilidade Fiscal
( ) Orçamento
( ) Planejamento
( ) Controle
( ) Finanças
117
( ) Patrimônio
( ) Recursos Humanos
( ) Tecnologia da Informação
( ) Outros. Favor identificar: ______________________________________________
03) Natureza dos trabalhos desenvolvidos. Você considera que a Controladoria
atua como:
( ) Órgão de linha (apoio)
( ) Órgão de staff (assessoria)
( ) Órgão de linha e de staff
ORIGEM DA CONTROLADORIA
04) A criação do órgão teve origem a partir da necessidade de:
( ) Reestruturação do organograma
( ) Evolução da atuação da contabilidade no processo de gestão da empresa
( ) Evolução da contabilidade gerencial
( ) Assessoria ao processo de gestão, sendo desvinculada da área contábil
( ) Outro. Favor identificar
05) Em seu ponto de vista, a Controladoria apresenta-se:
( ) Como a evolução da própria Contabilidade
( ) Como evolução da Contabilidade Gerencial, mais especificamente
( ) Como uma área distinta da Contabilidade, mas fortemente influenciada por esta
( ) Como uma área distinta da Contabilidade, sem qualquer relação com esta
06) O atual gestor do órgão de Controladoria tem como formação (ões):
( ) Contabilidade
( ) Economia
( ) Administração de empresas
( ) Informática
( ) Outro. Favor identificar: _______________________________________________
118
CONTROLADORIA NO PROCESSO DE GESTÃO
Partindo-se da definição de processo de gestão como sendo o processo decirio da
organização formado pelas fases de planejamento (estratégico, tático e operacional),
execução e controle, questiona-se acerca da participação da Controladoria em cada uma
das mencionadas fases:
07) A empresa realiza planejamento estratégico?
( ) Sim
( ) Não (avaar para a questão de número 12)
Para responder as perguntas abaixo, utilize o seguinte intervalo de freqüência:
1. Nunca ou não
2. Quase nunca
3. Às vezes
4. Quase sempre
5. Sempre ou sim
Pergunta
Nunca
ou
o
Quase
nunca
Às vezes Quase
sempre
Sempre
ou sim
8. A Controladoria participa do
processo de definições
estratégicas da organização.
9. A Controladoria participa do
processo de planejamento
estratégico fornecendo
informações acerca do ambiente
interno (pontos fortes e fracos) e
externo (ameaças e
oportunidades)?
10. A Controladoria participa do
119
processo de planejamento
estratégico opinando acerca da
viabilidade econômica dos planos
em discussão.
11. A Controladoria participa da
elaboração do planejamento
estratégico da organização
demandando informações das
áreas fins.
12. A Controladoria atua provendo
informações para subsidiar o
processo de planejamento da
organização como um todo junto à
alta administração.
13. A Controladoria atua provendo
informações para as áreas
visando subsidiar seus processos
de planejamento.
14. A Controladoria é solicitada para
apoiar na interpretação e
validação das projões de longo
prazo realizadas por outros
departamentos.
15. A Controladoria atua na
construção de cenários na
tentativa de simular as melhores
soluções a serem tomadas pela
organização.
16. A Controladoria administra o
sistema de informações
120
gerenciais da organização (análise
do sistema, solicitação de ajustes e
mudanças necessárias).
17. A Controladoria elabora os
orçamentos dos planos
operacionais aprovados.
18. A Controladoria realiza o
acompanhamento (controle) dos
planos operacionais aprovados,
comparando desempenho previsto
com realizado de cada área da
empresa.
19. A Controladoria realiza o
acompanhamento (controle) dos
planos operacionais aprovados,
comparando desempenho previsto
com realizado da organização
como um todo.
20. A Controladoria apresenta os
desvios identificados.
21. A Controladoria alerta as áreas
acerca dos desvios identificados
em suas análises.
22. A Controladoria demanda ações
das áreas onde os desvios são
identificados.
23. A Controladoria participa da
busca por soluções para correção
dos desvios apontados nas áreas.
121
24. A Controladoria atua diretamente
na correção dos desvios apontados
nas áreas.
.
25. A Controladoria é demandada
pelos demais setores no sentido do
fornecimento de informações.
26. A Controladoria influencia o
processo de tomada de decisões a
partir do fornecimento e
apresentação dessas informações.
27. A Controladoria por interagir com
cada área isoladamente, contribui
para que os objetivos locais
estejam em comunhão com os
objetivos estratégicos da
organização.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo