RESUMO
Neste trabalho, foram estudadas sementes de girassol (Helianthus annus L.),
que podem ser utilizadas não apenas na indústria de óleos, mas também como fonte protéica
alternativa. Caracterizou-se, portanto, parcialmente as características lipídicas, protéicas e os
fatores antinutricionais existentes em sementes de doips cultivares de girassol. A composição
centesimal apresentou para o cultivar BRS 191 valores de 4,4 g/100g de umidade, 46,3 g/100g
de lipídios, 18,6 g/100g de proteínas, 5,4 g/100g de cinzas e 25,3 g/100g de carboidratos e
para o cultivar EMBRAPA 122 estes valores foram de 6,2 g/100g, 40,5 g/100, 19,9 g/100g,
6,4 g/100g e 26,6 g/100g, respectivamente. Com relação às análises físicas e físico-
químicas o
óleo do BRS 191 apresentou densidade de 0,980, índice de ref
ração de 1,467, acidez em ácido
oléico de 1,95%, índice de iodo de 121,4 Wijs, índice de peróxido de 3,08 mEq/kg de óleo e
índice de saponificação de 190,2 mg de KOH/kg de óleo, enquanto que o óleo do EMBRAPA
122 obteve para estas análise 0,920, 1,468, 1,82%, 120,0 Wijs, 3,45 mEg/kg de óleo e
186,9mg de KOH/kg de óleo, respectivamente. Para a composição de ácidos graxos,
evidenciou
-se no primeiro cultivar baixo teor de ácidos graxos saturados (7,41%), com
destaque para os ácidos palmítico (4,14%) e esteáric
o (2,18%) e elevado teor de ácidos graxos
insaturados (93,38%), sendo destacada a presença do ácido graxo linoléico (57,56%) e oléico
(34,93%) e, para o segundo cultivar, também baixo teor de ácidos graxos saturados (9,22%),
embora um pouco mais elevado do que a variedade anterior, com destaque para os ácidos
palmítico (5,41%) e esteárico (2,64%) e elevado teor de ácidos graxos insaturados (91,30%),
sendo destacada a presença do ácido graxo linoléico (55,11%) e oléico (34,73%). Com
relação à estabilidade térmica, ambos os óleos apresentaram comportamentos para TG
(análise termogravimétrica) condizentes com a composição de ácidos graxos observada, com
perda de provável percentual inicial equivalente aos ácidos graxos insaturados e final
equivalente aos ácidos graxos saturados, observando-se nos gráficos para a DSC (calorimetria
diferencial exploratória) três eventos: uma oxidação seguida de duas decomposições, tendo,
portanto os óleos comportamentos semelhantes tanto para a TG quanto para a DSC. Na
classificaç
ão das proteínas de acordo com a solubilidade, verificou-se que a fração protéica
presente em maior quantidade foi a fração globulina, com valores de 29,82% para o cultivar
BRS 191 e , para o EMBRAPA 122 foi a fração glutelina com 29,2 %. Na análise
eletro
forética observou-se comportamento semelhante para as farinha e isolados protéicos dos
dois cultivares. As farinha desengordurada apresentaram em maior quantidade proteínas na
faixa de peso molecular de 173,78 a 164,92 kDa, equivalendo a 26,96% das proteínas do
cultivar BRS 191 e a 42,34 % das proteínas do cultivar EMBRAPA 122. Para os isolados as
proteínas encontradas em maior quantidade estavam na faixa de peso molecular de 25,15 a
21,88 kDa para o cultivar BRS 191 (com 45,58%) e na faixa de 30,90 a 26,30 kDa para o
EMBRAPA 122 (com 43,98%). Na análise de inibidores de tripsina, a farinha desengordurada
do BRS 191 apresentou valor de 3567,26 UT inibida/g de farinha e a farinha do EMBRAPA
122: a farinha, 4154,40 UT inibida/g de farinha. Para a análise de taninos, primeiro cultivar
mostrou teor de ácido tânico mais elevado na farinha desengordurada com casca (9,71 mg
ácido tânico/100g de farinha), o mesmo ocorrendo com o segundo cultivar (10,34 mg ácido
tânico/100g de farinha).
Palavras
-
chave: girassol, óleo
, proteínas
MENDES, Marianne Louise Marinho Caracterização parcial das frações lipídicas, protéicas e de fatores
antinutricionais de sementes de cultivares de
girassol (
Helianthus annus
L.)