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VÂNIA APARECIDA SILVA
CARACTERIZAÇÃO FISIOLÓGICA DA TOLERÂNCIA À SECA EM Coffea
canephora: CONTRIBUIÇÃO RELATIVA DO SISTEMA RADICULAR E DA
PARTE AÉREA
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Fisiologia Vegetal,
para a obtenção do título de Doctor
Scientiae.
VIÇOSA
MINAS GERAIS - BRASIL
2007
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VÂNIA APARECIDA SILVA
CARACTERIZAÇÃO FISIOLÓGICA DA TOLERÂNCIA À SECA EM Coffea
canephora: CONTRIBUIÇÃO RELATIVA DO SISTEMA RADICULAR E DA
PARTE AÉREA
Tese apresentada à Universidade
Federal de Viçosa, como parte das
exigências do Programa de Pós-
Graduação em Fisiologia Vegetal,
para a obtenção do título de Doctor
Scientiae.
APROVADA: 30 de março de 2007
____________________________ ____________________________
Prof. Fábio Murilo DaMatta Dr. Alan Carvalho Andrade
(Co-orientador)
____________________________ ____________________________
Prof. Paolo Di Mascio Prof. Ney Sussumu Sakiyama
_____________________________
Prof. Marcelo Ehlers Loureiro
(Orientador)
ii
“De tudo ficaram três coisas: a
certeza de que estava sempre
começando, a certeza de que era
preciso continuar e a certeza de
que seria interrompido antes de
terminar. Fazer da interrupção um
novo caminho. Fazer da queda um
passo de dança, do medo uma
escada, do sono uma ponte, da
procura um encontro”.
(Fernando Sabino)
Aos meus pais, Waldeci e Nazaré
Às minhas irmãs, Vanisse, Vanessa e Valéria
Ao meu sobrinho Rafael
Ao meu noivo Luiz Antônio,
pelo amor e pela motivação,
DEDICO
iii
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela saúde e pelas conquistas alcançadas.
À Universidade Federal de Viçosa, em especial aos seus
Departamentos de Biologia Vegetal, pela oportunidade para a realização
deste curso.
Aos meus pais e minhas irmãs, por tudo, e principalmente por serem
meus pais e minhas irmãs. Ao maior presente das nossas vidas, Rafael.
Ao meu noivo Luiz Antonio e família pelo carinho e amizade. Ao Luiz
Antonio, pelo amor e pela presença constante.
Aos meus queridos amigos Breno, Werner, Rita, José e Maurício, o
que seria de mim sem a ajuda de vocês! Vocês tornaram todos os
momentos mais leves e mais felizes!
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq), pelo apoio financeiro.
Ao professor Marcelo Ehlers Loureiro, pela orientação e apoio,
fundamentais para a execução desse trabalho.
Aos professores conselheiros Andréa, Eveline e Fábio, por todo o
auxílio prestado, em especial a Andréa, por ter intermediado o contato com o
professor Paolo.
Ao professor Paolo Di Mascio, do Departamento de Bioquímica da
Universidade de São Paulo (USP), pela orientação e colaboração nas
análises de ácido abscísico. A toda sua equipe, que nos recebeu com toda a
dedicação, em especial a Isaura e Fernanda, que ajudaram ativamente na
realização das análises.
A Maria Amélia, pesquisadora do Incaper, pela concessão das mudas
para o experimento.
Ao Marcelo Antônio Tomaz, pela amizade e colaboração para a
realização das enxertias.
Ao prof. Jorge Abdala Dergam, do departamento de Biologia Animal,
pelo carisma e pelo empréstimo do freezer.
Ao Dr. Alan Carvalho Andrade, pesquisador da Embrapa - Cenargen,
pelo apoio e por ter aceitado a proposta de ser meu co-orientador.
iv
Infelizmente, não pude concluir o trabalho, mas valeu pela oportunidade de
acompanhar o seu trabalho durante um período no CENARGEN em Brasília.
Ao Departamento de Fitotecnia, em especial à equipe do viveiro de
café pelo importante apoio na condução do experimento.
Aos professores Raimundo Barros, Marco Aurélio, Marco Oliva,
Antônio Cordeiro, José Cambraia, Juraci de Oliveira, pela amizade e pelos
ensinamentos compartilhados durante o curso.
Aos funcionários Geraldo, Oswaldo, Reginaldo, José Antônio, Mercês,
Carlos Raimundo, e também aos demais funcionários do Departamento de
Biologia Vegetal, pela amizade e pelo auxílio.
Às inesquecíveis amigas Deise, Aline e Ana, pela convivência
harmoniosa, pela ajuda e, sobretudo pela amizade.
Ao Paulo Rogério (Palelo) e a Soami pela amizade e acolhida
carinhosa em São Paulo.
Aos amigos da unidade de crescimento de plantas (UCP), Cacilda,
Fábio, Rogério Ribas, Carla, Rogério Gomide e João Bosco e, em especial,
ao Alan, pela amizade e colaboração durante a realização dos experimentos.
A todos os colegas de curso, em especial a Giovani, Dimas, Gustavo
Resque, Ângela, Karine, Ana Maria, Elaine, Cláudio Ronchi, Wagner,
Franciscleudo, Adriano, Marcelo, Roberto, Agnaldo e Daniel.
A todos que, direta ou indiretamente, contribuíram para o êxito deste
trabalho.
“Agradecer é admitir que houve um momento em que se precisou de
alguém; é reconhecer que o homem jamais poderá lograr para si o dom de
ser auto-suficiente. Ninguém cresce sozinho; sempre é preciso um olhar de
apoio, uma palavra de incentivo, um gesto de compreensão, uma atitude de
amor. A todos vocês que compartilharam os meus ideais, dedico essa
vitória, com a mais profunda gratidão e respeito”.
v
BIOGRAFIA
VÂNIA APARECIDA SILVA, filha de Waldeci Nivaldo da Silva e Nazaré
Tavares da Silva, nasceu em Elói Mendes, MG, em 24 de setembro de 1977.
Concluiu o ensino básico no ano de 1995, no Colégio Tiradentes, em Lavras,
MG. Em março de 1996, iniciou o curso de Agronomia, na Universidade
Federal de Lavras (UFLA), em Lavras, MG, graduando-se em janeiro de
2001. Ingressou, em março de 2001, no Programa de Pós-graduação em
Fisiologia Vegetal da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Viçosa,
MG, obtendo o título de mestre em 15 de fevereiro de 2003. Em seguida,
iniciou o curso de doutorado também em Fisiologia Vegetal na UFV,
concluindo-o em 30 de março de 2007. Neste mesmo ano, ingressou na
FEAD-Minas, Belo Horizonte, MG, como professora do curso de Agronomia.
vi
SUMÁRIO
RESUMO ...................................................................................................................vii
ABSTRACT................................................................................................................ix
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................... 4
MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................... 9
1- Material vegetal................................................................................................ 9
2- Parâmetros biométricos...................................................................................... 10
3- Potencial hídrico da folha .................................................................................. 10
4- Trocas gasosas e parâmetros de fluorescência................................................... 10
5- Composição isotópica do carbono..................................................................... 11
6- Ácido abscísico.................................................................................................. 11
6.1- Extração e purificação ........................................................................................ 11
6.2- Separação por HPLC e detecção por MS/MS..................................................... 12
7- Açúcares, aminoácidos, prolina e amido ........................................................... 13
8- Extravasamento de eletrólitos............................................................................ 13
9- Ensaios enzimáticos........................................................................................... 14
10- Análises estatísticas ......................................................................................... 15
RESULTADOS.......................................................................................................... 16
1- Parâmetros biométricos...................................................................................... 16
2- Status hídrico ..................................................................................................... 18
3- Trocas gasosas ................................................................................................... 19
4- Composição isotópica do carbono (δ
13
C) .......................................................... 21
5- Ácido abscísico.................................................................................................. 22
6- Carboidratos e aminoácidos............................................................................... 27
7- Parâmetros de fluorescência da clorofila a e pigmentos fotossintéticos............ 31
8- Estresse oxidativo .............................................................................................. 32
DISCUSSÃO ............................................................................................................. 36
1- Efeito da enxertia e do déficit hídrico nos parâmetros de crescimento, trocas
gasosas e ácido abscísico ....................................................................................... 36
2- Efeito da enxertia e do déficit hídrico nas concentrações de carboidratos,
aminoácidos e prolina ............................................................................................ 41
3- Efeito da enxertia e do déficit hídrico no estresse oxidativo ............................. 43
CONCLUSÕES ......................................................................................................... 46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 48
vii
RESUMO
SILVA, Vânia Aparecida, D.Sc., Universidade Federal de Viçosa, março de
2007. Caracterização fisiológica da tolerância à seca em Coffea
canephora: contribuição relativa do sistema radicular e da parte
aérea. Orientador: Marcelo Ehlers Loureiro. Co-orientadores: Andréia
Miyasaka de Almeida, Eveline Teixeira Caixeta e Fábio Murilo DaMatta,
A enxertia recíproca entre genótipos com respostas contrastantes à
seca (clones 109 e 120, respectivamente sensível e tolerante) foi realizada
com o objetivo de avaliar a contribuição relativa do sistema radicular e da
parte aérea na tolerância ao déficit hídrico em Coffea canephora. Foram
avaliadas as enxertias (enxerto/porta-enxerto) 120/109, 120/120, 109/120,
109/109, além dos respectivos pés francos 109 e 120. As plantas foram
cultivadas em vasos com 12 L de substrato, em casa de vegetação. Ao
atingirem seis meses, metade das plantas continuou sendo irrigada
constantemente, enquanto a outra metade foi submetida à seca, imposta
pela suspensão da irrigação. O pé-franco 120 e as enxertias que possuíam o
clone 120, como sistema radicular, apresentaram redução mais lenta do
potencial hídrico antemanhã (ψ
am
)
sob déficit hídrico, com um sistema
radicular mais profundo, e menor descriminação isotópica do carbono,
quando comparadas com o pé-franco 109 e autoenxertia 109/109. Aquelas
plantas também apresentaram uma redução na condutância estomática (g
s
)
sob ψ
am
= -0,5 Mpa, e maiores concentrações de ácido abscísico (ABA) foliar
sob déficit hídrico moderado (ψ
am
= -1,0 e -1,5 Mpa). Entretanto, não foi
possível observar associações entre alterações na concentração foliar de
ABA e g
s
, nem diferenças quanto à g
s
entre as plantas sob déficit moderado
e severo. Por outro lado, a concentração radicular de ABA foi maior nas
plantas que possuíam o sistema radicular 120, independentemente dos
regimes hídricos. Essas plantas também apresentaram, sob déficit hídrico
severo, reduções menos pronunciadas em A, menor extravasamento de
eletrólitos, menores atividades da APX e CAT e menores acúmulos de
hexoses, aminoácidos e prolina. Verificou-se também que assim como o
sistema radicular, a parte aérea do clone 120 também contribui para a
tolerância à seca, pois, quando comparada as plantas sensíveis 109 e
109/109, a enxertia 120/109 apresentou redução mais lenta do ψ
am
, menor
viii
discriminação isotópica, maior concentração de ABA foliar sob déficit hídrico
moderado, e menor extravasamento de eletrólitos sob déficit severo, quando
comparadas as plantas 109/109 e 109. Entretanto, a enxertia 120/109
apresentou queda mais rápida do ψ
am
do que as plantas que possuíam o
sistema radicular 120, destacando a relativa maior importância do sistema
radicular para conferir tolerância à seca. Em conjunto, estes dados mostram
a contribuição relativa da parte aérea e do sistema radicular na tolerância à
seca e indicam a perspectiva de utilização de porta-enxertos de clones
tolerantes para aumentar a tolerância à seca de genótipos mais sensíveis.
ix
ABSTRACT
SILVA, Vânia Aparecida, D.Sc., Universidade Federal de Viçosa, March,
2007, Physiological characterization of drought tolerance in Coffea
canephora: relative contribution of root system and shoot. Adviser:
Marcelo Ehlers Loureiro. Co-advisors: Andréia Miyasaka de Almeida,
Eveline Teixeira Caixeta and Fábio Murilo DaMatta.
With the intent to evaluate the relative contribution of the root system
in Coffea canephora to drought stress tolerance, was performed reciprocal
grafting experiments between genotypes with contrasting tolerance traits
(clone 109, sensible, and clone 120, tolerant). The plants used in these
experiments were control plants 109 and 120, and grafted plants 120/109,
120/120, 109/110 and 109/109. All plants were cultivated in 12 L pots for 6
months, under greenhouse conditions. After growth for six months, half
plants remained irrigated, whereas the other half was subjected to water
stress by withholding irrigation. Plants 120 and grafts having 120 as rootstock
have showed slower reduction of predawn leaf water potential (ψ
pd
), deeper
roots and lower carbon isotopic discrimination under water deficit. These
plants also have shown bigger reduction in g
s
after light decrease in ψ
pd
= -
0,5 MPa and higher leaf ABA concentration under moderate water deficit (ψ
pd
= -1,0 e -1,5 MPa). However changes in ABA concentration was not
associated with changes in g
s
, and no differences for g
s
under moderate and
severe water deficit were observed between different plants. Additionally,
root ABA concentration was bigger in plants having the 120 root system, both
in presence or absence of drought. These plants also have shown, under
severe water deficit, less pronounced reductions in A, lower level of ion
leakage, lower APX and CAT activities, and lower levels of hexoses, amino
acids and proline. Otherwise, the 120 scion was also able to contribute to
drought tolerance, since it was able to retard the evolution of water deficit, to
result in higher leaf ABA concentration under moderate stress and in lower
leaf ion leakage. Altogether, these data show the important contribution of
root system to drought tolerance in C. canephora, and suggest the probable
viability of the use of grafting of tolerant rootstocks for improvement of
drought tolerance of more drought sensible genotypes that have other
important agronomical traits.
1
INTRODUÇÃO
O café é um dos principais produtos agrícolas no mundo, sendo
produzido por mais de 80 países, sendo que o Brasil é o maior produtor. Nos
países produtores de café, há freqüentemente oscilações na produtividade da
cultura ocasionadas por limitações climáticas, como ocorrência de períodos de
seca. O desenvolvimento de cultivares mais tolerantes a períodos de déficit
hídrico, bem como o desenvolvimento de tecnologias que auxiliem as plantas a
tolerar períodos prolongados de estiagem, são alternativas para a manutenção
da produção agrícola brasileira e mundial. Nesse contexto, a identificação e a
compreensão dos mecanismos de tolerância à seca são fundamentais no
desenvolvimento de novas cultivares mais tolerantes ao déficit hídrico.
A identificação e a seleção de genótipos de Coffea canephora tolerantes
à seca e com características agronômicas de interesse para formação de
variedades clonais têm sido realizadas em diferentes regiões de cultivo no
estado do Espírito Santo (Ferrão et al., 2000a). O desempenho de 500 clones
de café Conilon, sob déficit hídrico, foi analisado em campo, considerando-se
principalmente a produtividade média em condições ótimas de irrigação e em
condições não-irrigadas (Ferrão et al., 2000a, 2000b). Uma grande
variabilidade na produtividade média dos clones foi observada, destacando-se
entre os mais tolerantes os clones 120, 14, 75, 01, dentre outros, cujas
produtividades médias mostraram-se praticamente inalteradas, mesmo nas
condições de seca. De modo oposto, clones considerados sensíveis (143,
109A, 80, etc.) apresentaram produtividades médias reduzidas em mais de
50%, quando cultivados sem irrigação.
A partir desses estudos, Da Matta et al. (2000) selecionaram alguns
clones com respostas contrastantes quanto à tolerância ao déficit hídrico,
dentre eles, o clone 120 (tolerante) e clone 109 (sensível) com o objetivo de
identificar e compreender os mecanismos fisiológicos de tolerância à seca em
café.
As avaliações fisiológicas desses genótipos têm sugerido que a maior
tolerância à seca do clone 120 pode estar associada à maior tolerância ao
estresse oxidativo, à habilidade para manutenção da exportação de
2
assimilados e à capacidade de manutenção do status hídrico adequado, obtida
mediante a combinação de sistema radicular mais profundo e controle
estomático eficiente da transpiração (DaMatta e Ramalho, 2006).
Em diversas outras culturas, tem-se mostrado que a resposta estomática
à seca é mediada pelo ácido abscísico (Zhang e Davies , 1991) e que o ácido
abscísico (ABA) participa no mecanismo de tolerância à seca, pois seus níveis
aumentam significativamente em condições de déficit hídrico. Entretanto, não
existem na literatura, dados sobre o envolvimento do ABA no mecanismo de
tolerância à seca em café. A concentração do ABA nas folhas pode aumentar
até 50 vezes sob condições de seca, sendo esta a alteração de concentração
mais severa descrita para um hormônio em resposta a um sinal ambiental (Taiz
e Zeiger, 2004). O aumento de ácido abscisico nas folhas durante o déficit
hídrico pode ser resultado da biossíntese nas folhas, redistribuição nas células
do mesofilo e translocação de ABA sintetizado das raízes para a parte aérea
(Davies e Zhang, 1991).
A influência do sistema radicular em retardar o estabelecimento de
déficits hídricos internos pode, então, ocorrer em função das características
morfológicas do sistema radicular ou por meio de sinais bioquímicos, como o
ABA transportado da raiz para a parte aérea (Wilkinson e Davis, 1997). Uma
estratégia para a avaliação da contribuição relativa da parte área e do sistema
radicular na tolerância ao déficit hídrico consiste na utilização da técnica da
enxertia recíproca entre genótipos contrastantes quanto à tolerância à seca.
A maioria das pesquisas tem priorizado o aproveitamento do sistema
radicular de C. canephora para controlar os danos causados pelos nematóides
em cultivares de C. arabica (Costa et al., 1991; Fahl et al., 1998; Fazuoli et al.,
1983). Por outro lado, para as culturas em que a enxertia é normalmente
utilizada, como citros, maçã e videira já foram realizados trabalhos mostrando a
influência da enxertia na tolerância ao déficit hídrico (Lacono et al., 1998;
Medina et al., 1999; Policarpo et al., 2000).
Há grande interdependência fisiológica entre o sistema radicular e a
parte aérea de uma planta. Portanto, um equilíbrio fisiológico entre o
enxerto/porta-enxerto pode influenciar o crescimento e a tolerância a condições
ambientais (Hartmann e Kester, 1990). Dessa forma, os objetivos deste
trabalho foram averiguar se a utilização do porta-enxerto oriundo do clone
3
tolerante à seca influencia a tolerância em enxerto obtido de clone sensível à
seca (combinação enxerto sensível/porta-enxerto tolerante) e verificar a
contribuição relativa da parte aérea no mecanismo de tolerância à seca,
mediante a combinação enxerto tolerante/porta-enxerto sensível. Além disso,
buscaram-se evidências da participação do ABA no mecanismo fisiológico de
tolerância à seca.
4
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O déficit hídrico pode causar um decréscimo na fotossíntese por meio de
uma limitação de CO2, resultante do fechamento dos estômatos ou através de
um efeito direto sobre a capacidade fotossintética nos cloroplastos (Chaves,
1991; Lawlor e Cornic, 2002). O controle estomático da transpiração é
considerado o principal processo determinando a resposta a curto-prazo de
uma planta a condições de seca, e afeta diretamente a taxa de depleção de
água do solo, o potencial hídrico da planta e o transporte de solutos no fluxo
xilemático (Tardieu e Simonneau, 1998). Muitas evidências mostram que esta
resposta estomática à seca é mediada pelo ácido abscísico (Zhang e Davies,
1991). O ácido abscisico (ABA) é um fitohormônio que possui funções
importantes no controle do desenvolvimento e na resposta a vários estresses
ambientais. As concentrações de ABA nos tecidos são reguladas pela
redistribuição, biossíntese, degradação, compartimentação, conjugação e
transporte (Qin e Zeevaart, 1999; Cutler e Krochko, 1999; Seo e Koshiba, 2002;
Nambara e Marion-Poll, 2005). O ABA pode ter uma tripla função nas respostas
das plantas ao déficit hídrico. A curto prazo, o ABA promove o fechamento
estomático ou inibe a abertura estomática, o que leva a redução da perda de
água, pela transpiração. A longo prazo, o ABA induz a síntese de proteínas que
aumentam a tolerância da planta à dessecação, como LEA (proteína expressa
durante a fase de dessecação da embriogênese ), canais iônicos, chaperones,
enzimas da biossíntese de prolina e de açúcares, proteínas reguladoras (e.g.
fatores de transcrição, proteínas-cinases e fosfolipases), enzimas
antioxidantes, entre outros (Bray, 1993; Liu e Baird, 2003), as quais estão
envolvidas em respostas ao estresse hídrico. A terceira função pode estar
relacionada à inibição do crescimento da parte aérea com a concomitante
estimulação do crescimento radicular, permitindo uma maior absorção de água
por área foliar (Saab et al., 1990).
A importância do ABA na tolerância ao déficit hídrico tem sido
evidenciada pela identificação e caracterização de mutantes deficientes em
ABA, que apresentam falhas em etapas específicas da via de sua síntese. Os
mutantes deficientes em ABA apresentam maior susceptibilidade ao
murchamento e aumento da condutância estomática sob condições de
5
deficiência hídrica, que podem ser corrigidos pela aplicação de ABA exógeno
(Schwartz et al., 2003). Além disso, maiores concentrações de ABA têm sido
associadas a maior tolerância ao déficit hídrico em diversas espécies de
plantas, como tomateiro (Thompson et al., 2004), Arabdopsis (Iuchi et al.,
2001), tabaco (Qin e Zeevaart, 2002) e videira (Lacono et al., 1998)
A limitação estomática da fotossíntese é associada com redução da
concentração de CO2 nos espaços celulares da folha (Ci), o qual tem sido
associado a alterações do metabolismo através da inibição de enzimas como
nitrato redutase e sacarose fosfato sintase (Lawlor e Cornic,, 2002). Quando a
fotossíntese diminui, há a redução da quantidade de assimilados disponíveis
para exportação como trioses-fosfato do cloroplasto para o citossol e,
consequentemente, a síntese de sacarose também pode ser reduzida. Por
restringir a produção e consumo de fotoassimilados, a seca inevitavelmente
altera o particionamento de carboidratos nas folhas e na planta como um todo.
Assim, sob déficit hídrico, a proporção entre diferentes carboidratos como
amido, glicose, frutose e sacarose podem ser alteradas (Chaves, 1991).
Alterações nas concentrações de carboidratos podem refletir diferenças
genotípicas na regulação e na aclimatação do metabolismo de carbono em
resposta ao déficit hídrico (Lawlor e Cornic, 2002). Em café, há poucos estudos
sobre efeitos do déficit hídrico no metabolismo de carboidratos. Alguns
trabalhos mostram que a redução na concentração de amido é uma resposta
comum das plantas de café a déficit hídrico moderado e severo (DaMatta et al.,
1997a; Praxedes et al., 2005; Ronchi et al., 2005). Isto não é necessariamente
acompanhado por aumento no conteúdo de hexoses, os quais dependem do
genótipo, condições de crescimento e taxa de progressão do estresse (Ronchi
et al., 2005), como também observado em outras espécies de plantas (Chaves,
1991).
Na medida em que a fotossíntese decresce sob condições de seca,
independentemente da natureza dessa redução, a intensidade de irradiância
interceptada pode exceder largamente àquela necessária para saturar a
fotossíntese. Considerando-se que a limitação da assimilação do CO
2
precede
a inativação das reações de transferência de elétrons nos cloroplastos, um
excesso de poder redutor é normalmente gerado nas plantas sob déficit hídrico.
Parte desse excesso pode ser usada para reduzir o oxigênio molecular,
6
levando à formação de espécies reativas de oxigênio (ERO), potencialmente
capazes de resultar em danos fotoinibitórios e fotooxidativos (Da Matta e Rena,
2001).
A intensidade do estresse oxidativo em uma célula é determinada pela
abundância de ERO, principalmente nas formas de superóxido, peróxido de
hidrogênio e radicais hidroxil. Portanto, o equilíbrio entre as enzimas
antioxidantes, como superoxido dismutase (SOD), catalase (CAT), ascorbato
peroxidase (APX), entre outras, é crucial para regulação dos níveis de ERO
nas células. Nos mecanismos enzimáticos de destoxificação de ERO, a SOD
atua como a primeira linha de defesa contra ERO, transformando o superóxido
em peróxido de hidrogênio. Este peróxido de hidrogênio produzido pode ser
convertido em água e oxigênio pela CAT (catalase) ou, somente a água pela
ação do ascorbato peroxidase. O ascorbato pode reduzir radical livre de
oxigênio com ou sem a catálise da APX e pode indiretamente regenerar
antioxidantes ligados à membrana como o α- tocoferol (Noctor e Foyer, 1998).
O desequilíbrio entre ERO e a atividade das enzimas antioxidantes pode
gerar, portanto, um excesso de ERO que pode causar peroxidação de lipídeos
(Lima et al., 2002), desnaturação de proteínas e mutação do DNA (Manscher et
al., 2002, Asada, 1999). Além disso, a peroxidação de lipídeos de membrana
pode resultar na perda de compartimentalização celular e aumento do
extravasamento de eletrólitos (Thompson et al.,1987; Asada,1999). Lima et al.
(2002) e Pinheiro (2004) associaram a maior tolerância à seca do clone 120 à
maior tolerância ao estresse oxidativo, pois o clone 120 apresentou menor
peroxidação de lipídios e menor extravasamento de eletrólitos que o clone
sensível (clone 109), sob déficit hídrico.
O crescimento e características do sistema radicular têm um papel
crucial em manter o suprimento de água para a planta, e plantas adaptadas à
seca são freqüentemente caracterizadas por um sistema radicular profundo e
vigoroso. Ramos e Carvalho (1997), trabalhando com 29 genótipos de café,
associaram a tolerância à seca com a distribuição e estrutura do sistema
radicular e Pinheiro et al. (2005) verificou que o clone 120 (tolerante à seca)
apresentou o sistema radicular mais profundo que o clones sensível à seca
109.
7
A influencia do sistema radicular no desenvolvimento das plantas e
tolerância a estresses ambientais tem sido verificadas utilizando a técnica da
enxertia. A enxertia é uma técnica de propagação assexuada em que se
colocam em contato duas partes de tecido vegetal, de tal maneira que se unam
através da regeneração dos tecidos e, posteriormente se desenvolvam,
originando uma nova planta (Hoffmann et al., 1996). As interações entre
enxertos e porta-enxertos podem envolver uma série de mecanismos, como a
influência da enxertia no transporte de água e minerais à parte aérea (Olien e
Lakso, 1986), alterações nos fatores endógenos de crescimento (hormônios,
proteínas, vitaminas) (Sorce et al., 2002), influência direta da cicatrização após
a enxertia no transporte através do xilema e floema (Atkinson et al., 2003).
Em plantas frutíferas, porta-enxertos clonais são amplamente utilizados
para controlar o desenvolvimento vegetativo e para melhorar o rendimento e
qualidade (Lockard e Schneider, 1981; Castle, 1995). Em videiras e macieiras,
tem sido realizada a seleção de porta-enxertos tolerantes à seca (Souza et al.,
2003). Alguns genótipos de porta-enxertos de videira e macieira são capazes
de modular a fotossíntese, a condutância estomática e aumentar a tolerância
ao déficit hídrico do genótipo enxertado, porém este efeito específico depende
da interação entre os genótipos utilizados na enxertia (Carboneau, 1985 e
Atkinson et al., 2000).
A maioria das pesquisas tem priorizado o aproveitamento do sistema
radicular de C. canephora para controlar os danos causados pelos nematóides
em cultivares de C. arabica (Fazuoli et al., 1983; Costa et al., 1991; Fahl et al.,
1998). Enxertia de cultivares de Coffea arabica em porta-enxertos de Coffea
canephora, em regiões infestadas por nematóides (Meloidogyne incógnita)
resultam em aumentos na altura, no diâmetro de copa e na produção de
plantas de café enxertadas, em relação às não enxertadas (Fazuoli et al., 1983;
Costa et al. (1991). De forma a verificar a possibilidade de melhoria no vigor da
planta, aumento de produção de frutos, maior eficiência no aproveitamento de
nutrientes, Fahl e Carelli (1985) observaram, em condições isentas de
nematóides, que plantas jovens de C. arabica, enxertadas sobre C. canephora
var. robusta, apresentaram taxa de crescimento superior às plantas não
enxertadas, tanto para altura como para parte área foliar. Fahl et al. (1998)
verificaram maior desenvolvimento da parte aérea (altura e diâmetro de copa),
8
e maior formação de gemas frutíferas em plantas adultas de C. arabica
enxertadas sobre progênies de C. canephora e de C. congensis. Plantas de C.
canephora possuem um sistema radicular mais desenvolvido (Moraes e
Franco, 1973), o que poderia explicar o maior crescimento dos enxertos.
Efeitos positivos de porta-enxertos de C. canephora em enxertos de C.
arábica também foram recentemente observados por Tomaz et al. (2005).
Entretanto estes autores observaram que alguns genótipos de C. canephora
podem ter o efeito inverso. Nenhum estudo ainda tem sido realizado
explorando o potencial de diferentes genótipos de C. canephora na tolerância à
seca em café.
9
MATERIAL E MÉTODOS
1- Material vegetal
Foram utilizadas plantas de Coffea canephora Pierre var. Conilon,
sendo um clone tolerante (120) e um clone sensível (109) ao déficit hídrico.
Mudas com quatro pares de folhas obtidas, do enraizamento de estacas, no
Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural –
Incaper, foram utilizadas como pés-franco e também para as enxertias
recíprocas entre os clones citados e para auto-enxertias.
A enxertia foi realizada pelo método de garfagem em fenda cheia,
descrita por Oda (1995). Após a enxertia, as mudas foram mantidas em câmara
de nebulização fechada por 30 dias. Após esse período, as mudas enxertadas
foram colocadas em casa de vegetação, onde permaneceram por 20 dias, para
aclimatação. Uma vez aclimatadas, foram transferidas para vasos de 12 litros.
As plantas pés-franco foram submetidas às mesmas condições que as plantas
enxertadas. O substrato utilizado para enchimento dos vasos consistiu de uma
mistura de solo, areia e esterco bovino (3:1:1, v/v/v). A adubação foi feita de
acordo com a análise do solo, segundo recomendações de Ribeiro et al.
(1999). As mudas foram mantidas em casa de vegetação, cujas laterais
permitiam livre troca de ar entre seu interior e exterior. A densidade média de
fluxo de fótons fotossintético na casa de vegetação foi de 900 μmol m
-2
s
-1
, ao
meio-dia.
Após seis meses de cultivo (abril de 2006), as plantas foram avaliadas
em condições de plena irrigação (controle) e sob deficiência hídrica, imposta
pela suspensão da irrigação. O potencial hídrico foliar foi acompanhado
periodicamente até que as plantas atingissem o potencial hídrico (ψ
w
)
=
-3,0
MPa, na antemanhã.
O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com doze
tratamentos e cinco repetições, formando um esquema em fatorial 6 x 2 (seis
tipos de planta e dois regimes hídricos). A parcela foi constituída de uma planta
por vaso. Dessa forma, o experimento foi constituído pelas plantas:
1) 120/109: Porta-enxerto do clone sensível (109) x enxerto do clone tolerante
(120);
10
2) 109/120: Porta-enxerto do clone tolerante (120) x enxerto do clone sensível
(109);
3) 120/120: Auto-enxertia do clone tolerante (120);
4) 109/109: Auto-enxertia do clone sensível (109);
5) 109: Pé-franco 109;
6) 120: Pé-franco 120.
2- Parâmetros biométricos
O diâmetro do caule (entre os dois primeiros entrenós) foi mensurado
com um paquímetro e o comprimento do caule com uma fita métrica. A área
foliar foi determinada de acordo com o método de dimensões foliares (Barros et
al. 1973). Ao final do experimento, as plantas irrigadas e não irrigadas foram
colhidas e separadas em parte aérea e raiz para análise da massa seca dos
tecidos e comprimento da raiz. Para determinação da massa seca, os tecidos
foram secos a 70ºC, em estufa com ventilação forçada, por 72 h. O
comprimento da maior raiz foi determinado com auxílio de uma fita métrica.
3- Potencial hídrico da folha
Foi determinado em folhas individuais com uma bomba de pressão tipo
Scholander, na antemanhã, em folhas completamente expandidas de ramos
plagiotrópicos, do meio das plantas.
4- Trocas gasosas e parâmetros de fluorescência
As trocas gasosas e parâmetros de fluorescência foram analisados em
folhas completamente expandidas do terceiro ou quarto pares a partir do ápice
de ramos plagiotrópicos medianos das plantas. As taxas de assimilação líquida
de carbono (A), a condutância estomática (g
s
), a transpiração (E) e a razão
entre concentrações interna e externa de CO
2
(C
i
/C
a
) foram medidas em
sistema aberto, 08:00 e 09:00 h, sob luz saturante artificial (1000 μmol m
-2
s
-1
),
concentração de CO
2
ambiente, com um analisador de gás a infravermelho
portátil (LCA4, Analytical Development Company-ADC, Kings Liyn, Reino
Unido). A temperatura foliar estava em torno de 22+ 2 °C e a umidade relativa
80%. Os parâmetros de fluorescência da clorofila a foram medidos, usando-se
de um fluorômetro com amplitude de pulso modulado (FMS2, Hansatech,
Norfolk, Reino Unido). A fluorescência inicial (F
0
), fluorescência máxima (F
m
),
11
eficiência fotoquímica máxima do FSII (F
v
/F
m
), eficiência de captura de energia
de excitação pelos centros de reação abertos do FSII (F
v
’/F
m
’), coeficiente de
extinção fotoquímica (q
P
), rendimento quântico do transporte de elétrons (
φ
FSII
),
coeficiente de extinção não-fotoquímica (NPQ) e a fração de energia absorvida
não utilizada na fotoquímica nem dissipada termicamente (P
E
) foram estimados
exatamente como descrito em DaMatta et al. (2002a) e Lima et al. (2002).
5- Composição isotópica do carbono
A composição isotópica do carbono foliar (δ
13
C) foi determinada em
relação ao padrão internacional PDB (Pee Dee Belemnite), utilizando-se de um
espectrômetro de massa (DELTA-S, Finnigan MAT, Bremen, Alemanha),
conforme descrito por DaMatta et al. (2002a). As diferenças em δ
13
C entre
duplicatas de cada amostra foram menores que 0,2 ‰.
6- Ácido abscísico
As amostras de folhas foram coletadas no mesmo horário em que foram
realizadas as análises de trocas gasosas. Foram coletadas 5 discos foliares
de (1,25 cm diâmetro) de folhas completamente expandidas do terceiro ou
quarto pares a partir do ápice de ramos plagiotrópicos medianos das plantas.
Quando os potenciais hídricos foliares das plantas estressadas
chegaram a -0,5; -1,0; -1,5 e -3,0 MPa, as amostras de folhas das enxertias
(120/109 e 109/120) e auto-enxertias (109/109 e 120/120) foram coletadas em
plantas controle e estressadas. Com o objetivo de reduzir o grande número de
amostras a serem analisados, nas plantas pés-francos, as amostras foliares
foram coletadas somente quando os potenciais hídricos foliares das plantas
estressadas estavam em -0,5 e -3,0 MPa.
Ao final do experimento, quando as plantas estressadas atingiram o
potencial hídrico foliar de -3,0 MPa, 5 gramas de raízes foram coletadas
aleatoriamente no sistema radicular de plantas controle e estressadas.
Após a coleta, as amostras de folhas e raízes foram imediatamente
congeladas em N líquido e posteriormente liofilizadas.
6.1- Extração e purificação
Foi utilizado o protocolo descrito por Ross et al.(2004), com algumas
modificações. Os tecidos de folha e raiz liofilizados foram macerados em N
12
líquido com 100% de PVPP. Foram utilizados 50 mg de massa seca de folhas e
200 mg de massa seca de raiz. Em seguida, foi colocado o solvente de
extração (acetona/H
2
O/ácido acético: 80/19/1). Para folhas utilizou-se 1,5 mL e
para raiz 2,5 mL do solvente de extração. O extrato foi transferido para outro
tubo. O almofariz foi lavado com mais 500 μL do solvente de extração
(acetona/H
2
O/ ácido acético : 80/19/1) e transferido para o mesmo tubo,
adicionando-se 40 ng de (-)-5,8',8',8'-d4-ABA deuterado. As amostras foram
então agitadas por 30-40 min a 4°C e centrifugadas (15000 x g /10 min/4°C). O
sobrenadante foi coletado e transferido para outro frasco e o resíduo lavado
com mais 250 μL do solvente de extração, centrifugado (15000 x g /10
min/4°C) e o sobrenadante foi novamente coletado e adicionado ao primeiro
sobrenadante. Os sobrenadantes combinados foram liofilizados, dissolvidos em
100 μL de metanol/ácido acético (99/1) mais 900 μL de H
2
O/ácido acético
(99/1) e, em seguida, centrifugado (15000 x g /2 min/4°C). O sobrenadante foi
transferido para coluna de extração de fase sólida (SPE) (Oasis HLB 1, Waters,
Milford, MA, USA) e o ABA foi eluído com 1 mL de metanol/H
2
O/ácido acético
(80/19/1). O extrato foi liofilizado e o concentrado foi ressuspendido em 220 μL
de (85/15) (H
2
O/acetonitrila com 0,07% de ácido acético), agitado em baixa
velocidade por 5 min ( 4°C), sonicado por 5 min e centrifugado (15000 x g /10
min/ 4ºC). O sobrenadante foi, em seguida, transferido para via injetora.
6.2- Separação por HPLC e detecção por MS/MS
As separações cromatográficas das amostras de folhas e raizes foram
feitas em um cromatógrafo líquido de alto desempenho (Shimadzu, Tóquio,
Japão) acoplado a um espectrômetro de massa triplo quadrupolo (Micromass,
modelo Quattro II com fonte Z-spray
TM
, Manchester, Reino Unido). O HPLC
possuía duas bombas LC-ADvp, um detector UV/VIS SPD-10ADvp, um
autoinjetor SIL-10ADvp e um controlador de sistema SCL-10Avp.
As análises foram feitas por cromatografia líquida acoplada à
espectrometria de massa no modo de ionização electrospray negativo
(HPLC/MS/ESI-). As amostras foram analisadas, utilizando-se de uma coluna
cromatográfica C-18 Supelcosil (Supelco; 15 cm de comprimento x 4,6 mm de
diâmetro interno, 5 μm de tamanho da partícula), com fluxo de 0,3 mL min
-1
. Os
eluentes usados foram ácido fórmico 0,1% (A) e acetonitrila (B). O gradiente
13
linear utilizado foi de 15% a 100% de B em 20 min, 100% de B por mais 5 min,
100% a 15% de B em 2 min e 15% até 30 min. O comprimento de onda
selecionado foi de 252 nm. As condições de ionização foram: voltagem do
capilar de 4 kV, temperatura da fonte de 100 °C e temperatura de
dessolvatação de 200 °C, voltagem do cone de amostragem e extrator de 30 V
e 5 V, respectivamente, energia de colisão de 15 eV, fluxo de gás de secagem-
400 L h
-1
, fluxo de gás de dessolvatação de 15 L.h
-1
e argônio como gás de
colisão. Os dados foram processados pelo software MassLynx NT (versão
3,2,Micromass, Altricham, Reino Unido). A detecção e quantificação de ABA
nas amostras foram feitas mediante o monitoramento de reações múltiplas
(MRM) via seleção da transição de massa específica da molécula de interesse
(para o ABA, 263 153 e, para o ABAd
4,
267 156).
7- Açúcares, aminoácidos, prolina e amido
Com o objetivo de avaliar o efeito do déficit hídrico moderado (-1,5 MPa)
e déficit hídrico severo (-3,0 MPa) no metabolismo de carboidratos, quando as
plantas atingiram os potenciais hídricos de -1,5 e -3,0 MPa, foram coletadas
amostras de folhas completamente expandidas do terceiro ou quarto pares a
partir do ápice de ramos plagiotrópicos medianos das plantas. O horário de
coleta das folhas foi por volta de 9:00 h. As amostras foliares foram
imediatamente congeladas em nitrogênio líquido, para a determinação das
concentrações foliares de glicose, frutose, sacarose, amido e aminoácidos
solúveis totais. As amostras vegetais foram, então, submetidas à extração
etanólica, a quente, determinando-se, na fração solúvel em etanol, os teores de
açúcares e aminoácidos e prolina e, na fração insolúvel, os de amido (Stitt et
al., 1989; Trethewey et al., 1998; Praxedes et al., 2006). Os teores de prolina
foram determinados segundo Bates et al. (1973).
8- Extravasamento de eletrólitos
A porcentagem de extravasamento de eletrólitos foi determinada quando
as plantas atingiram os potenciais de -1,5 e -3,0 MPa. Os discos foliares foram
coletados às 10:00 h. Após a coleta, os discos foram lavados e imersos em 10
ml de água deionizada em placas de petri. As placas foram fechadas e
mantidas durante 6 horas a temperatura ambiente. O extravasamento de
eletrólitos na água deionizada foi estimado usando um condutivímetro (DM 31,
14
Digimed, Santo Amaro, Brasil) e expressado como a porcentagem da
condutividade total, a qual foi obtida após colocar as placas em estufa a 90ºC
por 2 horas.
9- Ensaios enzimáticos
Foram determinadas as atividades de algumas enzimas-chave do
sistema antioxidante: SOD, APX e CAT. As enzimas foram extraídas utilizando-
se de almofariz e pistilo pré-resfriados, com polivinilpolipirrolidona (PVPP) 200
% (p/p) e 4 mL de meio de extração específico para cada enzima, como se
segue: SOD [tampão fosfato de potássio 100 mM (pH 7,8), EDTA 0,1 mM , DTT
1mM, β-mercaptoetanol 10 mM e Triton-100 0,1 % (v/v)]; APX [tampão fosfato
de potássio 50 mM (pH 7,0), EDTA 2 mM , ascorbato 20 mM e Triton-100 0,1 %
(v/v)]; CAT [tampão fosfato de potássio 50 mM (pH 7,0), EDTA 2 mM ,
ascorbato 20 mM e Triton-100 0,1% (v/v)]. O homogenato resultante foi
centrifugado a 15000 g , por 15 min, a 4° C. O sobrenadante foi coletado e
usado para quantificações protéicas (Bradford, 1976) e atividades enzimáticas.
A atividade total da SOD foi determinada de acordo com o método
espectrofotométrico, descrito por Giannopolitis e Ries (1977), em que a
atividade da SOD é dada pela capacidade da enzima em inibir a redução
fotoquímica do azul de nitrotetrazólio (NBT), sob luz. Para os ensaios de
atividade, uma alíquota do extrato enzimático (5 μL) foi aplicada a 3 mL
(volume final) de meio de reação contendo tampão fosfato de potássio 52,5 mM
(pH 7,8), EDTA 0,1 μM, NBT 75 μM, metionina 13 mM (pH 7,8) e riboflavina 2
μM. A interferência inespecífica inerente ao extrato enzimático foi determinada
pela adição de extrato desnaturado à mistura de reação, enquanto a produção
total de azul de formazana foi determinada utilizando-se apenas o meio de
reação. O ensaio de atividade foi iniciado pela exposição dos tubos contendo
as referidas misturas a uma câmara contendo luz fluorescente (15 W), a 25º C,
por 10 min. A reação foi paralisada desligando-se a luz, sendo a produção
fotoquímica de azul de formazana determinada em espectrofotômetro (Hitachi
mod. U-2000, Tókio, Japão), a 560 nm. Uma mistura de reação mantida sob
obscuridade foi utilizada como branco. A atividade da SOD (unidades mL-1) foi
proporcional à relação V/v -1, em que V é a variação em absorbância por
minuto, sem o extrato enzimático, e v é a variação em absorbância por minuto,
15
com o extrato. Considerou-se que 1 U de SOD corresponde à quantidade da
enzima capaz de inibir a redução do NBT em 50%.
A atividade da APX foi determinada de acordo com Nakano e Asada
(1981), com algumas modificações. O ensaio enzimático foi realizado em
espectrofotômetro, após a adição de 15 μL de extrato enzimático a 985 μL de
meio de reação contendo tampão fosfato de potássio 50 mM (pH 7,0), 0,5 mM
ascorbato e 0,1 mM de H
2
O
2
. A atividade da enzima foi determinada pelo
decréscimo na absorbância a 290 nm, durante 1 min, a 25 ºC. Para os cálculos
da atividade, utilizou-se o coeficiente de extinção molar do ascorbato (2,8 mM
-1
cm
-1
), considerando-se que 1 U de APX corresponde à quantidade da enzima
capaz de oxidar 1 μmol de ascorbato por minuto.
A atividade da CAT foi determinada pelo consumo de H
2
O
2
, de acordo
com Havir e McHale (1989), com algumas modificações. O ensaio enzimático
foi realizado em espectrofotômetro, após a adição de 15 μL de extrato
enzimático a 985 μL de meio de reação contendo tampão fosfato de potássio
50 mM (pH 7,0) e H
2
O
2
12,5 mM . A atividade da enzima foi determinada pelo
decréscimo na absorbância a 240 nm, durante 1 min, a 30 ºC. Para os cálculos
da atividade, utilizou-se o coeficiente de extinção molar do H
2
O
2
(39,4 mM-1
cm-1), considerando-se que, nas condições de ensaio, 1 U de CAT
corresponde à quantidade da enzima capaz de oxidar 1 μmol de H
2
O
2
por
minuto.
10- Análises estatísticas
As análises estatísticas foram feitas, com base no delineamento em
blocos casualizados, com doze tratamentos e cinco repetições, formando um
esquema em fatorial 6 x 2 (seis tipos de planta e dois regimes hídricos). A
parcela foi constituída de uma planta por vaso.
Realizou-se a análise de variância dos dados à significância de 5% de
probabilidade, pelo teste F, utilizando-se o programa computacional ‘Sisvar’,
desenvolvido por Ferreira (2000). Quando diferenças significativas foram
detectadas, as médias foram agrupadas pelo teste de Newman-Keuls a 5% de
probabilidade.
16
RESULTADOS
1- Parâmetros biométricos
As plantas alcançaram o ψ
am =
-3,0 MPa em diferentes períodos, após a
imposição do déficit hídrico, portanto as alterações de crescimento não foram
completamente comparáveis entre as plantas estressadas. Além disso, os
efeitos do déficit hídrico no crescimento das plantas não foram significativos
devido ao curto período de imposição do déficit hídrico (dados não
apresentados).
Comparando-se as plantas pés-franco, não foram observadas diferenças
quanto à área foliar, diâmetro do caule, massa seca raiz/ área foliar. Apesar de
a biomassa radicular ter sido 20% maior no pé-franco 109 do que no pé-franco
120, o comprimento da raiz foi 36% maior no último (Tab. 1).
As plantas auto-enxertadas tiveram menor biomassa total e área foliar,
quando comparadas às respectivas plantas pés-franco. Entretanto, as
diferenças entre auto-enxertias 109/109 e 120/120 seguiram padrões
semelhantes aos observados nos pés-franco. As enxertias recíprocas 120/109
e 109/120 também apresentaram menores áreas foliares quando comparados
a ambos os pés-francos, porém as massas secas da raiz e biomassas totais
foram menores somente em relação ao pé-franco 109 (Tab. 1).
Quanto à comparação entre as enxertias, a exemplo do observado para
o pé-franco 120, o comprimento da raiz foi maior nas plantas constituídas pelo
sistema radicular 120 (120/120 e 109/120) do que nas plantas com o sistema
radicular 109 (Tab. 1), não apresentando diferenças com relação aos
parâmetros área foliar e diâmetro do caule. Entretanto, observou-se que na
auto-enxertia 120/120, a massa seca da raiz, a relação massa seca raiz/ área
foliar e biomassa total foram menores do que nas demais enxertias (Tab. 1).
17
s-franco Enxertias
Parâmetros Clone 109 Clone 120 109/109 120/120 109/120 120/109
Comprimento
caule (m) 0,37 ± 0,02 a 0,32 ± 0,01 b 0,36 ± 0,02 a 0,28 ± 0,01 b 0,35 ± 0,02 a 0,31 ± 0,02 b
Diâmetro
caule (cm)
0,54 ± 0,01 a 0,52 ± 0,02 a 0,51 ± 0,03 a 0,47 ± 0,01 a 0,51 ± 0,02 a 0,48 ± 0,02 a
Área
foliar (m2) 0,261 ± 0,03 a 0,245 ± 0,02 a 0,193 ± 0,04 b 0,164 ± 0,04 b 0,180 ± 0,03 b 0,185 ± 0,02 b
Massa seca raiz/
Massa seca parte aérea 0,196 ± 0,02 a 0,193 ± 0,01 a 0,195 ± 0,03 a 0,186 ± 0,01 a 0,218 ± 0,02 a 0,194 ± 0,02 a
MS raiz (g) 9,65 ± 0,81 a 8,04 ± 0,18 b 6,84 ± 0,71 b 4,94 ± 0,3 c 7,24 ± 0,56 b 7,04 ± 0,68 b
Comprimento raiz (m)
0,53 ± 0,02 c 0,72 ± 0,02 a 0,53 ± 0,02 c 0,63 ± 0,02 b 0,64 ± 0,01 b 0,57 ± 0,02 bc
Massa seca raiz/
Área foliar (g.m
2
) 36,97 ± 3,50 a 33,01 ± 4,03ab 35,44 ± 2,50 a 30,12 ± 4,50 b 40,22 ± 4,30 a 38,05 ± 3,25 a
Biomassa total (g) 58,88 ± 4,50 a 49,72 ±4,92 b 41,81 ± 4,74 b 32,86 ±1,95 c 40,4 ± 1,8 b 43,33 ± 2,7 b
Tabela. 1. Características morfológicas de pés -franco e enxertias de Coffea canephora em condições irrigadas. Letras
minúsculas diferentes representam diferenças significativas entre médias de clones (Teste Newman-Keuls, P0,05). Cada
valor representa a média
±
o erro
-
padrão de cinco repetições
s
18
0 5 10 15 20 25 30
-4
-3
-2
-1
0
109I
109 NI
120I
120NI
0 5 10 15 20 25 30
-4
-3
-2
-1
0
109/109I
109/109NI
120/120I
120/120NI
0 5 10 15 20 25 30
-4
-3
-2
-1
0
109/120I
109/120NI
120/109I
120/109NI
ψ
am
(MPa)
ψ
am
(MPa)
2- Status hídrico
Nas plantas-controle, o potencial hídrico foliar na ante-manhã (ψ
am
)
foi
sempre superior a -0,05 MPa. Após a suspensão da irrigação, nas plantas
pés-
franco e auto-enxertias do clone 109 (sensível à seca), ψ
am
diminui mais
rapidamente que nas plantas pés-franco e auto-enxertia do clone 120 (Fig. 1a e
1b). O déficit hídrico severo (-3,0 MPa) foi alcançado aos 18 dias pelas plantas
109 e 109/109. As plantas 120 e 120/120 só atingiram -3,0 MPa aos 25 e 27
dias, após a imposição do déficit, respectivamente (Fig. 1a e 1b).
Quando comparado ao
pé-franco 109 e auto-enxertia 109/109, ψ
am
tendeu a diminuir mais lentamente nas combinações de enxertia 120/109 e
109/120, sendo que ψ
am
-3,0 MPa foi alcançado aos 22 e 25 dias,
respectivamente (Fig. 1c).
Dias após a imposição do déficit hídrico
FIG. 1. Perfil temporal do potencial hídrico foliar na antemanhã (ψ
am
) de pés-
franco (a), auto-enxertias (b) e enxertias recíprocas (c) de diferentes clones de
Coffea canephora em condições irrigadas (símbolos cheios) e sob déficit
hídrico (simbolos vazios). Cada ponto representa a média + erro padrão de
cinco repetições. I = Irrigado, NI= Não irrigado (não irrigado após a imposição
do déficit hídrico)
a)
b)
c)
19
3- Trocas gasosas
Sob irrigação, não houve diferença em A e na razão C
i
/C
a
entre as
plantas pés-franco, auto-enxertia e enxertia recíproca (Fig. 2a e 2c). Quanto a
g
s
, de modo geral, em condição irrigada, maior g
s
foi observada na auto-
enxertia 109/109 (Fig. 2b).
Analisando-se g
s
, após a suspensão da irrigação, sob ψ
am =
-0,5 MPa,
foi possível observar uma redução significativa em g
s
nas plantas 120/120, 120
e nas combinações de enxertia 109/120 e 120/109. Esse fato não foi
observado nas plantas 109 e 109/109 (Fig. 2b). As taxas transpiratórias
seguiram padrão semelhante aos observados para g
s
(dados não
apresentados). Sob ψ
am
= -1,0, -1,5 e -3,0 MPa, foi possível observar redução
em g
s
em todas as plantas, inclusive 109 e 109/109 (Fig. 2 a,b e c).
Quanto a fotossíntese, sob ψ
am =
-0,5 MPa, foi possível observar uma
redução significativa em A no pé-franco 120 (Fig. 2a). Embora tenha sido
verificada redução em A em todas as plantas a ψ
am
= -1,0, -1,5 e -3,0 MPa, foi
possível observar que no ψ
am =
-3,0MPa, as plantas 109 e 109/109 tenderam a
apresentar reduções mais pronunciadas em A, quando comparadas as demais.
Nesse potencial, no pé-franco 120 e na auto-enxertia 120/120, houve redução
de 55% em A e de 93% em g
s
. No pé-franco 109 e auto-enxertia 109/109 a
redução da A foi de 75% e, em g
s
, de 96%. Nas combinações de enxertia
120/109 e 109/120, houve uma redução em torno de 60% em A e 95% em g
s
(Fig. 2a). A ψ
am
= -3,0MPa, foi possível observar também que no pé-franco 109
e na auto-enxertia 109/109 a razão C
i
/C
a
permaneceu mais elevada (Fig 2c).
Independentemente dos clones avaliados, as reduções em g
s
ocorreram em
maior extensão que as reduções em A, fato acompanhado por redução na
razão C
i
/C
a
(Fig. 2a, b e c ).
20
Ψ
w
:
0 MPa
Controle
Estressado
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Taxa fotossintética líquida - A (μmol CO
2
m
-2
s
-1
)
Ψ
w
: -0,5 MPa
Controle
Estressado
Ψ
w
: -1,0 MPa
Controle
Estressado
Ψ
w
: -1,5 MPa
Controle
Estressado
Ψ
w
: -3,0 MPa
Controle
Estressado
109/109
120/109
109/120
120/120
109
120
Ψ
w
: 0,0 MPa
Controle
Estressado
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
0,35
Condutância estomática - g
s
(mol m
-2
s
-1
)
Ψ
w
: -0,5 MPa
Controle
Estressado
Ψ
w
: -1,0 MPa
Controle
Estressado
Ψ
w
: -1,5 MPa
Controle
Estressado
Ψ
w
: -3,0 MPa
Controle
Estressado
109/109
120/109
109/120
120/120
109
120
Ψ
w
: 0,0 MPa
Controle
Estressado
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
Razão C
i
/C
a
Ψ
w
: -0,5 MPa
Controle
Estressado
Ψ
w
: -1,0 MPa
Controle
Estressado
Ψ
w
: -1,5 MPa
Controle
Estressado
Ψ
w
: -3,0 MPa
Controle
Estressado
109/109
120/109
109/120
120/120
109
120
FIG. 2. Taxa fotossintética líquida de CO
2
, condutância estomática e razão
entre concentração de CO
2
interna e externa (C
i
/C
a
) à folha, em plantas de
Coffea canephora enxertadas e não enxertadas. Os gráficos foram ligeiramente
deslocados horizontalmente de modo a facilitar a visualização das linhas
verticais que representam o erro padrão da média. n = 5. Barras verticais
C)
A)
B)
21
pretas sem símbolo indicam ausência de diferença significativa para os pontos
localizados verticamente na mesma posição (P > 0,05; teste de Duncan).
4- Composição isotópica do carbono (δ
13
C)
Após a imposição do déficit hídrico, δ
13
C aumentou, significativamente,
em todas as plantas (Fig. 3), o que sugere que a eficiência do uso da água (E
A
)
tenha aumentado durante o período de estresse. Não houve efeito da auto-
enxertia, pois os valores de δ
13
C não defeririam entre os pés-franco e suas
respectivas auto-enxertias. Independentemente do déficit hídrico, observa-se
que o clone 120 apresentou maior δ
13
C que a planta 109. Do mesmo modo, a
auto-enxertia 120/120 apresentou maior δ
13
C em relação à auto-enxertia
109/109. Nas combinações de enxertia 109/120 e 120/109, a δ
13
C foi
semelhante entre os tratamentos 120 e 120/120, ambos os quais apresentaram
maior descriminação quando comparadas aos tratamentos 109 e 109/109
(Fig. 3).
1
0
9
1
2
0
1
0
9
/
1
0
9
1
2
0
/
1
2
0
1
0
9
/
1
2
0
1
2
0
/
1
0
9
13
C (‰)
-30
-29
-28
-27
-26
-25
-24
Controle
Estressado
a
a
a
b
b
a
B*
A*
B*
A*
A*
A*
FIG. 3. Efeitos do déficit hídrico na composição isotópica de carbono foliar
(δ
13
C) de pés-franco e enxertias de Coffea canephora. Letras minúsculas
diferentes representam diferenças significativas entre médias de clones
irrigados, e letras maiúsculas diferentes denotam diferenças significativas entre
médias de clones estressados (Newman-Keuls, P0,05). As médias de plantas
estressadas marcadas com um asterisco diferem das médias das plantas-
controle (Teste F; P 0,05). As colunas representam a média, e as barras o
erro-padrão, de cinco repetições.
δ
13
C (‰)
22
5- Ácido abscísico
Detecção e quantificação da ABA por HPLC/MS/MS
A detecção e quantificação da ABA e a detecção de 5,8’,8’,8’-ABAd
4
foram feitas através do monitoramento de reação múltipla (MRM), que é a
seleção de uma transição de massa específica (ou fragmentação) da molécula
de interesse. Para o ABA, a transição escolhida foi m/z 263153 e para o
padrão interno 5,8’,8’,8’-ABAd
4
a transição m/z 267156. Os cromatogramas
dos padrões ABA (Fig. 4a) e 5,8’,8’,8’-ABAd
4
(Fig. 4b) possuem, em 16
minutos, dois picos intensos, referentes ao íons moleculares do ABA e do
5,8’,8’,8’-ABAd
4
.
O
O
O
OH
O
O
O
D
D
3
C
OH
0.00 2.50 5.00 7.50 10.00 12.50 15.00 17.50 20.00 22.50 25.00 27.50 30.00 32.50 35.00
0
100
0
100
16.0316.03
16.26
Abundância relativa (%)
Tempo (min)
A
B
FIG. 4. Cromatogramas dos padrões ABA (a) e 5,8’,8’,8’-ABAd
4
(b) obtidos por
HPLC/MS/ESI
-
.
Os espectros de massas do ABA (Fig. 5a) e do 5,8’,8’,8’-ABAd
4
(Fig. 5b)
obtidos em 16 minutos, possuem dois picos predominantes com m/z 263 e m/z
267, referentes aos íons moleculares do ABA e do 5,8’,8’,8’-ABAd
4
,
respectivamente. No espectro de massas do ABA (Fig. 5a) foi possível
23
observar que além do pico do íon molecular (m/z 263), existe os picos com m/z
219 e m/z 153, que correspondem aos fragmentos da molécula de ABA,
produzidos na ionização dentro do espectrômetro de massas. O espectro de
massas do padrão interno 5,8’,8’,8’-ABAd
4
(Fig. 5b) também possui fragmentos
com m/z 223 e m/z 156.
100 110 120 130 140 150 160 170100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 280 290
0
100
0
100
263
153
113
219
263
153
113
219
267
156
223
245
Abundância relativa (%)
m/z
A
B
O
O
O
OH
m/z 263
m/z 219
m/z 153
ABA
O
O
O
D
D
3
C
OH
m/z 267
m/z 223
m/z 156
5,8’,8’,8’-ABAd
4
5
FIG. 5. Espectros de massas dos padrões ABA (A) e 5,8’,8’,8’-ABAd
4
(B) em 16
minutos, obtidos por HPLC/MS/ESI
-
na faixa de massa com m/z de 100 a 300.
Na figura 6 tem-se os cromatogramas obtidos no modo de detecção MRM,
monitorando as transições de massas dos padrões ABA (m/z 263153) e
5,8’,8’,8’-ABAd
4
(m/z 267156).
24
0.00 2.50 5.00 7.50 10.00 12.50 15.00 17.50 20.00 22.50 25.00 27.50 30.00 32.50 35.00
0
100
0
100
16.6316.63
16.43
A
B
ABA
5,8’,8’,8’-ABAd
4
Abundância relativa (%)
Tempo (min)
MRM
m/z 263
153
MRM
m/z 267
156
FIG. 6. Cromatogramas obtidos no modo de detecção MRM dos padrões ABA
(A) e 5,8’,8’,8’-ABAd
4
(B).
Após a análise dos padrões ABA e 5,8’,8’,8’-ABAd
4
por HPLC/MS/MS,
foi realizada a análise das amostras de folha e raiz de café. Como era
esperado, tanto em condição controle (irrigadas) quanto em condição de déficit
hídrico, as amostras de folha e raiz possuíam pequenas quantidades de ABA
(nanogramas por grama de massa seca). Foi possível detectar e quantificar o
ABA nas amostras utilizando-se uma curva de calibração, onde tanto as
amostras quanto os padrões utilizados foram analisados por HPLC/MS/MS no
modo MRM. A curva de calibração foi obtida através da razão entre as áreas
dos picos de ABA e 5,8’,8’,8’-ABAd
4
(área de ABA/área de 5,8’,8’,8’-ABAd
4
)
versus diferentes concentrações de ABA. O cromatograma no modo MRM
(FIG. 7) de uma amostra de folha de café possui a transição característica do
ABA (m/z 263153) e do padrão interno 5,8’,8’,8’-ABAd
4
(m/z 267156),
comprovando que a detecção por HPLC/MS/MS do ABA e do padrão interno
adicionado na extração, foi eficiente e validou a metodologia para a
quantificação da molécula de ABA.
25
0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 12.00 14.00 16.00 18.00 20.00 22.00 24.00 26.00 28.00 30.00 32.00 34.00
0
100
0
100
16.68
3.34
4.76
13.96
18.27
23.14
18.54
25.19
16.68
3.34
4.76
13.96
18.27
23.14
18.54
25.19
16.65
Abundância relativa (%)
Tempo (min)
A
B
ABA
5,8’,8’,8’-ABAd
4
MRM
m/z 263
153
MRM
m/z 267
156
FIG. 7. Detecção de ABA em amostra de café. Cromatogramas obtidos no
modo de detecção MRM do ABA (A) e do padrão interno 5,8’,8’,8’-ABAd
4
(B).
Quantificação de ABA nas folhas e raízes de Coffea canephora
Sob irrigação, não houve diferença nas concentrações foliares de ABA
entre as diferentes combinações analisadas, situação que se repetiu a ψ
am
= -
0,5 MPa (Fig. 8). Aumentos nas concentrações foliares de ABA em resposta ao
déficit hídrico somente foram observados quando ψ
am
foi menor que – 1,0
MPa.
Sob ψ
am
= -1,0 e -1,5 MPa, foi possível observar maior concentração de
ABA foliar nas plantas 120/120, 109/120 e 120/109, ao compararem-se essas
plantas com a planta 109/109 (Fig. 8).
Em condições de déficit hídrico severo (-3,0 MPa), não houve diferença
nas concentração foliares de ABA entre as plantas tolerante (120) e sensível
(109), bem como entre as plantas 109/120, 120/120/ e 109/109. Entretanto, a
planta 120/109 apresentou maior concentração de ABA, quando comparadas
às demais plantas (Fig. 8).
26
De modo geral, foi verificado que quanto menor ψ
am,
maiores foram as
concentrações de ABA foliar . Entretanto, não se observou diferença entre as
plantas 120/120 e 109/120 submetidas aos ψ
am
= -1,5 e -3,0MPa (Fig. 8) .
1
0
9
1
2
0
1
0
9
/
1
0
9
1
2
0
/
1
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/
1
2
0
1
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/
1
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9
ABA (ng g
-1
MS)
0
100
200
300
400
500
600
Controle
Estressado
1
0
9
/
1
0
9
1
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0
/
1
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1
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/
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1
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/
1
0
9
ABA (ng g
-1
MS)
0
100
200
300
400
500
600
Controle
Estressado
a a a
A
a a
AA AA A
a
a a a a
B*
A*
B*
B*
1
0
9
/
1
0
9
1
2
0
/
1
2
0
1
0
9
/
1
2
0
1
2
0
/
1
0
9
ABA (ng g
-1
MS)
0
100
200
300
400
500
600
Controle
Estressado
1
0
9
1
2
0
1
0
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/
1
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9
1
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/
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1
0
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/
1
2
0
1
2
0
/
1
0
9
ABA (ng g
-1
MS)
0
100
200
300
400
500
600
Controle
Estressado
B*B*
B*
A*
a a
a
a
A* A* A* A*
A*
B*
a
aaa a
a
FIG. 8. Concentração foliar de ácido abscísico (ABA) em pés -franco e
enxertias de Coffea canephora irrigados (colunas brancas) e submetidos ao
déficit hídrico (colunas cinzas), Ψ
am =
-0,5, -1,0, -1,5 e -3,0 MPa. Outros
detalhes estatísticos conforme Fig. 2.
A concentração de ABA nas raízes, sob de déficit hídrico severo (-3,0
MPa) teve um aumento de aproximadamente 70 % em todas as plantas,
quando comparadas às respectivas plantas-controle (Fig. 9).
Independentemente do déficit hídrico, as concentrações de ABA foram maiores
Ψ
am
= -3,0 MPa Ψ
am
= -1,5 MPa
Ψ
am
= -0,5 MPa Ψ
am
= -1,0 MPa
27
nas raízes das plantas 120, 120/120 e 109/120 quando comparados aos das
plantas 109, 120/109 e 109/109 (Fig. 9). Observou-se, também, em todas as
plantas, que as concentrações de ABA na raiz foram sempre maiores do que
as da folha, independente dos regimes hídricos.
1
0
9
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2
0
1
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/
1
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9
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/
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1
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/
1
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0
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0
/
1
0
9
ABA (ng g
-1
MS)
0
200
400
600
800
1000
Controle
Estressado
a
A*
b
B*
a
A*
b
B*
b
B*
a
A*
FIG. 9. Concentração de ácido abscísico (ABA) nas raízes de pés -franco e
enxertias de Coffea canephora irrigados (colunas brancas) e submetidos a
déficit hídrico (colunas cinzas), Ψ
am =
-3,0 MPa. Outros detalhes estatísticos
conforme Fig. 2.
6- Carboidratos e aminoácidos
Sob déficit hídrico moderado, não houve diferenças nas concentrações
de glicose entre os pés-francos 120 e 109, bem como entre as enxertias
120/120 e 109/109 (Fig. 10a).
Sob déficit hídrico severo, o teor de glicose aumentou nas plantas 109,
109/109 e 109/120, fato não observado para 120, 120/120 e 120/109. Já
quanto ao teor de frutose, não houve diferença entre as plantas estressadas e
plantas-controle (Fig. 10a e 10b).
As concentrações de sacarose e amido foliar sofreram forte redução,
tanto sob estresse hídrico moderado, quanto sob severo em todas os
tratamentos, indistintamente. Os níveis de redução de sacarose foram, em
média, de 38 % a Ψ
am
= -1,5 MPa e 57 %, a Ψ
am
= -3,0 MPa. Em ambos os
potenciais foliares, a percentagem média de redução da concentração de
amido foi de 70% (Fig. 10c e 11a) .
28
Verificou-se, a Ψ
am
= -1,5 MPa, que a razões amido:sacarose e
hexoses:aminoácidos foram reduzidas nas plantas 120, 120/120, 109/120 e
120/109, fato não observado no clone 109 e 109/109 (Fig. 12). Já sob -3,0
MPa, a razão amido:sacarose permaneceu inalterada em todas as plantas,
enquanto a razão hexoses:aminoácidos diminuiu nas plantas 120, 109/120 e
120/109 (Fig. 12).
A concentração de aminoácidos aumentou significativamente em todas
as plantas, sob déficit hídrico moderado e severo, mais particularmente sob
déficit moderado (Fig. 11b). Esse aumento foi mais pronunciado nas plantas
109 e 109/109, quando comparado ao das plantas 120 e 120/120. Entre as
enxertias 120/109 e 109/120, sob déficit moderado, a concentração de
aminoácidos foi maior na 120/109, que apresentou concentrações semelhantes
às das plantas 109 e 109/109 (Fig. 11b).
A concentração de prolina não diferiu entre as plantas-controle, mas
aumentou sob déficit hídrico moderado somente nas plantas 109, 109/109 e
109/120 (Fig. 11c). Sob déficit hídrico severo, as concentrações de prolina
aumentaram em todas as plantas, com exceção da combinação de enxertia
120/109. Foi observado que as plantas 109 e 109/109 apresentaram as
maiores concentrações de prolina e que houve um efeito do porta-enxerto 120,
que reduziu as concentrações de prolina no enxerto 109 a valores semelhantes
àqueles observados para as plantas 120,120/120 e 120/109.
29
1
0
9
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Sacarose (mmol kg
-1
MS)
0
20
40
60
80
a
a
a
a
a
a
A*
A*
A*
A*
A*
A*
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20
40
60
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a
a
a
a
a
a
A*
A*
A*
A*
A*
A*
1
0
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/
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1
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/
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3
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9
12
15
a
a
a
ab
ab
b
A
B
A
A
B
B
1
0
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1
2
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1
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1
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0
9
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1
2
0
1
2
0
/
1
0
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Frutose (mmol kg
-1
MS)
0
3
6
9
12
15
a
a
a
ab
a
b
A
B*
B
B
B*
A
1
0
9
1
2
0
1
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9
/
1
0
9
1
2
0
/
1
2
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1
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1
2
0
1
2
0
/
1
0
9
0
3
6
9
12
15
a
b
b
a
a
a
A
A
AB
B*
B*
B*
1
0
9
1
2
0
1
0
9
/
1
0
9
1
2
0
/
1
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0
1
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9
/
1
2
0
1
2
0
/
1
0
9
Glicose (mmol kg
-1
MS)
0
3
6
9
12
15
a
a
ab
ab
b
b
A
A
A
A
A
A
FIG. 10. Concentrações de glicose, frutose e sacarose, em folhas de pés-
franco e enxertias de Coffea canephora irrigados (colunas brancas) e
submetidos a déficit hídrico (colunas cinzas) moderado (Ψ
am
= -1,5 MPa) e
severo (Ψ
am
= -3,0 MPa). Outros detalhes estatísticos conforme Fig. 2.
Ψ
am
= -3,0 MPa Ψ
am
= -1,5 MPa
c)
b)
a)
30
1
0
9
1
2
0
1
0
9
/
1
0
9
1
2
0
/
1
2
0
1
0
9
/
1
2
0
1
2
0
/
1
0
9
Amido (mmol kg
-1
MS)
0
20
40
60
80
100
a
a
a
a
a
a
A*
A*
A*
A*
A*
A*
1
0
9
1
2
0
1
0
9
/
1
0
9
1
2
0
/
1
2
0
1
0
9
/
1
2
0
1
2
0
/
1
0
9
0
20
40
60
80
100
a
a
a
a
a
a
A*
A*
A*
A*
A*
A*
1
0
9
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1
0
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0
9
/
1
2
0
1
2
0
/
1
0
9
Aminoácidos (mmol kg
-1
MS)
0
200
400
600
800
b
B*
a
b
a
a
a
A*
B*
A*
A*
B*
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9
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1
2
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/
1
0
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200
400
600
800
b
a
b
a
ab
B*
B*
A*
A*
AB*
A*
a
1
0
9
1
2
0
1
0
9
/
1
0
9
1
2
0
/
1
2
0
1
0
9
/
1
2
0
1
2
0
/
1
0
9
Prolina (mmol kg
-1
MS)
0
3
6
9
12
a
a
a
a A
a
a
A
A
AB*
B*
B*
1
0
9
1
2
0
1
0
9
/
1
0
9
1
2
0
/
1
2
0
1
0
9
/
1
2
0
1
2
0
/
1
0
9
0
3
6
9
12
a
a
a
a
a
a
A
B*
AB*
AB*
C*
C*
FIG. 11. Concentrações de amido, aminoácidos e prolina, em folhas de pés-
franco e enxertias de Coffea canephora irrigados (colunas brancas) e
submetidos a déficit hídrico (colunas cinzas) moderado (Ψ
am
= -1,5 MPa) e
severo (Ψ
am
= -3,0 MPa). Outros detalhes estatísticos conforme Fig. 2
a)
b)
c)
Ψ
am
= -3,0 MPa Ψ
am
= -1,5 MPa
31
AB
1
0
9
1
2
0
1
0
9
/
1
0
9
1
2
0
/
1
2
0
1
0
9
/
1
2
0
1
2
0
/
1
0
9
Razão amido:sacarose
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
a
a
a
a
a
a
A*
A*
A*
A*
B
B
1
0
9
1
2
0
1
0
9
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1
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0
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0
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/
1
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0
1
2
0
/
1
0
9
Razão amido:sacarose
0,0
0,4
0,8
1,2
1,6
a
a
a
a
a
a
A
A
A
A
A
A
Razão hexoses:AA
1
0
9
1
2
0
1
0
9
/
1
0
9
1
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/
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0
9
/
1
2
0
1
2
0
/
1
0
9
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
a
a
a
ab
b
b
A*
A
A
A*
A*
A*
1
0
9
1
2
0
1
0
9
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1
0
9
1
2
0
/
1
2
0
1
0
9
/
1
2
0
1
2
0
/
1
0
9
Razão hexoses:AA
0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
a
a
a
b
b
ab
A
A
A*
AB*
B*
AB
FIG. 12. Razões amido: sacarose e hexoses: aminoácidos, em folhas de pés-
franco e enxertias de Coffea canephora irrigados (colunas brancas) e
submetidos a déficit hídrico (colunas cinzas) moderado (Ψ
am
= -1,5 MPa) e
severo (Ψ
am
= -3,0 MPa). Outros detalhes estatísticos conforme Fig. 2
7- Parâmetros de fluorescência da clorofila a e pigmentos fotossintéticos
Não foi observada diferença quanto aos parâmetros fotoquímicos e
concentração de pigmentos fotossintéticos entre os pés-francos, auto-enxertias
e combinações de enxertia, em condições irrigadas (Fig. 13). Sob déficit hídrico
moderado e severo, não foram verificadas alterações na eficiência fotoquímica
máxima do FSII (avaliada pela razão F
v
/F
m
) (Fig. 13a) e nos teores de
pigmentos fotossintéticos (dados não apresentados).
Ψ
am
= -3,0 MPa Ψ
am
= -1,5 MPa
32
Algumas alterações nos demais parâmetros fotoquímicos foram
verificadas sob déficit hídrico, mas também não houve diferença entre as
plantas. (Fig. 13). Sob déficit hídrico moderado e severo, não foram observadas
alterações na razão F
v
’/F
m
’, enquanto q
P
decresceu em média 24 % (Ψ
am=
-1,5
MPa) e 30 % (Ψ
am=
-3,0 MPa) (Fig. 13b e 13c). A redução em q
P
esteve
associada ao decréscimo em ø
FSII
(24 %, Ψ
am=
-1,5 e 36 %, Ψ
am=
-3,0) (Fig.
13d). Entretanto, não houve alterações significativas em NPQ (Fig. 13e). Nas
plantas submetidas ao déficit hídrico moderado e severo foram observados
aumentos de 34% e 23% em P
E
, respectivamente (Fig. 13f).
8- Estresse oxidativo
Em geral, pode-se observar menor extravasamento de eletrólitos em
folhas do clone tolerante ao déficit hídrico, tanto a ψ
am =
-1,5 quanto -3,0
MPa
(Fig. 14). Sob déficit hídrico moderado, o extravasamento de eletrólitos
aumentou nas folhas das plantas 109, 109/109 e 109/120, mas não nas folhas
dos tratamentos 120, 120/120 e 120/109.
Sob déficit severo (-3,0 MPa), o extravasamento de eletrólitos aumentou
significativamente em todas as plantas, particularmente nos pé-franco 109 e
auto-enxertia 109/109 (~100% maior que nas plantas pé- franco 120 e auto-
enxertia 120/120; Fig. 14). Ainda, pode-se observar que o porta-enxerto 120
reduziu o extravasamento de eletrólitos em folhas do enxerto 109 (plantas
109/120), quando comparado ao pé-franco 109. A tendência do mesmo efeito
também pode ser observada sob déficit hídrico moderado, embora a diferença
ainda não tenha sido significativa.
Sob irrigação adequada, não houve diferenças nas atividades das
enzimas peroxidase do ascorbato (APX), dismutase do superóxido (SOD) e
catalase (CAT) entre todas as plantas (Fig. 14).
33
1
0
9
1
0
9
/
1
0
9
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/
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/
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2
0
1
2
0
F
v
/F
m
0,00
0,25
0,50
0,75
1,00
a A
a A
a A
a A
a A
a A
1
0
9
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0
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1
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/
1
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0
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/
1
2
0
1
2
0
/
1
2
0
1
2
0
F
V
/F
M
0,00
0,25
0,50
0,75
1,00
a A
a A
a A
a A
a A
a A
1
0
9
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1
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/
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0
/
1
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0
1
2
0
NPQ
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
a A
a A
a A
a A
a A
A
a
1
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1
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1
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/
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1
2
0
NPQ
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
a
a
a
a
a
a
A
A
A
A
A
A
1
0
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P
E
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
a
a
a
a
a
a
A*
A*
A*
A*
A*
A*
1
0
9
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/
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P
E
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
a
a
a
a
a
a
A*
A*
A*
A*
A* A*
1
0
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/
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/
1
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0
1
2
0
PSII
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
a
a
a
a
a a
A*
A*
A*
A*
A*
A*
1
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9
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/
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0
/
1
2
0
1
2
0
PSII
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
a
a
a
a
a
a
A*
A*
A*
A*
A*
A*
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q
p
0,00
0,25
0,50
0,75
1,00
a
a
a
a
a
a
A*
A*
A*
A*
A*
A*
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q
p
0,00
0,25
0,50
0,75
1,00
a
a
a
a
a
a
A*
A*
A*
A*
A*
A*
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0
F
v
'/F
m
'
0,00
0,25
0,50
0,75
1,00
a A
a A
a A
a A
a A
a A
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F
v'
/F
m'
0,00
0,25
0,50
0,75
1,00
a A
a A
a A
a A
a A
a A
Fig. 13. Efeitos de níveis de déficit hídrico sobre a eficiência fotoquímica
máxima do FSII – F
v
/F
m
(a), eficiência de captura de energia de excitação pelos
centros de reação abertos do FSII-F
v
’/F
m
’ (b), coeficiente de extinção
fotoquímica -q
p
(c), rendimento quântico do transporte de elétrons – ø
FSII
(d),
Ψ
am
= -1,5 MP a Ψ
am
= -3,0 MPa
a)
b)
c)
e)
d)
f)
ø
ø
34
coeficiente de extinção não-fotoquímica- NPQ (e) e fração de energia absorvida
não utilizada na fotoquímica nem dissipada termicamente - P
E
(f) em folhas de
pés- franco e enxertias de Coffea canephora irrigados (colunas brancas) e
submetidos a déficit hídrico (colunas cinzas) moderado (Ψ
am
= -1,5 MPa) e
severo (Ψ
am
= -3,0 MPa). Outros detalhes estatísticos conforme Fig. 2.
1
0
9
1
2
0
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0
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/
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/
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9
Extravasamento de eletrólitos (%)
0
5
10
15
20
25
Controle
Estressado
a
a
a
a
a
a
A
A
A
B*
B*
B*
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5
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20
25
Controle
Estressado
a
a
a
a
a
a
A*
A*
C*
B*
D*
D*
FIG. 14. Extravasamento de eletrólitos (%) em folhas de pés -franco e enxertias
de Coffea canephora irrigados (colunas brancas) e submetidos a déficit hídrico
(colunas cinzas) , moderado (Ψ
am
= -1,5 MPa) e severo (Ψ
am
= -3,0 MPa).
Outros detalhes estatísticos conforme Fig. 2.
A ψ
am
=
-1,5 MPa, não houve alteração na atividade da APX e SOD,
porém a atividade da CAT aumentou significativamente em todos os
tratamentos. Sob déficit hídrico moderado houve uma tendência de maior
atividade da CAT nas plantas 109 e 109/109 quando comparados às das
demais (Fig. 15).
Em condições de déficit hídrico severo a atividade da APX aumentou
somente nas plantas 109 (93%), 109/109 (77%) e 109/120 (65%), entretanto, a
atividade da SOD e CAT aumentou significativamente em todas as plantas (Fig.
15). A atividade da SOD aumentou aproximadamente 75 % e não diferiu entre
as plantas. O aumento da atividade da CAT foi em torno de 95 % nas plantas
109 e 109/109, e 65 % nas plantas 120, 120/120, 120/109 e 109/120 (Fig. 15).
Ψ
am
= -1,5 MP a Ψ
am
= -3,0 MPa
35
Ψ
am
= -1,5 MP a Ψ
am
= -3,0 MPa
1
0
9
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a
a
a
a
a
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B*
A*
B*
A*
A*
A*
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O
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-1
mg
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proteína)
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0,05
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0,15
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a
a
aa
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AB*
B*
AB*
A*
AB*
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-1
proteína)
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a
a
a
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1
0
9
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
a
a
a
a
a
a
A
B*
B*
AB*
A
A
1
0
9
1
2
0
1
0
9
/
1
0
9
1
2
0
/
1
2
0
1
0
9
/
1
2
0
1
2
0
/
1
0
9
APX (µmol Asc min
-1
mg
-1
proteína)
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
a
a
a
a
a
a
A
A
A
A
A
A
FIG. 15. Atividade de enzimas antioxidantes, ascorbato peroxidase-APX ,
superóxido dismutase -SOD e catalase-CAT, em folhas de pés- franco e
enxertias de Coffea canephora irrigados (colunas brancas) e submetidos a
déficit hídrico (colunas cinzas) moderado (Ψ
am
= -1,5 MPa) e severo (Ψ
am
= -3,0
MPa). Outros detalhes estatísticos conforme Fig. 2.
36
DISCUSSÃO
1- Efeito da enxertia e do déficit hídrico nos parâmetros de crescimento,
trocas gasosas e ácido abscísico
Não foram verificados sintomas de incompatibilidade das combinações
de enxertia, o que corrobora com a observação de que as características
morfológicas, como comprimento do caule, diâmetro do caule e razão MSR/AF
não diferem entre as plantas enxertadas e plantas pés-franco. Os dados
sugerem que há uma interação entre enxerto e porta-enxerto que pode
influenciar as características biométricas das plantas, visto que foi observado
maior comprimento da raiz nas plantas cujo porta-enxerto é o clone 120, e que
a enxertia 120/120 apresentou menores valores de acúmulo de massa seca na
raiz e biomassa total. É comum a enxertia exercer um efeito inibitório no
crescimento vegetativo e tem-se associado esse efeito à restrição do fluxo de
água, minerais e reguladores de crescimento pelo sistema vascular entre
enxerto e porta-enxerto (Jones, 1984; Simons, 1986; Soumelidou et al., 1994b).
Em concordância com estas observações, Atkinson et al. (2003), comparando
porta-enxertos com diferenças na capacidade de produzir nanismo na macieira,
observaram que as enxertias que produziam maior efeito de nanismo possuíam
uma menor condutividade hidráulica. Dessa forma, é possível que a enxertia
tenha ocasionado uma redução da condutância hidráulica do xilema nas plantas
120/120, resultando em uma redução do acúmulo de biomassa total da planta.
As plantas alcançaram o ψ
am =
-3,0 MPa em diferentes dias, após a
imposição do déficit hídrico, portanto as alterações de crescimento não foram
completamente comparáveis entre as plantas estressadas. Além disso, os
efeitos do déficit hídrico no crescimento das plantas não foram significativos
devido ao curto período de imposição do déficit hídrico. De forma semelhante
ao verificado por Pinheiro et al. (2005), o pé-franco 120 apresentou maior a
tolerância ao déficit hídrico e um sistema radicular mais profundo que o pé-
franco 109. As enxertias que possuíam o clone 120 como sistema radicular
37
também apresentaram maior tolerância ao déficit hídrico, a julgar-se pela
redução mais lenta do ψ
am
e pelo menor extravasamento de eletrólitos. Na
enxertia 120/109 foi observado uma contribuição da parte aérea do clone 120
em retardar a queda do ψ
am.
Estes efeitos não podem ser explicados por
diferenças na área foliar, ou na razão massa raiz/área foliar. Em frutíferas,
como macieira (Olien e Lakso, 1986, Policarpo et al., 2000) e videira
(Carboneau, 1985), porta-enxertos oriundos de genótipos tolerantes aumentam
a tolerância à seca da parte aérea de outros genótipos, mas esse efeito
depende da interação entre os genótipos utilizados. Em condições de campo,
onde a disponibilidade da água do solo não foi limitante, a enxertia de cultivares
de C. arabica em porta-enxerto de C. canephora cv. Apoatã contribuiu também
para manutenção de um melhor status hídrico nas cultivares de C. arabica, fato
atribuído especulativamente à arquitetura, tamanho e condutividade hidráulica
das raízes de C. canephora (Fahl et al., 2001).
A ψ
am
= -0,5 MPa, as plantas tolerantes 120 e 120/120 apresentaram
maior sensibilidade estomática do que as plantas sensíveis 109 e 109/109, pois
g
s
reduziu apenas nas plantas tolerantes. Além disso, as análises de g
s
mostraram que o porta-enxerto 120 pode conferir menor g
s
à parte aérea do
clone 109, mas também que há uma contribuição da parte aérea do clone 120
no controle de g
s
, visto que g
s
da combinação 120/109 foi semelhante a g
s
de
outras plantas que possuíam o sistema radicular do clone 120. Em enxertias de
macieira utilizando-se de diferentes porta-enxertos, tanto reduções quanto
aumentos em g
s
são observados quando comparadas com os pés-francos, sob
déficit hídrico (Higgs e Jones, 1990). Alguns genótipos de porta-enxertos de
videira também são capazes de modular A e g
s
de folhas de genótipos
enxertados (Lacono et al., 1998). O efeito do porta-enxerto sobre g
s
foi
verificado também quando a variedade Catuaí (C. arabica) foi enxertada sobre
café conilon (Tomaz et al., 2006). Estes resultados contrastam com os
experimentos de enxertia recíproca com os mutantes de girassol e tomate,
deficientes em ABA, em que g
s
dependeu somente do genótipo do enxerto
(Fabrini et al., 1995; Holbrook et al., 2002).
38
Em potenciais iguais ou menores que -1,0 MPa, g
s
reduziu em todas as
plantas indistintamente. Estes resultados contrastam parcialmente com os
resultados obtidos por Pinheiro et al. (2005), em que se observaram diferenças
significativas entre os clones 109 e 120, sob potenciais iguais ou menores que -
1,0 MPa. Tal discrepância pode estar associada a diferenças entre tamanhos
de vaso ou interferência ambiental durante a realização das medições.
Sob déficit hídrico severo, reduções mais pronunciadas em A foram
observadas nas plantas sensíveis 109 e 109/109 do que nas plantas tolerantes
120 e 120/120, apesar de não terem ocorrido diferenças em g
s
e C
i
/C
a
. Em
concordância com estas observações, foi possível verificar uma tendência de
reduções menos pronunciadas em A nas enxertias 120/109 e 109/120. Visto
que o fechamento estomático acarreta decréscimos proporcionalmente maiores
à transpiração que à fotossíntese, a eficiência instantânea do uso da água foi
maior nas plantas tolerantes e nas enxertias 120/109 e 109/120.
Independentemente das plantas avaliadas sob déficit hídrico, as reduções em
g
s
ocorreram em maior extensão que as reduções em A, fato acompanhado por
redução na razão C
i
/C
a
. Estes dados sugerem que a inibição fotossintética
pode ter sido ocasionada principalmente devido ao fechamento dos estômatos.
Estes resultados são consistentes com os apresentados por Praxedes et al.
(2006). Entretanto, à medida que se intensifica o estresse, pode ocorrer
também uma inibição não-estomática da fotossíntese, determinada
possivelmente pelo comprometimento da regeneração da ribulose -1,5-
bisfosfato e também por um decréscimo na atividade de carboxilação dessa
enzima (DaMatta et al., 2002b). Contudo, a severidade do déficit hídrico está
intimamente relacionada à taxa de progressão do déficit, sendo que, quanto
mais rápida menor a habilidade da planta para se aclimatar à seca (DaMatta e
Ramalho, 2006). Sendo assim, os resultados podem indicar que naquelas
plantas em que o déficit hídrico progrediu mais lentamente, pode ter ocorrido
aclimatação ao déficit hídrico e, portanto, os efeitos deletérios da seca podem
ter sido minimizados, como, por exemplo, menor dano oxidativo, permitindo a
maior manutenção parcial das taxas fotossintéticas.
39
Medidas instantâneas de trocas gasosas podem não refletir o
desempenho da planta ao longo do tempo e, portanto, devem ser consideradas
com cautela. Por outro lado, δ
13
C na massa seca foliar pode ser tomada como
um indicador sensível da capacidade fotossintética e do comportamento
estomático integrados no tempo e, usualmente, é usada para expressar a E
A
(Farquhar et al., 1982). Conforme evidenciado pelos valores de δ
13
C , o déficit
hídrico promoveu um aumento na δ
13
C em todas as plantas, indicando que
houve um aumento de E
A
, reflexo de uma redução proporcionalmente maior em
g
s
que em A. Maiores valores de δ
13
C foram associados com maior tolerância
à seca, pois o pé- franco 120 e auto-enxertia 120/120 apresentaram maior
δ
13
C que o clone 109 e auto-enxertia 109/109. Nas plantas tolerantes, os
maiores valores de δ
13
C, associados a maior E
A
, podem ter resultado do
controle mais eficiente de g
s
, acompanhada por uma redução menos
pronunciada em A, quando comparados aos das plantas sensíveis ao déficit
hídrico. Pinheiro et al. (2005) também evidenciaram que maior δ
13
C foi
verificado no clone 120, em relação ao clone 109, tanto em condições irrigadas
quanto de déficit hídrico. Em condições de déficit hídrico no campo, DaMatta et
al. (2003) verificaram que o clone 120 apresentou uma maior E
A
associada a
uma menor discriminação isotópica do carbono. Os maiores valores de δ
13
C
verificados na enxertia 109/120 em relação 109/109 e 109 sugerem que há uma
contribuição do porta-enxerto 120 em aumentar a E
A
das folhas do clone 109,
via maior fechamento estomático das folhas do clone 109, acompanhado de
redução menos pronunciada em A. A partir destes resultados, pode-se inferir
que algum sinal produzido nas raízes do clone 120 estaria promovendo redução
em g
s
. Já no caso da enxertia 120/109, os maiores valores de δ
13
C em relação
109/109 e 109, indicam que a parte aérea do 120 possui mecanismos que,
independentemente do sistema radicular, seriam capazes de controlar, de
alguma forma, g
s
e A.
O controle de g
s
, em condições de déficit hídrico, tem sido atribuído
principalmente ao ABA (Zhang e Davies 1991; Borel et al., 2001). Entretanto,
apesar de ter ocorrido um aumento da concentração de ABA foliar sob ψ
am
= –
40
1,0 e -1,5 MPa, que foi maior, principalmente, nas plantas 120/120, 109/120 do
que nas plantas 109/109, não se observou uma associação clara entre
alterações nas concentrações de ABA foliar e em g
s.
. Uma possível explicação
para a ausência de associação entre os aumentos em ABA na folha e redução
em g
s
poderia ser a existência de uma sinalização hidráulica que poderia
parcialmente controlar os movimentos dos estômatos, pois o café é uma
espécie anisoídrica, caracterizada por um mecanismo de retroinibição da
abertura estomática (Tardieu e Simmonneau, 1998). O fechamento estomático
induzido pelo sinal hidráulico pode ocorrer em paralelo ou até mesmo
desencadear uma redistribuição de ABA entre as células do mesofilo e do
apoplasto. Esse sinal hidráulico está associado a uma mudança na tensão do
xilema em plantas sob déficit hídrico, e pode modificar a sensibilidade ao ABA
(Tardieu e Davies, 1992; Comstock, 2002) ou reduzir o crescimento dos brotos
(Saab e Sharp, 1990) ou as trocas gasosas (Davies et al., 1991; Tardieu e
Davies et al., 1992). Desta forma, as plantas poderiam responder a pequenas
alterações no status hídrico do solo sem a necessidade de síntese adicional de
ABA (Taiz e Zeiger, 2002). Ainda, durante as fases iniciais do déficit hídrico, o
aumento do pH apoplástico, pode funcionar como um sinal das raízes
promovendo o controle da resposta estomática ao ABA, quando ainda não
ocorrem alterações detectáveis na concentração de ABA no xilema (Wilkinson e
Davies, 1997; Wilkinson et al., 1998, Netting, 2000). Alternativamente, outras
alterações também podem afetar a abertura estomática, como a redução na
concentração de hormônios como citocininas (Badenoch-Jones et al. 1996) ou
auxinas (Dunleavy e Ladley, 1995), nas concentrações iônicas (Ridolfi et al.
1996) ou na sensibilidade estomática ao ABA (Blatt, 2000; Hetherington, 2001;
Schroeder et al., 2001; Fan et al., 2004; Bray 2002; Davies et al., 2002; Prokic
et al., 2006;).
A maior concentração de ABA foliar nas plantas 120/120, 109/120, sob
ψ
am
= – 1,0 e -1,5 MPa, sugere também que o ABA poderia estar sendo
translocado do sistema radicular das raízes do clone 120 para a parte aérea,
uma vez que as raízes deste clone possuem mais ABA na raiz do que as
41
plantas que possuem o sistema radicular 109. A influência da raiz em aumentar
o teor de ABA da parte aérea foi verificada também em experimentos de
enxertia recíproca em girassol e tomate (Fambrini et al., 1995; Holbrook et al.,
2002).
Em condições de déficit hídrico severo, não houve diferenças quanto aos
teores de ABA foliar entre as plantas tolerantes e sensíveis ao déficit hídrico, o
que pode ser atribuído, especulativamente, ao fato de que o déficit hídrico pode
induzir também o catabolismo do ABA e quando a taxa de biossíntese é
equivalente à taxa catabólica, a concentração de ABA pode ser
aproximadamente constante, considerando-se que já não esteja mais havendo
importação ou exportação de ou para, outras partes da planta (Ren et al.,
2006).
O ABA pode exercer efeito positivo no crescimento as raízes, mesmo em
condições adequadas de irrigação, portanto, as maiores concentrações de ABA
nas raízes oriundas do clone 120 (tolerante) podem contribuir para maior
comprimento dessas raízes. Em plantas de milho, o comprimento da raiz é
maior nas plantas selvagens (com níveis normais de ABA) do que nas plantas
mutantes deficientes em ABA, mesmo quando o suprimento de água é
abundante (Saab et al., 1990; Spollen et al., 2000). Efeito semelhante também
tem sido observado para outras plantas (Sharp et al., 2004).
2- Efeito da enxertia e do déficit hídrico nas concentrações de
carboidratos, aminoácidos e prolina
Presume-se que a enxertia não alterou a alocação do carbono fixado
para a síntese de compostos de reserva, utilização metabólica e síntese de
compostos translocados, pois a enxertia não alterou as concentrações foliares
de glicose, frutose, sacarose, amido, aminoácidos e prolina. O aumento da
concentração de hexoses, principalmente glicose, foi mais evidente nas plantas
que possuíam a parte aérea do clone mais sensível, mas não foi possível
observar uma associação entre maior acúmulo de hexoses e maior redução da
fotossíntese. Alguns autores têm proposto que o acúmulo de hexoses sob
42
déficit hídrico pode ser uma das causas da redução da fotossíntese (Paul e
Driscoll, 1997), fato também não observado em café por Praxedes et al. (2006).
A provável redução da força-dreno e a redução das taxas fotossintéticas das
plantas submetidas ao déficit hídrico foram acompanhadas por redução nas
concentrações de sacarose e amido de modo semelhante entre as plantas. Este
resultado não concorda com maiores reduções no teor de sacarose observadas
para o clone 109 por Praxedes et al. (2006) e Ronchi et al. (2005), e aumento
na concentração de sacarose, sob ψ
am
= –3 MPa (Praxedes et al., 2006).
Entretanto, a razão amido:sacarose foi reduzida somente nas plantas 120,
120/120, 109/120 e 120/109, o que pode ter sido devido a uma tendência
observada de menores reduções no teor de sacarose nessas plantas. Por outro
lado, a redução na concentração de amido é uma resposta bem caracterizada
em plantas de café, tanto sob estresse hídrico moderado quanto severo
(DaMatta et al., 1997; Ronchi et al., 2005; Praxedes et al., 2006).
Tem sido proposto que o acúmulo de hexoses, aminoácidos e prolina
pode contribuir para ajustamento osmótico, evitando maiores danos celulares
associados à desidratação celular (Valliyodan e Nguyen, 2006). Entretanto,
neste trabalho, o acúmulo de hexoses, aminoácidos e prolina, sob déficit
hídrico, ocorreu em maiores proporções nas plantas sensíveis ao déficit hídrico
(onde ocorreram maiores danos celulares) do que nas plantas tolerantes
(menores danos celulares). Portanto, o acúmulo de prolina não foi associado a
maior tolerância à seca, conforme observado em outras cultivares de café
arábica e robusta (Vasudeva, 1981; Maestri et al., 1995). Em alguns casos, a
síntese de tais compostos sob déficit hídrico parece ser um indicador sensível
do status hídrico foliar (Maestri et al., 1995) e pode estar associada à injúria
causada pela seca (Mazzafera e Teixeira, 1989). Neste caso, o acúmulo de
prolina e aminoácidos pode ser mais uma conseqüência do déficit hídrico do
que um mecanismo fisiológico, como ajustamento osmótico, envolvido nas
respostas adaptativas ao déficit hídrico (Serraj e Sinclair, 2002).
43
3- Efeito da enxertia e do déficit hídrico no estresse oxidativo
Nenhuma combinação de enxertia apresentou respostas diferentes
quanto aos parâmetros fotoquímicos e não foi possível fazer uma associação
entre tolerância ao déficit hídrico e as respostas fotoquímicas. Conforme
mostrado em outros trabalhos (DaMatta et al., 2002a; Lima et al., 2002; Pinheiro
et al., 2004), a eficiência fotoquímica máxima do FSII (avaliada pela razão
F
v
/F
m
) foi estável sob condições de seca, sugerindo que não houve danos
fotoinibitórios. A redução em A não foi acompanhada por aumento em NPQ, e
assim não ocorreu alteração na dissipação térmica induzida pela seca. Sob
déficit hídrico, houve um aumento da “pressão de excitação" no PSII (conforme
indicado por redução em q
P
) o que significa que uma fração do
centro de
reação do PSII se encontrava em estado "fechado" durante a exposição à
irradiância actinica, causando um decréscimo em ø
PSII
, (Maxwell e Johnson,
2000). As reduções em ø
PSII
paralelas a Fv/Fm inalterado estão provavelmente
associados com a inibição do PSII durante a fotossíntese. Tal redução poderia
representar uma capacidade de fotoproteção das plantas, que, em condições
de déficit hídrico, ajustariam a taxa de transporte de elétrons à taxa de consumo
de poder redutor (Ronchi et al., 2005; Praxedes et al., 2006). A fração da
energia absorvida não utilizada na fase fotoquímica nem dissipada
termicamente aumentou em condições de estresse. Essa fração de energia
pode reduzir o oxigênio molecular, levando à formação de espécies reativas de
oxigênio (ERO).
O extravasamento de eletrólitos a ψ
am
= -1,5 MPa parece ter sido
associado a características do genótipo da parte aérea, uma vez que o
extravasamento de eletrólitos aumentou nas folhas das plantas 109, 109/109 e
109/120 e não aumentou nas folhas das plantas 120, 120/120 e 120/109.
Entretanto, em geral, as atividades das enzimas APX, SOD e CAT, sob
condições de déficit hídrico moderado, não diferiram entre os tratamentos, e
somente a atividade da CAT aumentou naquelas condições. Portanto, desde
que a CAT é localizada principalmente nos peroxissomos, o aumento da
44
atividade da CAT pode ser um indício de aumento da fotorrespiração (Willekens
et al., 1997).
Sob déficit hídrico severo, aumento do extravasamento de eletrólitos
ocorrido em todas as plantas foi acompanhado por um acréscimo na atividade
de todas as enzimas analisadas, porém tanto o extravasamento quanto as
atividades da CAT e APX foram mais intensos nas plantas sensíveis 109 e
109/109, conforme observado por Lima et al. (2002). Os resultados obtidos para
as atividades da SOD e APX, mas não para CAT, estão de acordo com Pinheiro
et al. (2004). Tais diferenças podem estar associadas às diferenças nas
condições fisiológicas da planta e na integração de diferentes estímulos
ambientais e de desenvolvimento (Reddy et al., 2004).
Sob déficit severo, foi possível verificar que há uma contribuição do
sistema radicular do clone 120 em reduzir o estresse oxidativo em folhas, pois
nas plantas 109/120, o extravasamento de eletrólitos e a atividade da CAT
foram menores do que nas plantas 109 e 109/109. Os dados também sugerem
que há uma contribuição da parte aérea do clone 120 na redução do estresse
oxidativo, pois o extravasamento de eletrólitos e as atividades da APX e CAT
foram menores nas plantas 120/109 do que nas plantas 109 e 109/109.
De modo geral, o clone 120 apresentou uma maior tolerância ao estresse
oxidativo, pois uma adaptação do sistema anti-oxidativo parece ter contribuído
para minimizar danos oxidativos como aquele que acompanha o
extravasamento de eletrólitos. Em contrapartida, o clone 109 foi menos
tolerante ao estresse oxidativo, visto que as alterações nas atividades das
enzimas não foram suficientes para controlar os danos celulares. O efeito do
porta-enxerto 120 em retardar o estresse, possivelmente contribuiu para que
adaptações do mecanismo anti-oxidativo diminuísse também os efeitos
oxidativos na parte aérea. Um possível mecanismo para explicar este efeito
envolveria a maior concentração de ABA nas raízes e folhas (estresse hídrico
moderado) do clone tolerante. Aumentos nas concentrações de ABA
aumentam significativamente a concentração de H
2
O
2
na folha, o qual é um
conhecido indutor da expressão de várias enzimas antioxidativas (Kwak et al.,
45
2003; Hu et al., 2006; Zhang et al., 2006), e sob déficit hídrico o ABA induz a
expressão de genes que codificam várias enzimas antioxidantes (Guan et al.,
2000; Jiang e Zhang, 2001; 2002a, 2002b, 2003; Hu et al., 2005).
46
CONCLUSÕES
A utilização da enxertia recíproca entre dois genótipos contrastantes quanto à
tolerância ao déficit hídrico permitiu observar que há uma contribuição do
sistema radicular do clone 120 em retardar o déficit hídrico na parte aérea 109.
Foi possível observar também que, assim como o sistema radicular, a parte
aérea do clone 120 também contribui para a tolerância à seca, pois a utilização
do porta-enxerto sensível não tornou a parte aérea 120 tão sensível à seca
quanto o clone 109. A parte aérea e o sistema radicular do clone 120 são
capazes de, principalmente, influenciar a condutância estomática, a
concentração de ABA foliar e minimizar danos oxidativos nas folhas. A
capacidade do porta-enxerto 120 em retardar o início de déficits foliares severos
ocorreu simultaneamente com um fechamento estomático mais precoce e uma
maior razão de composição isotópica do carbono, salientando a importância do
comportamento estomático para a tolerância a seca em café. Embora não tenha
sido possível observar uma associação entre maiores concentrações de ABA e
menor g
s
, foi possível verificar que o clone 120 e as enxertias em que o clone
120 era utilizado como porta-enxerto apresentaram maior concentração de ABA
nas folhas e raízes, sob déficit hídrico moderado e severo, respectivamente.
Estes resultados sugerem que o ABA pode estar envolvido nos mecanismos de
tolerância ao déficit hídrico e que há a possibilidade de ocorrência de outros
sinais que influenciam g
s
, como a mudança no pH ou alterações na
condutividade hidráulica do xilema. Assim, o clone tolerante produz um sinal
radicular que é acompanhado por um retardo da desidratação celular e um
menor estresse oxidativo nas folhas sob déficit hídrico, permitindo melhor
adaptação das folhas, o que pode ser deduzido pela maior taxa de fotossíntese
líquida sob déficit hídrico severo. Em suma, estes dados indicam a perspectiva
de utilização de porta-enxertos de clones tolerantes para aumentar a tolerância
à seca de genótipos mais sensíveis. As pesquisas devem continuar sendo
realizadas estendendo a análise deste efeito a outros genótipos de forma a
47
verificar a existência de especificidade da interação entre diferentes porta-
enxertos e enxertos. Essas avaliações devem ser realizadas a campo em
diferentes condições climatológicas de cultivo e sob diferentes intensidades de
déficit hídrico natural. Dessa maneira, tornar-se-á possível verificar a
variabilidade dos diferentes mecanismos fisiológicos da tolerância à seca. Isso
é importante, para que, em um programa de melhoramento, tais avaliações
fisiológicas possam tem importante valor na seleção genética e na seleção de
combinações de enxertia que sejam efetivas em melhorar a tolerância à seca
no cafeeiro.
48
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