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1.2. A epidemiologia da doença.
O HIV infecta pessoas de todas as idades, raças e sexos. Ainda não existe cura e nem
vacina eficaz, só tratamentos que visam prolongar ao máximo e com a melhor qualidade
possível a vida do paciente ou retardar a progressão.
A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), é causada pelos dois vírus
HIV-1 e HIV-2, ambos pertencentes ao gênero dos lentivírus da família Retroviridae.
Análises filogenéticas das seqüências nucleotídicas dos genes env e gag de um grande
número de isolados de HIV-1 (Myers, 1994), identificaram a existência de pelo menos
nove diferentes subtipos do HIV-1, sendo classificados de A, B, C, D, F, G, H, J e K
(WHO Network for HIV Isolation and Characterization, 1994; Janssens et al., 1994),
estes subtipos genéticos formam o grupo M, ou grupo principal (do inglês “major”),
sendo relativamente eqüidistantes, com exceção do subtipo B e D que são mais próximos.
Um segundo grupo de vírus começou a ser isolado na República dos Camarões e
demonstrava ser diferente daqueles primeiros, sendo então denominado de grupo O ou
“outliers” (Nkengasong et al., 1994; Gürtler et al., 1994), sendo que menos de 10% da
população infectada de Camarões pertencia a este grupo. O grupo O também foi dividido
em 5 subtipos (A a E) devido à grande variação dentro do grupo. Por último foi descrito
um terceiro grupo classificado de N ou “non-M and non-O” (Hemelaar et al., 2006;
Simon et al., 1998).
Os subtipos genéticos do HIV-1 estão distribuídos em diferentes localizações
geográficas (Hemelaar et al., 2006; Myers et al., 1994; Louwangie et al., 1993;
Osmanov, Heyward & Esparza, 1994). O subtipo B é mais prevalente na América do
Norte, América Latina, Caribe, Europa, Japão e Austrália. O subtipo C é o mais
prevalente no mundo, presente no continente Africano, na Índia, China e sul do Brasil e é
o responsável por aproximadamente 50% da pandemia, segundo estimativas
(UNAIDS/WHO, 2002 e 2005). O subtipo F é encontrado no Brasil, Romênia e entre
outros países (Dumitrescu et al., 1994). O Brasil possui predominantemente o subtipo B
(Ministério da Saúde do Brasil, 2006).
O inicialmente chamado subtipo E foi identificado na Tailândia e República
Central Africana (Louwangie et al., 1993; Louwangie et al., 1995; Osmanov et al, 2002).
Os subtipos mais recentes descritos foram o G, encontrado na Rússia e Gabão, e o H
encontrado no Zaire e Camarões (Osmanov, Heyward & Esparza, 1995). Como
mencionado anteriormente o grupo O é encontrado na República dos Camarões, mas
também no Gabão e Guiné Equatorial. Embora a maioria destes estudos ainda sejam de
pequeno porte, no que diz respeito ao local e número de pacientes testados, eles nos dão