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Ao redor de 1500 a.C. o Faraó Thutmose III mantinha no Egito uma
coleção particular de animais. Sua exibição foi aumentada por sua madrasta, a
Rainha Hatshepsut, quando ela mandou cinco navios em uma expedição
caríssima em busca de novas espécies. Sua exibição foi um sucesso e retornou
com vários exemplares desconhecidos como girafas, grandes felinos e vários
tipos de macacos. Os únicos com acesso à coleção eram a Família Real e os
súditos mais próximos. Por volta de 1.150 a.C., na China, durante a dinastia Zhou
(1027-221 a.C.), o imperador Wen Wang mantinha um parque chamado “Jardim
da Inteligência” onde os animais eram mantidos (AMARAL, 2002).
O primeiro zoológico organizado é considerado por alguns como sendo o
do Rei Ptolomeu I do Egito. Essa coleção foi herdada de Alexandre, o Grande da
Macedônia, que durante suas conquistas pelo mundo (336-323 A.C.) obteve,
através de seu exercício, animais como elefantes, ursos, macacos e muitos
outros. Além de Alexandre, o seu tutor, o filósofo grego Aristóteles, também
apreciava os animais do zoológico, e a partir de suas observações escreveu “A
história dos animais”, um dos primeiros livros da área de zoologia. Durante o
Império Romano (27 a.C. – 476 d.C.), o uso de animais para o entretenimento da
população e para demonstração de poder e popularidade do governante atingiu
seu auge, com a chamada política do pão e circo. Durante a Idade Média o hábito
de colecionar animais continuou, mas ainda com exclusividade de reis,
imperadores, nobres e poderosos. Durante o século XV as coleções zoológicas
aumentaram e, ao longo dos próximos séculos, vários grandes zoológicos foram
fundados em países como Áustria, Alemanha e Índia (DIAS, 2003). Segundo o
autor, a maioria dos zoológicos europeus e americanos se estabeleceu durante o
século XIX e XX (Quadro 1) principalmente devido ao grande desenvolvimento
das cidades e uso e ocupação extensiva de áreas naturais, fazendo com que
estas instituições também tivessem importantes papéis na conservação da vida
Até o século XVIII, os animais selvagens em exposições eram vistos
apenas pelos donos das coleções, seus familiares e amigos, ou seja, apenas
pessoas com poder, dinheiro ou status. Porém, conforme a nobreza começou a
perder seu poder e influência, as coleções se tornaram mais acessíveis a todos.
Na Inglaterra, em torno de 1254, a “Royal Menagerie” não podia ser visitada