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CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DO DESEMPENHO DA LOCOMOÇÃO
REALIZADA EM SUSPENSÃO NO MEIO LÍQUIDO
por
Fabiana Leticia Sbaraini
________________________
Dissertação de Mestrado Apresentada ao Programa de Mestrado em Educação
Física da Universidade Federal de Santa Catarina como Requisito para
Obtenção do Título de Mestre em Educação Física
Florianópolis, SC.
Fevereiro, 2005
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE DESPORTOS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
A Dissertação: CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DO
DESEMPENHO DA LOCOMOÇÃO
REALIZADA EM SUSPENSÃO NO MEIO
LÍQUIDO.
Elaborada por: FABIANA LETICIA SBARAINI
E aprovada por todos os membros da banca examinadora foi aceita pelo
Curso de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Federal de
Santa Catarina e homologada pelo Colegiado do Mestrado como requisito à
obtenção do título de
MESTRE EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Área de concentração: Atividade Física Relacionada à Saúde.
Data: 24 de Fevereiro de 2005
__________________________________________________
Prof. Dr. Adair da Silva Lopes
Coordenador do Mestrado em Educação Física
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________________
Prof. Dr. John Peter Nasser (Orientador)
__________________________________________________
Prof. Dr. Antônio Carlos Stringhini Guimarães (Membro)
__________________________________________________
Prof. Dr. Antônio Renato Pereira Moro (Membro)
__________________________________________________
Profª. Dr.ª Rosane Carla Rosendo ( Suplente)
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iii
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, pelo constante apoio e dedicação demonstrados não
somente durante esta fase de estudos, mas em toda minha vida;
Ao Vanderlei, pelo incansável apoio, companheirismo e compreensão
durante estes dois anos que me fiz ausente;
Em especial, ao meu Orientador, pelas longas e incansáveis horas e dias
de orientações, por compartilhar todo seu conhecimento, pelo apoio nas horas
difíceis, pela ética profissional e respeito por ele demonstrado, e para sua
família, pela compreensão da ausência do marido e pai em vários momentos.
Aos membros da Banca: Professor Moro, pelo carinho, amizade e
oportunidade de conhecimento em novas áreas; Professora Rosane, pelo auxílio
e amizade, e ao Professor Antônio Carlos Guimarães, pelas sugestões e pelo
aceite em contribuir para o desenvolvimento deste trabalho. Enfim, meu muito
obrigado a todos pelas contribuições e avaliações oportunas para o meu
crescimento acadêmico.
Ao Professor Matheus Saldanha Filho, grande incentivador para o meu
crescimento profissional e pessoal, e amigo de todas as horas;
Aos meus incansáveis e sempre dispostos sujeitos da pesquisa (Joe,
Jaime, Márcio e Valtair), o meu muito obrigado pela colaboração, pelo carinho,
dedicação, respeito a cada encontro e disposição para “cair na água” a qualquer
temperatura e dia. Sem vocês não seria possível a realização deste trabalho.
Aos funcionários da piscina, pela colaboração;
À Lúcia, Rodyer e Benedito do laboratório de Esforço Físico do
CDS/UFSC, pelo auxílio e profissionalismo prestados;
Á Olguinha, que em cada passada na biblioteca demonstrava um gesto de
carinho e dedicação;
iv
A Novânia, pelos conselhos e lembretes dos vários prazos referentes às
entregas de documentos;
Ao pessoal do Laboratório de Biomecânica por me acolher como se da
família fosse. Ao sempre disposto Diogo, obrigada pelos auxílios de sempre; a
ajuda e colaboração da Pati que sempre se mostrou disposta a ajudar; a Tati,
pelo auxílio durante a coleta dos dados e pelo bom humor de sempre; ao amigo
Gleison, pela constante amizade e compreensão em todas as horas, e a todos
aqueles que pelo Laboratório passaram;
Aos novos amigos: Carla, Robson, Joni, Charles e todos aqueles que
contribuíram e que conviveram comigo neste período, e à Paula, pelo auxílio na
finalização da Dissertação.
Às pessoas que me acolheram e me fizeram sentir sempre perto da
família: Zô, Michele, Joel, Celina e Zé (minha família adotiva).
A todos àqueles que não foram citados e que se fizeram presente nesta
caminhada, o meu muito obrigada de coração!
v
RESUMO
CARACTERIZAÇÃO E ANÁLISE DO DESEMPENHO DA LOCOMOÇÃO
REALIZADA EM SUSPENSÃO NO MEIO LÍQUIDO
Autor: Fabiana Leticia Sbaraini
Orientador: Prof. Dr. John Peter Nasser
O objetivo deste estudo foi de caracterizar e analisar o desempenho da
locomoção realizada em suspensão no meio líquido, através da determinação
dos ângulos articulares, bem como as medidas de desempenho em relação a
freqüência cardíaca (FC) e velocidade média. A amostra foi composta por quatro
homens na faixa etária entre 42 e 45 anos de idade que participaram do estudo
voluntariamente. Como procedimentos metodológicos para caracterização dos
sujeitos foram determinados o nível de atividade física habitual e prontidão para
atividade física, medidas antropométricas e avaliação da capacidade funcional.
Para análise do desempenho da locomoção foi utilizado o sistema de cinemetria
bidimensional por filmagens subaquáticas com o auxílio de uma câmera digital
com freqüência de aquisição de imagens de 30Hz. Também para o desempenho
analisou-se simultaneamente o comportamento da FC e velocidade média. Foram
realizadas quatro filmagens com intervalo de duas semanas entre elas e um
programa instrucional de seis semanas para desenvolvimento da técnica do
movimento estudado. Para análise dos dados foi utilizada a estatística descritiva
referente a média, desvio padrão, coeficiente de variação, teste t para amostras
emparelhadas (p<0,05) e correlação linear de Pearson (p<0,01). As estatísticas
foram realizadas com o auxílio do pacote SPSS versão 10.0. Os resultados
obtidos apresentaram uma melhora no desempenho através da diminuição de FC
e aumento no VO
2
máx. A caracterização do padrão da locomoção em suspensão
foi realizada através da amplitude das articulações que apresentaram os
seguintes resultados: 100 graus a 122 graus de amplitude para o joelho; 53 a 76
graus referente ao quadril; de 9 graus a 21 graus referentes a inclinação do
tronco; 34 a 89 graus de amplitude para o cotovelo e de 97 graus a 166 graus
referente ao movimento do ombro. A partir do modelo estabelecido foi possível
concluir que o movimento analisado não pode ser denominado marcha ou
caminhada, pois não há presença das forças contínuas de reação do solo, mas
sim, das forças propulsivas dos membros superiores e inferiores.
Palavras-chave: Desempenho, Locomoção, Suspensão.
vi
ABSTRACT
CHARACTERIZATION AND ANALYSIS OF LOCOMOTION PERFORMANCE
CARRIED OUT IN SUSPENSION IN A LIQUID MEDIUM
Author: Fabiana Leticia Sbaraini
Advisor: Prof. Dr. John Peter Nasser
The aim of this study was to characterize and analyze the performance of
locomotion in suspension in a liquid medium, by determining the joint angles, as
well as measurements of performance in regard to heart rate (HR) and mean
velocity. The sample consisted of four men aged 42 – 45 years who participated in
the study as volunteers. As methodological procedures for the characterization of
the subjects, the habitual level of physical activity and the readiness for such
activity were determined, measured anthropometrically along with the evaluation
of functional capacity. For the analyses of locomotion performance the bidensional
cinemetry system for sub-aquatic filming was used, with the aid of a digital camera
with 30Hz frequency of image acquisition. For performance, HR and mean
velocity were also analyzed simultaneously. Four filmings were made with two-
week apart and a 6-week-instructional program was held to develop the technique
of movement under observation. For data analyses descriptive statistics were
utilized referring to the mean, standard deviation, variation coefficient, t test for
paired samples (p<0,05) and linear correlation (p<0,01). The statistical procedures
were performed with the aid of SPSS version 10.0 package. The results show an
improvement in performance through a decrease in HR and an increase in VO
2
max. The characterization of the standard of locomotion in suspension was
carried out by measuring the amplitude of the articulations that present the
following results: 100 - 122 degrees of amplitude for the knee; 53 - 76 degrees for
the hip; 9 - 21 degrees for the inclination of the trunk; 34 - 89 degrees of
amplitude for the elbow 97 - 166 degrees for the shoulder movement. From the
model established, it was possible to conclude that the movement analyzed
cannot be called either a march or a walk, since no continuous force of ground
reaction is present, but rather of propulsive forces of the upper and lower
members.
Key words: Performance, Locomotion, Suspension.
vii
ÍNDICE
página
LISTA DE ANEXOS.............................................................................................. IX
LISTA DE FIGURAS.............................................................................................. X
LISTA DE TABELAS .......................................................................................... XIII
INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1
O PROBLEMA E SUA IMPORTÂNCIA .................................................................................... 1
OBJETIVOS DO ESTUDO...................................................................................................... 4
Geral............................................................................................................................. 4
Específicos.................................................................................................................... 4
REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 5
MARCHA HUMANA ............................................................................................................ 6
Evolução e importância da marcha ............................................................................. 6
BIOMECÂNICA DA MARCHA .............................................................................................. 9
Ciclos da marcha.......................................................................................................... 9
Principais Deslocamentos do Corpo Durante a Marcha........................................... 12
C
ONSIDERAÇÕES SOBRE O MEIO LÍQUIDO....................................................................... 18
Propriedades da Água................................................................................................ 18
H
IDRODINÂMICA DOS MEMBROS SUPERIORES................................................................. 20
INDICADORES PARA O DESEMPENHO HUMANO................................................................ 25
Domínio Biológico...................................................................................................... 26
Domínio Biomecânico ................................................................................................ 28
Domínio da Aprendizagem Motora............................................................................ 31
Domínio da Fisiologia................................................................................................ 33
MÉTODO.............................................................................................................. 42
viii
CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO........................................................................................ 42
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS PARA COLETA DOS DADOS........................................ 43
PROCEDIMENTOS PRELIMINARES..................................................................................... 45
CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES .......................................................................... 46
PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS...................................................................... 48
Calibração do sistema................................................................................................ 49
Localização das marcas externas............................................................................... 50
Monitoração da freqüência cardíaca......................................................................... 51
Sincronização do freqüencímetro e filmadora ........................................................... 52
Análise do movimento................................................................................................. 52
Processamento da imagem......................................................................................... 54
Programa instrucional ............................................................................................... 54
ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS.......................................................................... 56
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................... 57
CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA .................................................................................... 58
Prontidão para atividade física e nível de atividade física habitual.......................... 58
Variáveis antropométricas ......................................................................................... 60
VELOCIDADE MÉDIA........................................................................................................ 70
ÂNGULOS ARTICULARES.................................................................................................. 74
MODELO BIOMECÂNICO................................................................................................. 112
CONCLUSÕES E SUGESTÕES ........................................................................123
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................126
ix
LISTA DE ANEXOS
A
NEXO I
A
provação Comitê de
É
tica em Pesquisa com Sere
s
H
umanos...........................................................................................
133
A
NEXO II
T
ermo de Consentimento Livre e Esclarecido;
I
nformativo.......................................................................................
136
A
NEXO III
uestionário de Prontidão para a Atividade Física (Q-PAF)*........... 139
A
NEXO IV
Q
uestionário sobre Nível de Atividade Física habitual..................... 141
A
NEXO V
P
rotocolos para mensuração da massa corporal, estatura, índice
d
e massa corporal, relação cintura quadril, e equação para
e
stimativa da densidade corporal e referências anatômicas para
m
ensuração das dobras cutâneas....................................................

144
A
NEXO VI
P
rotocolo de Rampa......................................................................... 147
A
NEXO VII
L
ocalização das marcas externas.................................................... 149
A
NEXO VIII
T
emperatura da água, ambiente e da área dos visores; umidade
d
o ambiente e da área dos visores durante o programa instrucional
e
nas análises....................................................................................
151
A
NEXO IX
A
nálises estatísticas (teste t) para diferença entre as médias dos
v
alores dos ângulos articulares em cada análise do sujeito 1 ao 4..
155
A
NEXO X
V
alores das correlações referentes a última análise dos sujeitos 1
a
4.....................................................................................................
160
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Ciclo Típico da Marcha Normal (Sutherland, D. H.; Kaufman, K. R &
Moitoza, J. R. Kinematics of normal human walking. In Rose, J. &
Gamble, J.G. (eds): Human Walking. Baltimore: Williams & Wilkins,
1994, p.26). ..................................................................................... 10
Figura 2 Medidas Lineares do Ciclo da Marcha Normal (adaptado de Vaughan,
C. L.; Davis, B. L. & O’Connor, J. C. Dynamics of human gait.
Illionois: Human Kinetics Publishers Champaign, 1992, p.12)......... 12
Figura 3 Oganograma das principais áreas de abrangência dos domínios do
desempenho humano(Morrow, Jackson, Disch e Mood, 2003),...... 26
Figura 4 Flutuação em posição vertical controlada ....................................... 30
Figura 5 Percentual do empuxo em relação ao peso corporal em diferentes
níveis de imersão (Becker & Cole, 2000, p.41) ............................... 40
Figura 6 Fluxograma dos procedimentos metodológicos para coleta dos
dados................................................................................................44
Figura 7 Localização da câmera no visor subaquático e delimitação da área
do percurso...................................................................................... 49
Figura 8 Imagem do calibrador no interior da piscina, utilizado para a tomada
dos dados........................................................................................ 50
Figura 9 Demarcação dos pontos de referência externa que representam os
centros articulares ........................................................................... 51
Figura 13 Representação gráfica dos valores médios de freqüência cardíaca
(bpm) obtidos nos três ciclos em cada passagem no visor
correspondente as quatro análises realizadas para o sujeito 2....... 68
Figura 14 Representação gráfica dos valores médios de freqüência cardíaca
(bpm) obtidos nos três ciclos em cada passagem no visor
correspondente as quatro análises realizadas para o sujeito 3....... 69
Figura 15 Representação gráfica dos valores médios de freqüência cardíaca
(bpm) obtidos nos três ciclos em cada passagem no visor
correspondente as quatro avaliações realizadas para o sujeito 4. .. 70
Figura 16 Valores médios em cada análise para o ângulo do joelho direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito
1. ..................................................................................................... 75
Figura 17 Valores médios em cada análise para o ângulo do quadril direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito
1. ..................................................................................................... 77
Figura 18 Valores médios em cada análise para o ângulo do tronco (graus) no
plano sagital (lado direito) durante os três ciclos de passada do
sujeito 1. .......................................................................................... 79
xi
Figura 19 Valores médios em cada análise para o ângulo do cotovelo direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito
1. ..................................................................................................... 81
Figura 20 Valores médios em cada análise para o ângulo do ombro direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito
1. ..................................................................................................... 83
Figura 21 Valores médios em cada análise para o ângulo do joelho direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito
2. ..................................................................................................... 85
Figura 22 Valores médios em cada análise para o ângulo do quadril lado direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito
2. ..................................................................................................... 87
Figura 23 Valores médios em cada análise para o ângulo do tronco (graus) no
plano sagital (lado direito) durante os três ciclos de passada do
sujeito 2. .......................................................................................... 89
Figura 24 Valores médios em cada análise para o ângulo do cotovelo direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito
2. ..................................................................................................... 91
Figura 25 Valores médios em cada análise para o ângulo do Ombro direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito
2. ..................................................................................................... 92
Figura 26 Valores médios em cada análise para o ângulo do joelho direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito
3. ..................................................................................................... 94
Figura 27 Valores médios em cada análise para o ângulo do quadril direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito
3. ..................................................................................................... 96
Figura 28 Valores médios em cada análise para o ângulo do tronco (graus) no
plano sagital (lado direito) durante os três ciclos de passada do
sujeito 3. .......................................................................................... 98
Figura 29 Valores médios em cada análise para o ângulo do cotovelo direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito
3. ................................................................................................... 100
Figura 30 Valores médios em cada análise para o ângulo do ombro direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito
3. ................................................................................................... 101
Figura 31 Valores médios em cada análise para o ângulo do joelho direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito
4. ................................................................................................... 104
Figura 32 Valores médios em cada análise para o ângulo do quadril (graus) no
plano sagital/lado direito durante os três ciclos de passada do sujeito
4. ................................................................................................... 105
Figura 33 Valores médios em cada análise para o ângulo do tronco (graus) no
plano sagital (lado direito) durante os três ciclos de passada do
sujeito 4. ........................................................................................ 107
Figura 35 Valores médios em cada análise para o ângulo do Ombro direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito
2. ................................................................................................... 110
Figura 36 Padrão final do movimento nos três ciclos do sujeito 1. ................ 113
xii
Figura 38 Padrão final do movimento nos três ciclos do sujeito 3................. 118
Figura 39 Padrão final do movimento nos três ciclos do sujeito 4. ................ 120
Figura 40 Representação do padrão do movimento completo. ..................... 122
xiii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Ciclos da Marcha: Períodos e Funções (De Sutherland, D. H.;
Kaufman, K. R & Moitoza, J. R. Kinematics of normal human walking.
In Rose, J. & Gamble, J.G. (eds): Human Walking. Baltimore:
Williams & Wilkins, 1994, p.27). ...................................................... 11
Tabela 2 Pontuação para nível de atividade física habitual (atividades
ocupacionais diárias e atividades de lazer) e prontidão para atividade
física por sujeito............................................................................... 58
Tabela 3 Características antropométricas e capacidade aeróbica através das
médias (x) por sujeito e teste t para diferença entre as médias no pré
e pós programa instrucional. ........................................................... 60
Tabela 4 Média (x) e desvio-padrão (s) para a temperatura da água (ºC) das
seis semanas de programa instrucional e para cada uma das quatro
análises. .......................................................................................... 62
Tabela 5 Médias (x) e desvio padrão (s) das intensidades de trabalho através
da freqüência cardíaca (FC) em cada semana do programa
instrucional por sujeito..................................................................... 63
Tabela 6 Valores mínimos, máximos, médias (x), desvio padrão (s) referente à
freqüência cardíaca (FC) obtida no período de 15 minutos de
deslocamento em cada análise por sujeito...................................... 64
Tabela 7 Velocidade média (m/s) em cada uma das voltas do sujeito 1
..........................................................................................................70
Tabela 8 Velocidade média (m/s) em cada uma das voltas do sujeito 2........ 71
Tabela 9 Velocidade média (m/s) em cada uma das voltas do sujeito 3........ 72
Tabela 10 Velocidade média (m/s) em cada uma das voltas do sujeito 4........ 73
Tabela 11 Valores dos coeficientes de variação (CV) para os três ciclos no
plano sagital entre as passagens em frente ao visor, para o sujeito
1.. .................................................................................................... 84
Tabela 12 Valores dos coeficientes de variação (CV) para os três ciclos no
plano sagital entre as passagens em frente ao visor, para o sujeito
2.. .................................................................................................... 93
Tabela 13 Valores dos coeficientes de variação (CV) para os três ciclos no
plano sagital entre as passagens em frente ao visor, para o sujeito
3.. .................................................................................................. 103
Tabela 14 Valores dos coeficientes de variação (CV) para os três ciclos no
plano sagital entre as passagens em frente ao visor, para o sujeito
4.. .............................................................................................. ....111
Tabela 15 Valores referentes às amplitudes articulares nos três ciclos (c1, c2 e
c3) do sujeito 1. ............................................................................. 115
Tabela 16 Valores referentes às amplitudes articulares nos três ciclos (c1, c2 e
c3) do sujeito 2. ............................................................................. 117
xiv
Tabela 17 Valores referentes às amplitudes articulares nos três ciclos (c1, c2 e
c3) do sujeito 3. ............................................................................. 119
Tabela 18 Valores referentes às amplitudes articulares nos três ciclos (c1, c2 e
c3) do sujeito 4. ............................................................................. 121
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
O Problema e sua importância
Historicamente civilizações antigas deixaram-nos vestígios de atividades
desenvolvidas no meio líquido, onde a água sempre foi encarada como desafio ao
homem. O ser humano, por sua vez, foi obrigado a enfrentá-la pela necessidade
de locomover-se, de defender-se e de sobrevivência, através da atividade de
pesca. Com o passar dos anos o meio líquido assumiu diversos papéis com
relação ao desenvolvimento do homem, passando a ser utilizado para recreação
e lazer, para competições e como meio terapêutico. Atualmente novas tendências
têm surgido com o objetivo da busca de uma melhor qualidade de vida e na
ênfase em opções diversificadas para tal, buscando atender as mais diversas
faixas etárias e características individuais de quem procura as atividades no meio
líquido (Santos, 1996).
Muitos pesquisadores têm se preocupado com as alterações fisiológicas
que ocorrem no meio líquido, principalmente no que diz respeito à freqüência
cardíaca. Dentre eles citam-se os estudos de Kruel et al. (2001) relacionando as
variáveis fisiológicas mensuradas no meio líquido durante a execução de
determinados movimentos de Hidroginástica em piscina rasa, porém, em
diferenciadas profundidades, e em relação à caminhada e corrida aquática
também em águas rasas (limite máximo de imersão no processo xifóide) citam-se
os estudos de Gleim e Nicholas (1989), Hamer e Morton (1990), Town e Bradley
(1991), Svedenhag e Seger (1992).
Contudo, no entendimento de Kruel et al. (2001) as análises fisiológicas
não são suficientes para a compreensão clara dos fenômenos investigados no
2
meio aquático. Necessita-se então, associar as informações fisiológicas obtidas
com aquelas provenientes de outras áreas do conhecimento científico, como a
biomecânica, buscando a formação de um campo de trabalho com ampla
possibilidade de aplicação e integração.
Com a mesma preocupação no movimento como um todo, alguns
pesquisadores vêm enfatizando em suas pesquisas o estudo biomecânico da
locomoção no meio líquido através da utilização de procedimentos referentes à
aquisição de imagens, analisando cinematicamente o movimento dos membros
inferiores relativos à marcha no meio líquido em piscina rasa, como por exemplo,
Gehm et al. (2003), Degani e Barela (2001) e John Mercer (s.d.). Diferenciando-se
dos estudos com ênfase nos membros inferiores durante a execução de
determinado movimento em meio líquido, é que se citam as pesquisas de Sá
(1987), que buscou quantificar diretamente a pressão exercida na mão de um
nadador durante o movimento de deslocamento na água em um determinado
nado e, o de Carmo, Fernandes e Vilas-Boas (2001), que procuraram quantificar a
força máxima exercida durante a execução na posição vertical invertida do nado
sincronizado.
Um dos problemas mais críticos que os pesquisadores afirmam quando
relacionam avaliação fisiológica e biomecânica de indivíduos é a aplicação dos
resultados em situação real do exercício a ser praticado, principalmente quando o
ambiente não é o natural vivenciado pelo indivíduo. Se de um lado, o controle
laboratorial de uma série de avaliações orgânicas favorece a confiabilidade dos
resultados obtidos, de outro, distancia as situações de prática envolvidas (Lopes
et al., 1995). Assim sendo, cada vez mais trabalhos associam a fisiologia do
exercício com a biomecânica, buscando desenvolver as avaliações no campo real
de uma determinada atividade, objetivando uma maior fidedignidade dos dados
obtidos. De acordo com Corsino et al. (1995), conforme literatura científica, para
avaliar respostas fisiológicas e metabólicas em indivíduos, é necessário tentar
reproduzir os movimentos específicos requeridos pelo exercício realizado durante
o processo de mensuração, não buscando reproduzi-lo em outro meio, perdendo
então sua característica real de movimento.
Baseados nas afirmações acima mencionadas, alguns autores vem
desenvolvendo pesquisas utilizando avaliações fisiológicas e biomecânicas no
mesmo meio em que são praticados os exercícios, normalmente não os
3
descaracterizando. Portanto, muitos estudos têm enfatizado como foco principal
de suas pesquisas o processo da locomoção humana, que no decorrer dos
últimos anos tem sido tão importantes que atualmente considera-se inadmissível
indicar tratamentos para “deficiência” da marcha sem uma análise cuidadosa da
locomoção, seja ela instrumentada ou não. A quantificação do movimento, ou
seja, o real desempenho do aparelho locomotor, e a detecção de alterações não
percebidas a olho nu, acrescentaram muitas vantagens para as pesquisas da
marcha humana, principalmente no que tange comparações de antes e depois de
tratamentos ou de reeducação da marcha (Ramalho, 1997).
A marcha, por ser um movimento natural e aprendido desde os primeiros
meses de vida faz com que se tenha a hipótese de que todos já compreendam
como esta forma de locomoção acontece, no entanto, há muitas décadas
pesquisadores vem analisando as variações nos processos de locomoção em
terra. Embora já exista um modelo do que é considerado marcha normal ou
patológica, a preocupação atual de alguns pesquisadores é de transferir este
movimento realizado em terra para a água, com o objetivo principal de minimizar
o impacto. Porém, essas pesquisas já realizadas apresentam seus modelos ou
padrões de movimento referentes aos membros inferiores, como se não houvesse
interferência durante a locomoção no meio líquido pelos membros superiores.
A partir do modelo já estabelecido para a marcha em terra e que também é
utilizado no meio líquido quando o sujeito tem o apoio dos pés no fundo da piscina
surgiu a preocupação de compreender como um indivíduo se locomove no meio
líquido estando ele em suspensão, e como ocorre a participação dos membros
superiores neste movimento.
O andar, portanto é um movimento complexo e uma abordagem mais
ampla pode ser utilizada para entender, em partes, os padrões deste movimento
que, são influenciados pelo sistema, pela tarefa e pelo ambiente que se pratica.
Portanto, justifica-se esta pesquisa pela ausência de um modelo que caracterize a
locomoção na água realizada em suspensão e que possa assemelhar-se com a
marcha na terra. Isso faz com que haja uma preocupação em compreender o que
ocorre com os membros superiores durante a locomoção em suspensão e o que
difere dos estudos sobre marcha até então realizados, com ênfase somente na
participação dos membros inferiores e qual é o diferencial da locomoção em água
estando o sujeito suspenso e durante a locomoção em terra.
4
Partindo-se de um contexto onde há carência de estudos que possam
compreender e descrever a locomoção no meio líquido sem que haja o apoio dos
pés no fundo da piscina quantificando não somente os movimentos de membros
inferiores, como é comum na maioria dos estudos já realizados, mas também na
movimentação dos membros superiores é que se buscou “Caracterizar e analisar
o desempenho da locomoção realizada em suspensão no meio líquido”.
Objetivos do Estudo
Geral
O presente estudo propõe-se caracterizar e analisar o desempenho da
locomoção realizada em suspensão no meio líquido.
Específicos
- Verificar o desempenho através do comportamento da freqüência cardíaca e
da velocidade média durante a locomoção em suspensão no meio líquido;
- Determinar o parâmetro cinemático referente aos valores dos ângulos
articulares dos membros inferiores e superiores;
- Caracterizar o modelo da locomoção em suspensão no meio líquido.
CAPÍTULO II
REVISÃO DE LITERATURA
Inúmeras são as atividades possíveis de serem realizadas no meio líquido,
em piscinas de diferentes dimensões e profundidades, em clínicas, em lagos, no
mar, dentre tantos, podendo assumir caracteres tanto no sentido recreativo, de
lazer, de reabilitação da condição ideal de saúde, como melhoria no
condicionamento físico ou na prática desportiva de alta performance. No entanto,
nesta revisão será abordada como temática principal à marcha humana, nas
dimensões fisiológicas e biomecânicas, buscando caracterizar a marcha realizada
no meio terrestre e a locomoção em ambiente aquático com ênfase em piscinas
funda bem como, os princípios físicos que tangem o meio líquido (propriedades
da água).
Simultaneamente ao estudo dos movimentos dos membros inferiores
realizados durante a locomoção será abordada também a movimentação
realizada pelos membros superiores durante as fases propulsiva e compensatória
apresentada durante a locomoção no meio líquido, através de um referencial
teórico sobre a hidrodinâmica dos membros superiores. Além da caracterização
do movimento a ser estudado, também serão apresentadas as pesquisas já
realizadas sobre a relação da caminhada do indivíduo X variáveis biomecânicas
estudadas X respostas fisiológicas X meio líquido, a fim de dar subsídios teóricos
para o desenvolvimento desta pesquisa.
6
Marcha Humana
Evolução e importância da marcha
O bipedalismo é a adaptação evolutiva fundamental dos humanos a partir
de outros primatas.
Em um estudo sobre os movimentos animais, Aristóteles (384-322 a. C)
foram formuladas teorias bastante elucidativas sobre o controle do movimento,
onde comparou através de observações os padrões dos movimentos dos animais
com os dos humanos. Nesta comparação sistemática, Aristóteles identificou a
importância da flexão e extensão das articulações e a ocorrência da transferência
do peso corporal de um lado para o outro durante a progressão. Embora feitas as
observações, as teorias do estudioso não puderam ser testadas até que se
tornou possível a mensuração do movimento humano (Johanson, 1998).
Pela ciência do século XVII iniciou-se consideravelmente a atenção à
compreensão dos princípios da marcha humana. De acordo com Johanson
(1998), Galileu (1564-1642), estudioso e cientista matemático usou experiências
combinadas à análise matemática para descobrir os princípios do movimento,
utilizando-se de medidas de tempo e distância para calcular a velocidade e a
aceleração de variados objetos enquanto caiam no espaço, compreendendo,
contudo, as leis que governam eventos físicos do mundo real e constituindo,
portanto, os fundamentos da ciência do movimento humano. Expandindo o
trabalho de Galileu, Isaac Newton (1642-1727) desenvolveu os conceitos básicos
de dinâmica, massa, momento e força, onde diferenciou conceitualmente massa
de peso. Em 1662, Descartes (1596-1650) começou a tratar e conceituar o corpo
humano como uma máquina, onde os processos fisiológicos humanos passaram
a ser tratados como conseqüência das leis da física.
Discípulo de Galileu, Borelli (1608-1676) matemático, aplicou a visão
mecânica do organismo humano ao assunto da locomoção. Descreveu os ossos
como alavancas e os músculos como forças que atuavam sobre elas, definindo a
localização do centro de gravidade para o ser humano e alguns animais. Pela
primeira vez, foi possível testar a validade das teorias por meio das experiências
(Johanson, 1998, p.214).
7
Notáveis descobertas em pesquisa sobre locomoção aconteceram em
1976, quando Mary Leakey expôs pegadas fossilizadas de antepassados
humanos na África Oriental. Essas pegadas foram formadas por pelo menos dois
humanos a 3.7 milhões de anos atrás, visualizadas em cima de cinza vulcânica.
Através da idade destas pegadas provou-se que o bipedalismo existia a um
milhão de anos pelo menos antes das ferramentas de pedra e do
desenvolvimento de um cérebro grande, resolvendo a partir disso um dos
assuntos principais de contenção em paleontologia (Leakey & Walker, 1997).
Apesar da comprovação da existência do bipedalismo em antepassados
humanos, não houve cientificamente uma explicação de como esta forma de
locomoção evoluiu. Uma estratégia que foi empregada para buscar uma resposta
a este fato foi estudar a andadura bípede de primatas e de humanos. Tardieu et
al. (1993) comparou as andaduras de um chimpanzé de nove anos e de uma
criança de três anos de idade. Os autores deduziram como hipóteses que as
mudanças apresentadas durante a evolução do bipedalismo humano seria a
redução progressiva no deslocamento do centro de gravidade de corpo inteiro.
Para isso, utilizou-se medida tridimensional do volume dos segmentos dos
corpos, onde concluíram que a trajetória do centro de massa de um humano não
era distinta do chimpanzé por uma mais baixa amplitude de movimento, mas pelo
sincronismo das fases dos deslocamentos transversais e verticais dos corpos
estudados.
Com ênfase em humanos, um padrão bípede de deambulação é adquirido
ainda na época da lactância. Com um certo tempo de prática o sistema sensitivo
motor torna-se muito competente em gerar automaticamente um conjunto
repetitivo de comandos de controle motor que permite um indivíduo se locomover
sem esforço consciente. Portanto, se a marcha é uma atividade aprendida não é
de surpreender que cada indivíduo apresente certas peculiaridades pessoais
sobrepostas ao padrão básico da locomoção bípede.
Devido tamanha complexidade processual do padrão de movimento da
marcha, um dos objetos que mais tem recebido atenção na Biomecânica atual é o
estudo da Locomoção Humana. Dos clássicos estudos já realizados aos mais
contemporâneos, que se beneficiam da tecnologia e do processamento do sinal
biológico, a locomoção, através da marcha humana sempre foi foco de atenção
dos estudos em Biomecânica (Capozzo et al, 1992).
8
O domínio da locomoção bípede na posição ereta ocorre de forma
prolongada, assemelhando-se a uma combinação de instinto e o processo de
aprendizagem. A marcha humana é uma forma de atividade aprendida, portanto,
cada um apresenta certas peculiaridades pessoais sobrepostas ao padrão básico
de locomoção bípede (Inman, Ralston & Todd, 1998).
A marcha, segundo Rab (1994), é um processo de locomoção no qual o
corpo ereto e em movimento é apoiado primeiro por uma das pernas e depois
pela outra. Este padrão cíclico de movimentos corporais repete-se
indefinidamente a cada passo, e essas alternâncias cíclicas do apoio de cada
perna e a existência de um período de transferência, em que ambos os pés estão
no solo são características essenciais do processo de locomoção, conhecidas
como Marcha.
No ato de andar, existem dois requisitos básicos que originam movimentos
corporais específicos universalmente observados na locomoção, que são: as
forças contínuas de reação do solo que apoiam o corpo e o movimento periódico
de cada um dos pés de uma posição de apoio para a seguinte, na direção da
progressão.
Contudo, caminhar parece ser uma tarefa muito simples e automática
desempenhada sem muito esforço. No entanto trata-se de uma habilidade de
grande complexidade que requer interação do sistema nervoso central, de
músculos e de articulações do corpo, de vários sistemas sensoriais, de forças
gravitacionais e de diferentes circunstâncias ambientais em que um sujeito é
submetido ao longo da vida.
Devido a complexidade do processo da marcha, seqüencialmente diversos
estudos já foram realizados e ainda continuam sendo para que haja uma melhor
compreensão deste processo, dos seus ciclos e dos princípios deste movimento.
A ênfase nos estudos sobre marcha se deve pela sua importância nas
atividades da vida diária. Obviamente é essencial a locomoção humana, mas a
capacidade de ficar ereto e mover-se sobre dois pés também constitui um pré-
requisito de muitas outras tarefas do cotidiano.
9
Biomecânica da Marcha
Ciclos da marcha
Um ciclo da marcha é definido sobre um intervalo de tempo durante o qual
uma seqüência de eventos sucessivos e regulares se completam. Esses eventos
são o toque do pé no solo e posteriormente, seu desprendimento (Vaughan et al.,
1992).
Tipicamente, o contato inicial do pé é feito com o calcanhar, mas na
marcha patológica, outras áreas podem tocar primeiramente o solo, por isso,
utiliza-se o termo toque do pé, em vez de toque calcâneo. Esse processo da
marcha é dividido em duas fases, conforme Figura 1.
Fase de apoio: definida como a porcentagem do ciclo em que o pé está
em contato com o solo. Conforme Magee (2002), a fase de apoio constitui 60% do
ciclo da marcha, permitindo que a perna suporte o peso do corpo e, ao mesmo
tempo, fazendo com que o corpo avance sobre o membro de sustentação.
A fase de apoio comumente é subdividida em três períodos (Tabela 1):
duplo apoio inicial, que é o toque do pé e o desprendimento do pé oposto; apoio
simples é o desprendimento do pé e o toque do pé contralateral, e por fim, o
segundo duplo apoio, que é o toque do pé contralateral e o desprendimento do
pé, constituindo o período de descarregamento do peso.
No duplo apoio as forças de extensão do joelho e a flexão plantar do
tornozelo mantêm o joelho passivamente estendido, e faz com que os flexores
plantares do tornozelo comecem a contração por encurtamento, acelerando o
corpo para frente (Sutherland, Kaufman & Moitoza, 1994).
Fase de balanço: é determinada pelo tempo em que o pé está no ar. Esta
fase apresenta subdivisões que podem ser mais bem compreendidas pela
comparação do membro inferior com um pêndulo composto, sendo capaz de
modificar seu período por meio da ação dos músculos e, portanto, a cadência da
marcha. A duração do balanço é determinada pelo momento de inércia da massa
das partes (segmentos do corpo) e por sua configuração no espaço.
A fase de balanço pode ser subdividida funcionalmente em três períodos
(Tabela 1): balanço inicial, ocorre quando o pé é erguido do solo, ocorrendo uma
10
rápida flexão do joelho e dorsiflexão do tornozelo a fim de possibilitar que o
membro em balanço acelere-se para frente; balanço médio, é a passagem do pé
até a perna vertical, fazendo com que a perna em balanço esteja adjacente à
perna que está sustentando o peso; e o balanço terminal, que determina a
desaceleração do membro (Sutherland, Kaufman & Moitoza, 1994).
O tempo de balanço é igual ao do apoio simples contralateral. O duplo
apoio inicial é caracterizado pela rápida transferência da carga para o membro
que avança, com amortecimento do choque e desaceleração do momento de
anteriorização do corpo. O pé normalmente progride até o apoio completo e o
joelho atua como amortecedor do choque. Após o desprendimento do pé oposto,
o membro inferior oposto está em balanço e o membro de apoio está em apoio
simples. Já no segundo duplo apoio, ocorre à flexão do joelho e do quadril, e a
flexão plantar do tornozelo no preparo para o desprendimento.
Figura 1 Ciclo Típico da Marcha Normal (Sutherland, D. H.; Kaufman, K. R &
Moitoza, J. R. Kinematics of normal human walking. In Rose, J. & Gamble, J.G.
(eds): Human Walking. Baltimore: Williams & Wilkins, 1994, p.26).
11
Tabela 1
Ciclos da Marcha: Períodos e Funções (De Sutherland, D. H.; Kaufman, K. R &
Moitoza, J. R. Kinematics of normal human walking. In Rose, J. & Gamble, J.G.
(eds): Human Walking. Baltimore: Williams & Wilkins, 1994, p.27).
Período % do Ciclo Função Membro Contralateral
1. Duplo apoio inicial 0-12 Carga, transferência de peso Retirada da carga e
preparação para o
balanço (pré-balanço)
2. Apoio simples 12-50 Apoio de todo o peso do corpo:
movimento do centro de massa para
frente
Balanço
3. Segundo duplo
apoio
50-62 Retirada da carga e preparo para o
balanço (pré-balanço)
Carga, transferência de
peso
4. Balanço inicial 62-75 Passagem do pé Apoio simples
5. Balanço médio 75-85 O membro avança à frente do corpo Apoio simples
6. Balanço terminal 85-100 Desaceleração do membro, preparação
para transferência do peso
Apoio simples
O ciclo da marcha é medido através de medidas lineares, de acordo com
Vaughan et al. (1992), representadas através da Figura 2, que são apresentadas
através de terminologias, onde:
Cadência: é o número de passos em intervalo de tempo (passos/min)
Comprimento do passo: distância entre os mesmos pontos de referência em
cada pé durante o duplo apoio (em geral, a distância entre os calcanhares no
instante do toque do calcâneo no solo). Se o comprimento dos passos for normal
em ambas às pernas, o ritmo da marcha será suave. Este comprimento pode
variar com a idade, o sexo e também, com a diferença na estatura das pessoas.
Comprimento da passada: é a distância em centímetros, percorrida durante o
tempo de dois toques sucessivos do mesmo pé. Cada passada é composta por
um comprimento de passo direito e um esquerdo. Já a velocidade da marcha é a
velocidade média atingida depois de aproximadamente três passos, expressa em
distância/tempo (cm/seg ou m/min).
De acordo com Magee (2002), o comprimento da passada ou do passo,
diminui com a idade, dor, doença e/ou fadiga, onde, as alterações pela idade
muitas vezes são resultados do ritmo ou da diminuição na velocidade de andar.
Ainda que comprovada essas alterações, alguns estudiosos, como Nigg,
Fischer e Ronsky (1994) e Cho, Park e Known (2004), vem estabelecendo
algumas diferenças nas características da marcha entre os sexos, apontando
então a necessidade de se estudar separadamente a marcha em indivíduos do
12
sexo masculino e feminino, e de diferentes faixas etárias, principalmente por
apresentarem variabilidade nas características antropométricas específicas para
cada um destes.
Sendo assim, a maturidade da marcha depende essencialmente da
duração do apoio simples, da velocidade da marcha, da cadência, do
comprimento do passo e da proporção da largura da pelve com a distância entre
os tornozelos, podendo variar de acordo com a faixa etária e com o sexo
(Sutherland, Kaufman & Moitoza, 1994).
Figura 2 Medidas Lineares do Ciclo da Marcha Normal (adaptado de Vaughan, C.
L.; Davis, B. L. & O’Connor, J. C. Dynamics of human gait. Illionois: Human
Kinetics Publishers Champaign, 1992, p.12).
Principais Deslocamentos do Corpo Durante a Marcha
Durante a marcha em velocidade moderada, ocorrem movimentos
sincrônicos de quase todas as partes do corpo. Há uma inclinação da pelve,
girando e oscilando conforme movimentação para frente, os segmentos dos
membros inferiores deslocam-se nos três planos espaciais, enquanto que, os
ombros giram e os braços balançam contrariamente ao deslocamento da pelve e
das pernas (Inman, Ralston & Todd, 1998).
As medidas dos movimentos são realizadas com referência aos centros
articulares, feitos em três dimensões, com relação aos planos anatômicos padrão:
planos sagital, coronal e transversal.
As descrições sobre os deslocamentos da marcha abaixo relacionada
demonstram os movimentos dos segmentos corporais durante a marcha em
velocidade considerada moderada ou normal, o que corresponde a uma média de
13
1,2 m/s, de acordo com Inman, Ralston & Todd, (1998); Novacheck (1998) e Lelas
et al. (2003).
Plano Sagital (Vista Lateral)
Inclinação Pélvica Anterior: Os movimentos sagitais da pelve são controlados pela
gravidade, pela inércia e pela ação dos músculos flexores e extensores do
quadril. A inclinação pélvica oscila como o centro de massa do corpo. A pelve
inclina-se para frente ou flexiona-se e se move de modo sinusóide, com dois picos
e duas depressões. A pelve horizontaliza-se no desprendimento do pé e do pé
oposto, com flexão máxima (para frente), na metade até o final do apoio e no
balanço terminal. A inclinação pélvica diminui durante o período de carga (1º
duplo apoio) e a seguir, aumenta quando o centro de massa do corpo passa
sobre o pé fixo no solo.
Flexão/Extensão do Quadril: A flexão máxima do quadril ocorre durante o balanço
terminal e a extensão máxima, ocorre no momento do toque do pé oposto. Logo
que o pé oposto toca o solo, o peso é transferido para o membro que está à frente
e o membro inferior que está atrás inicia a flexão do joelho e do quadril, enquanto
faz pivô com o antepé.
Flexão/Extensão do Joelho: A primeira onda de flexão do joelho ocorre como
absorção de choque, auxiliando a transferência do peso e encurtando
efetivamente o comprimento do membro, para evitar a translação vertical
excessiva do centro de massa. O pico dessa curva ocorre no duplo apoio inicial,
no momento do desprendimento do pé oposto.
A flexão do joelho começa realmente no término do apoio simples, quando
o calcanhar começa a se elevar do chão, iniciando a flexão do quadril, que ocorre
no toque do pé oposto. A flexão do joelho ocorre rapidamente, começando logo
após o desprendimento calcâneo e atingindo o máximo na fase de balanço,
quando o pé em balanço ultrapassa o pé de apoio. Portanto, a primeira onda de
flexão é a absorção de choque e a segunda, é a liberação do pé.
14
Flexão Dorsal/Plantar do Tornozelo: O contato do pé ocorre no duplo apoio inicial,
no apoio simples ocorrem seqüencialmente a flexão dorsal progressiva e reversão
desse movimento para a flexão plantar, no segundo duplo apoio, que é a fase de
pré-balanço, o término se dá pelo desprendimento do pé e é passivo com relação
aos músculos flexores plantares, e o encurtamento do membro para a liberação
do pé começa no desprendimento do pé e atinge o máximo quando o tornozelo
em balanço ultrapassa o tornozelo em apoio.
Plano Coronal (Vista Frontal)
Obliqüidade Pélvica: Em indivíduos normais ocorre uma certa queda da pelve
contralateral durante o apoio simples, já na marcha de Trendelenburg, a queda
passa a ser excessiva. A obliqüidade pélvica funciona na absorção de choque e
ajuste do comprimento da passada (Sutherland, Kaufman & Moitoza, 1994).
Conforme Inman, Ralston e Todd (1998), na marcha normal, a pelve
inclina-se para baixo, no plano coronal, do lado oposto ao do membro de apoio.
O deslocamento ocorre na articulação do quadril, produzindo adução relativa ao
membro de apoio e abdução do membro que está em balanço. A inclinação
pélvica contribui para a efetividade do mecanismo de abdução do quadril, pelos
músculos abdutores e tracto iliotibial.
Abdução/Adução do Quadril: Em indivíduos normais a curva é similar à
obliqüidade pélvica, a adução é máxima no desprendimento do pé oposto e no
toque do pé oposto, a abdução máxima se dá no desprendimento do pé e a
próxima adução, ocorrerá na fase de balanço.
Plano Transversal (Vista Axial)
O plano transversal é compreendido por alguns movimentos de rotação.
De acordo com Donskol e Zatsiorski (1988), conceitua-se movimento de rotação
como sendo a soma dos movimentos no mesmo sentido, ou seja, é quando um
objeto descreve uma trajetória circular em torno de um ponto.
15
Rotação Pélvica: O movimento é uma curva sinusóide simples com pico no toque
do pé e depressão no toque do pé oposto, relacionando-o com a curva de
flexão/extensão do quadril no plano sagital. A rotação pélvica e a flexão do quadril
servem para alongar efetivamente o membro e impedir a queda excessiva do
centro de massa do corpo, suavizando a translação vertical normal do centro de
massa (Sutherland, Kaufman & Moitoza, 1994).
Segundo Inman, Ralston e Todd, (1998), na marcha em local plano, a pelve
gira em torno de um eixo vertical alternadamente para a direita e para a esquerda,
relacionando-a a linha de progressão. Sendo a pelve uma estrutura rígida, as
rotações ocorrem alternadamente em cada articulação do quadril, modificando a
flexão e extensão dos quadris.
Rotação Femural: O fêmur gira para dentro no balanço até o duplo apoio inicial e
a seguir, externamente, no resto do apoio, até o desprendimento dos dedos, ou
seja, a rotação interna ocorre do desprendimento do pé até o desprendimento do
pé oposto e a rotação externa, do desprendimento do pé oposto até o
desprendimento do pé.
Rotação do Quadril: A rotação interna do quadril começa na metade da fase de
balanço e continua até o toque do pé oposto, posteriormente, o quadril gira
externamente até a metade do balanço, completando uma curva de movimento
sinusóide.
Rotação da Perna:
A rotação da tíbia é maior que a do fêmur, sendo que, a
rotação interna máxima ocorre antes na tíbia, para depois ocorrer no fêmur, e a
rotação externa máxima ocorrerá no momento do desprendimento do pé.
Rotação do Pé: Entre o toque do pé oposto e o desprendimento do pé (segundo
duplo apoio), há um movimento de rotação interna. No momento do
desprendimento do pé, o pé gira externamente e, ao mesmo tempo, faz flexão
dorsal para liberar-se durante a fase de balanço.
A rotação pélvica, a obliqüidade pélvica e a flexão do joelho na fase de
apoio, atuam no mesmo sentido durante a fase inicial do posicionamento do pé,
16
aplanando o arco através do qual o centro de massa do corpo se desloca, sendo
que, a rotação pélvica eleva as extremidades do arco e a obliqüidade pélvica e a
flexão do joelho, abaixam o vértice. Este efeito reduz a amplitude de flexão e
extensão do quadril, necessária para manter o mesmo comprimento da passada.
Com base na cinemática, a estratégia de movimento muda conforme a
pessoa aumenta a velocidade de execução da marcha. Em relação ao plano
anatômico sagital (padrão) adotado nesta pesquisa, alguns estudiosos vêm
analisando as alterações apresentadas nos deslocamentos dos segmentos
corporais durante a marcha, a corrida e corrida de velocidade.
Conforme Novacheck (1998), considera-se marcha ou caminhada
moderada um deslocamento de 1,2 m/s na horizontal; 3,2 m/s para corrida; 3,9
m/s corrida de velocidade e, 9,0 m/s para corredores de elite.
Em relação à biomecânica da corrida estudada por Novacheck (1998),
durante a flexão máxima do quadril ocorre no meio do balanço terminal e é quem
conduz a um comprimento de passada mais longa, e a extensão máxima, ocorre
um pouco depois do momento do toque do pé oposto. Ao contrário do andar, o
quadril estende durante a segunda metade da fase de balanço durante a corrida.
Esta diferença evita a desaceleração excessiva que aconteceria na hora do
contato inicial se o pé fosse muito distante à frente do centro de massa do corpo.
Já, o padrão de movimento do joelho caminhando e correndo é bem parecido, no
entanto, os extremos de movimento são muito diferentes. Correndo, durante o
período de absorção, o joelho flexiona-se a aproximadamente 45°. Isto é seguido
através da extensão do joelho a uma média de 25° durante a fase de propulsão.
Correndo, o período de absorção é mais curto e a flexão do joelho é menor.
Durante a fase de balanço também existem diferenças entre caminhar e correr em
diferentes velocidades. A flexão máxima do joelho durante o balanço é de
aproximadamente 60° no andar normal. Isto é muito menor que a média de 90°
correndo ou os 105° correndo em velocidade de 3,9 m/s. O atleta altamente
treinado em uma corrida de curta distância pode apresentar flexão máxima de
joelho de até 130°. O movimento da coxa é semelhante a todas as velocidades de
movimento, porém, os corredores de elite apresentam extensão da coxa
significativamente maior durante a preparação para o contato inicial, com o intuito
de minimizar a perda de velocidade associada ao contato com o solo.
17
Consolidando a pesquisa anteriormente citada, conforme Lelas et al.
(2003), quando ocorre aumento na velocidade da marcha considerado normal ou
moderada, os parâmetros temporais exibem características diferentes durante a
corrida em relação à marcha. Em seu estudo, comparando quatro diferentes
velocidades (lenta, normal, corrida e corrida em alta velocidade) no plano sagital,
foram obtidos valores cinemáticos dos movimentos do tronco, quadril, joelho e
tornozelo. Em relação aos segmentos observou-se: maior inclinação do tronco
quanto maior era a velocidade de deslocamento, maior extensão do quadril com
aumento na velocidade, onde a extensão máxima ocorreu um pouco depois do
momento do toque do pé oposto, relação direta entre velocidade de deslocamento
e flexão do joelho, aumentando a flexão de joelho durante a fase de balanço com
o aumento da velocidade e, por fim o tornozelo que, com o aumento da
velocidade houve maior dorsiflexão durante a fase de balanço.
Percebe-se, contudo, que nos estudos da marcha realizada em terra a
ênfase das pesquisas dá-se somente nas respostas e alterações ocorridas nos
membros inferiores. O mesmo acontece quando o foco do estudo é a marcha no
meio líquido, também compreendendo apenas os movimentos dos membros
inferiores. Porém, quando em ambiente aquático, nota-se que há uma
participação dos membros superiores tão importante quanto à dos membros
inferiores, ou seja, a tração e a propulsão para que haja o deslocamento na água
é apresentada em maior parte pelos membros superiores que ficam imersos e,
isso pode ser melhor compreendido pela movimentação dos braços e mãos
realizada pelos nadadores e comprovada pelos estudiosos da hidrodinâmica dos
membros superiores.
Para um melhor conhecimento dos movimentos realizados no meio líquido
durante a locomoção, é necessário que haja a compreensão das propriedades
físicas que tangem o meio, bem como a relação da água com o homem.
18
Considerações Sobre o Meio Líquido
Propriedades da Água
Tanto a água quanto o ar são meios fluidos, os quais exercem diferentes
forças enquanto os corpos se movem através deles, podendo lentificar a
progressão de um corpo em movimento, ou ainda, servindo de propulsão ou
apoio. A compreensão geral das ações das forças fluidas e das demais
propriedades da água sobre as atividades do movimento humano são
componentes importantes no estudo biomecânico destes movimentos.
Os dois meios fluidos (ar e água) possuem características diferentes e que
podem ser representadas pelos valores de suas densidades, que corresponde:
densidade do ar (20° centígrados)= 0,00120 g/cm
3
e densidade da água= 0,99820
g/cm
3
(Bäumler & Schneider,1989).
Em comum com as outras formas de matéria, a água possui outras
propriedades físicas que incluem massa, peso, gravidade específica ou densidade
relativa, flutuabilidade, pressão hidrostática, tensão superficial, refração,
viscosidade e temperatura. Todas essas propriedades físicas já são conhecidas, e
por isso, neste capítulo a ênfase no referencial teórico será somente em relação a
temperatura da água, pelas divergências que os autores apresentam sobre a
temperatura adequada para cada atividade. Já, os conceitos e discussões
pertinentes a flutuabilidade serão apresentados posteriormente durante o
referencial bibliográfico.
A temperatura é um dos parâmetros físicos de maior importância na área
biológica, e deve ser bem diferenciada de calor. A temperatura é uma medida de
intensidade de energia térmica, enquanto que calor, é a medida da quantidade de
energia térmica (Heneine, 1984).
De total importância para a prática de exercícios físicos, a temperatura
ambiente e corporal pode afetar algumas variáveis fisiológicas importantes no
desempenho humano, como a freqüência cardíaca e o consumo de oxigênio,
através de vasodilatações ou constrições sangüíneas devido às diferenças nas
alterações de temperatura (abordadas posteriormente na revisão sobre
desempenho humano).
19
Como foco principal deste trabalho, apresentam-se divergências sobre as
temperaturas consideradas ideais ou apropriadas para atividades aquáticas.
Baum (2000), afirma que as temperaturas ideais para a Hidroterapia devem estar
entre 31 e 36 ºC e para Natação, entre 27 e 31 ºC. Já para Skinner e Thomson
(1985), as temperaturas da piscina devem variar de 34 a 37 ºC, conforme a
necessidade específica. Em casos de lesões ortopédicas e da coluna, a piscina
deve estar entre 34 e 36 ºC, enquanto que, em condições artríticas, a temperatura
mais satisfatória para o tratamento seria de 36 a 37 ºC. A temperatura da água
para um bom desenvolvimento de aulas de ginástica aquática ou hidroginástica,
segundo Vasiljev (1997), deve estar entre 26 e 28 ºC e entre 27 e 29 ºC, para
Bonachela (1999).
A faixa entre 27ºC e 32ºC é considerada ideal, sendo que para treinamento
de alta intensidade, a temperatura deve estar próxima aos 27ºC, e para
relaxamento e atividades terapêutica, próxima aos 32ºC. Porém, é importante
ressaltar que quando preocupamo-nos com a temperatura da água é necessário
observar também a duração da atividade, o tipo de intensidade do exercício, pois
quando o corpo está imerso no meio líquido, o mecanismo de perda de calor,
evaporação, torna-se ineficiente, uma vez que só pode se perder calor pela parte
do corpo que não fica submersa, que, por motivos óbvios, é a cabeça (Aboarrage,
2003).
Para Vasiljev (1997), a exposição à água na temperatura adequada para a
prática de hidroginástica, entre 26 e 28 ºC, aumenta as qualidades elásticas dos
nossos músculos, ajudando a ampliar a nossa faixa de movimento, prevenindo
danos ao músculo devido também ao relaxamento que a água oferece.
Além das diferentes atividades realizadas no meio líquido e a temperatura
ideal particularmente para cada prática, a questão da temperatura da água para a
prática de exercícios aquáticos torna-se complexa em sua determinação, devido
as diferenças de regiões e as estações do ano do nosso país, que é um território
cortado pelo trópico de capricórnio e pela linha do Equador, ficando muito
evidente suas diferenças climáticas de região para região. Por esta razão, fica
difícil saber uma temperatura ideal para todo o país, ou até mesmo, para uma
determinada região (Rocha, 1999).
20
Hidrodinâmica dos Membros Superiores
Neste contexto, enfatiza-se a movimentação dos membros superiores
durante a natação, para que se tenha uma compreensão de como os movimentos
destes interfere na locomoção do indivíduo no meio líquido.
O fato de um indivíduo movimentar-se para frente, para trás ou para os
lados, ou simplesmente manter-se flutuando, depende necessariamente de uma
forma ou de outra, que se desenvolva uma força motora ou de sustentação para
atingir seu objetivo. A essa movimentação de impulsionar ou empurrar o corpo a
diferentes posições denomina-se propulsão (Counsilman, 1984; Palmer, 1990).
A força motora utilizada para a propulsão do corpo no meio líquido
depende de um conjunto de membros para que se criem as forças necessárias
para a propulsão ou para a manutenção da flutuação. Para Counsilman (1984), a
possibilidade de progressão é o resultado de duas forças: uma que tende a reter o
indivíduo, produzida pela água e que faz com que o sujeito a empurre para fora
de seu caminho ou arraste consigo, denominada resistência, e a força que o
impulsionará a diferentes posições, denominada propulsão.
Conforme Palmer (1990), quando o corpo entra em movimento produz-se
uma resistência oposta pela água ou uma força de arrasto para trás, que é
conhecida como “atrito” e que está diretamente relacionada com o tamanho e a
forma do executante.
“Como observação geral, os executantes aquáticos humanos mais
rápidos usualmente têm ombros largos e tórax profundos que
convergem para um quadril estreito e para as pernas. As primeiras
partes do nadador, a cabeça e os ombros são arredondados e os corpos
delgados, dando uma impressão geral de aerodinâmica e baixa
resistência” (p.50).
Para a resistência de o atrito ser vencida é necessária energia e esta por
sua vez pode ser mais bem utilizada na propulsão para frente. Além da força de
propulsão, o atrito manifesta-se de diferentes maneiras e várias formas: superfície
de atrito; fricção por atrito com a pele; resistência de turbilhonamento e
aerodinâmica; resistência das ondas e, resistência dos trajes de banho e efeito
âncora (não discutido neste capítulo).
21
A superfície de atrito, de acordo com Palmer (1990), apresenta-se quando
há movimentação do corpo para frente, movimentando a massa da água
diretamente à frente de sua área que é projetada durante o deslocamento.
A fricção por atrito com a pele é produzida pela resistência oposta pela
água diretamente junto ao corpo (Counsilman, 1984). Neste caso, a viscosidade
do líquido afeta a movimentação do indivíduo por causa da adesão direta das
moléculas de água com a pele, e ainda como fator importante em relação ao
efeito da resistência do fluido, cita-se a velocidade de execução do movimento
onde, a medida que aumenta-se a velocidade há um acréscimo considerável no
atrito causado pelo corpo em relação ao meio (Palmer, 1990).
Consolidando as afirmativas do referencial acima, Froud e Zahm, na
década de 80 descobriram que sob condições semelhantes à fricção das
moléculas de água na pele é 790 vezes maior que as do ar, e, portanto a
quantidade de energia necessária para realizar um movimento na água é em
torno de 790:1 em relação ao ar. Isso proporciona uma situação onde os
movimentos podem ser realizados com maior resistência, ocasionando uma maior
dispêndio de energia quando em movimentação em meio aquático (Campion,
1990).
No que diz respeito à resistência de turbilhonamento e aerodinâmica, o
posicionamento das mãos é um dos principais fatores de interferência no
movimento e que ocasionam o turbilhonamento, ou seja, se uma mão for
colocada numa corrente que se move rapidamente com a palma da mão voltada
para a direção do fluxo, verifica-se que a suavidade e a continuidade da corrente
serão perturbadas neste ponto, fazendo então com que apareça redemoinhos ou
turbulência atrás da mão em movimento. Estes, por sua vez, aparecem devido às
características aerodinâmicas das mãos.
Sobre a resistência das ondas, esta forma de atrito não é um dos fatores
de grande importância para o desempenho durante o deslocamento, no entanto, é
interessante que se evite a esteira da água provocada por outros nadadores ou
sujeitos que se deslocam no meio líquido. De acordo com Palmer (1990), as
ondas possuem energia, e por definição, quanto maior for a onda, mais energia
ela possui, fazendo com que haja um maior dispêndio de energia durante a
execução do movimento nesta situação.
22
Para Maglischo (1986), o êxito dos nadadores ou daqueles que usufruem o
meio líquido para deslocarem-se depende primordialmente da capacidade de se
gerar energia propulsora, reduzindo juntamente a resistência do movimento de
deslocamento. Ao mesmo tempo em que as formas de atrito podem ser evitadas
ou ao menos amenizadas pela técnica de execução, as formas de propulsão
devem ser cada vez mais aprimoradas, seja pelo posicionamento das mãos e/ou
pela magnitude da força e da propulsão por ela gerada.
Um dos fatores importantes que influenciam na propulsão é a tração, que
faz com que haja a impulsão do corpo a partir da movimentação dos membros
superiores. Conforme Counsilman (1984, pp. 19-22), na natação são empregados
três tipos de trações que contribuem na efetividade para propulsão total do
movimento. Na primeira, o cotovelo permanece baixo, a propulsão é mínima,
fazendo com que a quantidade de água impulsionada para trás fique reduzida. A
segunda tração apresenta o braço estendido e é mais eficaz que a primeira, no
entanto, seus movimentos tanto na impulsão para baixo ou para cima da água
são excessivos, perdendo com isso um melhor desempenho na movimentação, e
por fim, a terceira tração que minimiza os componentes para cima e para baixo da
tração do braço estendido, buscando um maior impulso para trás, facilitando o
deslocamento. Neste momento, o braço no início do movimento está estendido,
salvo em que o cotovelo está mais elevado. Posteriormente, durante a tração
ocorre uma flexão de cotovelo finalizando novamente com a extensão do mesmo.
Outro fator de grande relevância na propulsão além do posicionamento dos
braços é o posicionamento das mãos. A cada posicionamento diferente existe
uma resistência criada.
Segundo Counsilman (1984), pesquisas no campo da mecânica dos
líquidos indicam que a mão com os dedos levemente abertos ou totalmente
unidos conseguem uma maior tração do que a mão com os dedos abertos, já, em
relação à eficácia da puxada, o fundamental é que a mão esteja aberta e não na
forma de concha, que reduz consideravelmente a propulsão, fundamentalmente
devido à perda de resistência frontal e de esteira.
Confirmando as colocações do autor anterior, Palmer (1990) ao examinar o
efeito da mão em forma de concha e da separação dos dedos no movimento de
tração através de experimentos realizados em um canal de águas abertas no
laboratório hidráulico da Bristol Polytechnic, obteve resultados onde indicaram
23
que as forças hidrodinâmicas sobre a mão foram definitivamente maiores quando
os dedos estavam fechados em relação aos dedos abertos. Para velocidade de
execução do movimento, o estudo apresentou depreciações significativas na
performance quando os dedos estavam abertos e maior eficácia com os dedos
fechados.
Barthles (1982) apud Sá (1987) fez estudos das mãos e antebraço dos
nadadores, com o objetivo de identificar as forças propulsivas e de sustentação.
Neste trabalho concluiu-se que a produção das forças depende diretamente do
tipo de mão (caracterização antropométrica) e do posicionamento dos dedos,
onde: os dedos separados reduzem a força propulsiva de sustentação das mãos;
o ângulo ótimo de ataque da mão depende do seu formato e tamanho, da
velocidade de entrada, e da direção do fluxo da água após seu posicionamento, e
por fim, a força de arrasto da mão em forma de concha aumenta à medida que há
separação dos dedos.
As análises da propulsão, das forças de sustentação e de arrasto tiveram
grande ênfase nos estudos de Schleihauf apud Sanders (1999), nas décadas de
70, 80 e 90. O autor em (1979) desenvolveu um método para quantificar as forças
de sustentação e de arrasto produzidas pela mão de nadadores durante a tração
na braçada. Para tal, foi utilizado um modelo de uma mão de nadador (feita de
resina), onde foi medida a força propulsora em um ambiente cujo fluxo da água
era constante. Neste estudo foram usados dados tridimensionais da mão para
estimar o arrasto, as forças de sustentação e os vetores das forças da resultante
produzidos durante os ciclos das braçadas. Berger, Groot e Holandês (1995) apud
Sanders (1999), estenderam o trabalho de Schleihauf determinando coeficientes
de arrasto e de sustentação da mão variando a profundidade de imersão do
modelo.
Os estudos sobre forças de sustentação e coeficientes de arrasto de
Schleihauf (1979) e Berger et al. (1995) apud Sanders (1999) foram determinados
sob as circunstâncias em que a velocidade do fluxo era constante. Para estimar
as forças produzidas pela natação os investigadores negligenciaram os efeitos da
aceleração do fluxo em seus modelos matemáticos. Entretanto, Pai e Feno (1988)
apud Sanders (1999) afirmaram que os efeitos da aceleração afetariam
substancialmente a força na propulsão, e que seria necessário acrescentar no
modelo matemático esta variável.
24
De acordo com Schleihauf (1984) apud Sanders (1999), um modelo
matemático foi criado para determinar a força da mão na braçada. Esta força, por
sua vez, é composta pela resultante do vetor dos componentes da força de
sustentação e de arrasto durante a propulsão. Assim, o modelo matemático para
determinação da força da mão adotado pelo autor é:
F mão = F arrasto + F sustentação
Sustentando a afirmação acima, de acordo com Ito e Okuno (2003), a
contribuição da força gerada pela mão em combinação do antebraço é de suma
importância para determinar a velocidade de deslocamento no meio líquido,
sendo esta inferida pela relação entre a propulsão (arrasto) e a resistência gerada
pelo meio (força de sustentação).
Portanto, muitos são os fatores a serem compreendidos na propulsão de
um nadador, no entanto, um fator principal que dificulta estimar os coeficientes da
hidrodinâmica (o arrasto e a força de sustentação) é o fluxo gerado em torno da
mão durante os movimentos e que pode ser modificado conforme execução de
diferentes movimentos. Mesmo que haja a orientação do melhor posicionamento
da mão, a movimentação gerada pelo fluxo faz com que os coeficientes
hidrodinâmicos mudem continuamente.
Outra variável que também vem sendo utilizada para determinar o quão
eficaz é o movimento durante o deslocamento no meio líquido é a freqüência de
braçada, que segundo Maglischo (1986), é um valor expresso quanto ao número
de ciclos efetuados pelo nadador a cada minuto (ciclo de braços/min). Para Hay
(1981), a freqüência das braçadas dependerá do tempo que o nadador gasta na
fase propulsiva e na recuperação de cada braço.
Para Maglischo (1986), há uma relação negativa entre comprimento e
freqüência de braçada onde, um aumento no comprimento da braçada deve,
teoricamente, gerar uma diminuição na freqüência; um aumento na freqüência
deve gerar, de maneira teórica, uma diminuição no comprimento de braçada.
Melhoras, tanto no comprimento médio de braçada, quanto na freqüência média
de braçada poderiam resultar em melhoras significativas na performance
desportiva. De acordo com Caputo et al. (2000) há uma relação entre
comprimento e freqüência de braçada e a velocidade com que o nadador se
25
locomove na água, sendo esta determinada pelo produto entre o comprimento e a
freqüência de braçada. Esta relação direta entre o comprimento e a freqüência de
braçada com relação à velocidade foi comprovada em um dos estudos do autor
(Caputo et al, 2000) onde, após seis meses de treinamento aeróbio, houve
aumento na velocidade máxima de 400m estando associada a um aumento
apresentado na freqüência e no comprimento de braçada.
Embora tamanha seja a complexidade dos movimentos, nota-se que
alguns autores e estudiosos vem enfatizando o melhor posicionamento dos
braços e das mãos (hidrodinâmica), bem como as relações entre comprimento e
freqüência de braçada com a eficácia no desempenho dos movimentos da
natação, no entanto, percebe-se ainda que a literatura é escassa quando se trata
de estudos sobre um melhor posicionamento dos membros superiores em relação
não somente ao desempenho da natação, mas no desempenho da caminhada ou
marcha, seja no meio líquido ou mesmo no meio terrestre. Além da hidrodinâmica
dos membros superiores outros indicadores são necessários para a medida de
desempenho durante a locomoção e que serão descritos no próximo item.
Indicadores para o Desempenho Humano
O desempenho humano é o resultado de um conjunto de todas as
características físicas e mentais do indivíduo. Algumas são determinadas pelo
material genético, como é o caso do sexo e outras características podem ser
adquiridas pelos processos de crescimento, maturação e aprendizagem,
enquanto outras são a resultante da interação dos componentes genéticos do
indivíduo com diferentes ambientes.
Para Morrow, Jackson, Disch e Mood (2003), existem inúmeros fatores do
desempenho motor que afetam a capacidade de um indivíduo de realizar
determinadas habilidades esportivas específicas. Devido essa gama de fatores
influenciáveis na maximização do desempenho tornou-se necessário à validade
da construção das áreas que abrangem o desempenho humano, denominada
domínio do desempenho humano. Em cada domínio existem os subdomínios, que
permitem que se estenda a qualidade necessária para a realização de várias
26
tarefas motoras. As principais áreas de domínio do desempenho estão descritas
na Figura 3.
Figura 3 Oganograma das principais áreas de abrangência dos domínios do
desempenho humano(Morrow, Jackson, Disch e Mood, 2003),
Domínio Biológico
No domínio biológico, segundo Watson (1986), certas influências
ambientais podem ter efeitos permanentes, e junto aos fatores genéticos
representam limites invariáveis do desempenho. Esses fatores genéticos como
idade, sexo e biotipo são subdomínios de essencial importância em todos os
demais domínios e subdomínios do desempenho humano.
Na classificação dos subdomínios do domínio biológico, o conhecimento do
biotipo é de grande importância. Este, em determinado momento é conhecido
como fenótipo, que é fortemente influenciado por fatores genéticos (genótipo).
Contudo, o biotipo pode ser quantificado através de medidas antropométricas
como comprimento, largura, espessura e circunferência de várias partes do corpo.
Como foco principal desta pesquisa, a quantificação das medidas
antropométricas é representada essencialmente pela densidade corporal do
indivíduo e sua relação com a flutuabilidade. Essa variável é um indicador que
pode possibilitar ou mesmo interferir negativamente no desempenho humano,
Desempenho
humano
Biomecânica Biologia
Psicologia
Aprendizagem
Motora
Fisiologia
27
mais precisamente no deslocamento realizado no meio líquido e na capacidade
de flutuação neste meio.
As diferenças na flutuabilidade se dão em função da densidade corporal.
Essa densidade é dependente de dois fatores: seu peso (massa) e o volume de
seu corpo. A probabilidade de um indivíduo flutuar depende da quantidade de
ossos, músculos, gorduras e outros tecidos dos quais é composto. Uma vez que a
densidade do osso e do músculo é maior que a densidade da gordura, indivíduos
que são extremamente musculosos e têm pouca gordura corporal têm maiores
densidades corporais médias do que indivíduos com menor massa muscular,
facilitando assim a flutuação destes, pois o volume corporal passa a ser
suficientemente grande para criar uma força de flutuação maior ou igual ao peso
corporal. Além disso, essas diferenças na flutuabilidade variam de acordo com a
idade e o sexo onde, na infância, ossos e músculos não estão completamente
formados, tornando a densidade corporal relativamente baixa, e na velhice, com a
diminuição de minerais dos ossos e a atrofia dos músculos a densidade do corpo
outra vez torna-se relativamente baixa, podendo até fazer com que certas
pessoas se tornem incapazes de flutuar com o passar dos anos. Já na
diferenciação entre os sexos, as mulheres têm maiores probabilidades de
flutuarem do que os homens, pois elas geralmente possuem maiores proporções
de gordura do que os homens, sendo 26% de gordura corporal para mulheres e
11% para os homens conforme pesquisas de Wilmore e Benke (1970), Sloan
(1967) apud Hay e Reid (1985).
Na flutuação de um indivíduo a orientação do corpo é determinada pela
posição relativa do centro de gravidade
12
deste corpo em relação ao seu centro
de volume, onde, a localização destes centros varia de acordo com dados
antropométricos e da composição do corpo (Hay & Reid, 1985; Hall, 1993).
Para Palmer (1990), o posicionamento do centro de gravidade difere de
acordo com a estrutura física e anatômica entre homens e mulheres. A exemplo
disso, nas mulheres seus ossos são geralmente menores e mais delgados que
nos homens, assim como o tronco dos homens tende a ser mais profundo e
ombros mais largos do que nas mulheres. Estes diversos aspectos formam um
1
O efeito da flutuação de um corpo pode ser considerado como uma simples força atuando no
centro de massa do fluído deslocado, conhecido como Centro de Empuxo (Shames, 1973).
28
padrão pelo qual o centro de gravidade no corpo do homem tende a ser
proporcional e ligeiramente mais alto do que no da mulher.
A relação entre a densidade corporal, a capacidade de flutuabilidade e o
equilíbrio necessário para a execução do deslocamento no meio líquido são
melhores explicadas no domínio biomecânico. Esse domínio compreende os
subdomínios considerados principais, como: força muscular, flexibilidade e
especificamente, para esta pesquisa, o equilíbrio. Para tanto, somente esta
variável será abordada teoricamente neste capítulo.
Domínio Biomecânico
A biomecânica tem apresentado sua importância no processo de
mensuração do desempenho de determinados movimentos, principalmente em
habilidades fechadas em que a consistência do movimento é considerada
fundamental para o sucesso. Para Magill (2000), as medidas cinemáticas,
associadas com a aprendizagem do movimento, tornam-se elementos
importantes na descrição do desempenho na pesquisa de aprendizagem e
controle motor.
Independente do movimento estudado e dos procedimentos utilizados na
aprendizagem deste movimento, quando avaliado qualquer um dos subdomínios
pertencentes a área de biomecânica, estes preferencialmente devem ser
classificados em relação a um segmento isolado do corpo, ou seja, considera-se
duas dimensões gerais: membros inferiores e superiores, fazendo com que se
obtenha uma medida pormenorizada de acordo com a especificidade da tarefa a
ser executada para cada uma das variáveis (Jackson e Frankiewicz, 1975, apud
Morrow, Jackson, Disch e Mood, 2003).
Um dos subdomínios que apresentam grande importância na realização de
movimentos tanto na terra quanto no meio líquido é o subdomínio do equilíbrio.
Classificado como multidimensional, ele pode ocorrer em variados ambientes e de
diferentes formas, sendo que, a compreensão de equilíbrio nesta pesquisa se dá
com ênfase no deslocamento meio líquido.
29
Para que um corpo flutue em completo equilíbrio ou em estado de
equilíbrio, o centro de gravidade e o centro de flutuação alinham-se um com o
outro, estando o centro de gravidade agindo para baixo e o centro de flutuação
atuando para cima, com o objetivo de sustentar o corpo. Entretanto, o corpo pode
flutuar com o seu centro de gravidade acima ou abaixo do centro de flutuação, o
que determinará a posição de equilíbrio.
Existem três condições possíveis de equilíbrio: equilíbrios estáveis,
instáveis e neutros. O equilíbrio estável acontece quando um pequeno
deslocamento da posição de equilíbrio produz um movimento de alinhamento ou
correção que reconduz o corpo a seu estado original, o que caracteriza a
flutuação horizontal onde o centro de flutuação permanece acima do centro de
gravidade. O equilíbrio instável ocorre quando um pequeno deslocamento
provoca um momento de giro, fazendo com que o centro de gravidade fique acima
da superfície da água e, por fim, o equilíbrio neutro, que acontece quando o corpo
permanece em qualquer posição após ter rodado ou se inclinado, por exemplo, a
rotação de uma bola. Estas três condições de equilíbrio caracterizam o
posicionamento horizontal tomado pelos nadadores (Palmer, 1990).
Já, no posicionamento de equilíbrio na vertical, os autores Morrow,
Jackson, Disch e Mood (2003) conceituam o equilíbrio como estático e dinâmico,
onde, a capacidade de manter o equilíbrio total de um corpo enquanto um sujeito
fica em pé em um lugar caracteriza-se como equilíbrio estático, ao passo que o
equilíbrio dinâmico consiste na capacidade de manter um sujeito equilibrado
quando em movimentação de um lugar para outro.
Conforme Palmer (1990), para que um indivíduo permaneça na posição de
equilíbrio vertical controlado é necessário que o centro de gravidade permaneça
acima do centro de flutuação. Na posição vertical de flutuação há interferências
na atitude da cabeça, podendo manobrar o corpo do indivíduo em diferentes
posições e controlar a forma de flutuação vertical. Desta forma, quando há
rotação da cabeça para frente também há um deslocamento para frente do seu
centro de gravidade, o mesmo acontece com a movimentação da cabeça para
trás, onde uma ação de pêndulo pode ser desenvolvida, fazendo com que o corpo
desequilibre lentamente em relação à superfície. Portanto, a posição vertical pode
ser controlada pelo ajustamento da cabeça, como mostra a Figura 4.
30
Figura 4 Flutuação em posição vertical controlada
Compreendendo os tipos de equilíbrio nos diferentes posicionamentos,
além do ambiente alguns fatores influenciam na interação da manutenção do
equilíbrio e da postura. Para que esta manutenção aconteça, Woollacott e
Shumway-Cook (1990) apud Gallahue e Ozmun (2001) afirmam que múltiplos
fatores neurônicos e biomecânicos trabalham em conjunto para atingir o objetivo
de equilíbrio. Com isso, os componentes que podem desempenhar papel de
influência no controle do equilíbrio de um indivíduo são: (1) sinergias de reação
músculo-postural, que se referem ao tempo de seqüenciamento de ativação de
grupos musculares tanto na parte inferior quanto na superior do corpo necessário
para manter o equilíbrio ou o controle postural; (2) sistemas visuais, vestibulares e
somato-sensorial, onde, o sistema visual é quem fornece as informações sobre o
posicionamento do corpo em relação ao ambiente, e os outros dois sistemas
contribuem com as informações sensoriais sobre a posição do corpo e da cabeça
em relação à gravidade e à percepção da posição das articulações; (3) sistemas
adaptativos, que são os sistemas que permitem que ocorram modificações nas
informações sensoriais e nas reações motoras quando há alterações nas
exigências das tarefas ou modificação nas características do ambiente; (4) força
muscular, que possibilita a restauração do equilíbrio ou de uma postura adequada
a tarefa executada quando esta é perturbada; (5) escala de movimentos das
articulações, que referem-se às várias articulações do corpo as quais determinam
o quão restrito ou livre pode ser um movimento dependendo do grau de equilíbrio
requerido durante determinada execução de movimento e; (6) morfologia corporal,
31
onde os elementos como estatura, centro de massa, comprimento dos pés e
distribuição do peso corporal alteram a função biomecânica de manutenção e
estabilidade.
Domínio da Aprendizagem Motora
Apesar de algumas características serem relevantes para o desempenho
humano e que o indivíduo tem pouco ou nenhum controle, como o sexo, idade,
somatotipo, distribuição e tipo de unidades motoras; as características ambientais
como o local (altitude, temperatura, umidade,...) onde se pratica determinadas
atividades ou onde é realizado um treinamento tem grandes influências em
relação às adaptações específicas, anatômicas, fisiológicas, bioquímicas e
biomecânicas frente ao exercício, podendo influenciar no êxito do desempenho.
Esses fatores ambientais são classificados como subdomínios do domínio da
Aprendizagem Motora, além da coordenação, agilidade e fatores motivacionais
que fazem parte do processo de aprendizagem de tarefas motoras.
Como fator ambiental, em todas atividades o movimento humano é afetado
pelo fluido no qual são realizadas as atividades. Alguns autores como Thein e
Brody (1998), Hamill e Knutzen (1999), Sanders (2000), comprovam através de
seus estudos que tanto o ar como a água é considerada fluidos que, por sua vez,
podem afetar humanos ou objetos. A exemplo disso, cita-se o movimento de um
corredor, que é afetado pelo ar e de um nadador, que é afetado pela água ou pela
interface ar/água.
De acordo com Sanders (2000), quando um movimento passa a ser
executada no meio líquido a resistência que cerca o corpo neste meio durante a
progressão do movimento é de aproximadamente 12 a 15 vezes maior do que
quando executado somente com a resistência do ar, resultando, portanto em uma
maior sobrecarga de treinamento no meio líquido e aumento do gasto energético
quando comparado com o mesmo exercício executado em terra.
Além da influência do ambiente na realização de uma determinada tarefa
motora, o processo de aprendizagem desta e os fatores motivacionais que levam
32
um indivíduo a executar um certo movimento tem papel fundamental no êxito da
maximização do desempenho humano.
Comprovando a afirmativa, o estudo de Clarys (1979) apud Wilson e Thorp
(2003) ao examinar em seu estudo a morfologia humana e sua relação com o
arrasto hidrodinâmico, o autor concluiu que a forma, as variáveis antropométricas
como composição e dimensões do corpo tiveram pequena influência na fase de
propulsão durante o deslocamento na natação em relação a aprendizagem e
fatores motivacionais. Contudo, as maiores diferenças significativas durante a
eficiência na propulsão se deram pela influência do treinamento da coordenação
dos movimentos e pelo aprendizado da técnica do estilo do nado estudado.
Em contrapartida, Schmidt e Wrisberg (2001), afirmam que as diferenças
individuais e capacidades motoras são fatores determinantes que contribuem nas
diferenças de desempenho dos movimentos das pessoas. Esses fatores de
diferenças incluem as capacidades que um indivíduo tem de realizar determinada
tarefa motora; atitudes; tipo corporal; composição emocional; nível de aptidão
física que a pessoa se encontra; nível maturacional; nível motivacional;
experiências sociais prévias e do movimento estudado. Com isso, existe uma
relação direta entre um maior conhecimento das características do sujeito e a
melhoria ou não no desempenho de uma ou mais tarefas motoras.
Além dos diversos fatores acima relacionados que podem ser
determinantes nas medidas do desempenho, para Schmidt e Wrisberg, (2001),
existem formas diferentes de se medir o desempenho de uma habilidade motora.
O desempenho motor é medido considerando duas categorias relacionadas a
diferentes níveis de observação do desempenho, sendo a primeira categoria
denominada de medidas de resultados do desempenho onde estão incluídas as
medidas que indicam o resultado ou os efeitos do desempenho de uma habilidade
motora, exemplos: tempo para completar uma resposta, tempo de reação e
distância. A segunda categoria denominada de medidas de produção do
desempenho na qual informam sobre a atividade dos diversos músculos
envolvidos na ação ou ainda como o sistema nervoso está funcionando, como o
sistema muscular está agindo ou como os membros e articulações estão atuando,
antes durante e depois de a pessoa desempenhar uma habilidade, por exemplo, o
deslocamento, a velocidade, a aceleração, o ângulo da articulação.
33
Nota-se que o subdomínio da aprendizagem motora abrange a maioria das
variáveis influenciáveis na melhoria do desempenho humano No entanto, em
níveis menos genéricos, é possível demonstrar que o desempenho também é
influenciado pelas características fisiológicas específicas, sendo que muitas delas
podem ser medidas ou descritas.
Domínio da Fisiologia
As características do domínio da fisiologia incluem variáveis de força,
flexibilidade, velocidade e a capacidade para vários outros tipos de esforços
físicos, classificados como componentes da aptidão física ou aptidão motora, que
podem sofrer modificações ou melhorias de acordo com o nível de treinamento.
Dentre estes componentes, os mais estudados são os parâmetros
hemodinâmicos e metabólicos frente ao exercício.
Existem em demasia, diferentes tipos de exercícios e de atividades físicas
possíveis de se executar. Cada um deles solicita diferentes grupos musculares e
induz quantitativamente diferentes estímulos ao coração, vasos sangüíneos e
pulmão a depender da quantidade de grupos musculares envolvidos, intensidade,
duração da atividade e o ambiente onde o exercício é executado, principalmente
no que diz respeito ao meio e a temperatura.
Cada indivíduo possui um conjunto de aptidões e limitações oriundas de
seu potencial genético, das atividades físicas prévias ou mesmo de eventuais
disfunções orgânicas. Portanto, estas qualidades e deficiências devem ser
diagnosticadas, analisadas, classificadas e orientadas adequadamente. A esse
processo, fundamental para maior eficiência da performance humana, caracteriza-
se como avaliação funcional. Assim, de acordo com Ribeiro e De Rose (1983),
esta avaliação tem o intuito de traduzir o desempenho físico por um conjunto de
variáveis mensuráveis, independentes de fatores aleatórios ou fortuitos que
escapam a análise científica, como por exemplo: a mensuração de consumo de
oxigênio, ácido lático, e respostas de freqüência cardíaca.
Portanto, neste tópico serão abordados os parâmetros hemodinâmicos da
freqüência cardíaca e consumo de oxigênio, e suas diferenciadas respostas frente
34
ao exercício no meio líquido na profundidade onde o nível da água está na altura
dos ombros ou pescoço e possíveis comparações com o meio terrestre através de
pesquisas já realizadas, bem como, a influência da temperatura nas alterações
destas variáveis.
A freqüência cardíaca (FC) é o número de batimentos do coração
registrados a cada minuto, sendo determinada por despolarizações espontâneas
do nódulo sinusal, entre 70 e 80 batimentos por minuto (bpm). Quando em
repouso a FC sofre influências pela idade, por fatores emocionais, posição do
corpo, influências ambientais e nível de aptidão cardiorrespiratória, tornando-se
progressivamente mais baixa com o aumento da idade e com o aumento da
quantidade de treinamento, ou seja, quanto mais bem condicionado estiver uma
pessoa, mais baixa sua FC tanto de repouso quanto em exercício (Alfieri &
Duarte, 1993, p.32).
Segundo Weineck (1991) a quantidade de sangue por minuto é conhecido
como débito cardíaco, que é o produto da freqüência cardíaca (FC) pelo volume
sistólico (quantidade de sangue que é expulsa do ventrículo para as vias
sanguíneas durante a contração). Uma pessoa não treinada aumenta o seu VMC
principalmente através do aumento da freqüência cardíaca; o treinado através do
aumento do volume sistólico. Do ponto de vista energético, o aumento do volume
sistólico é mais favorável que o aumento da freqüência, pois há um menor gasto
do oxigênio utilizado.
Para Fox, Bowers e Foss (1991), o aumento da FC é a primeira resposta
do aparelho cardiovascular observada no esforço físico e, isso se deve pela
inibição da atividade parassimpática e pelo aumento da atividade simpática
adrenérgica, apresentada quando se inicia qualquer exercício. Contudo, esta
elevação de FC se dá em diferentes tipos de exercícios, acompanhando
linearmente a intensidade do trabalho realizado, aumenta com o aumento da
temperatura corporal, pelo acúmulo de ácido láctico, fatores emocionais e
depende do tipo de contração muscular envolvida, principalmente em exercícios
que envolvam esforço realizado (movimentação) dos membros superiores
juntamente aos inferiores, como é o caso das caminhadas e corridas.
À medida que a pele torna-se aquecida pelo exercício, os vasos
sangüíneos superficiais dilatam-se e o suprimento sangüíneo periférico aumenta.
De acordo com Skinner e Thomson (1985) e o American College of Sports
35
Medicine (1996), a dilatação que ocorre nos vasos sangüíneos e o aumento de
suprimento sangüíneo para o corpo proveniente da elevação da temperatura
corporal durante o exercício ocasionam uma elevação momentânea da pressão
arterial e freqüência cardíaca durante o exercício.
Os aumentos expressivos de FC tanto em repouso quanto em exercício
nas pessoas não treinadas modificam-se de acordo com o nível de atividade física
ou condicionamento físico que o sujeito apresenta.
Com o treinamento, ocorre uma hipertrofia cardíaca e dilatação das
cavidades cardíacas. O significado fisiológico aparece no maior refluxo de sangue
venoso para o coração durante a atividade muscular intensa e o aumento da
regulação do coração por vias nervosas. Em termos de energia, existe uma
importante economia do coração, pois com o aumento do volume do coração, do
volume minuto cardíaco, da pulsação e da absorção máxima de oxigênio, há uma
diminuição da freqüência cardíaca (Weineck, 1991).
A influência do meio e da temperatura onde o exercício é praticado é de
suma importância para a compreensão das respostas de FC. Segundo Baum
(2000), quando os exercícios são praticados no meio líquido a uma temperatura
média de 28ºC os batimentos cardíacos podem ser de 10 a 25 batimentos por
minuto inferiores àqueles que ocorrem durante um trabalho no mesmo esforço
percebido em terra, também, à medida que a pele se torna aquecida pela
temperatura da água, os vasos sangüíneos superficiais dilatam-se e o suprimento
sangüíneo periférico é aumentado, resultando em uma redistribuição do sangue
fazendo com que haja constrição dos vasos esplâncnicos para fornecer aumento
do volume sangüíneo para os vasos periféricos. Para Skinner e Thomson (1985),
a água quente faz com que durante a imersão as arteríolas dilatem-se,
produzindo uma redução na resistência periférica e por essa razão, uma queda na
pressão arterial, aumentando não somente a demanda de oxigênio, como
também a produção de dióxido de carbono, fazendo com que a freqüência
respiratória aumente proporcionalmente.
Especificamente no meio líquido, quando uma pessoa é imersa na
profundidade da sínfese para o processo xifóide até a altura dos ombros a
freqüência cardíaca diminui devido preenchimento cardíaco e aumento no volume
sistólico. Essa queda é variável, sendo o tamanho da queda dependente da
temperatura da água. Em piscinas com temperaturas médias, a freqüência
36
cardíaca diminui de 12 a 15%. Existe uma relação significante entre temperatura
da água e a freqüência cardíaca. A 25ºC, a freqüência cardíaca cai
aproximadamente 12 a 15 batimentos por minuto (bpm), ao passo que, em águas
quentes, a freqüência cardíaca aumenta significativamente, contribuindo para o
principal aumento do débito cardíaco em altas temperaturas (Evans; Cureton &
Purvis, 1978)
Em água de baixa temperatura ou gelada, ocorre um processo de
vasoconstrição principalmente nos membros inferiores, podendo afetar a pressão
sangüínea e a freqüência cardíaca. Por esta razão, é de extrema importância o
controle da temperatura da água, a qual os sujeitos são submetidos.
Encontra-se na literatura pesquisas que confirmam quantitativamente a
diminuição dessa FC durante exercícios executados no meio líquido, no entanto,
alguns pesquisadores comprovaram o aumento da FC ou a não alteração no
mesmo ambiente de execução dos exercícios.
Para Kruel (2001) determinados exercícios no meio líquido proporcionam
diminuição da FC em relação aos mesmos exercícios realizados em terra. Nos
estudos do autor, os resultados da pesquisa apresentaram um decréscimo de 23
bpm nos exercícios realizados na altura dos ombros no meio líquido em relação
ao meio terrestre, a uma temperatura média de 30ºC e, da mesma forma, em
outro estudo do autor (1994), encontrando um decréscimo de 16 bpm no meio
líquido, também na altura dos ombros em relação a terra.
Para McArdle, Katch e Katch (1998), determinados exercícios, caminhadas
ou corridas realizadas em imersão no meio líquido, estando o indivíduo com a
água na altura dos ombros apresentam uma bradicardia de aproximadamente 17
bpm quando comparado a mesma atividade realizada na terra. Essa diminuição
da FC associa-se a uma diminuição no peso hidrostático do indivíduo quando
imerso no meio líquido e, pela pressão hidrostática que faz com que haja uma
melhora no sistema cardiovascular facilitando a redistribuição do fluxo sangüíneo.
Confirmando as afirmações anteriores, Svedenhag e Segen (1992) através de um
estudo com corredores de média e longa distância e um decatleta, também
encontraram freqüências cardíacas submáximas e máximas mais baixas durante
a corrida em água profunda quando comparado à corrida em esteira na mesma
intensidade, onde, as FC máximas foram, em média, de 172 bpm na água contra
188 bpm na corrida na esteira. O mesmo aconteceu para Town e Bradley (1991),
37
ao compararem as respostas metabólicas máximas de corredores durante a
corrida na esteira e corrida em água profunda
23
onde, na corrida no meio líquido
encontrou-se uma diminuição em torno de 13% na FC máxima em relação à
esteira e, para Hertler et al. (1992), ao submeter uma amostra de corredores à um
treinamento comparativo entre corrida em águas profundas e corrida terrestre, os
autores encontraram resultados de FC de 123.5 ± 20,1 bpm para a corrida
aquática e de 169.5 ± 10.9 bpm para o mesmo treinamento em corrida terrestre.
Segundo Heigenhauser et al. (1977), a diminuição da FC está associada
com a imersão na água, e não está relacionada com o grau de treinamento do
indivíduo. Esta diminuição de FC ocorre devida uma bradicardia decorrente da
baixa pressão intrapulmonar ocasionada pela imersão na água.
Apesar de algumas pesquisas comprovarem os efeitos de bradicardia nos
exercícios realizados em ambiente aquático onde o sujeito permanece com o
nível da água na altura dos ombros, alguns pesquisadores obtiveram resultados
opostos aos acima relatados.
Whitley e Schoene (1987), ao compararem as respostas de FC da
caminhada na água (na altura do pescoço) versus esteira, em quatro velocidades
diferentes, em 12 universitárias não encontraram diferenças estatisticamente
significativas entre as FC de repouso, no entanto, a mensuração da FC da
caminhada na água foi significativamente mais alta que as respostas da
caminhada na esteira, comprovando o aumento da FC com a imersão em meio
líquido.
Contudo, os resultados de Green et al. (1990), não corroboram com os
resultados anteriores, onde, em seu estudo comparando a corrida em esteira e
corrida em água profunda, com cinco homens e cinco mulheres, numa
temperatura a 28ºC, não foram encontradas diferenças estatisticamente
significantes na FC e no consumo de oxigênio, quando comparando as duas
modalidades de exercício. O mesmo aconteceu com Ritchie e Hopkins (1991),
estudando oito corredores de “cross country” após 30 minutos de corrida em água
profunda (159 bpm) e o mesmo tempo em corrida de rua (158 bpm).
23
Considera-se águas profundas ou águas fundas nestas pesquisas quando o indivíduo estudado
permanecer com a água na altura do pescoço e fizer uso de cinturão flutuador para se manter em
suspensão no meio líquido.
38
Para Fox, Bowers e Foss (1991) a FC é o índice da função circulatória
usado mais comumente durante o exercício, podendo-se utilizar as respostas de
FC como guia para intensidade de qualquer exercício específico; na avaliação dos
efeitos do treinamento; e com base nos resultados dos dois itens anteriores, na
elaboração de programas de treinamento mais efetivos, utilizando o princípio da
sobrecarga progressiva, buscando atingir melhorias no desempenho humano, na
performance e saúde em termos de qualidade de vida.
Diante dos estudos apresentados anteriormente que objetivam a
mensuração da capacidade metabólica, nota-se que a FC é a mais utilizada, por
ser uma medida indireta de fácil monitoração, principalmente quando o ambiente
em estudo é o meio líquido. As divergências dos resultados obtidos nos estudos
entre os pesquisadores fazem com que muitos deles utilizem-se paralelamente a
mensuração da FC, a análise do consumo de oxigênio para comprovação das
respostas obtidas frente ao exercício ou mesmo reforço destas.
O consumo de oxigênio é um parâmetro fisiológico e metabólico aceito
internacionalmente para avaliar a capacidade oxidativa durante trabalhos
musculares, submáximos ou máximos, utilizado para avaliar a capacidade de
trabalho do homem, em diferentes atividades ocupacionais e esportivas, bem
como, para prescrever e quantificar a atividade ou treinamento físico no sistema
cardiorrespiratório e usado em estudos epidemiológicos para comparação de
capacidades físicas entre povos e atletas (Leite, 1990).
Para Alfieri e Duarte (1993, p.21), quando se realiza um exercício de
intensidade crescente, como é o caso de alguns testes de esforço, cada nível ou
estágio representa uma carga adicional na capacidade de metabolismo aeróbico
do indivíduo. Nos primeiros estágios, o consumo de O
2
é linear e em proporção
direta com a intensidade do exercício, alcançando-se o steady state em cada
nível de esforço e nos últimos estágios o consumo de O
2
passa a não aumentar
proporcionalmente ao aumento do nível de exercício. O ponto de estabilização do
consumo de O
2
forma um platô e não aumenta, apesar da intensidade aumentar.
A esse fenômeno chamamos consumo máximo de O
2
ou VO
2
máx.
Do ponto de vista fisiológico, os valores de VO
2
máx em indivíduos
saudáveis podem ser influenciados por diversas variáveis. Dentro de
determinados limites, valores mais altos são obtidos quando uma massa muscular
maior está envolvida na execução de movimentos ou nos testes para mensuração
39
do consumo de oxigênio. Valores obtidos em esteiras rolantes excedem os
valores obtidos em cicloergômetros, e quando se adiciona movimento dos braços
a um exercício máximo de membros inferiores esses valores de VO
2
máx podem
aumentar moderadamente. Esses valores modificam-se de acordo com o sexo,
onde valores médios para mulheres são aproximadamente 10 a 20% menores
que dos homens de idade e aptidão física comparáveis, devido ao maior
percentual de gordura corporal, menor massa muscular e menor concentração de
hemoglobina no sexo feminino. Além do sexo, a idade também influenciará o VO
2
máx, sendo que, após os 25 anos, há uma diminuição deste em 9% a cada
década (ACSM, 1996).
Alguns pesquisadores têm se interessado nas atividades realizadas no
meio líquido e suas respostas fisiológicas apresentadas pelos efeitos da imersão,
pois, para Thein e Brody (1998), quando humanos são imersos em água, algumas
respostas fisiológicas ocorrem tanto em repouso ou em situações de exercício,
principalmente no que diz respeito a redistribuição do fluxo sangüíneo.
Algumas pesquisas vêm comprovando estas alterações fisiológicas
ocasionadas pelo meio líquido quando relacionadas com o ambiente terrestre,
dentre elas citam-se os estudos de Green et al. (1990) e Ritchie e Hopkins (1991),
que compararam respostas do VO
2
máx em corrida em água profunda (nível da
água na altura dos ombros) e corrida em esteira, encontrando respostas de VO
2
máx 25% menores em água profunda versus esteira; Butts, Tucker e Greening
(1991), comparando respostas de VO
2
máx em corrida na esteira e corrida no
meio líquido em homens e mulheres obtendo resultados de 55.7 ± 4,8 ml.Kg
-1
.min
-
1
na esteira e 46,8 ± 5,9 ml.Kg
-1
.min
-1
na água para homens e 64,5 ± 2.8 ml.Kg
-
1
.min
-1
na esteira e 58,4 ± 3,9 ml.Kg
-1
.min
-1
na água para mulheres; Svedenhag e
Seger (1992), encontrando valores significativamente menores de VO
2
máx na
corrida em águas profundas quando comparado a corrida em esteira; o estudo de
Butts, Tucker e Smith (1991) apud Thein e Brody (1998), que compararam os
valores de VO
2
máx obtidos na corrida de cross country de mulheres em relação a
corrida em imersão aquática também com a água ao nível dos ombros,
encontrando valores de 17% mais baixos no meio líquido quando comparados a
terra e, ainda confirmando esta redução no VO
2
máx na corrida aquática em
relação à corrida terrestre, Mercer et al. (1994) obtendo resultados no consumo
de oxigênio de 43.61 ± 11.06 ml.Kg
-1
.min
-1
, para a corrida aquática e de 54.51 ±
40
12.87 ml.Kg
-1
.min
-1
, para corrida terrestre, enquanto que Randall et al. (1996)
obtiveram resultados de VO
2
máx na esteira de 60.1 ± 3.6 ml.Kg
-1
.min
-1
e para
corrida em águas fundas de 59.6 ± 5.4 ml.Kg
-1
.min
-1
; e Mercer e Jensen (1998),
apresentaram resultados de 49.9 ± 9.9 ml.Kg
-1
.min
-1
no meio líquido e 60.3 ± 13.9
ml.Kg
-1
.min
-1
na esteira para homens e valores de 37,6 ± 5.3 ml.Kg
-1
.min
-1
no meio
líquido e 46.3 ± 5.7 ml.Kg
-1
.min
-1
na esteira para mulheres, comprovando também
menores valores na variável estudada no meio líquido em relação aos resultados
obtidos em esteira.
Todos os estudos acima mencionados compararam as respostas de VO
2
máx apresentadas durante corrida em esteira e corrida no meio líquido onde, os
indivíduos utilizavam-se do auxílio de cinturões flutuadores para que se
mantivesse com a água na altura dos ombros, o que equivale a 10% do peso
corporal dos indivíduos analisados quando imersos no meio líquido, conforme
Figura 5.
Figura 5 Percentual do empuxo em relação ao peso corporal em diferentes níveis
de imersão (Becker & Cole, 2000, p.41)
Esse aumento nas respostas de VO
2
máx encontradas na esteira em
relação a água comprova a citação do ACSM (1996), o qual afirma que valores
mais altos de consumo de oxigênio são obtidos quando uma massa muscular
maior e massa corpórea está envolvida na execução de movimentos, e que os
41
valores obtidos na variável estudada são maiores nas mulheres quando
comparado aos homens, seja na terra ou na água.
Diante dos resultados apresentados nas pesquisas acima pode-se
observar que os valores de VO
2
máx encontrados quando um indivíduo exercita-
se na água são naturalmente mais baixos do que na terra, devido a ocorrência da
diminuição do peso corporal quando em imersão no meio líquido.
Em suma, as alterações relacionadas ao desempenho provêm de uma
série de fatores influenciáveis nesta variável. O estado de saúde de vários
sistemas fisiológicos, o estilo de vida presente e passado, características
genéticas, condições ambientais e exigências das tarefas motoras interagem,
criando uma escala de resultados motores em que se destacam o desempenho
adequado e o desempenho deficiente. Portanto, é necessário que o pesquisador
tenha um conhecimento e controle de todas essas variáveis do sujeito a ser
estudado ou de grupos de pessoas, com o intuito de chegar a resultados precisos
a respeito do desempenho apresentado.
CAPÍTULO III
MÉTODO
Neste capítulo serão abordados os procedimentos metodológicos utilizados
nesta pesquisa, especificamente no que diz respeito à caracterização da
pesquisa, procedimentos para a seleção da amostra, coleta dos dados, análise do
movimento e processamento das imagens, o programa instrucional e o tratamento
estatístico utilizado.
Caracterização do Estudo
Este estudo caracteriza-se como descritivo, com delineamento pré-
experimental de acordo com Campbell e Stanley (1979), e intra-sujeitos, do tipo
AB, onde A = linha de base (anterior a intervenção) e B= intervenção
estabelecida, conforme Nunes (1991), Tawney e Gast (1984) e Matos (1990). De
acordo com os autores, este delineamento de pesquisa pode também ser
denominado como: delineamento de pesquisa de sujeito como seu próprio
controle; sujeito único ou single design.
O objetivo desse delineamento é favorecer a verificação rigorosa das
relações funcionais entre variáveis, ou seja, acompanhar e medir o desempenho
individual de cada sujeito com ele mesmo durante a manipulação das variáveis.
O método foi selecionado a partir do problema estabelecido e com base no
referencial teórico, visando atingir os objetivos propostos.
43
Procedimentos metodológicos para coleta dos dados
Os dados foram coletados no Laboratório de Esforço Físico (LAEF) do
Centro de Desportos da Universidade Federal de Santa Catarina e na piscina do
CDS/UFSC, com dimensões de 50m X 25m e profundidade de 1,80 m.
Para a coleta dos dados foi necessária a realização de alguns
procedimentos preliminares de coleta para o desenvolvimento da pesquisa.
As etapas metodológicas podem ser visualizadas através da Figura 6.
44
Figura 6 Fluxograma dos procedimentos metodológicos para coleta dos dados.
ETAPAS METODOLÓGICAS PARA
COLETA DOS DADOS
Aprovação do
Comitê de Ética
Estudo Piloto
Contato com os alunos da Hidroginástica para
apresentação do Projeto de pesquisa
Termo de Consentimento Convite para participação
Participantes da
Pesquisa
Apresentação da proposta de pesquisa para o
Diretor do CDS/UFSC e coordenadores dos
projetos de Extensão do CDS/UFSC(Natação)
Avaliação da
Capacidade Aeróbica
(pré e pós)
2. Caracterização dos
Participantes
Agendamento e realização das coletas
1. Reunião de
esclarecimentos
3 e 4. Análise Biomecânica e
Comportamento da FC; Programa
Instrucional
Prontidão para Atividade
Física (Q-PAF)*
Nível de
Atividade Física
Habitual
Avaliações
Antropométricas
(pré e pós)
1ª análise;
6 intervenções/ 2ª análise;
6 intervenções/ 3ª análise;
6 intervenções/ última análise;
Processamento e Digitalização das
imagens.
45
Procedimentos Preliminares
Enviou-se o Projeto de pesquisa ao Comitê de Ética em Pesquisa com
seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina, obtendo então a
aprovação do mesmo (anexo 1).
Posteriormente, efetuou-se o projeto piloto onde foram realizadas algumas
filmagens para a determinação do posicionamento da câmera em relação ao
visor, determinando a altura do tripé e melhor posicionamento da câmera para
então ser considerado como padrão para as demais filmagens; também foi
determinado o posicionamento do participante, relacionando a distância deste
com o visor para captação de um melhor ângulo de imagem; distância total a
percorrer paralelamente à área do visor e ponto específico de posicionamento do
participante em relação à câmera para inicializar as filmagens propriamente ditas.
Após a determinação do posicionamento do sujeito em relação ao visor houve a
padronização do movimento a ser executado com observações específicas na
postura, forma de execução da tração dos membros superiores e movimentação
dos membros inferiores. Com a determinação padrão dos procedimentos
metodológicos se fez necessárias algumas filmagens, onde foram utilizados dois
sujeitos voluntários adaptados ao meio líquido para a execução do movimento em
deslocamento, já com a utilização do freqüencímetro, cinturão flutuador,
demarcação dos pontos anatômicos e com todas as instruções de como realizar o
movimento. Feito isso, foram realizadas algumas filmagens para determinar os
eventos do movimento, ou seja, o início do movimento em relação aos membros
superiores e membros inferiores, bem como a determinação das fases do
movimento e de quantos ciclos completos seriam analisados a cada passagem
em frente ao visor.
Após definição de quem participaria da pesquisa, os sujeitos participantes
receberam um termo de consentimento e um informativo das etapas da pesquisa
e do método utilizado. O termo de consentimento foi utilizado para melhor
esclarecer a justificativa, os objetivos e os procedimentos que seriam utilizados na
pesquisa, bem como, para assegurar o direito do voluntário de não participar ou
de se retirar do estudo a qualquer momento, sem que isto representasse qualquer
46
tipo de prejuízo, e, para assegurar a garantia de confidencialidade e privacidade
às informações coletadas (anexo 2).
Caracterização dos Participantes
Os sujeitos participantes foram selecionados por amostragem não-
aleatória, de forma intencional. A amostra foi composta por 04 sujeitos, ambos do
sexo masculino, na faixa etária de 42 a 45 anos, sendo que todos freqüentaram o
Projeto de Extensão de Hidroginástica do Centro de Desportos da Universidade
Federal de Santa Catarina (CDS/UFSC), referente ao ano de 2003.
Os participantes não poderiam apresentar histórico de problemas
neurológicos ou músculo-esqueléticos, não fazer uso de medicamentos e
deveriam estar adaptados ao meio líquido, para que não houvesse interferência
no padrão do movimento executado e nas respostas fisiológicas apresentadas.
Para maiores conhecimentos da amostra, foram analisadas as seguintes
variáveis:
1. Prontidão para atividade física (Q-PAF)*(anexo 3);
2. Nível de atividade física habitual (anexo 4);
3. Realização de medidas antropométricas
Massa corporal e estatura
Para estimar a massa corporal e estatura utilizou-se os procedimentos
adotados por Alvarez e Pavan (2003) descritos no anexo 5. Os instrumentos
utilizados foram uma balança eletrônica da marca TOLEDO, modelo 2096-PP,
com capacidade para 150Kg X 50g, e plataforma com 400mm X 400mm X 74mm
de dimensão e um estadiômetro constituído de uma escala métrica, com
resolução de 1mm.
47
Índice de massa corporal (IMC) e relação cintura/quadril (RCQ)
Com a finalidade de estimar o sobrepeso foram utilizadas duas medidas
para determinação da gordura corporal: Índice de massa corporal (IMC) mediante
a verificação da massa corporal e estatura e a relação cintura/quadril (RCQ) para
verificação da distribuição da gordura corporal. Os procedimentos adotados para
as mensurações foram os de Heyward e Stolarczyk, (2000), e estão descritos no
anexo 5.
Estimativa da densidade corporal (D) e determinação do percentual de
gordura corporal (%G)
Para estimativa da densidade corporal foi utilizado o protocolo de Petroski
(1995), com a utilização do somatório de quatro dobras cutâneas. Adotou-se para
mensuração das dobras cutâneas as técnicas de mensuração e referências
anatômicas de Heyward e Stolarczyk (1996). Para determinação do %G corporal
utilizou-se a equação de Siri (1961), calculado a partir do resultado da densidade
corporal. As equações para densidade e %G estão descritas no anexo 5. Como
instrumento, utilizou-se um compasso de dobras cutâneas da marca CESCORF,
com resolução de 0,2 mm e pressão de abertura de 10 g/mm
2
.
4. Avaliação do condicionamento físico
Mensurou-se a capacidade aeróbica para compreender posteriormente o
desempenho de cada sujeito no momento da análise da locomoção aquática em
suspensão. Para esta medida foi utilizado o protocolo de Rampa da UNIFESP, de
acordo com Tebexreni et al. (2001), a 80% da FC máxima prevista para a idade,
descrito no anexo 6. O teste possibilitou verificar a previsão estimativa de VO
2
máx.
O equipamento utilizado para a análise do consumo de oxigênio foi uma
esteira ergométrica de comando eletrônico da marca IMBRAMED, modelo 10400.
Esta esteira desenvolve velocidade de 0 até 12 Km/h, simulando subida de 0 até
48
26% de inclinação; suporta indivíduos com até 150 Kg; apresentando dimensões
de 1,830m de comprimento, 0,690m de largura e 1,130m de altura. Possui um
sistema de display indicando: protocolo, estágio, situação, velocidade, elevação,
tempo total, tempo de estágio, cronômetro, distância, consumo em equivalente
metabólico (METs) e batimentos por minuto (bpm).
Procedimentos para coleta de dados
A coleta dos dados constou de quatro filmagens (coletas/análises), para
obtenção das variáveis cinemáticas do movimento, com intervalo de duas
semanas entre as filmagens. Os procedimentos para a coleta foram divididos em
quatro etapas: a calibração do sistema; colocação das marcas de referência
externas; colocação e preparação do freqüencímetro e a filmagem propriamente
dita. Posterior a realização dos procedimentos anteriores foi feito o
processamento das imagens e a digitalização manual dos pontos anatômicos.
Para o registro das imagens foi utilizada uma câmera filmadora digital da
marca SONY® modelo DCR-TRV830, com sistema de gravação digital em fitas
do tipo Hi8MP (8mm) e freqüência de aquisição de imagens de 30Hz. O
posicionamento da câmera se deu através de um tripé profissional da marca
Manfrotto® modelo 3047.
Para o tratamento das imagens e geração dos dados, utilizou-se o sistema
de cinemetria bidimensional DMASCoach® – versão 6.0 SPICAtek que gera
informações espaço-temporais do movimento analisado; e um computador com
processador AMD Athlon XP-A 1100Mhz, sistema operacional Microsoft Windows
XP Professional, placa de aquisição de imagens com porta de entrada do tipo
“DV”;
A captura das imagens foi referente a três ciclos da locomoção, em um
tempo de 15 minutos.
O perímetro percorrido foi delimitado na piscina, correspondendo a 42
metros.
49
Com base nesses dados, obteve-se a velocidade média. A compreensão
da localização da câmera, visor, e o percurso delimitado para a coleta
apresentam-se na Figura 7.
14 metros
7 metros 7 metros
14 metros
5 metros (correspondente a 2ª raia)
Visor
subaquático 3
1,30m 20cm 1,30m
1,20m
Figura 7 Localização da câmera no visor subaquático e delimitação da área do
percurso
onde:
1,30m área de abrangência de visualização da caminhada no meio líquido
5 metros, referente a distância da borda da piscina (localização do visor) até a
melhor área de abrangência do foco da lente da câmera e localização do
indivíduo
20cm, referente à distância do foco da lente até vidro do visor.
1,20m, referente à altura (distância) do chão do corredor dos visores até a
parte interna da lente da câmera (tripé + filmadora).
Área de percurso da locomoção (total de 42 metros):
Início do percurso
Calibração do sistema
A calibração do sistema foi realizada anterior a cada filmagem, estando o
calibrador dentro da água a uma distância de 05 metros do visor ,onde os sujeitos
locomoveriam-se para serem avaliados (linha do início do percurso).
50
Para a calibração do espaço onde foram realizadas as filmagens, foi
construída uma referência métrica com uma haste rígida de madeira de 112,5cm
de altura e 10cm de circunferência e duas marcas contrastantes (cores que
contrastavam com a haste) possuindo uma distância de 100 cm entre as duas
marcas. Foi fixada uma base de concreto (18 cm de altura e 53 cm de
circunferência) a esta haste para facilitar o posicionamento desta dentro da
piscina e também para melhorar sua estabilidade, como mostra a Figura 8.
Figura 8 Imagem do calibrador no interior da piscina, utilizado para a tomada dos
dados.
Localização das marcas externas
Para a localização das marcas de referência externas (Figura 9) foi
utilizado o parâmetro anatômico proposto pelo Instituto de Biomecânica de
Colônia, de acordo com Kalfhues apud Riehle (1979), apresentados no anexo 7.
51
Figura 9 Demarcação dos pontos de referência externa que representam os
centros articulares
Monitoração da freqüência cardíaca
O desempenho fisiológico apresentado durante a execução do
deslocamento em suspensão foi determinado através das respostas da freqüência
cardíaca (FC), monitoradas por um telêmetro da marca POLAR, modelo
“S720i
TM
”, o qual transmitiu simultaneamente os batimentos cardíacos/minuto
(bpm), obtidos por eletrodos localizados na cinta de transmissão colocada no
tórax, onde foram captados pelo relógio (monitor) de pulso, através de um campo
eletromagnético. Estas respostas de freqüência cardíaca foram obtidas pelo
equipamento durante a execução do movimento (15 minutos nos dias
determinados para avaliação biomecânica e 01 vez por semana por cada
participante durante o programa instrucional, com o objetivo de conhecer a
intensidade da execução dos exercícios realizados), sendo registrados os dados
em uma freqüência a cada 05 segundos.
Para esta verificação foram coletadas todas as respostas de FC durante a
execução dos movimentos, desde o repouso (FC
rep
) até o término da atividade,
denominada FC final (FC
fin
) em cada uma das quatro filmagens realizadas para a
52
análise da locomoção. Foram utilizadas as respostas de FC total (no período dos
15 minutos) e nos tempos correspondentes somente aos três ciclos durante a
passagem em frente ao visor, para analisar o desempenho de cada uma dessas
passagens.
Para emissão dos arquivos registrados no POLAR foi utilizada uma
interface INFRA RED (IR), que transferiu os arquivos do monitor de FC para um
PC usando o programa de treinamento Polar Precision Performance 3.0 e IR Data
feature.
Sincronização do freqüencímetro e filmadora
Para inicializar a aquisição das imagens que correspondeu aos 15 minutos
da locomoção foi necessária à sincronização do acionamento do freqüencímetro.
Para isso, utilizou-se dois cronômetros da marca SPORT TIMER, registrando
minutos, segundos e 1/100segundos, para posterior início das filmagens.
Esse procedimento se deu com o acionamento simultâneo dos dois
cronômetros com o freqüencímetro. Feito isso, o pesquisador de posse de um dos
cronômetros juntamente com o sujeito que estava utilizando o freqüencímetro
repassou as instruções para o início da avaliação. Uma outra pessoa, de posse
com o segundo cronômetro permaneceu na área dos visores para acionamento
da câmera. A filmagem e a avaliação tiveram seu início no 1º minuto e término no
16º minuto.
Análise do movimento
A partir da digitalização dos pontos de referência foram determinados os
ângulos a serem analisados e suas respectivas variações angulares durante os
03 ciclos da locomoção em suspensão no meio líquido através de filmagem
bidimensional (2D), que neste caso foi utilizada pela dificuldade de transferência
do sistema de análise tridimensional para a piscina e a não possibilidade de
53
demarcação dos pontos reflexivos de referência externa necessários para este
tipo de análise.
Para determinação da posição inicial para a digitalização dos dados
adotou-se a posição de flexão máxima do joelho no plano sagital direito.
Os ângulos analisados foram os das articulações a seguir, conforme Figura
10:
1. joelho (ângulo relativo);
2. quadril (ângulo relativo);
3. ombro (ângulo relativo);
4. cotovelo (ângulo relativo);
5. inclinação do tronco (referente a normal).
Figura 10 Ângulos analisados
A locomoção em suspensão foi desenvolvida pelos sujeitos a partir do ritmo
(livre natural) determinado por cada um deles (considerado confortável para cada
sujeito), de maneira que conseguisse realizar o deslocamento com maior
naturalidade possível.
Como padronização dos sujeitos, adotou-se o nível da água na altura dos
ombros. Todos os sujeitos utilizaram cinturões flutuadores (Figura 11) de maneira
que obedecessem estas padronizações. Os flutuadores foram ajustados para
cada um dos sujeitos (de acordo com a densidade corporal) com o intuito de
mantê-los na altura padronizada para a execução do movimento.
54
Figura 11 Imagem doCinturão flutuador
Processamento da imagem
O processamento das imagens foi adquirido pelo sistema Pinnacle Studio
versão 9.0. Os cortes das imagens foram salvos em formato AVI e transformados
para o formato MJPEG pelo compressor de imagem DirectShow CompressView
Sample/ Pinnacle DCXX MJPEG Compressor.
A digitalização dos dados (03 ciclos de passada em frente ao visor) foi
realizada manualmente, com uma freqüência de 30 quadros/segundo.
Programa instrucional
A intervenção realizada entre as coletas/análises consistiu em um
programa instrucional que possibilitasse a melhoria no desempenho do sistema
cardiorespiratório e no aprendizado da técnica referente ao deslocamento em
suspensão.
Durante as sessões (aulas) utilizou-se o método intervalado por tempo (2
ou 3 minutos cada exercício), seguindo princípios da individualidade biológica e
de sobrecarga, com exercícios de efeitos gerais e neuromusculares, que
preconizaram o condicionamento físico geral, a coordenação motora e
sensibilidade proprioceptiva. As atividades foram realizadas com um grau
crescente de complexidade de execução e de quantidade de exercícios.
Todas as sessões tiveram duração de 50 minutos/aula e freqüência de três
vezes/semana. O programa instrucional teve seu início após a primeira coleta e a
cada seis aulas foi realizada uma outra coleta, correspondendo a quatro coletas e
seis semanas de intervenção.
55
Durante todo programa instrucional o núcleo comum para todas as sessões
foi: 5 minutos de aquecimento e alongamento fora da piscina, 10 minutos de
“caminhada” na água para aquecimento e ajustes do movimento e 5 minutos
finais de relaxamento.
A cada semana de intervenção os objetivos propostos e os exercícios
foram diferenciados. Os objetivos e os exercícios propostos foram:
1ª Semana:
Objetivo: adaptação ao meio líquido; adaptação ao cinturão flutuador e
experimentação de algumas formas de locomoção.
Exercícios: exercícios que possibilitassem na ênfase da manutenção do
equilíbrio durante a locomoção e a busca de um melhor “apoio” dos membros
superiores; manutenção da postura com orientação para que o sujeito se
mantivesse na menor inclinação do tronco durante o deslocamento. Essa
orientação da inclinação do tronco foi para que todos os sujeitos não
ultrapassassem a inclinação de 30 graus, pois o objetivo foi o de manter a
resistência durante a locomoção e não diminuí-la.
2ª Semana:
Objetivo: experimentação de como ocorre o deslocamento com ênfase na
correção de cada segmento corporal recrutado para o deslocamento.
Exercícios: em diferentes amplitudes de deslocamento; variações na
direção do movimento e na velocidade.
3ª Semana:
Objetivo: correção do movimento em relação a cada segmento corporal.
Exercícios: que possibilitaram as correções dos movimentos; diferentes
formas de propulsão através dos membros superiores; exercícios que
proporcionassem maiores amplitudes no movimento de flexão e extensão do
ângulo do joelho e quadril.
56
4ª, 5ª e 6ª Semanas:
Objetivo: correção no movimento de deslocamento em suspensão com
ênfase na tração realizada pelo segmento do braço e na busca de uma menor
inclinação do tronco durante o deslocamento.
Exercícios: repetição dos exercícios propostos referentes a primeira,
segunda e terceira semana.
Apesar da diferenciação no programa de exercícios por semana adotou-se
uma referência padrão para a correção do movimento, sendo: os participantes
deveriam adotar uma postura durante a locomoção que buscasse a semelhança
da postura da marcha em terra, embora o próprio movimento gerasse uma
inclinação natural à frente do tronco devido a resistência da água, e também, que
não existisse uma preocupação com a diminuição da resistência frontal da água.
Em relação ao joelho, era importante durante a locomoção dos participantes que
estes mantivessem uma flexão de aproximadamente 90 graus e extensão de 180
graus em média; para o cotovelo, a observação da não existência de uma fase
aérea como na natação; e para as mãos, a indicação se deu na busca da
otimização da tração e diminuição da resistência na recuperação, estando a
palma da mão paralela ao plano sagital, com os dedos unidos preferencialmente.
Análise e interpretação dos dados
Para análise dos dados foi realizada uma interpretação sistemática onde
foram mapeados todos os dados envolvidos: interpretação das respostas de FC
obtidas durante a coleta dos dados; velocidade média; quadros de análise das
filmagens e digitalização dos dados para determinação dos valores dos ângulos
articulares.
A estatística descritiva utilizada para as análises foi média, desvio padrão,
coeficiente de variação, Teste t para amostras pareadas, com o nível de
significância de p< 0,05 e correlação linear de Pearson (p<0,01).
Os dados foram processados com o auxílio do programa estatístico SPSS
versão 10.0.
CAPÍTULO IV
APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nesta seção serão descritos os resultados obtidos neste estudo, divididos
nos seguintes itens: prontidão para atividade física e o nível de atividade física
habitual que serão apresentados por pontuações (anexos 3 e 4) para
comprovação do cumprimento dos critérios utilizados para inclusão no estudo; as
variáveis antropométricas e a capacidade aeróbica que irão caracterizar cada um
dos sujeitos estudados, tanto no pré quanto no pós-teste. Após a caracterização,
os dados serão apresentados na seguinte ordem: temperatura da água durante o
programa instrucional e nos dias das análises; resposta do desempenho físico
através do comportamento da freqüência cardíaca em relação ao programa
instrucional utilizado na intervenção, durante as análises e em cada uma das
passagens em frente ao visor; velocidade média; valores dos ângulos articulares,
sendo apresentados quantitativamente em cada uma das fases da locomoção e a
descrição qualitativa do movimento e por fim, a representação do modelo
biomecânico do movimento analisado. Todos os dados obtidos nesta pesquisa
foram tratados individualmente, através de variabilidade intra-sujeito, sendo o
sujeito o seu próprio controle.
58
Características da Amostra
Prontidão para atividade física e nível de atividade física habitual
O instrumento prontidão para atividade física vem sendo utilizado pelos
pesquisadores da área de atividade física relacionada à saúde para certificar-se
de que o sujeito que será avaliado fisiologicamente não faz uso de medicamentos
e que não apresenta algum processo patológico que possa interferir nos
resultados de alguns testes. Para saber o quanto de atividade física que um
sujeito realiza, o questionário nível de atividade física habitual proporciona
respostas que fazem com que o pesquisador tenha uma idéia de quanto este
sujeito se movimenta durante as atividades ocupacionais e de lazer.
Vários pesquisadores da área têm utilizado estes instrumentos por serem
de fácil aplicação além de fazerem uma associação entre atividade física, aptidão
física e saúde, que tem sido alvo de inúmeros estudos.
A Tabela 2 caracteriza os sujeitos quanto às atividades ocupacionais
diárias e atividades de lazer, sendo que o somatório das duas passa a ser o nível
de atividade física habitual (AFH). Ainda para caracterização, a tabela apresenta o
resultado obtido no questionário de prontidão para a atividade física (Q-PAF).
Tabela 2
Pontuação para nível de atividade física habitual (atividades ocupacionais diárias
e atividades de lazer) e prontidão para atividade física por sujeito.
S1 S2 S3 S4
Atividades
ocupacionais diárias
06 05 05 04
Atividades de lazer 13 03 12 12
Pontuação total nível
de atividade física
habitual
19 08 17 16
Prontidão para
atividade física
Apto
fisicamente
Apto
fisicamente
Apto
fisicamente
Apto
fisicamente
59
Conforme as pontuações apresentadas pelos sujeitos nas Atividades
Ocupacionais diárias verificou-se que, todos os sujeitos na maior parte dos dias
realizavam atividades físicas moderadas que requerem movimentação, como
caminhar rápido, incluindo o deslocamento de suas residências até o local de
trabalho, o que eqüivale pelo menos 800 metros cada percurso. Já, em relação às
Atividades de Lazer os dados mostraram que o sujeito 2 (S2) foi o menos ativo
fisicamente, exceto nas variáveis que incluem caminhadas leves ou pedaladas de
algumas horas por semana e a participação eventual em um esporte de caráter
recreacional (futebol). Os demais sujeitos apresentaram-se fisicamente ativos nas
atividades de lazer.
As pontuações obtidas pelo somatório das duas atividades
correspondentes ao nível de atividade física habitual foram: sujeitos 1, 3 e 4
classificaram-se como ativos fisicamente (nível 3), enquanto que, o sujeito 2 foi
considerado moderadamente ativo (nível 2).
Conforme Pate (1988), nas classificações sobre nível de atividade física
habitual considera-se inativo fisicamente (nível 1) o sujeito com níveis muito
baixos de atividade física e que levam à progressiva diminuição da aptidão física
e maiores riscos de certas doenças; moderadamente ativo (nível 2), sujeitos onde
os níveis de atividade física não são suficientes para desenvolver ou manter um
bom nível de aptidão física, sendo necessária melhora física; ativo (nível 3),
sujeitos apresentando níveis de atividade física suficientes para manter as atuais
condições ou melhorar gradativamente a aptidão física, podendo ser considerada
a faixa ideal para a maioria das pessoas, e muito ativo (nível 4), sujeitos
apresentando níveis de atividade que propiciam altos níveis de aptidão física, mas
nem todas as pessoas podem mantê-los.
Os dados obtidos pelo instrumento, sobre prontidão para a atividade física
demonstraram em todos os sujeitos a não apresentação de riscos para a prática
de atividades físicas. Já, o instrumento para classificação quanto ao nível de
atividade física habitual apresentou em seus resultados que todos os sujeitos
estavam aptos fisicamente para a realização de atividades físicas.
60
Variáveis antropométricas
A Tabela 3 apresenta os dados antropométricos para idade, estatura,
massa corporal, relação cintura/quadril, índice de massa corporal, percentual de
gordura e densidade corporal, e os resultados da capacidade aeróbica no pré e
pós - programa instrucional, estando os dados apresentados para cada sujeito,
bem como a diferença entre as médias das variáveis (pré e pós).
Tabela 3
Características antropométricas e capacidade aeróbica através das médias (x) por
sujeito e teste t para diferença entre as médias no pré e pós programa
instrucional.
S1 S2 S3 S4
pré pós pré pós pré pós pré pós
Idade (anos) 45 42 42 42
Estatura (cm) 177,1 171,3 170,5 166,5
Massa
corporal (Kg)
73,4 74,1 68,15 68,7 74,05 73,9 81,4 81,4
RCQ 0,8 0,82 0,83 0,85 0,83 0,82 0,86 0,86
IMC (Kg/m2) 23,4
23,63 23,22 23,41 25,47 25,42 29,36 29,36
Percentual de
gordura (%)
13,79 13,52* 14,84 14,15* 20,47 19,32* 23,18 22,24*
Densidade
corporal (g/ml)
1,07 1,07 1,06 1,07 1,05 1,05 1,05 1,05
VO
2
máx
(ml/Kg/min)
41,82 52,28* 45,30 52,28* 45,30 48,79* 48,79 52,28*
*p<0,05
Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas (p<0,05)
quando realizadas comparações entre o pré e pós-teste para todos os sujeitos
nas variáveis de massa corporal, relação cintura/quadril, índice de massa corporal
e densidade corporal.
Nos resultados obtidos na variável relação cintura/quadril (RCQ) todos os
sujeitos apresentaram baixo indicador de gordura visceral se comparado ao
perímetro do abdômen, associando ao baixo risco de desenvolverem doenças
cardiovasculares, conforme Lohman et al. (1991).
61
Fornecendo uma indicação de gordura corporal geral segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), os resultados obtidos pelo índice de
massa corporal (IMC) apresentaram para os sujeitos 1 e 2 valores considerados
normais (18,5 – 24,9) na classificação dos riscos associados à saúde, enquanto
que, para os sujeitos 3 e 4 os valores apresentados mostraram sobrepeso (25 –
29,9, pré-obeso) conforme a OMS, tanto no pré quanto no pós teste.
Na variável percentual de gordura (%G), todos os sujeitos apresentaram
diferença estatisticamente significativa (p=0,027) no pré e pós-teste. Os sujeitos 1
e 2 apresentaram valores considerados normais ou na média para percentual de
gordura (15%), conforme Heyward e Stolarczyk (1996). Já, para os sujeitos 3 e 4
os valores obtidos representaram “risco” para doenças e desordens associadas
com a obesidade.
Em relação a capacidade aeróbica, os dados apresentaram diferenças
estaticamente significativas (p=0,035) para todos os sujeitos entre as duas
avaliações. Essas diferenças foram apresentadas através do aumento nos valores
de VO
2
máx (ml/Kg/min) no pós-teste para todos os sujeitos. Esses resultados de
melhoria nos valores da capacidade aeróbica dos sujeitos vem ao encontro com
os dados obtidos nos estudos de Michaud et al. (1995), que em oito semanas de
treinamento (3 vezes semana) de corridas aquáticas em piscina funda as
melhorias no VO
2
máx foram de 19,6 ml/Kg/min mais altas que no pré-teste;
Tenorio e Loureda (2001), também em oito semanas de treinamento de corrida
leve (equivalente a caminhada em intensidade alta) e freqüência de três vezes
semanais, apresentaram uma melhora no VO
2
máx de 20,1% em relação ao início
do treinamento.
Apesar dos resultados das pesquisas acima mencionadas serem de
treinamentos com corridas e não caminhadas, o ambiente permaneceu o mesmo
ao estudo realizado (profundidade da piscina e temperatura média da água de
27ºC) e os dados apresentados na Tabela 4 também comprovaram o êxito de um
programa de dois meses de caminhada aquática em suspensão através dos
valores de VO
2
máx de 10,46 ml/Kg/min superiores ao pré-teste para o sujeito 1;
de 6,98 ml/Kg/min para o sujeito 2; de 3,49 ml/Kg/min para o sujeito 3 e, para o
sujeito 4, o valor do VO
2
máx foi de 3,49 ml/Kg/min superior ao pré teste.
Comparando os estudos anteriores, os valores encontrados nesta pesquisa foram
62
inferiores devido à intensidade do trabalho realizado nestes dois meses ser menor
do que a da corrida utilizada nos estudos anteriores.
Temperatura da Água
A Tabela 4 apresenta os valores médios de temperatura da água da piscina
durante cada uma das seis semanas de programa instrucional e em cada uma
das quatro análises realizadas. Os valores detalhados de temperatura e umidade
encontram-se no anexo 8.
Tabela 4
Média (x) e desvio-padrão (s) para a temperatura da água (ºC) das seis semanas
de programa instrucional e para cada uma das quatro análises.
Programa Instrucional
1ª semana
x ± s
2ª semana
x ± s
3ª semana
x ± s
4ª semana
x ± s
5ª semana
x ± s
6ª semana
x ± s
26,4 ± 0,22 27,8 ± 0,43 26,9 ± 0,74 27,5 ± 0,0 28,4 ± 0,41 28,4 ± 0,41
Análises
1ª análise
x ± s
2ª análise
x ± s
3ª análise
x ± s
4ª análise
x ± s
25,1 ± 0,74 26,3 ± 0,43 28 ± 0,0 27 ± 0,0
Durante o programa instrucional as médias de temperatura apresentaram
variação de 26 a 28ºC. Essa mesma variação ocorreu durante as três últimas
análises, enquanto que, na primeira análise a temperatura apresentada foi em
média de 25ºC. Os valores apresentados corroboram com vários autores
(Vasiljev, 1997; Bonachela, 1999; Rocha, 1999; Baum, 2000; Aboarrage, 2003),
os quais afirmam que a faixa entre 26 e 28ºC é considerada ideal, sendo para
treinamento de alta intensidade como corridas, quanto em intensidades
moderadas como a caminhada, nas atividades de Hidroginástica, Deep water e
também para exercícios de relaxamento.
A baixa temperatura referente a primeira análise ocorreu devido a
problemas de infra-estrutura apresentados apenas naquela semana.
63
Freqüência cardíaca
Os dados obtidos através da FC têm como objetivo apresentar em que
intensidade de trabalho foi desenvolvido o programa instrucional, a relação das
respostas de FC durante todo o período de cada uma das quatro análises
realizadas, bem como o desempenho dos ciclos em cada passagem em frente ao
visor em todas as análises.
A Tabela 5 mostra os valores médios de FC apresentados a cada semana
do programa instrucional para cada um dos sujeitos.
Tabela 5
Médias (x) e desvio padrão (s) da freqüência cardíaca (FC) em cada semana do
programa instrucional por sujeito
Sujeitos
1ª semana
x ± s
2ª semana
x ± s
3ª semana
x ± s
4ª semana
x ± s
5ª semana
x ± s
6ª semana
x ± s
S1
131 ± 16,4 129 ± 12,2 128 ± 14,2 122 ± 14,9 125 ± 13,7 128 ± 9,12
S2
111 ± 11,7 118 ± 12,2 119 ± 10,7 114 ± 13,2 115 ± 14,5 106 ± 7,94
S3
118 ± 15,6 103 ± 10,6 95 ± 6,6 95 ± 11,4 102 ± 11,9 102 ± 13,6
S4
107 ± 13,1 109 ± 13,7 110 ± 15,4 117 ± 16,2 112 ± 9,2 117 ± 13,8
As FC de trabalho apresentadas na Tabela 5 corresponderam na sua
grande maioria em uma intensidade que compreendeu a uma faixa de 60 a 90%
da freqüência cardíaca máxima prevista para as idades dos sujeitos, onde para
S1 a faixa correspondente foi de 105 e 158 bpm, e para os sujeitos S2; S3 e S4,
esta faixa correspondeu a um intervalo de 107 a 160 bpm.
Adotou-se para o cálculo das intensidades limítrofes de trabalho a fórmula
de Karvonem: Freqüência cardíaca de trabalho (FCT) = (% intensidade de
trabalho) X (220 – idade) (ACSM, 1996, p.113).
Esta faixa de intensidade de trabalho foi adotada a fim de consolidar as
afirmativas de alguns autores que afirmam que os exercícios realizados entre 60 e
90% da freqüência cardíaca máxima prevista para a idade é uma zona ótima de
intensidade para os exercícios aeróbicos, e que tem como objetivo proporcionar
importantes benefícios para a saúde, resultando em um aumento da aptidão
física, além de ser uma faixa de intensidade sem riscos ou desconforto à saúde
64
(Moreno, 1993; ACSM, 1996; Edwards, 1996; Colado, 1998; apud Sánchez;
Murcia e Vidal, 2000).
Nota-se que não houve uma grande variabilidade na intensidade de
trabalho entre as semanas de programa instrucional, no entanto, as diferenças se
deram em relação aos tipos de exercícios requeridos e as diferentes maneiras de
orientação para a execução destes, sempre mantendo a “caminhada” como o
movimento padrão de toda intervenção, e desta, suas variações de deslocamento.
Na Tabela 6 são apresentados os valores de FC obtidos durante o
percurso total do deslocamento em cada uma das análises para cada sujeito.
Tabela 6
Valores mínimos, máximos, médias (x), desvio padrão (s) referente à freqüência
cardíaca (FC) obtida no período de 15 minutos de deslocamento em cada análise
por sujeito.
S1 S2 S3 S4
135 100 99 102
154 122 120 127
FC (bpm)
1ª análise
Mín
Máx
x ± s
149 ± 3,7 113 ± 4,4 108 ± 4,0 122 ± 3,3
123 79 82 95
144 123 110 131
FC (bpm)
2ª análise
Mín
Máx
x ± s
140 ± 3,2 107 ± 7,6 101 ± 5,0 122 ± 6,9
111 86 85 98
128 114 109 141
FC (bpm)
3ª análise
Mín
Máx
x ± s
122 ± 3,0 105 ± 4,2 102 ± 2,9 127 ± 13,7
122 84 82 85
138 118 107 123
FC (bpm)
4ª análise
Mín
Máx
x ± s
132 ± 3,3 112 ± 5,4 98 ± 4,6 114 ± 6,3
Observando-se os dados de freqüência cardíaca obtida durante o período
de 15 minutos de locomoção em suspensão, nota-se que os valores médios para
cada análise para o sujeito 1 sofreram variações de 111 bpm (mín) a 154 bpm
(máx); para sujeito 2, variação de 79 a 123 bpm; para sujeito 3, variação de 82 a
120 bpm e, para o sujeito 4, os valores sofreram variações de 85 a 131 bpm.
Todos os valores acima relacionados corroboram com o estudo de Fraisse
(1976) apud Reina (2004), afirmando que o ritmo ou compasso espontâneo
65
considerado confortável de qualquer atividade do ser humano nos diferentes
ambientes oscila entre 68 e 158 bpm.
Portanto, nota-se que todos os sujeitos locomoveram-se em um ritmo
considerado confortável a eles para que houvesse a possibilidade de um melhor
ajuste do movimento.
Além da observação do ritmo de execução do movimento, a partir da
primeira análise houve uma tendência a diminuição e estabilização da freqüência
cardíaca nas outras três avaliações, exceto com o sujeito 4. Esses dados vêm ao
encontro dos resultados obtidos por Tenorio e Loureda (2001), onde em oito
semanas de treinamento de caminhada e corrida em águas fundas com
intensidade entre 50 e 85% da freqüência cardíaca máxima dos sujeitos,
apresentou-se valores de FC mais baixos no término deste período em relação ao
seu início; o mesmo aconteceu com Sheldahl et al. (1986), apresentando valores
de 17 batimentos/minuto inferiores ao início de um treinamento a base de
caminhada aquática em suspensão no período de 12 semanas.
Já, em relação a variação de FC em cada análise, os dados mostraram que
em cada uma das análises houve oscilações da FC, sendo que, para o sujeito 1
na primeira análise correspondente a 15 minutos a variação foi de 19 bpm, na
segunda análise de 21 bpm, terceira análise 17 bpm e na quarta, de 16 bpm; para
o sujeito 2 as variações foram de 22 bpm na primeira análise, 44 bpm na
segunda, 28 bpm na terceira e 34 bpm na última; para o sujeito 3 as variações
foram de 21bpm, 28 bpm, 24 bpm e 25 bpm respectivamente e, para o sujeito 4 a
FC sofreu oscilações de 25 bpm na primeira análise, 36 bpm na segunda, 43 bpm
na terceira e 38 bpm na última.
Apesar da freqüência cardíaca ser uma variável bastante utilizada para a
determinação do ritmo, outra variável que também pode servir como determinante
do ritmo é a velocidade (m/s), além de estas variáveis terem uma relação direta
em seus resultados onde, quanto maior for a velocidade de execução dos
movimentos no meio líquido maior a freqüência cardíaca durante o exercício
(Musulin, Giordano & Sardella, 1999).
As Figuras 12, 13 14 e 15 mostram a representação gráfica dos valores
médios de freqüência cardíaca (bpm) obtidos nos três ciclos durante a locomoção
66
referente a cada passagem dos sujeitos no visor correspondente as quatro
análises realizadas para o sujeito 1, 2, 3 e sujeito 4 respectivamente.
Nota-se que na Figura 12 a 15 nas quatro análises realizadas os valores de
FC apresentados na primeira passagem em frente ao visor são mais baixos que
os demais. Esses valores inferiores de FC ocorrem devido ao fato de que o tempo
percorrido do início do percurso até a área do visor pelos quatro sujeitos foi de
aproximadamente 20 a 40 segundos. Devido este curto tempo de deslocamento
tanto o movimento em si quanto a FC ainda estarem em fase de adaptação,
fazendo com que não ocorresse alterações significativas na variável fisiológica
estudada. Nas demais passagens em frente ao visor em todas as análises os
dados não apresentaram significativas oscilações nos valores de FC, e sim uma
tendência a estabilização desses valores. Isso se deve ao fato de que todos os
sujeitos procuraram manter o mesmo ritmo de deslocamento durante os 15
minutos de análise.
Na Figura 12, o sujeito 1 apresentou para a primeira análise variações de 5
bpm (146 a 151 bpm); na 2ª passagem no visor de 4 bpm (138 a 142 bpm); na 3ª
passagem 6 bpm (118 a 124 bpm); na 4ª passagem de 8 bpm (127 a 135). Na
segunda análise houve variações na FC somente na 2ª, 4ª e 6ª passagem (1
bpm, 2 bpm e 8 bpm); já, na terceira análise não houveram variações na FC nas
2ª, 3ª e 5ª passagem no visor, e na passagem a variação foi de 1bpm (122-
123). Na última análise as variações somente ocorreram na 2ª passagem (1bpm)
e 3ª passagem (2 bpm).
Apesar do sujeito ter apresentado melhora significativa (p=0,035) no
VO
2
máx (ml/Kg/min) no pós-teste, os dados mostraram que após a primeira
análise e início da implantação do programa instrucional não houve grandes
diferenças nos valores de FC intrapassagens em cada análise e entre as análises,
buscando a estabilização da FC no decorrer dos 15 minutos de cada uma das
análises e não a diminuição da mesma.
Outro fator relacionado com as poucas oscilações na FC do sujeito 1 foi a
pequena variação na velocidade (m/s) durante cada passagem em frente ao visor
e no total de cada uma das análises onde, a média de velocidade na primeira e
segunda análises foi de 0,24 m/s, 0,23 m/s na terceira análise e 0,25 m/s na
quarta análise. Os resultados de velocidade média podem ser melhor visualizados
na Tabela 7.
67
Figura 12 Representação gráfica dos valores médios de freqüência cardíaca
(bpm) obtidos nos três ciclos em cada passagem no visor correspondente as
quatro análises realizadas para o sujeito 1.
Para o sujeito 2 através da Figura 13 os dados apresentaram na maioria
das passagens oscilações nos valores de FC, no entanto nos valores médios de
FC entre as análises as variações foram pequenas, sendo de 113 ± 4,4 bpm na
primeira análise, 107 ± 7,6 bpm na segunda, 105 ± 4,2 bpm na terceira e na
quarta análise a média de FC foi de 112 ± 5,4 bpm.
Nota-se que na segunda e terceira análise os valores médios de FC foram
inferiores a primeira e última análise. Essas mesmas diferenças foram
encontradas na Tabela 8 através dos valores de velocidade (m/s), sendo de 0,25
m/s na primeira análise, 0,24 m/s na segunda e terceira análises e de 0,26 m/s na
última análise. Essa relação direta entre aumento de velocidade e aumento de FC
confirma novamente os resultados obtidos nos estudos de Musulin, Giordano e
Sardella (1999).
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1234
Análises
Freqüência cardíaca (bpm)
passagem passagem passagem passagem passagem passagem
68
Figura 13 Representação gráfica dos valores médios de freqüência cardíaca
(bpm) obtidos nos três ciclos em cada passagem no visor correspondente as
quatro análises realizadas para o sujeito 2.
A Figura 14 corresponde as variações de FC do sujeito 3 em todas as
análises. Através da representação gráfica os dados demonstraram valores
médios de FC inferiores em todas as análises quando comparada aos demais
sujeitos. As oscilações nos valores médios foram de 108 ± 4,0 bpm na primeira
análise, 101 ± 5,0 bpm na segunda, 102 ± 2,9 bpm na terceira e de 98 ± 4,6 bpm
na quarta análise, conforme Tabela 6.
A diminuição da FC média apresentada na última análise confirma os
resultados obtidos por Sheldahl et al. (1986) que obtiveram valores inferiores pós-
intervenção de 12 semanas de 17 batimentos/minuto.
Essa diminuição de FC apresentada entre as análises no decorrer do
programa instrucional vem ao encontro com o American College Of Sports
Medicine (1996) que afirma uma relação inversa entre a FC e o condicionamento
físico, ou seja, quanto mais bem condicionado estiver o sujeito menor sua FC
tanto em repouso quanto em exercício.
A relação inversa entre a FC e o condicionamento físico foi verificado pelo
aumento significativo no VO
2
máx de 45,30 ml/Kg/min para 48,79 ml/Kg/min
apresentada na Tabela 3.
Já, em relação a variável velocidade apresentada na Tabela 9 os dados
foram contrários da afirmação de relação direta entre FC e velocidade de Musulin,
Giordano e Sardella (1999), pois a média de FC da primeira análise foi de 108 ± 4
bpm e a velocidade foram de 0,23 m/s, na segunda análise a média de FC foi de
0
20
40
60
80
100
120
140
1234
Análise
Freqüência cardíaca (bpm)
passagem passagem passagem passagem passagem 6ª passagem
69
101 ± 5 bpm enquanto que a velocidade foi de 0,25 m/s, na terceira análise a
média de FC foi de 102 ± 2,9 bpm e a velocidade de 0,24 m/s e na última análise
98 ± 4,6 bpm de FC e 0,25 m/s de velocidade. Os dados apresentaram relação
inversa entre as duas variáveis como, por exemplo, maior FC e menor velocidade
na primeira análise e uma menor FC e maior velocidade na última análise. Tal fato
pode ter ocorrido devido um maior ajuste em relação ao aprendizado da técnica
estudada, fazendo com que o sujeito realizasse maior força em todos os
segmentos corporais para deslocar-se, mesmo a uma velocidade menor.
Figura 14 Representação gráfica dos valores médios de freqüência cardíaca
(bpm) obtidos nos três ciclos em cada passagem no visor correspondente as
quatro análises realizadas para o sujeito 3.
Os resultados de FC obtidos nas análises do sujeito 4 estão representadas
através da Figura 15. Os dados apresentaram diminuição na FC média após o
programa instrucional de 122 ± 3,3 bpm na primeira análise para 114 ± 6,3 bpm
na última análise, corroborando com os resultados obtidos pelo sujeito 3
apresentados na Figura 13.
Entre as passagens em frente ao visor houve uma tendência à
estabilização da FC nas análises 1,2 e 4. Essa estabilização pode ter ocorrido
devido à diferença não significativa na velocidade de deslocamento nessas três
análises, correspondendo a 0,23 m/s na primeira e segunda análise e de 0,24 m/s
na última análise. O valor médio mais alto de FC foi observado na terceira análise,
tendo assim uma relação direta com a velocidade encontrada nesta mesma
análise de 0,25 m/s (Tabela 10), onde, a medida que o sujeito 4 aumentou sua
0
20
40
60
80
100
120
1234
Análise
Freqüência cardíaca
passagem passagem passagem 4ª passagem passagem passagem
70
velocidade durante o deslocamento a sua FC também apresentou valores mais
elevados em relação às demais velocidades apresentadas.
Figura 15 Representação gráfica dos valores médios de freqüência cardíaca
(bpm) obtidos nos três ciclos em cada passagem no visor correspondente as
quatro avaliações realizadas para o sujeito 4.
No próximo item será considerada a variável espaço-temporal para
velocidade para cada volta percorrida e durante as coletas.
Velocidade média
A Tabela 7 mostra os valores da velocidade média (m/s) em cada uma das
voltas por coleta e as médias (0) e desvio padrão (s) de cada uma das coletas
referentes ao sujeito 1.
Tabela 7
Velocidade média (m/s) em cada uma das voltas do sujeito 1
Velocidade (m/s)
1ª volta 2ª volta 3ª volta 4ª volta 5ª volta 6ª volta x ± s
coleta 0,26 0,24 0,24 0,23 0,24
0,24 ± 0,00
coleta 0,25 0,24 0,23 0,24 0,23 0,25 0,24 ± 0,00
coleta 0,25 0,24 0,23 0,23 0,23
0,23 ± 0,00
coleta 0,27 0,26 0,24 0,25 0,25 0,27 0,25 ± 0,01
0
20
40
60
80
100
120
140
160
1234
A n ális e
Freqüência cardíaca (bpm)
passagem passagem passagem passagem passagem 6ª passagem
71
Através dos dados apresentados na Tabela 7 nota-se que o sujeito 1 não
demonstrou homogeneidade entre as voltas no decorrer dos 15 minutos
referentes a cada coleta.
Para as coletas os resultados apresentaram estabilização nas médias de
velocidade entre a primeira e a segunda coleta, enquanto que, nas outras duas a
diferença na velocidade também menor. Essa pouca variação se deve a busca
que o sujeito teve para a estabilização do movimento, ou seja, para que ele
pudesse se deslocar dentro dos padrões de movimento estabelecidos durante o
programa instrucional houve uns ajustes em termos de velocidade, sem haver
grandes oscilações nessa variável.
Apesar de não apresentar grandes diferenças entre as velocidades, os
melhores desempenhos em termos de distância percorrida foram na segunda
coleta de 215 metros e na quarta, de 229 metros no período de 15 minutos,
enquanto que, na primeira coleta a distância percorrida foi de 210 metros e de
211 metros na terceira coleta. Esses dados comprovaram que a medida que
houve a intervenção, através do programa instrucional, houve também a melhoria
no desempenho em termos de velocidade e no padrão do movimento
apresentado nas Figura 16 a 20.
A próxima Tabela (8) apresenta os valores de velocidade média (m/s) em
cada uma das voltas por coleta e as médias (0) e desvio padrão (s) de cada uma
das coletas referente ao sujeito 2.
Tabela 8
Velocidade média (m/s) em cada uma das voltas do sujeito 2
Velocidade (m/s)
1ª volta 2ª volta 3ª volta 4ª volta 5ª volta 6ª volta x ± s
coleta 0,25 0,25 0,26 0,26 0,26 0,26 0,25 ± 0,00
coleta 0,25 0,24 0,23 0,24 0,23 0,25 0,24 ± 0,00
coleta 0,24 0,24 0,23 0,24 0,26 0,25 0,24 ± 0,00
coleta 0,25 0,25 0,26 0,26 0,29 0,27 0,26 ± 0,01
As velocidades registradas a cada volta no decorrer das coletas referentes
ao sujeito 2 não apresentaram diferenças entre as voltas mostrando uma
tendência a estabilização da velocidade. Já, em relação aos valores médios de
72
velocidade em cada coleta nota-se que as diferenças entre elas também não
foram consideráveis.
Em termos de distância percorrida, na primeira e terceira coleta o sujeito 2
percorreu uma distância média de 210 metros em 15 minutos, na segunda
filmagem houve um aumento da distância percorrida para 216 metros embora a
velocidade média tenha permanecido a mesma da terceira coleta, enquanto que,
na última coleta a distância percorrida foi de 229 metros a uma velocidade de 0,26
m/s, demonstrando com isso, uma melhora no desempenho em termos de
velocidade e deslocamento juntamente com a melhoria nos valores dos ângulos
articulares, ou seja, na melhoria do padrão do movimento apresentado e discutido
na Figura 21 a 25.
Na Tabela 9 são descritos os valores referentes à velocidade média (m/s)
em cada uma das voltas por coleta e as médias (x) e desvio padrão (s) referentes
a cada coleta para o sujeito 3.
Tabela 9
Velocidade média (m/s) em cada uma das voltas do sujeito 3
Velocidade (m/s)
1ª volta 2ª volta 3ª volta 4ª volta 5ª volta 6ª volta x ± s
coleta 0,26 0,24 0,24 0,23 0,23
0,23 ± 0,01
coleta 0,26 0,24 0,24 0,24 0,26 0,26 0,25 ± 0,01
coleta 0,25 0,24 0,23 0,23 0,25 0,26 0,24 ± 0,01
coleta 0,29 0,23 0,23 0,21 0,24 0,29 0,25 ± 0,03
Os dados apresentados na Tabela 9 assim como os resultados das tabelas
7 e 8 demonstraram pouca diferença na velocidade média entre as voltas de cada
coleta. Observou-se que em todas as coletas a velocidade média da primeira
volta teve uma tendência a ser superior às demais. A diminuição da velocidade na
maioria das voltas após a primeira passagem em frente ao visor teve como
hipótese o fato de que o sujeito ainda estaria buscando uma velocidade
considerada “ideal” para ajustar-se e estabilizar seu movimento, ou seja, a partir
da primeira volta a tendência foi de estabilização da velocidade, pois já havia
ocorrido o ajuste da técnica do movimento.
Em termos de distância percorrida o menor desempenho foi o da primeira
coleta, onde o sujeito percorreu 210 metros a uma menor velocidade de 0,23 m/s
73
em 15 minutos e o maior desempenho foi apresentado na segunda coleta, onde
houve uma melhora considerável na distância percorrida (223 metros) e na
velocidade média (0,25 m/s). Na terceira e quarta coleta apesar dos dados
apresentarem diferentes velocidades médias, à distância percorrida foi à mesma
(216 metros), no entanto, embora nas últimas duas coletas não haver grandes
modificações em termos de velocidade e distância percorrida. Nas Figuras 26 a
30 poderão ser visualizados os padrões (técnica) do movimento representados
pelos valores dos ângulos articulares.
A próxima Tabela (10) apresenta os dados referentes ao sujeito 4 para a
velocidade média (m/s) em cada uma das voltas por coleta, as médias (x) e o
desvio padrão (s) de cada uma das quatro coletas.
Tabela 10
Velocidade média (m/s) em cada uma das voltas do sujeito 4
Velocidade (m/s)
1ª volta 2ª volta 3ª volta 4ª volta 5ª volta 6ª volta x ± s
coleta 0,23 0,23 0,22 0,22 0,23
0,23 ± 0,00
coleta 0,24 0,25 0,23 0,22 0,23 0,23 ± 0,00
coleta 0,26 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 0,25 ± 0,00
coleta 0,25 0,25 0,24 0,23 0,24 0,25 0,24 ± 0,00
Na primeira e segunda coleta os dados apresentaram uma estabilização da
velocidade entre as voltas e em cada uma das duas coletas. Na terceira análise
houve um aumento na velocidade e também na distância percorrida, sendo de
230 metros e representando com isso o melhor desempenho em termos de
distância e velocidade percorridas. Já, na quarta coleta o sujeito 4 percorreu 216
metros a 0,24 m/s.
As variações entre as voltas em cada coleta se devem ao fato de o sujeito
buscar uma velocidade considerada confortável no decorrer do percurso e que
fosse compatível à estabilização do movimento, ao desenvolvimento da técnica
no que diz respeito às variações angulares, a uma melhor postura e para que se
mantivesse em equilíbrio vertical durante todo o período de locomoção.
Além das modificações na freqüência cardíaca e na velocidade média
durante as coletas anteriormente descritas e que representaram a melhoria ou
74
não no desempenho dessas variáveis dos sujeitos estudados, os valores dos
ângulos articulares que serão apresentados são de suma importância na
demonstração das variações no desempenho entre as passagens em frente ao
visor, entre as análises e na eficácia do programa instrucional no aprendizado da
técnica do movimento estudado, bem como, na descrição e caracterização do
modelo do movimento.
No próximo item serão apresentados os valores dos ângulos articulares
para o joelho, quadril, tronco, cotovelo e ombro dos sujeitos 1 a 4.
Ângulos articulares
As Figuras 16 a 20 representarão os valores médios entre as passagens
para cada uma das análises dos ângulos articulares (plano sagital/lado direito)
referentes ao sujeito 1. Também serão apresentadas as diferenças entre as
passagens em cada análise e os valores dos coeficientes de variação (CV) para
os três ciclos entre as passagens em frente ao visor.
A Figura 16 representa os valores médios das passagens para cada
análise do ângulo do Joelho direito (graus) durante os três ciclos da locomoção.
Todos os valores de coeficiente de variação referentes aos ciclos de cada
uma das análises do sujeito 1 estão apresentados na Tabela 11. Já, as demais
análises estatísticas mencionadas nessa discussão encontram-se no anexo 9.
75
Figura 16 Valores médios em cada análise para o ângulo do joelho direito (graus)
no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito 1.
O joelho demonstrou a mesma trajetória do movimento em todas as
análises, diferenciando somente nos valores dos ângulos articulares que
representaram a flexão e extensão desta articulação.
Em relação ao tempo, nota-se que nas análises 1, 2 e 3 as curvas
mostraram uma antecipação no término e início do primeiro para o segundo ciclo
e segundo para terceiro ciclo quando comparado com a última análise. O início do
primeiro ciclo da primeira análise apresentou flexão do joelho de 48,42° e nas
fases de transição de um ciclo para o outro entre o primeiro para o segundo a
flexão foi de 49º aos 1,78 segundos e do segundo para o terceiro ciclo a flexão foi
de 72,5° aos 3,53 segundos. O coeficiente de variação (CV%) entre os ciclos
nesta primeira passagem foi de 15,3%, representando o maior CV% entre as
análises.
Na segunda análise os valores dos ângulos do joelho (flexão) foram de
44,5° no início do 1º ciclo, 46° (1,68 segundos) entre o 1º e 2º ciclos e entre o 2º e
3 º ciclo a flexão foi de 49° (3,33), no entanto, o coeficiente de variação entre os
ciclos foi de 9,41% Já, em relação ao tempo, nota-se que houve uma maior
antecipação nas flexões do joelho nesta segunda análise.
Entre a primeira e segunda análise não houve diferença estatisticamente
significativa (p=0,80) na realização dos movimentos. Esses resultados podem ser
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
0
,
03
3
0,231
0,429
0
,6
2
7
0
,
82
5
1
,
02
3
1,221
1,419
1
,6
1
7
1
,8
1
5
2,013
2,211
2,409
2
,6
0
7
2
,8
0
5
3
,0
0
3
3
,
20
1
3,399
3
,5
9
7
3
,7
9
5
3
,
99
3
4
,
19
1
4,389
4,587
4
,7
8
5
4
,
98
3
5,181
5,379
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
1ª análise 2ª análise 3ª análise 4ª análise
76
explicados pela intervenção realizada nas duas primeiras semanas. Neste caso,
os sujeitos estavam em fase adaptativa com o meio líquido, com o equipamento
utilizado (cinturões) e com o deslocamento em suspensão. Os exercícios
realizados neste período pelo programa instrucional consistiram em
deslocamentos frontais e laterais que utilizassem os mesmos movimentos das
mãos e forma de tração, o treino do equilíbrio em deslocamento e a ênfase na
postura.
Através da Figura 16 nota-se que as curvas da terceira e última filmagem
tiveram uma maior semelhança em relação às duas primeiras análises. Na
terceira filmagem, o sujeito 1 apresentou no início do 1º ciclo uma flexão de joelho
de 60°, enquanto que na quarta filmagem a flexão foi de 50°. Na transição entre o
1º e 2º ciclo o ângulo de flexão foi de 65° na terceira filmagem e 51° na quarta,
por fim, na transição do 2º para o 3º ciclo os valores encontrados foram de 67° na
terceira filmagem e 54° na última filmagem. Entre as análises 3 e 4 as curvas não
apresentaram diferença estatisticamente significativa (p=0,11), porém, entre a
segunda e a terceira filmagem a diferença foi estatisticamente significativa (0,01).
Entre as análises 2 e 3 houve uma maior preocupação no programa
instrucional com exercícios que tivessem uma maior contribuição no movimento
de flexão e extensão do joelho, como por exemplo, variações de caminhada com
maior ou menor amplitude, corridas, pedaladas, “ultrapassar obstáculos”, dentre
outros. Essas mesmas instruções foram mantidas até o final do programa
instrucional.
Através das curvas e da significância em termos de diferença no
movimento, observou-se que a partir da terceira análise houve a estabilização do
movimento, ou seja, ocorreu o aprendizado da técnica referente à flexão e
extensão do joelho.
Se fosse realizada a comparação entre a locomoção em suspensão com a
caminhada aquática com o apoio dos pés no fundo da piscina, no estudo de
Ervilha, Duarte e Amadio (2002) utilizando a cinemática da articulação do joelho e
eletromiografia, os resultados apresentados durante a caminhada com o apoio
tiveram uma amplitude no movimento de 51 graus, referente à medida dos
ângulos absolutos. Já, os resultados apresentados neste estudo mostraram entre
a flexão máxima e extensão máxima amplitudes de: 128, 126 e 92 graus nos três
ciclos da primeira análise; 129, 127 e 123 graus na segunda análise; 108,105 e
77
105 graus na terceira análise e de 124, 122 e 120 graus no primeiro, segundo e
terceiro ciclo da quarta análise. Estes resultados correspondem a medidas dos
ângulos relativos ao segmento coxa perna, que corresponderiam a 47° (mínimo) e
84° (máximo). Os resultados apresentados nesta pesquisa em relação à pesquisa
dos autores acima citados se fosse considerado o ângulo absoluto, os valores
apresentaram em todas as análises amplitudes superiores do movimento do
joelho durante a locomoção em suspensão.
Na Figura 17 está a representação gráfica dos valores médios das
passagens em cada análise para o ângulo do quadril direito (graus) no plano
sagital durante os três ciclos do sujeito 1.
Figura 17 Valores médios em cada análise para o ângulo do quadril direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito 1.
Assim como o joelho, o quadril demonstrou a mesma trajetória do
movimento em todas as análises, diferenciando nos valores dos ângulos
articulares que representaram a flexão e extensão desta articulação e no tempo
de início e final de cada ciclo em cada uma das análises.
Na primeira análise os valores de flexão e extensão máxima do quadril e o
tempo de transição entre um ciclo e outro foram: no início do ciclo a flexão foi de
78°, na transição entre o 1º e o 2º ciclo a flexão foi de 68° (1,85 segundos) e entre
o 2º e o 3º ciclo foi de 71° (3,6 segundos). As extensões máximas apresentadas
no 1º, 2º e 3º ciclos foram de 153°, 157° e 152°. Já, em relação a diferença entre
50
70
90
110
130
150
170
0,03
0,17
0,3
0,43
0,56
0,69
0,83
0,96
1,09
1,22
1,35
1,49
1,62
1,75
1,88
2,01
2,15
2,28
2,41
2,54
2,67
2,81
2,94
3,07
3,2
3,33
3,46
3,6
3,73
3,86
3,99
4,12
4,26
4,39
4,52
4,65
4,79
4,92
5,05
5,18
5,31
5,45
Tem po (segundos)
Ângulos (graus)
análise 2ª análise análise análise
78
os ciclos, o coeficiente de variação apresentado foi de 4,75%, representando
pouca variabilidade entre eles.
Na segunda análise os valores de flexão e extensão máximas do quadril e
o tempo de transição entre um ciclo e outro foram: no início do ciclo a flexão foi de
91°; na transição entre o 1º e o 2º ciclo a flexão foi de 79° (1,81 segundos) e entre
o 2º e o 3º ciclo foi de 81° (3,43 segundos). As extensões máximas apresentadas
no 1º, 2º e 3º ciclos foram de 159°, 158° e 155°. O coeficiente de variação entre
os ciclos foi de 5,38%, caracterizando estabilidade no movimento do quadril.
Entre a primeira e a segunda análise os dados apresentaram diferença
estatisticamente significativa (p=0,000) na execução do movimento do quadril.
Acredita-se que essa diferença encontrada teve relação com as instruções dadas
durante as duas semanas de programa instrucional que foram as mesmas para o
joelho descrito anteriormente na Figura 16, no entanto, pela grande ênfase que foi
dada para o movimento do tronco (inclinação) e este estar relacionado
diretamente com o ângulo do quadril formando o segmento do quadril, é que
houve essa diferença após o primeiro período de intervenção.
Observa-se na Figura que as curvas da terceira e quarta análises
apresentaram menores ângulos de flexão e maiores de extensão, não havendo
diferença estatisticamente significativa entre elas (p=0,14). Já, entre a segunda e
a terceira os dados apresentaram diferenças estatisticamente significativas
(p=0,000) entre as curvas.
Na terceira análise os valores de flexão e extensão máxima do quadril e o
tempo de transição entre um ciclo e outro foram: no início do ciclo flexão de 106°,
na transição entre o 1º e o 2º ciclo a flexão foi de 99° (2,05 segundos) e entre o 2º
e o 3º ciclo foi de 103° (3,9 segundos). As extensões máximas apresentadas no
1º, 2º e 3º ciclos foram de 158°, 158° e 156°. A diferença entre os ciclos
apresentou pouca variabilidade entre eles, com coeficiente de variação de 5,38%,
caracterizando estabilidade no movimento do quadril entre os ciclos.
Na quarta análise o coeficiente de variação entre os ciclos foi de 4,63%,
representando uma maior homogeneidade na execução do movimento do quadril
em relação as demais análises. Os valores de flexão e extensão máximas do
quadril e o tempo de transição entre um ciclo e outro foram: no início do ciclo a
flexão foi de 102°, na transição entre o 1º e o 2º ciclo a flexão foi de 96° (2,05
79
segundos) e entre o 2º e o 3º ciclo foi de 95° (3,9 segundos). As extensões
máximas apresentadas no 1º, 2º e 3º ciclos foram de 162°, 159° e 160°.
Entre a terceira e a quarta análise os dados não apresentaram diferenças
estatisticamente significativas (p=0,14), verificando que houve estabilização do
movimento ou aprendizado a partir da terceira análise.
Os dados acima apresentaram após a estabilização do movimento que a
variação na flexão máxima do joelho foi de 95° a 106°, enquanto que a extensão
máxima foi de 156° a 162°. Conforme Wilder e Brennan (2000) apud Becker e
Cole (2000), durante o “Deep running” (corrida na água em suspensão) a variação
na flexão da articulação do joelho mantêm-se entre 60 e 80 graus. Através dos
dados já apresentados, pode-se afirmar que na locomoção em suspensão em
menor velocidade a articulação do joelho apresenta maior flexão (graus) quando
comparada a corrida na mesma situação.
Na Figura 18 estão representadas as curvas referentes aos valores médios
das passagens em cada análise para o ângulo do tronco (graus) no plano sagital
(lado direito) durante os três ciclos do sujeito 1.
Figura 18 Valores médios em cada análise para o ângulo do tronco (graus) no
plano sagital (lado direito) durante os três ciclos de passada do sujeito 1.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,03
0,2
0,36
0,53
0,69
0,86
1,02
1,19
1,35
1,52
1,68
1,85
2,01
2,18
2,34
2,51
2,67
2,84
3
3,17
3,33
3,5
3,66
3,83
3,99
4,16
4,32
4,49
4,65
4,82
4,98
5,15
5,31
5,48
Tem po (segundos)
Ângulos (graus)
análise análise análise análise
80
O comportamento da trajetória das curvas apresentadas em cada uma das
análises através da Figura 18 foi o mesmo, no entanto, as variações observáveis
foram nos valores dos ângulos articulares que eqüivalem a inclinação do tronco
do sujeito 1.
Na primeira análise o sujeito 1 apresentou uma inclinação de 22° no início
do primeiro ciclo, 20° no início do segundo ciclo e de 22° no terceiro. Os valores
apresentados durante a inclinação máxima do tronco corresponderam a 34º no
primeiro ciclo, 34° no segundo e de 33° no terceiro ciclo, correspondendo a
amplitude de 12 graus no primeiro ciclo, 14 graus no segundo e 11 graus no
terceiro ciclo. O coeficiente de variação correspondente aos três ciclos da primeira
análise (sem intervenção) foi de 8,64%.
Na segunda análise os valores dos ângulos articulares apresentados
foram: 14° no início do primeiro ciclo, 15° no início do segundo e 14° no terceiro
ciclo. Já, a inclinação máxima observada nos três ciclos foi de 31° no primeiro
ciclo, 31° no segundo e 30° no terceiro ciclo. As amplitudes em cada um dos
ciclos da segunda análise foram de 17 graus no primeiro ciclo, 16 graus no
segundo e terceiro ciclo. O coeficiente de variação entre os ciclos foi de 13,95%.
Entre a primeira e segunda análise houve diferença estatisticamente
significativa (p=0,000) em relação à inclinação do tronco. Após duas semanas de
intervenção com ênfase na correção da postura em todos os exercícios realizados
os dados apresentaram menor inclinação em todos os ciclos da segunda análise
em relação a primeira.
Na terceira análise, a inclinação do tronco no primeiro ciclo teve variação
de 7 a 28 graus; no início do segundo ciclo a inclinação foi de 9° e o valor máximo
(metade do ciclo) de 27°, e no terceiro ciclo a inclinação apresentou variação de
11° no início do ciclo a 26° na metade do ciclo, correspondendo a amplitudes de
20 graus no primeiro ciclo, 18 graus no segundo e 14 graus no terceiro ciclo. O
coeficiente de variação entre os ciclos nesta terceira filmagem foi de 22,18%.
Entre a segunda e a terceira análise houve diferença estatisticamente
significativa (p=0,000) nos valores dos ângulos articulares referentes à inclinação
do tronco em todas as fases dos ciclos. A orientação dada pelo programa
instrucional manteve a ênfase na correção da postura em todas as aulas
realizadas até a última filmagem.
81
Na última análise, o coeficiente de variação entre os ciclos foi de 16,13%. A
inclinação do tronco no início do primeiro ciclo foi de 8 graus e no segundo e
terceiro ciclo foi de 7 graus. A inclinação máxima correspondente a
aproximadamente 50% dos ciclos apresentou ângulos de 26 graus no primeiro
ciclo e de 28 e 26 graus no segundo e terceiro ciclo, o que equivale a amplitudes
de 18 graus, 21 graus e 19 graus.
Assim como nas demais análises, entre a terceira e a última análise os
dados apresentaram diferença estatisticamente significativa (p=0,00) nos valores
dos ângulos articulares. Esses resultados mostraram que não houve estabilização
do movimento, no entanto, houve a melhoria no padrão deste movimento onde, a
hipótese era a diminuição na inclinação do tronco através da intervenção. Neste
caso, a intervenção também foi positiva, mesmo não havendo até a última
filmagem a estabilização deste movimento. Essa diminuição foi comprovada pelos
valores dos ângulos no início dos ciclos serem menores a cada análise realizada,
apresentados na Figura 18.
A Figura 19 apresenta os valores médios das passagens em cada análise
para o ângulo do cotovelo direito (graus) no plano sagital no decorrer dos três
ciclos de locomoção do sujeito 1.
Figura 19 Valores médios em cada análise para o ângulo do cotovelo direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito 1.
0
30
60
90
120
150
180
0,03
0,2
0,36
0,53
0,69
0,86
1,02
1,19
1,35
1,52
1,68
1,85
2,01
2,18
2,34
2,51
2,67
2,84
3
3,17
3,33
3,5
3,66
3,83
3,99
4,16
4,32
4,49
4,65
4,82
4,98
5,15
5,31
5,48
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
análise 2ª análise análise análise
82
Os inícios de todos os ciclos apresentados na Figura 19 correspondem à
extensão do cotovelo, que posteriormente passa por uma flexão máxima até
chegar a extensão máxima, que corresponde ao início da fase propulsiva.
Na primeira análise nota-se que o comportamento da curva não foi tão
harmônico quanto nas demais. Entre os ciclos, o coeficiente de variação
apresentado foi de 11,45%, enquanto que na segunda análise foi de 7,86%, na
terceira de 9,74% e na última, o coeficiente de variação foi de 6,38%.
O valor de amplitude entre a extensão máxima do cotovelo à flexão
máxima nos três ciclos da primeira análise foram: 94 graus no primeiro ciclo, 94
graus no segundo ciclo e de 86 graus no último ciclo.
Entre a primeira e a segunda análise as curvas apresentaram diferenças
estatisticamente significativas nos valores dos ângulos (p=0,000), com ênfase na
flexão máxima do cotovelo, apresentando maiores flexões em relação à primeira
análise.
Na segunda análise os valores apresentados correspondentes à amplitude
do movimento para o primeiro ciclo foram de 78 graus, no segundo ciclo de 74
graus e no terceiro ciclo o movimento apresentou 72 graus de amplitude. Já, na
terceira análise os valores de amplitude foram respectivamente de 80,9 graus,
71,6 graus e 64,30 graus para o primeiro, segundo e terceiro ciclo.
Entre a segunda e terceira análise os dados também apresentaram
diferença estatisticamente significativa nos valores dos ângulos articulares
(p=0,01).
Na última análise, as amplitudes entre o início do ciclo e início da fase
propulsiva correspondente à extensão máxima do cotovelo apresentaram
variações nos valores dos ângulos articulares de 82 graus no primeiro ciclo, 80
graus no segundo ciclo e 78,7 graus no terceiro ciclo.
Na última análise, nota-se que houve maior sincronia no movimento em
relação as demais análises. A variação entre os ciclos foi a menor (CV=6,38%) e
assim como entre as outras análises as curvas também apresentaram diferença
estatisticamente significativa entre a terceira e última análise (p=0,000). Essas
diferenças podem ter o mesmo significado das diferenças encontradas no quadril,
por terem uma relação direta com o tronco e das diferenças apresentadas
diretamente na Figura 18, além das orientações e o trabalho realizado durante o
programa instrucional.
83
A Figura 20 apresenta os valores médios das passagens em cada análise
para o ângulo do ombro direito (graus) no plano sagital através da representação
das curvas durante os três ciclos para o sujeito 1.
Figura 20 Valores médios em cada análise para o ângulo do ombro direito (graus)
no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito 1.
Na Figura 20 observou-se que o comportamento das curvas apresentadas
através dos valores dos ângulos articulares do ombro em todas as análises foram
semelhantes, no entanto, apresentando diferenças nos valores do coeficiente de
variação entre os ciclos de cada análise e diferença estatisticamente significativa
somente entre a terceira e quarta análise (p=0,000), enquanto que, entre a
primeira e segunda análise o valor encontrado no teste de significância foi de
p=0,812 e entre a segunda e terceira análise p=0,14.
A amplitude entre a extensão máxima e flexão máxima em cada um dos
ciclos e nas análises foram: primeiro ciclo, segundo e terceiro ciclo da primeira
análise amplitudes de 122 graus, 141 graus e 136 graus consecutivamente; na
segunda análise, as amplitudes foram de 137 graus para o primeiro ciclo, 140
graus para o segundo ciclo e 138 graus para o terceiro ciclo; na terceira análise,
no primeiro ciclo a amplitude foi de 138 graus, 152 graus no segundo ciclo e 130
graus no último ciclo e, por fim, na quarta análise a amplitude do movimento para
-80
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
100
120
0,0
33
0,23
1
0,42
9
0,6
27
0,825
1,02
3
1,22
1
1,4
19
1,617
1,81
5
2,01
3
2,211
2,409
2,60
7
2,80
5
3,003
3,201
3,39
9
3,597
3,795
3,993
4,19
1
4,389
4,587
4,785
4,983
5,181
5,379
5,577
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
1ª análise 2ª análise análise análise
84
o primeiro ciclo foi de 135 graus, 166 graus no segundo ciclo e 164 graus para o
último ciclo.
Nota-se que nas demais Figuras correspondentes as outras articulações
analisadas no sujeito 1, a articulação do ombro apresentou as maiores amplitudes
no movimento durante os três ciclos do deslocamento em suspensão e de
maiores variações entre os ciclos em cada uma das análises.
Todas as variações entre os ciclos, em cada uma das análises em todas as
articulações analisados referentes ao sujeito 1 podem ser melhor visualizadas
através da Tabela 11 pelos coeficientes de variação.
Tabela 11
Valores dos coeficientes de variação (CV) para os três ciclos no plano sagital
entre as passagens em frente ao visor, para o sujeito 1.
Ângulos articulares CV (%) CV (%) CV (%) CV (%)
1ª análise 2ª análise 3ª análise 4ª análise
Cotovelo 11,45% 7,86% 9,74% 6,38%
Inclinação tronco 8,64% 13,95% 22,18% 16,13%
Joelho 15,29% 9,41% 13,20% 8,90%
Ombro 25,18% 35,29% 39,49% 27,17%
Quadril 4,75% 5,38% 6,25% 4,63%
Como discutido anteriormente, os dados apresentados na Tabela 11
mostraram maiores variações entre os ciclos na articulação do ombro.
Posteriormente, o joelho foi quem apresentou os segundos maiores valores na
amplitude de movimento e no coeficiente de variação, e as menores variações
foram referentes ao quadril e a inclinação do tronco.
Acredita-se que essas diferenças nos valores dos coeficientes de variação
entre as articulações apresentaram uma relação direta com a amplitude do
movimento onde, quanto maior a amplitude, maior a probabilidade de erro ou de
instabilidade durante o deslocamento.
Nota-se também que existe uma tendência à diminuição nos valores do
coeficiente de variação a cada análise com as intervenções realizadas. Conforme
o movimento for sendo aprimorado, menor o coeficiente de variação entre os
ciclos, correspondendo a movimentos estáveis e sincrônicos.
85
As Figuras 21 a 25 representarão os valores médios entre as passagens
para cada uma das análises dos ângulos articulares (plano sagital/lado direito)
referentes ao sujeito 2. Também serão apresentadas as diferenças entre as
passagens em cada análise e os valores dos coeficientes de variação (CV) para
os três ciclos no plano sagital entre as passagens em frente ao visor, para todos
os sujeitos.
A Figura 21 representa os valores médios das passagens para cada
análise do ângulo do Joelho direito (graus) durante os três ciclos da locomoção.
Todos os valores de coeficiente de variação referentes aos ciclos de cada
uma das análises do sujeito 2 estão apresentados na Tabela 12. Já, as demais
análises estatísticas mencionadas nessa discussão encontram-se no anexo 9.
Figura 21 Valores médios em cada análise para o ângulo do joelho direito (graus)
no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito 2.
Os dados mostraram na Figura 21 que o comportamento das curvas em
todas as análises permaneceu o mesmo, diferenciando na amplitude do
movimento e no tempo (segundos) que o sujeito 2 realizou os três ciclos em cada
uma das análises.
O início dos ciclos foi caracterizado pela flexão máxima do joelho, que
correspondeu a 46 graus no primeiro ciclos, 54 graus no segundo e 65 graus no
terceiro ciclo da primeira análise. A variação na amplitude entre a flexão máxima e
a extensão máxima nesta análise foi de 121 graus no primeiro ciclo, 112 graus no
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
0,033
0,165
0
,
29
7
0
,
42
9
0
,5
6
1
0
,6
9
3
0
,8
2
5
0,957
1
,0
8
9
1,221
1,353
1,485
1
,
61
7
1
,
74
9
1
,8
8
1
2
,0
1
3
2
,1
4
5
2
,277
2,409
2,541
2,673
2,805
2,93
7
3
,
06
9
3
,2
0
1
3
,3
3
3
3
,4
6
5
3
,5
9
7
3,729
3,861
3,993
4
,
12
5
4
,
25
7
4
,3
8
9
4
,
52
1
4
,6
5
3
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
1ª análise 2ª análise 3ª análise 4ª análise
86
segundo e de 94 graus no terceiro ciclo. Nota-se que, os valores referentes a
amplitude na primeira análise foram os mais discrepantes em relação aos demais,
apresentando coeficiente de variação entre os ciclos de 19,78%.
Na segunda análise, o coeficiente de variação entre os ciclos foi de 10,8%,
diminuindo as diferenças da primeira para a segunda análise. Os inícios de cada
um dos ciclos da segunda análise corresponderam a 45, 46 e 49 graus para o
primeiro, segundo e terceiro ciclo. Já, a amplitude do movimento em cada um dos
ciclos foi de 121 graus no primeiro ciclo, 115 graus no segundo e de 112 no último
ciclo.
Entre a primeira e segunda análise houve diferença estatisticamente
significativa (p=0,002) na realização dos movimentos. Esses resultados podem
ser explicados pela intervenção realizada nas duas primeiras semanas. Neste
caso, os sujeitos estavam em fase adaptativa com o meio líquido, com o
equipamento utilizado (cinturões) e com o deslocamento em suspensão. Os
exercícios realizados neste período pelo programa instrucional consistiram em
deslocamentos frontais e laterais que utilizassem os mesmos movimentos das
mãos e forma de tração, o treino do equilíbrio em deslocamento e a ênfase na
postura. Apesar da ênfase maior ser na correção da postura, a orientação de
como realizar o movimento mais apropriado foi referente a cada articulação, e a
partir disso, acredita-se que houve a assimilação de como realizar o movimento,
apresentando diferença significativa após duas semanas de intervenção.
Na terceira análise, o coeficiente de variação entre os ciclos foi de 16,96%.
Os inícios de cada um dos ciclos da terceira análise corresponderam a 46 graus,
50 e 56 graus para o primeiro, segundo e terceiro ciclo. Já, a amplitude do
movimento em cada um dos ciclos foi de 120 graus no primeiro ciclo, 113 graus
no segundo e de 102 no último ciclo. Os valores de amplitude apresentados foram
semelhantes aos da segunda análise e, pode ser comprovado através da
diferença estatística não apresentada (p=0,14) entre a segunda e a terceira
análise.
Por não haver diferença estatisticamente significativa entre a segunda e
terceira análise, acredita-se provavelmente que houve estabilização no padrão do
movimento a partir da segunda análise.
O mesmo aconteceu com a quarta análise, que manteve essa estabilização
do movimento, não apresentando diferença estatisticamente significativa (p=0,39)
87
entre a terceira e a quarta análise. A amplitude entre a flexão e extensão máxima
na última análise apresentou ângulos de 110 graus no primeiro ciclo, 109 graus
no segundo e de 98 graus no terceiro ciclo. A variação entre os ciclos foi de
14,26%.
A Figura 22 segue a mesma discussão anterior, mostrando os valores
médios das passagens em cada análise para o ângulo do quadril direito (graus)
no plano sagital através da representação das curvas durante os três ciclos para o
sujeito 2.
Figura 22 Valores médios em cada análise para o ângulo do quadril lado direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito 2.
Assim como o joelho, o quadril demonstrou a mesma trajetória do
movimento em todas as análises, diferenciando nos valores dos ângulos
articulares que representaram a flexão e extensão do quadril e no tempo de início
e final de cada ciclo em cada uma das análises.
A amplitude entre a flexão e a extensão máxima na primeira análise foi de
74 graus no primeiro ciclo, 65 graus no segundo ciclo e de 56 graus no terceiro
ciclo. O coeficiente de variação entre os três ciclos foi de 9,52%, sendo
representado pela Figura 20 através das maiores amplitudes demonstradas pelo
quadril nesta análise.
60
80
100
120
140
160
180
0,033
0
,19
8
0
,
3
6
3
0,5
2
8
0,693
0,858
1
,02
3
1
,18
8
1
,
3
5
3
1,5
1
8
1,683
1,848
2
,01
3
2
,
1
7
8
2
,
3
4
3
2,508
2,673
2,838
3
,00
3
3
,
1
6
8
3,3
3
3
3,498
3,663
3
,82
8
3
,
9
9
3
4
,
1
5
8
4,3
2
3
4,488
4,653
4
,81
8
4
,
9
8
3
5
,
1
4
8
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
análise análise análise análise
88
Na segunda análise o coeficiente de variação entre os ciclos foi menor que
na primeira, apresentando variação de 4,85%. Essa menor variação teve uma
relação direta com a diminuição da amplitude nos ciclos da segunda análise. No
primeiro ciclo a amplitude do movimento foi de 65 graus, 58 graus no segundo
ciclo e 57 graus no terceiro ciclo.
Na terceira análise a amplitude do movimento foi menor que na segunda,
sendo 60 graus no primeiro ciclo, 57 graus no segundo e 54 graus no terceiro
ciclo, no entanto, o coeficiente de variação entre os ciclos foi de 6,95%. Mesmo
com menor amplitude, houve uma maior oscilação durante os três ciclos.
Na última análise, entre a flexão máxima e a extensão máxima do quadril a
amplitude encontrada no primeiro ciclo foi de 58 graus, no segundo ciclo de 54
graus e de 46 graus no terceiro ciclo. O coeficiente de variação entre os ciclos foi
de 7%.
Entre todas as análises os dados apresentaram diferença estatisticamente
significativa na execução do movimento do quadril, sendo p=0,02 entre a primeira
e segunda análise e p=0,000 entre a segunda e terceira, e terceira e quarta
análise. Esperava-se que as diferenças fossem as mesmas que as encontradas
para o joelho por fazer parte do segmento da coxa, no entanto, essa diferença
encontrada pode ter sido devido as instruções dadas durante todas as semanas
de programa instrucional que foram as mesmas para o joelho. No entanto, pela
grande ênfase que foi dada em todas as etapas da intervenção para o movimento
da articulação do tronco (inclinação) e este estar relacionado diretamente com a
ângulo do quadril formando o segmento do tronco, é que houve essa diferença
em todos os períodos de intervenção.
A Figura 23 representa os valores médios das passagens para cada
análise do tronco no plano sagital/direito (graus) durante os três ciclos da
locomoção.
89
Figura 23 Valores médios em cada análise para o ângulo do tronco (graus) no
plano sagital (lado direito) durante os três ciclos de passada do sujeito 2.
O comportamento das curvas apresentadas em cada uma das análises na
Figura 23 foi semelhante, no entanto, houve variações nos valores dos ângulos
articulares tanto na inclinação mínima do tronco quanto na máxima referente ao
sujeito 2.
Na primeira análise o sujeito 2 apresentou uma inclinação de 17 graus no
início do primeiro ciclo, 16 graus no início do segundo ciclo e de 18 graus no
terceiro. Os valores correspondentes à amplitude do movimento em cada um dos
ciclos foram de 17 graus no primeiro ciclo, 14 graus no segundo e 13 graus no
terceiro ciclo. O coeficiente de variação correspondente aos três ciclos da primeira
análise (sem intervenção) foi de 15,14%.
Na segunda análise, após duas semanas de programa instrucional os
valores apresentados no início de cada um dos ciclos referentes a menor
inclinação do tronco foram de 6 graus para o primeiro ciclo, 8 graus para o
segundo e 7 graus para o terceiro. O mesmo ocorreu na amplitude do movimento,
apresentando valores inferiores na inclinação máxima do tronco sendo, 14 graus
para o primeiro ciclo e 13 graus para o segundo e terceiro ciclo. O coeficiente de
variação entre os ciclos foi de 18,36%.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,033
0,165
0,297
0
,
42
9
0,
5
61
0,693
0,825
0,957
1,089
1,221
1,353
1,485
1
,
61
7
1,
7
49
1,881
2,013
2,145
2,277
2
,
40
9
2,
5
41
2,673
2,805
2,937
3,069
3,201
3,333
3,465
3
,
59
7
3,
7
29
3,
8
61
3,993
4,125
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
1ª análise 2ª análise análise 4ª análise
90
Entre a primeira e segunda análise os resultados apresentaram diferença
estatisticamente significativa (p=0,000) nos valores dos ângulos referentes a
inclinação do tronco. Isso se deve a intervenção de duas semanas que, embora
em fase adaptativa em todos os momentos a ênfase foi na correção da postura
durante todos os tipos de exercícios em deslocamento no meio líquido,
apresentando uma melhora significativa na inclinação do tronco, tanto no início
dos ciclos (menor inclinação) quanto na inclinação máxima. O mesmo ocorreu
entre a segunda e terceira análise, apresentando também diferença
estatisticamente significativa para p=0,000. Embora tivesse passado da fase
adaptativa do movimento e com o meio líquido, devido a grande ênfase na
postura durante o deslocamento, o sujeito 2 apresentou ainda melhorias no
padrão do movimento desta articulação.
Na terceira análise os dados apresentaram maior variação entre os ciclos
de 32,46% em relação às análises 1 e 2, embora tenha diminuído os valores dos
ângulos referentes a inclinação do tronco. No início do primeiro ciclo o sujeito 2
apresentou inclinação do tronco de 2,4 graus, enquanto que, no segundo e
terceiro ciclo a inclinação foi de 2 e 3,6 graus. Em relação a amplitude, nos três
ciclos os valores encontrados foram: 12 graus no primeiro ciclo, 10 graus no
segundo e 7 graus no terceiro ciclo.
Na última análise o início do primeiro e segundo ciclo apresentou uma
inclinação de 4 graus, enquanto que, no terceiro ciclo a inclinação foi de 5 graus.
A amplitude do movimento referente ao primeiro ciclo foi de 8,7 graus, no
segundo ciclo de 9,7 graus e no último ciclo, a amplitude foi de 7,8 graus. O
coeficiente de variação entre os ciclos foi de 25,8%.
Entre a terceira e última análise os dados não apresentaram diferença
estatisticamente significativa para p=0,16. Isso comprova que houve estabilização
no padrão do movimento a partir dos valores dos ângulos da inclinação do tronco
apresentados a partir da terceira análise.
Na Figura 24 o gráfico representa os valores médios das passagens em
cada análise para o ângulo do cotovelo direito (graus) no plano sagital durante os
três ciclos do sujeito 2.
91
Figura 24 Valores médios em cada análise para o ângulo do cotovelo direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito 2.
Todas as curvas apresentaram a mesma trajetória, diferenciando nos
valores dos ângulos articulares do cotovelo e no tempo em que cada ciclo teve
seu início e fim.
Na primeira análise, os valores de amplitude ente a extensão máxima do
cotovelo e flexão máxima nos três ciclos foram: 71 graus no primeiro ciclo, 63
graus no segundo ciclo e de 44 graus no último ciclo. A variação entre os ciclos
representada pela amplitude do movimento foi comprovada pelo valor do
coeficiente de variação, sendo CV= 8,14%.
Na segunda análise os valores apresentados correspondentes a amplitude
do movimento para o primeiro ciclo foram de 67 graus, no segundo 65 graus e no
terceiro ciclo o movimento apresentou 59 graus de amplitude. A variação entre os
ciclos na segunda análise foi de 8,24%.
Entre a primeira e a segunda análise as curvas apresentaram diferenças
estatisticamente significativas nos valores dos ângulos para p=0,01, apresentando
maiores valores na flexão e extensão do cotovelo durante a locomoção na
primeira análise em relação a segunda.
Na terceira análise o coeficiente de variação entre os ciclos foi de 6,78% e
os valores de amplitude foram respectivamente de 64 graus, 50 graus e 48,6
graus para o primeiro, segundo e terceiro ciclo.
60
80
100
120
140
160
180
0,03
0,17
0,3
0,43
0,56
0,69
0,83
0,96
1,09
1,22
1,35
1,49
1,62
1,75
1,88
2,01
2,15
2,28
2,41
2,54
2,67
2,81
2,94
3,07
3,2
3,33
3,46
3,6
3,73
3,86
3,99
4,12
4,26
4,39
4,52
4,65
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
análise análise análise análise
92
Entre a segunda e terceira análise os dados também apresentaram
diferenças estatisticamente significativas nos valores dos ângulos articulares
(p=0,001).
Na última análise, a amplitude entre a flexão máxima e extensão máxima
do cotovelo apresentou variações nos valores dos ângulos articulares de 64 graus
no primeiro ciclo, 59 graus no segundo ciclo e 47,4 graus no terceiro ciclo. A
variação entre os ciclos nesta análise foi de 8,58%.
Entre a terceira e quarta análise houve diferença estatisticamente
significativa (p=0,000) no padrão do movimento. Através dessa diferença pode-se
observar que não houve estabilização do movimento. Pelo cotovelo ter uma
relação direta com a articulação do tronco, formando o segmento do braço, as
variações do tronco a cada análise podem ter interferido na ação do cotovelo, ou
mesmo, por este segmento ter uma das maiores participações na propulsão
durante o deslocamento, na busca do equilíbrio e também no apoio realizado
pelos membros superiores.
A Figura 25 mostra os valores médios das passagens em cada análise
para o ângulo do ombro direito (graus) no plano sagital através da representação
das curvas durante os três ciclos para o sujeito 2.
Figura 25 Valores médios em cada análise para o ângulo do Ombro direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito 2.
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
100
0
,
0
3
3
0,19
8
0,363
0,528
0
,
6
9
3
0,858
1
,
0
2
3
1
,
1
8
8
1,35
3
1,518
1
,68
3
1,848
2,013
2
,
1
7
8
2,34
3
2
,
5
0
8
2,673
2,83
8
3,003
3
,
1
6
8
3,333
3,49
8
3
,
6
6
3
3,82
8
3,993
4,158
4
,
3
2
3
4,488
4
,
6
5
3
4,81
8
4,98
3
5,148
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
1ª análise 2ª análise 3ª análise 4ª análise
93
Na Figura 25 observou-se que o comportamento das curvas apresentadas
através dos valores dos ângulos articulares do ombro em todas as análises foram
semelhantes, no entanto, apresentando diferenças nos valores do coeficiente de
variação entre os ciclos de cada análise e diferença estatisticamente significativa
entre a primeira e segunda análise e entre a segunda e terceira análise (p=0,000),
enquanto que, entre a terceira e quarta análise o valor encontrado no teste de
significância foi de p=0,514.
A amplitude do movimento do ombro em cada um dos ciclos e nas análises
foi: primeiro ciclo, segundo e terceiro ciclo da primeira análise as amplitudes
foram de 114 graus, 107 graus e 119 graus consecutivamente; na segunda
análise, as amplitudes foram de 108 graus para o primeiro ciclo, 107 graus para o
segundo ciclo e 99 graus para o terceiro ciclo; na terceira análise, no primeiro
ciclo a amplitude foi de 111 graus, 102 graus no segundo ciclo e 92 graus no
último ciclo, e por fim, na quarta análise a amplitude do movimento para o
primeiro ciclo foi de 103 graus, 100 graus no segundo ciclo e 89 graus para o
último ciclo.
O coeficiente de variação apresentado entre os ciclos foi: na primeira
análise 4,26%, na segunda de 33,96%, na terceira análise 41,25% e na última
análise, a variação entre os ciclos foi de 39,31%. Nota-se pela Tabela 12 que as
maiores diferenças entre os ciclos ocorreram na articulação do ombro direito.
Todas as variações entre os ciclos, em cada uma das análises em todos os
segmentos corporais analisados referentes ao sujeito 2 estão apresentados na
Tabela 12 pelos coeficientes de variação.
Tabela 12
Valores dos coeficientes de variação (CV) para os três ciclos no plano sagital
entre as passagens em frente ao visor, para o sujeito 2.
Ângulos articulares CV (%) CV (%) CV (%) CV (%)
1ª análise 2ª análise 3ª análise 4ª análise
Cotovelo 8,14% 8,24% 6,78% 8,58%
Inclinação tronco 15,14% 18,36% 32,46% 25,80%
Joelho 19,78% 10,80% 16,96% 14,26%
Ombro 4,26% 33,96% 41,25% 39,31%
Quadril 9,52% 4,85% 6,95% 7%
94
Pelos valores apresentados na Tabela 12, observou-se que os ângulos
articulares que apresentaram menores diferenças nos coeficientes de variação
entre os ciclos foram nas articulações do cotovelo, do joelho e do quadril. Isso
significa que os movimentos destas articulações tenderam a ser mais sincrônicos
e estáveis entre seus ciclos em relação a inclinação do tronco e do ombro, que
estão relacionados diretamente.
As Figuras 26 a 30 representarão os valores médios entre as passagens
para cada uma das análises dos ângulos articulares (plano sagital/lado direito)
referentes ao sujeito 3. Também serão apresentadas as diferenças entre as
passagens em cada análise e os valores dos coeficientes de variação (CV) para
os três ciclos no plano sagital entre as passagens em frente ao visor.
Todos os valores de coeficiente de variação referentes aos ciclos de cada
uma das análises do sujeito 3 estão apresentados na Tabela 13. Já, as demais
análises estatísticas mencionadas nessa discussão encontram-se no anexo 9.
A Figura 26 representa os valores médios das passagens para cada
análise do ângulo do Joelho direito (graus) durante os três ciclos da locomoção.
Figura 26 Valores médios em cada análise para o ângulo do joelho direito (graus)
no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito 3.
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
0
,
0
33
0
,
1
9
8
0,363
0
,
5
2
8
0,693
0
,
858
1,023
1,188
1,
3
53
1
,
5
1
8
1
,
6
83
1
,
8
4
8
2
,
0
13
2
,
1
7
8
2
,
3
4
3
2
,
5
0
8
2,673
2
,
838
3,003
3,168
3
,
3
33
3,498
3
,
6
63
3
,
8
2
8
3
,
9
93
4
,
1
5
8
4
,
3
2
3
4
,
4
8
8
4
,
6
5
3
4,818
4,
9
83
5,148
5
,
3
13
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
análise análise análise análise
95
A Figura 26 apresentou semelhança na trajetória das curvas dos três ciclos
em todas as análises, diferenciando somente na amplitude do movimento a cada
análise e no tempo em que os ciclos tiveram seu início e fim.
O início de cada ciclo foi representado pela flexão máxima do joelho onde,
na primeira análise, a flexão no primeiro ciclo foi de 44 graus, 45 graus no
segundo ciclo e 49 graus no terceiro ciclo. Já, a amplitude do movimento em cada
ciclo apresentou valores de 118 graus no primeiro ciclo, 117 graus no segundo e
106 graus no terceiro. Entre os ciclos da primeira análise o coeficiente de variação
foi de 14,84%.
Na segunda análise, o coeficiente de variação entre os ciclos foi de
17,90%, apresentando maior variação no padrão do movimento entre os ciclos em
relação a primeira análise. Os inícios de cada um dos ciclos da segunda análise
corresponderam a 49, 48 e 49 graus para o primeiro, segundo e terceiro ciclo. Já,
a amplitude do movimento em cada um dos ciclos foi de 108 graus no primeiro
ciclo, 112 graus no segundo e de 107 no último ciclo.
Entre a primeira e segunda análise não houve diferença estatisticamente
significativa (p=0,39) no padrão do movimento. O fato da não existir modificação
significativa no padrão do movimento do joelho pode ter sido pelo período
adaptativo ao meio e ao movimento, e também pela dificuldade de assimilação
das orientações e dos exercícios que foram repassados. Outra hipótese é que o
sujeito já tivesse estabelecido o movimento em um curto período de tempo, e que
poderá ser explicado nas próximas análises.
Na terceira análise, o coeficiente de variação entre os ciclos foi de 11,47%.
Os inícios de cada um dos ciclos da terceira análise corresponderam a 47 graus,
46 e 50 graus para o primeiro, segundo e terceiro ciclo. Já, a amplitude do
movimento em cada um dos ciclos foi de 110 graus no primeiro ciclo, 112 graus
no segundo e de 109 no último ciclo. Os valores de amplitude apresentados foram
semelhantes aos da segunda análise, que podem ser comprovados pela não
apresentação de diferença estatisticamente significativa (p=0,19) entre a segunda
e a terceira análise. A hipótese anteriormente mencionada de que houve a
estabilização do movimento a partir da primeira análise foi comprovada por não
haver diferença significativa entre as análises 1, 2 e 3.
Na última análise a variabilidade entre os ciclos foi menor do que nas
demais análises, apresentando o coeficiente de variação de 10,28%. A flexão
96
máxima do joelho no primeiro e segundo ciclo foi de 50 graus e no terceiro ciclo
foi de 51 graus. Comparando a terceira com a quarta análise, assim como nas
demais, não houve diferenças estatisticamente significativas entre as duas
análises, comprovando com isso, as hipóteses anteriormente citadas sobre a
estabilização do movimento.
A partir da primeira semana de intervenção o sujeito 3 já havia apresentado
estabilização do movimento e a partir daí, definindo o padrão do movimento
realizado pelo joelho durante o deslocamento analisado.
A Figura 27 representa os valores médios das passagens para cada
análise do ângulo do quadril no plano sagital/lado direito (graus) durante os três
ciclos da locomoção.
Figura 27 Valores médios em cada análise para o ângulo do quadril direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito 3.
Assim como nas curvas apresentadas pela Figura 26 que corresponderam
a trajetória do ângulo do joelho, o quadril também apresentou a mesma trajetória
durante a locomoção nos três ciclos, diferenciando somente na amplitude do
movimento correspondente a flexão e extensão máxima do quadril e tempo que
cada ciclo teve seu início e fim.
A amplitude entre a flexão e a extensão máxima do quadril em cada um
dos ciclos da primeira análise foi de 74 graus no primeiro ciclo, 72 graus no
60
80
100
120
140
160
180
0,03
0,2
0,36
0,53
0,69
0,86
1,02
1,19
1,35
1,52
1,68
1,85
2,01
2,18
2,34
2,51
2,67
2,84
3
3,17
3,33
3,5
3,66
3,83
3,99
4,16
4,32
4,49
4,65
4,82
4,98
5,15
5,31
5,48
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
análise 2ª análise análise 4ª análise
97
segundo ciclo e de 58 graus no terceiro ciclo. O coeficiente de variação entre os
três ciclos foi de 10,84%.
Na segunda análise o coeficiente de variação entre os ciclos foi menor que
na primeira, apresentando variação de 9,93%. Essa menor variação teve uma
relação direta com a diminuição da amplitude nos ciclos da segunda análise,
sendo, no primeiro ciclo, uma amplitude de 69 graus, 65 graus no segundo ciclo e
52 graus no terceiro ciclo.
Entre a primeira e a segunda análise os dados apresentaram diferença
estatisticamente significativa (p=0,000) entre os padrões do movimento estudado
durante o deslocamento. Este período de duas semanas de programa instrucional
correspondeu à adaptação ao ambiente aquático e a exercícios em diferentes
deslocamentos que objetivassem trabalhar todos os segmentos corporais com
seus devidos movimentos. Portanto, para o sujeito 3 o programa instrucional nas
duas primeiras semanas surtiram efeitos sobre os padrões no movimento,
principalmente no que diz respeito a amplitude destes.
Na terceira análise o coeficiente de variação entre os ciclos foi de 6,03%,
representando maior homogeneidade no decorrer do movimento em relação aos
três ciclos do deslocamento da primeira e segunda análise. Já, os valores
referentes à amplitude do movimento não apresentaram diferença
estatisticamente significativa (p=0,21) entre a segunda e a terceira análise,
concluindo, portanto, que houve estabilização do movimento a partir da segunda
análise. A amplitude entre a flexão e extensão máxima do quadril nesta terceira
análise foi de: 68 graus no primeiro ciclo, 64 graus no segundo e 59 graus no
terceiro ciclo.
Entre a terceira e quarta análise os dados apresentaram novamente
diferença estatisticamente significativa (p=0,006) entre o padrão do movimento.
Os valores dos ângulos referentes à amplitude entre flexão e extensão máxima do
quadril no primeiro ciclo da última análise foram de 66 graus, 63 graus no
segundo ciclo e de 65 graus no terceiro ciclo. O coeficiente de variação entre os
ciclos da quarta análise foi de 4,79%, representando maior sincronia ou
harmonização no movimento.
A Figura 28 representa os valores médios das passagens para cada
análise do tronco no plano sagital do lado direito (graus) durante os três ciclos da
locomoção referentes ao sujeito 3.
98
Figura 28 Valores médios em cada análise para o ângulo do tronco (graus) no
plano sagital (lado direito) durante os três ciclos de passada do sujeito 3.
O comportamento das curvas apresentadas em cada uma das análises na
Figura 28 foi semelhante, no entanto, as variações observáveis foram nos valores
dos ângulos articulares tanto na inclinação mínima do tronco quanto na máxima
do sujeito 2.
Na primeira análise o sujeito 3 apresentou uma inclinação de 25,4 graus no
início do primeiro ciclo, 23,4 graus no segundo e de 25 graus no terceiro ciclo. Os
valores correspondentes a amplitude do movimento em cada um dos ciclos foi de
15 graus no primeiro ciclo, 12 graus no segundo e 11,4 graus no terceiro ciclo. O
coeficiente de variação apresentado entre os três ciclos (sem intervenção) foi de
10,95%.
Na segunda análise, após duas semanas de programa instrucional os
valores apresentados no início de cada um dos ciclos foram inferiores aos
encontrados na primeira análise onde, a inclinação do tronco para o primeiro ciclo
foi de 17 graus, 20 graus para o segundo e terceiro ciclo. O mesmo ocorreu na
amplitude do movimento, apresentando valores inferiores entre as inclinações
máximas e mínimas do tronco, sendo 14 graus para o primeiro ciclo e 11 graus
para o segundo e 10 graus para o terceiro ciclo. O coeficiente de variação entre
os ciclos foi de 22,29%.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,03
0,2
0,36
0,53
0,69
0,86
1,02
1,19
1,35
1,52
1,68
1,85
2,01
2,18
2,34
2,51
2,67
2,84
3
3,17
3,33
3,5
3,66
3,83
3,99
4,16
4,32
4,49
4,65
4,82
4,98
5,15
5,31
5,48
5,64
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
análise 2ª análise análise análise
99
Entre a primeira e segunda análise os resultados apresentaram diferença
estatisticamente significativa (p=0,000) nos valores dos ângulos referentes a
inclinação do tronco. Isso se deve a intervenção de duas semanas que, embora
em fase adaptativa em todos os momentos a ênfase foi na correção da postura
durante todos os tipos de exercícios em deslocamento, apresentando uma
melhora significativa na inclinação do tronco, tanto no início dos ciclos quanto na
inclinação máxima. O mesmo ocorreu entre a segunda e terceira análise,
apresentando também diferença estatisticamente significativa para p=0,000.
Embora tivesse passado da fase adaptativa do movimento e com o meio líquido,
devido a grande ênfase na postura durante o deslocamento, o sujeito 3
apresentou ainda melhorias no padrão deste movimento.
Na terceira análise os dados apresentaram variação entre os ciclos de
14,23% (CV). No inicio do primeiro ciclo o sujeito 3 apresentou inclinação do
tronco de 14 graus, enquanto que, no segundo e terceiro ciclo a inclinação foi de
12 e 11 graus. Em relação a amplitude, nos três ciclos os valores encontrados
foram de 15 graus aproximadamente para todos os três ciclos.
Na última análise o início do primeiro ciclo apresentou uma inclinação do
tronco de 13 graus, enquanto que no segundo a inclinação foi de 11 graus e 12
graus no terceiro ciclo. A amplitude do movimento referente ao primeiro ciclo foi
de 10,5 graus, no segundo ciclo de 13 graus e no último ciclo, a amplitude foi de
11,5 graus. O coeficiente de variação entre os ciclos foi de 18,7%.
Entre a terceira e última análise os dados também apresentaram diferença
estatisticamente significativa para p=0,000. Isso comprova que não houve
estabilização no padrão do movimento entre as intervenções e a cada análise.
Portanto, acredita-se que o sujeito 3 teve maior foi aprendizado da técnica. O
objetivo durante as intervenções foi o de manter a menor inclinação do tronco
possível durante a locomoção no decorrer do programa instrucional e, o resultado
final foi o esperado, podendo ser visualizado através da Figura 27.
Na Figura 29 o gráfico representa os valores médios das passagens em
cada análise para o ângulo do cotovelo direito (graus) no plano sagital durante os
três ciclos do sujeito 3.
100
Figura 29 Valores médios em cada análise para o ângulo do cotovelo direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito 3.
Na Figura 29, observou-se que as curvas não apresentaram a mesma
trajetória em todas as análises.
Na primeira análise, os valores de amplitude ente a extensão máxima do
cotovelo à flexão máxima nos três ciclos foram: 58 graus no primeiro ciclo, 53
graus no segundo ciclo e de 52 graus no último ciclo. A variação entre os ciclos
representada pela amplitude do movimento apresentou CV=9,89% de
variabilidade.
Na segunda análise os valores apresentados correspondentes a amplitude
do movimento para os ciclos foram: 34 graus no primeiro, 23 graus no segundo e
14 graus no terceiro ciclo. A variação entre os ciclos na segunda análise foi de
8,21%.
Entre a primeira e a segunda análise as curvas apresentaram diferenças
estatisticamente significativas nos valores dos ângulos para p=0,000,
apresentando maior amplitude no movimento do cotovelo durante o deslocamento
na primeira análise em relação a segunda.
Na terceira análise a variação entre os ciclos foi de 6,05% e os valores de
amplitude foram de 26 graus para o primeiro e segundo ciclo, e 20 graus para o
terceiro ciclo.
40
60
80
100
120
140
160
180
0,
03
3
0,
19
8
0,
36
3
0,
52
8
0,
69
3
0,
8
58
1,
0
23
1,
1
88
1,
3
53
1,518
1,683
1,848
2,013
2
,
178
2
,
343
2
,
508
2
,
673
2,
838
3,
003
3,
168
3,
333
3,
498
3,
663
3,
828
3,
993
4,
158
4,
323
4,488
4,653
4,818
4,983
5,148
5
,
313
5
,
478
5
,
643
5
,
808
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
alise 2ª análise 3ª análise 4ª análise
101
Entre os resultados obtidos na segunda e terceira análise os dados não
apresentaram diferenças estatisticamente significativas nos valores dos ângulos
articulares (p= 0,16), apresentando estabilidade no movimento do cotovelo entre a
segunda e terceira análise.
Na última análise, a amplitude entre a flexão e a extensão máxima do
cotovelo apresentou variações nos valores dos ângulos articulares de 36 graus no
primeiro ciclo, 34 graus no segundo ciclo e 38 graus no terceiro ciclo. A variação
entre os ciclos nesta análise foi de 6,14%.
Entre a terceira e quarta análise os dados voltaram a apresentar diferença
estatisticamente significativa (p=0,000) no padrão do movimento. Essa diferença
se deu após a estabilização do movimento entre a segunda e terceira análise do
sujeito 3, onde o padrão sofreu novamente modificações no movimento do
cotovelo. Pelo cotovelo ter uma relação direta com a inclinação do tronco, as
variações do tronco a cada análise podem ter interferido na ação da articulação
cotovelo, seja na busca do equilíbrio ou no apoio realizado pelos membros
superiores.
A Figura 30 mostra os valores médios das passagens em cada análise
para o ângulo do ombro direito (graus) no plano sagital através da representação
das curvas durante os três ciclos para o sujeito 3.
Figura 30 Valores médios em cada análise para o ângulo do ombro direito (graus)
no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito 3.
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
0,033
0,231
0,429
0,627
0,825
1,023
1,221
1,419
1,617
1,815
2,013
2,211
2,409
2,607
2,805
3,003
3,201
3,399
3,597
3,795
3,993
4,19
1
4,38
9
4,58
7
4,78
5
4,98
3
5,18
1
5,37
9
5,57
7
5,77
5
5,97
3
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
1ª análise 2ª análise 3ª análise 4ª análise
102
Na Figura 30 observou-se que o comportamento das curvas apresentadas
através dos valores dos ângulos articulares do ombro em todas as análises foram
semelhantes, porém apresentaram diferenças nos valores do coeficiente de
variação entre os ciclos de cada análise. As diferenças estatisticamente
encontradas entre as análises foram entre a primeira e segunda análise (p=0,002)
e entre a terceira e última análise (p=0,04), embora não tenha sido tão
significativa quanto a primeira. Já, entre a segunda e terceira análise os
movimentos realizados pelo ombro durante o deslocamento não apresentaram
diferença estatisticamente significativa, encontrando para p= 0,14.
As amplitudes entre a extensão máxima e flexão máxima em cada um dos
ciclos e nas análises foram: primeiro ciclo, segundo e terceiro ciclo da primeira
análise amplitudes de 86 graus, 80 graus e 75 graus no terceiro ciclo,
apresentando variação de 44,96%.
Na segunda análise, as amplitudes no movimento do ombro durante o
deslocamento foram de 100 graus para o primeiro ciclo, 95,5 graus para o
segundo ciclo e 86 graus para o terceiro ciclo. Na terceira análise, no primeiro
ciclo a amplitude foi de 99 graus, 110 graus no segundo ciclo e 89,5 graus no
último ciclo e, por fim, na quarta análise a amplitude do movimento para o
primeiro ciclo foi de 99 graus, 97 graus no segundo ciclo e 94 graus para o último
ciclo.
Houve a estabilização do movimento entre a segunda e terceira análise,
modificando novamente o padrão do movimento na última análise. Essa
variabilidade entre o ciclos e entre as análises teve uma relação direta com o
movimento realizado pelo cotovelo e pela inclinação do tronco e isso fez com que
o comportamento dos membros superiores apresentasse sempre mais
variabilidade em relação aos demais por causa da busca do equilíbrio e dos
apoios que estes realizam durante o deslocamento.
Nota-se que nas demais Figuras correspondentes as outras articulações
analisadas no sujeito 3, a articulação do ombro foi a que apresentou maior
amplitude de movimento durante os três ciclos do deslocamento e de maiores
variações entre os ciclos em cada uma das análises.
Todas as variações entre os ciclos, em cada uma das análises e em todas
as articulações analisados referentes ao sujeito 3 podem ser melhor visualizadas
através da Tabela 13 pelos coeficientes de variação.
103
Tabela 13
Valores dos coeficientes de variação (CV) para os três ciclos no plano sagital
entre as passagens em frente ao visor, para o sujeito 3.
Ângulos articulares CV (%) CV (%) CV (%) CV (%)
1ª análise 2ª análise 3ª análise 4ª análise
Cotovelo 9,89% 8,21% 6,05% 6,14%
Inclinação tronco 10,95% 22,29% 14,23% 18,07%
Joelho 14,84% 17,90% 11,47% 10,28%
Ombro 44,96% 42,16% 33,21% 38,35%
Quadril 10,84% 9,93% 6,03% 4,79%
Como discutido anteriormente, os dados apresentados na Tabela 13
mostraram maiores variações entre os ciclos na articulação do ombro.
Posteriormente, as articulações do quadril, joelho e cotovelo apresentaram
menores variações entre os ciclos.
Acredita-se que essas diferenças nos valores dos coeficientes de variação
entre as articulações apresentaram uma relação direta com a amplitude do
movimento onde, quanto maior a amplitude, maior a probabilidade de erro ou de
instabilidade durante a locomoção.
Nota-se também que existiu uma tendência à diminuição nos valores do
coeficiente de variação a cada análise com as intervenções realizadas. Conforme
o movimento foi sendo aprimorado, menor o coeficiente de variação entre os
ciclos, correspondendo a movimentos estáveis e sincrônicos, exceto nos valores
apresentados para a inclinação do tronco.
As Figuras 31 a 35 representarão os valores médios entre as passagens
para cada uma das análises dos ângulos articulares (plano sagital/lado direito)
referentes ao sujeito 4. Também serão apresentadas as diferenças entre as
passagens em cada análise e os valores dos coeficientes de variação (CV) para
os três ciclos entre as passagens em frente ao visor.
A Figura 31 representa os valores médios das passagens para cada
análise do ângulo do Joelho direito (graus) durante os três ciclos do
deslocamento.
Todos os valores de coeficiente de variação referentes aos ciclos de cada
uma das análises do sujeito 4 estão apresentados na Tabela 14. Já, as demais
análises estatísticas mencionadas nessa discussão encontram-se no anexo 9.
104
Figura 31 Valores médios em cada análise para o ângulo do joelho direito (graus)
no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito 4.
O início dos ciclos caracterizou-se pela flexão máxima do joelho, que
correspondeu a 68 graus no primeiro ciclo, 66 graus no segundo e 70 graus no
terceiro ciclo da primeira análise. A variação na amplitude entre a flexão máxima e
a extensão máxima nesta análise foi de 99 graus no primeiro ciclo, 102 graus no
segundo e de 98 graus no terceiro ciclo. Nota-se que, os valores referentes a
amplitude na primeira análise foram os mais discrepantes em relação aos demais,
apresentando coeficiente de variação entre os ciclos de 7,16%.
Na segunda análise, o coeficiente de variação entre os ciclos foi de 6,45%,
diminuindo as diferenças da primeira para a segunda análise. Os inícios de cada
um dos ciclos da segunda análise corresponderam a 74, 69 e 70 graus para o
primeiro, segundo e terceiro ciclo. Já, a amplitude do movimento em cada um dos
ciclos foi de 92 graus no primeiro ciclo, 99 graus no segundo e de 98 graus no
último ciclo.
Entre a primeira e segunda análise os dados não apresentaram diferenças
estatisticamente significativas (p=0,49) na realização dos movimentos. Esses
resultados podem ser explicados pela intervenção realizada nas duas primeiras
semanas.
Na terceira análise, o coeficiente de variação entre os ciclos foi de 6,21%.
Os inícios de cada um dos ciclos da terceira análise corresponderam a 70 graus,
68,5 e 72 graus para o primeiro, segundo e terceiro ciclo. Já, a amplitude do
40
60
80
100
120
140
160
180
0,03
0,17
0,3
0,43
0,56
0,69
0,83
0,96
1,09
1,22
1,35
1,49
1,62
1,75
1,88
2,01
2,15
2,28
2,41
2,54
2,67
2,81
2,94
3,07
3,2
3,33
3,46
3,6
3,73
3,86
3,99
4,12
4,26
4,39
4,52
4,65
4,79
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
análise avalião 3ª avaliação avalião
105
movimento em cada um dos ciclos foi de 101 graus no primeiro ciclo, 102 graus
no segundo e de 98 graus no último ciclo. Os valores de amplitude apresentados
foram semelhantes aos da segunda análise, no entanto, o conjunto dos dados
que correspondeu ao movimento como um todo apresentou diferença significativa
(p=0,03) entre a segunda e terceira análise.
Entre a terceira e quarta análise os dados novamente apresentaram
estabilização do movimento como na primeira e segunda análise, não
apresentando diferença estatisticamente significativa (p=0,92). Isso comprova o
êxito da intervenção durante o programa instrucional em relação ao padrão de
movimento esperado.
Na última análise a amplitude entre a flexão e extensão máxima
apresentou ângulos de 99 graus no primeiro ciclo, 100 graus no segundo e de 99
graus no terceiro ciclo. A variação entre os ciclos foi de 5,58%.
A Figura 32 segue a discussão anterior, mostrando os valores médios das
passagens em cada análise para o ângulo do quadril direito no plano sagital
através da representação das curvas durante os três ciclos para o sujeito 4.
Figura 32 Valores médios em cada análise para o ângulo do quadril (graus) no
plano sagital/lado direito durante os três ciclos de passada do sujeito 4.
Assim como o joelho, o quadril demonstrou a mesma trajetória do
movimento em todas as análises, diferenciando nos valores dos ângulos
40
60
80
100
120
140
160
180
0,03
0,17
0,3
0,43
0,56
0,69
0,83
0,96
1,09
1,22
1,35
1,49
1,62
1,75
1,88
2,01
2,15
2,28
2,41
2,54
2,67
2,81
2,94
3,07
3,2
3,33
3,46
3,6
3,73
3,86
3,99
4,12
4,26
4,39
4,52
4,65
4,79
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
1ª análise 2ª avaliação 3ª avaliação 4ª avaliação
106
articulares que representaram a flexão e extensão desta articulação e no tempo
de início e final de cada ciclo em cada uma das análises.
A amplitude entre a flexão e a extensão máxima em cada um dos ciclos da
primeira análise foi de 66 graus no primeiro ciclo, 62 graus no segundo ciclo e de
61 graus no terceiro ciclo. O coeficiente de variação entre os três ciclos foi de
5,35%, representando pouca variabilidade entre os ciclos.
Na segunda análise o coeficiente de variação entre os ciclos foi de 5,38%.
Em relação à amplitude do movimento em cada um dos três ciclos a amplitude
correspondente ao primeiro ciclo foi de 65 graus, 59 graus no segundo ciclo e 62
graus no terceiro ciclo.
Entre a primeira e segunda análise, após intervenção de 2 semanas os
dados referentes aos valores dos ângulos articulares apresentaram diferença
estatisticamente significativa entre elas de p=0,000.
Na terceira análise a amplitude do movimento foi menor que na segunda,
sendo 65 graus no primeiro ciclo, 62 graus no segundo e 62 graus no terceiro
ciclo, no entanto, o coeficiente de variação entre os ciclos foi de 6,95%. Mesmo
com a amplitude apresentando valores inferiores aos encontrados na segunda
análise, as curvas não apresentaram diferença estatisticamente significativa
(p=0,24) entre a segunda e terceira análise. Neste período, houve a estabilização
do movimento.
Na última análise, entre a flexão máxima e a extensão máxima do quadril a
amplitude encontrada no primeiro ciclo foi de 78 graus, no segundo ciclo de 76
graus e de 70 graus no terceiro ciclo. O coeficiente de variação entre os ciclos foi
de 4,69%.
Entre a terceira e última análise houve novamente modificação no padrão
do movimento, pois os dados apresentaram diferenças significativas (p=0,002)
entre as curvas referentes ao movimento do quadril nas últimas duas análises.
Essas diferenças podem ter ocorrido pelas oscilações que serão apresentadas na
Figura 32, referente à inclinação do tronco.
A Figura 33 representa os valores médios das passagens para cada
análise do tronco no plano sagital/direito (graus) durante os três ciclos do
deslocamento do sujeito 4.
107
Figura 33 Valores médios em cada análise para o ângulo do tronco (graus) no
plano sagital (lado direito) durante os três ciclos de passada do sujeito 4.
Na primeira análise o sujeito 4 apresentou uma inclinação de 23,5 graus no
início do primeiro ciclo, 21 graus no início do segundo e terceiro. O valor
correspondente à amplitude do movimento em cada um dos ciclos foi de 9,5 graus
no primeiro ciclo, 11,3 graus no segundo e 12,3 graus no terceiro ciclo. O
coeficiente de variação correspondente aos três ciclos da primeira análise (sem
intervenção) foi de 11,69%.
Na segunda análise, após duas semanas de programa instrucional os
valores apresentados no início de cada um dos ciclos referentes a menor
inclinação do tronco foram de 22 graus para o primeiro ciclo, 19 graus para o
segundo e 17 graus para o terceiro. Entre a inclinação mínima e máxima do
tronco a amplitude apresentada no movimento para o primeiro ciclo foi de 11
graus, 13 graus no segundo ciclo e de 15 graus no terceiro ciclo. O coeficiente de
variação entre os ciclos foi de 19,82%.
Entre a primeira e segunda análise os resultados apresentaram diferença
estatisticamente significativa (p=0,000) nos valores dos ângulos referentes a
inclinação do tronco. Isso se deve a intervenção de duas semanas que, embora
em fase adaptativa em todos os momentos a ênfase foi na correção da postura
durante todos os tipos de exercícios em deslocamento no meio líquido,
apresentando uma melhora significativa na inclinação do tronco, tanto no início
dos ciclos quanto na inclinação máxima. O mesmo ocorreu entre a segunda e
5
10
15
20
25
30
35
0,03
0,17
0,3
0,43
0,56
0,69
0,83
0,96
1,09
1,22
1,35
1,49
1,62
1,75
1,88
2,01
2,15
2,28
2,41
2,54
2,67
2,81
2,94
3,07
3,2
3,33
3,46
3,6
3,73
3,86
3,99
4,12
4,26
4,39
4,52
4,65
4,79
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
análise avaliação avaliação 4ª avaliação
108
terceira análise, apresentando também diferença estatisticamente significativa
para p=0,000. Embora tivesse passado da fase adaptativa do movimento e com o
meio líquido, devido a grande ênfase na postura durante o deslocamento, assim
como o sujeito 2, o sujeito 4 também apresentou melhorias no padrão deste
movimento.
Na terceira análise os dados apresentaram variação entre os ciclos de
15,16% em relação às análises 1 e 2. No início do primeiro ciclo o sujeito 4
apresentou inclinação do tronco de 14 graus, enquanto que, no segundo e
terceiro ciclo a inclinação foi de 13 graus. Os valores de amplitude nos três ciclos
foram: 14 graus no primeiro e segundo ciclo e de 14 graus no terceiro ciclo.
Na última análise o início do primeiro ciclo apresentou uma inclinação de
17 graus, enquanto que, no segundo e terceiro ciclo a inclinação foi de 14 graus.
A amplitude do movimento referente ao primeiro ciclo foi de 8 graus, no segundo
ciclo de 12 graus e no último ciclo, a amplitude foi de 13 graus. O coeficiente de
variação entre os ciclos foi de 10,61%.
Entre a terceira e última análise os dados não apresentaram diferença
estatisticamente significativa com p=0,97. Isso comprovou que houve
estabilização no padrão do movimento representado pelos valores dos ângulos
referentes a inclinação do tronco apresentados a partir da terceira análise.
Na Figura 34 o gráfico representa os valores médios das passagens em
cada análise para o ângulo do cotovelo direito (graus) no plano sagital durante os
três ciclos do sujeito 4.
Todas as curvas apresentaram a mesma trajetória, diferenciando nos
valores dos ângulos articulares do cotovelo (amplitude) e no tempo em que cada
ciclo teve seu início e fim.
109
Figura 34 Valores médios em cada análise para o ângulo do cotovelo direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito 4.
Na primeira análise, o valor entre a extensão máxima do cotovelo à flexão
máxima nos três ciclos foram: 67 graus no primeiro ciclo, 59 graus no segundo
ciclo e de 60 graus no último ciclo. A variação entre os ciclos foi comprovada pelo
valor apresentado no coeficiente de variação, sendo CV= 7,03%.
Na segunda análise os valores apresentados correspondentes à amplitude
do movimento para o primeiro ciclo foram de 70 graus, no segundo ciclo de 65
graus e no terceiro ciclo o movimento apresentou 61 graus de amplitude. A
variação entre os ciclos na segunda análise foi de 6,4%.
Entre a primeira e a segunda análise as curvas apresentaram diferenças
estatisticamente significativas nos valores dos ângulos para p=0,00, apresentando
maiores flexões e extensões do cotovelo durante o deslocamento na primeira
análise em relação a segunda.
Na terceira análise a variação entre os ciclos foi de 7,7% e os valores de
amplitude foram respectivamente de 77 graus, 81 graus e 73 graus para o
primeiro, segundo e terceiro ciclo.
Entre a segunda e terceira análise os dados não apresentaram diferenças
estatisticamente significativas nos valores dos ângulos articulares (p=0,13),
caracterizando estabilização do movimento após a terceira semana de
intervenção.
40
60
80
100
120
140
160
180
0,03
0,17
0,3
0,43
0,56
0,69
0,83
0,96
1,09
1,22
1,35
1,49
1,62
1,75
1,88
2,01
2,15
2,28
2,41
2,54
2,67
2,81
2,94
3,07
3,2
3,33
3,46
3,6
3,73
3,86
3,99
4,12
4,26
4,39
4,52
4,65
4,79
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
análise avalião 3ª avaliação avalião
110
Na última análise, a amplitude entre a flexão máxima e a extensão máxima
do cotovelo apresentou variações nos valores dos ângulos articulares de 84 graus
no primeiro ciclo, 89 graus no segundo ciclo e 81 graus no terceiro ciclo. A
variação entre os ciclos nesta análise foi de 4,88%.
Entre a terceira e quarta análise os dados também não apresentaram
diferença estatisticamente significativa (p=0,22) no padrão do movimento. Isso
comprova que após a segunda análise o programa instrucional apresentou efeito
positivo na melhoria do padrão do movimento, diminuindo a diferença entre os
ciclos e estabilizando o padrão das curvas referentes às flexões e extensões do
cotovelo.
A Figura 35 mostra os valores médios das passagens em cada análise
para o ângulo do ombro direito (graus) no plano sagital através da representação
das curvas durante os três ciclos para o sujeito 4.
Figura 35 Valores médios em cada análise para o ângulo do Ombro direito
(graus) no plano sagital durante os três ciclos de passada do sujeito 2.
Observou-se na Figura 35 que o comportamento das curvas apresentadas
através dos valores dos ângulos articulares do ombro em todas as análises foram
semelhantes, no entanto, apresentando diferenças nos valores do coeficiente de
variação entre os ciclos de cada análise.
A amplitude entre a extensão máxima e flexão máxima em cada um dos
ciclos e nas análises foram: primeiro ciclo, segundo e terceiro ciclo da primeira
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
100
120
0,033
0
,1
98
0
,36
3
0,528
0
,6
93
0
,85
8
1,023
1
,1
88
1
,3
53
1
,51
8
1,683
1
,8
48
2,01
3
2
,
178
2
,3
43
2,50
8
2
,
673
2
,8
38
3
,0
03
3,16
8
3
,
333
3
,4
98
3,66
3
3
,
828
3
,9
93
4,158
4
,3
23
4
,
488
4
,6
53
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
análise 2ª análise 3ª análise análise
q
111
análise, amplitudes de 121 graus, 115 graus e 113 graus consecutivamente; na
segunda análise, as amplitudes foram de 128 graus para o primeiro ciclo, 125
graus para o segundo ciclo e 127 graus para o terceiro ciclo; na terceira análise,
no primeiro ciclo a amplitude foi de 141 graus, 135 graus no segundo ciclo e 133
graus no último ciclo e, por fim, na quarta análise a amplitude do movimento para
o primeiro ciclo foi de 132 graus, 137 graus no segundo ciclo e 135 graus para o
último ciclo.
O coeficiente de variação apresentado entre os ciclos na primeira análise
foi de 34,48%, na segunda análise a variação foi de 28,38%, na terceira análise
30% e na última análise a variação entre os ciclos foi de 24,27%. Nota-se que a
partir de cada período de programa instrucional realizado entre as análises, os
coeficientes de variação diminuíram, caracterizando maior sincronia no padrão do
movimento em deslocamento entre os ciclos de cada uma das análises.
Entre a primeira e segunda análise, os dados não apresentaram diferença
estatisticamente significativa (p=0,00) entre os valores angulares correspondentes
ao movimento. O mesmo ocorreu entre a segunda e terceira análise,
apresentando um p=0,01. Já, entre a terceira e última análise, os dados não
sofreram variações entre as análises, não apresentando diferença significativa
entre elas (p=0,55). Após a terceira análise e a quarta semana de intervenção o
movimento estudado apresentou estabilização no seu padrão referente aos
valores dos ângulos articulares do ombro direito.
Todas as variações entre os ciclos, em cada uma das análises referentes
ao sujeito 4 estão apresentados na Tabela 14 pelos coeficientes de variação.
Tabela 14
Valores dos coeficientes de variação (CV) para os três ciclos no plano sagital
entre as passagens em frente ao visor, para o sujeito 4.
Ângulos articulares CV (%) CV (%) CV (%) CV (%)
1ª análise 2ª análise 3ª análise 4ª análise
Cotovelo 7,03% 6,4% 7,7% 4,88%
Inclinação tronco 11,69% 19,82% 15,16% 10,61%
Joelho 7,16% 6,45% 6,21% 5,58%
Ombro 34,48% 28,38% 30% 24,27%
Quadril 5,35% 5,38% 5,15% 4,69%
112
Os dados apresentados na Tabela 14 mostraram maiores variações entre
os ciclos na articulação do ombro e na inclinação do tronco. Já, a menor variação
entre os ciclos foi para o ângulo do quadril.
Nota-se que através dos dados apresentados houve uma tendência à
diminuição nos valores do coeficiente de variação a cada análise com as
intervenções realizadas. Acredita-se que, à medida que o movimento foi sendo
aprimorado, pois houver uma diminuição no coeficiente de variação entre os
ciclos, correspondendo a movimentos estáveis e sincrônicos.
No próximo item serão apresentados os modelos biomecânicos referentes
ao comportamento de todos os ângulos articulares analisados durante o
deslocamento para todos os sujeitos.
Modelo biomecânico
Após a apresentação e descrição dos valores encontrados em cada uma
articulações recrutadas durante o deslocamento no item anterior, nesta etapa do
trabalho serão apresentados os modelos do movimento realizado, buscando
descrevê-los de acordo com o comportamento de cada articulação por sujeito,
bem como, as relações existentes entre as articulações. Além disso, serão
apresentados quantitativamente os ângulos mínimos, máximos e a amplitude em
cada movimento, e a descrição qualitativa de como ocorreu este movimento
estudado.
Todos os valores de correlação entre os ângulos articulares para cada
sujeito serão encontrados no anexo 10. Todos os dados apresentados para a
criação do modelo referem-se aos valores apresentados na última análise de
cada sujeito, no entanto, a descrição de como ocorre cada um dos ciclos das
articulações isoladas só será realizada para o sujeito 1 e válido para os demais
sujeitos. As correlações apresentadas durante toda a discussão referem-se
àquelas que corresponderam às diferenças estatisticamente significativas para
p<0,01.
113
A Figura 36 apresenta o modelo padrão final da locomoção realizada pelo
sujeito 1, correspondendo aos valores de todos ângulos articulares estudados nos
três ciclos.
Figura 36 Padrão final do movimento nos três ciclos do sujeito 1.
Todos os valores dos ângulos apresentados nos três ciclos para todos as
articulações do sujeito 1 referem-se a última análise realizada após intervenção.
Para o início de todos os ciclos a posição padrão de referência foi à flexão
máxima do joelho. Neste caso, a primeira descrição do movimento foi em relação
a esta articulação referente a um ciclo. As demais articulações terão o mesmo
instante como foi a referência para o início dos ciclos.
Segue abaixo a descrição das fases de recuperação e de propulsão em
cada uma das articulações:
JOELHO: o início do ciclo foi caracterizado pela posição de flexão máxima do
joelho. Iniciando a extensão deste, considerou-se como fase de recuperação
até sua extensão máxima. No momento que o ângulo do joelho atinge a
extensão máxima, inicia-se a fase de propulsão do joelho, retornando à flexão
máxima, completando um ciclo. Portanto, o movimento é cíclico representado
-100
-80
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
0,03
0,2
0,36
0,53
0,69
0,86
1,02
1,19
1,35
1,52
1,68
1,85
2,01
2,18
2,34
2,51
2,67
2,84
3
3,17
3,33
3,5
3,66
3,83
3,99
4,16
4,32
4,49
4,65
4,82
4,98
5,15
5,31
5,48
5,64
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
Joelho Quadril Tronco Cotovelo Ombro
114
pela flexão/extensão/flexão do joelho, ou seja, fase de recuperação/ fase
propulsiva;
QUADRIL: no início do ciclo há uma pequena flexão do quadril de
aproximadamente 10 graus retornando ao movimento de extensão, até atingir
sua extensão máxima, que foi considerada a fase propulsiva. A flexão do
quadril até a sua máxima flexão foi considerada a fase de recuperação;
TRONCO: no início do ciclo o tronco apresentou sua menor inclinação (menor
ângulo) e aumentou gradativamente os valores dos ângulos até atingir a sua
inclinação máxima, retornando a posição inicial, completando um ciclo;
COTOVELO: a posição em que o cotovelo se encontra no início do ciclo é de
aproximadamente 120 graus. Iniciou-se o movimento realizando uma extensão
de aproximadamente 20 graus, retornando ao movimento de flexão de
aproximadamente 60 graus, para posteriormente realizar a extensão
(aproximadamente 170 graus). O início da fase de recuperação foi até a
extensão máxima, já, a fase de propulsão foi desse instante até atingir a flexão
do cotovelo. É importante salientar que, na fase propulsiva ocorre a flexão e
extensão do cotovelo no mesmo movimento;
OMBRO: no início do ciclo o ombro encontrou-se na fase de transição entre o
término da propulsão e início da recuperação. Essa fase foi caracterizada pela
posição de aproximadamente 40 graus, direcionando-se até 70 graus, onde
atingiu a sua máxima extensão. Após a extensão máxima o ombro realizou um
movimento de retorno até uma flexão de aproximadamente 90 graus (flexão
máxima). A fase propulsiva foi considerada quando o sujeito atingiu a flexão
máxima do ombro até a extensão. Da extensão retornando a flexão
considerou-se a fase de recuperação.
Para compreensão do movimento realizado nos três ciclos, serão
apresentados os valores mínimos, máximos para os ângulos articulares e
amplitude do movimento para cada articulação do sujeito 1 através da Tabela 15.
115
Tabela 15
Valores referentes às amplitudes articulares nos três ciclos (c1, c2 e c3) do sujeito
1.
Articulação/ciclo Posição máxima
de extensão
Posição máxima
de flexão
Amplitude
C1 174° 50° 124°
C2 173° 51° 122°
Joelho
C3 174° 54° 120°
C1 162° 102° 60°
C2 159° 96° 63°
Quadril
C3 160° 95° 65°
C1 8° 26° 18°
C2 7° 28° 21°
Tronco
C3 7° 26° 19°
C1 165° 83° 82°
C2 165° 84° 81°
Cotovelo
C3 164° 85° 79°
C1 -40° 96° 136°
C2 -70° 96° 166°
Ombro
C3 -68° 96° 164°
Observou-se na Tabela 15 que as menores amplitudes nos movimentos
dos três ciclos foram referentes à inclinação do tronco, enquanto que, as maiores
amplitudes foram apresentadas na articulação do ombro e posteriormente na
articulação do joelho.
Para saber se o movimento de uma determinada articulação interferiu na
ação de outra, utilizou-se uma associação numérica entre duas variáveis que foi
representada pelos valores do coeficiente de correlação de Pearson (r).
As correlações apresentadas no anexo 10, mostraram que existe uma
relação inversa entre o joelho e o cotovelo (r= -0,404) onde, quando o joelho está
flexionado caracterizando a fase de recuperação, o cotovelo está em extensão
caracterizando a fase propulsiva.
As relações diretas apresentadas pelo coeficiente de correlação foram
entre o ângulo do cotovelo com o do ombro (r= 0,728); cotovelo com o quadril (r=
0,306); cotovelo com o tronco (r= 0,685); joelho com o quadril (r= 0,607); joelho
com o tronco (r= 0,264); ombro com o quadril (r= 0,841); ombro com o tronco (r=
0,975) e quadril com o tronco (r= 0,887).
Verificou-se que, as maiores correlações corresponderam aos ângulos que
entre eles formam um segmento, como, por exemplo, o ombro, que se relaciona
diretamente com o cotovelo e o tronco, formando o segmento do braço.
116
Na próxima Figura (37) está a representação gráfica do padrão do
movimento apresentado pelo sujeito 2 durante o deslocamento, correspondendo
ao três ciclos referentes a última análise posterior as intervenções desenvolvidas.
Figura 37 Padrão final do movimento nos três ciclos do sujeito 2.
Todos os valores dos ângulos apresentados nos três ciclos para todas as
articulações do sujeito 2 referem-se a última análise realizada após intervenção.
Para o início de todos os ciclos a posição padrão e de referência foi a
flexão máxima do joelho. A descrição das fases de recuperação e de propulsão
em cada um dos ângulos articulares e de como o movimento ocorreu foi descrito
anteriormente na discussão sobre o sujeito 1. O que diferenciou nas curvas
apresentadas na Figura 37 em relação a Figura 36 foram as amplitudes angulares
que o movimento apresentou em cada um dos ciclos para cada articulação.
Portanto, os valores referentes a posição máxima de extensão, flexão e
amplitudes articulares do joelho, quadril, tronco, cotovelo e ombro do sujeito 2
estão apresentados na Tabela 16.
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
0,03
0,17
0,3
0,43
0,56
0,69
0,83
0,96
1,09
1,22
1,35
1,49
1,62
1,75
1,88
2,01
2,15
2,28
2,41
2,54
2,67
2,81
2,94
3,07
3,2
3,33
3,46
3,6
3,73
3,86
3,99
4,12
4,26
4,39
4,52
4,65
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
Joelho Quadril Tronco Cotovelo Ombro
117
Tabela 16
Valores referentes às amplitudes articulares nos três ciclos (c1, c2 e c3) do sujeito
2.
Articulação/ciclo Posição máxima
de extensão
Posição máxima
de flexão
Amplitude
C1 135° 44° 91°
C2 155 46° 109°
Joelho
C3 150° 51° 99°
C1 151° 93° 58°
C2 147° 94° 53°
Quadril
C3 148° 101° 47°
C1 13°
C2 13°
Tronco
C3 13°
C1 145° 82° 63°
C2 141° 82° 59°
Cotovelo
C3 140° 93° 47°
C1 -39° 64° 103°
C2 -37° 62° 99°
Ombro
C3 -31° 58° 89°
Os dados da Tabela 16 apresentaram menores amplitudes nos
movimentos dos três ciclos referentes à inclinação do tronco, enquanto que, as
maiores amplitudes foram apresentadas na articulação do ombro e joelho.
Para saber se o movimento de uma articulação interferiu na ação da outra,
utilizou-se uma associação numérica entre duas variáveis e que foi representada
pelos valores do coeficiente de correlação de Pearson (r).
As correlações apresentadas no anexo 10, não mostraram nenhuma
relação inversa como apresentada para o sujeito 1 entre o joelho e o cotovelo.
Todas as relações entre as articulações foram diretas.
As relações diretas apresentadas pelas correlações foram entre o ângulo
do cotovelo com o do tronco (r= 0,664); cotovelo com o ombro(r= 0,522); cotovelo
com o quadril (r= 0,685); joelho com o tronco (r= 0,639); tronco com o ombro (r=
0,907); tronco com o quadril (r= 0,792); ombro com o joelho (r= 0,679); joelho com
o quadril (r= 0,911) e quadril com o tronco (r= 0,831).
Os valores das correlações acima apresentados demonstraram que o
comportamento de todos os ângulos articulares que compõem o movimento
estudado apresentou uma relação direta entre eles sendo, quando uma
articulação está na fase propulsiva ou de recuperação, a articulação
correlacionada com ela também está em fase propulsiva ou de recuperação.
118
As discussões realizadas também são feitas para o sujeito 3 através da
apresentação dos valores dos ângulos articulares durante a locomoção referente
a três ciclos, sendo representada pela Figura 38.
Figura 38 Padrão final do movimento nos três ciclos do sujeito 3.
Para o início de todos os ciclos a posição padrão de referência foi a flexão
máxima do joelho. A descrição das fases de recuperação e de propulsão em
cada uma das articulações e de como o movimento ocorreu foi descrito
anteriormente na discussão sobre o sujeito 1. As diferenças nas curvas
apresentadas na Figura 38 em relação a Figura 36 e 37 foram nos valores das
amplitudes angulares que o movimento apresentou em cada um dos ciclos para
cada articulação. Portanto, os valores referentes a posição máxima de extensão,
flexão e amplitudes articulares do joelho, quadril, tronco, cotovelo e ombro do
sujeito 3 estão apresentados na Tabela 17.
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
0,033
0,198
0,363
0,
528
0,693
0,858
1,023
1,188
1,353
1,518
1,
683
1,848
2,013
2,178
2,343
2,508
2,
673
2,838
3,003
3,168
3,333
3,498
3,
663
3,
828
3,993
4,158
4,323
4,488
4,
653
4,
818
4,983
5,148
5,313
5,478
5,643
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
Joelho Quadril Tronco Cotovelo Ombro
119
Tabela 17
Valores referentes às amplitudes articulares nos três ciclos (c1, c2 e c3) do sujeito
3.
Articulação/ciclo Posição máxima
de extensão
Posição máxima
de flexão
Amplitude
C1 157° 50° 107°
C2 161° 50° 111°
Joelho
C3 159° 81° 108°
C1 157° 91° 66°
C2 155° 92° 63°
Quadril
C3 155° 90° 65°
C1 11° 24° 13°
C2 11° 24° 13°
Tronco
C3 12° 23° 11°
C1 157° 120° 37°
C2 149° 115° 34°
Cotovelo
C3 156° 120° 36°
C1 -33° 66° 99°
C2 -33° 64° 97°
Ombro
C3 -29° 65° 94°
Na Tabela 17 os dados apresentaram maiores amplitudes nos movimentos
dos três ciclos referentes à flexão e extensão máximas do joelho e, menores
amplitudes para a inclinação do tronco.
Para saber se o movimento de uma articulação interferiu na ação de outra,
utilizou-se o coeficiente de correlação de Pearson (r).
Através das correlações algumas articulações apresentaram relação
inversa entre elas. O tronco apresentou r= -0,370 com o cotovelo, ou seja, durante
a inclinação mínima do tronco, o cotovelo apresentou flexão máxima; o mesmo
aconteceu para o ombro em relação ao cotovelo (r= -0,398) e, entre o quadril em
relação ao cotovelo (r= -0,134). Essas relações inversas corresponderam a não
sincronia do movimento durante a locomoção do sujeito 3, pois o esperado seria
uma correlação negativa somente entre o cotovelo e o joelho, o que não ocorreu.
As relações diretas apresentadas pelas correlações foram entre o ângulo
do cotovelo com o do joelho (r= 0,251); tronco com o joelho (r= 0,272); tronco com
o ombro (r= 0,936); tronco com o quadril (r= 0,876); joelho com o quadril (r=
0,660); ombro com quadril (r= 0,736).
Embora algumas articulações não apresentaram sincronia no movimento
durante o deslocamento representado pelos valores de correlações negativas, as
120
outras articulações apresentaram o movimento mais estável representado pelos
valores das correlações positivas entre eles.
Na Figura 39, será apresentado o padrão do movimento referente ao
sujeito 4.
Figura 39 Padrão final do movimento nos três ciclos do sujeito 4.
Para o início de todos os ciclos a posição padrão e de referência foi a
flexão máxima do joelho. A descrição das fases de recuperação e de propulsão
em cada uma das articulações e de como o movimento ocorre foi descrito
anteriormente na discussão sobre o sujeito 1. O diferencial no movimento de um
sujeito para o outro foram os valores das amplitudes dos ângulos articulares
durante o deslocamento. Para o sujeito 4 as amplitudes das articulações durante
os três ciclos serão apresentados na Tabela 18.
-60
-40
-20
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
0,033
0,
198
0,
363
0,528
0
,693
0,
858
1,023
1,
188
1,353
1,518
1,
683
1,
848
2
,013
2,
178
2,343
2,508
2,
673
2,838
3
,003
3,
168
3,33
3
3,
498
3,
663
3,828
3
,993
4,
158
4
,323
4,
488
4,65
3
4,818
Tempo (segundos)
Ângulos (graus)
Joelho Quadril Tronco Cotovelo Ombro
121
Tabela 18
Valores referentes às amplitudes articulares nos três ciclos (c1, c2 e c3) do sujeito
4.
Articulação/ciclo Posição máxima
de extensão
Posição máxima
de flexão
Amplitude
C1 168° 68° 100°
C2 168° 68° 100°
Joelho
C3 169° 70° 99°
C1 154° 76° 78°
C2 153° 77° 76°
Quadril
C3 151° 81° 70°
C1 17° 26°
C2 13° 25° 12°
Tronco
C3 13° 26° 13°
C1 162° 78° 84°
C2 167° 78° 89°
Cotovelo
C3 163° 82° 81°
C1 -42° 90° 132°
C2 -44° 93° 137°
Ombro
C3 -41° 94° 135°
Os dados apresentaram maiores amplitudes nos movimentos dos três
ciclos referentes à flexão e extensão máximas do joelho e do ombro, e menores
amplitudes em relação à inclinação do tronco.
Em relação às correlações entre as articulações, assim como os dados
apresentados para o sujeito 1, o sujeito 4 também apresentou relação inversa
entre o joelho e o cotovelo, através da correlação negativa. Entre estas duas
articulações a correlação apresentada foi de r= -0,295.
As relações diretas apresentadas pelas correlações foram entre o ângulo
do cotovelo com o do tronco (r= 0,864); cotovelo com o ombro (r= 0,800); cotovelo
com o quadril (r= 0,547); tronco com o ombro (r= 0,966); tronco com o quadril (r=
0,660); joelho com o ombro (r= 0,277), joelho com o quadril (r= 0,586) e, entre o
ombro e o quadril (r= 0,927).
Após a descrição do movimento referente aos ângulos articulares dos
sujeitos somente no lado direito destes, na Figura 40 será possível a visualização
da locomoção completa para os dois lados do plano sagital, referente a um ciclo.
122
Figura 40 Representação do padrão do movimento completo.
CAPÍTULO V
CONCLUSÕES E SUGESTÕES
Tendo em vista os propósitos estabelecidos neste trabalho e os resultados
obtidos, podemos apresentar e sintetizar as conclusões:
Em termos de desempenho fisiológico pode-se observar através dos
resultados obtidos que as atividades propostas durante os dois meses de
programa instrucional e que tiveram como base a locomoção semelhante a
marcha podem proporcionar aqueles que praticam essa atividade em
ambiente aquático melhorias na capacidade cardiorrespiratória (VO
2
máx) e
pouca diferença na composição corporal representada neste caso pelo
percentual de gordura e densidade corpórea.
No desempenho e aprendizado do movimento estudado concluiu-se que:
Existem dificuldades nas análises do movimento estudado,
primeiramente, pela impossibilidade de uma análise mais completa como
seria o caso da análise tridimensional ao invés da bidimensional; os
prováveis erros da digitalização manual pela dificuldade de visualização
dos pontos anatômicos de referências quando o sujeito estava em
movimento no meio líquido e a impossibilidade de demarcação (pela queda
durante a locomoção) dos pontos nas articulações do pé e da mão, o que
tornaria o estudo mais completo.
124
Em relação ao desempenho e aprendizado do movimento, os quatro
sujeitos apresentaram maior facilidade no aprendizado do movimento do
joelho e quadril, até pelo movimento ser semelhante ao da marcha, porém,
com maiores amplitudes nos valores dos ângulos articulares; já, a maior
dificuldade foi na estabilização do movimento em relação à inclinação do
tronco e a sincronia do movimento do cotovelo.
A diferenças existentes entre a locomoção no meio líquido em
suspensão em relação à marcha tanto em terra quanto na piscina de baixa
profundidade foram: os apoios, que em terra são realizados pelo pé
enquanto que na água, estando o sujeito suspenso, é em toda a superfície
do corpo submerso e no flutuador utilizado; a participação dos membros
superiores não é considerada nos estudos realizados, como se não
houvesse a participação destes, enquanto que no meio líquido a
participação destes é um fator das forças propulsivas assim como a força
realizada pelos membros inferiores; os movimentos realizados nas fases
de recuperação e propulsão no meio líquido requerem uma contração
muscular concêntrica, enquanto que na marcha as contrações são
excêntricas, isométricas e concêntricas.
O movimento analisado não pode ser denominado marcha ou
caminhada, pois não há presença das forças contínuas de reação do solo
que apoiam o corpo e o movimento periódico de cada um dos pés de uma
posição de apoio para a seguinte na direção de progressão. Portanto pode-
se afirmar que é uma forma de locomoção, que segundo Cooper e
Glassow (1973), inclui todas as atividades em que o corpo se move por
ações de suas próprias alavancas e com a ajuda da gravidade e que
apresenta alterações sucessivas nas bases de apoio e nas forças
propulsivas dos membros superiores e inferiores.
Caracterizado o modelo e determinada a nomenclatura do movimento
estudado concluiu-se que a maioria dos autores que vem estudando esta forma
de locomoção seja nas variáveis biomecânicas ou fisiológicas nas diferentes
velocidades parecem estarem equivocados quanto à nomenclatura utilizada para
125
a locomoção em suspensão, denominando como caminhada, marcha, trote ou
corrida, subentendendo a existência do contato dos pés no fundo da piscina.
Considerando-se os resultados obtidos neste estudo sugere-se o seguinte:
Realização de novas investigações a respeito do movimento
estudado, principalmente nas variações dos ângulos articulares em
diferentes faixas etárias, a fim de saber se o padrão da locomoção
apresentado nesta pesquisa será semelhante às demais que possam ser
realizadas, e também como os pesquisadores interpretam cada uma das
fases (propulsiva e de recuperação) durante o deslocamento para cada
segmento corporal em movimento.
Realização de estudos que possibilitem quantificar a força exercida
pelos membros superiores e membros inferiores durante a locomoção em
suspensão no meio líquido.
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ANEXO I Aprovação Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos
134
135
136
ANEXO II Termo de Consentimento Livre e Esclarecido; Informativo
137
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE DESPORTOS
MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Considerando a resolução no 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho nacional de Saúde e as
determinações da Comissão de Ética em pesquisa com Seres Humanos da UFSC, tenho o prazer
de convidá-lo a participar da pesquisa que é tema da minha dissertação de mestrado sob
orientação do Prof. Dr. John Peter Nasser intitulada “Caracterização e análise do desempenho do
deslocamento realizado em suspensão no meio líquido”, que tem como finalidade caracterizar o
modelo de caminhada e analisar o desempenho dos movimentos dos braços e pernas durante a
caminhada executada em diferentes ritmos, realizada em uma piscina com 1,80m de
profundidade, onde os sujeitos deverão utilizar um cinturão flutuador durante a execução dos
movimentos. Para isso, serão realizados como procedimentos metodológicos medidas
antropométricas, avaliação da capacidade funcional, filmagens da caminhada realizada no meio
líquido, com análise simultânea do comportamento da freqüência cardíaca nos diferentes ritmos
da caminhada. Estes procedimentos metodológicos a serem utilizados não ocasionarão qualquer
tipo de desconforto em termos de saúde e nem risco algum aos participantes da pesquisa. A partir
da determinação do modelo estabelecido da caminhada em ambiente aquático, esperamos que
seja possível realizar prescrições mais precisas de acordo com o nível de aptidão do indivíduo e
correções posturais para um melhor desempenho do movimento. Se você tiver alguma dúvida em
relação ao estudo ou não quiser mais fazer parte do mesmo, poderá entrar em contato pelos
telefones (48) 334 0529 ou 91195630. Se você estiver de acordo em participar, posso garantir que
as informações fornecidas e os dados coletados serão confidenciais e só serão utilizados neste
trabalho.
__________________________ ___________________________
Profª. Fabiana Leticia Sbaraini Prof. Dr. John Peter Nasser
Pesquisadora principal Pesquisador responsável
Eu, ____________________________________________fui esclarecido sobre a pesquisa
intitulada “Caracterização e análise do desempenho do deslocamento realizado em suspensão no
meio líquido” e concordo que meus dados sejam utilizados na realização da mesma.
Florianópolis, ______/______/_2004
Assinatura: ________________________________RG: _____________________
138
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CENTRO DE DESPORTOS
MESTRADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Informativo
Prezado Aluno
De acordo com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, o objetivo deste estudo é
caracterizar um modelo biomecânico da caminhada realizada em suspensão no meio líquido e
analisar o desempenho dos membros superiores e inferiores nesta mesma condição.
A metodologia adotada prevê primeiramente uma avaliação cardiorrespiratória onde se
aplicado um teste submáximo em esteira ergométrica com o objetivo de analisar o consumo de
oxigênio de cada indivíduo; avaliações antropométricas, onde serão mensurados massa corporal
(Kg), estatura, dobras cutâneas (para determinação do percentual de gordura e densidade
corporal), perímetros (circunferências) e diâmetros ósseos. Esta primeira etapa será realizada no
Laboratório de Esforço Físico do CDS/UFSC, no período de 21 a 24 de Setembro de 2004, em
horários pré-estabelecidos. Estes mesmos procedimentos serão realizados novamente no final da
segunda etapa da pesquisa.
A segunda etapa consiste no tratamento da pesquisa onde serão seguidos os devidos
procedimentos metodológicos: O tratamento consiste em um período de 2 meses, onde cada
indivíduo participará das aulas com freqüência de 3 vezes semanais, no horário das 07:30 às
08:20, de segunda a quinta-feira na piscina do CDS/UFSC. As aulas ou tratamento irão consistir
em aquecimento, parte principal onde a base dos exercícios será a caminhada no meio líquido
(com a utilização do cinturão flutuador) e relaxamento. Durante todas as atividades os sujeitos
serão avaliados qualitativamente quanto a execução dos movimentos através de filmagens
subaquáticas. Além da análise qualitativa, na primeira semana e ao final de cada 15 dias será
realizada uma filmagem subaquática bidimensional, com demarcação dos pontos anatômicos e
monitoração contínua da freqüência cardíaca. Além das filmagens, uma vez por semana cada um
dos indivíduos terá o monitoramento das respostas de freqüência cardíaca durante toda aula.
Caso você necessite ausentar-se de um dos seus dias de atividade, procure avisar
antecipadamente se possível ou mesmo no dia da ausência.
Agradeço antecipadamente a atenção dispensada e a sua colaboração. Coloco-me a sua
disposição para quaisquer esclarecimentos.
Profª.Mda. Fabiana Leticia Sbaraini– [email protected]
Tel:334-0529 (residência)/ 91195630/331-8530 (Laboratório de Biomecânica)
139
ANEXO III Questionário de Prontidão para a Atividade Física (Q-PAF)*
140
Questionário de Prontidão para a Atividade Física (Q-PAF)*
(Adaptado do Ministério da Saúde – Canadá)
Praticar atividades físicas não oferece riscos para a maioria das pessoas. Mas, se você
tem dúvidas, responda às questões abaixo para saber se existe algum motivo para
consultar um médico antes de tornar-se mais ativo (a) fisicamente. Se você tem entre 15
e 60 anos, o Q-PAF
indicará se você deve procurar um médico. Se você tem 60 anos ou
mais e nunca praticou atividades físicas mais intensas, consulte seu médico antes de
iniciar os exercícios.
1. Algum médico já disse que você tem problemas de coração e que
só deveria fazer atividades físicas com orientação médica?
[ ]SIM [ ]NÃO
2. Você sente dores no peito quando pratica atividades físicas?
[ ]SIM [ ]NÃO
3. No último mês você teve dores no peito sem que estivesse fazendo
atividade física?
[ ]SIM [ ]NÃO
4. Você perde o equilíbrio quando sente tonturas ou você alguma vez
perdeu os sentidos (desmaiou)?
[ ]SIM [ ]NÃO
5. Você tem algum problema nas articulações ou nos ossos que
poderia piorar se você praticar mais atividades físicas?
[ ]SIM [ ]NÃO
6. Você toma algum remédio para pressão alta ou problema cardíaco?
[ ]SIM [ ]NÃO
7. Existe qualquer outra razão pela qual você deveria evitar atividades
físicas?
[ ]SIM [ ]NÃO
Se você respondeu SIM a uma ou mais questões, consulte seu médico antes de tornar-
se mais ativo (a) fisicamente.
Se você respondeu NÃO a todas as questões, você pode considerar-se razoavelmente
apto para praticar atividades físicas, iniciando com moderação e aumentando
gradualmente o que você fizer – assim é mais seguro e mais fácil.
Fonte: Nahas, M V (2001). Atividade física e qualidade de vida.
Londrina: Midiograf, p.47
Obs.: O instrumento não contém tabela de pontuação, portanto considerou-se Zero (0)
para que respondeu não a todas as alternativas e a cada resposta positiva um ponto (1).
141
ANEXO IV Questionário sobre Nível de Atividade Física habitual
142
Questionário sobre Nível de Atividade Física Habitual
Para cada questão, responda somente uma alternativa:
ª ATIVIDADES OCUPACIONAIS DIÁRIAS
1. Eu geralmente vou e volto do trabalho caminhando ou de bicicleta (pelo menos 800
metros cada percurso): ( ) sim ( ) não
2. Eu geralmente uso escadas ao invés de elevador: ( ) sim ( ) não
3. Minhas atividades físicas diárias podem ser descritas como:
( ) Passo a maior parte do tempo sentado e, quando muito, caminho de um lugar
próximo para o outro.
( ) Na maior parte do dias realizo atividades físicas moderadas, como caminhar rápido,
executar tarefas que requerem movimentação.
( ) Diariamente executo atividades físicas intensas por várias horas (trabalho pesado,
esportes, etc...)
ª ATIVIDADES DE LAZER
4. Meu lazer inclui algumas horas por semana de atividades físicas leves (passeios de
bicicleta, caminhada em ritmo lento, etc.): ( ) sim ( ) não
5. Ao menos uma vez por semana, participo de algum tipo de dança (moderada) por uma
hora ou mais: ( ) sim ( ) não
6. Jogo tênis, voleibol, futebol ou outro esporte de caráter recreacional:
( ) uma vez por semana ( ) três ou mais vezes por semana
( ) duas vezes por semana ( ) nenhuma vez
7. Quando me sinto sob tensão, costumo fazer algum tipo de exercício para relaxar:
( ) sim ( ) não
8. Duas ou mais vezes por semana faço ginástica (tipo de flexões abdominais, exercícios
para braços, etc...), durante pelo menos 10 minutos: ( ) sim ( ) não
9. Participo de sessões de yoga ou faço exercícios de alongamento muscular
regularmente:
( ) sim ( ) não
10. Duas ou mais vezes por semana, participo de sessões de musculação:
( ) sim ( ) não
11. Participo de atividades aeróbicas vigorosas (correr, pedalar, nadar, remar) durante 20
minutos ou mais:
( ) uma vez por semana ( ) três ou mais vezes por semana
( ) duas vezes por semana ( ) nenhuma vez
_______________________________________________________________
* Desenvolvido originalmente por Russel R. Pate. Laboratório de Performance Humana University
of South Carolina/EUA - Traduzido e modificado por Nahas, M.V. In.: Nahas, M.V. (2001).
Atividade Física, saúde e qualidade de vida, Londrina: Midiograf, p.36.
143
Tabela de Pontuação do Questionário sobre Nível de Atividade Física
Habitual
Você é fisicamente ativo(a) ?
Para cada questão responda SIM, marque o número indicado de pontos. A soma de pontos indicará
quão ativo(a) fisicamente você é.
ª ATIVIDADES OCUPACIONAIS DIÁRIAS
1. Eu geralmente venho e volto do trabalho caminhando ou de bicicleta (pelo menos 800 metros cada
percurso) 1 ponto
2. Eu geralmente uso escadas ao invés de elevador. 1 ponto
3. Minhas atividades físicas diárias podem ser descritas como:
( 1 ) Passo a maior parte do tempo sentado e, quando muito, caminho de um lugar próximo para o
outro. 0 ponto
( 2 ) Na maior parte do dias realizo atividades físicas moderadas, como caminhar rápido, executar
tarefas que requerem movimentação. 4 pontos
( 3 ) Diariamente executo atividades físicas intensas por várias horas (trabalho pesado, esportes, etc...)
9 pontos
ª ATIVIDADES DE LAZER
4. Meu lazer inclui algumas horas por semana de atividades físicas leves (passeios de bicicleta,
caminhada em ritmo lento, etc.) 1 ponto
5. Ao menos uma vez por semana, participo de algum tipo de dança (moderada) por uma hora ou mais
1 ponto
6. Jogo tênis, voleibol, futebol ou outro esporte de caráter recreacional:
( 1 ) uma vez por semana 2 pontos
( 2 ) duas vezes por semana 4 pontos
( 3 ) três ou mais vezes por semana 7 pontos
( 4 ) nenhuma vez 0 pontos
7. Quando me sinto sob tensão, costumo fazer algum tipo de exercício para relaxar: 1 ponto
8. Duas ou mais vezes por semana faço ginástica (tipo de flexões abdominais, exercícios para braços,
etc...), durante pelo menos 10 minutos. 3 pontos
9. Participo de sessões de yoga ou faço exercícios de alongamento muscular regularmente. 2 pontos
10. Duas ou mais vezes por semana, participo de sessões de musculação. 4 pontos
11. Participo de atividades aeróbicas vigorosas (correr, pedalar, nadar, remar) durante 20 minutos ou
mais:
( 1 ) uma vez por semana 3 pontos
( 2 ) duas vezes por semana 5 pontos
( 3 ) três ou mais vezes por semana 10 pontos
( 4 ) nenhuma vez 0 pontos
CLASSIFICAÇÃO
0 a 5 PONTOS Î INATIVO (NÍVEL 1)
6 a 11 PONTOS Î MODERADAMENTE ATIVO (NÍVEL 2)
12 a 20 PONTOS Î ATIVO (NÍVEL 3)
21 PONTOS ou MAIS Î MUITO ATIVO (NÍVEL 4)
144
ANEXO V Protocolos para mensuração da massa corporal, estatura, índice de
massa corporal, relação cintura quadril, e equação para estimativa da densidade
corporal e referências anatômicas para mensuração das dobras cutâneas
145
Massa corporal e estatura
Como técnica de mensuração para estatura os sujeitos foram instruídos a
ficarem em posição ortostática, pés descalços e unidos, de forma que, os
calcanhares, a panturrilha, os glúteos, as escápulas e a parte posterior da cabeça
encostem ao aparelho. Após posição determinada, cada Sujeito realizou uma
inspiração forçada com bloqueio imediato. No mesmo momento o avaliador
deslizou lentamente a extremidade móvel do cursor até tocar o ponto mais alto da
cabeça (vértex), onde fez-se a leitura da régua (Alvarez & Pavan, 2003)
Índice de massa corporal (IMC) e relação cintura/quadril (RCQ)
O cálculo do IMC é a proporção do peso do corpo para altura ao quadrado.
IMC= peso/estatura²
A distribuição de gordura foi verificada pela razão cintura-quadril (RCQ).
Mediu-se a circunferência da cintura logo abaixo do umbigo e foi dividida pela
circunferência do quadril no ponto de maior dimensão (Heyward & Stolarczyk,
1996).
Equações generalizadas para a estimativa da densidade corporal em adultos
brasileiras (Petroski, 2003, p. 118)
Equação generalizada
Idade
Referência
Homens
D= 1,10726863 – 0,00081201 (X4) + 0,00000212 (X4)² –
0,00041761 (ID)
18-66 anos Petroski (1995)
Onde: ID: idade anos; DC: dobras cutâneas (mm);
X4= Somatório das 4 DC (subescapular, tríceps, supra-ilíaca e panturrilha medial)
Percentual de gordura (%G) a partir da densidade corporal
(Siri, 1961).
%G= (495/D(g/ml)) - 450
146
Referências anatômicas para mensuração das dobras cutâneas
Subescapular: Dois centímetros abaixo do ângulo da escápula;
Tríceps: Face posterior do braço no ponto médio entre o processo acromial da
escápula e o processo do olécrano da ulna;
Supra-ilíaca: Linha axilar média, imediatamente superior à crista ilíaca;
Panturrilha medial: Ponto interno de maior circunferência da perna, estando
o sujeito sentado, quadril e joelho flexionados em um ângulo de 90º, estando a
planta do pé em contato com o solo.
147
ANEXO VI Protocolo de rampa
148
Segundo Tebexreni et al. (2001), caracteristicamente os protocolos de rampa, em
cicloergômetro ou esteira, iniciam-se com um período de aquecimento ou
“preparação”, que varia de 1 a 3 minutos, pedalando a 60 ciclos por minuto ou
caminhando confortavelmente e, a seguir, incrementa-se progressiva e
continuamente a carga (ciclo) ou a velocidade e/ou inclinação (esteira).
Nos protocolos de rampa, o aumento da carga de trabalho é contínuo, de
tal forma que as condições do estado de equilíbrio não sejam atingidas, sendo
limitação o requerimento da estimativa prévia da capacidade funcional do
indivíduo, baseada numa escala de atividade que, se mal delimitada, pode
ocasionar teste de “endurance” ou, ainda, provocar a interrupção precoce da
avaliação.
Existem várias equações que consideram algumas variáveis, durante um
exercício isotônico de cargas crescentes, seja em esteira ou bicicleta, que podem
ser utilizadas para o cálculo do VO
2
predito. Segundo o American College of
Sports Medicine, as fórmulas descritas a seguir podem ser aplicadas para esse
cálculo.
Cálculo do VO
2
estimado em esteira
A equação para o cálculo da estimativa do VO
2
em ml/Kg/min
-1
em esteira
supõe que o indivíduo esteja caminhando entre 2,0 e 4,0 milhas/hora, sem apoiar-
se no corrimão, e que a esteira esteja calibrada. São considerados os
componentes horizontais e vertical e o consumo de oxigênio é dados pela soma
dos dois. Obtém-se o componente horizontal multiplicando-se a velocidade em
metros/minuto pela constante 0,1 (ml de O
2
/Kg/min). O componente vertical é
dado pela multiplicação da velocidade em metros/min. Pela inclinação sobre 100
e pela constante 1,8 (ml de O
2
/Kg/min), acrescida do VO
2
de repouso (3,5
ml/Kg/min
-1
). Dessa forma, encontra-se:
VO
2
(ml/Kg/min) = [(mph x 26,82) x 0,1] +
[(inclinação/100) x (26,82 x mph) x 1,8)] + 3,5
ou, simplificadamente:
VO
2
(ml/Kg/min) = velocidade x [0,1 + (inclinação/100 x
1,8)] + 3,5
No caso de corredores, normalmente quando as velocidades empregadas
são iguais ou maiores a 5,0 milhas/hora, usa-se essa mesma equação;
porém, a constante a ser multiplicada pela velocidade é de 0,2
(componente horizontal) pela inclinação, de 0,9 (componente vertical).
Fonte: Tebexreni, A.S.; Lima, E.V.; Tambeiro, V.L & Neto, T.L.B. (2001). Protocolos
tradicionais em ergometria, suas aplicações práticas “versus” protocolo de rampa. Revista.
Soc. Cardiologia Estado de São Paulo, 11(3), Maio/Junho, 519-528.
149
ANEXO VII Localização das marcas externas
150
Localização dos eixos articulares segundo Kalfhues apud Riehle (1979)
Segmentos do corpo Localização do ponto anatômico
Eixo articular do punho 1,9 cm do ponto distal do processo
estiloidal radial
Eixo articular do cotovelo 1,1 cm proximal da fenda lateral da
articulação do cotovelo
Eixo articular escápulo-umeral 4,9 cm do canto superior distal do
acrômio
Eixo articular coxo-femural 0,3 cm da ponta distal do trocanter
Eixo articular do joelho 2,6 cm da fenda proximal articular
do joelho
Eixo articular dos pés 1,3 cm da ponta do maléolo medial
Riehle, H. (1979). Die biomechanik der wirbel saule beim trampolinturmen.Sankt Augustin: Verlag
Hans Richarz.
151
ANEXO VIII Temperatura da água, ambiente e da área dos visores; umidade do
ambiente e da área dos visores
152
Planilha de anotações de temperatura da água, temperatura ambiente e da
área dos visores; umidade ambiente e da área dos visores durante o
programa instrucional.
Primeira semana
Data semana ºC H
2
O ºC ambiente Umidade
ambiente
ºC visores Umidade
visores
04/10 2ª 26ºC 24,6ºC 59% 25ºC 75%
05/10 3ª 26,5ºC 23,5ºC 56% 23,5ºC 63%
06/10 4ª 26.5°C 23,9°C 45% 24,4°C 66%
07/10 5ª 26,5ºC 20,1ºC 56% 24,1ºC 66%
Média 26,4ºC 23ºC 54% 24,6ºC 67,5%
DP 0,22 1,73 5,33 0,54 4,5
Segunda semana
Data semana ºC H
2
O ºC ambiente Umidade
ambiente
ºC visores Umidade
visores
13/10 4ª 27ºC 25,8ºC 72% 26,4ºC 74%
14/10 5ª 28ºC 24,6º C 63% 26,4ºC 79%
18/10 28ºC 23,1 ºC 62% 26,6 ºC 65%
19/10 3ª 28ºC 24,4ºC 58% 26,5ºC 70%
Média 27,8ºC 24,5ºC 63,8% 26,5ºC 72%
DP 0,43 0,96 5,12 0,08 5,15
Terceira semana
Data semana ºC H
2
O ºC ambiente Umidade
ambiente
ºC visores Umidade
visores
21/10 5ª 27ºC 22,9ºC 58% 25,5ºC 53%
27/10 4ª 26,5ºC 24,4ºC 61% 25,9ºC 68%
28/10 5ª 26ºC 20,9ºC 56% 23,1ºC 67%
03/11 4ª 28ºC 27,4ºC 66% 27,8ºC 71%
Média 26,9ºC 23,9ºC 60,3% 25,6ºC 64,8%
DP 0,74 2,37 3,77 1,67 6,94
153
Quarta semana
Data semana ºC H
2
O ºC ambiente Umidade
ambiente
ºC visores Umidade
visores
04/11 5ª 27,5ºC 27,5ºC 69% 27,3ºC 77%
08/11 2ª 27,5ºC 24,6ºC 79% 26,6ºC 76%
09/11 3ª 27,5ºC 23,1ºC 78% 26,6ºC 69%
10/11 4ª 27,5ºC 25,3ºC 71% 26,9ºC 72%
Média 27,5ºC 25,1ºC 74,3% 27ºC 73,5%
DP 0 1,59 4,32 0,17 3,20
Quinta semana
Data semana ºC H
2
O ºC ambiente Umidade
ambiente
ºC visores Umidade
visores
22/11 2ª 28ºC 25,8ºC 60% 26,6ºC 68%
23/11 3ª 29ºC 26,5ºC 60% 26,9ºC 69%
24/11 4ª 28ºC 25,4ºC 69% 27,8ºC 68%
25/11 5ª 28,5ºC 27,4ºC 67% 28,1ºC 70%
Média 28,4ºC 26,3ºC 64% 27,4ºC 68,8%
DP 0,41 0,76 4,06 0,62 0,83
Sexta semana
Data semana ºC H
2
O ºC ambiente Umidade
ambiente
ºC visores Umidade
visores
29/11 2ª 29ºC 27,8ºC 67% 27,9ºC 70%
30/11 3ª 28,5ºC 26,9ºC 61% 27,9ºC 70%
01/12 4ª 28ºC 24,4ºC 63% 27,3ºC 71%
06/12 2ª 28ºC 28ºC 76% 28,9ºC 75%
Média 28,4ºC 26,8ºC 68,8% 28ºC 71,5%
DP 0,41 1,43 5,76 0,57 20,6
154
Planilha de anotações de temperatura da água, temperatura ambiente e da área
dos visores; umidade ambiente e da área dos visores em cada uma das quatro
análises
Primeira análise
Data semana ºC H2O ºC ambiente ºC visores Umidade
ambiente
Umidade
visores
27/09 2ª 26ºC 26ºC 27,8ºC 72% 82%
28/09 25ºC 23,3ºC 25ºC 86% 83%
29/09 4ª 24ºC 22,5 ºC 24ºC 64% 80%
30/09 5ª 25,5ºC 21,1ºC 23,9ºC 48% 66%
Média 25,1ºC 23,2ºC 25,1ºC 67,5% 77,7%
DP 0,74 1,78 1,57 13,73 6,86
Segunda análise
Data semana ºC H2O ºC ambiente ºC visores Umidade
ambiente
Umidade
visores
25/10 2ª 26ºC 20,9ºC 25,6ºC 69% 77%
26/10 3ª 27ºC 24,4ºC 24,9ºC 54% 65%
Média 26,5ºC 22,7ºC 25,3ºC 61,5% 71%
DP 0,5 1,75 0,35 7,5 6
Terceira análise
Data semana ºC H2O ºC ambiente ºC visores Umidade
ambiente
Umidade
visores
17/11 4ª 28ºC 24,6ºC 27,4ºC 86% 75%
18/11 5ª 28ºC 23,6ºC 26,9ºC 70% 67%
Média 28ºC 24,1ºC 27,2ºC 78% 71%
DP 0 0,5 0,25 8 4
Quarta análise
Data semana ºC H2O ºC ambiente ºC visores Umidade
ambiente
Umidade
visores
07/12 2ª 27ºC 26,1ºC 28,9ºC 84% 75%
08/12 4ª 27ºC 26,1ºC 28,9ºC 78% 76%
Média 27ºC 26,1ºC 28,9ºC 81% 75,5%
DP 0 0 0 3 0,5
155
ANEXO IX. Análises estatísticas (teste t) para diferença entre as médias dos
valores dos ângulos articulares em cada análise do sujeito 1 ao 4
156
Dados estatísticos do teste t dos sujeitos 1 a 4 e dos segmentos
Sujeito 1- Cotovelo
Paired Samples Test
-12,3539 25,0246 1,9784 -16,2611 -8,4466 -6,244 159 ,000
-5,2946 26,6867 2,1098 -9,4613 -1,1278 -2,510 159 ,013
-4,4352 12,9214 ,9881 -6,3858 -2,4847 -4,489 170 ,000
1 avaliação - 2 avaliaçãoPair 1
2 avaliação - 3 avaliaçãoPair 2
3 avaliação - 4 avaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
Sujeito 1- Joelho
Paired Samples Test
,3969 19,8108 1,5662 -2,6963 3,4901 ,253 159 ,800
-10,4595 38,0304 3,0066 -16,3975 -4,5216 -3,479 159 ,001
1,6929 13,7892 1,0545 -,3887 3,7744 1,605 170 ,110
1 Avaliação - 2 AvaliaçãoPair 1
2 Avaliação - 3 AvaliaçãoPair 2
3 Avaliação - 4 AvaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
Sujeito 1- Ombro
Paired Samples Test
,7434 39,5158 3,1240 -5,4265 6,9133 ,238 159 ,812
-13,2526 67,6007 5,3443 -23,8075 -2,6976 -2,480 159 ,014
5,5927 19,7025 1,5067 2,6185 8,5670 3,712 170 ,000
1 Avaliação - 2 AvaliaçãoPair 1
2 Avaliação - 3 AvaliaçãoPair 2
3 Avaliação - 4 AvaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
Sujeito 1- Quadril
Paired Samples Test
-7,2469 11,6692 ,9225 -9,0689 -5,4249 -7,855 159 ,000
-11,0862 23,8266 1,8837 -14,8064 -7,3660 -5,885 159 ,000
,6820 5,9650 ,4562 -,2185 1,5824 1,495 170 ,137
1 Avaliação - 2 AvaliaçãoPair 1
2 Avaliação - 3 AvaliaçaoPair 2
3 Avaliaçao - 4 AvaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
Sujeito 1- Tronco
Paired
Samples
Tt
5,5574 4,5189 ,3561 4,8541 6,2607 15,604 160 ,000
3,0485 7,2890 ,5745 1,9140 4,1830 5,307 160 ,000
2,0200 2,5113 ,1920 1,6409 2,3991 10,518 170 ,000
1 Avaliação - 2
Al
Pair 1
2 Avaliação - 3
Ali
Pair 2
3 Avaliaçao - 4
Al
Pair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of
th
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
157
Sujeito 2- Cotovelo.
Paired Samples Test
4,2682 19,8066 1,6448 1,0170 7,5193 2,595 144 ,010
-2,7936 9,8837 ,8208 -4,4160 -1,1713 -3,404 144 ,001
11,1840 23,6511 1,9641 7,3018 15,0662 5,694 144 ,000
1 Avaliação - 2 AvaliaçãoPair 1
2 Avaliação - 3 AvaliaçãoPair 2
3 Avaliação - 4 AvaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
Sujeito 2- Joelho.
Paired Samples Test
-3,7830 14,7370 1,1914 -6,1369 -1,4291 -3,175 152 ,002
5,0176 42,0447 3,3991 -1,6980 11,7332 1,476 152 ,142
-3,3488 20,9494 1,6067 -6,5207 -,1769 -2,084 169 ,039
1 Avaliação - 2 AvaliaçãoPair 1
2 Avaliação - 3 AvaliaçãoPair 2
3 Avaliação - 4 AvaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
Sujeito 2- Ombro.
Paired Samples Test
12,4626 37,7935 3,0455 6,4460 18,4793 4,092 153 ,000
6,2841 13,1480 1,0595 4,1909 8,3772 5,931 153 ,000
-2,3463 42,0144 3,5895 -9,4448 4,7523 -,654 136 ,514
1 Avaliação - 2 AvaliaçãoPair 1
2 Avaliação - 3 AvaliaçãoPair 2
3 Avaliação - 4 AvaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
Sujeito 2- Tronco.
Paired Samples Test
11,0142 5,4419 ,4385 10,1479 11,8805 25,117 153 ,000
5,8287 2,3714 ,1911 5,4512 6,2062 30,501 153 ,000
-,4426 3,7084 ,3123 -1,0600 ,1748 -1,417 140 ,159
A1 - A2Pair 1
A2 - A3Pair 2
A3 - A4Pair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
Sujeito 2- Quadril.
Paired Samples Test
4,1010 21,2134 1,7094 ,7239 7,4781 2,399 153 ,018
-6,3695 8,0184 ,6461 -7,6460 -5,0930 -9,858 153 ,000
10,4345 27,7022 2,3582 5,7714 15,0977 4,425 137 ,000
1 Avaliação - 2 AvaliaçãoPair 1
2 Avaliação - 3 AvaliaçãoPair 2
3 Avaliação - 4 AvaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
158
Sujeito 3- Cotovelo
Paired Samples Test
-20,1811 18,1491 1,4673 -23,0799 -17,2822 -13,754 152 ,000
1,0667 9,9258 ,7658 -,4452 2,5785 1,393 167 ,166
-9,1380 9,4930 ,7302 -10,5796 -7,6964 -12,514 168 ,000
1 Avaliação - 2 AvaliaçãoPair 1
2 Avaliação - 3 AvaliaçãoPair 2
3 Avaliação - 4 AvaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
Sujeito 3- Joelho
Paired Samples Test
-3,5264 20,9900 1,6969 -6,8790 -,1738 -2,078 152 ,039
-4,9514 46,2339 3,7378 -12,3361 2,4334 -1,325 152 ,187
3,9100 27,1868 2,1165 -,2691 8,0891 1,847 164 ,066
1 Avaliação - 2 AvaliaçãoPair 1
2 Avaliação - 3 AvaliaçãoPair 2
3 Avaliação - 4 AvaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
Sujeito 3- Quadril
Paired Samples Test
-6,5461 15,5378 1,2562 -9,0278 -4,0643 -5,211 152 ,000
-2,2116 22,7249 1,7691 -5,7048 1,2816 -1,250 164 ,213
2,6358 12,3581 ,9506 ,7591 4,5125 2,773 168 ,006
1 Avaliação - 2 AvaliaçãoPair 1
2 Avaliação - 3 AvaliaçãoPair 2
3 Avaliação - 4 AvaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
Sujeito 3- Tronco
Paired Samples Test
5,6958 2,2321 ,1805 5,3393 6,0523 31,563 152 ,000
5,9433 5,2570 ,4196 5,1145 6,7720 14,166 156 ,000
2,2449 3,2038 ,2436 1,7641 2,7257 9,216 172 ,000
1 Avaliaçao - 2 AvaliaçaoPair 1
2 Avaliaçao - 3 AvaliaçãoPair 2
3 Avaliação - 4 AvaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
Sujeito 3- Ombro.
Paired Samples Test
-3,7830 14,7370 1,1914 -6,1369 -1,4291 -3,175 152 ,002
5,0176 42,0447 3,3991 -1,6980 11,7332 1,476 152 ,142
-3,3488 20,9494 1,6067 -6,5207 -,1769 -2,084 169 ,039
1 Avaliação - 2 AvaliaçãoPair 1
2 Avaliação - 3 AvaliaçãoPair 2
3 Avaliação - 4 AvaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
159
Sujeito 4 - Cotovelo
Paired Samples Test
2,9391 7,4226 ,6485 1,6561 4,2221 4,532 130 ,000
2,0111 15,1906 1,3272 -,6147 4,6368 1,515 130 ,132
-2,7778 26,1898 2,2294 -7,1863 1,6308 -1,246 137 ,215
1 Avaliaçao - 2 AvaliaçãoPair 1
2 Avaliação - 3 AvaliaçãoPair 2
3 Avaliação - 4 AvaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
Sujeito 4 - Joelho
Paired Samples Test
,7743 12,8700 1,1288 -1,4590 3,0076 ,686 129 ,494
-3,1918 16,2405 1,4189 -5,9990 -,3846 -2,249 130 ,026
-,3373 37,1824 3,1652 -6,5962 5,9216 -,107 137 ,915
1 Avaliação - 2 AvaliaçãoPair 1
2 Avaliação - 3 avaliaçãoPair 2
3 avaliação - 4 AvaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
Sujeito 4 - Quadril.
Paired Samples Test
-7,6549 11,6176 1,0229 -9,6788 -5,6310 -7,484 128 ,000
-1,3835 13,2866 1,1698 -3,6982 ,9312 -1,183 128 ,239
6,6907 24,8935 2,1191 2,5003 10,8810 3,157 137 ,002
1 Avaliação - 2 AvaliaçãoPair 1
2 Avaliação - 3 AvaliaçãoPair 2
3 Avaliação - 4 AvaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
Sujeito 4 - Tronco
Paired Samples Test
2,5566 2,7157 ,2373 2,0872 3,0260 10,775 130 ,000
4,9668 4,1438 ,3620 4,2505 5,6831 13,719 130 ,000
1,522E-02 4,7924 ,4094 -,7945 ,8249 ,037 136 ,970
1 Avaliação - 2 AvaliaçãoPair 1
2 Avaliação - 3 AvaliaçãoPair 2
3 Avaliação - 4 AvaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
Sujeito 4- Ombro
Paired Samples Test
7,0414 15,8608 1,4019 4,2673 9,8156 5,023 127 ,000
7,3190 32,4080 2,8645 1,6507 12,9873 2,555 127 ,012
-2,1583 41,8808 3,5781 -9,2343 4,9176 -,603 136 ,547
1 Avaliação - 2 AvaliaçãoPair 1
2 Avaliação - 3 AvaliaçãoPair 2
3 Avaliação - 4 AvaliaçãoPair 3
Mean Std. Deviation
Std. Error
Mean
Lower Upper
95% Confidence
Interval of the
Difference
Paired Differences
t df Sig. (2-tailed)
160
ANEXO X. Valores das correlações referentes à última análise dos sujeitos 1 a 4
161
Sujeito 1
Correlations
1,000 -,404** ,728** ,306** ,685**
, ,000 ,000 ,000 ,000
171 171 171 171 171
-,404** 1,000 ,125 ,607** ,264**
,000 , ,104 ,000 ,000
171 171 171 171 171
,728** ,125 1,000 ,841** ,975**
,000 ,104 , ,000 ,000
171 171 171 171 171
,306** ,607** ,841** 1,000 ,887**
,000 ,000 ,000 , ,000
171 171 171 171 171
,685** ,264** ,975** ,887** 1,000
,000 ,000 ,000 ,000 ,
171 171 171 171 171
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
C4
J4
O4
Q4
T4
C4 J4 O4 Q4 T4
Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
**.
onde:
C4: Cotovelo 4ª análise/ J4: Joelho 4ª análise/O4: Ombro 4ª análise/ Q4: Quadril
4ª análise/T4: Tronco 4ª análise
Sujeito 2
Correlations
1,000 ,664** ,046 ,522** ,254**
, ,000 ,589 ,000 ,003
52336 141 143 137 138
,664** 1,000 ,639** ,907** ,792**
,000 , ,000 ,000 ,000
141 141 141 137 138
,046 ,639** 1,000 ,679** ,911**
,589 ,000 , ,000 ,000
143 141 143 137 138
,522** ,907** ,679** 1,000 ,831**
,000 ,000 ,000 , ,000
137 137 137 137 137
,254** ,792** ,911** ,831** 1,000
,003 ,000 ,000 ,000 ,
138 138 138 137 138
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
c4
t4
j4
o4
q4
c4 t4 j4 o4 q4
Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
**.
162
Sujeito 3
Correlations
1,000 -,370** ,251** -,398** -,134
, ,000 ,001 ,000 ,082
169 169 165 169 169
-,370** 1,000 ,272** ,936** ,876**
,000 , ,000 ,000 ,000
169 173 165 170 169
,251** ,272** 1,000 ,008 ,660**
,001 ,000 , ,917 ,000
165 165 165 165 165
-,398** ,936** ,008 1,000 ,736**
,000 ,000 ,917 , ,000
169 170 165 170 169
-,134 ,876** ,660** ,736** 1,000
,082 ,000 ,000 ,000 ,
169 169 165 169 169
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
C4
T4
J4
O4
Q4
C4 T4 J4 O4 Q4
Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
**.
Sujeito 4
Correlations
1,000 ,864** -,295** ,800** ,547**
, ,000 ,000 ,000 ,000
148 148 145 148 148
,864** 1,000 ,084 ,966** ,836**
,000 , ,315 ,000 ,000
148 148 145 148 148
-,295** ,084 1,000 ,277** ,586**
,000 ,315 , ,001 ,000
145 145 145 145 145
,800** ,966** ,277** 1,000 ,927**
,000 ,000 ,001 , ,000
148 148 145 148 148
,547** ,836** ,586** ,927** 1,000
,000 ,000 ,000 ,000 ,
148 148 145 148 148
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
Pearson Correlation
Sig. (2-tailed)
N
C4
T4
J4
O4
Q4
C4 T4 J4 O4 Q4
Correlation is significant at the 0.01 level (2-tailed).
**.
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