Download PDF
ads:
THAÍS SAAD SCZEPANSKI
CARACTERIZAÇÃO CROMOSSÔMICA DE ESPÉCIES DA FAMÍLIA
ARIIDAE (TELEOSTEI, SILURIFORMES) PERTENCENTES AO
LITORAL PARANAENSE
CURITIBA - PR
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
THAÍS SAAD SCZEPANSKI
CARACTERIZAÇÃO CROMOSSÔMICA DE ESPÉCIES DA FAMÍLIA
ARIIDAE (TELEOSTEI, SILURIFORMES) PERTENCENTES AO
LITORAL PARANAENSE
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Genética da Universidade Federal do
Paraná (UFPR), como parte dos
requisitos para a obtenção do título de
Mestre em Genética
Orientadora: Profª. Dra. Marta Margarete
Cestari
Co-Orientador: Prof. Dr. Roberto Ferreira
Artoni
CURITIBA - PR
2008
ads:
À minha, santa e eterna, vó Ivone...
AGRADECIMENTOS
A Deus...
À minha família... especialmente meus ‘ermãos’ Felipe e Mayra
À minha orientadora, Margarete, por ter aceitado a orientação de minha dissertação,
na esperança de retribuir, com a seriedade de meu trabalho, a confiança em mim
depositada...
Rafa... Por TUDO!!!
Felipe... Fucão... Cabelo... Bradock... Pastel... Tigrão... Zé... Jean...
Wane... Taynah... Cris... Nédia... Lalá... Jana... Marcos...
Mário...
Bruna... Michele... Ana Flávia...
Rigoti... Delly... Patê... Bernardi... Márcia... Argentino... Sense... Dani... ClinClin...
Renata... Vítor... Ana Paula...
Professores e Funcionários do Programa de Pós-Graduação em Genética e do
Departamento de Genética...
À secretária Lú...
Alberto Fenocchio...
Marcelo Vicari...
Roberto Artoni...
Alexandre Marceniuk...
... por aconselharem, motivarem, orientarem, cuidarem, ouvirem, protegerem e
colaborarem ao longo desta fase da minha vida, tumultuada, marcante e cheia de
incertezas. Para além das palavras escritas, espero encontrar melhor forma e melhor
momento para retribuir tudo o que fizeram por mim ao longo destes dois anos.
Aos meus pais, José Humberto e Norma, o meu maior agradecimento, por terem
sido o contínuo apoio em todos estes anos, ensinando-me, principalmente, a
importância da construção e coerência de meus próprios valores.
À Capes pelo apoio financeiro.
“Avalia-se a inteligência de um indivíduo pela
quantidade de incertezas que ele é capaz de
suportar.”
Immanuel Kant
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS....................................................................................................
LISTA DE TABELA.....................................................................................................
RESUMO.....................................................................................................................
ABSTRACT.................................................................................................................
1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................
1.1 O AMBIENTE E A DIVERSIDADE DE PEIXES MARINHOS DA COSTA
PARANAENSE.............................................................................................................
1.2 POSIÇÃO TAXONÔMICA NA CLASSIFICAÇÃO ICTIOLÓGICA e ASPECTOS
GERAIS DA FAMÍLIA ARIIDAE...................................................................................
1.3 ASPECTOS CARIOTÍPICOS E FILOGENÉTICOS ..............................................
1.3.1 Aspectos Gerais..................................................................................................
1.3.2 Técnicas Citogenéticas e Citomoleculares.........................................................
1.3.3 Aspectos Sistemáticos e Filogenéticos em Siluriformes....................................
1.3.3.1 Família Ariidae................................................................................................
2 JUSTIFICATIVA.......................................................................................................
3 OBJETIVOS.............................................................................................................
4 MATERIAL E MÉTODOS
.........................................................................................
4.1 MATERIAL ............................................................................................................
4.2 MÉTODOS.............................................................................................................
4.2.1 Das Coletas.........................................................................................................
4.2.2 Da Obtenção de metáfases mitóticas ................................................................
4.2.3 Método da coloração convencional - Giemsa.....................................................
4.2.4 Detecção das Regiões de Heterocromatina (Banda C) .....................................
4.2.5 Caracterização das Regiões Organizadoras de Nucléolo (RONs).....................
4.2.6 Dupla Coloração CMA
3
/DAPI..............................................................................
4.2.7 Clivagem com Endonuclease de Restrição .......................................................
4.2.8 Hibridação fluorescente in situ (FISH) com sondas rDNA 18S e 5S..................
4.2.9 Fotomicrografia...................................................................................................
4.2.10 Identificação dos cromossomos e montagem dos cariótipos...........................
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................
5.1 FÓRMULA CARIOTÍPICA.....................................................................................
vii
viii
ix
x
01
01
03
08
08
09
12
15
18
18
19
19
21
21
21
22
22
23
23
23
24
26
26
27
29
5.2 BANDAMENTO C..................................................................................................
5.3 ENZIMA DE RESTRIÇÃO......................................................................................
5.4 FLUOROCROMOS BASE- ESPECÍFICOS..........................................................
5.5 CARACTERIZAÇÃO DAS RONs ATRAVÉS DA IMPREGNAÇÃO COM AgNO
3
..
5.6 HIBRIDAÇÃO FLUORESCENTE in situ COM SONDA rDNA 18S.......................
5.7 HIBRIDAÇÃO FLUORESCENTE in situ COM SONDA rDNA 5S..........................
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .....................................................................................
7 CONCLUSÕES.........................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................................
34
35
40
48
50
51
54
56
57
vii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 – MAPA DO LITORAL DO ESTADO DO PARANÁ..............................
FIGURA 02 – RELAÇÕES FILOGENÉTICAS DOS OSTARIOPHYSI
MODIFICADO DE FINK e FINK (1981)..............................................
FIGURA 03 – DISTRIBUIÇÃO DO 2n (a) e NF (b) ENTRE OS SILURIFORMES
(RETIRADO DE OLIVEIRA e GOSZTONYI, 2000)............................
FIGURA 04 – EXEMPLARES DAS ESPÉCIES G. genidens (a), A. luniscutis (b) e
G. barbus (c) COM 30 cm, 36,4 cm e 28 cm DE COMPRIMENTO
TOTAL, RESPECTIVAMENTE. ... .....................................................
FIGURA 05 - LOCAIS DE COLETA.........................................................................
FIGURA 06 - CARIÓTIPO EM GIEMSA DE G. genidens (a), A. luniscutis (b) e G.
barbus (c)............................................................................................
FIGURA 07 PADRÃO DE BANDAMENTO C ENCONTRADO PARA Genidens
genidens (a), Aspistor luniscutos (b) e Genidens barbus (c)..............
FIGURA 08 - COLORAÇÃO SEQUENCIAL EM Aspistor luniscutis:
BANDAMENTO C (a) E IMPREGNAÇÃO COM NITRATO DE
PRATA (b)...........................................................................................
FIGURA 09 - CROMOSSOMOS METAFÁSICOS DE G. genidens (a), G. barbus
(b) e A. luniscutis (c), APÓS TRATAMENTO COM ENZIMA DE
RESTRIÇÃO (Alu I).............................................................. ............
FIGURA 10 – METÁFASE DE Genidens genidens, APÓS: DUPLA COLORAÇÃO
CMA
3
/DAPI (a,b,c) E TRATAMENTO COM AgNO3 (d).....................
FIGURA 11 METÁFASE DE Aspistor luniscutis, APÓS: DUPLA COLORAÇÃO
CMA
3
/DAPI (a,b,c) E TRATAMENTO COM AgNO
3
(d).....................
FIGURA 12 METÁFASE DE Genidens barbus, APÓS: DUPLA COLORAÇÃO
CMA
3
/DAPI (a,b,c) E TRATAMENTO COM AgNO
3
(d)......................
FIGURA 13 – METÁFASES DE G. genidens APÓS TRATAMENTO COM AgNO
3.
FIGURA 14 – METÁFASES DE A. luniscutis APÓS TRATAMENTO COM AgNO
3.
FIGURA 15 – METÁFASES DE G. barbus APÓS TRATAMENTO COM AgNO
3......
FIGURA 16 – HIBRIDAÇÃO in situ EM G. genidens COM SONDA rDNA 18S ......
FIGURA 17 – HIBRIDAÇÃO in situ EM G. barbus COM SONDA rDNA 18S..........
FIGURA 18 – HIBRIDAÇÃO in situ EM A. luniscutis COM SONDA rDNA 18S.......
02
13
15
19
20
32
36
37
39
42
43
44
46
47
47
48
48
49
viii
FIGURA 19 - ASSOCIAÇÕES ENTRE OS GENES rDNA OBSERVADAS EM G.
genidens (a), Aspistor luniscutis (b) e G. barbus (c)........................
FIGURA 20 CARIÓTIPO DE G. genidens (a), Genidens barbus (b) e Aspistor
luniscutis (c), DESTANCANDO O PAR PORTADOR DA RON ......
FIGURA 21 – HIBRIDAÇÃO in situ EM G. genidens COM SONDA rDNA 5S.........
LISTA DE TABELA
TABELA 01 - DADOS CITOGENÉTICOS DE PEIXES PERTENCENTES À
FAMÍLIA ARIIDAE............................................................................
49
50
52
17
ix
RESUMO
A ordem Siluriformes, de distribuição cosmopolita, compreende um grupo de peixes
formado por 37 famílias, sendo que apenas duas, Ariidae e Plotosidae, se
adaptaram à água salgada. A família Ariidae, com cerca de 120 espécies, apresenta
vários problemas de ordem sistemática e taxonômica devido à sua ampla
distribuição geográfica e à semelhança morfológica existente entre seus
representantes. Com o intuito de contribuir nos registros citogenéticos e,
consequentemente, no entendimento das relações evolutivas que permeiam a
história desta família, o presente estudo caracterizou cromossomicamente: duas
populações da espécie Genidens genidens pertencentes à Baía de Antonina e
Pontal do Paraná; duas populações de Aspistor luniscutis provenientes da Ilha do
Mel e Baía de Guaratuba e uma população de Genidens barbus oriunda da Baía de
Guaratuba, utilizando-se de técnicas convencionais de análise cromossômica,
diferentes bandamentos e hibridação fluorescente in situ com sondas rDNA 18S e
5S. As três espécies apresentaram o mesmo número diplóide (2n=56), um alto valor
de número fundamental (NF) e padrões de bandamentos similares, reforçando a
homogeneidade cariotípica proposta para o grupo. Regiões Organizadoras de
Nucléolo (RONs) simples puderam ser observadas no gênero Genidens e RONs
múltiplas em Aspistor sendo este caráter, um importante marcador citotaxonômico
para tais gêneros. Não foi encontrado heteromorfismo cromossômico sexual em A.
luniscitis e em G genidens. No entanto, para G. barbus, podemos supor a existência
de um sistema sexual do tipo XX/XY, apesar de terem sido capturados apenas
exemplares machos desta espécie. Tendências de evolução cromossômica puderam
ser aqui hipotetizadas, permitindo uma maior compreensão dos processos de
diferenciação e evolução cariotípica, sendo úteis também na elaboração de
hipóteses biogeográficas e filogenéticas que envolvem os representantes desta
ordem. Os resultados aqui obtidos são inéditos e representam a mais completa
caracterização cromossômica tanto para as espécies aqui coletadas, quanto para a
família Ariidae como um todo, ressaltando a necessidade da ampliação deste tipo de
estudo dentro do grupo.
Palavras-chave: Citogenética de Peixes, FISH, Bagre Marinho, Siluriformes
x
ABSTRACT
The order Siluriformes includes 37 recognized families of catfishes widely distributed
and diverse in freshwaters. Only two families, Ariidae and Plotosidae, adapted to the
salted water. The family Ariidae comprises about 120 catfish species presents
several problems of systematic and taxonomic order, due your wide geographical
distribution and existent morphologic likeness among their representatives. In order
of contributing in the cytogenetic registrations and, consequently, in the
understanding of the evolutionary relationships in the family, this study characterized
cytogenetically: two populations of Genidens genidens species belonging to the
Antonina Bay and Pontal do Paraná; two populations of Aspitor luniscutis coming of
the Ilha do Mel and Gauratuba Bay and one population of Genidens barbus
originating from of the Guaratuba Bay using conventional techniques, different
chromosomic banding and fluorescent hybridization in situ with 18S and 5S rDNA
probes. The three species showed the diploid same number (2n=56), high value of
fundamental number (FN) and patterns of banding similar, reinforcing the karyotypic
homogeneity proposal for the group. Single nucleolar organizer regions (NORs)
could be observed in the genus Genidens and multiple NORs in Aspistor, being this
character an important cytotaxonomic marker for such genus. Sex-related
chromosome differences were not detected in the A. luniscitis and G. genidens
species. However for G. barbus, we can suppose the existence of a sexual system of
type XX/XY, in spiten of they have just been captured exemplary males of this
species. Tendencies of chromosomic evolution could be here hypothesized, provide
a better understanding of the karyotypic diversity and chromosome evolution
processes, being also useful in the elaboration of biographic and filogenetic
hypothesis that involve the representatives of this order. The results here obtained
are unpublished and they represent the more it completes characterization so much
chromosomal here for the species collected, as for the family Ariidae as a whole,
standing out the necessity of the amplification of this study type inside of the group.
Key words: Fish Cytogenetics, FISH, Catfish, Siluriformes
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 O AMBIENTE E A DIVERSIDADE DE PEIXES MARINHOS DA COSTA
PARANAENSE
Em rochas datadas do final do Cambriano (cerca de 450 milhões de anos
atrás) foi possível evidenciar restos de organismos que, ao longo da história
geológica da Terra, viriam a se tornar o grupo mais numeroso e diversificado entre
os vertebrados, os peixes (NELSON, 1994).
Estima-se que existam mais de 24.500 espécies de peixes, que
correspondem a mais da metade das formas vivas de vertebrados. Habitam diversos
ambientes, podendo ser encontrados em águas com salinidades variando de 0 a
100%, e temperaturas entre –2°C e 44
o
C (NELSON, op. cit.). Do total de espécies de
peixes conhecidas, cerca de 60% vivem no ambiente marinho (BERRA, 1981 apud
CIPRIANO, 2005). A maior parte das espécies marinhas habitam as zonas costeiras
(NELSON, op. cit.), onde desempenham papel de inquestionável importância
ecológica, bem como se fazem presentes na cultura e nos hábitos dos povos que
vivem nestas áreas (BIZERRIL e COSTA, 2001).
A costa brasileira apresenta cerca de 8.000 km de extensão. Nela se insere o
litoral paranaense que, embora conhecido como o segundo menor litoral dos
estados brasileiros com comprimento em linha reta em torno de 100 km, apresenta
extensos complexos estuarinos originando uma costa recortada com extensão de
1.483km (ÂNGULO e ARAÚJO, 1996).
MAACK (1981) descreve o litoral paranaense como uma estreita faixa
montanhosa que afundou por falhamentos complexos originando duas baías: 1) a de
Paranaguá com uma área de 601 km² comunicando-se com o oceano através de
canais separados pela Ilha do Mel denominados de Sueste (ao norte) e Galheta (ao
sul), apresentando três eixos principais: a) o eixo leste-oeste, Paranaguá
propriamente dita e a baía de Antonina; b) eixo norte-sul, constituindo a baía de
Guaraqueçaba e a baía das Laranjeiras e c) eixo sudeste-noroeste, Baía do
Pinheiros (CORRÊA, 2001) e 2) a de Guaratuba com aproximadamente 45 km²
comunicando-se com o Oceano Atlântico por uma abertura de aproximadamente
500m, prolongando-se para dentro do continente por cerca de 15 km (CHAVES e
2
CORRÊA, 1998) (FIGURA 01). As conformações destas duas baías mostram serem
sistemas acoplados com enormes estuários predominando a ação das correntes de
maré sobre o fluxo fluvial.
FIGURA 01 – MAPA DO LITORAL DO ESTADO DO PARANÁ
(RETIRADO DE CORRÊA, 2001 COM MODIFICAÇÕES)
3
Os estuários são formados devido à amplitude das marés e ao grande
número de desembocaduras fluviais na região tropical. Consistem em ecossistemas
de extrema importância, oferecendo recursos alimentares de grande diversidade e
abundância, proteção contra predadores e outras condições ambientais que
favorecem o desenvolvimento e a sobrevivência de diversas espécies de peixes
(PATERSON e WHITFIELD, 2000; CORRÊA, 2001). Muitas das etapas reprodutivas,
incluindo dispersão de ovos e larvas, distribuição de juvenis e migrações, estão
sincronizadas com o funcionamento dos ambientes estuarinos (BOCHLERT e
MUNDY, 1988).
Quanto à ictiofauna, no litoral brasileiro existem pelo menos 1.297 espécies
de peixes, sendo 1.155 de peixes ósseos (MENEZES et al., 2003). Na costa
paranaense são registradas 92 famílias, 191 gêneros e 313 espécies, das quais 289
são Actinopterygii (CHAVES e CORRÊA, 1998). A maior diversidade foi descrita
para o sistema da Baía de Paranaguá com cerca de 201 espécies, sendo 28
cartilaginosos e 173 ósseos, estes pertencentes em sua grande maioria às famílias
Scianidae, Carangidae, Ariidae, Gerreidae, Serranidae, Atherinidae, Mugilidae,
Clupeidae e Tetraodontidae. Todas apresentam seu ciclo de vida, ou parte dele,
essencialmente associado com as águas costeiras e estuarinas e nenhuma das
espécies é considerada endêmica da região (CORRÊA, 2001). Para a Baía de
Guaratuba foram descritas 61 espécies distribuídas em 28 famílias, melhor
representadas por: Scianidae, Gerreidae, Carangidae, Ariidae, Haemulidae,
Serranidae, e Bothidae (CHAVES e BOUCHEREAU, 1998).
1.2 POSIÇÃO TAXONÔMICA NA CLASSIFICAÇÃO ICTIOLÓGICA E ASPECTOS
GERAIS DA FAMÍLIA ARIIDAE
Os mais antigos peixes conhecidos, os Agnathas, surgiram no Ordoviciano,
450 milhões de anos, sendo suas primeiras formas marinhas. Evoluindo
divergentemente, os Gnatostomados, assim denominados pela presença de
mandíbulas, tiveram seus primeiros exemplares surgidos no Siluriano Superior,
tornando-se um grupo moderadamente grande e diversificado, extinguindo-se no
Permiano (MOY-THOMAS e MILES, 1971).
Os peixes ósseos verdadeiros, os Osteichthyes, surgiram no Siluriano
Superior (430 milhões de anos) (MOY-THOMAS e MILES, op.cit.). Contêm a maioria
4
dos peixes atuais, estando dividido em quatro classes: Dipnoi (peixes pulmonados),
Crossopterygii (celacanto), Brachyopterygii (“bichirs”) e Actinopterygii (peixes cujas
nadadeiras apresentam raios de sustentação) (BRUM, 1995). A classe Actinopterygii
é composta pelas subclasses Chondrostei e Neopterygii. Esta última está dividida
nas infraclasses Halecostomi e Gynglimodi (NELSON, 1994).
A infraclasse Halecostomi está dividida em Halecomorpha e Teleostei
(NELSON, 1994), esta sendo considerada a mais derivada constituinte da Classe
Actinopterygii (BRUM e GALETTI Jr., 1997) representando o mais numeroso e bem
sucedido grupo de peixes, devido à abundância, diversidade e capacidade de se
adaptar aos diferentes tipos de habitats (ARRATIA, 2000). Corresponde
aproximadamente a 96% de todos os peixes existentes perfazendo 23.637 espécies
distribuídas em 38 ordens e 426 famílias (NELSON, op. cit.).
Os teleósteos atuais podem ser divididos em quatro subdivisões:
Osteoglossomorpha, Elopomorpha, Clupeomorpha e Euteleostei, formando um
grupo natural e monofilético (NELSON, 1994). Todos os peixes incluídos nestas
quatro subdivisões possuem esqueleto caudal e modificações na musculatura da
mandíbula, que os distinguem dos outros actinopterígeos.
Os Euteleósteos destacam-se entre os grupos da divisão Teleostei, possuindo
cerca de 17.000 espécies em 25 ordens e 375 famílias (NELSON, 1994).
Compreendem os Protacanthopterygii, os Ostariophysi e os Neoteleostei (BRUM,
1995). A super ordem Ostariophysi representa cerca de 25% de todas as espécies
de teleósteos e 90% de toda a fauna de peixes neotropicais (BRUM e GALETTI Jr.,
1997). Apresentam uma ampla distribuição mundial, com cinco ordens
(Gymnotiformes, Gonorynchiformes, Characiformes, Cypriniformes e Siluriformes)
contendo 63 famílias, aproximadamente 1.000 gêneros e 6.500 espécies (NELSON,
op. cit.; BERRA, 2001), a maioria delas dulcícolas, constituindo cerca de 93% das
espécies de peixes de água doce (BERRA, op. cit.). Exceto pelos Gonorynchiformes,
todos os peixes ostariofísios possuem aparelho de Weber, que consiste em uma
série de pequenos ossos que se estendem da bexiga natatória até o ouvido interno
(BRIGGS, 2005). Enquanto os Gonorynchiformes (Anatophysi) vivem em sua
maioria em ambientes estuarinos ou marinhos, os peixes possuidores do aparelho
de Weber (Otophysi) são quase que exclusivamente de água doce (FINK e FINK,
1981; SAITOH et al., 2003). Este aparato especializado permitiu uma recepção
auditiva acurada que é um grande valor seletivo nestes ambientes (BRIGGS, 2005).
5
Os representantes da ordem Siluriformes são os mais diversos e amplamente
distribuídos dentro do grupo Ostariophysi. São encontrados na América do Sul,
América do Norte, Eurásia e África e representantes fósseis foram encontrados na
Antártida (DE PINNA, 1998). Possuem 37 famílias reconhecidas (BETANCUR-R et
al., 2007) cerca de 416 gêneros e 2.584 espécies (TEUGELS, 1996). A maioria de
seus representantes habita as águas doces das regiões tropicais, embora existam
algumas famílias que apresentam espécies estuarinas, como Auchenipteridae,
Aspredinidae e Pangasiidae (DE PINNA, op. cit.) e duas famílias apomórficas que se
adaptaram à água salgada, Plotosidae e Ariidae, e que se distribuíram
mundialmente, ocupando lugares como Austrália, Madagascar e Índia Ocidental
(BERRA, 2001).
Os Siluriformes podem ser facilmente identificados por possuírem
características morfológicas distintas: corpo nu envolto por uma pele espessa ou
coberto por placas ósseas; nadadeiras raiadas e bem separadas, sendo o primeiro
raio das nadadeiras peitorais e da dorsal portador de um acúleo forte e pungente, o
qual, muitas vezes produz toxina associada à glândula de veneno; presença de
nadadeira adiposa geralmente bem desenvolvida e nadadeira caudal assumindo
formatos variáveis e de um a quatro pares de barbilhões sensitivos (BRITSKI et al.,
1988; TEUGELS, 1996). Assumem tamanhos que variam de poucos milímetros
(cerca de 10mm em alguns trichomycterídeos) a vários metros (5m em Silurus
glanis), apresentam hábitos sedentários, sendo sua atividade predominantemente
crepuscular ou noturna, quando utilizando-se de seus sentidos químicos (olfato e
gustação) estes saem à procura de alimento, o qual é constituído principalmente por
vermes e insetos (STERBA, 1973; disponível em <http://www.tolweb.org/
Siluriformes>) .
A família Ariidae possui 26 gêneros válidos com cerca de 133 espécies, 13
delas com representantes fósseis e 120 com distribuição circunglobal, habitando
regiões litorâneas, estuarinas e rios de regiões tropicais e temperadas. A maioria
das espécies ocorre em áreas costeiras pouco profundas e em estuários, com
fundos lodosos ou arenosos. Espécies exclusivamente marinhas podem ser
encontradas em profundidades superiores a 100 m, enquanto outras ocorrem
somente em água doce. Característico dos bagres marinhos é o hábito apresentado
pelos machos de incubar os ovos, que são carregados na cavidade bucal até o final
6
de seu desenvolvimento (AZEVEDO et al., 1999; MARCENIUK, 2005; FERRARIS,
2007; MARCENIUK e MENEZES, 2007).
Os bagres marinhos, como são popularmente chamados os representantes
desta família, são peixes de tamanho médio a grande (200-1200 mm de
comprimento total); diferenciam-se dos outros siluriformes pelas seguintes
características: cabeça com escudo cefálico conspícuo, coberto por pele fina na
maioria das espécies ou por pele espessa e tecido muscular em outras; barbilhões
maxilares e mentais geralmente presentes; aberturas nasais anterior e posterior bem
próximas entre si, abertura posterior com uma válvula e sem barbilhões; olhos com a
margem orbital livre ou coberta por pele; placas de dentes relacionadas ao vômer e
placas acessórias geralmente presentes; dentes das placas relacionadas ao vômer e
placas acessórias cônicas ou molariformes; acúleos das nadadeiras dorsal e
peitorais bastante desenvolvidos; nadadeiras pélvicas com seis raios; nadadeira anal
com 14 a 40 raios; nadadeira caudal furcada; linha lateral completa, posteriormente
alcançando o lobo superior e/ou inferior da nadadeira caudal; escamas ausentes
(MARCENIUK, 2005). No entanto, a forma e disposição das placas de dentes
relacionadas ao vômer e das placas acessórias é a característica mais empregada
na diagnose dos gêneros, mesmo com valores informativos reconhecidos como
inconsistentes para este fim (MARCENIUK e MENEZES, 2007).
Os aríideos são largamente distribuídos ao longo da costa brasileira,
apresentando grande importância econômica na Região Sul do país por sua
contribuição nas pescarias artesanais (FIGUEIREDO e MENEZES, 1978), além de
desempenhar um papel relevante no equilíbrio trófico dos ecossistemas nestes
locais (FAVARO et al., 2005).
Comparado à maioria dos grupos de peixes marinhos, os peixes da família
Ariidae possuem uma capacidade de dispersão limitada, ficando restritos às águas
continentais devido não ao seu desenvolvimento não pelágico, como também
devido ao seu hábito reprodutivo especializado (BETANCUR-R et al., 2007).
Procuram a desembocadura dos rios e regiões lagunares na época da desova
(FIGUEIREDO e MENEZES, 1978) onde os machos, e raramente a fêmeas,
realizam incubação oral carregando os ovos e formas iniciais da prole na cavidade
bucal até que se complete todo o desenvolvimento embrionário. Possuem, portanto,
uma tendência a serem estrategistas k, caracterizado por um grande esforço
7
reprodutivo onde maior parte da energia é direcionada para o processo de desova
associado a cuidados parentais bem desenvolvidos (GOMES et al., 1999).
Na costa brasileira o reconhecidas as seguintes espécies: Arius rugispinis,
Arius phrygiatus, Aspistor luniscutis, Aspistor parkeri, Bagre bagre, Bagre marinus,
Cathorops agassizii, Cathorops arenatus, Cathorops spixii, Genidens barbus,
Genidens genidens, Genidens machadoi, Genidens planifrons, Notarius
grandicassis, Potamarius grandoculis, Sciades couma, Sciades emphysetus,
Sciades herzbergii, Sciades passany e Sciades proops (MARCENIUK, 2005), sendo
que no litoral paranaense levantamentos ictiofaunísticos realizados na Baía de
Paranaguá e de Guaratuba, registraram as espécies Genidens genidens, Cathorops
spixii, Genidens barbus e Aspistor luniscutis (CHAVES e BOUCHEREAU, 1998;
CHAVES e CORRÊA, 1998, QUEIROZ et al., 2006 entre outros).
Cathorops spixii (SPIX e AGASSIZ, 1829) é encontrado na América do Sul,
da Guiana Francesa à Região sul do Brasil, provavelmente no estado do Paraná,
sendo bastante comum em regiões costeiras, estuários e rios costeiros. Possui
comprimento máximo de cerca de 300 mm, sendo chamado comumente de Bagre-
amarelo, Bagre-de-areia, Conguito, Iriceca. Genidens genidens (CUVIER, 1829),
popularmente conhecido como bagre-urutu, possui comprimento máximo de
aproximadamente 350 mm, ocorrendo em águas costeiras e regiões estuarinas
apenas do Brasil, da Bahia ao Estado do Rio Grande do Sul. Aspistor luniscutis
(VALENCIENNES, 1840) habita comumente águas costeiras e regiões estuarinas da
América do Sul, da Guiana ao Estado do Paraná. Possui um comprimento máximo
de 1200 mm e é popularmente chamado de Bagre-guri, Cangatá ou Guri-juba.
Genidens barbus (LACÉPÈDE, 1803), com comprimento máximo de 1200 mm está
presente em águas costeiras, estuários e curso inferior de rios. Se distribui pela
América do Sul, do Brasil, a partir do Estado do Rio de Janeiro, ao norte da
Argentina, onde são denominados Bagre-branco, Bagre-ariaçu ou Bagre-do-mar
(MARCENIUK, 2005).
8
1.3 ASPECTOS CARIOTÍPICOS E FILOGENÉTICOS
1.3.1 Aspectos Gerais
A utilização de dados cariotípicos para identificação de espécies
(citotaxonomia) e para elaboração de padrões de relacionamento ou filogenias
(citosistemática) foi inicialmente proposta por MATHEY (1949) no primeiro trabalho
de revisão de dados cromossômicos de vertebrados.
A citogenética tenta estabelecer relação entre variáveis genéticas e
demográficas, onde a partir de dados sobre o número diplóide (2n), o número
fundamental (NF) e padrões de diversas técnicas de bandamento, se possam
elaborar padrões de relacionamento ou filogenias, além da identificação de espécies
e/ou possíveis vias de especiação
(MATHEY, op. cit.).
A citogenética em peixes torna-se especialmente interessante porque estes
animais constituem um grupo particular dentre os vertebrados pelo número de
espécies, diversidade de formas, comportamento e habitats e pela posição basal
que ocupam na evolução animal (OHNO, 1970).
Embora informações de diferentes espécies estejam cada vez mais
disponíveis devido ao incremento das atividades de pesquisa neste campo, o
conhecimento de cariótipos de peixes é ainda reduzido quando comparado ao de
mamíferos e outros grupos de seres vivos.
A dificuldade na análise dos
cromossomos de peixes se deve, principalmente, ao seu reduzido tamanho e à falta
de resolução de algumas técnicas de bandamento (BRUM, 1995).
A ictiofauna de águas continentais da região Neotropical apresenta
aproximadamente 8.000 espécies (SCHAEFER, 1998) sendo que as pesquisas
citogenéticas têm se restringido às espécies de água doce, com aproximadamente
1.045 espécies cariotipadas (disponível em
<http://www.ibb.unesp.br/laboratorios/
Freshwater%20Neotropical%20fishes.pdf>
), e poucos relatos de peixes marinhos, com
aproximadamente 120 espécies, distribuídas em 43 famílias e 80 gêneros (BRUM,
1996; BRUM et al., 2001; DA SILVA CORTINHAS et al., 2003; CIPRIANO, 2005;
disponível em
<http://www.ibb.unesp.br/laboratorios/Marine%20Neotropical%20fishes. pdf>
).
Nas espécies estudadas até o momento, encontrou-se uma quantidade
diversa no número diplóide, variando de 2n=12 em Gonostoma bathyphylum a
9
2n=446 em Diptychus dipogon (JIANXUN et al., 1991; KLINKHARDT et al., 1995) e
fórmulas cromossômicas.
Apesar desta ampla variedade de número e fórmula cariotípica nos peixes,
verifica-se uma concentração maior em torno de 2n=48, com muitos cromossomos
acrocêntricos e poucos metacêntricos (BRUM, 1995). OHNO (1970) considera o
cariótipo com 48 cromossomos acrocêntricos o primitivo dos peixes teleósteos e
uma herança dos primeiros vertebrados. A poliploidização do genoma deste
vertebrado ancestral é considerado por OHNO e ATKIN (1966) como o mais
importante evento na evolução dos vertebrados. Os Euteleostei teriam herdado e
conservado este cariótipo primitivo principalmente em suas formas marinhas,
enquanto nos grupos típicos de água doce, como os Ostariophysi, ele foi se
tornando mais derivado, com uma maior variabilidade no número diplóide (ampliados
de acordo com o grupo para 50, 52, 54, 58, 100, etc) e na composição
cromossômica (OLIVEIRA et al., 1988; CHOUDHURY, PRASAD e DAS,1993).
Um complemento diplóide de 2n=50 cromossomos tende a prevalecer entre
os Ostariophysi, principalmente entre os Otophysi, cujo número fundamental, no
entanto, é superior a 50, refletindo a presença de cromossomos metacêntricos e
submetacêntricos no cariótipo de muitas espécies deste grupo (OLIVEIRA et al.,
1988; CHOUDHURY, PRASAD e DAS,1993; BRUM,1995;).
1.3.2 Técnicas Citogenéticas e Citomoleculares
Os principais estudos realizados pela citogenética de peixes têm sido feitos
através de técnicas convencionais, como coloração Giemsa, bandamento C
(banda-CBG) e impregnação das regiões organizadoras de nucléolos pelo nitrato de
prata (Ag-RONs) uma vez que bandamentos longitudinais, tipo bandamento G
(banda-GTG), não são tão fáceis de se obter em cromossomos de peixes (ARTONI
et al., 2000), possivelmente devido ao tamanho reduzido e ao grau de
compartimentalização diferenciado de seus cromossomos (GOLD et al., 1990).
Através do bandamento C, há uma remoção diferencial de DNA na região
eucromática após tratamento com ácido, base e solução salina, enquanto que a
região mais condensada permanece relativamente intacta e detectável (SUMNER,
1972), provavelmente resultado da associação de proteínas com o DNA desta região
dificultando o desgaste da mesma (JACK et al.,1985). Em geral, a heterocromatina é
10
definida como um segmento do cromossomo que se apresenta condensado, com
pouca ou nenhuma atividade transcricional, composto de DNA altamente repetitivo,
que se replica tardiamente na fase S da interfase e manifesta heteropicnose positiva
ou negativa se submetida a determinados tratamentos. Embora genérica, esta
definição apresenta exceções em cada um de seus itens. Mudanças relacionadas
com quantidade e distribuição de heterocromatina nos cromossomos têm sido
relatadas como mecanismo de evolução cariotípica em alguns grupos de peixes
(ARTONI et al., 1999; MARGARIDO e GALETTI Jr., 2000). Devido à sua
composição, a heterocromatina poderia sofrer mais facilmente alterações, as quais
determinariam e favoreceriam rearranjos cromossômicos (WICHMAN et al.,1991),
além da presença de blocos poderem alterar a expressão gênica de seqüências
vizinhas através do efeito de posição (PARDUE e HENNING,1990). A técnica da
banda C em peixes tem sido o método mais utilizado para estudo das regiões
heterocromáticas, constituindo-se numa importante ferramenta na caracterização de
populações e/ou indivíduos, detecção de polimorfismos estruturais, diferenciação de
cromossomos Bs e cromossomos sexuais (NIRCHIO e OLIVEIRA, 2006).
Fluorocromos, enzimas de restrição e a utilização de hibridação in situ com sondas
de DNA satélite também têm sido empregados para tal fim.
As Regiões Organizadoras de Nucléolo (RONs) têm sido evidenciadas
comumente através da técnica de impregnação por nitrato de prata, que permite
localizar sítios ativos de genes ribossomais nos cromossomos (HOWELL e BLACK,
1980). A presença de uma proteína acídica (nucleolina) nas RONs ativas na
intérfase anterior à mitose na qual a célula sofreu fixação, parece ser responsável
pela coloração com nitrato de prata e na sua conseqüente identificação (HSU et al.,
1975). Assim, esta técnica pode ser considerada como método indireto de
localização das RONs, uma vez que não associação entre o nitrato de prata e os
rDNA propriamente ditos.
A caracterização do número e posição das RONs tem sido muito utilizada em
peixes e pode constituir um excelente marcador citotaxonômico para alguns grupos
(AFFONSO, 2000), podendo variar de modo inter e intra-específico ou inter e intra-
individual quanto ao número, localização, intensidade e tamanho (GOODPASTURE
e BLOOM, 1975).
Devido às dificuldades em se obter bons padrões de bandamento G e C em
algumas espécies de peixes, possivelmente devido à peculiaridades da estrutura e
11
compactação de seu DNA (MEDRANO et al., 1988 apud SOLA et al., 1993), têm-se
utilizado técnicas alternativas, como enzimas de restrição (ER) que caracterizam-se
pela habilidade de reconhecer seqüências específicas no DNA e orientar seu corte.
Elas induzem alterações estruturais nos cromossomos metafásicos relacionados a
características estruturais específicas de bandamentos cromossomos, refletindo uma
distribuição de seqüências diferentes de DNA nos cromossomos (FERNANDEZ et
al., 1998; GARCIA et al., 1999). Os padrões obtidos dependem da espécie e enzima
utilizados.
Estas técnicas são capazes de caracterizar regiões cromossômicas,
facilitando a discriminação entre cariótipos aparentemente similares e revelando
mecanismos de rearranjos, sendo úteis na identificação de marcadores para
espécies e/ou populações e no estabelecimento de homeologias (OZOUF-COSTAZ
e FORESTI, 1992).
Recentemente, métodos mais apurados utilizando corantes fluorescentes e
hibridação in situ têm se mostrado ferramentas importantes para o entendimento da
composição e estrutura dos cromossomos.
A utilização de fluorocromos base-específicos, como Cromomicina A
3
,
Mitramicina, Quinacrina, DAPI entre outros, permite identificar regiões ricas em
bases AT ou GC, dependendo de sua especificidade. Assim, segmentos
cromossômicos repetitivos ou moderadamente repetitivos como heterocromatina e
RON, têm sido investigados com maior confiabilidade. Em algumas espécies de
peixes, este método tem mostrado diferenças qualitativas entre as heterocromatinas
do complemento cromossômico (MARGARIDO e GALETTI Jr., 2000) e na maioria
dos teleósteos nota-se uma relação entre os fluorocromos GC específicos e as
RONs, devido a ocorrência de altos conteúdos de bases GC nas regiões
espaçadoras dos genes ribossomais ou entre seqüências de DNA repetitivos
adjacentes (AMEMIYA e GOLD, 1986; PENDÁS et al.,1993). No entanto, deve-se ter
cautela em afirmar tal consideração, que tais fluorocromos podem revelar sítios
adicionais não relacionados aos clusters ribossomais (ARTONI et al., 1999;
GALETTI Jr. e MARTINS, 2004).
A Hibridação Fluorescente in situ (FISH) consiste na incorporação de uma
sonda ao DNA da espécie em estudo, a qual possui uma seqüência específica de
nucleotídeos e que posteriormente é evidenciada pela aplicação de um corante
fluorescente, constituindo assim um método mais sensível que a marcação pela
12
prata e/ou fluorocromos na detecção de sítios contendo seqüências de genes
ribossomais. Estes genes, nos eucariotos, estão organizados em duas famílias
multigênicas: a) rDNA 45S, que codifica os rRNA 18S, 5,8S e 26S/28S, e b) rDNA
5S que codifica o rRNA 5S, um dos componentes da subunidade maior dos
ribossomos. As seqüências formadoras das RONs são detectadas através de
sondas de DNA 18S e 28S, e pela sonda 5S são detectados os sítios genômicos do
rDNA 5S que consistem em seqüências codificantes de 120pb separadas umas das
outras por DNA espaçador não transcrito (NTS) (GALETTI Jr. e MARTINS, 2004) e
parecem seguir um mecanismo de evolução independente dos sítios 45S de rDNA
(MARTINS e GALETTI Jr., 1999). É sugerido que tais diferenças funcionais entre
esses genes, resultariam na necessidade de uma diferente localização destes, de
forma que as seqüências conservadas poderiam ser então mantidas, evitando
interferências na função gênica, uma vez que a ocorrência de translocações entre os
genes rRNA 5S e os demais rDNAs seria dificultada (MARTINS e GALETTI Jr., op.
cit.).
Assim sendo, importantes subsídios têm sido fornecidos pela Citogenética
Clássica e Molecular de Peixes, para um melhor entendimento das relações
evolutivas entre espécies e populações, podendo ser considerada uma excelente
ferramenta para ser utilizada em associação com dados de morfologia, biogeografia,
comportamento e genética molecular, para se chegar mais próximo a uma real
história evolutiva dos organismos (ARTONI et al., 2000).
1.3.3 Aspectos Sistemáticos e Citogenéticos em Siluriformes
Os Siluriformes apresentam vários problemas de ordem sistemática e
taxonômica, principalmente com relação às espécies neotropicais, dado o elevado
número de espécies, sua ampla distribuição geográfica e a semelhança morfológica
existente entre muitas espécies.
Sua relação filogenética com os outros grupos pertencentes à super ordem
Ostariophysi ainda permanece obscura. Entre os estudos recentes um consenso
de que Siluriformes, Characiformes e Gymnotiformes formariam um clado
denominado Characiphysi, sendo este grupo irmão dos Cypriniformes (FINK e
FINK,1981; SAITOH et al., 2003; BRIGGS, 2005; SULLIVAN et al., 2006) (FIGURA
02).
13
FIGURA 02 - RELAÇÕES FILOGENÉTICAS DOS OSTARIOPHYSI MODIFICADO DE FINK E FINK
. (1981)
Independentemente das relações envolvidas, não dúvida sobre a monofilia
dos Siluriformes, como indicado por várias sinapomorfias morfológicas encontradas
(FINK e FINK, 1981; ARRATIA et al., 2003) e confirmado por estudos filogenéticos
baseados em seqüências gênicas nucleares feitos por SULLIVAN et al. (2006).
As análises das relações e posições filogenéticas internas dos Siluriformes
revelaram alguns pontos de consenso geral, principalmente no que se refere a
posição basal de Diplomystidae em relação aos demais Siluriformes (FINK e FINK,
1981; ARRATIA, 1987; DE PINNA, 1998, MARCENIUK, 2003). A monofilia de 25
famílias, incluindo Ariidae, pertencentes à ordem Siluriformes também foi confirmada
pelos estudos moleculares de SULLIVAN et al. (2006).
Siluriformes têm um importante papel na biogeografia histórica. Seu padrão
de distribuição global providencia evidências do modelamento geográfico da terra e
de sistemas aquáticos. Acredita-se que os Siluriformes foram primariamente
habitantes de água doce e que realizaram significantes migrações marinhas
(BRIGGS, 2005), sendo esta uma propensão filogenética da ordem, pelo menos de
um dos seus ramos principais (BETANCUR-R, 2003). As duas famílias marinhas
são, portanto, provavelmente derivadas de ancestrais de água doce e apresentam
seu próprio padrão biogeográfico (BERRA, 2001).
Quanto à evolução cromossômica, também grandes dificuldades em se
estabelecer um padrão para os Siluriformes, considerando a extensa variabilidade
cariotípica predominante tanto em nível de famílias, quanto de gêneros, além da não
determinação acurada de seu cariótipo primitivo.
14
LEGRANDE (1981), baseado em informações citogenéticas achadas em
Ictaluridae, propôs um cariótipo basal de 2n=58 com um número fundamental
relativamente alto (>80). No entanto, baseado no número diplóide conservado da
família Diplomystidae, e considerando esta a mais primitiva dentre os Siluriformes
(FINK e FINK,1981; ARRATIA, 1987; DE PINNA, 1998). OLIVEIRA e GOSZTONYI
(2000) sugeriram que um 2n=56 poderia ser o cariótipo ancestral e uma
sinapomorfia desta ordem. Um alto valor de NF, característico da ordem Siluriformes
(STOLF et al., 2004) e também observado em Characiformes e Gymnotiformes, é
proposto por OLIVEIRA e GOSZTONYI (2000) como uma condição plesiomórfica
amplamente distribuída neste grupo.
Estudos cromossômicos em Siluriformes tiveram início somente a partir das
últimas três décadas. Apesar disso, em comparação com os outros grupos de
peixes, são bem representados citogeneticamente com cerca de 321
(aproximadamente 13%) espécies cariotipadas (OLIVEIRA e GOSZTONYI, 2000)
sendo estas pertencentes em sua maioria às famílias Bagridae, Callichthyidae,
Ictaluridae e Siluridae (CHOUDHURY, PRASAD e DAS, 1993).
Do total de espécies de Siluriformes já cariotipadas, cerca de 45,7% possuem
um número diplóide relativamente conservado de 2n= 56±2 (Figura 03). OLIVEIRA
e GOSZTONYI (2000) propõem que este conservadorismo, mesmo em um grupo
com grande número de espécies e com uma ampla variedade de tamanho e
estrutura populacional, se deve a uma melhor condição para a manutenção celular
nestes organismos. Por outro lado, várias famílias como Loricariidae e Callichthiidae
apresentam uma ampla variedade no número cromossômico, sugerindo histórias
evolutivas diferentes, com mudanças cromossômicas freqüentemente associadas
com processo de especiação neste grupo (LEGRANDE,1981; OLIVEIRA et al.,
1988; BRUM, 1995; BRUM e GALETTI Jr., 1997; ARTONI e BERTOLLO, 2001).
15
FIGURA 03 DISTRIBUIÇÃO DO NÚMERO DIPLÓIDE (a) E NÚMERO DE BRAÇOS
CROMOSSÔMICOS (b) ENTRE OS SILURIFORMES (RETIRADO DE OLIVEIRA
E GOSZTONYI, 2000)
Não uma tendência definida quanto ao incremento ou redução do número
de cromossomos de dois braços entre os Siluriformes (FENOCCHIO et al., 2003).
BRUM (1995) propõe, baseado na alta freqüência de números diplóides maiores que
58, que eventos de especiação entre Siluriformes foram relacionados a um
incremento no número cromossômico. Alguns autores, no entanto, sugerem que a
redução do número diplóide é melhor compreendido entre as linhas evolutivas e que
rearranjos cromossômicos que não alteram o número diplóide são fixados mais
freqüentemente (GARCIA-MOLINA e URIBE-ALCOCER, 1988; OLIVEIRA e
GOSZTONYI, 2000).
1.3.3.1 Família Ariidae
Muitos trabalhos sobre sistemática e taxonomia da família têm sido realizados.
No entanto, o estado atual de conhecimento é insatisfatório devido à ausência de
dados que possibilitem a determinação dos táxons incluídos. Isto pode ser explicado
pela: similaridade existente entre muitos dos exemplares, dificultando a identificação
correta das espécies; a grande diversidade e ampla distribuição geográfica das
espécies, impedindo a obtenção de material representativo de todos os gêneros
nominais, alguns raros em coleções zoológicas; os poucos trabalhos disponíveis
sendo as análises limitadas a um número restrito de complexos anatômicos e
espécies representativas de poucos gêneros (MARCENIUK, 2003).
Apesar de todos os problemas nomenclaturais, a monofilia da família é bem
suportada por evidências morfológicas (DIOGO, 2004; MARCENIUK, 2003) e
16
moleculares (BETANCUR-R, 2003; SULLIVAN et al., 2006; BETANCUR-R et al.,
2007). A família Ariidae pertence ao agrupamento monofilético Ariida, composto
também pelas famílias Schilbeidae, Pangasidae, Claroteidae e o gênero Ancharius.
A família Claroteidae é considerada o grupo irmão de Ariidae e Ancharius
(MARCENIUK, 2003).
Poucos estudos a respeito do monofiletismo e das relações de parentesco
entre os gêneros e espécies da família têm sido realizados. MARCENIUK (2003)
divide a família em três subgrupos monofiléticos muito bem corroborados por uma
série de sinapomorfias, as subfamílias Galeichthinae, Bagrinae e Ariinae. A
subfamília Galeichthinae, inclui somente o gênero Galeichthys, que é
inquestionavelmente o agrupamento mais basal dentro da família e respectivamente
o grupo irmão de todos os demais gêneros da família. A monofilia do clado que inclui
as subfamílias Bagrinae e Ariinae, é fortemente corroborada por 20 sinapomorfias.
A família Ariidae é a única com representantes marinhos dentro da ordem
Siluriformes que se distribuíram por todos os continentes. Considerando esta sua
ampla distribuição nas costas tropicais e sua suposta impossibilidade de dispersão
em águas oceânicas, é provável que os aríideos tenham se diversificado e
dispersado pelo mar de Tethys durante o Cretáceo, aproximadamente 100
milhões de anos (BETANCUR-R, 2003; BETANCUR-R et al., 2007). A invasão das
águas marinhas é uma situação aparentemente atípica em outros organismos
aquáticos, podendo ser um indício de respostas compartilhadas a eventos históricos,
implicando vicariância e isolamento de alguns taxons, por exemplo, por flutuações
ocorridas ao nível do mar, facilitando a adaptação fisiológica de seus
representantes.
Quanto ao seu padrão cromossômico, poucas inferências podem ser feitas
sobre a família Ariidae, uma vez que os estudos realizados são mínimos (Tabela
01).
OLIVEIRA et al. (1988) e MOLINA et al. (2004) baseado nos estudos
realizados até o momento nas espécies marinhas, onde a principal variação que
ocorre é no número de braços cromossômicos (NF), sugerem que isto poderia refletir
a história evolutiva do grupo, considerando a hipótese de que os Siluriformes são
primeiramente um grupo de água doce, assim apresentando características de
diversificação destas espécies neste tipo de ambiente.
17
Os representantes da família Ariidae cariotipadas até o momento, apresentam
um número diplóide relativamente conservado, como mostrado pela grande maioria
dos Siluriformes (2n= 56±2) (Tabela 1). ROBERTS (1964) apud GARCIA-MOLINA e
URIBE-ALCOCER (1988) propõem que os aríideos mais primitivos apresentam um
alto número cromossômico, principalmente do tipo acrocêntrico, e os aríideos mais
derivados mostram uma tendência à diminuição desse número, aumentando assim o
número de cromossomos de dois braços.
TABELA 01- DADOS CITOGENÉTICOS DE PEIXES PERTENCENTES À FAMÍLIA ARIIDAE
Cariótipo
Espécie
2n
m sm st a
NF
Crom
Sex.
Local Referência
Galeichthys
caerulescens
52 16 24 10 02 102 - Tres Palos, Guerrero,
México
Arreguin, 1983
Arius dussumieriy 54 12 18 12 12 84 - Oceano Indico Rishi, Singh e
Haobam,
1983
Arius melanopus
52 16 30 06 - 104 - Golfo do México Ramirez, 1985
Arius felis
54
54
-
16
26
12
28
20
-
06
80
102
-
-
Golfo do México
Campeche, México
LeGrande, 1980
Garcia-Molina e
Uribe-Alcocer,1988
Bagre marinus 54 12 08 34 - 74 - Nordeste do Golfo do
México
Fitzsimons, Legrande
e Korth, 1988
Bagre bagre 56 24 26 06 - 106 - Cananéia,SP, Brasil Gomes,Phan e
Passos,1990
Cathorops sp. 54 13 13 28 - 80 - Cananéia,SP, Brasil Gomes,Phan e
Passos,1992
Arius nenga 54 16 36 02 - 108 - Mar Gopalpur, Orissa,
India
Choudhury, Prasad e
Das, 1993
Arius serratus 56 08 24 24 - 112 - Mar Gopalpur, Orissa,
India
Choudhury, Prasad e
Das, 1993
Genidens
genidens
56 12 20 20 04 88 - Cananéia,SP, Brasil Gomes,Phan e
Passos, 1994
Netuma barba
Genidens barbus
56 18 18 18 02 92
XX/XY
Cananéia,SP, Brasil Gomes,Phan e
Passos,1994
Arius parkeri
Aspistor luniscutis
56 16 16 22 02 88 - Cananéia,SP, Brasil Gomes,Phan e
Passos,1994
Hexanematichthys
herbergii
56 24 24 06 02 104 - Lago de Maracaibo,
Venezuela
Molina et al.,2004
Nota: Os números fundamentais foram retirados dos respectivos trabalhos sem quaisquer
modificações. Portanto apresentam divergências (cromossomos subtelocêntricos como portadores de
um único braço ou de dois braços) quanto ao cálculo do mesmo
18
2 JUSTIFICATIVA
Devido ao escasso conhecimento a respeito das características biológicas
gerais e citogenéticas dos peixes da costa brasileira, esta dissertação visa ampliar
os conhecimentos cariotípicos em peixes marinhos, destacando aqui os do litoral
paranaense, com enfoque em representantes da família Ariidae. Isto faz com que
especial interesse seja direcionado para as espécies Genidens genidens, Genidens
barbus, Aspistor luniscutis e Cathorops spixii devido a sua grande importância
econômica na Região Sul do país. Este trabalho, além de fornecer dados básicos
que poderão ser utilizados em estudos de distribuição geográfica, taxonomia e
evolução. Poderá contribuir, eventualmente, em aspectos aplicados relacionados à
pesca, reprodução, melhoramento genético e monitoramento ambiental.
3 OBJETIVOS
Pretende-se, com a caracterização citogenética de espécies pertencentes à
família Ariidae, reunir dados, muitos dos quais ainda inéditos, sobre o padrão
cromossômico deste grupo, e correlacioná-los com estudos citogenéticos
realizados, procurando compreender melhor os processos de diferenciação
cromossômica e evolução cariotípica, podendo se chegar mais próximo a uma real
história evolutiva do grupo como um todo.
Para tanto, foram propostas:
a) Determinar o número diplóide (2n) e número fundamental (NF) dos
exemplares;
b) Localizar as duas famílias multigênicas ribossomais através da
impregnação por nitrato de prata (Ag-RONs) e por hibridação fluorescente
in situ (FISH);
c) Analisar a distribuição da heterocromatina constitutiva através de
bandamento C e utilização de enzima de restrição;
d) Investigar a natureza das heterocromatinas através do emprego de
fluorocromos AT e GC específicos;
e) Comparar os padrões encontrados nestas espécies, através das técnicas
acima citadas, observando a existência ou não de variações a nível
individual, populacional e específico e em relação a outros Siluriformes.
19
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 MATERIAL
Foram analisados 21 exemplares de Genidens genidens, sendo 09 (6, 3)
(Figura 04a) provenientes da Baía de Antonina (Figura 05a) e 12 (5, 7) do Pontal
do Paraná (Figura 05b2); 14 exemplares de Aspistor luniscutis (Figura 04b), sendo
04 (todos ) provenientes da Ilha do Mel (Figura 05b1) e 10 (8, 2) da Baía de
Guaratuba (Figura 05c) e 11 exemplares de G. barbus (Figura 04c) (todos )
pertencentes a Baía de Guaratuba (Figura 05c).
FIGURA 04 EXEMPLARES DAS ESPÉCIES G. genidens (a), A. luniscutis (b) E G. barbus (c) COM
30 cm, 36,4 cm E 28 cm DE COMPRIMENTO TOTAL, RESPECTIVAMENTE
a)
b)
c)
20
FIGURA 05 - LOCAIS DE COLETA

      
     
        
     
        
21
4.2 MÉTODOS
4.2.1 Das coletas
Os peixes foram capturados com rede de porta de 1,5cm entre nós ou caniço,
em seguida acondicionados em caixas de isopor com água do próprio local da coleta
e aeradores. Em seguida transportados até ao Laboratório de Citogenética Animal
(Setor de Ciências Biológicas - UFPR), onde foram eutanasiados e protocolados.
4.2.2 Da obtenção de metáfases mitóticas
Foi empregada a técnica de cultura de tecidos sólidos de curto tempo descrita
por FENOCCHIO et al. (1991) com algumas modificações como segue:
Retirar as porções anterior e posterior do rim (aproximadamente 3 mm
3
) e
transferir para uma placa de Petri contendo 5 ml de meio de cultura (RPMI +
20% de soro bovino fetal + antibiótico e antimicótico);
Desagregar o tecido com pinças de ponta fina com posterior aspersão e
expiração da solução com uma seringa de vidro sem agulha. Incubar a
solução com células em estufa a 29
o
C por 8 horas. 1h30min antes de
completar o tempo, pingar 150 µL de colchicina (0,025%) em cada recipiente.
Agitar gentilmente a placa de Petri para que a solução de colchicina se
homogeinize a aquela da placa. Manter a nova solução em estufa até o tempo
final da cultura;
Passado este tempo, transferir a cultura para um tubo de ensaio e centrifugar
a 800-900 rpm por 10 minutos. Descartar o sobrenadante e completar o tubo
até 8ml com solução hipotônica de KCl (0,075M). Desagregar o botão celular
na solução por suspensão e mantê-lo 40 minutos em estufa a 37ºC;
Preparar o fixador com três partes de metanol para uma parte de ácido
acético e manter sob refrigeração a C. Dado o tempo da hipotonização,
ressuspender o material até ficar homogêneo, e centrifugar a 800-900 rpm por
10 minutos;
22
Descartar o sobrenadante e em seguida completar o tubo com fixador até o
volume de 8 ml. Novamente ressuspender o botão celular e centrifugar a
solução a 800-900 rpm durante 10 minutos;
Repetir a etapa anterior duas vezes;
Descartar o sobrenadante, colocar 1,5 ml de fixador e ressuspender o botão
celular. Armazenar a solução em tubo tipo Eppendorf em freezer à -20
o
C.
4.2.3 Método da coloração convencional- Giemsa
Gotejar sobre uma lâmina limpa, aquecida ao redor de 4C, a suspensão
celular armazenada no freezer. Corar a lâmina com uma solução de Giemsa à 5%
em tampão fosfato (pH 6,8) durante um período de 10 minutos e em seguida lavá-la
em água corrente e deixar secar ao ar.
4.2.4 Detecção das Regiões de Heterocromatina (Banda C)
Utilizada a técnica descrita por SUMNER (1972), com pequenas modificações
segundo VICENTE (1994):
Levar a lâmina após ter sido gotejada com a suspensão celular à estufa de
45°C por um dia;
Transcorrido este tempo, colocá-la em solução de HCl 0,2 N à 42°C durante
10 minutos. Em seguida lavá-la com água destilada e deixar secar ao ar;
Colocar a lâmina em solução de Hidróxido de Bário a 5% (Ba(OH)
2
) à 4C
por aproximadamente 2 minutos;
Inserir rapidamente a lâmina no HCl 0,2 N para retirar o excesso de bário e
após isso lavar com um jato de água destilada. Em seguida colocá-la em uma
solução de 2xSSC (15,53 g de NaCl + 8,82 g de Citrato Trissódico + Água
deionizada) durante uma hora à 60°C;
Decorrido este tempo lavar a lâmina em água destilada e deixar secar ao ar;
Corar a lâmina com Giemsa diluída a 5% em tampão fosfato pH 6,8 durante
15 minutos.
23
4.2.5 Caracterização das Regiões Organizadoras de Nucléolos (Ag-RONs)
A técnica utilizada foi descrita por HOWELL e BLACK (1980). As RONs ativas
foram visualizadas após coloração com solução aquosa de nitrato de prata como
segue:
Pingar as lâminas conforme descrito anteriormente e deixá-las envelhecer por
1 dia em estufa à aproximadamente 45°C;
Utilizar uma solução aquosa de nitrato de prata a 50% (1g de AgNO
3
em 2ml
de H
2
O destilada) e uma solução aquosa de gelatina a 2% (1g de gelatina em
50ml de H
2
O destilada, acrescentando-se 0,5ml de ácido fórmico).
Condicionar esta última em frasco âmbar e mantê-la em geladeira;
Pingar sobre a lâmina 150µL de solução aquosa de gelatina e 300µL de
solução aquosa de AgNO
3
, misturar gentilmente e cobrir com uma lamínula.
Levá-la a estufa a 60°C. Quando o material adquirir uma coloração dourado-
acastanhada, retirar a lâmina da estufa e remover a lamínula com um jato de
água destilada e deixar secar ao ar.
4.2.6 Dupla Coloração CMA
3
/DAPI
Foi empregada a técnica de SCHWEIZER et al. (1976) com adaptações:
Colocar 80µl de solução de Cromomicina A
3
sobre a lâmina recém preparada
para observação de cromossomos e cobrir com uma lamínula e deixar por 1
hora no escuro;
Escorrer a lamínula e lavar com água corrente e secar levemente;
Colocar 80µl de solução DAPI/Antifading, retirar o excesso com papel filtro.
4.2.7 Clivagem com Endonuclease de Restrição
A técnica utilizada foi a descrita por MEZZANOTTE et al. (1983), com
algumas adaptações feitas por MAISTRO (1996) para as preparações com
cromossomos de peixes.
Pingar uma lâmina em banho-maria a 60° C e levar à estufa a 45°C para
envelhecer por um dia;
24
Pingar uma gota de solução de enzima (27 µL de água destilada+3 µL de
tampão+ 0,9 µL de Alu [5’ AG/CT 3’] com concentração de 10 U/µL) para
cada gota de suspensão celular e cobrir com lamínula;
Colocar a lâmina em câmara úmida muito bem fechada e incubada à 37°C
por cinco horas;
Transcorrido o tempo necessário, remover a lamínula com um jato de água
destilada e deixar secar ao ar;
Corar a lâmina com solução de Giemsa (5%) em tampão fosfato pH 6,8
durante 10 minutos;
Lavar a lâmina novamente em água destilada e deixar secar ao ar.
4.2.8 Hibridação fluorescente in situ (FISH) com sondas rDNA 18S e 5S
A metodologia empregada seguiu PINKEL et al. (1986) com algumas
modificações:
Preparação das sondas
A sonda de DNA ribossômico do fragmento 18S (cerca de 1800pb) foi obtida
a partir de amplificação por polimerização em cadeia (PCR) dessa seqüência do
DNA genômico do peixe Prochilodus argenteus (HATANAKA e GALETTI Jr., 2004).
A sonda de rDNA 5S (cerca de 120 pb), através de um plasmídeo recombinante
contendo o gene rRNA 5S obtido de Leporinus (MARTINS e GALETTI Jr., 1999).
Para a amplificação, foram utilizados 100 ng de DNA molde + 10 ng do
“primer”, juntamente com KCl 50 mM + Tris pH 8,3 10 mM + MgCl2
1,5 mM + dNTPs
(200 mM cada) + 2,5U de Taq polimerase e água MilliQ q.s.p. 50 l.
Marcação das sondas
Foi utilizado marcação indireta por meio da reação de “Nick Translation”
(BioNick Labeling System Invitrogen) seguindo as instruções do fabricante
empregando-se Streptavidina Invitrogen. A solução de hibridação consistiu de 200 l
Formamida (50% de Formamida); 80 l Sulfato de Dextrano 50% (concentração final
de 10%); 40 l de 20xSSC (concentração final 2xSSC); 80 l de H2O q.s.p.,
perfazendo um volume total de 400l, aos quais foram adicionados 1,5 g de sonda
(DNA marcado com biotina). Em seguida, a solução de hibridação foi transferida
para um banho fervente, durante 10 minutos, para denaturação do DNA e,
25
imediatamente após, para um recipiente com gelo, impedindo a renaturação por
choque térmico.
Preparação das lâminas
As lâminas, contendo as preparações cromossômicas, foram lavadas em PBS,
por 5 minutos, em temperatura ambiente e desidratadas em uma série de etanol a
70%, 85% e 100%, 5 minutos em cada banho. A seguir, foram tratadas com solução
de RNAse (100 g/ml) durante 1 hora, em câmara úmida a 37°C, lavadas duas
vezes em solução de 2xSSC, por 10 minutos e em PBS, por 5 minutos. Em seguida,
foram tratadas com pepsina 0,005% em 10 mM de HCl, por 10 minutos a 37°C e
lavadas em PBS à temperatura ambiente, por 5 minutos. Em seguida a fixação com
formaldeído 1% / PBS 1x/ MgCl2
50 mM, por 10 minutos, à temperatura ambiente,
lavagem em PBS 1x por 5 minutos e desidratação em série de etanol a 70%, 85% e
100%, 5 minutos cada banho, à temperatura ambiente. As lâminas foram então
tratadas com 90l de formamida 70% dissolvida em 2xSSC, a 70°C, por 5 minutos e
novamente desidratadas em série de etanol a 70%, 85% e 100%, 5 minutos cada
banho.
Hibridação e detecção dos sinais correspondentes
Foram aplicados, sobre as lâminas, cerca de 50 l da solução de hibridação
permanecendo “overnight” a 3C, em câmara úmida contendo solução de
formamida 60% em 2xSSC pH 7,0. Decorrido este tempo, as lâminas foram lavadas
com solução de formamida 50% em 2xSSC pH 7,0 por 20 minutos, a 42°C e, em
seguida, lavadas com 0,1xSSC a 60°C, por 15 minutos. Em seguida foram lavadas
em Tween 20, por 5 minutos, incubação em 90 l de tampão NFDM a 5%, por 15
minutos em câmara úmida e duas lavagens com Tween 20, cinco minutos cada.
Para a detecção da sonda marcada com biotina, foram colocados sobre as lâminas
90l de Streptavidina Invitrogen (1:500 em NFDM) durante uma hora em câmara
úmida e escura, a temperatura ambiente. As lâminas foram então lavadas 3 vezes
em Tween 20, cinco minutos cada. Em seguida a desidratação em série de etanol a
70%, 85% e 100% à temperatura ambiente, 5 minutos em cada banho. Os
cromossomos foram então corados com iodeto de propídio + antifading (proporção
de 200 µL de antifading com 8 µL de iodeto de propídeo concentrado em 50 µg/mL).
A análise realizada em fotomicroscópio de epifluorescência sob filtro azul (450-490
ηm de comprimento de onda).
26
4.2.9 Fotomicrografia
As metáfases que apresentaram melhor dispersão, condensação e morfologia
cromossômica foram capturadas através do sistema de captura digital de imagens,
com microscópio Carl Zeiss Axiophot acoplado a este o sistema Applied Spectral
Image. As análises cromossômicas foram realizadas no computador através do
software Case Data Manager Expo 2.0.
4.2.10 Identificação dos cromossomos e montagem dos cariótipos
As medições cromossômicas foram feitas através do software Adobe
Photoshop 7.0. A classificação dos cromossomos conforme os valores da relação de
braços (RB) foi estabelecida segundo LEVAN, FREGDA e SANDBERG (1964) em:
metacêntricos (m) RB= 1,00 a 1,70; submetacêntricos (sm) RB= 1,71 a 3,00;
subtelocêntricos (st) RB= 3,01 a 7,00; acrocêntricos (a) RB= maior do que 7,01.
Para o cálculo do número fundamental (NF) os cromossomos metacêntricos,
submetacêntricos e subtelocêntricos foram considerados de dois braços, enquanto
que os acrocêntricos constituídos por um único braço.
27
5 RESULTADOS e DISCUSSÃO
Existem aproximadamente 13.000 espécies de peixes marinhos
(NELSON,1994) e pouco menos de 2% têm sido estudados citogeneticamente
(BRUM,1996). A maioria possui um número diplóide de 48 cromossomos
acrocêntricos, levando muitos autores a sugerirem falta de barreiras no ambiente
marinho, além da alta mobilidade destes grupos para explicar tal conservadorismo.
No entanto, mesmo considerando o mesmo taxa, espécies relacionadas tem
mostrado mudanças em sua fórmula e número cariotípico. O número diplóide no
ambiente marinho varia de 2n=22-26 em algumas espécies de Nototheniidae
(OZOUF-COSTAZ et al., 1997) um grupo de peixes antárticos, a 2n=240-260 em
alguns Acipenseridae anádromos, com vários microcromossomos (FONTANA et al.,
1997).
O sistema marinho exibe uma aparente homogeneidade e continuidade, e
reconhecer barreiras que dificultem a dispersão da biota é uma atividade
extremamente complexa, especialmente quando se considera a participação de
fatores dinâmicos como correntes e ventos (MOLINA e GALETTI Jr., 2004). Situação
oposta é observada em ambientes aquáticos continentais, nos quais as unidades
básicas de estudos (bacias hidrográficas) são nitidamente delimitadas por acidentes
físicos.
Esta situação de um aparente continunn marinho ao longo da costa reflete-se,
dentre outros aspectos, na aceitação de uma ampla distribuição de diversas
espécies, não suscitando a análise exploratória do real status taxonômico de muitas
dos taxa de peixes marinhos ocorrentes ao longo da costa brasileira (BIZERRIL e
COSTA, 2001).
A coexistência em elevada abundância de peixes assemelhados em estuários
tropicais, onde o espaço ou os nichos tróficos o normalmente limitados, pode
ocorrer devido ao desenvolvimento de estratégias que resultem na utilização
diferenciada do ambiente por tais espécies, que por apresentarem grande
coincidência nas estruturas morfológicas podem indicar uma competição,
acarretando exclusão das espécies de menor adaptação. Portanto, as espécies
aparentadas que vivem na mesma área, em geral, desenvolvem relações
interespecíficas, exploram distintos habitats (utilização espacial do ambiente) ou são
28
ativas em tempos diferentes (utilização temporal do ambiente) (MARGALEF, 1977;
AZEVEDO et al., 1999).
Os bagres marinhos, em geral, apresentam habitats nitidamente separados,
ocorrendo em áreas de profundidades e salinidades diferentes. Formas juvenis das
espécies G. barbus, B. bagre e B. marinus concentram-se em salinidades mais
elevadas, provavelmente devido aos adultos dessas espécies viverem em mar
aberto. G. genidens, C. spixii e A. luniscutis ocorrem em amplas variações de
salinidade e em áreas de profundidades diferentes: G. genidens é encontrada em
baixios, com profundidade de até 3 metros e C. spixii e A. luniscutis nos canais com
profundidade de até 9 metros (MISHIMA e TANJI, 1983). Picos de IGS (índice
gonadossomático utilizado na determinação dos estádios do ciclo reprodutivo)
também foram encontrados em épocas diferentes: janeiro para G. genidens e
setembro para C. spixii e A. luniscutis, sendo este mecanismo de segregação uma
estratégia de otimizar a sobrevivência de suas formas juvenis, evitando competições
interespecíficas (GOMES e ARAÚJO, 2004). Diminuição na temperatura da água,
pluviosidade e transparência da água também são parâmetros que estariam
desempenhando um papel importante na alteração da composição e distribuição da
ictiofauna nas baías. Assim, observa-se uma maior ocorrência de espécies como G.
barbus, G. genidens e A. luniscutis, que toleram estas variações nas condições
ambientais, e uma menor ocorrência de Cathorops spixii que desloca para áreas
externas da Baía (CORRÊA, 2001; QUEIROZ et al., 2006). Isto explicaria a
dificuldade em se capturar esta espécie no presente estudo, uma vez que as coletas
foram realizadas numa mesma época.
Devido a essas características e estratégias particularmente interessantes,
muitos estudos sobre a biologia (MISHIMA e TANJI, 1983; AZEVEDO et al., 1999;
GOMES et al., 1999; SANTO e ISAAC, 1999, CORRÊA, 2001; GOMES e ARAÚJO,
2004; FAVARO et al., 2005; GARCIA et al., 2006), sistemática (MARCENIUK e
MENEZES, 2007; BETANCUR-R et al., 2007) e taxonomia (FIGUEIREDO e
MENEZES, 1978; TEUGELS, 1996; MARCENIUK, 2005) dos aríideos têm sido
realizados com o intuito de colaborar na correta caracterização da família. No
entanto poucos estudos são feitos sobre seu padrão de diferenciação cromossômica
e evolução cariotípica, o que ajudaria em uma maior compreensão dos processos
biológicos de diversificação, das relações entre as espécies e dos processos
acarretados na evolução deste grupo de organismo.
29
Os estudos prévios realizados nas espécies de Ariidae apenas caracterizaram
seu número diplóide (2n) e número fundamental (NF) porque provavelmente os
bandamentos, localização de RONs e técnicas mais modernas como utilização de
fluorocromos e hibridação in situ, não foram passíveis de realização. Portanto, os
dados aqui apresentados o inéditos e m o intuito de contribuir no entendimento
das relações filogenéticas que permeiam a história da família Ariidae, assim como
da ordem a qual pertencem, e do grupo como um todo.
5.1 FÓRMULA CARIOTÍPICA
Vários estudos citogenéticos vêm sendo conduzidos em Siluriformes no
Brasil, principalmente por representar, junto com Characiformes, a mais rica e
diversa ictiofauna de água doce da região neotropical. No entanto, considerando
seus exemplares marinhos, a representatividade dos resultados obtidos é ínfima, o
que não difere da representatividade encontrada nas espécies marinhas de um
modo geral: 120 espécies comparadas às 1.045 de água doce cariotipadas.
No que diz respeito à família Ariidae, a caracterização citogenética de seus
representantes está restrita, de um modo geral, às regiões costeiras do México e do
Brasil, sendo neste realizado apenas no litoral de São Paulo.
GOMES, PHAN e PASSOS (1990, 1992 e 1994) caracterizaram as espécies
Genidens genidens (2n=56, NF*=108), Cathorops sp. (2n=54, NF*=108) (identificado
posteriormente como Cathorops spixii), Bagre bagre (2n=56, NF*=112), Netuma
barba (atualmente denominado Genidens barbus) (2n=56, NF*=110) e Arius parkeri
(atualmente Aspistor luniscutis) (2n=56, NF*=110), todas coletas em Cananéia,
litoral Paulista. Seus resultados demonstraram o conservadorismo cariotípico na
família Ariidae, como mostrado pela grande maioria dos Siluriformes (2n= 56±2).
No presente estudo, foram analisadas duas populações de Genidens
genidens (Baía de Antonina e Pontal do Paraná), duas populações de Aspistor
luniscutis (Ilha do Mel e Baía de Guaratuba) e uma população de Genidens barbus
(Baía de Guaratuba).
Para Genidens genidens não houve diferença significativa no que diz respeito
a macroestrutura cariotípica entre as duas populações. Os resultados corroboraram
com os de GOMES, PHAN e PASSOS (1994) para a mesma espécie, apresentando
um número diplóide de 56 cromossomos, sendo 7 pares de cromossomos
* NF= Número Fundamental considerando cromossomos metacêntricos, submetacêntricos e
subtelocêntricos portadores de dois braços e cromossomos acrocêntricos portadores de um braço
30
metacêntricos, 11 pares de submetacêntricos, 8 pares de subtelocêntricos e 2 pares
de acrocêntricos, com um número fundamental (NF) de 108 (Figura 06a). Não foi
encontrado heteromorfismo cromossômico sexual.
Para Aspistor luniscutis, também não houve diferença entre as populações
estudadas, apresentando 2n=56, sendo 14 cromossomos metacêntricos, 22
submetacêntricos, 20 subtelocêntricos e número fundamental igual a 112 (Figura
06b). Estudos realizados por GOMES, PHAN e PASSOS (1992) na mesma espécie
mostraram um 2n=56, sendo 16 cromossomos metacêntricos, 16 submetacêntricos,
22 subtelocêntricos e 2 acrocêntricos, NF=110. Heteromorfismo cromossômico
sexual também não foi observado.
Genidens barbus apresentou 2n=56, sendo 14 cromossomos metacêntricos,
16 submetacêntricos, 22 subtelocêntricos - sendo um destes o par sexual e 4
acrocêntricos, com NF=108 (Figura 06c). GOMES, PHAN e PASSOS (1994)
também observaram um 2n=56, constituído por 18 cromossomos metacêntricos, 18
submetacêntricos, 18 subtelocêntricos e 2 acrocêntricos (NF=110) e a presença de
um sistema sexual do tipo XX/XY. Embora no presente estudo terem sido
capturados apenas exemplares machos desta espécie, tanto a coloração
convencional, o bandamento C e a digestão por enzima de restrição sugerem
fortemente a ocorrência deste mesmo sistema sexual na população paranaense.
Os peixes, diferentemente das aves e mamíferos, não apresentam
cromossomos sexuais na base de sua filogenia, tendo surgido de forma
independente e repetida na história evolutiva desse grupo. Algumas espécies
apresentam cromossomos sexuais bem diferenciados, embora essa ocorrência não
seja freqüente. Estudos em peixes neotropicais mostraram heterogametia feminina
em 64% dos casos e heterogametia masculina nos 36% restantes. Dos casos
descritos de sistemas sexuais, 80% correspondem a sistemas simples (77% ZZ/ZW
e 23% XX/XY) e 20% a sistemas múltiplos (MOREIRA-FILHO et al.,1993; GALETTI
Jr. et al., 2000; CENTOFANTE et al., 2002).
Existem atualmente duas hipóteses para explicar a origem do sistema suxual:
(1) heterocromatinização como a primeira etapa de diferenciação sexual
cromossômica, relacionada com a origem e multiplicação de DNA satélite (SINGH et
al., 1980) e (2) ocorrência de rearranjos estruturais, diminuindo a taxa de
recombinação entre os cromossomos homólogos originais, podendo ser seguido por
31
um processo de heterocromatinização (BEÇAK et al., 1969 apud ARTONI et al.,
1998).
A origem do sistema sexual encontrado em Genidens barbus (XX/XY) por
GOMES, PHAN e PASSOS (1994) está associada provavelmente à ocorrência de
rearranjos estruturais, levando a diferença de tamanho encontrado entre o
cromossomo X e Y e posterior heterocromatinização.
Baseado em estudos com cobras, OHNO (1967) sugeriu um importante papel
para as inversões pericêntricas na geração de cromossomos sexuais heteromórficos
a partir de elementos sexuais homomórficos. Esta hipótese pode ser validada para
sitemas onde diferenças de tamanho entre cromossomos sexuais foram descritas
(NANDA et al., 1992).
32
FIGURA 06 - CARIÓTIPO EM GIEMSA DE G. genidens (a), A. luniscutis (b) E G. barbus (c)
a)
b)
c)
33
Os dados encontrados aqui reforçam a estabilidade cariotípica proposta para
o número diplóide dessa família e da maioria dos Siluriformes (2n=52)
(LEGRANDE, 1980; 1981; FENOCCHIO e BERTOLLO, 1992a; OLIVEIRA e
GOSZTONYI, 2000; RAVEDUTTI e LIO Jr, 2001, entre outros). Além disso o alto
valor de número de braços encontrado (NF=108 e 112), é também considerado
característico da ordem (STOLF et al., 2004) e como é igualmente observado em
Characiformes e Gymnotiformes, OLIVEIRA e GOSZTONYI (2000) propõem que
esta seria uma condição plesiomórfica amplamente distribuída neste grupo. A
macroestrutura cariotípica conservada, principalmente observada nas espécies do
gênero Genidens do presente estudo, pode ser explicada através da homeostase
celular, sendo possível a ocorrência apenas de rearranjos cromossômicos crípticos
(VENERE e GALETTI Jr., 1989), como os que envolvem segmentos de
heterocromatina e/ou RONs (GALETTI Jr. et al., 2000). A manutenção do mero
diplóide e mudanças no número fundamental sugerem a ocorrência de rearranjos
não robertsonianos. De acordo com KIRPICHNIKOV (1981), mudanças estruturais,
como inversões pericêntricas, deleções e duplicações poderiam ser responsáveis
por mudanças cariotípicas nas quais o número diplóide é mantido.
Inversão pericêntrica tem sido considerada, para alguns grupos de peixes,
particularmente naqueles em que o número diplóide é conservado, o mais
importante rearranjo responsável pela variabilidade cariotípica encontrada, por
exemplo em Serrasalminae (CESTARI e GALETTI Jr., 1992), Parodontidae (JESUS
et al., 1999), Trichomycteridae (BORIN e MARTINS-SANTOS, 1999),
Hypoptomatinae (ARTONI e BERTOLLO, 2001), Pomacanthidae (AFFONSO e
GALETTI Jr., 2005), Neoplecostominae (KAVALCO et al., 2005) e Pimelodidae
(GARCIA e MOREIRA-FILHO, 2005).
Considerando a manutenção do número diplóide para os aríideos, e a
diferença no número fundamental observada entre os gêneros Aspistor e Genidens,
pode-se sugerir um importante papel para as inversões pericêntricas na
diversificação cariotípica desta família. A fixação destes rearranjos nestas
populações pode ter sido facilitada pelo fato de que estes peixes não o bons
migradores, com uma conseqüente intensificação dos efeitos de permutas em
populações menores.
ROBERTS (1964) apud GARCIA-MOLINA e URIBE-ALCOCER (1988)
propõem um alto valor de número diplóide, composto principalmente de
34
cromossomos do tipo acrocêntrico, sendo que os aríideos mais derivados
mostrariam uma tendência à diminuição do 2n com aumento do número de
cromossomos de dois braços.
Contudo, considerando Galeichthinae a subfamília mais basal dentro dos
aríideos (MARCENIUK e MENEZES, 2007), grupo irmão de todos os demais
gêneros da família e sendo esta composta apenas pelo gênero Galeichthys, poderia-
se supor que o número diplóide descrito para Galeichthys caerulescens de 2n=52,
NF=102 (ARREGUIN, 1983) poderia se tratar do 2n ancestral para a família Ariidae.
5.2 BANDAMENTO C
As informações obtidas sobre distribuição e localização de frações
heterocromáticas, na qual supõem-se estar concentrada boa parte do DNA satélite,
mostram que as seqüências satélites identificadas até o momento em peixes,
encontram-se localizadas principalmente na região centromérica dos cromossomos
e, como mostrado para outros organismos, devem desempenhar um papel
fundamental na estrutura e função de seu centrômero (GALETTI Jr. e MARTINS,
2004). Nos exemplares das três espécies aqui analisadas assim como na grande
maioria dos demais peixes estudados, o centrômero mostrou-se heterocromático
(banda C+) na maior parte dos cromossomos (figura 03).
A maioria dos Siluriformes apresenta cromossomos pequenos e as bandas
obtidas mostram-se geralmente pálidas, dificultando a obtenção e visualização de
padrões de bandamento C. De modo geral, os Siluriformes apresentam pouca
quantidade de heterocromatina, a qual encontra-se distribuída predominantemente
nas regiões centroméricas e teloméricas, assemelhando-se aos dados obtidos para
a grande maioria dos teleósteos (GOLD et al., 1990). também relatos da
ocorrência de marcações intersticiais e polimorfismos para este grupo (GARCIA,
2005).
Além das marcações centroméricas, os exemplares do presente estudo
mostraram marcações em regiões teloméricas e blocos heterocromáticos foram
encontrados em regiões pericentroméricas e/ou ocupando todo o braço curto de
alguns cromossomos metacêntricos (par 06 em G. genidens, par 01 em A. luniscutis)
e submetacêntricos (par 13 em G. genidens, par 15 em A. luniscutis e pares 09 e 11
em G. barbus) (Figura 07). O cromossomo Y em G. barbus mostrou-se ser em
35
grande parte heterocromático. Também pôde ser observada coincidência entre
marcações banda C+ e pares portadores de regiões organizadoras de nucléolo
(RONs) (Figura 08) quando as metáfases foram submetidas às técnicas seqüenciais
de coloração.
36
FIGURA 07 PADRÃO DE BANDAMENTO C ENCONTRADO PARA Genidens genidens (a),
Aspistor luniscutos (b) E Genidens barbus (c)
a)
b)
c)
37
FIGURA 08 - COLORAÇÃO SEQUENCIAL EM A. luniscutis: BANDAMENTO C (a) E
IMPREGNAÇÃO COM NITRATO DE PRATA (b)
O mesmo padrão de bandamento encontrado no presente estudo, com
marcações centroméricas, teloméricas e coincidentes com as regiões nucleolares,
também é característico em outras famílias de Siluriformes, como Diplomystidae
(OLIVEIRA e GOSZTONYI, 2000), Pimelodidae (SWARÇA et al., 2003; GARCIA e
MOREIRA-FILHO, 2005), Auchenipteridae (RAVEDUTTI e JULIO, Jr., 2001)
Loricariidae, mais especificamente na subfamília Hypostominae (ARTONI e
BERTOLLO, 1996), Heptapteridae, no gênero Rhamdia (FENOCCHIO e
BERTOLLO, 1990; FENOCCHIO et al., 2000) entre outros. Considerando esta
ampla distribuição, este caráter pode representar uma condição simplesiomórfica
para os teleósteos (OLIVEIRA e GOSZTONYI, 2000).
5.3 ENZIMA DE RESTRIÇÃO
Devido às dificuldades em se obter bons padrões de bandamento C em
algumas espécies de peixes, enzimas de restrição têm sido empregadas como
método alternativo.
As bandas induzidas por tais enzimas têm sido interpretadas como sendo
estritamente dependentes da conformação estrutural da cromatina condensada, da
a) b)
38
composição de bases, das diferentes classes de proteínas e de suas interações
entre si e/ou com o DNA (FARIA e MORIELLE-VERSUTE, 2002).
O tratamento com a endonuclease de restrição Alu I têm produzido,
geralmente, marcações semelhantes às do bandamento C (SWARÇA et al., 2000;
FARIA e MORIELLE-VERSUTE, 2002; CIPRIANO, 2005; KANTEK et al., 2007 entre
outros).
Para Genidens genidens e Genidens barbus as marcações obtidas foram
semelhantes às da banda C em quase todos os cromossomos do complemento
(Figura 09a e 09c). A ausência ou o padrão de coloração mais fraca em alguns
cromossomos, refere-se à extração diferencial do DNA promovida pela Alu .
Enzimas de restrição têm sido utilizadas na análise de seqüências de DNA
satélites no estudo de cromossomos sexuais em peixes (NIRCHIO e OLIVEIRA,
2006). Em Poecilia reticulata, um par de cromossomos foi identificado como sendo o
par sexual do tipo XX/XY, sendo que todos os machos analisados apresentaram no
cromossomo Y uma grande região heterocromática telomérica (NANDA et al., 1990).
No presente estudo, G. barbus também apresentou um cromossomo pequeno com
um grande bloco heterocromático (Figura 09c, seta), sugerindo fortemente a
ocorrência deste mesmo sistema sexual (XX/XY) para esta espécie.
Para Aspistor luniscutis apenas alguns cromossomos foram marcados em
regiões teloméricas e um par de cromossomos submetacêntricos apresentou
marcação intersticial (Figura 09b). Blocos heterocromáticos intersticiais podem ser
explicados através de inversões pericêntricas, rearranjo comumente observado para
alguns grupos de peixes, e sugerido como um importante mecanismo de
diversificação cariotípica para esta família. A acessibilidade da enzima (ou ausência)
em certas regiões onde se situam blocos heterocromáticos deve-se, provavelmente,
a heterogeneidade de natureza apresentada pela heterocromatina da espécie
estudada.
39
FIGURA 09 - CROMOSSOMOS METAFÁSICOS DE G. genidens (a), A. luniscutis (b) E G. barbus (c),
APÓS TRATAMENTO COM ENZIMA DE RESTRIÇÃO (Alu I)



Nota:
A seta indica o provável crom
ossomo Y
40
5.4 FLUOROCROMOS BASE-ESPECÍFICOS
Corantes fluorescentes com afinidades por certos segmentos cromossômicos,
como Cromomicina A
3
(CMA
3
) e DAPI têm sido utilizados para destacar regiões
preferencialmente ricas em bases GC e AT, respectivamente, contribuindo com
informações importantes sobre a composição da heterocromatina (SOUZA et al.,
1996).
Fluorocromos AT específicos normalmente produzem poucas ou nenhuma
banda positiva em peixes. Geralmente este tipo de coloração resulta em bandas
negativas coincidentes com aquelas CMA
3
positivas ou em uma coloração
homogênea nos cromossomos do complemento. No entanto, casos onde a
aplicação dos fluorocromos resultou em sinais positivos adjacentes a porções GC
ricas (ARTONI et al., 1999). Regiões ricas em AT também são observadas em
peixes, como em alguns Salmonideos e Zebrafishes, onde segmentos positivos para
DAPI, ocorrem juntos com regiões ricas em GC (MAYR et al., 1988)
Para Genidens genidens e Genidens barbus, a coloração com DAPI mostrou-
se uniforme em todos os cromossomos, exceto para as regiões organizadoras de
nucléolo (figura 10b e 12b, respectivamente) onde apresentou-se negativa. Esta
homogeneidade de sinal ao longo da maioria dos cromossomos após a dupla
coloração CMA
3
/DAPI sugere ausência de grandes clusters ricos em pares de bases
GC ou AT nestes peixes, estando igualmente espalhadas na eucromatina e
heterocromatina (figura 10a/b e 12a/b), exceto pela porção heterocromática (figura
10c e 12c) associada à RON (figura 10d e 12d).
Esta coincidência entre marcações fluorescentes e RONs foi encontrada
também para diversas espécies de peixes (SOLA et al., 1992; DA SILVA
CORTINHAS et al., 2003; CIPRIANO, 2005; NOLETO et al., 2006; SCZEPANSKI, et
al., 2007 entre outros), incluindo alguns Siluriformes (ARTONI et al., 1999; SWARÇA
et al., 1999; SWARÇA et al.,2001a, MAISTRO et al., 2002; GARCIA, 2003; STOLF et
al., 2004; SOUZA et al., 2004a) revelando associações entre segmentos
heterocromáticos ricos em bases GC e genes ribossomais (PENDAS et al., 1993).
Tais associações, mesmo sendo encontradas comumente em vertebrados inferiores
(SCHMID e GUTTENBACH, 1988) incluindo os teleósteos (AMEMIYA e GOLD,
1986), não é considerada regra geral para os mesmos, podendo marcar outras
41
regiões ricas em GC não concordantes com RONs (ARTONI et al., 1999; MARTINEZ
et al., 2004).
Para Aspistor luniscutis, além das marcações coincidentes com as Regiões
Organizadoras de Nucléolo (Figura 11a, b, c e d), alguns cromossomos
apresentaram seus telômeros negativos para coloração com DAPI. É possível que
uma heterocromatina primariamente rica em GC, mais provavelmente àquela
associada à RON, poderia se estender para alguns cromossomos por processos de
amplificação. Mecanismos potenciais para isto são: trocas desiguais entre
cromossomos, transposições e duplicações regionais (MARGARIDO e GALETTI Jr.,
2000).
42
FIGURA 10 METÁFASE DE Genidens genidens, APÓS: DUPLA COLORAÇÃO CMA
3
/DAPI (a,b,c)
E TRATAMENTO COM AgNO
3
(d)


 
43
FIGURA 11 METÁFASE DE Aspistor luniscutis, APÓS: DUPLA COLORAÇÃO CMA
3
/DAPI (a,b,c) E
TRATAMENTO COM AgNO
3
(d)
Nota: As setas em vermelho indicam marcações fluorescentes coincidentes com as RONs e as setas
em laranja as marcações adicionais encontradas em alguns telômeros
 
 
44
FIGURA 12 METÁFASE DE Genidens barbus, APÓS: DUPLA COLORAÇÃO CMA
3
/DAPI (a,b,c) E
TRATAMENTO COM AgNO
3
(d)
 
 
45
5.5 CARACTERIZAÇÃO DAS REGIÕES ORGANIZADORAS DE NUCLÉOLO
(RONs) ATRAVÉS DA IMPREGNAÇÃO COM NITRATO DE PRATA
Através deste método é possível evidenciar apenas RONs ativas, sendo
portanto um método de identificação de expressão dos genes ribossomais
(HOWELL e BLACK, 1980).
Nos exemplares de Genidens genidens analisados, as RONs foram
observadas em posição terminal no braço curto de um par de cromossomos
submetacêntricos (Figura 13) como também observado para Genidens barbus
(Figura 15).
A presença de somente um par de RONs, sendo estas localizadas
terminalmente, como observado para estas espécies, é a condição mais comumente
encontrada na maioria dos teleósteos e outras espécies de vertebrados (AMEMIYA
e GOLD, 1986). Especialmente entre os Siluriformes, vários casos de RONs simples
tem sido detectadas, como em algumas espécies de Pimelodidae (FENOCCHIO e
BERTOLLO, 1992a; FENOCCHIO et al., 1993; BORIN e MARTINS-SANTOS, 2002;
SWARÇA et al., 2003; SOUZA et al., 2003; GARCIA e MOREIRA FILHO, 2005),
Ageneiosidae (FENOCCHIO e BERTOLLO,1992b) , Auchenipteridae (RAVEDUTTI e
JULIO Jr., 2001) e Doradidae (FENOCCHIO et al., 1993), com possíveis variações
ocorrendo no tipo de cromossomo portador e na presença ou ausência de
heteromorfismos de tamanho entre cromossomos homólogos. Das 231 espécies
descritas quanto ao número e localização das Regiões Organizadoras de Nucléolos,
cerca de 71% apresentaram este mesmo padrão (KLINKHARDT,1998; OLIVEIRA et
al., 2000) indicando que isto poderia ser considerado um caráter simplesiomórfico
para o grupo (OLIVEIRA e GOSZTONYI, 2000).
Heteromorfismo de tamanho das RONs também foi encontrado em G.
genidens e G. barbus (Figura 13 e 15, respectivamente). Este tipo de
heteromorfismo é freqüentemente encontrado em alguns grupos de peixes,
especialmente em espécies que apresentam RONs simples (FORESTI et al., 1981).
A diferença no tamanho das RONs em cromossomos homólogos pode ser atribuída
à: variações no grau de condensação, diferenças na atividade funcional destas
regiões ou ainda à mudanças estruturais constituindo um verdadeiro polimorfismo
genético (GOLD et al., 1990). Tal heteromorfismo também foi observado após a
dupla coloração CMA
3
/DAPI (figura 10 e 12) sugerindo a ocorrência de diferenças
46
estruturais causadas por transposições, permutas desiguais ou por rearranjos de
duplicação em tandem de uma das RONs.
Aspistor luniscutis apresentou RONs múltiplas situadas em 3 pares
cromossômicos, podendo evidenciar também um heteromorfismo de tamanho em
um par de cromossomos submetacêntricos (Figura 14). A ocorrência de RONs
múltiplas e/ou posição intersticial das mesmas, pode ser considerada uma apomorfia
para as espécies que as possuem (HSU et al., 1975). Esta variabilidade também
tem sido observada em algumas famílias de Siluriformes como em Callichthyidae
(OLIVEIRA et al., 1988; OLIVEIRA et al., 1992; PORTO e FELDBERG, 1992) e
Loricariidae (ARTONI e BERTOLLO, 1996)
FIGURA 13 – METÁFASES DE G. genidens APÓS TRATAMENTO COM
AgNO
3
47
FIGURA 14 – METÁFASES DE A. luniscutis APÓS TRATAMENTO COM AgNO
3
FIGURA 15 – METÁFASES DE G. barbus APÓS TRATAMENTO COM AgNO
3
48
5.6 HIBRIDAÇÃO FLUORESCENTE in situ (FISH) COM SONDAS rDNA 18S
Tanto em Genidens genidens (Figura 16) quanto em Genidens barbus (Figura
17), a hibridação fluorescente com sondas rDNA 18S confirmaram a localização
terminal das RONs em um par de cromossomos submetacêntricos. Para Aspistor
luniscutis as marcações com as sondas rDNA 18S também foram coincidentes com
localizações múltiplas mostradas pela coloração com AgNO
3
(Figura 18).
FIGURA 16 – HIBRIDAÇÃO FLUORESCENTE in situ EM G. genidens COM SONDA rDNA 18S
FIGURA 17 – HIBRIDAÇÃO FLUORESCENTE in situ EM G. barbus COM SONDA rDNA 18S
49
FIGURA 18 – HIBRIDAÇÃO FLUORESCENTE in situ EM A. luniscutis COM SONDA rDNA 18S
Tais marcações foram coincidentes com os resultados obtidos por
impregnação com nitrato de prata (Figura 13, 14 e 15), assim como pela aplicação
do fluorocromo base-específico CMA
3
(Figura 10, 11 e 12), sugerindo que o
heteromorfismo observado possa ser devido à diferença no número de pias de
cístrons ribossomais (Figura 20a,b,c). A dispersão desses segmentos no genoma
através de eventos de transposições poderia ser facilitada pelo fato destas regiões
serem heterocromáticas (MOREIRA-FILHO et al., 1984), frequentemente
encontradas associadas (Figura 19) e por estarem localizadas em regiões
teloméricas que são ambientes propícios para esta transferência quando estão
próximas no núcleo interfásico (SCHWEIZER e LOIDL, 1987).
FIGURA 19 - ASSOCIAÇÕES ENTRE CROMOSSOMOS PORTADORES DAS RONs OBSERVADAS
EM G. genidens (a), Aspistor luniscutis (b) E G. barbus (c)

50
FIGURA 20 CARIÓTIPO DE G. genidens (a), Genidens barbus (b) E Aspistor luniscutis (c),
DESTACANDO O PAR PORTADOR DA RON APÓS HIBRIDAÇÃO in situ COM
SONDA rDNA 18S, DUPLA COLORAÇÃO CMA
3
/DAPI, TRATAMENTO COM
AgNO
3
, E BANDAMENTO C, RESPECTIVAMENTE



51
Heteromorfismos observados por Ag-RONs, CMA
3
+ e confirmados por
hibridação in situ também puderam ser evidenciados em alguns Siluriformes, como:
Conorhynchos conirostris, Lophiosilurus alexandri (GARCIA e MOREIRA-FILHO,
2002), Pimelodus maculatus, P. argenteus e P. absconditus (SOUZA et al., 2004b),
Steindachneridion sp. (SWARÇA et al., 2001b), Zungaro zungaro (SWARÇA et al.,
2001c) entre outros.
5.7 HIBRIDAÇÃO FLUORESCENTE in situ (FISH) COM SONDAS rDNA 5S
Dados referentes à localização dos genes da subunidade ribossômica menor
em Siluriformes mostram-se ainda bastante incipientes. Analisando 19 gêneros
dentro da ordem, ALMEIDA-TOLEDO et al. (2007) propõem uma tendência não
conservativa de número e localização do gene ribossomal 5S dentro das famílias,
embora uma conservação ocorra dentro da maioria dos gêneros analisados, sendo
Pimelodus e Hypostomus uma exceção.
Resultados com hibridação in situ com sonda rDNA 5S foram obtidos apenas
para Genidens genidens, sendo que nesta espécie foi visualizada a marcação
intersticial em um par de cromossomos acrocêntricos (Figura 21). O par portador da
RON pode ser facilmente distinguido devido a sua marcação positiva para iodeto de
propídeo (IP) (Figura 21, setas brancas). Os conteudos GC presentes neste par
aumentam a temperatura de fusão do DNA e consequentemente a RON permanece
em dupla fita durante a desnaturação, incrementando, portanto, a afinidade para
iodeto de propídeo (RAB et al. 1996).
52
FIGURA 21 – HIBRIDAÇÃO FLUORESCENTE in situ EM G. genidens COM SONDA rDNA 5S
Nota: As setas em branco indicam o par portador da RON e as setas amarelas os sítios
rDNA 5S
A localização em arranjos independentes e ambientes cromossômicos
distintos dos tios rDNA 45S e rDNA 5S, mostram como sendo a situação mais
comumente observada nos peixes (MARTINEZ et al., 1996; GALETTI Jr. e
MARTINS, 2004) e nos vertebrados de modo geral (SUZUKI et al., 1996). Esta
divergência de localização, parece representar uma condição ótima que evita
interferências na harmonia desses tios de múltiplas cópias (MARTINS e GALETTI
Jr., 1999).
Na maioria dos organismos, incluindo peixes, os genes rDNA 5S são
localizados em um par cromossômico (PENDAS et al., 1994), sendo provavelmente
esta a condição mais primitiva entre os grupos animais (MARTINS e GALETTI Jr.,
1999). A ocorrência em mais de um par sugere que tais clusters podem estar
evoluindo separadamente.
O mapeamento destes genes em vários peixes, tem mostrado localizações
em segmentos intersticiais dos cromossomos, como também observado em anfíbios
e mamíferos (MARTINS e GALETTI Jr., 2001; GALETTI Jr. E MARTINS, 2004). A
área intersticial do cromossomo pode proteger de eventos evolutivos, tais como
53
transposições, que poderiam agir na dispersão destas sequências. No entanto,
relatos de localização terminal de tais sítios também têm sido observados nos peixes
como em alguns Tetraodontiformes (MANDRIOLI e MANICARDI, 2001; NOLETO et
al., 2006), Perciformes (MANDRIOLI et al., 2001), Atheriniformes (SCZEPANSKI et
al., 2007), entre outros.
54
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo apresentou uma análise citogenética para três espécies
pertencentes à família Ariidae, coletadas no litoral paranaense: Genidens genidens,
Aspistor luniscutis e Genidens barbus. As duas primeiras tiveram uma análise
citogenética populacional comparativa, enquanto na última, abordou-se
peculiaridades cromossômicas detectadas apenas em uma população. Com os
resultados destas análises, algumas tendências de evolução cariotípica puderam ser
levantadas.
Foi notória a manutenção do número diplóide (2n=56) para as três espécies
analisadas, reforçando a estabilidade cariotípica proposta para a família Ariidae,
assim como para a maioria dos Siluriformes. Também pôde ser observado um alto
valor de número fundamental (NF), indicando a presença de grande parte de
cromossomos de dois braços na composição de seus cariótipos, sendo este um
caráter plesiomórfico amplamente distribuído no grupo.
Marcadores citogenéticos se mostraram resolutivos na identificação de uma
estreita relação filogenética entre as espécies do gênero Genidens, como a
presença de um par portador das RONs (este apresentando heteromorfismo de
tamanho), mesma fórmula cariotípica (NF=108) e mesmo padrão de bandamento C,
com marcações centroméricas e blocos heterocromáticos ocupando o braço curto de
alguns cromossomos. A diferença entre estas duas espécies se deve principalmente
à presença de um sistema cromossômico sexual do tipo XY observado em G.
barbus. A ocorrência de espécies estreitamente relacionadas com e sem presença
de cromossomos sexuais vivendo em sintopia, indica que este sistema sexual
representa uma importante barreira reprodutiva entre estas espécies.
As inversões pericêntricas, como variações estruturais, parecem atuar
fortemente na diversificação cariotípica desta família, como demonstrado pela
divergência no número fundamental encontrado entre os gêneros Genidens e
Aspistor, devido a ausência de cromossomos acrocêntricos no cariótipo deste último.
Neste contexto tais rearranjos mostram ter significados adaptativos, dada a
frequência que ocorrem nesta condição ambiental.
A aplicação de técnicas de citogenética molecular, mais especificamente a
FISH com sondas rDNA 18S, mostrou-se bastante informativa na caracterização
cromossômica destas espécies. Desta forma, as variações observadas com relação
55
aos genes ribossomais - RONs múltiplas em Aspistor e RONs simples em Genidens
- podem constituir um importante marcador citotaxonômico. Variações no número,
posição e tamanho de RONs têm sido encontradas em diferentes grupos de peixes
e, de acordo com KLINKHARDT (1998), isto pode fornecer informação valiosa sobre
diferenças intra e inter especificas, que ajudaria na definição da posição taxonômica
de tais espécies em termos de evolução cariotípica.
Em resumo, as populações apresentaram particularidades citogenéticas,
permitindo diferenciar as espécies aqui estudadas, podendo-se considerar como
caracteres diagnósticos: fórmula cariotípica, presença de sistema cromossômico
sexual, número e posição da RONs, quantidade e distribuição de heterocromatina
constitutiva. Tais polimorfismos cromossômicos refletem o significado deles na
variabilidade cariotípica do grupo.
Tais resultados contribuem para um melhor entendimento dos processos de
diferenciação e evolução cromossômica, e em associações com outras abordagens,
sejam elas morfológicas e/ou moleculares, permitem compreender melhor a
biodiversidade de nossa ictiofauna.
56
7 CONCLUSÕES
a) Genidens genidens, Genidens barbus e Aspistor luniscutis apresentaram o
mesmo número diplóide (2n= 56), reforçando a estabilidade cariotípica
proposta para esta família, assim como para a maioria dos Siluriformes
(2n=56±2)
b) O alto valor de NF encontrado para as três espécies (NF=108 para G.
genidens e G. barbus e NF=112 para A. luniscutis) pode ser considerado um
caráter plesiomórfico amplamente distribuído entre os Siluriformes;
c) As inversões pericêntricas parecem ter um papel fundamental na
diversificação cariotípica nesta família;
d) Embora o tenham sido capturados exemplares fêmeas de G. barbus, a
coloração convencional, o bandamento C e a digestão por enzima de
restrição sugerem a ocorrência do sistema sexual (XX/XY) na população
paranaense, como descrito por GOMES, PHAN e PASSOS (1994) para
esta espécie no litoral paulista;
e) Um padrão de distribuição da heterocromatina constitutiva pode ser
observado para as três espécies, tanto através do bandamento C quanto pela
digestão pela enzima Alu I, com marcações centroméricas, teloméricas e
coincidentes com as RONs. As RONs mostraram-se ser regiões ricas em
pares de bases GC quando tratadas com CMA
3
;
f) G. genidens e G. barbus apresentaram apenas um par de cromossomos
submetacêntricos portadores de RONs sendo estes heteromórficos quanto ao
tamanho, evidenciados através de hibridação fluorescente in situ com sondas
rDNA 18S e impregnação com nitrato de prata;
g) Aspistor luniscutis apresentou RONs múltiplas, também com heteromorfismos
de tamanho, evidenciados por FISH com sondas rDNA 18S e AgNO
3
, sendo
este caráter considerado apomórfico;
h) Marcação intersticial em um par de cromossomos acrocêntricos foi obtido
através da hibridação In situ fluorescente com sondas rDNA 5S na espécie G.
genidens, situação mais comumente observada nos peixes e em vertebrados
em geral.
57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AFFONSO, P. R. A. M. Caracterização citogenética de peixes de recifes de
corais da família Pomacanthidae (Perciformes). 115p. Dissertação (Mestrado:
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde) - Universidade Federal de São Carlos,
São Carlos - SP, 2000.
AFFONSO, P. R. A. M. e GALETTI Jr., P. M. Chromosomal diversification of reef
fishes from genus Centropyge (Perciformes, Pomacanthidae). Genet., v.123 (3), p.
227-233, 2005.
ALMEIDA-
TOLEDO, L. F.; GARCIA, C.; BRANDÃO, K.O.; PEIXOTO, M. S.;
RODRIGUES, R. M. e CLARO, F. L. Tendências de localização e de número de
sítios do gene ribossomal 5S em 19 gêneros de Siluriformes. In: 53º CONGRESSO
BRASILEIRO DE GENÉTICA. Res... Águas de Lindóia, SP, 2007.
AMEMIYA, T. e GOLD, J. R. Chromomycin A
3
stains nucleolus organizer regions of
Fish chromosomes. Copeia v.1, p. 226-231, 1986.
ÂNGULO, R. J. e ARAÚJO, A. D. Classificação da costa paranaense com base na
sua dinâmica, como subsídio à ocupação da orla litorânea. Bol. Par. Geoc., Curitiba,
v. 44, p. 7-17, 1996.
ARRATIA, G. Description of the primitive family Diplomystidae (Siluriformes,
Teleostei, Pisces): morphology, taxonomy and phylogenetic implications. Bonn.
Zool. Monogr. v. 24, p.1-120, 1987.
ARRATIA, G. Phylogenetic relationships of Teleostei: Past and Present. Estud.
Oceanol. v.19, p.19-51, 2000.
ARRATIA, G., KAPOOR, B. G., CHARDON, M. e DIOGO, R.. Catfishes. Science
Publishers, EnWeld, NH, 2003.
ARREGUIN, R. E. Caracterización citogenética en el bagre marino (Galeichthys
caerulenscens). In: VII CONG. NL. ZOOL. Res... 1983.
ARTONI, R. F. e BERTOLLO, L. A. C. Cytogenetic Studies In Hypostominae
(Pisces, Siluriformes, Loricariidae). Considerations on karyotype evolution in the
genus Hypostomus. Caryol. v. 49, p.81-90, 1996.
58
________; VENERE, P. C. e BERTOLLO, L. A. C. A heteromorphic ZZ/ZW sex
chromosome system in fish, genus Hypostomus (Loricariidae). Cytol. v.63, p.421-
425, 1998.
______; MOLINA, W. F.; BERTOLLO, L. A. C. e GALETTI Jr., P. M. Heterochromatin
analysis in the fish species Liposarcus anisitsi (Siluriformes) and Leporinus elongatus
(Characiformes). Genet. Mol. Biol. v.22 (1), p. 39-44, 1999.
______; VICARI, M. R. e BERTOLLO, L. A. C. Citogenética de peixes Neotropicais:
métodos, resultados e perspectivas. PUBLICATIO-UEPG: Biol. Health Scien., v.
6(1), p. 43-60, 2000.
______ e BERTOLLO, L. A. C. Trends in the karyotype evolution of Loricariidae fish
(Siluriformes). Hered. v.134, p. 201-210, 2001.
AZEVEDO, M. C. C.; ARAÚJO, F. G.; CRUZ-FILHO, A. G.; GOMES, I. D. e
PESSANHA, A. L. M. Variação espacial e temporal de Bagres Marinhos
(Siluriformes, Ariidae) na Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro. Rev. Bras. Biol. v. 59(3),
p. 443-454, 1999.
BERRA, T. M. Freshwater fish distribution. London: Academic Press, 2001.
BETANCUR-R, R. Filogenia de los bagres marinos (Siluriformes: Ariidae) del
nuevo mundo. 117p. Tesis de Maestria - Universidad Nacional de Colômbia, 2003.
BETANCUR-R, R.; ARTURO, A. P.; BERMINGHAM, E. e COOKE, R. Systematics
and biogeography of New World sea catfishes (Siluriformes: Ariidae) as inferred from
mitochondrial, nuclear, and morphological evidence. Mol. Phylog. Evol..
doi:10.1016/j.ympev.2007.02.022.
BIZERRIL, C. R. S. F. e COSTA, P. A. S. Peixes marinhos do estado do Rio de
Janeiro. Fundação de Estudos do Mar, 2001.
BOCHLERT, G. W. e MUNDY, B. C. Roles of behavioral and physical factor in larval
and juvenile fish recruitment to estuarine nursery areas. Am. Fish. Soc. Symp. v.3,
p. 51-67, 1988.
BORIN, L. A. e MARTINS-SANTOS, I. C. Karyotype characterization of three species
of the genus Trichomycterus (Teleostei, Siluriformes) from Iguaçu river basin.
Genet., v. 106, p. 3-8, 1999.
59
________e MARTINS-SANTOS, I. C. Cytogenetic aspects in species of the genus
Pimelodus (Pisces, Siluriformes, Pimelodidae) of the river Paraná Basin. Cytol. v.67,
p. 199-204, 2002.
BRIGGS, J. C. The biogeography of otophysian fishes (Ostariophysi: Otophysi): a
new appraisal. J. of Biog. v. 32, p. 287-294, 2005.
BRITSKY, H. A.; SATO, Y. e ROSA, A. B. S. Manual de identificação de peixes da
região de Três Marias (com chaves de identificação para os peixes da Bacia do
São Francisco).ed. Brasília: CODEVASF. 115 p, 1988.
BRUM, M. J. I. Correlações entre a filogenia e a citogenética dos peixes teleósteos.
Soc. Bras. de Gen. rie Monografias. v.2, p. 5-42, 1995.
______. Cytogenetic studies of Brazilian marine fish. Braz. J. Genet. v.19(3), p. 421-
427, 1996.
______ e GALETTI Jr., P. M. Teleostei Ground Plan Karyotype. J. Comp. Biol.
v.2(2), p. 91-102, 1997.
______; AFFONSO, P. R. A. M.; MOTA, L. C. G.; PAULS, E. e NETTO, M. R. C. B.
Cytogenetic characterization of Porichthys porosissimus (Velenciennes, 1857)
(Batrachoidiformes) from the Rio de Janeiro Coast, Brazil. Chrom. Science. v. 5,
p.15-18, 2001.
CENTOFANTE, L., BERTOLLO, L. A. C e MOREIRA-FILHO, O. A ZZ/ZW sex
chromosome system in a new species of the genus Parodon (Pisces, Parodontidae).
Caryol. v. 55, p. 139-150, 2002.
CESTARI, M. M. e GALETTI Jr., P. M. Chromosome Studies of Serrasalmus
spilopleura (Characidae, Serrasalminae) from the Parana-Paraguay Rivers:
Evolutionary and Cytotaxonomic Considerations. Copeia. v. 1, p. 108-112, 1992.
CHAVES, P. de T. da C. e CORRÊA, M. F. M. Composição ictiofaunística da área de
manguezal da Baía de Guaratuba, Estado do Paraná, Brasil (25º 52’S; 48º 39’ W)
Rev. Bras. Zool. v. 15(1), p. 195-202, 1998.
CHAVES, P. e BOUCHEREAU, J- L. Biodiversité et dynamique des peuplements
ichtyiques de la mangrove de Guaratuba, Brésil. Oceanol. Acta. v. 22(3), p. 353-
364, 1998.
60
CHOUDHURY, R. C.; PRASAD, R. e DAS, C. C. Chromosomes of four Indian marine
catfishes (Bagridae, Ariidae: Siluriformes) with a heteromorphic pair in male Mystus
gulio. Caryol. v. 46(2-3), p. 233-243, 1993.
CIPRIANO, R. R. Estudos Citogenéticos em Teleósteos marinhos pertencentes
a Baía de Paranaguá- Paraná, Brasil. Dissertação (Mestrado em Genética) Setor
de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2005.
CORRÊA, M. F. M. Ictiofauna da Baía de Guaraqueçaba (Paraná, Brasil).
Composição, estrutura, distribuição espacial, variabilidade temporal e
importância como consumo. Tese (Doutorado em Zoologia) Setor de Ciências
Biológicas, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2001.
DA SILVA CORTINHAS, M. C.; CESTARI, M. M.; SWARÇA, A. C. e FENOCCHIO,
A. S. First chromosome data about the silverside Atherinella brasiliensis
(Atheriniformes, Pisces) from the south coast of Brazil. Conventional, Ag-NOR and
CMA
3
bandings and FISH studies. Caryol. v. 56(2), p. 187-191, 2003.
DE PINNA, M. C. C. Phylogenetic relationships of Neotropical Siluriformes (Teleostei:
Ostariophysi): Historical Overview and synthesis of hypotheses. In: Malabarba, L. R.;
Reis, R. E.; Vari, R. P.; Lucena, Z. M. S.; Lucena, C. A. S. (Eds.). Phylogeny and
classification of Neotropical fishes. Porto Alegre: EDIPUCRS. p. 278-330, 1998.
DIOGO, R. Muscles versus bones: catfishes as a case study for a discussion on the
relative contribution of myological and osteological features in phylogenetic
reconstructions. Anim. Biol. v. 54, p. 373-391, 2004.
FARIA, K. C. e MORIELLE-VERSUTE, E. In situ hybridization of bat chromosomes
with human (TTAGGG)n probe, after previous digestion with AluI. Genet. Molec.
Biol. v. 25(4), p. 365-371, 2002.
FAVARO, L. F.; FREHSE, F. de A.; OLIVEIRA, R. N. e SCHWARZ Jr., R.
Reproduction of the Madamango sea catfish, Cathorops spixii (Agassiz)
(Siluriformes, Ariidae), of the Pinheiros Bay, estuarine coastal area of Paraná, Brazil.
Rev. Bras. Zool. v. 22(4), 2005.
FENOCCHIO, A.S e BERTOLLO, L. A. C. . Supernumerary Chromosomes in a
Rhamdia hilarii population (Pisces, Pimelodidae). Genet. v. 81, p. 193-198, 1990.
________; VENERE, P. C.; CESAR, A. C. G.; DIAS, A. L. e BERTOLLO, L. A. C.
Short term culture from solid tissues of fishes. Caryol. v. 44(2), p. 161-166, 1991.
61
______ e BERTOLLO, L. A. C (a). Karyotype similarities among Pimelodidae
(Pisces, Siluriformes) from the Brazilian Amazon region. Cytobios. v. 69, p. 41-46,
1992.
______ e BERTOLLO, L. A. C. (b). Karyotype, C-bands and NORs of the Neotropical
Siluriform Fish Ageneiosus brevifilis and A. atronases (Ageneiosidae). Cytobios, v.
72, p. 19-22, 1992.
______; VENERE, P. ; JORGE, L. C. e BERTOLLO, L. A. C. Cytogenetic
characterization of some Doradidae species (Pisces, Siluriformes). Rev. Bras.
Genet. v. 16(4), p. 1097-1101, 1993.
_______; BERTOLLO, L. A. C. ; TAKAHASHI, C. S. e CAMACHO, J. P.
Considerations on B-Chromosome origin and distribution in fish populations of the
Rhamdia genus (Siluriformes, Pimelodidae). Folia Biol. v. 48(3-4), p. 105-109, 2000.
______; PASTORI, M. C.; RONCATI, H.; MOREIRA FILHO, O. e BERTOLLO, L. A.
C. A cytogenetic survey of the fish fauna from Argentina. Caryol. v. 56(2), p. 197-
204, 2003.
FERNANDEZ, J. L.; GOYANES, V. J.; RAMIRO-DIAS J. e GOSALVEZ, J. Evidence
of a differential organization of chromatin containing terminal or interstitial
(TTAGGG)(n) repeats by in situ digestion with nucleases. Cytogenet. Cell Genet. v.
82, p. 195-198, 1998.
FERRARIS Jr., C. J. Checklist of catfishes, recent and fossil (Osteichthyes:
Siluriformes), and catalogue of siluriform primary types. Zootaxa. v.1418, p. 1–628,
2007.
FIGUEIREDO, J. L. e MENEZES, N. A. Manual de Peixes Marinhos do Sudeste
do Brasil. II Teleostei (1). Universidade de São Paulo, Museu de Zoologia, 110p.,
1978.
FINK, S. V. e FINK, W. L. Interrelationships of the ostariophysian fishes. Zool. J.
Linn. Soc. v. 72, p. 297-353, 1981.
FITZSIMONS, J.; LEGRANDE, M. e KORTH, J. Karyology of the marine catfish
Bagre marinus Ariidae with an analysis of chromosome numbers among siluriform
fishes. J. Ichthyol. v. 35, p.189-193, 1988.
62
FONTANA F., ROSSI, R.; LANFREDI, M.; ARLATI, G. e BRONZI, P. Cytogenetic
characterization of cell lines from three sturgeon species. Caryol. v. 50, p. 91-95,
1997.
FORESTI, F. ; ALMEIDA-TOLEDO, L. F. e TOLEDO FILHO, S. A. Polymorphic
Nature of Nucleolus Organizer Regions in Fishes. Cytogenet. Cell Genet. v. 31, p.
137-144, 1981.
GALLETI Jr., P. M.; AGUILAR, C. T. e MOLINA, W. F. An overview of marine fish
cytogenetics. Hydrobiol. v. 420, p. 55-62, 2000.
_____ e MARTINS, C. Contribuição da hibridização in situ para o conhecimento dos
cromossomos de peixes. Capitulo 3. In: GUERRA, M. S. (Org.). FISH: Conceitos e
Aplicações na Citogenética. Ribeirão Preto, SP: Sociedade Brasileira de Genética,
p.61-88, 2004.
GARCIA, A. M. ; BURNS, M. D. M. e VIEIRA, J. P. Genidens genidens (Cuvier)
(Pisces, Ariidae), oral incubation of eggs. Pan-Amer. J. Aquat. Scien. (Original
scientific photographs), 2006.
GARCIA, C. e MOREIRA FILHO, O. Estudos citogenéticos em Conorhynchus
conirostris e Lophiosilurus alexandri (Pisces,Siluriformes) da bacia do Rio o
Francisco. In: X CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFSCar. Anais...
São Carlos, 2002.
_______. Contribuição aos estudos citogenéticos de representantes de três
famílias de Siluriformes. Monografia - Universidade Federal de São Carlos, o
Carlos (SP), 2003.
_______. Contribuições aos estudos citogenéticos em algumas espécies de 5
famílias de Siluriformes do rio São Francisco. Dissertação (Mestrado em
Ciências Biológicas e da Saúde) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos
(SP), 2005.
_______ e MOREIRA-FILHO, O. Cytogenetical analyses in three fish species of the
genus Pimelodus (Siluriformes: Pimelodidae) from rio São Francisco: considerations
about the karyotypical evolution in the genus. Neotrop. Ichthyol. v. 3(2), p. 285-290,
2005.
GARCIA, F.; NOGUES, C.; GARCIA, M.; EGOZCUE, J. e PONSÀ, M.
Characterization of constitutive heterochromatin in Cebus apella (Cebidae, Primates)
63
and Pan troglodytes (Hominidae, Primates): comparison to human chromosomes.
Am. J. Primatol. v. 49, p. 205-221, 1999.
GARCIA-MOLINA, F. e URIBE-ALCOCER, M. Análisis Cromosómico del Bagre
Marino Arius felis (Ariidae: Siluriformes) de la Región de la Laguna de Términos,
Campeche. An. Inst. Cienc. Mar Limnol. v. 16, p. 69-74, 1988.
GOLD, J. R.; LI, Y. C.; SHIPLEY, N. S. e POWERS, P. K. Improved methods for
working with fish chromosomes with a review of metaphase chromosome banding. J.
Fish Biol. v. 37, p. 563-575, 1990.
GOMES, I. D.; ARAÚJO, F. G.; AZEVEDO, M. C. C. e PESSANHA, A. L. M. Biologia
reprodutiva dos bagres marinhos Genidens genidens (Valenciennes) e Cathorops
spixii (Agassiz) (Siluriformes, Ariidae) na Baía de Sepetiba, Rio de Janeiro, Brasil.
Rev. Bras. Zool. v. 16(2), p. 171-180, 1999.
______ e ARAÚJO, F. G. Influences of the reproductive cycle on condition of marine
catfishes (Siluriformes, Ariidae) in a coastal area at southeastern Brazil. Environm.
Biol. of Fish. v. 71, p. 341–351, 2004.
GOMES, V.; PHAN, V. N. e PASSOS, M. J. A. C. R. The karyotype of a marine
catfish, Bagre bagre, from Brazil. Japan J. Ichthyol. v. 37(3), p. 321-323, 1990.
______; PHAN, V. N. e PASSOS, M. J. A. C. R. The karyotype of Cathorops sp, a
marine catfish from Brazil. Bol. Inst. Oceanogr. v. 40(1/2), p. 87-91, 1992.
______; PHAN, V. N. e PASSOS, M. J. A. C. R. Karyotypes of three species of
marine catfishes from Brazil. Bol. Inst. Oceanogr. v. 42(1/2), p. 55-61,1994.
GOODPASTURE C. e BLOOM, S. E. Visualization of nucleolar organizer in
mammalian chromosomes using silver staining. Chrom. v. 53, p. 37-50, 1975.
HATANAKA, T e GALETTI Jr., P.M. Mapping of the 18S and 5S ribosomal RNA
genes in the fish Prochilodus argenteus Agassiz 1829 (Characiformes,
Prochilodontidae), Genet. v. 122, p. 239-244, 2004.
HOWELL, W. M. e BLACK, D. A. Controlled silver staining of nucleolus organizer
regions with a protective colloidal developper: a 1-step method. Experientia. v. 36, p.
1014-1015, 1980.
64
HSU, T. C.; SPIRITO, S. E. e PARDUE, M. L. Distribution of the 18 + 28 ribossomal
genes in mammalian genomes. Chrom. v. 53, p. 25-36, 1975.
JACK, E. M.; HARRISON, C. J.; ALLEN, T. D. e HARRIS, R. The structural basis for
C banding: a. scanning electron microscope study. Chrom. v. 91, p. 363-368, 1985.
JESUS, C. M.; BERTOLLO, L. A. C e MOREIRA-FILHO, O. Comparative
cytogenetics in Apareiodon affinis (Pisces, Characiformes) and considerations
regarding diversification of the group. Genet. v. 105, p. 63-67, 1999.
JIANXUN, C.; XIUHAI, R. e QIXING, Y. Nuclear DNA content variation in fishes.
Cytol. v. 56, p. 425-429, 1991.
KANTEK, D. L. Z.; NOLETO, R. B.; FENOCCHIO, A. S. e CESTARI, M. M.
Cytotaxonomy, Heterochromatic Polymorphism and Natural Triploidy of a Species of
Astyanax (Pisces, Characidae) Endemic to the Iguaçu River Basin. Braz. Arch. Biol.
Technol. v. 50, p. 67-74, 2007.
KAVALCO, K. F.; PAZZA, R.; BERTOLLO, L. A. C. e MOREIRA-FILHO, O.
Karyotypic diversity and evolution of Loricariidae (Pisces, Siluriformes). Heredity. v.
94, p. 180-186, 2005.
KIRPICHNIKOV, V. S. Genet. Bas. Fish Select. New York: Springer-Verlag, 1981.
KLINKHARDT, M.; TESCHE, M. e GREVEN, H. Datab. Fish Chrom.. Magdeburg,
237p., 1995.
________. Some aspects of karyoevolution in fishes. Anim. Resear. Devel. v. 47, p.
7-36, 1998.
LEGRANDE, W. H. The chromosome complement of Arius felis (Siluriformes,
Ariidae). Jap. J. Ichthyol. p. 82-84, 1980.
_______. Chromosomal Evolution in North American Catfishes (Siluriformes:
Ictaluridae) with Particular Emphasis on the Madtoms, Noturus.
Copeia. v. 1, p. 33-52, 1981.
LEVAN, A., FREDGA, K. e SANDBERG, A. A. Nomenclature for centromeric position
on chromosomes. Hereditas. v. 52, p. 201-220, 1964.
65
MAACK, R. Geografia física do Estado do Paraná. 2ª ed. Rio de Janeiro - RJ: José
Olympio, 1981.
MAISTRO, E. L. Caracterização morfológica estrutural de cromossomos
supranumerários em peixes. 152p. Tese (Doutorado. P. P. G. em Ciências
Biológicas, área de concentração: Genética) - Universidade Estadual Paulista,
Campus de Botucatu, 1996.
_______; OLIVEIRA, C. e FORESTI, F. Cytogenetic analysis of A- and B-
chromosomes of Rhamdia hilarii (Teleostei, Pimelodidae): C-banding, silver nitrate
and CMA
3
staining, and restriction endonuclease banding. Cytol. v. 67(1), p. 25-31,
2002.
MANDRIOLI, M. e MANICARDI, G. C. Cytogenetics and molecular analysis of the
pufferfish Tetraodon fluviatilis (Osteichthyes). Genet. v. 111, p. 433–438, 2001.
________; MANICARDI, G. C.; MACHELLA, N. e CAPUTO, V. Molecular and
cytogenetic analysis of the goby Gobius niger (Teleostei, Gobiidae). Genet. v. 110, p.
73-78, 2001.
MARCENIUK, A. P. Relações filogenéticas e revisão dos neros da família
Ariidae (Ostariophysi, Siluriformes). Tese (Doutorado), Instituto de Biociências da
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.
______. Chave para identificação das espécies de bagres marinhos (Siluriformes,
Ariidae) da costa brasileira. B. Inst. Pesca. v. 31(2), p. 89-101, 2005.
______ e MENEZES, N. A. Systematics of the family Ariidae (Ostariophysi,
Siluriformes), with a redefinition of the genera. Zootaxa. v. 1416, p. 1-126, 2007.
MARGALEF, R. Ecologia. Barcelona: Ed. Omega, 951p., 1977.
MARGARIDO, P. V. e GALETTI JR, P. M. Amplification of a GC-rich heterochromatin
in the freshwater fish Leporinus desmotes (Characiformes, Anostomidae). Genet.
Mol. Biol. v. 23(3), 2000.
MARTINEZ, J. L., MORÁN, P., GARCIA-VÁZQUEZ, E. e PENDÁS, A. M.
Chromosomal localization of the major and 5S rRNA genes in the European eel
(Anguilla anguilla). Cytogenet. Cell Genet. v. 73, p. 149-152, 1996.
66
MARTINEZ, E. R. M.; OLIVEIRA, C. e FORESTI, F. Cytogenetic analyses of
Pseudopimelodus mangurus (Teleostei, Siluriformes, Pseudopimelodidae). Cytol. v.
69(4), p. 419-424, 2004.
MARTINS, C. e GALETTI Jr., P.M. Chromosomal localization of 5S rDNA genes in
Leporinus fish (Anostomidae, Characiformes). Chrom. Research. v. 7, p. 363-367,
1999.
______ e GALETTI, P. M. Jr. . Two 5S rDNA arrays in Neotropical fish species: is it a
general rule for fishes? Genet. v. 111, p. 439–446, 2001.
MATHEY, R. Les chromosomes dês Vertebrés. Lausanne: Rouge, 1949.
MAYR, B., KALAT, M. e RAB, P. Heterochromatins and band karyotypes in three
species of salmonids. Theor. Appl. Genet. v. 76, p. 45-53, 1988.
MENEZES, N. A.; BUCKUP, P. A.; FIGUEIREDO, J. L. e MOURA, R. L. Catálogo
das espécies de peixes marinhos do Brasil. São Paulo, Museu de Zoologia da
Universidade de São Paulo, 160p., 2003.
MEZZANOTTE, R.; BIANCHI, U.; VANNI, R. e FERRUCI, L. Chromatin organization
and restriction endonuclease activity on human metaphase chromosomes.
Cytogenet. Cell Genet. v. 36, p. 562-566, 1983.
MISHIMA, M. e TANJI, S. Fatores ambientais relacionados à distribuição e
abundância de bagres marinhos (OSTEICHTHYES, ARIIDAE) no complexo
estuarino lagunar de Cananéia (25ºS; 48ºW). Bol. Inst. Pesca. v. 10, p. 17-27, 1983.
MOLINA, J.; MOLERO, T.; HERNÁNDEZ, L.; ACOSTA, D.; HERNÁNDEZ, J. e
VILLAMEDIANA, P. Cariotipo del bagre guatero Hexanematichthys herbergii
(Ariidae: Siluriformes) del estrecho del Lago de Maracaibo, Venezuela. Bol. Centro
Invest. Biol. v. 38(3), 2004.
MOLINA, W. F. e GALETTI Jr., P.M. Karyotypic changes associated to the dispersive
potential on Pomacentridae. J. Exper. Mar. Biol. Ecol. v. 309/1(109), p. 01-11,
2004.
MOREIRA-FILHO, O.; BERTOLLO, L. A. C e GALETTI Jr., P. M. Structure and
variability of nucleolar organizing regions in Paradontidae fish. Canad. J. Genet.
Cytol. v. 26(5), p. 564-568, 1984.
67
______; BERTOLLO, L.A.C e GALETTI Jr. Distribution of sex chromosome
mechanism in neotropical fish and description of ZZ/ZW system in Paradon hilarii
(Paradontidae). Caryol. v. 46(3), p. 115-125, 1993.
MOY-THOMAS, J. A. e MILES, R. S. Paleozoic fishes. Philadelphia: W. B.
Saunders Company, 259p., 1971.
NANDA, I., FEICHTINGER, W., SCHMID, M., SCHRÖDER, J. H., ZISCHLER, H. e
EPPLEN, J. T. Simple repetitive sequences are associated with the differentiation of
the sex chromosomes in the guppy fish. J. Mol. Evol. v. 30, p. 456-462, 1990.
______; SCHARTL, M.; FEICHTINGER, W.;EPPLEN, J. T. e SCHMID, M. Early
stages of sex chromosome differentiation in fish as analysed by simple repetitive
DNA sequences. Chrom. v. 101, p. 301-310, 1992.
NIRCHIO, M. e OLIVEIRA, C. Citogenética de Peces. 212p., 2006.
NELSON, J. S. Fishes of the World. 3
rd
ed. New York: John Wiley and Sons Inc.,
523p., 1994.
NOLETO, R. B.; VICARI, M. R.; CIPRIANO, R. R; ARTONI, R. F. e CESTARI, M. M.
Physical mapping of 5S and 45S rDNA loci in pufferfishes (Tetraodontiformes).
Genet. v. 130, p. 133-138, 2007.
OHNO, S. e ATKIN, N. B. Comparative DNA values and chromosome complements
of eight species of fishes. Chrom. v. 18, p. 455-466, 1966.
______. Sex chromosomes and sex-linked genes. New York: Springer, Berlin
Heidelberg, 1967.
______. Evolution by gene duplication. New York: Springer-Verlag, 160p., 1970.
OLIVEIRA, C.; ALMEIDA-TOLEDO, L. F.; FORESTI, F.; BRITSKI, H. A. e TOLEDO-
FILHO, S.A. Chromosome Formulae of Neotropical Freshwater Fishes. Brazil. J.
Genet. v. 11(3), p. 577-624 , 1988.
______; ALMEIDA-TOLEDO, L. F., MORI, L. e TOLEDO-FILHO, S. A. Extensive
chromosomal rearrangements and nucleolar DNA content changes in the evolution of
the armoured catfishes genus Corydoras (Pisces, Siluriformes, Callichthyidae). J.
Fish Biol. v. 40, p. 419-431, 1992.
68
______; ALMEIDA-TOLEDO, L. F. e FORESTI, F. Revisão dos estudos
citogenéticos em peixes neotropicais de águas continentais. In: VII SIMPÓSIO DE
CITOGENÉTICA E GENÉTICA DE PEIXES, Manaus AM. Res... Manaus: Instituto
Nacional de Pesquisa da Amazônia, 119p., 2000.
OLIVEIRA, C. e GOSZTONYI, A.E. A cytogenetic study of Diplomystes mesembrinus
(Teleostei, Siluriformes, Diplomystidae) with a discussion of chromosome evolution in
siluriformes. Caryol. v. 53(1), p. 31-37, 2000.
OZOUF-COSTAZ, C. e FORESTI, F. Fish cytogenetics research: advances,
applications and perspectives. In: Proceedings of the 7th International Congress of
Ichthyology. Netherl. J. Zool. v. 42(2-3), p. 277-290, 1992.
______; PISANO, E.; THAERON, C. e HUREAU, J. C. Antarctic fish chromosome
banding: significance for evolutionary studies. Cybium. v. 21(4), p. 399-409, 1997.
PARDUE, M. L. e HENNING, W. Heterochromatin: junk or collectors item? Chrom.
Focus. v. 100, p. 3-7, 1990.
PATERSON, A. W. e WHITFIELD, A. K. Do SHALLOW- water habitats function as
refugia for juvenile fishes? Estuar. Coast. Shelf. Sci. v. 51, p. 359-364, 2000.
PENDÁS, A. M., MÓRAN, P. e GARCÍA-VAZQUEZ, E. Ribosomal RNA genes are
interspersed throughout a heterochromatic chromosome arm in Atlantic salmon.
Cytogenet. Cell Genet. v. 63, p. 128-130, 1993.
______; MÓRAN, P.; FREIJE, J. P. e GARCÍA-VAZQUEZ, E. Chromosomal mapping
and nucleotide sequence of two tandem repeats of Atlantic salmon 5S rDNA.
Cytogenet. Cell Genet. v. 67, p. 31–36, 1994.
PINKEL. D., STRAUME, T. e GRAY, J. W. Cytogenetic analysis using quantitative,
high-sensitivity, fluorescence hybridization. Proceed. Nat. Acad. Scien. v. 83, p.
2934-2938, 1986.
PORTO, J. I. R. e FELDBERG, E. . Comparative cytogenetic study of the armored
catfishes: genus Hoplosternum (Siluriformes, Callichthyidae). Rev. Bras. Genét. v.
15(2), p. 359-367, 1992.
QUEIROZ, G. M. N de, SPACH, H. L., MORELOS, M. S., SANTOS, L. O. e JUNIOR,
R. S. Caracterização da ictiofauna demersal de duas áreas do complexo estuarino
de Paranaguá, Paraná, Brasil. Biocências. v. 14(2), p. 112-124, 2006.
69
RAMíREZ, A. E. Estudios citogenéticos en el Bagre marino Arius melanopus.
48p. Tesis Profesional - Facultad de Ciencias, U.N.A.M., 1985.
RAB, P. K. M., REED, F. A., PONCE, L. e PHILLIPS, R. B. A new method for
detection of nucleolus organizer regions in fish chromosomes using denaturation and
propidium iodide staining. Biotech. Histoch. v. 71, p. 157–162, 1996.
RAVEDUTTI, C. G. e JÚLIO Jr., H. F. Cytogenetic Analysis of three species of the
Neotropical Family Auchenipteridae (Pisces, Siluriformes) from the Paraná River
Basin, Brazil. Cytol. v. 66, p. 65-70, 2001.
RISHI, K. K.; SINGH, J. e HAOBAM, M.S. Karyological study on a marine catfish,
Arius dussumieri (Val.) (Ariidae: Siluriformes) Chrom. Inf. Serv. v. 34, p. 7-9, 1983.
SAITOH, K.; MIYA, M.; INOUE, J.G.; ISHIGURO, N.B. e NISHIDA, M. Mitochondrial
Genomics of Ostariophysan Fishes: Perspectives on Phylogeny and Biogeography.
J. Molec. Evol. v. 56(4), p. 464-472, 2003.
SANTO, R. V. do E. e ISAAC, V. J.. Alimentação e Aspectos da Reprodução da
Uricica Cathorops spixii (AGASSIZ, 1829) (OSTEYCHTHYES, SILURIFORMES
ARIIDAE), no Estuário do Rio Caeté (Município de Bragança - PA). Bol. Mus. Para.
Emilio Goeldi. ser. Zool. v. 15(1), p. 95-111, 1999.
SCHAEFER, S. A. Conflict and resolution: Impact of new taxa on phylogenetic
studies of the neotropical cascudinhos (Siluriformes: Loricariidae). In: MALABARBA,
L. R.; REIS, R. E.; VARI, R. P.; LUCENA, Z. M. S. e LUCENA, C. A. S. (Eds.).
Phylog. Classific. Neotrop. Fishes, EDIPUCRS. p.375-400, 1998.
SCHWEIZER D. Reverse fluorescent chromosome banding with chromomycin and
DAPI. Chrom. v. 58, p. 307-324, 1976.
SCHMID, M. e GUTTENBACH, M. Evolutionary diversity of reverse fluorescence
chromosome bands in vertebrates. Chrom. v. 97, p. 101-114, 1988.
SCHWEIZER, D. e LOIDL, J. A model for heterochromatin dispersion and the
evolution of C band patterns. Chrom. Today. v. 9, p. 61–74, 1987.
SCZEPANSKI, T. S; NOLETO, R. B.; KANTEK, D. L. Z.; CORTINHAS, M. C. S e
CESTARI, M. M. Classical and molecular cytogenetics of Atherinella brasiliensis
70
(Teleostei, Atheriniformes) from South coast of Brazil. J. Fish Biol. v. 71
(Supplement C), p. 453–460, 2007.
SINGH, L.; PURDOM, I. F. e JONES, K. W. Sex chromosome associated satellite
DNA: evolution and conservation. Chrom. v. 79, p. 137-157, 1980.
SOLA, L.; ROSSI, A. R.; IASELLI, V.; RASCH, E. M. e MONACO, P. J. Cytogenetics
of bisexual/unisexual species of Poecilia. II. Analysis of heterochromatin and
nucleolar organizer regions in Poecilia mexicana mexicana by C-banding and DAPI,
quinacrine, chromomycin A3, and silver staining. Cytogenet. Cell Genetic. v. 60, p.
229-235, 1992.
______; BRESSANELLO, S.; ROSSI, A. R.; IASELLI, V.; CROSSETTI, D. e
CATAUDELLA, S. A karyotype analysis of the genus Dicentrarchus by different
staining techniques. J. Fish Biol. v. 43, p. 329-337, 1993.
SOUZA, I. L.; MOREIRA-FILHO, O. e GALETTI Jr., P. M. Heterochromatin
differentiation in the characid fish Astyanax scabripinnis. Brazil. J. Genet. v. 19(3), p.
405-410, 1996.
SOUZA, L.; GIULIANO-CAETANO, L. e DIAS, A. L. Karyotypic study of three species
of Pimelodus (Pisces, Pimelodidae) from the Paraguay river basin. Cytol. v. 68(4), p.
345-350, 2003.
______; CAETANO, L. G. e DIAS, A.L. (a). Karyotype and heterochromatin
characterization of two species of Pimelodus (Siluriformes, Pimelodidae) from the
Parana River basin of Brazil. Folia Biol. v. 52, p. 165-169, 2004.
______; SWARÇA, A. C. e DIAS, A. L.(b) Analysis of the nucleolus organizer regions
in 5 species of the genus Pimelodus (Siluriformes, Pimelodidae), using AgNO
3
, CMA
3
and FISH with the 18S rDNA probe. Caryol. v. 57(2), p. 144-150, 2004.
STERBA, G. Freshwater fishes of the world. 2 ed. USA: Tropical Fish Hobbyist
Publications, 887p, 1973.
STOLF, R. ; SWARÇA, A. C. ; GIULIANO-CAETANO, L. e DIAS, A. L. Analyses of
karyotype and nucleolus organizer regions of Imparfinis aff. schubarti (Siluriformes,
Pimelodidae) of the basin of the Tibagi river, Paraná, Brazil. Caryol. v. 57(4), p. 348-
352, 2004.
71
SULLIVAN, J. P.; LUNDBERG, J. G. e HARDMAN, M. A phylogenetic analysis of
the major groups of catfishes (Teleostei: Siluriformes) using rag1 and rag2 nuclear
gene sequences. Molec. Phylog. Evolut. In press, 2006.
SUMNER, A. T. A simple technique for demonstrating centromeric heterochromatin.
Expl. Cell Res. v. 75, p. 304-306, 1972.
SUZUKI, H., SAKURAI, S. e MATSUDA, Y. Rat rDNA spacer sequences and
chromosomal assignment of the genes to the extreme terminal region of
chromosome 19. Cytogenet. Cell Genet. v. 72, p.1-4, 1996.
SWARÇA, A. C. ; CAETANO, L. G. e DIAS, A. L. Cytogenetic Characterization
through Chromosomic Banding of Pinirampus pirinampu from the Tibagi River Basin,
PR/Brazil. Caryol. v. 52(1/2), p. 31-35, 1999.
______; GIULIANO-CAETANO, L. e DIAS, A.L. Analyses of nucleolus organizer
regions and heterochromatin of Pimelodus maculates (Pisces, Pimelodidae). Genet.
v. 110, p. 97-100, 2000.
______; CAETANO, L. G. e DIAS, A. L. (a). Analyses of nucleolus organizer regions
and heterochromatin of Pimelodus maculatus. Genet. v. 1(110), p. 97-100, 2001.
______; FENOCCHIO, A. S. ; DIAS, A. L. e CESTARI, M. M. (b). Heteromorfismo de
regiones organizadoras nucleolares en Steindachneridion sp. (Pisces, Pimelodidae,
Siluriformes): su determinación mediante impregnación argéntica, CMA
3
, y FISH con
sondas de DNAr. In: XXX CONGRESO ARGENTINO DE GENETICA, 2001. Res…
Mar del Plata. Journal of Basic & Applied Genetics, v. 14, p. 88, 2001.
SWARÇA, A. C. ; CESTARI, M. M. ; CAETANO, L. G. e DIAS, A. L. (c). Cytogenetic
Characterization of the Large South American Siluriform Fish Species Zungaro
zungaro (Pisces, Pimelodidae). Chrom. Science. v. 5, p. 51-55, 2001.
______; VIDOTTO, A. P. e DIAS, A. L. Cytogenetic characterization in Pimelodella
aff. avanhandavae (Siluriformes, Pimelodidae) from the Tibagi River (Paraná State,
Brazil). Caryol. v. 56(4), p. 421-425, 2003.
TEUGELS, G. G. Taxonomy, phylogeny and biogeography of catfishes (Ostariophysi,
Siluroidei): an overview. Aquat. Living Resour. v. 9, p. 9-34, 1996.
72
VENERE, P.C. e GALETTI Jr., P.M. Chromosome evolution and phylogenetic
relationships of some Neotropical Characiformes of the family Curimatidae. Braz. J.
Genet. v. 12(1), p. 17-25, 1989.
VICENTE, V. E. Estudos cromossômicos em três populações de Astyanax
scabripinnis (Pisces, Characidae). 78f. Dissertação (Mestrado em Ciências
Biológicas e da Saúde), Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP, 1994.
WASKO, A. P. e GALETTI Jr., P. M. Mapping 18S ribosomal genes in fish of the
genus Brycon (Characidae) by fluorescence in situ hybridization (FISH). Genet. Mol.
Biol. v. 23(1), p. 135-138, 2000.
WICHMAN, H. A.; PAYNE, C. T.; RYDER, O. A. HAMILTON, M. J.; MALTBIE, M. e
BAKER, R. J. Genomic distribution of heterochromatic sequences in equids:
implications to rapid chromosomal evolution. J. Hered. v. 2(5), p. 367-377, 1991.
Sites Consultados:
LISTA DE PEIXES NEOTROPICAIS DE ÁGUA DOCE. Botucatu: Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, 2007. Disponível em:
<http://www.ibb.unesp.br/laboratorios/Freshwater%20Neotropical%20fishes.pdf>
Acesso em 20/08/2007.
LISTA DE PEIXES NEOTROPICAIS MARINHOS. Botucatu: Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, 2007. Disponível em: <http://www.ibb.unesp.br/
laboratorios/Marine%20Neotropical%20fishes.pdf>
Acesso em 20/08/2007
LUNDBERG, J. G. e FRIEL, J. P. SILURIFORMES, CATFISHES. Version 20, jan
2003 (under construction). Disponível em: <http://tolweb.org/ Siluriformes/
15065/2003.01.20> In: The Tree of Life Web Project <http://tolweb.org/>
Acesso: 14/07/2007
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo