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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA
ESCOLA DE BELAS ARTES – EBA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARTES VISUAIS
LINHA DE PESQUISA: HISTÓRIA DA ARTE BRASILEIRA
Alessandro dos Santos Faria
UMA JANELA NA HISTÓRIA DO DESIGN
E DAS ARTES VISUAIS NA BAHIA
Lina Bo Bardi e a Escola de Artesanato
e Desenho Industrial
Salvador
2009
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Alessandro dos Santos Faria
UMA JANELA NA HISTÓRIA DO DESIGN
E DAS ARTES VISUAIS NA BAHIA
Lina Bo Bardi e a Escola de Artesanato
e Desenho Industrial
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Artes Visuais,
Escola de Belas Artes, Universidade
Federal da Bahia, como requisito parcial
para obtenção do grau de Mestre em
Artes Visuais.
Área de Concentração: História da Arte.
Orientadora: Profa. Dra. Maria Herminia
Olivera Hernández
Salvador
2009
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Alessandro dos Santos Faria
UMA JANELA NA HISTÓRIA DO DESIGN
E DAS ARTES VISUAIS NA BAHIA
Lina Bo Bardi e a Escola de Artesanato
e Desenho Industrial
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Artes Visuais,
Escola de Belas Artes, Universidade
Federal da Bahia, como requisito
parcial para obtenção do grau de
Mestre em Artes Visuais.
Salvador,
Maria Herminia Olivera Hernández
Doutora em Arquitetura e Urbanismo pelo Programa de Pós-Graduação
em Arquitetura e Urbanismo da UFBA.
Brasil.
Maria Cecília Loschiavo dos Santos
Doutora em Filosofia e Estética pela Universidade de São Paulo - USP.
Brasil.
Paulo Fernando de Almeida Souza
Doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo - USP.
Brasil.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente à minha orientadora, Profa. Dra. Maria Hermínia Olivera
Hernández - pela atenção, cooperação e paciência durante o meu
desenvolvimento e a do trabalho.
À Escola de Belas Artes da UFBA e ao Mestrado em Artes Visuais da EBA -
UFBA.
Ao Instituto Lina Bo Bardi.
Ao Espaço CRAVO.
Ao MAM da Bahia.
Ao Museu Rodin – Palacete das Artes.
Meu eterno obrigado pela formação pessoal e acadêmica a:
Flávia Lopes Afonso da Silva
Pedro Afonso Faria
Leci Aparecida dos Santos Faria
João de Faria Filho
Antônio Flávio dos Santos Faria
Maria Aurélia dos Santos Faria
João Carlos dos Santos (in memorian)
Marina Ferreira dos Santos (in memorian)
João Cardoso de Faria (in memorian)
Maria José de Faria (in memorian)
Mário Cravo Júnior
Prof. Silvio Marcondes (in memorian)
Profa. Maria Ercília de Cruzeiro
Profa. Maria Cecília Loschiavo dos Santos
Profa. Rita Couto
Meu eterno obrigado também aos colegas de discussão e amigos:
Profa. Bia Simon
Prof. Paulo Souza
Prof. Eudaldo Filho
Taygoara Aguiar
André Luis Dias Lima
Mauro Alex
Érica Ribeiro
Edna Souza
Por fim, agradeço a todos os companheiros do Mestrado de 2007.1
Dedico este trabalho inteiramente à memória
do Desenho Industrial no Brasil.
RESUMO
Esta dissertação aborda os aspectos da cultura popular e do artesanato
nordestino, tanto quanto a influência que eles exerceram sobre as artes visuais
e o desenho industrial no Brasil do século XIX e XX. Os estudos foram
concentrados na ação de Lina Bo Bardi, após sua mudança de São Paulo para
Salvador, que tinha como objetivo principal desenvolver um trabalho mais
próximo da produção popular local. Esse trabalho se daria através da
montagem do Museu de Arte Popular e da Escola de Desenho Industrial e
Artesanato no complexo arquitetônico do Solar do Unhão. A dissertação teve
como objetivo geral trazer à luz dos fatos o movimento cultural gerado em
Salvador na segunda metade do século XX e que ficou esquecido pelos
pesquisadores no momento de se montar parte da história do design pelo
Brasil. Além da aparição de Lina os estudos mostram ainda aspectos do
artesanato e da produção popular pela Bahia misturados pelas histórias de
personagens de grande porte do cenário nacional, tais como: Prof. Edgard
Santos, Juracy Magalhães, Lavínia Magalhães, Assis Chateaubriand, Odorico
Tavares, Celso Furtado e Mário Cravo Jr. Dentre os objetivos específicos
estão: Identificar a influência dos signos visuais e dos processos produtivos da
cultura popular e do artesanato no desenho industrial nordestino; pesquisar e
divulgar o modelo de escola de desenho industrial sugerida por Lina Bo Bardi;
mostrar a importância estratégica e emancipadora de um estudo histórico sobre
o design para a Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, onde
se encontra o curso de Design; auxiliar na qualificação dos educadores da
Escola de Belas Artes, assim como influenciar pesquisadores de outras
unidades de ensino; desmistificar a idéia de que o processo criativo e produtivo
das pessoas mais humildes da cultura popular são algo “menor” ou de “menor
valor”, e divulgar histórias do artesanato e de condições fabris de baixo custo, e
a criação de órgãos apoiadores do desenvolvimento da região nordeste. Como
metodologia para o desenvolvimento da pesquisa, foram utilizados diversos
métodos de abordagem, porém o de análise e síntese foi o principal, presente
em todas as etapas do projeto. Os métodos histórico e comparativo também
ajudaram a complementar o trabalho. Como resultado desenvolvido das
análises da pesquisa, um dos mais significativos, foi identificar que a trajetória
de Lina pelo nordeste gerou alterações profundas no cenário local, entretanto,
em função de interesses políticos da cidade de Salvador e do golpe militar de
1964, o projeto não decola e fica fadado somente como um registro histórico.
Palavra-chave: Cultura Popular, Artesanto, Desenho Industrial, Design e Lina
Bo Bardi
ABSTRACT
This dissertation deals with aspects of popular culture and northeast crafts, as
far as the influence they exerted on the visual arts and industrial design in Brazil
on the XIX and XX century. The studies were concentrated on Lina Bo Bard´s
action, after hers moving from Sao Paulo to Salvador, which had as main
objective, to develop a closer job of the popular local production. This job would
be accomplished through the assembly of the Museu de Arte Popular and of
Escola de Desenho Industrial e Artesanato in the architectural complex of the
Solar Unhão. The dissertation aims to bring out, general events the cultural
movement created in Salvador in the second half of the twentieth century that
has been forgotten by researchers at the time to assemble the history of design
by Brazil. In addition to the appearance of Lina, studies also show aspects of
craft production and Bahia mixed by the popular stories of characters from the
national scene, such as: Prof. Edgard Santos, Juracy Magalhães, Lavínia
Magalhães, Assis Chateaubriand, Odorico Tavares, Celso Furtado and Mario
Cravo Jr. Among the specific objectives are: To identify visual signs influence
and productive processes of popular culture and craft in the northeastern
industrial design; search and disseminate the school of industrial design model,
suggested by Lina Bo Bardi, and show the strategic importance of an
emancipatory historical study on the design for the School of Fine Arts of the
Federal University of Bahia, where the course of Design; to help School of Fine
Arts teachers’ qualification, as well as to influence researchers from other units
of education; demystify the idea that the creative process and production of the
more humble of popular culture have somewhat "smaller" or "lowest" value, and
disseminate stories of the artisans conditions and low cost manufacturing , and
the creation of agencies supporting the development of the Northeast. As
methodology for the research development, we used different methods of
approach, but the analysis and synthesis was the main point, present in all
stages of the project. The historical and comparative methods also helped to
complement the job. As an accomplished conclusion of the research analysis,
one of the most significant result, was to identify the trajectory of Lina through
the Northeast generated huge changes in the local scene, however, due to
political interests of Salvador and the military coup of 1964, the project did not
take off and keeps only doomed as a historical record.
Key words: Popular Culture, Crafts, Industrial Design, Design and Lina Bo
Bardi
LISTA DE FIGURAS
Gráfico 01 – Principais fenômenos que construíram a história do design. 23
Figura 01 – Lina e a cadeira de beira de estrada. 24
Gráfico 02 – Valor Cultural X Escala de Produção. 25
Figura 02 – Carrinho de café - Adaptação de rodas de carro de bebê e
instalação de som movido a bateria de moto. O Inventor: Jorge Ferreira
Martins, morador de Peri Peri, é presidente da Associação Café da Paz em
Salvador. 27
Figura 03 – Matriz de Xilogravura (sem autoria). 29
Figura 04 – Leques construídos de fibras naturais do Buriti. 30
Figura 05 – Artesanato pernambucano da Associação
Cestaria Cana-Brava de Goiana (PE). 31
Figura 06 – Atividade Manual das Costureiras. 32
Figura 07 – Atividade Manual do Garimpo. 33
Figura 08 – Bancos de madeira reaproveitada.
Objetos da Cultura Popular Baiana. 34
Figura 09 – Lamparina/candeeiro de folhas de flandres.
Objetos da Cultura Popular Baiana. 35
Figura 10 – Display para venda de Taboca juntamente
com o triângulo musical. Objetos da Cultura Popular Baiana. 36
Figura 11 – Embalagem/Display de sorvete.
Objetos da Cultura Popular Baiana. 37
Figura 12 – Carrinhos de café. Objetos da Cultura Popular Baiana. 38
Figura 13 – Carrinho de vendas. Objetos da Cultura Popular Baiana. 38
Figura 14 - Caneca produzida pelo reaproveitamento
de embalagem de folha de flandres. 39
Figura 15 – Produto do trabalho de um servo
sendo apropriado pelo senhor. 41
Figura 16 – Trabalho escravo no Brasil durante o século XVIII e XIX. 44
Gráfico 03: Relação matérias-primas e suas atividades
artesanais mais usuais 45
Figura 17 – Cabideiro em Madeira Marchetada
e Fruteira em palha de piaçava. 47
Figura 18 – Kit Avive: sabonetes glicerinados com óleos
naturais e suporte em madeira e fibra de arumã. 47
Figura 19 – Objeto decorativo em Madeira. 48
Figura 20 – Objetos de Artesanato separados
para a venda em grandes centros comerciais. 50
Figura 21 – Papel de parede de John Henry Dearle para
William Morris & Co., 1897. 52
Figura 22 – Retrato de Manuel Querino. 55
Figura 23 – Fotos de Rubem Martins em seu escritório de Design. 58
Figura 24 - Ilustração da máquina SPINNING JENNY. 62
Figura 25 – Primeira máquina a Vapor criada por James Watt. 64
Figura 26 – Titulo do Banco Mauá. Um dos papéis mais
valiosos do II reinado do Brasil. 67
Figura . 27 – A Baroneza foi a primeira locomotiva a transitar
no território brasileiro. Sua Majestade, a Baroneza. 68
Figura 28 – O Visconde de Mauá em 2 fases distintas.
Antes e depois da depressiva em função da perda
gradativa dos negócios. 70
Figura 29 – Mostra a concentração das empresas do território nacional. 71
Tabela 04 - Participação dos estados nordestinos no PIB brasileiro. 72
Figura 30 – Retirantes: Óleo sobre tela-192cm x 181cm
Museu de arte de São Paulo. 73
Figura 31 – Vivaldo da Costa Lima e Mário Cravo
na Feira de São Joaquim. 78
Figura 32 - Prédio da Sudene. 82
Figura 33a – Celso Furtado(primeiro à esquerda) e a Sudene. 83
Figura 33b – Celso Furtado (em pé ao centro) e a Sudene. 83
Figura 34 – Escola de Artesanato N. S. de Fátima.
Trabalhos em conjunto. 88
Figura 35 – Escola de Artesanato N. S. de Fátima. Confecção de Bolsa. 88
Figura 36 – Escola de Artesanato N. S. de Fátima. Tecelagem. 89
Figura. 37 – Lina Bo Bardi em sua casa. 93
Figura 38 – Registro da Carteira Profissional de Lina
já naturalizada Brasileira. 95
Figura 39 – Lina Bo Bardi em reunião com Juracy Magalhães. 96
Figura 40 – Ofício circular do governo do Estado da Bahia
noticiando a saída de Lina para viajar à Europa e África
para aquisição de obras e obtenção de tecnologias. 97
Figura 41 – Documento comprobatório de Lina. 99
Figura 42 – Carta de Dona Lavínia Magalhães
empossando Lina Bo Bardi. 103
Figura 43 – Carta de Lina pedindo audiência
com o Governador do Estado. 105
Figura 44 – Fotos internas do antes e depois do restauro. 106
Figura 45 – Fotos das condições internas da casa principal
do Solar do Unhão . 107
Figura 46 – Foto do conjunto arquitetônico do Solar do Unhão.
Antes e depois do restauro. 107
Figura 47 – Foto do Solar do Unhão no ano de instalação.
O MAMB em novo endereço. 108
Figura 48 – Lina restaurando azulejos do Unhão. 110
Figura 49 – Construção da escada do Unhão. 111
Figura 50 – Utilização de madeira de lei e trabalho artesanal. 111
Figura 51 – Encaixes estratégicos para travar o sistema. 112
Figura 52 – Encaixe de carros de boi para travar os pisos. 112
Figura 53 – Escada do Solar do Unhão. 113
Figura 54 – Grupo formador da Escola Bauhaus. Dir. p/esq.: Josef Albers,
Hinnerk Sheper, George Muche, Moholy-Nogy, Herbert Bayer, Joost Schimidt,
Walter Groupius, Marcel Breuer, Wassily Kandinski, Paulo Klee, Lyonel
Feinnger, Gunta Stolzl, Oskar Shlemmer. 117
Figura 55 – Vista aérea do Solar do Unhão, mostrando a localização das
oficinas de artesanato e desenho industrial. 120
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