Download PDF
ads:
ALAN YUKIO MOCOCHINSKI
CAMPOS DE ALTITUDE NA SERRA DO MAR
PARANAENSE: ASPECTOS FLORÍSTICOS E ESTRUTURAIS
Curitiba 2006
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ALAN YUKIO MOCOCHINSKI
CAMPOS DE ALTITUDE NA SERRA DO MAR
PARANAENSE: ASPECTOS FLORÍSTICOS E ESTRUTURAIS
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Ecologia e Conservação
da Universidade Federal do Paraná como
requisito à obtenção do título de Mestre em
Ecologia e Conservação.
Orientador: Prof. Dr. Sandro Menezes Silva
Curitiba 2006
ads:
i
AGRADECIMENTOS
Maurício Bergamini Scheer, grande amigo e parceiro do “Projeto Altomontana – A Floresta
Ombrófila Densa Altomontana e os Refúgios Vegetacionais Altomontanos no Paraná”, e com
quem divido todos os méritos desta dissertação.
Sandro Menezes Silva, que nos poucos momentos que nossos trabalhos nos permitiam
discutir a dissertação, sempre trouxe considerações consistentes.
Carlos Vellozo Roderjan, Daniel de Barcellos Falkenberg e Gustavo Martinelli pelos
comentários abrangentes e pertinentes sobre o trabalho e pela criticidade na análise.
Fundação O Boticário de Proteção à Natureza pelo patrocínio do Projeto Altomontana, entre
os anos de 2002 e 2004, sem o qual os resultados apresentados nesta dissertação não
existiriam.
CNPq-PIBIC pela bolsa de iniciação científica durante a etapa de coleta de dados em campo.
Osmar Ribas, Gert Hatschbach, Marcos Sobral, Renato Goldenberg, Paulo Labiak, Armando
Cervi, Élide dos Santos, Olavo Araújo Guimarães, Marília Borgo, Carina Kozera, Sandro
Menezes Silva e Rodrigo Kersten pelo auxílio nas determinações botânicas.
Fátima Becker Guedes pelo apoio, paciência e carinho.
Joel, Rosa e Jan pelo apoio incondicional de família.
Ruddy Thomas Proença que adotou o Projeto Altomontana e participou de todas as fases de
campo do segundo ano deste.
Alexander Accioli, Daniel Corrêa, Gustavo Gatti, Marja Milano, Rodrigo Zeller, Samuel
Arruda, Sidinei e Vitor pela força nas saídas em campo e pelos momentos passados em meio
às montanhas paranaenses.
ii
RESUMO
O presente estudo buscou investigar a florística e estrutura dos Campos de Altitude, uma
formação vegetacional de porte predominantemente herbáceo ou subarbustivo, que ocorre nas
porções mais elevadas do sistema de montanhas que constitui a Serra do Mar no estado do
Paraná, fornecendo informações básicas para sua conservação. Foram estudados seis blocos
que compõe a Serra do Mar no Paraná: a Serra Gigante, a Serra do Ibitiraquire, a Serra da
Farinha Seca, a Serra da Igreja, a Serra da Prata e a Serra da Pedra Branca do Araraquara.
Para o estudo florístico foram percorridas as áreas de ocorrência dos Campos de Altitude em
cada serra, procedendo-se o registro e coleta das novas ocorrências para a formação, sendo o
material coletado depositado no herbário do Museu Botânico Municipal de Curitiba. Para o
estudo estrutural os campos foram amostrados empregando-se o método de parcelas,
adotando-se como unidade amostral um quadrado de 1m². Foram detectadas 279 espécies
vegetais vasculares nas seis áreas amostradas, pertencentes a 73 famílias botânicas, sendo 63
angiospermas (259 espécies, sendo 2 espécies com duas subespécies), 8 pteridófitas (18 spp) e
2 gimnospermas (2 spp). A família que apresentou maior riqueza específica foi Asteraceae,
com 44 espécies (15,8% do total), seguida por Poaceae (31; 11%), Melastomataceae (17; 6%),
Cyperaceae (16; 5,7%), Ericaceae (14; 5%), Myrtaceae (13) e Orchidaceae (12). A Serra do
Ibitiraquire apresentou a maior riqueza de espécies (221), seguida pela Serra da Igreja (99),
Serra da Prata (93), Serra da Farinha Seca (85), Serra Gigante (78) e Serra da Pedra Branca do
Araraquara (71). Quanto à estrutura, foram definidas cinco fisionomias vegetacionais, com
base na(s) espécie(s) com maior cobertura, sendo elas: Subarbustiva, Campestre, Chusquea
mimosa, Chusquea pinifolia e Machaerina austrobrasiliensis. Lagenocarpus triquetrus
(Cyperaceae) foi a espécie mais importante da fisionomia campestre em todas as serras
amostradas. Croton splendidus (Euphorbiaceae) destacou-se na fisionomia subarbustiva. A
dominância na comunidade, de uma ou poucas espécies foi uma constante em todas as serras
e fitofisionomias, corroborando com o padrão de monodominância ou oligodominância
reportado para hábitats sujeitos a condições ambientais extremas. Também foram reportadas
as ameaças aos Campos de Altitude no Paraná, com destaque para a invasão biológica,
principalmente por Pinus spp., conduta inadequada de pessoas em ambientes de montanha e
obras de infra estrutura de telecomunicações.
iii
ABSTRACT
(High Mountain Grasslands (Campos de Altitude) in Sea Mountain Range of Parana State)
Floristic and structure of High Mountain Grasslands (Campos de Altitude) in the Paraná
state’s Sea Mountain Range was studied, and was pointed conservation threats out. To the
floristic composition part, the High Mountain Grasslands’s area was covered in which
mountain, and the new occurrences was registered and collected. To the study of plant
structure, plots were used, adopting a square meter as sample unit. In a total of six
investigated areas, 279 vascular species was detected. They belong to 73 botanic families, in
which 63 are angiosperms (259 species), 8 are pteridophytes (18 spp) and 2 are gymnosperms
(2 spp). Asteraceae was the richest family, with 44 species (15.8% of all), followed by
Poaceae (31; 11%), Melastomataceae (17; 6%) and Cyperaceae (16; 5.7%). About the floristic
structure, was defined five physiognomies of plant communities, based in the species with
highest covered, they are: Shrubs, Grasslands, Chusquea mimosa, Chusquea pinifolia e
Machaerina austrobrasiliensis. Lagenocarpus triquetrus (Cyperaceae) was the most
important species of Grassland physiognomy in all sampled mountain ranges. Croton
splendidus (Euphorbiaceae) stand out in the Shrub physiognomy. The dominance of one or
few species in the community was common in all mountain ranges and physiognomies, in
accord to the patterns of monodominance and oligarchy of habitats subjected to extreme
environmental conditions. The most important threats to the High Mountain Grasslands in
Paraná are the biological contamination, mostly with Pinus sp., the human inadequate
behavior in mountain environments and infra structure work to telecommunication.
SUMÁRIO
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................ i
RESUMO ................................................................................................................................. ii
ABSTRACT .............................................................................................................................iii
LISTA DE FIGURAS............................................................................................................... I
LISTA DE TABELAS.............................................................................................................II
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................1
2 MATERIAL E MÉTODOS..................................................................................................4
2.1 ÁREAS DE ESTUDO..........................................................................................................4
2.1.1 Serra do Ibitiraquire ......................................................................................................6
2.1.2 Serra da Igreja.................................................................................................................7
2.1.3 Serra da Prata..................................................................................................................9
2.1.4 Serra da Farinha Seca...................................................................................................10
2.1.5 Serra Gigante.................................................................................................................12
2.1.6 Serra da Pedra Branca do Araraquara.......................................................................13
2.2 LEVANTAMENTO FLORÍSTICO...................................................................................13
2.3 ESTUDO FITOSSOCIOLÓGICO.....................................................................................14
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................17
3.1 FLORÍSTICA DOS CAMPOS DE ALTITUDE NO PARANÁ .......................................17
3.2 ESTRUTURA DOS CAMPOS DE ALTITUDE NO PARANÁ.......................................30
3.2.1 Estrutura dos campos de altitude na Serra do Ibitiraquire......................................31
3.2.2 Estrutura dos campos de altitude na Serra da Igreja................................................42
3.2.3 Estrutura dos campos de altitude na Serra da Prata.................................................45
3.2.4 Estrutura dos campos de altitude na Serra da Farinha Seca....................................48
3.2.5 Estrutura dos campos de altitude na Serra Gigante..................................................53
3.2.6 Estrutura dos campos de altitude na Serra da Pedra Branca do Araraquara........54
3.3 AMEAÇAS AOS CAMPOS DE ALTITUDE NO PARANÁ...........................................61
4 CONCLUSÕES....................................................................................................................62
5 BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................63
I
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 – Litoral e Serra do Mar no estado do Paraná ........................................................ 05
Figura 02 – Vista aérea da Serra do Ibitiraquire.......................................................................06
Figura 03 – Aspecto dos campos de altitude na Serra do Ibitiraquire......................................07
Figura 04 – Vista aérea da Serra da Igreja................................................................................08
Figura 05 – Aspecto dos campos de altitude amostrados na Serra da Igreja............................08
Figura 06 – Vista aérea da Serra da Prata.................................................................................09
Figura 07 – Aspecto dos campos de altitude na Serra da Prata................................................10
Figura 08 – Vista aérea da Serra da Farinha Seca....................................................................11
Figura 09 – Aspecto do campo de altitude na Serra da Farinha Seca ......................................11
Figura 10 – Serra Gigante vista da Reserva Natural Salto Morato, Guaraqueçaba, PR...........12
Figura 11 – Aspecto dos campos de altitude na Serra Gigante............................................... 12
Figura 12 – Aspecto dos campos de altitude na Serra da Pedra Branca do Araraquara...........13
Figura 13 – Parcela usada para amostragem estrutural............................................................15
Figura 14 – Fisionomias dos campos de altitude .....................................................................30
Todas as figuras apresentadas foram obtidas pelo autor, com exceção da Figura 01.
II
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 – Listagem florística dos campos de altitude na Serra do Mar no Paraná.............. 18
Tabela 02 – Riqueza específica entre as famílias.....................................................................27
Tabela 03 – Similaridade florística entre as serras amostradas................................................29
Tabela 04 – Parâmetros fitossociológicos da fisionomia subarbustiva na Serra do Ibitiraquire
..............................................................................................................................34
Tabela 05 – Parâmetros fitossociológicos da fisionomia campestre na Serra do Ibitiraquire..36
Tabela 06 – Parâmetros fitossociológicos da fisionomia Chusquea pinifolia na Serra do
Ibitiraquire............................................................................................................38
Tabela 07 – Parâmetros fitossociológicos da fisionomia Chusquea mimosa na Serra do
Ibitiraquire............................................................................................................40
Tabela 08 – Parâmetros fitossociológicos da fisionomia Machaerina austrobrasiliensis na
Serra do Ibitiraquire..............................................................................................41
Tabela 09 – Parâmetros fitossociológicos da fisionomia subarbustiva na Serra da Igreja.......43
Tabela 10 – Parâmetros fitossociológicos da fisionomia campestre na Serra da Igreja...........44
Tabela 11 – Parâmetros fitossociológicos da fisionomia subarbustiva na Serra da Prata....... 46
Tabela 12 – Parâmetros fitossociológicos da fisionomia campestre na Serra da Prata............47
Tabela 13 – Parâmetros fitossociológicos da fisionomia subarbustiva na Serra da Farinha Seca
..............................................................................................................................50
Tabela 14 – Parâmetros fitossociológicos da fisionomia campestre na Serra da Farinha Seca51
Tabela 15 – Parâmetros fitossociológicos da fisionomia Chusquea pinifolia na Serra da
Farinha Seca .........................................................................................................52
Tabela 16 – Parâmetros fitossociológicos da fisionomia campestre na Serra Gigante............53
Tabela 17 – Parâmetros fitossociológicos da fisionomia subarbustiva na Serra da Pedra
Branca do Araraquara...........................................................................................55
Tabela 18 – Parâmetros fitossociológicos da fisionomia campestre na Serra da Pedra Branca
do Araraquara.......................................................................................................56
Tabela 19 – Quadro resumo das principais espécies em cada fisionomia................................57
Tabela 20 – Resumo dos parâmetros fitossociológicos obtidos...............................................59
1
1 INTRODUÇÃO
As montanhas sempre instigaram os pesquisadores por apresentar, em muitas ocasiões, uma
maior variedade de ambientes e de seres vivos que a encontrada em ambientes vizinhos e de
relevo mais regular. Vários fatores contribuem para tal diferenciação, podendo-se citar a
variação altitudinal, que gera gradientes decrescente de temperatura do ar e crescente de
velocidades dos ventos à medida que se elevam as altitudes (Ricklefs 2003). A grande
heterogeneidade do relevo associada à instabilidade de condições pedológicas também são
responsáveis pela formação de uma grande variedade de ambientes, favorecendo condições
para o estabelecimento de altos valores de diversidade biológica. Desta forma, ambientes de
montanha assumiram grande importância tanto para fins científicos quanto para a conservação
da natureza, sendo este fato reconhecido com a declaração do ano de 2002 como o Ano
Internacional das Montanhas, pela Organização das Nações Unidas - ONU (IUCN 2002).
O sistema de montanhas representado pela Serra do Mar constitui a mais destacada feição
orográfica da borda atlântica do continente sul americano (Almeida e Carneiro 1998). Em sua
porção no estado do Paraná é marcantemente associada à cobertura florestal densa (Roderjan
et.al. 2002) destacando-se a Floresta Ombrófila Densa Atlântica (IBGE 1992), que domina
desde trechos da planície litorânea, juntamente com as formações pioneiras, onde atividades
antrópicas ainda não chegaram ou foram abandonadas há tempo suficiente para sua
regeneração, até as altas encostas das montanhas e escarpas ultrapassando os 1800 metros de
altitude. No entanto, acima do limite de ocorrência das florestas altomontanas e por vezes
entremeando-as nas porções mais altas dos complexos montanhosos, é observada uma
formação vegetacional diferente florística e estruturalmente, de fisionomia
predominantemente campestre ou subarbustiva, que desenvolve-se em condições ambientais
peculiares. Esta formação é o objeto de estudo do presente trabalho, sendo aqui denominada
Campo de Altitude, conforme proposto por Ferri (1980) e adotado por diversos autores
(Martinelli 1996; Safford 1999a, 1999b; Oliveira-Filho 1999; Tramujas 2000; Caiafa e Silva
2005). Várias denominações já foram empregadas para descrever esta formação, podendo-se
citar campos alpinos (Barreto apud Caiafa e Silva 2005), refúgios vegetacionais altomontanos
(Veloso 1991; IBGE 1992), refúgio ecológico (Leite 1994), campos altimontanos (Rizzini
1979), entre outras.
Os campos de altitude ocorrem basicamente nas porções mais elevadas da Serra do Mar em
Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro, e na Serra da Mantiqueira, com área total
de distribuição estimada em 350 km² (Safford 1999a), estando inseridos na complexidade do
2
Bioma Mata Atlântica. Sua diferenciação das formações florestais circundantes deve-se a
razões em grande parte relacionadas ao clima e apenas secundariamente às condições
pedológicas (Rizzini apud Ribeiro 2002). As causas de sua formação são complexas e
remetem a uma paisagem campestre antiga, do final do período Pleistocênico (aprox. 15.000
anos antes do presente), quando um clima frio e seco dominava a região sudeste do continente
sul americano, favorecendo a ocorrência dos campos até mesmo nas encostas da Serra do
Mar. Conforme observou Safford (1999a), o elevado número de endemismos nestas
formações indica que estes ambientes são relativamente antigos e não apenas produtos de
distúrbios antrópicos recentes. Neste mesmo sentido, evidências paleobotânicas sugerem que
os campos de altitude têm coberto os cumes do sudeste do Brasil ininterruptamente desde o
final do Pleistoceno (Behling, apud Safford 1999a). Em sua estrutura e composição florística
mostram-se semelhantes às regiões da Estepe Gramíneo-Lenhosa e ao componente herbáceo
da Savana (Tramujas 2000). Os campos rupestres, que ocorrem predominantemente sobre
rochas quartzíticas e areníticas, guardam semelhanças fisionômicas e ecológicas com os
campos de altitude, mas diferem deste floristicamente e quanto à litologia predominante
(Caiafa e Silva 2005).
Os campos de altitude estão sujeitos a condições ambientais peculiares, intrínsecas às regiões
de elevada altitude, com temperaturas baixas, ventos fortes, solos rasos e pobres em nutrientes
e presença freqüente de nuvens, o que pode acarretar em níveis elevados de endemismo. Ao
mesmo tempo, se constituem em ambientes extremamente frágeis. Martinelli (1996),
estudando seis trechos de ocorrência dos campos de altitude nas Serras do Mar e Mantiqueira
no sudeste do Brasil, detectou taxas de endemismos restritos de até 11% na região do planalto
do Itatiaia. Nesta mesma área 21% das espécies consistiam em endemismos dos campos de
altitude. O mesmo autor infelizmente exemplifica a fragilidade desta vegetação ao reportar
que ao revisitar uma das áreas de estudo, o Pico dos Frades, encontrou a região devastada por
um incêndio que consumiu grande parte das florestas de encosta e dos campos de altitude,
onde haviam sido detectadas, alguns anos antes, cinco espécies endêmicas restritas.
Na porção paranaense da Serra do Mar, pela dificuldade de acesso e pela adversidade das
condições ambientais, os campos de altitude permaneceram, em grande parte, a salvo dos
processos que, em outras regiões, acabaram por converter os ambientes naturais para usos
antrópicos. Desta forma, constituem-se numa das raras amostras da natureza relativamente
bem conservada nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Entretanto, os mesmos fatores que
contribuíram para sua conservação são responsáveis pela escassez de informações a seu
3
respeito, pouco se sabendo sobre suas características básicas, e sendo raras, até mesmo
pesquisas descritivas.
A despeito de seu relativo bom estado de conservação, atualmente alguns fatores alertam para
o risco a que os campos de altitude estão expostos. O aumento progressivo da demanda por
ambientes naturais, para atividades de lazer e prática de esportes, tem reflexos imediatos nos
ambientes de elevada altitude, uma vez que as montanhas são um dos principais destinos
destes praticantes. Outra ameaça que merece atenção especial é a contaminação biológica, já
sendo constatados problemas graves com a invasão de Pinus spp. em vários trechos da Serra
do Mar.
Associando as ameaças e os elevados níveis de endemismo, ao fato de sua área de ocorrência
ser bastante restrita, distribuindo-se no Paraná por apenas algumas dezenas de quilômetros
quadrados, fica clara a importância de ações para a conservação deste tipo vegetacional tão
singular. Para tanto, é fundamental lançar mão de conhecimentos básicos que hoje são
escassos, existindo poucos trabalhos sobre sua ecologia, podendo-se citar Santos e
Hatschbach (1998), Roderjan (1999), Tramujas (2000) e Mocochinski et.al. (2003) e havendo
apenas esforços de coleta mais intensos em áreas de mais fácil acesso, com destaque para
algumas montanhas nas Serras do Araçatuba, Ibitiraquire, Marumbi e Capivari.
Desta forma, reconhecendo esta lacuna no conhecimento da diversidade biológica brasileira, o
presente trabalho buscou investigar aspectos básicos sobre sua florística e estrutura, de
maneira a contribuir para sua conservação.
4
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 ÁREAS DE ESTUDO
No Paraná, a Serra do Mar configura uma cadeia de montanhas com cimos elevados acima de
1800 m de altitude (Almeida e Carneiro 1998). Em sua descrição clássica, Maack (1968)
afirma que a Serra do Mar no Paraná constitui uma serra marginal típica que se eleva de 500 a
1000 metros sobre o nível médio do planalto, que encontra-se a cerca de 900 metros sobre o
nível do mar (snm). É dividida em maciços por blocos altos e baixos, os quais têm
denominações regionais especiais de serras.
A litologia predominante nas formações montanhosas da Serra do Mar no Paraná são os
granitos, mas também ocorrem migmatitos e gnaisses. Nas regiões mais elevadas, geralmente
acima de 1200 m snm, são observados solos muitas vezes rasos, onde é marcante o acúmulo
de matéria orgânica em processo de decomposição (lento e incompleto em função das baixas
temperaturas). Basicamente duas classes de solos são encontradas nas regiões altomontanas
paranaenses: Neossolos Litólicos, quando a camada orgânica é menor que 30 cm antes do
contato com a rocha matriz, ou ainda Organossolos, quando o horizonte orgânico é mais
profundo que 30 cm. Nas áreas de ocorrência dos campos de altitude, raramente são
encontradas classes de solos diferente das citadas.
Apesar de não existir uma estação meteorológica em região altomontana na Serra do Mar
paranaense, o clima nas áreas de ocorrência dos campos de altitude está próximo do Cfb de
Köppen, sendo temperado, sempre úmido e com a temperatura média do mês mais quente
abaixo de 22°C, como o observado no primeiro planalto paranaense. As precipitações na
Serra do Mar apresentam grande variação em função da localização das estações com relação
à topografia da região. Medições na região litorânea estão em torno de 2000 mm anuais e nas
encostas da serra os valores chegam a 3500 mm. Já na região do planalto, ultrapassando-se a
cadeia de montanhas, as medições chegam a 1500 mm anuais (Maack 1964).
A cobertura vegetal na Serra do Mar é predominantemente florestal, destacando-se a Floresta
Ombrófila Densa Atlântica, que domina desde as planícies litorâneas, até as partes mais altas
das encostas em sua formação altomontana. Esta última, a Floresta Ombrófila Densa
Altomontana, é confrontante direta dos campos de altitude nos trechos mais elevados da serra
e caracteriza-se pela peculiaridade de sua estrutura arbórea, com árvores de altura média em
torno de 4 metros, troncos retorcidos, dossel bastante denso e sem estratificação vertical e um
expressivo epifitismo avascular. Nos trechos da face oeste, onde existe o contato com o
5
primeiro planalto paranaense, observa-se o ecotono entre as Florestas Ombrófilas Densa e
Mista, sendo observadas araucárias (Araucaria angustifolia) nas escostas das montanhas.
Buscando abranger diversas situações de ocorrência dos campos de altitude, foram escolhidas
seis áreas de amostragem, caracterizadas por maciços de montanhas, que como descrito por
Maack (1968), possuem denominações regionais de serras. As serras estudadas foram: Serra
do Ibitiraquire, Serra da Igreja, Serra da Farinha Seca, Serra da Prata, Serra Gigante e Serra da
Pedra Branca do Araraquara (Figura 01). Desta forma buscou-se abranger os gradientes
altitudinal e latitudinal, diferentes distâncias tanto do mar aberto quanto do mar de baía e do
planalto, além de diferentes formações geomorfológicas.
FIGURA 01 – LITORAL E SERRA DO MAR NO ESTADO DO PARANÁ, COM DESTAQUE PARA AS
SERRAS ESTUDADAS. FONTE: EMBRAPA CNPM.
6
2.1.1 Serra do Ibitiraquire
Constitui-se no bloco da Serra do Mar paranaense que apresenta as montanhas mais elevadas,
alcançando inclusive as maiores altitudes do sul do Brasil, sendo seu ponto culminante o Pico
Paraná com 1887 m snm (Figura 02). Insere-se nos municípios de Campina Grande do Sul e
Antonina entre as linhas UTM (SAD69 F22J) 7.199.000 e 7.210.000 para o eixo Y e 714.000
e 724.000 para o eixo X. Esta serra também é denominada em alguns mapas antigos como
Serra dos Órgãos. As maiores elevações são formadas por granitos alcalinos e sieno-diorito
sódicos, cortados por diques de diabásio e andesitos na direção N 45
o
W (Maack 1968). A
Serra do Ibitiraquire possui cerca de 13 montanhas que atingem altitudes acima de 1500 m
snm, sendo parte dela protegida por dois parques estaduais, o Parque Estadual Roberto Ribas
Lange, que abriga o setor sul da serra e o Parque Estadual do Pico Paraná, que abriga parte do
setor norte.
FIGURA 02 – VISTA AÉREA DA SERRA DO IBITIRAQUIRE, COM O PICO PARANÁ NO CANTO
SUPERIOR ESQUERDO, O PICO FERRARIA NO CANTO INFERIOR ESQUERDO,
SEGUIDO PELO PICO TAIPABUÇU, PICO CARATUVA E PICO CIRIRICA AO FUNDO.
Dentre as áreas amostradas neste estudo, é a que possui a maior extensão e conseqüentemente
abriga o maior trecho dos campos de altitude. Roderjan (1999) estimou, a partir de fotografias
aéreas, em 790 ha a área ocupada pela formação. Estes ocorrem em média a partir dos 1400 m
7
snm nas montanhas de menor altitude, dominando praticamente toda a zona dos cumes, sendo
interrompidos pelas florestas dos vales formados entre as montanhas (Figura 03).
Para o estudo fitossociológico, foram amostrados os campos de altitude ocorrentes em nove
montanhas, sendo elas: Pico Paraná (1887 m snm), Pico Caratuva (1850 m), Pico Itapiroca
(1795 m), Pico Ferraria (1752 m), Pico Tucum (1735 m), Pico Cerro Verde (1630 m), Pico
Luar (1600 m), Pico Ciririca (1724 m) e o Agudo Cotia (1453 m). Para a caracterização
florística outras montanhas da serra também foram percorridas.
FIGURA 03 – ASPECTO DOS CAMPOS DE ALTITUDE NA SERRA DO IBITIRAQUIRE. EM PRIMEIRO
PLANO A ENCOSTA DO PICO CIRIRICA E EM SEGUNDO OS AGUDOS LONTRA,
COTIA E CUÍCA.
2.1.2 Serra da Igreja
Localiza-se no município de Morretes, entre as linhas UTM (SAD69 F22J) 7.161.000 e
7.167.000 para o eixo Y e 712.000 e 718.000 para o eixo X. Encontra-se no setor centro-sul
da Serra do Mar paranaense e é constituida por granitos alcalinos (Pró-Atlântica 2002),
também denominados de Granito Igreja. Está legalmente protegida pela Área de Proteção
Ambiental de Guaratuba.
Esta serra apresenta altitudes moderadas, com seu ponto culminante a 1376 m snm. Ocorrem
outros cumes, destacando-se 6 blocos que ultrapassam os 1200 m snm. Os campos de altitude
8
desenvolvem-se predominantemente a partir da cota 1250 m snm, dominando as altitudes
maiores (Figura 04).
FIGURA 04 – VISTA AÉREA DA SERRA DA IGREJA, COM A ÁREA AMOSTRADA NO MORRO DOS
PADRES À DIREITA.
Na Serra da Igreja apenas uma montanha, denominada Morro dos Padres (UTM 715.330;
7.165.800), com o ponto mais alto a cerca de 1330 m snm (Figura 05), foi amostrada no
estudo fitossociológico. As demais áreas da serra foram percorridas para o estudo florístico.
FIGURA 05 – ASPECTO DOS CAMPOS DE ALTITUDE AMOSTRADOS NA SERRA DA IGREJA.
9
2.1.3 Serra da Prata
Localiza-se entre os municípios de Morretes, Paranaguá e Guaratuba, entre as linhas UTM
(SAD69 F22J) 7.160.000 e 7.168.000 para o eixo Y e 730.000 e 736.000 para o eixo X.
Consiste em um Complexo Gnáissico-Migmatítico, com a presença de blocos em matriz
argilosa (Pró-Atlântica 2002). A Serra da Prata apresenta uma elevação abrupta, de altitudes
próximas ao nível do mar até 1502 m snm, em seu ponto culminante na montanha
denominada Torre da Prata. Este desnível é observado em todas as faces da serra, não
havendo contato com o primeiro planalto paranaense. A serra é protegida pelo Parque
Nacional Saint Hilaire-Lange.
A Torre da Prata (Figuras 06 e 07) foi o único trecho amostrado tanto no estudo florístico
quanto no fitossociológico. Os campos de altitude ocorrem a partir da cota 1350 m snm na
face oeste e dominam a região do cume nesta face. Já a face leste é dominada pela Floresta
Ombrófila Densa Altomontana até praticamente o cume da serra.
FIGURA 06 – VISTA AÉREA DA SERRA DA PRATA COM DESTAQUE PARA A TORRE DA PRATA
ONDE FOI REALIZADA A AMOSTRAGEM. AO FUNDO A LINHA DA COSTA E O
OCEANO ATLÂNTICO.
10
FIGURA 07 – ASPECTO DOS CAMPOS DE ALTITUDE NA SERRA DA PRATA.
2.1.4 Serra da Farinha Seca
Também denominada Serra da Graciosa, localiza-se entre os municípios de Quatro Barras e
Morretes, entre as linhas UTM (SAD69 F22J) 7.188.000 e 7.195.000 para o eixo Y e 706.000
e 711.000 para o eixo X. Constitui-se de granitos alcalinos onde jazem capas de gnaisses
(Maack 1968). A Serra da Farinha Seca consiste numa típica serra marginal da borda do
planalto, erguendo-se cerca de 500 m sobre o nível do planalto a oeste e descendo mais de
1400 m a leste, atingindo a planície litorânea.
A serra exibe altitudes moderadas, com o ponto culminante a 1457 m snm. Foram amostrados,
para o estudo florístico e estrutural, o morro denominado por montanhistas de “00B” (1431 m
snm), o morro “Mãe Catira” (1457 m snm) e o pico do “Sete” (1400 m snm; Figuras 08 e 09).
11
FIGURA 08 – VISTA AÉREA DA SERRA DA FARINHA SECA. EM PRIMEIRO PLANO O MORRO MÃE
CATIRA, SEGUIDO PELO “00B” E AO FUNDO À DIREITA OBSERVA-SE A SERRA DO
MARUMBI.
FIGURA 09 – ASPECTO DO CAMPO DE ALTITUDE NA SERRA DA FARINHA SECA, NO MORRO
“00B”, COM O PICO DO “SETE” EM SEGUNDO PLANO E A SERRA DO IBITIRAQUIRE
AO FUNDO.
12
2.1.5 Serra Gigante
A Serra Gigante é a mais setentrional dentre as amostradas. Localizada entre os municípios de
Guaraqueçaba, no Paraná e Cananéia, em São Paulo, encontra-se entre as linhas UTM
(SAD69 F22J) 7.214.000 e 7.217.000 para o eixo Y; 785.000 e 787.000 para o eixo X. Assim
como a Serra da Prata, consiste em um Complexo Gnáissico-Migmatítico (Pró-Atlântica
2002). Esta serra é a que apresenta as menores altitudes, com seu ponto culminante a apenas
1069 m snm (Figura 10). Apenas em dois cumes ocorrem campos de altitude, sendo que
ambos foram amostrados tanto para o estudo florístico quanto para o estrutural.
FIGURA 10 – SERRA GIGANTE VISTA DA RESERVA NATURAL SALTO MORATO.
FIGURA 11 – ASPECTO DOS CAMPOS DE ALTITUDE NA SERRA GIGANTE.
13
2.1.6 Serra da Pedra Branca do Araraquara
A Serra da Pedra Branca do Araraquara é a área mais meridional do estudo, localizada no
município de Guaratuba, entre as linhas UTM (SAD69 F22J) 7.128.000 e 7.132.000 para o
eixo Y e 712.000 e 716.000 para o eixo X. Compreende o Complexo Granito Gnáissico,
formado por Monzogranitos e granodioritos gnáissicos (Pró-Atlântica 2002).
Apresenta altitudes moderadas, com seu ponto culminante a 1222 m snm, num dos únicos
cumes da serra. Neste local foi realizada a amostragem florística e estrutural, onde
desenvolve-se o único trecho de campos de altitude, compreendendo a menor área de
ocorrência da formação neste estudo (Figura 12).
FIGURA 12 – ASPECTO DOS CAMPOS DE ALTITUDE NA SERRA DA PEDRA BRANCA DO
ARARAQUARA.
2.2 LEVANTAMENTO FLORÍSTICO
O inventário florístico das áreas de campo de altitude nas seis serras estudadas foi realizado
no período de agosto de 2002 a agosto de 2004. Em cada etapa do trabalho de campo foram
feitas caminhadas procurando cobrir toda a extensão dos campos, ao longo das quais eram
coletadas as espécies encontradas férteis. Na medida em que as espécies coletadas foram
determinadas, era elaborada uma lista florística, que foi utilizada para o registro da espécie
14
nas diferentes serras. Para auxílio nas observações de campo, foi utilizado o conjunto de
espécies relacionadas em trabalhos anteriores sobre os campos de altitude na Serra do Mar
paranaense realizados por Tramujas (2000) e Roderjan (1999).
Procurou-se obter ao menos uma coleta por espécie registrada nos campos, de material em
estádio reprodutivo (com flores e/ou frutos), principalmente quando se tratava de uma espécie
não identificada ou de um novo registro para a formação. As amostras coletadas foram
herborizadas conforme técnica usual no Herbário do Departamento de Botânica da
Universidade Federal do Paraná (UPCB).
A determinação das espécies foi realizada com o uso de chaves de identificação e comparação
com material de herbário, sendo para alguns grupos confirmada com os seguintes
especialistas: Marcos Sobral (Myrtaceae), Renato Goldenberg (Melastomataceae); Paulo
Labiak (várias famílias de Pteridophyta), Xavier Casas (Winteraceae), Osmar Ribas e Gert
Hatschbach, funcionários do Museu Botânico Municipal (várias famílias), Carlos Roderjan,
Armando Cervi, Élide dos Santos e Olavo Araújo Guimarães, professores da UFPR (várias
famílias), Marília Borgo, Carina Kozera, Sandro Menezes Silva e Rodrigo Kersten, botânicos
(várias famílias).
O material de referência do estudo foi incorporado ao herbário do Museu Botânico Municipal
de Curitiba (MBM) e as duplicatas doadas ao UPCB e EFC (Herbário da Escola de Florestas
de Curitiba).
A classificação taxonômica usada para o reconhecimento das famílias de angiospermas foi a
proposta por APG II (2003), e para as pteridófitas usou-se a proposta por Tryon e Tryon
(1982).
O índice de similaridade de Sorensen (1948) foi usado para análise florística comparativa
entre as serras estudadas, considerando somente os registros que foram determinados em nível
específico e genérico, ou ainda quando era determinada a família com amostra fértil
claramente distinta das demais espécies.
2.3 ESTUDO FITOSSOCIOLÓGICO
Para a realização dos estudos fitossociológicos foi empregado o método de parcelas,
adotando-se como unidade amostral um quadrado de 1m x 1m (Figura 13). No total foram
amostradas 324 parcelas nas seis serras. Em cada serra foi instalado um número diferente de
parcelas, conforme a extensão da área de campo, o número de cumes de cada serra, as
15
condições de acesso às áreas e as principais fitofisionomias dos campos, as quais serão
descritas posteriormente.
Todas as espécies presentes nas parcelas foram registradas em fichas de campo, sendo
também registrada a altura máxima e altura predominante de cada espécie por parcela, e a sua
respectiva cobertura, com base na projeção vertical das partes aéreas das plantas amostradas.
Como altura predominante foi considerada aquela onde encontrava-se a maior porção
fotossinteticamente ativa da espécie dentro da parcela. Para auxiliar a medição da cobertura
das espécies, as parcelas eram montadas com trenas métricas graduadas (Figura 13). Não
buscou-se tomar medidas de densidade visto a dificuldade de definir em campo quantidade de
indivíduos de diversas espécies, especialmente graminóides. Foram realizadas coletas do
material incluído nas amostragens, para compor a listagem florística das áreas e para
verificação da espécie, quando esta ainda não era conhecida por ocasião das amostragens.
Para estas espécies foi usada denominação por morfo-espécies, sendo que para algumas não
foi possível realizar-se a determinação específica por falta de material fértil adequado a esta
finalidade.
FIGURA 13 – PARCELA USADA PARA AMOSTRAGEM ESTRUTURAL.
16
Com base nos dados de cobertura, presença e altura das espécies nas parcelas foram estimados
os parâmetros fitossociológicos, a saber:
Freqüência absoluta (F)
F
i
= n
i
/ N x 100
Freqüência relativa (FR)
FR
i
= F
i
/ F
i
Cobertura absoluta (Co)
Co
i
= Co
i
/ N
Cobertura relativa (CoR)
CoR
i
= Co
i
/ Co
Porcentagem de importância (PI)
PI
i
= FR
i
+ CoR
i
/ 2
Altura Predominante Média (Hpre)
Hpre
i
= Hpre
i
/ n
i
Altura Máxima Média (Hmáx)
Hmáx
i
= Hmáx
i
/ n
i
As notações usadas nas fórmulas têm os seguintes significados:
n
i
= número de parcelas em que ocorre a espécie i qualquer;
N = número total de parcelas amostradas na fisionomia em cada serra;
FA = somatória das freqüências absolutas das espécies amostradas;
Co
i
= cobertura total da espécie i qualquer;
Co = somatória das coberturas de todas as espécies registradas;
Hpre = somatória das alturas predominantes da espécie i em cada parcela
Hmáx = somatória das alturas máximas da espécie i em cada parcela
Para a análise de diversidade foi empregado o índice de Shanon, conforme a seguinte fórmula,
sendo considerados para o cálculo de p
i
os valores relativos de cobertura das espécies
amostradas:
H' = - p
i
. ln p
i
Para o cálculo do índice de Equabilidade (e) usou-se a fórmula:
e = H’ / log S
sendo S o número total de espécies amostradas na fisionomia.
17
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 FLORÍSTICA DOS CAMPOS DE ALTITUDE NO PARANÁ
A Tabela 01 apresenta as 279 espécies vegetais vasculares detectadas nos campos de altitude
dos seis trechos estudados na Serra do Mar paranaense. Outras 40 espécies foram detectadas
no estudo fitossociológico, no entanto foram coletadas estéreis e sua identificação não foi
possível. Estas receberam o tratamento de morfo-espécies e serão apresentadas nas Tabelas 4
a 18, ao serem descritos os parâmetros estruturais.
TABELA 01 – ESPÉCIES VASCULARES NOS CAMPOS DE ALTITUDE NA SERRA DO MAR PARANAENSE.
LEGENDA: FORMA: ARB – ARBUSTO; ARV – ÁRVORE; EPI – EPÍFITA; HER – HERBÁCEA; TRE
– TREPADEIRA; ÁREAS DE ESTUDO: IBI – SERRA DO IBITIRAQUIRE; IGR – SERRA DA
IGREJA; PRA – SERRA DA PRATA; FAS – SERRA DA FARINHA SECA; GIG – SERRA GIGANTE;
PBA – SERRA DA PEDRA BRANCA DO ARARAQUARA. AMOSTRA: COLETAS TOMBADAS NO
MUSEU BOTÂNICO MUNICIPAL MBM, CURITIBA, PR. COLETORES: AYM: ALAN YUKIO
MOCOCHINSKI; MBS: MAURÍCIO BERGAMINI SCHEER; RTP: RUDDY THOMAS PROENÇA.
ESPÉCIE FORMA
IBI IGR PRA FAS GIG PBA
AMOSTRA
DIVISÃO ANGIOSPERMAE
Família Alstroemeriaceae
Alstroemeria amabilis M.C. Assis HER X X X X AYM 162
Família Amaryllidaceae
Hippeastrum illustre (Vell.) Dutilh HER X X X X MBS 532
Família Apiaceae
Eryngium koehneanum Urban HER X X X MBS 1
Eryngium scirpinum Cham. & Schl. HER X MBS 638
Família Apocynaceae
Aspidosperma pyricollum Müll. Arg. ARV X AYM 159
Mandevilla atroviolacea (Stadelm.) R.E. Woodson TRE X X MBS 226
Mandevilla immaculata R.E. Woodson TRE X X AYM 35
Orthosia dusenii (Malme) Font. TRE X X X MBS 511
Oxypetalum sublanatum Malme HER X MBS 120
Oxypetalum sp. TRE X X X X AYM 28
Apocynaceae indet. TRE X X X X X MBS 761
Família Aquifoliaceae
Ilex chamaedryfolia Reissek ARV X X AYM 157
Ilex microdonta Reissek ARV X X X X X AYM 32
Ilex theazans Martius ARV X X MBS 528
Família Araceae
Philodendron glaziovii Hook. f. HER X MBS 616
Família Araliaceae
Hydrocotyle quinqueloba R. et P. HER X X MBS 530
Família Asteraceae
Achyrocline satureioides (Lam.) DC HER X MBS 44
Austroeupatorium neglectum (B.L. Robinson) R.M.King & Robinson ARB X X X MBS 619
Baccharis angusticeps Dusén ARB X X X X X MBS 290
Baccharis aracatubensis Teodoro & Hatschbach ARB X MBS 625
18
ESPÉCIE FORMA
IBI IGR PRA FAS GIG PBA
AMOSTRA
Baccharis brachylaenoides DC. var. brachylaenoides ARB X X MBS 408
Baccharis brachylaenoides DC. var. polycephala ARB X X AYM 3
Baccharis cassinifolia DC. ARB X X X X X MBS 57
Baccharis curitybensis Heering & Dusén HER X X X X AYM 129
Baccharis erioclada DC. HER X MBS 45
Baccharis illinita DC. HER X AYM 378
Baccharis intermixta Gardn. ARB X AYM s/nº
Baccharis leucocephala Dusén HER X MBS 632
Baccharis oreophila Malme ARB X AYM s/nº
Baccharis organensis Baker ARB X X X MBS 423
Baccharis platypoda DC. HER X MBS 6
Baccharis retusa DC. ARB X MBS 70
Baccharis tarchonanthoides DC. ARB X AYM 257
Baccharis cf. trimera (Less.) DC. ARB X X X X X X MBS 415
Baccharis uncinella DC. ARB X MBS 626
Baccharis sp. ARB X X X MBS 414
Campovassouria cruciata (Vell.) R.M.King & Robinson ARB X MBS 47
Critoniopsis quinqueflora (Less.) Robinson HER X X X AYM 255
Dasyphyllum spinescens (Less.) Cabrera ARB X X X AYM 259
Dendrophorbium limosum C. Jeffrey HER X X X X X X MBS 13
Erigeron catarinensis Cabrera HER X MBS 628
Graphistylis serrana (Zardini) B.Nord. HER X X X X MBS 59
Grazielia cf. serrata (Spreng.) R.M.King & Robinson HER X X X AYM 256
Heterocondylus alatus (Vell.) R.M.King & Robinson ARB X X X X MBS 407
Hypochaeris catharinensis Cabrera HER X
AYM s/nº
Mikania campanulata Gardn. TRE X X X X MBS 14
Mikania clematidifolia Dusén TRE X X X MBS 622
Mikania involucrata Hook. & Arn. TRE X AYM 258
Mikania lanuginosa DC. TRE X X X X X MBS 621
Mikania lindbergii Baker TRE X X AYM 20
Mikania paranensis Dusén TRE X X MBS 636
Pentacalia desiderabilis (Vell.) Cuatrec. TRE X X X X AYM 254
Piptocarpha densifolia Dusén ex G.L. Smith ARV X X X X X MBS 627
Stevia claussenii Sch. Bip. ex Baker HER X X MBS 248
Symphyopappus cuneatus Sch. Bip. ARB X X X X MBS 123
Symphyopappus lymansmithii B.L. Robinson ARB X X X MBS 624
Trichocline catharinensis Cabrera var. discolor Cabrera HER X AYM 94
Trixis brasiliensis (L.) DC. HER X X X X X AYM 252
Trixis lessingii DC. HER X MBS 124
Verbesina glabrata Hook. & Arn. HER X X X MBS 203
Vernonanthura montevidensis (Spr.) H. Rob. ARB X X X X X MBS 87
Família Berberidaceae
Berberis laurina Billb. ARB X MBS 121
Família Bignoniaceae
Anemopaegma chamberlaynii (Sims) Bureau & K. Schum. TRE X X X X AYM 163
Anemopaegma prostratum DC. TRE X MBS 535
Anemopaegma sp. TRE X AYM 373
Tabebuia catarinensis A.Gentry ARV X X X X X AYM 6
Família Bromeliaceae
Dyckia reitzii L.B. Smith HER X
Pitcairnia flammea Lindl. var. floccosa L.B. Sm. HER X X X MBS 536
19
ESPÉCIE FORMA
IBI IGR PRA FAS GIG PBA
AMOSTRA
Quesnelia imbricata L.B. Sm. HER X X AYM 168
Vriesea altodaserrae L.B. Sm. HER X AYM 167
Vriesea cf. hoehneana L.B. Sm. HER X X X X AYM s/nº
Vriesea platynema var. variegata Gaudich. HER X X X X X X AYM 166
Vriesea sp. HER X AYM 44
Família Cactaceae
Cactaceae indet. HER X MBS 757
Família Campanulaceae
Lobelia camporum Pohl HER x MBS 131
Siphocampylus eichleri Kanitz HER X MBS 540
Família Cardiopteridaceae
Citronella paniculata (Mart.) Howard ARV X AYM 182
Família Celastraceae
Maytenus urbaniana Loes. ARV X AYM 170
Família Chlorantaceae
Hedyosmum brasiliense Miq. ARV X MBS 544
Família Clethraceae
Clethra scabra Pers. ARV X AYM 172
Clethra uleana Sleum. ARV X X X X X X MBS 353
Família Clusiaceae
Clusia criuva Camb. ARB X MBS 224
Família Cornaceae
Griselinia ruscifolia (Clos) Taubert TRE X X X X AYM 46
Família Cunoniaceae
Weinmannia humilis Engler ARV X X X X MBS 16
Família Cyperaceae
Bulbostylis consanguinea HER X X
Cyperus sp. HER X AYM 295
Lagenocarpus triquetrus (Boeck.) O. Kuntze HER X X X X X X MBS 555
Machaerina austrobrasiliensis M.T. Strong HER X X X X X X AYM 128
Rhynchospora exaltata Kunth HER X X X X X AYM 122
Rhynchospora polyantha Steud. HER X
A
YM s/nº
Rhynchospora sp. 02 HER X X MBS 673
Rhynchospora sp. 03 HER X MBS 674
Rhynchospora sp. 04 HER X MBS 490
Rhynchospora sp. 05 HER X AYM 297
Rhynchospora sp. 06 HER X X X AYM 156
Scleria cf. balansae Maury HER X
AYM s/nº
Cyperaceae indet. 1 HER X RTP 103
Cyperaceae indet. 3 HER X X AYM 296
Cyperaceae indet. 7 HER X AYM 103
Cyperaceae indet. 8 HER X MBS 110
Família Dioscoreaceae
Dioscorea sanpaulensis R. Knuth TRE X X X AYM 174
Família Droseraceae
Drosera montana St. Hil. HER X X X AYM 175
Família Ericaceae
Agarista niederleinii (Sleumer) Judd var. acutifolia W.S.Judd ARB X X AYM 177
Agarista niederleinii (Sleumer) Judd var. niederleinii ARB X X MBS 547
Agarista pulchella Cham. ex G. Don ARB X MBS 548
Gaultheria itatiaiae Wawra ARB X X AYM 176
20
ESPÉCIE FORMA
IBI IGR PRA FAS GIG PBA
AMOSTRA
Gaultheria serrata K-Gouv. var. organensis (Meisn.) Luteyn ARB X X X X AYM 48
Gaultheria sp. 1 ARB X MBS 754
Gaultheria sp. 2 ARB X AYM 372
Gaylussacia arassatubensis R.R.Silva & Cervi ARB X MBS 378
Gaylussacia brasiliensis (Spr.) Meissn. var. brasiliensis ARB X X X X X X MBS 77
Gaylussacia caratuvensis R.R.Silva & Cervi ARB X MBS 753
Gaylussacia sp. ARB X X X X MBS 394
Ericaceae indet. 1 ARB X X X MBS 752
Ericaceae indet. 4 ARB X AYM 371
Ericaceae indet. 5 ARV X MBS 755
Família Eriocaulaceae
Eriocaulon ligulatum (Vell.) L.B. Smith HER X X X AYM 51
Eriocaulon sp. HER X AYM 370
Família Escalloniaceae
Escallonia laevis (Vell.) Sleum. ARB X MBS 247
Família Euphorbiaceae
Croton splendidus Mart. ex Baill. ARB X X X X MBS 79
Pera glabrata (Schott) Baill. ARB X X AYM 179
Família Fabaceae - Caesalpinioideae
Senna organensis (Glaz. ex Harms) Irwin & Barneby
var. extratropica Irwin & Barneby
ARV X X X X AYM 222
Família Fabaceae - Faboideae
Dalbergia frutescens (Vellozo) Britton ARB X AYM 58
Família Fabaceae - Mimosoideae
Inga barbata Bentham ARB X MBS 592
Mimosa atlantica Barneby ARB X MBS 590
Mimosa congestifolia Burkart ARB X X MBS 355
Mimosa eurystegia Barneby TRE X
AYM s/nº
Mimosa prionopus Barneby TRE X MBS 428
Mimosa pseudocalosa Burkart TRE X AYM 221
Mimosa tucumensis Barneby ex Ribas TRE X MBS 591
Família Gentianaceae
Macrocarpaea rubra Malme HER X X MBS 115
Família Gesneriaceae
Nematanthus sp. HER X X X
Sinningia aff. magnifica (Otto & A.Dietr.) Wiehle HER X X AYM 369
Família Iridaceae
Alophia geniculata Klatt HER X X X X AYM 183
Neomarica sp. HER X MBS 759
Sisyrinchium vaginatum Spreng. HER X X X MBS 553
Família Juncaceae
Juncus sp. HER X
Família Lamiaceae
Hesperozygis nitida (Bentham) Epling ARB X MBS 130
Hesperozygis rhododon Epling ARB X X X X X MBS 291
Salvia sp. HER X AYM 367
Vitex sp. ARV X
Família Lauraceae
Ocotea catharinensis Mez ARV X X X AYM 56
Ocotea pulchella (Nees) Mez ARV X X MBS 284
Ocotea tristis (Nees & Martius) Mez ARV X X X x X X MBS 584
Persea cf. alba Nees ARV X X AYM 213
Persea major (Nees) Kopp ARV X AYM 57
21
ESPÉCIE FORMA
IBI IGR PRA FAS GIG PBA
AMOSTRA
Família Lentibulariaceae
Utricularia reniformis A. St. Hil. HER X X X X X X MBS 491
Utricularia sp. 1 HER X
Utricularia sp. 2 HER X MBS 587
Família Liliaceae
Lilium regale E.H. Wilson HER X AYM 218
Família Loranthaceae
Struthanthus complexus Eichler TRE X X MBS 588
Família Melastomataceae
Leandra calvescens (Triana) Cogn. HER X AYM 277
Leandra cordigera Cogn. HER X X X X AYM 282
Leandra cf. quinquedentata (DC.) Cogn. ARB X X X X X X AYM 281
Leandra cf. sublanata Cogn. ARB X X AYM 275
Leandra cf. sulfurea (Naudin) Cogn. ARB X MBS 658
Leandra sp. HER X AYM 274
Miconia lymanii Wurdack ARB X X X X X X AYM 62
Miconia ramboii Brade ARB X MBS 431
Miconia sellowiana Naudin ARV X MBS 654
Miconia sp. ARB X MBS 656
Tibouchina dubia (Cham.) Cogn. ARB X X X X X AYM 284
Tibouchina hospita (DC.) Cogn. ARB X X X X MBS 661
Tibouchina marumbiensis Wurdack ARV X MBS 325
Tibouchina reitzii Brade ARV X X X MBS 286
Tibouchina sp. 1 ARB X AYM s/n°
Tibouchina sp. 2 ARB X AYM 271
Melastomataceae indet. 3 ARB X AYM 273
Família Myrsinaceae
Myrsine altomontana M.F. Freitas & L.S. Kinoshita ARV X X X X X AYM 226
Família Myrtaceae
Eugenia neomyrtifolia Sobral ARB X X AYM 126
Gomidesia sellowiana O.Berg ARV X X X X X X AYM 320
Myrceugenia alpigena (DC.) Landrum ARB X AYM 264
Myrceugenia franciscensis (O.Berg) Landrum ARB X X X AYM 130
Myrceugenia pilotantha (Kiaersk.) Landrum ARV X X AYM 303
Myrcia breviramis (O.Berg) C.D.Legrand ARV X X X X MBS 65
Myrcia obtecta Kiaersk. ARV X X X X X AYM 263
Myrcia richardiana (O.Berg) Kiaersk. ARV X X MBS 496
Myrciaria tenella (DC.) O.Berg ARV X X X X X AYM 269
Pimenta pseudocaryophyllus (Gomes) Landrum ARV X X AYM 270
Psidium spathulatum Mattos ARV X AYM 261
Siphoneugena reitzii C.D.Legrand ARV X X X X X X AYM 123
Myrtaceae indet. ARV X AYM 286
Família Ochnaceae
Ouratea vaccinioides Engl. ARV X X AYM 186
Família Onagraceae
Fuchsia regia (Vell) Munz ssp. serrae P.E.Berry ARB X X X AYM 144
Família Orchidaceae
Cleistes brasiliensis (Barbosa Rodr.) Schlechter HER X X X AYM 187
Epidendrum ellipticum Grah. HER X X X MBS 113
Habenaria cf. janeirensis Kranzl. HER X MBS 562
Habenaria paranaensis Barb.Rodr. HER X AYM 191
Habenaria parviflora Lindl. HER X X AYM 190
Oncidium donianum Batem. ex Baxter HER X MBS 125
Oncidium sp. 1 HER X AYM s/n
Oncidium sp. 2 HER X AYM s/n
22
ESPÉCIE FORMA
IBI IGR PRA FAS GIG PBA
AMOSTRA
Prescottia stachyodes (Sw.) Lindl. HER X MBS 579
Rodriguesia sp. HER X AYM 207
Sophronitis coccinea (Lindl.) Reichb. EPI X X X X MBS 114
Zygopetalum mackayi Hook. HER X X MBS 559
Família Orobanchaceae
Esterhazya splendida J.C. Mikan HER X X X X MBS 126
Velloziella westermannii Dusén ARB X X MBS 637
Orobanchaceae indet. HER X MBS 749
Família Oxalidaceae
Oxalis cf. rupestris St. Hil. HER X AYM 192
Família Pentaphyllacaceae
Ternstroemia brasiliensis Camb. ARV X X X X AYM s/nº
Família Plantaginaceae
Plantago australis Lam. HER X MBS 567
Família Poaceae
Andropogon macrothrix Trinius HER X AYM 155
Aulonemia fimbriatifolia L.G.Clark HER X MBS 456
Calamagrostis longearistata (Wedd.) Hack. ex Sodiro HER X AYM s/nº
Chusquea anelytroides Rupr. ex Doell HER X X AYM 198
Chusquea mimosa McClure & L.B. Sm. HER X X X X X AYM 118
Chusquea pinifolia (Nees) Nees HER X X X X MBS 77
Chusquea sp. HER X
AYM s/nº
Cortaderia selloana (Schult. & Schult.f.) Asch. & Graebn. HER X
AYM s/nº
Danthonia secundiflora Presl HER X X AYM 115
Danthonia sp. 1 HER X MBS 672
Danthonia sp. 2 HER X MBS 480
Danthonia sp. 3 HER X MBS 676
Deschampsia sp. HER X AYM 153
Eriochrysis holcoides (Nees) Kuhlmann HER X MBS 525
Panicum sabulorum L. var. sabulorum HER X X X MBS 524
Panicum sp. 1 HER X MBS 487
Panicum sp. 2 HER X MBS 481
Paspalum polyphyllum Nees HER X X MBS 472
Poidium calotheca (Trinius) Matthei HER X AYM 152
Polypogon elongatus Kunth HER X AYM 154
Stipa sellowiana Nees HER X MBS 522
Poaceae indet. 4 HER X MBS 675
Poaceae indet. 7 HER X MBS 478
Poaceae indet. 10 HER X RTP 102
Poaceae indet. 11 HER X RTP 105
Poaceae indet. 12 HER X MBS 477
Poaceae indet. 14 HER X MBS 483
Poaceae indet. 15 HER X AYM 19
Poaceae indet. 17 HER X MBS 485
Poaceae indet. 18 HER X AYM 299
Poaceae indet. 19 HER X MBS 488
Família Polygalaceae
Polygala campestris Gardner HER X AYM 199
Polygala subverticillata Chodat HER X MBS 569
Polygala sp. 1 HER X MBS 610
Polygala sp. 2 HER X X MBS 521
23
ESPÉCIE FORMA
IBI IGR PRA FAS GIG PBA
AMOSTRA
Família Polygonaceae
Coccoloba persicaria L. ARB X X X AYM 200
Família Proteaceae
Euplassa aff. nebularis Rambo & Sleumer ARV X MBS 571
Roupala rhombifolia Mart. ex Meissn. ARB X X AYM 202
Família Rosaceae
Rubus rosifolius Stokes HER X
AYM s/nº
Família Rubiaceae
Coccocypselum condalia Pers. HER X X X X X AYM 127
Coccocypselum sp. HER X X X X X MBS 294
Galianthe gertii E.L. Cabral HER X X X AYM 260
Galium hypocarpium (L.) Endl. ex Griseb.
ssp. indecorum (Cham. & Scl.) Dempster
HER X X X X MBS 67
Galium sellowianum (Cham.) Walp. HER X MBS 576
Galium sp. HER X MBS 506
Família Salicaceae
Xylosma pseudosalzmanii Sleumer ARV X AYM 180
Família Sapindaceae
Matayba cf. juglandifolia (Cambess.) Radlk. ARV X AYM 229
Família Smilacaceae
Smilax campestris Griseb. TRE X X X X X X AYM 128
Família Solanaceae
Brunfelsia cf. pilosa Plowman ARB X MBS 599
Família Symplocaceae
Symplocos sp. 1 ARV X X X X X AYM 86
Symplocos sp. 2 ARV X X X AYM 231
Família Theaceae
Gordonia fruticosa (Schrad.) Her.Keng ARV X X X X
AYM s/nº
Família Valerianaceae
Valeriana ulei Graebn. HER X X X X X MBS 73
Família Violaceae
Viola cerasifolia St. Hil. HER X X AYM 237
Família Winteraceae
Drimys angustifolia Miers ARV X X X AYM 236
Drimys brasiliensis Miers ARV X MBS 606
Família Xyridaceae
Xyris caroliniana Walt. HER X X X MBS 602
Xyris dissitifolia Kral & Wand. HER X X X X X AYM 120
Xyris stenophylla LA Nilsson HER X X X X AYM 121
DIVISÃO GIMNOSPERMAE
Família Pinaceae
Pinus sp. ARV X X AYM s/nº
Família Podocarpaceae
Podocarpus sellowii Klotzsch ex Endl. ARV X X X X MBS 231
DIVISÃO PTERIDOPHYTA
Família Blechnaceae
Blechnum sp. HER X X X X X X AYM 331
Família Dennstaedtiaceae
Pteridium aquilinum (L.) Kuhn X MBS 732
Família Dryopteridaceae
Rumohra adiantiformis (G. Forst.) Ching HER X X MBS 706
24
ESPÉCIE FORMA
IBI IGR PRA FAS GIG PBA
AMOSTRA
Família Gleicheniaceae
Dicranopteris nervosa (Kaulf.) Maxon HER X X X AYM 12
Sticherus longipes (Fée) Copel. HER X X X X X X MBS 388
Sticherus sp. HER X X X X X X AYM 364
Família Lycopodiaceae
Huperzia quadrifariata (Bory) Rothm. HER X AYM 348
Lycopodiella camporum B. Øllg. & P.G. Windisch HER X MBS 730
Lycopodiella caroliniana (L.) Pichi-Sermolli HER X X X AYM 350
Lycopodium clavatum L. HER X X MBS 747
Lycopodium thyoides Humb. & Bonpl. ex Willd. HER X X AYM 347
Lycopodium sp. 3 HER X MBS 518
Família Polypodiaceae
Cochlidium punctatum (Raddi) L.E. Bishop EPI X X X AYM 332
Polypodium hirsutissimum Raddi HER X MBS 736
Família Pteridaceae
Doryopteris crenulans (Fée) H.Christ HER X X X AYM 362
Pteridaceae indet. HER X AYM 17
Família Selaginellaceae
Selaginella sp. HER X MBS 735
PTERIDOPHYTA família indet. HER X AYM 11
As 279 espécies pertencem a 73 famílias botânicas, sendo 63 angiospermas (259 espécies,
sendo 2 espécies com duas subespécies), 8 pteridófitas (18 spp) e 2 gimnospermas (2 spp).
Salienta-se que a riqueza encontrada refere-se apenas às espécies detectadas durante as fases
de campo nas seis áreas e identificadas durante o período de realização do projeto que
resultou no presente trabalho, sendo que se a esta lista fossem incorporadas espécies
previamente registradas nos herbários e as possíveis novas identificações das morfo-espécies,
este valor provavelmente ultrapassaria 350 espécies.
O número de espécies detectadas está dentro do observado em outros trechos de campos de
altitude já estudados, considerando a extensão desta formação na Serra do Mar paranaense.
Martinelli (1996) detectou 415 espécies nos campos do Planalto do Itatiaia, 347 no Campo
das Antas na Serra dos Órgãos, 275 na Pedra do Desengano, 227 no Morro da Cuca, 215 na
Serra da Bocaina e 124 no Pico do Frade. Já Safford (1999a) cita 550 espécies para o Planalto
do Itatiaia, baseado em dados ainda não publicados. Caiafa e Silva (2005) detectaram 81
espécies em um campo de altitude na Serra do Brigadeiro - Minas Gerais, numa área de
aproximadamente seis hectares.
A família que apresentou maior riqueza específica foi Asteraceae, com 44 espécies (15,8% do
total), seguida por Poaceae (31; 11%), Melastomataceae (17; 6%), Cyperaceae (16; 5,7%),
25
Ericaceae (14; 5%), Myrtaceae (13) e Orchidaceae (12). As demais famílias apresentaram
menos de 10 espécies.
A grande riqueza específica de Asteraceae já havia sido reportada em estudos de outras aéreas
de ocorrência em campos de altitude na região sudeste do Brasil (Rizzini 1954; Martinelli
1996). Estes estudos também observaram a riqueza de Poaceae, Cyperaceae, Melastomataceae
e Ericaceae em montanhas da Serra da Mantiqueira e da Serra do Mar no sudeste. Nestes
trabalhos, Asteraceae compunha cerca de 20% das espécies e no presente estudo a família
compreendeu 15,8% da riqueza específica.
Além de Asteraceae, Safford (1999a) cita como famílias mais ricas nos campos de altitude nas
Serras dos Órgãos e Itatiaia, Polypodiaceae s.l., Melastomataceae, Orchidaceae, Poaceae,
Lamiaceae, Lycopodiaceae, Cyperaceae, Ericaceae e Rubiaceae.
No campo de altitude estudado por Caiafa e Silva (2005) na Serra do Brigadeiro, as famílias
mais importantes foram Orchidaceae (14 spp.), Asteraceae (12 spp.), Melastomataceae (8
spp.) e Cyperaceae (7 spp.). Neste estudo, chama a atenção o fato de Poaceae não estar
presente entre as famílias mais expressivas, apresentando apenas duas espécies.
Trilepis ihotzkiana Nees ex Arnott (Cyperaceae) que é espécie amplamente distribuída em
campos de altitude da região sudeste (Martinelli 1996), em muitas situações apresentando
grande dominância nas comunidades, não foi detectada em nenhuma das áreas estudadas e
também não foi observada em outros trechos de campos de altitude na serra do mar no Paraná
já percorridos pelo autor. Esta ausência pode ser considerada uma das maiores divergências
com relação aos campos de altitude da região sudeste.
Em um estudo sobre a vegetação rupícola na região dos Aparados da Serra Geral, na divisa
dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que parece ter muitas semelhanças
florísticas e estruturais com os campos de altitude, Falkenberg (2003) também observou
Asteraceae como a família mais rica, abrangendo 18,5% das espécies. Outras famílias
importantes foram Poaceae, Cyperaceae, Fabaceae, Orchidaceae, Polypodiaceae, Rubiaceae,
Apiaceae, Bromeliaceae, Melastomataceae e Solanaceae.
A riqueza de Asteraceae, Poaceae, Cyperaceae, Melastomataceae também já é conhecida para
outras formações campestres altomontanas, como para os campos rupestres na Serra da
Bocaina (Carvalho 1992), na Serra do Brigadeiro (Caiafa 2002), no Morro do Chapéu, MG
(Andrade et.al. 1986). No entanto, o que chama a atenção é ausência de Velloziaceae, que é
característica de campos rupestres e com ocorrência em campos de altitude e formações
rupícolas da região sudeste do Brasil (Safford e Martinelli 2000).
26
Myrtaceae, que no presente trabalho é representada por 13 espécies, também é bastante
expressiva em formações altomontanas, sendo a família mais rica em espécies arbóreas na
Floresta Ombrófila Densa Altomontana na Serra do Mar paranaense (Koehler 2001). A
riqueza desta família nesta formação contígua parece ter grande relação com a riqueza nos
campos. O gênero Myrceugenia, representado nos campos de altitude paranaenses por 3
espécies, na região do planalto do Itatiaia apresenta 13 espécies, todas restritas às formações
altomontanas (Lima e Guedes-Bruni 2004).
Outro dado que merece destaque é a detecção de espécies descritas recentemente, como
Alstroemeria amabilis (Assis 2003), Aulonemia fimbriatifolia (Clark 2004), Myrsine
altomontana (Freitas e Kinoshita 2005), Mimosa atlântica e Mimosa tucumensis, ou espécies
com sua descrição ainda não publicada, como Symplocos sp.1 e Symplocos sp.2, além da
detecção de uma possível espécie nova de Lamiaceae (Salvia sp.; Élide dos Santos, com.
pess.). Não restam dúvidas que novas espécies ainda serão descritas, na medida em que novas
áreas venham a ser amostradas e também o material já depositado em herbários venha a ser
analisado. Esta situação é reflexo do pouco esforço de pesquisa já realizado nos campos de
altitude no Paraná e reforça a importância de ações para sua conservação.
A ocorrência de espécies exóticas e invasoras traz uma grande preocupação para com a
conservação dos campos de altitude. A invasão por Pinus sp. é mais avançada na Serra do
Ibitiraquire, onde sua dispersão ocorre na face oeste, voltada para o planalto onde existem
povoamentos próximos da espécie. Em algumas montanhas mais baixas e deslocadas a oeste,
como o Camacuã, as encostas já apresentam centenas indivíduos adultos. Espécies como
Lilium regale, Cyperus sp., Juncus sp., Cortaderia selloana e Plantago australis foram
observadas em áreas mais impactadas, como no cume do Pico Ciririca, onde estão instaladas
duas placas repetidoras de microondas, cuja construção exigiu a permanência prolongada de
operários e toda uma estrutura para viabilizar a obra, o que provavelmente resultou na
dispersão e estabelecimento de tais espécies.
27
A Tabela 02 traz a distribuição da riqueza específica entre as 10 famílias botânicas mais ricas
nas áreas amostradas.
TABELA 02 – RIQUEZA ESPECÍFICA ENTRE AS FAMÍLIAS BOTÂNICAS NOS CAMPOS DE ALTITUDE DA
SERRA DO MAR PARANAENSE. NÚMERO DE ESPÉCIES ENTRE PARÊNTESES.
S. do Ibitiraquire S. da Igreja S. da Prata S. da Farinha Seca S. Gigante
S. da PB
Araraquara
Asteraceae (39) Asteraceae (20) Asteraceae (18) Asteraceae (19) Asteraceae (9) Asteraceae (15)
Poaceae (23) Cyperaceae (6) Myrtaceae (8) Myrtaceae (8) Myrtaceae (6) Myrtaceae (7)
Melastomataceae (15) Poaceae (5) Ericaceae (6) Melastomataceae (7) Orchidaceae (5) Cyperaceae (5)
Ericaceae (11) Melastomataceae (5) Melastomataceae (5) Cyperaceae (4) Bromeliaceae (5) Ericaceae (5)
Cyperaceae (11) Ericaceae (5) Cyperaceae (4) Poaceae (4) Cyperaceae (5) Melastomataceae (4)
Fabaceae (8) Orchidaceae (4) Poaceae (4) Rubiaceae (4) Melastomataceae (3) Poaceae (4)
Orchidaceae (8) Myrtaceae (4) Bromeliaceae (3) Lauraceae (3) Poaceae (3) Rubiaceae (3)
Myrtaceae (7) Apocynaceae (4) Xyridaceae (3) Ericaceae (2) Apocynaceae (3) Bromeliaceae (2)
Rubiaceae (6) Rubiaceae (3) Apocynaceae (2) Xyridaceae (2) Gleicheniaceae (3) Apocynaceae (2)
Bromeliaceae (5) Lauraceae (3) Rubiaceae (2) Apocynaceae (2) Lauraceae (2) Gleicheniaceae (2)
Asteraceae apresentou a maior riqueza específica em todos os trechos amostrados. Myrtaceae
foi a segunda família mais diversa em quatro serras (Prata, Farinha Seca, Gigante e Pedra
Branca do Araraquara), enquanto nas outras duas serras esta posição foi ocupada por Poaceae
no Ibitiraquire e Cyperaceae na Igreja. Estas quatro famílias, mais Melastomataceae, estão
entre as 8 famílias mais ricas em cada uma das seis serras amostradas.
Os gêneros que apresentaram maior riqueza foram Baccharis (18 espécies), Rhynchospora (7
espécies, ainda que 5 delas estejam não determinadas), Mikania, Mimosa e Leandra (6) e
Tibouchina (5).
Apenas 17 espécies foram comuns a todas as áreas estudadas, sendo elas: Baccharis cf.
trimera e Dendrophorbium limosum (Asteraceae); Vriesea platynema var. variegata
(Bromeliaceae); Clethra uleana (Clethraceae); Lagenocarpus triquetrus e Machaerina
austrobrasiliensis (Cyperaceae); Gaylussacia brasiliensis var. brasiliensis (Ericaceae);
Ocotea tristis (Lauraceae); Utricularia reniformis (Lentibulariaceae); Leandra cf.
quinquedentata e Miconia lymanii (Melastomataceae); Gomidesia sellowiana e Siphoneugena
reitzii (Myrtaceae); Smilax campestris (Smilacaceae); Blechnum sp. (Blechnaceae); Sticherus
longipes e Sticherus sp. (Gleicheniaceae).
A Serra do Ibitiraquire apresentou a maior riqueza de espécies (221), seguida pela Serra da
Igreja (99), Serra da Prata (93), Serra da Farinha Seca (85), Serra Gigante (78) e Serra da
Pedra Branca do Araraquara (71).
A variação na riqueza de espécies em cada serra parece ter uma relação primeiramente com a
extensão ocupada pelos campos de altitude nestas. Os campos na Serra do Ibitiraquire
constituem-se nas mais extensas áreas desta formação na Serra do Mar paranaense,
28
apresentando a maior riqueza. Por outro lado, os campos da Serra da Pedra Branca do
Araraquara consistem num pequeno trecho de aproximadamente 5 ha, em parte do cume da
montanha mais alta da serra. A riqueza encontrada nesta serra (71 spp) é bem próxima da
encontrada por Caiafa e Silva (2005) na Serra do Brigadeiro (81) em MG em uma área de
cerca de 6 ha.
Outro fator que pode ter influência na riqueza, ainda que provavelmente menor, é a variação
altitudinal à qual cada trecho está submetido. A Serra do Ibitiraquire apresenta campos
variando de um gradiente de 1250 a 1887 m snm. Já nas Serras Gigante e da Pedra Branca do
Araraquara, este gradiente resume-se a apenas poucas dezenas de metros. No Ibitiraquire, com
maiores extensão e variação altitudinal, acaba sendo mais provável a ocorrência de diferentes
hábitats, o que permitiria uma maior riqueza específica.
O Ibitiraquire também apresentou o maior número de espécies exclusivas (93 spp), seguido
pela Serra Gigante com 20 espécies exclusivas, Serra da Pedra Branca do Araraquara com 8,
Serra da Prata e Serra da Farinha Seca com 5 e a Serra da Igreja com 4. No total, 135 espécies
(48% do total) foram observadas em apenas uma das áreas de amostragem.
A Tabela 03 apresenta a análise de similaridade florística entre os trechos estudados.
TABELA 03 - SIMILARIDADE FLORÍSTICA ENTRE OS SEIS TRECHOS DE CAMPOS DE ALTITUDE
ATRAVÉS DO ÍNDICE DE SIMILARIDADE DE SORENSEN. NÚMERO TOTAL DE
ESPÉCIES DE CADA TRECHO ENTRE PARÊNTESES.
S. do
Ibitiraquire
S. da Igreja S. da Prata
S. da Farinha
Seca
S. Gigante
S. da PB
Araraquara
S. do Ibitiraquire (221) - 0,5250 0,5096 0,4706 0,3478 0,3836
S. da Igreja (99) - 0,7292 0,6413 0,4181 0,5412
S. da Prata (93) - 0,6292 0,3860 0,5610
S. da Farinha Seca (85) - 0,3190 0,5256
S. Gigante (78) - 0,3758
S. da PB Araraquara (71) -
Percebe-se que, de uma maneira geral, a similaridade florística dos campos de altitude entre
as serras é alta, sendo sempre maior que 0,25. Os maiores valores de similaridade foram
observados entre as Serra da Prata, da Igreja e da Farinha Seca. Estas serras, além de estarem
relativamente próximas, apresentam pequena diferença latitudinal, seus campos de altitude
ocorrem em altitudes semelhantes, entre 1250 e 1500 m snm, e apresentam extensões também
semelhantes.
A Serra Gigante apresentou a florística mais diferenciada, com os mais baixos valores de
similaridade. Isto pode decorrer de seu maior isolamento das demais áreas estudadas e
também de outros trechos de campos de altitude. A área estudada mais próxima é a Serra do
29
Ibitiraquire, a 65 km, e o trecho de campo de altitude mais próximo está na Serra da Virgem
Maria, a 40 km de distância. Também sua menor altitude pode ter contribuído para a
ocorrência de espécies inexistentes nas demais áreas, tais como Aspidosperma pyricollum,
Matayba cf. juglandifolia e Hedyosmum brasiliense, que são observadas mais frequentemente
nas florestas montanas, entre 600 e 1000 m de altitude.
A Serra do Ibitiraquire também apresenta valores relativamente baixos de similaridade, mas
neste caso, a grande riqueza de espécies acarretou nesta diferenciação. Além disto, 42% das
espécies nesta são exclusivas, o que explica os baixos índices de similaridade florística.
A Serra da Pedra Branca do Araraquara apresentou baixa similaridade com a Serra Gigante,
provavelmente devido à grande distância que as separa, e com a Serra do Ibitiraquire.
30
3.2 ESTRUTURA DOS CAMPOS DE ALTITUDE NO PARANÁ
Visando refinar a abordagem da estrutura das comunidades, as amostras foram classificadas
em categorias, aqui tratadas de fitofisionomias ou fisionomias, definidas a partir da espécie
com maior cobertura na amostra. Foram reconhecidas cinco fisionomias (Figura 14):
Subarbustiva, quando a espécie com maior cobertura na amostra era um subarbusto;
Campestre, quando a espécie com maior cobertura na amostra era graminóide;
Chusquea mimosa, quando esta espécie era a dominante;
Chusquea pinifolia, quando esta espécie era a dominante;
Machaerina austrobrasiliensis, quando esta espécie era a dominante;
FIGURA 14 – FISIONOMIAS DOS CAMPOS DE ALTITUDE a) Subarbustiva; b) Campestre; c) Chusquea
pinifolia; d) C. mimosa; e) Machaerina austrobrasiliensis; f) mosaico entre fisionomias.
b
c
d
e
f
31
A seguir são apresentados os resultados do estudo da estrutura dos campos de altitude. Para
cada serra, primeiramente é descrita cada fisionomia e posteriormente são apresentadas as
tabelas com os parâmetros fitossociológicos.
Para as tabelas, usou-se a seguinte legenda: F – freqüência absoluta (% das parcelas); Co –
cobertura absoluta (m²/100m²); FR – freqüência relativa (%); CoR – cobertura relativa (%);
PI – porcentagem de importância (%); Hpre – altura predominante média (cm); Hmáx – altura
máxima média (cm) e N – número de parcelas amostradas.
3.2.1 Estrutura dos campos de altitude na Serra do Ibitiraquire
3.2.1.1 Serra do Ibitiraquire - Fisionomia Subarbustiva
Nas 61 parcelas amostradas foram detectadas 94 espécies, sendo que a comunidade
apresentou uma cobertura absoluta de 124,7 m²/100m², com destaque para Croton splendidus
que apresentou a maior percentagem de importância (Tabela 04). Este destaque decorre
principalmente do percentual de cobertura (36,5%), maior que o dobro da segunda espécie,
Lagenocarpus triquetrus. As seis principais espécies somam praticamente a metade da
percentagem de importância da comunidade. Também, C. splendidus e L. triquetrus sozinhos
somam mais da metade da cobertura relativa da comunidade.
Chusquea pinifolia destaca-se no estrato superior da comunidade, com altura predominante
média de 87,8 cm e com cobertura relativa de 5,9%. Também destaca-se no estrato superior
Chusquea mimosa, com altura predominante média de 85 cm, mas que está presente em
apenas 20% das amostras.
As espécies com altura predominante média menor que 30 cm somam menos de 5% da
cobertura relativa da comunidade. Já as espécies que possuem altura predominante entre 30 e
60 cm somam 84% da cobertura relativa, sendo que quatro das cinco espécies mais
importantes da comunidade encontram-se neste estrato. As espécies com altura predominante
acima de 60 cm somaram 11% da cobertura relativa, com destaque para Chusquea pinifolia,
C. mimosa e Machaerina austrobrasiliensis.
3.2.1.2 Serra do Ibitiraquire - Fisionomia Campestre
Foram detectadas 99 espécies nas 64 parcelas com domínio de espécies graminóides (Tabela
05). A cobertura absoluta da comunidade foi de 109 m²/100 m². Lagenocarpus triquetrus
32
apresentou a maior percentagem de importância (16,4%), destacando-se sua cobertura relativa
(26,5%), dominando mais de um quarto da comunidade. A diferença para as demais espécies
não foi tão grande quanto na fisionomia subarbustiva, mas também observou-se que apenas
sete espécies somaram mais de 50% do percentual de importância da comunidade. As três
principais espécies somam praticamente 50% da cobertura relativa da comunidade.
Lagenocarpus triquetrus, dominando praticamente um terço da comunidade, apresenta uma
altura predominante de 54,6 cm, sendo mais alta que as outras nove espécies mais
importantes, marcando o aspecto fisionômico da vegetação, formando um tapete graminóide
típico.
Nesta fisionomia as espécies com altura predominante entre 0 e 30 cm somaram 5% da
cobertura relativa. As espécies com altura predominante média entre 30 e 60 cm somaram
47% da cobertura relativa. Já as espécies com altura predominante média maior que 60 cm
somaram 48% da cobertura relativa.
3.2.1.3 Serra do Ibitiraquire - Fisionomia Chusquea pinifolia
Foram detectadas 85 espécies e uma cobertura absoluta de 125m²/100m² nas 56 parcelas com
dominância de Chusquea pinifolia, com esta espécie apresentando mais de um quarto da
porcentagem de importância e quase a metade da cobertura relativa da comunidade (Tabela
06). Novamente Croton splendidus e Lagenocarpus triquetrus figuram entre as quatro
espécies mais importantes. Estas, mais Machaerina austrobrasiliensis e Alstroemeria
amabilis, somam mais da metade da porcentagem de importância.
Esta fisionomia possui porte mais alto devido à dominância de C. pinifolia, que apresentou
altura predominante média de 78 cm. Um segundo estrato é observado a cerca de 50 cm, onde
dominam Croton splendidus, Rhynchospora exaltata e Lagenocarpus triquetrus. Destaca-se a
ocorrência de espécies graminóides com grande importância na comunidade como
Lagenocarpus triquetrus, Deschampsia sp., Xyris stenophylla e Eriochrysis holcoides.
3.2.1.4 Serra do Ibitiraquire - Fisionomia Chusquea mimosa
Nas nove parcelas amostradas foram detectadas 46 espécies e encontrou-se uma cobertura
absoluta de 136 m²/100 m² (Tabela 07). Chusquea mimosa apresentou 25,7% de porcentagem
de importância. Arbustos e nanofanerófitos, como Croton splendidus, Siphoneugena reitzii e
33
Vernonanthura montevidensis expressaram grande importância nesta fisionomia, ocupando o
estrato abaixo da espécie principal.
Apenas Chusquea mimosa, Croton splendidus, Lagenocarpus triquetrus, Siphoneugena reitzii
e Vernonanthura montevidensis somam mais da metade da porcentagem de importância,
somando também mais de 70% do percentual de cobertura.
3.2.1.5 Serra do Ibitiraquire - Fisionomia Machaerina austrobrasiliensis
Foram detectadas 36 espécies nas dez parcelas amostradas (Tabela 08), encontrando-se uma
cobertura de 102 m²/ 100 m². Machaerina austrobrasiliensis deteve mais de um quarto da
porcentagem de importância da comunidade e mais de 40% da cobertura relativa. Croton
splendidus destaca-se com uma alta freqüência. Chusquea pinifolia, apesar de não ter sido
muito freqüente, apresentou maior percentual de cobertura quando comparado com Xyris
stenophylla que teve a mesma freqüência. Lagenocarpus triquetrus, apesar de muito
freqüente, não apresentou altos percentuais de cobertura. As cinco principais espécies nesta
fisionomia somaram mais de 80% da cobertura relativa e mais de 60% da porcentagem de
importância.
Esta fisionomia é observada mais comumente em locais de drenagem deficiente, com Xyris
stenophylla, Xyris caroliniana e Baccharis angusticeps apresentando importância maior que
nas demais fisionomias.
34
TABELA 04 – PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DA FISIONOMIA SUBARBUSTIVA DO CAMPO DE
ALTITUDE NA SERRA DO IBITIRAQUIRE. N=61
Espécie F Co FR CoR PI Hpre Hmáx
1 Croton splendidus 93,4 45,46 9,39 36,47 22,93 45,5 54,5
2 Lagenocarpus triquetrus 82,0 19,61 8,24 15,73 11,98 58,0 74,8
3 Chusquea pinifolia 36,1 7,36 3,62 5,90 4,76 87,8 116,2
4 Mimosa congestifolia 34,4 5,25 3,46 4,21 3,83 54,0 59,8
5 Hesperozygis nitida 31,1 4,05 3,13 3,25 3,19 36,7 45,7
6 Machaerina austrobrasiliensis 31,1 2,64 3,13 2,12 2,62 61,4 77,1
7 Rhynchospora exaltata 27,9 3,05 2,80 2,45 2,62 52,5 66,1
8 Chusquea mimosa 19,7 2,95 1,98 2,37 2,17 85,1 114,5
9 Deschampsia sp. 21,3 2,25 2,14 1,80 1,97 54,5 60,6
10 Utricularia reniformis 26,2 1,48 2,64 1,18 1,91 19,1 21,7
11 Eryngium koehneanum 19,7 2,13 1,98 1,71 1,84 45,1 56,3
12 Gaylussacia brasiliensis var brasiliensis 26,2 1,25 2,64 1,00 1,82 41,0 47,2
13 Vernonanthura montevidensis 27,9 1,02 2,80 0,82 1,81 49,2 54,2
14 Symphyopappus cuneatus 23,0 1,59 2,31 1,28 1,79 50,7 57,4
15 Xyris stenophylla 21,3 1,25 2,14 1,00 1,57 36,3 44,8
16 Mimosa prionopus 13,1 1,95 1,32 1,56 1,44 36,6 45,6
17 Baccharis cf. trimera 21,3 0,87 2,14 0,70 1,42 48,0 54,0
18 Poaceae 05 21,3 0,72 2,14 0,58 1,36 14,6 17,6
19 Sticherus sp. 11,5 1,67 1,15 1,34 1,25 50,0 54,3
20 Leandra sulfurea 19,7 0,57 1,98 0,46 1,22 37,6 41,5
21 Myrsine altomontana 16,4 0,97 1,65 0,78 1,21 59,9 62,8
22 Siphoneugena reitzii 14,8 1,02 1,48 0,82 1,15 57,7 61,3
23 Poaceae 15 16,4 0,69 1,65 0,55 1,10 47,1 56,0
24 Leandra sp. 18,0 0,26 1,81 0,21 1,01 34,4 36,9
25 Eriochrysis holcoides 13,1 0,80 1,32 0,64 0,98 34,0 43,3
26 Lycopodium clavatum 11,5 0,95 1,15 0,76 0,96 28,0 35,4
27 Gaultheria serrata var. organensis 14,8 0,48 1,48 0,38 0,93 41,9 45,0
28 Galianthe gertii 13,1 0,66 1,32 0,53 0,92 36,5 39,3
29 Alstroemeria amabilis 9,8 0,69 0,99 0,55 0,77 51,5 57,7
30 Blechnum sp. 9,8 0,54 0,99 0,43 0,71 43,5 47,2
31 Dyckia reitzii 9,8 0,52 0,99 0,42 0,70 25,8 29,8
32 Mimosa eurystegia 8,2 0,72 0,82 0,58 0,70 36,0 42,0
33 Rhynchospora sp. 1 6,6 0,84 0,66 0,67 0,66 44,8 50,3
34 Eriocaulon ligulatum 9,8 0,41 0,99 0,33 0,66 20,3 24,8
35 Tibouchina hospita 9,8 0,30 0,99 0,24 0,61 45,0 47,3
36 Galium hypocarpium ssp. indecorum 9,8 0,28 0,99 0,22 0,61 29,7 31,7
37 Lycopodium sp. 8,2 0,46 0,82 0,37 0,60 27,6 35,2
38 Gomidesia sellowiana 8,2 0,39 0,82 0,32 0,57 54,4 60,8
39 Tibouchina dubia 8,2 0,39 0,82 0,32 0,57 34,0 38,0
40 Cyperaceae 01 9,8 0,18 0,99 0,14 0,57 45,8 53,7
41 Achyrocline satureioides 8,2 0,23 0,82 0,18 0,50 36,2 43,2
42 Poaceae 14 8,2 0,18 0,82 0,14 0,48 39,8 40,8
43 Panicum sabulorum 8,2 0,15 0,82 0,12 0,47 50,2 43,2
44 Alophia geniculata 8,2 0,13 0,82 0,11 0,46 62,4 68,8
45 Baccharis angusticeps 4,9 0,46 0,49 0,37 0,43 46,0 51,3
46 Sticherus longipes 4,9 0,33 0,49 0,26 0,38 48,7 49,3
47 Lycopodium thyoides 4,9 0,30 0,49 0,24 0,37 32,0 36,3
48 Gaylussacia arassatubensis 4,9 0,23 0,49 0,18 0,34 34,3 35,7
49 Axonopus sp. 4,9 0,16 0,49 0,13 0,31 15,7 21,3
50 Ericaceae 01 4,9 0,16 0,49 0,13 0,31 28,7 38,0
51 Gaultheria cf. serrata 4,9 0,15 0,49 0,12 0,31 37,7 48,7
52 Miconia sp. 4,9 0,15 0,49 0,12 0,31 29,3 31,3
53 Doryopteris crenulans 4,9 0,10 0,49 0,08 0,29 22,7 23,3
54 Trixis lessingii 4,9 0,10 0,49 0,08 0,29 15,3 16,0
Continua
35
Espécie F Co FR CoR PI Hpre Hmáx
55 Mimosa tucumensis 3,3 0,25 0,33 0,20 0,26 40,5 49,0
56 Ilex microdonta 1,6 0,43 0,16 0,34 0,25 100,0 110,0
57 Poaceae 16 3,3 0,15 0,33 0,12 0,22 58,5 62,0
59 Poidium calotheca 3,3 0,13 0,33 0,11 0,22 70,5 78,0
58 Ericaceae 02 3,3 0,13 0,33 0,11 0,22 48,0 49,5
60 Sisyrinchium vaginatum 3,3 0,10 0,33 0,08 0,20 45,0 45,0
61 Melastomataceae 01 3,3 0,07 0,33 0,05 0,19 32,5 35,0
62 Sisyrinchium sp. 3,3 0,05 0,33 0,04 0,18 41,0 45,5
63 Poaceae 13 3,3 0,03 0,33 0,03 0,18 24,0 24,0
64 Escallonia laevis 1,6 0,23 0,16 0,18 0,17 65,0 67,0
65 Danthonia secundiflora 1,6 0,16 0,16 0,13 0,15 59,0 92,0
66 Rhynchospora sp. 02 1,6 0,16 0,16 0,13 0,15 15,0 24,0
67 Quesnelia imbricata 1,6 0,13 0,16 0,11 0,13 35,0 37,0
68 Vriesea cf. hoehneana 1,6 0,10 0,16 0,08 0,12 36,0 38,0
69 Zygopetalum mackayi 1,6 0,10 0,16 0,08 0,12 22,0 22,0
70 Symphyopappus sp. 1 1,6 0,08 0,16 0,07 0,12 67,0 75,0
71 Lycopodium sp. 2 1,6 0,07 0,16 0,05 0,11 22,0 47,0
72 Myrciaria tenella 1,6 0,07 0,16 0,05 0,11 83,0 83,0
73 Stevia claussenii 1,6 0,07 0,16 0,05 0,11 15,0 20,0
74 Gesneriaceae indet. 1,6 0,05 0,16 0,04 0,10 47,0 47,0
75 Poaceae 10 1,6 0,05 0,16 0,04 0,10 24,0 34,0
76 Poaceae 11 1,6 0,05 0,16 0,04 0,10 66,0 73,0
77 Smilax cf. campestris 1,6 0,05 0,16 0,04 0,10 43,0 43,0
78 Symphyopappus sp. 2 1,6 0,05 0,16 0,04 0,10 60,0 60,0
79 Symplocos hatschbachii 1,6 0,05 0,16 0,04 0,10 42,0 42,0
80 Coccocypselum condalia 1,6 0,03 0,16 0,03 0,10 22,0 27,0
81 Esterhazya splendida 1,6 0,03 0,16 0,03 0,10 50,0 61,0
82 Gaultheria sp. 1 1,6 0,03 0,16 0,03 0,10 68,0 68,0
83 Graphistylis serrana 1,6 0,03 0,16 0,03 0,10 41,0 41,0
84 Leandra cf. quinquedentata 1,6 0,03 0,16 0,03 0,10 45,0 49,0
85 Myrceugenia alpigea 1,6 0,03 0,16 0,03 0,10 59,0 59,0
86 Oxypetalum sp. 1,6 0,03 0,16 0,03 0,10 72,0 76,0
87 Tibouchina sp. 1 1,6 0,03 0,16 0,03 0,10 38,0 38,0
88 Weinmannia humilis 1,6 0,03 0,16 0,03 0,10 58,0 67,0
89 Xyris caroliniana 1,6 0,03 0,16 0,03 0,10 74,0 74,0
90 Baccharis curitybensis 1,6 0,02 0,16 0,01 0,09 70,0 70,0
91 Leandra cordigera 1,6 0,02 0,16 0,01 0,09 18,0 21,0
92 Melastomataceae indet. 2 1,6 0,02 0,16 0,01 0,09 15,0 15,0
93 Polypodium hirsutissimum 1,6 0,02 0,16 0,01 0,09 34,0 34,0
94 Tibouchina sp. 2 1,6 0,02 0,16 0,01 0,09 17,0 17,0
Total 995,1 124,66 100 100 100
36
TABELA 05 – PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DA FISIONOMIA CAMPESTRE DO CAMPO DE ALTITUDE
NA SERRA DO IBITIRAQUIRE. N=64
Espécie F Co FR CoR PI Hpre Hmáx
1 Lagenocarpus triquetrus
51,6
29,00 6,31 26,54 16,42 54,6 67,3
2 Deschampsia sp.
50,0
13,17 6,12 12,05 9,09 49,6 63,2
3 Eriochrysis holcoides
40,6
11,19 4,97 10,24 7,60 41,5 53,0
4 Croton splendidus
34,4
5,92 4,21 5,42 4,81 40,0 48,6
5 Eryngium koehneanum
31,3
5,77 3,82 5,28 4,55 42,3 50,3
6 Xyris stenophylla
34,4
4,59 4,21 4,20 4,21 32,6 41,0
7 Chusquea pinifolia
25,0
5,58 3,06 5,10 4,08 46,4 57,3
8 Vernonanthura montevidensis
42,2
1,03 5,16 0,94 3,05 41,8 46,6
9 Eryngium scirpinum
15,6
1,89 1,91 1,73 1,82 32,7 40,7
10 Hesperozygis nitida
17,2
1,28 2,10 1,17 1,64 37,1 41,2
11 Machaerina austrobrasiliensis
10,9
2,11 1,34 1,93 1,63 68,7 75,9
12 Stipa sellowiana
10,9
1,78 1,34 1,63 1,48 56,0 80,9
13 Mimosa congestifolia
15,6
1,13 1,91 1,03 1,47 52,9 58,2
14 Symphyopappus cuneatus
14,1
1,30 1,72 1,19 1,45 50,8 58,3
15 Rhynchospora exaltata
9,4
1,89 1,15 1,73 1,44 41,5 49,0
16 Poidium calotheca
14,1
1,25 1,72 1,14 1,43 65,3 74,3
17 Lobelia camporum
18,8
0,45 2,29 0,41 1,35 25,0 27,3
18 Baccharis cf. trimera
18,8
0,42 2,29 0,39 1,34 39,0 42,3
19 Mimosa prionopus
6,3
2,05 0,76 1,87 1,32 34,5 46,0
20 Achyrocline satureioides
10,9
1,38 1,34 1,26 1,30 36,7 46,3
21 Lycopodium sp.
14,1
0,92 1,72 0,84 1,28 21,9 26,9
22 Sisyrinchium vaginatum
17,2
0,36 2,10 0,33 1,22 22,5 23,2
23 Rhynchospora sp. 01
12,5
0,98 1,53 0,90 1,22 37,1 53,6
24 Poaceae 13
15,6
0,48 1,91 0,44 1,18 20,5 22,7
25 Galianthe gertii
10,9
0,52 1,34 0,47 0,91 30,1 33,3
26 Panicum sabulorum
10,9
0,48 1,34 0,44 0,89 33,3 58,0
27 Eriocaulon ligulatum
10,9
0,47 1,34 0,43 0,88 19,4 31,6
28 Lycopodium thyoides
6,3
0,94 0,76 0,86 0,81 28,5 38,5
29 Rhynchospora sp. 02
9,4
0,48 1,15 0,44 0,80 20,8 25,7
30 Chusquea mimosa
7,8
0,69 0,96 0,63 0,79 58,0 72,0
31 Galium hypocarpium ssp. indecorum
9,4
0,45 1,15 0,41 0,78 34,5 39,2
32 Leandra sp.
9,4
0,22 1,15 0,20 0,67 18,5 19,8
33 Trixis lessingii
7,8
0,34 0,96 0,31 0,64 17,2 18,8
34 Xyris caroliniana
4,7
0,72 0,57 0,66 0,62 38,7 47,0
35 Lycopodium clavatum
6,3
0,33 0,76 0,30 0,53 25,3 36,0
36 Dyckia reitzii
6,3
0,31 0,76 0,29 0,53 20,8 22,5
38 Poaceae 11
6,3
0,19 0,76 0,17 0,47 46,3 60,8
37 Leguminosae indet.
6,3
0,19 0,76 0,17 0,47 21,8 26,5
40 Tibouchina hospita
6,3
0,14 0,76 0,13 0,45 29,3 29,5
39 Miconia sp.
6,3
0,14 0,76 0,13 0,45 25,8 26,8
41 Lycopodium sp. 1
4,7
0,33 0,57 0,30 0,44 28,3 34,3
42 Utricularia reniformis
4,7
0,33 0,57 0,30 0,44 22,3 28,0
43 Gaylussacia brasiliensis var brasiliensis
6,3
0,11 0,76 0,10 0,43 27,0 30,8
44 Hypochaeris catharinensis
6,3
0,11 0,76 0,10 0,43 20,5 31,5
45 Blechnum sp.
4,7
0,31 0,57 0,29 0,43 49,3 43,7
46 Baccharis angusticeps
4,7
0,25 0,57 0,23 0,40 36,3 41,0
47 Sticherus sp.
3,1
0,42 0,38 0,39 0,38 52,0 58,5
48 Campovassouria cruciata
4,7
0,20 0,57 0,19 0,38 37,7 40,0
49 Alstroemeria amabilis
4,7
0,14 0,57 0,13 0,35 32,3 37,7
Continua
37
Espécie F Co FR CoR PI Hpre Hmáx
50 Esterhazya splendida
4,7
0,11 0,57 0,10 0,34 56,0 58,7
52 Symphyopappus sp. 1
4,7
0,09 0,57 0,09 0,33 45,0 49,7
51 Gaylussacia arassatubensis
4,7
0,09 0,57 0,09 0,33 12,3 13,0
53 Vriesea cf. hoehneana
1,6
0,47 0,19 0,43 0,31 30,0 41,0
55 Stevia claussenii
4,7
0,05 0,57 0,04 0,31 25,7 25,7
54 Andropogon macrothrix
4,7
0,05 0,57 0,04 0,31 16,3 16,3
56 Escallonia laevis
3,1
0,23 0,38 0,21 0,30 58,0 65,5
57 Cyperaceae indet. 2
3,1
0,19 0,38 0,17 0,28 20,5 23,0
58 Cyperaceae indet. 1
3,1
0,16 0,38 0,14 0,26 16,0 16,0
59 Tibouchina dubia
1,6
0,33 0,19 0,30 0,25 51,0 57,0
60 Leandra cf. quinquedentata
3,1
0,11 0,38 0,10 0,24 35,5 36,5
61 Galium sp.
3,1
0,09 0,38 0,09 0,23 27,0 30,5
62 Gaultheria serrata var. organensis
3,1
0,08 0,38 0,07 0,23 37,5 41,5
63 Poaceae 10
3,1
0,08 0,38 0,07 0,23 32,5 34,0
64 Poaceae 14
3,1
0,08 0,38 0,07 0,23 18,0 29,0
65 Tibouchina reitzii
3,1
0,08 0,38 0,07 0,23 49,5 64,5
66 Alophia geniculata
3,1
0,06 0,38 0,06 0,22 67,0 68,0
67 Ericaceae 02
3,1
0,06 0,38 0,06 0,22 40,5 43,5
68 Polygala campestris
3,1
0,06 0,38 0,06 0,22 21,5 22,0
69 Axonopus sp.
3,1
0,03 0,38 0,03 0,21 24,0 24,0
70 Drosera montana
3,1
0,03 0,38 0,03 0,21 2,5 4,5
71 Fuchsia regia ssp. serrae
3,1
0,03 0,38 0,03 0,21 22,5 22,5
72 Cyperaceae 06
1,6
0,22 0,19 0,20 0,20 47,0 71,0
73 Poaceae 15
1,6
0,20 0,19 0,19 0,19 59,0 64,0
74 Mimosa tucumensis
1,6
0,17 0,19 0,16 0,17 23,0 31,0
75 Myrsine altomontana
1,6
0,17 0,19 0,16 0,17 70,0 75,0
76 Tabebuia catarinensis
1,6
0,14 0,19 0,13 0,16 65,0 65,0
77 Polygala subverticillata
1,6
0,13 0,19 0,11 0,15 26,0 30,0
78 Oxypetalum sublanatum
1,6
0,11 0,19 0,10 0,15 41,0 53,0
79 Gomidesia sellowiana
1,6
0,09 0,19 0,09 0,14 45,0 47,0
80 Quesnelia imbricata
1,6
0,09 0,19 0,09 0,14 38,0 38,0
81 Weinmannia humilis
1,6
0,08 0,19 0,07 0,13 30,0 45,0
82 Cyperaceae 02
1,6
0,06 0,19 0,06 0,12 45,0 47,0
83 Danthonia secundiflora
1,6
0,06 0,19 0,06 0,12 55,0 68,0
84 Lycopodiaceae indet.
1,6
0,05 0,19 0,04 0,12 1,0 1,0
85 Melastomataceae indet. 1 1,6 0,05 0,19 0,04 0,12 14,0 29,0
86 Piptocarpha densifolia 1,6 0,05 0,19 0,04 0,12 47,0 47,0
88 Berberis laurina 1,6 0,03 0,19 0,03 0,11 38,0 38,0
87 Viola cerasifolia 1,6 0,05 0,19 0,04 0,12 14,0 17,0
89 Hesperozygis rhododon 1,6 0,03 0,19 0,03 0,11 22,0 33,0
90 Leandra sulfurea 1,6 0,03 0,19 0,03 0,11 18,0 50,0
91 NI 04 1,6 0,03 0,19 0,03 0,11 14,0 17,0
92 Poaceae 05 1,6 0,03 0,19 0,03 0,11 38,0 71,0
93 Apocynaceae 01 1,6 0,02 0,19 0,01 0,10 43,0 43,0
94 Baccharis curitybensis 1,6 0,02 0,19 0,01 0,10 73,0 73,0
95 Doryopteris crenulans 1,6 0,02 0,19 0,01 0,10 28,0 28,0
96 Melastomataceae 02 1,6 0,02 0,19 0,01 0,10 13,0 13,0
97 NI 02 1,6 0,02 0,19 0,01 0,10 26,0 26,0
98 Scleria cf. balansae 1,6 0,02 0,19 0,01 0,10 13,0 18,0
99 Trixis brasiliensis 1,6 0,02 0,19 0,01 0,10 30,0 30,0
Total
817,2
109,28 100 100 100
38
TABELA 06 – PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DA FISIONOMIA Chusquea pinifolia DO CAMPO DE
ALTITUDE NA SERRA DO IBITIRAQUIRE. N=56
Espécie F Co FR CoR PI Hpre Hmáx
1
Chusquea pinifolia
100,0
54,07 9,62 43,26 26,44 78,4 99,4
2
Croton splendidus
87,5
16,95 8,42 13,56 10,99 48,0 57,6
3
Rhynchospora exaltata
35,7
6,41 3,44 5,13 4,28 50,9 63,7
4
Lagenocarpus triquetrus
48,2
3,95 4,64 3,16 3,90 55,0 64,3
5
Machaerina austrobrasiliensis
35,7
4,82 3,44 3,86 3,65 67,2 80,1
6
Alstroemeria amabilis
39,3
1,71 3,78 1,37 2,58 42,6 49,6
7
Deschampsia sp.
33,9
1,30 3,26 1,04 2,15 53,6 65,9
8
Gaylussacia brasiliensis var. brasiliensis
30,4
1,55 2,92 1,24 2,08 47,7 58,0
9
Xyris stenophylla
26,8
1,75 2,58 1,40 1,99 35,1 42,3
10
Baccharis cf. trimera
33,9
0,80 3,26 0,64 1,95 48,2 53,0
11
Eriochrysis holcoides
26,8
1,25 2,58 1,00 1,79 37,0 43,6
12
Xyris caroliniana
21,4
1,86 2,06 1,49 1,77 50,9 61,8
13
Mimosa congestifolia
19,6
1,66 1,89 1,33 1,61 64,0 68,6
14
Leandra cf. quinquedentata
19,6
1,14 1,89 0,91 1,40 46,7 50,7
15
Utricularia reniformis
19,6
1,04 1,89 0,83 1,36 19,2 22,7
16
Gaultheria cf. serrata
23,2
0,59 2,23 0,47 1,35 53,0 55,7
17
Gaylussacia arassatubensis
21,4
0,63 2,06 0,50 1,28 37,5 40,7
18
Galium hypocarpium ssp. indecorum
21,4
0,54 2,06 0,43 1,25 36,1 37,3
19
Leandra sulfurea
14,3
1,25 1,37 1,00 1,19 41,0 46,9
20
Baccharis angusticeps
12,5
1,34 1,20 1,07 1,14 58,0 59,1
21
Hesperozygis nitida
17,9
0,64 1,72 0,51 1,12 56,4 62,7
22
Lycopodium thyoides
16,1
0,86 1,55 0,69 1,12 28,2 38,2
23
Myrsine altomontana
16,1
0,73 1,55 0,59 1,07 76,7 82,9
24
Sticherus sp.
5,4
1,73 0,52 1,39 0,95 49,0 54,7
25
Symphyopappus cuneatus
12,5
0,80 1,20 0,64 0,92 62,1 69,0
26
Tibouchina hospita
14,3
0,48 1,37 0,39 0,88 42,9 47,3
27
Rhynchospora sp. 1
7,1
1,25 0,69 1,00 0,84 41,8 50,8
28
Eryngium koehneanum
10,7
0,73 1,03 0,59 0,81 39,7 53,3
29
Scleria cf. balansae
12,5
0,48 1,20 0,39 0,79 34,7 43,9
30
Vernonanthura montevidensis
12,5
0,34 1,20 0,27 0,74 55,9 60,0
31
Melastomataceae indet. 1
12,5
0,30 1,20 0,24 0,72 23,6 24,7
32
Mimosa tucumensis
8,9
0,70 0,86 0,56 0,71 21,8 28,8
33
Dyckia reitzii
7,1
0,91 0,69 0,73 0,71 32,8 40,8
34
Poidium calotheca
10,7
0,36 1,03 0,29 0,66 57,3 68,0
35
Lycopodium sp.
7,1
0,70 0,69 0,56 0,62 42,8 46,3
36
Symplocos hatschbachii
7,1
0,63 0,69 0,50 0,59 56,0 56,8
37
Trixis lessingii
8,9
0,39 0,86 0,31 0,59 19,8 25,8
38
Drimys angustifolia
7,1
0,59 0,69 0,47 0,58 90,3 98,5
39
Siphoneugena reitzii
8,9
0,34 0,86 0,27 0,57 55,8 57,4
40
Erigeron catarinensis
8,9
0,32 0,86 0,26 0,56 35,0 38,0
41
Galianthe gertii
7,1
0,46 0,69 0,37 0,53 36,8 43,3
42
Eriocaulon ligulatum
8,9
0,23 0,86 0,19 0,52 21,4 22,6
43
Graphistylis serrana
8,9
0,21 0,86 0,17 0,52 77,4 81,8
44
Gaylussacia caratuvensis
3,6
0,73 0,34 0,59 0,46 87,0 88,0
45
Blechnum sp. 1
7,1
0,27 0,69 0,21 0,45 37,0 41,5
46
Sisyrinchium vaginatum
7,1
0,13 0,69 0,10 0,39 31,8 32,8
47
Hypochaeris catharinensis
5,4
0,27 0,52 0,21 0,36 18,7 39,0
Continua
39
Espécie F Co FR CoR PI Hpre Hmáx
48
Panicum sabulorum
5,4
0,20 0,52 0,16 0,34 46,0 52,3
49
Baccharis platypoda
5,4
0,18 0,52 0,14 0,33 48,7 51,7
50
Poaceae 05
5,4
0,18 0,52 0,14 0,33 15,3 15,3
51
Baccharis curitybensis
5,4
0,14 0,52 0,11 0,31 62,0 66,3
52
Miconia ramboi
5,4
0,07 0,52 0,06 0,29 34,7 35,7
53
Weinmannia humilis
1,8
0,50 0,17 0,40 0,29 98,0 108,0
54
Ilex chamaedrifolia
3,6
0,25 0,34 0,20 0,27 86,5 99,0
55
Mimosa prionopus
3,6
0,21 0,34 0,17 0,26 47,0 50,0
56
Doryopteris crenulans
3,6
0,20 0,34 0,16 0,25 31,0 44,0
57
Achyrocline satureioides
3,6
0,18 0,34 0,14 0,24 59,5 66,5
58
Mimosa eurystegia
3,6
0,18 0,34 0,14 0,24 40,5 43,0
59
Escallonia laevis
1,8
0,38 0,17 0,30 0,24 100,0 108,0
60
Tibouchina dubia
3,6
0,13 0,34 0,10 0,22 33,5 36,5
61
Lycopodium sp. 1
1,8
0,32 0,17 0,26 0,21 20,0 26,0
62
Gaultheria sp. 1
3,6
0,09 0,34 0,07 0,21 49,5 49,5
63
Ericaceae indet. 1
3,6
0,09 0,34 0,07 0,21 36,5 40,5
64
Leandra sp.
3,6
0,07 0,34 0,06 0,20 37,5 41,5
65
Piptocarpha densifolia
1,8
0,29 0,17 0,23 0,20 37,0 82,0
66
Gaultheria serrata var. organensis
3,6
0,05 0,34 0,04 0,19 63,5 63,5
67
Alophia geniculata
3,6
0,05 0,34 0,04 0,19 55,0 62,0
68
Melastomataceae indet 2
3,6
0,05 0,34 0,04 0,19 14,0 14,0
69
Dicranopteris nervosa
1,8
0,20 0,17 0,16 0,16 32,0 32,0
70
Sticherus longipes
1,8
0,11 0,17 0,09 0,13 34,0 37,0
71
Polygala campestris
1,8
0,11 0,17 0,09 0,13 29,0 29,0
72
Lycopodium sp. 2
1,8
0,09 0,17 0,07 0,12 40,0 58,0
73
Ericaceae indet. 2
1,8
0,07 0,17 0,06 0,11 52,0 54,0
74
Fabaceae
1,8
0,07 0,17 0,06 0,11 24,0 28,0
75
Leandra cordigera
1,8
0,07 0,17 0,06 0,11 15,0 22,0
76
Andropogon macrothrix
1,8
0,05 0,17 0,04 0,11 25,0 41,0
77
Smilax cf. campestris
1,8
0,04 0,17 0,03 0,10 53,0 53,0
78
Campovassouria cruciata
1,8
0,04 0,17 0,03 0,10 29,0 29,0
79
Galium sellowianum
1,8
0,04 0,17 0,03 0,10 15,0 17,0
80
Drosera montana
1,8
0,04 0,17 0,03 0,10 3,0 3,0
81
Salvia sp.
1,8
0,02 0,17 0,01 0,09 47,0 47,0
82
Paspalum polyphyllum
1,8
0,02 0,17 0,01 0,09 37,0 67,0
83
Ilex microdonta
1,8
0,02 0,17 0,01 0,09 27,0 27,0
84
Lobelia camporum
1,8
0,02 0,17 0,01 0,09 22,0 22,0
85
Galium sp.
1,8
0,02 0,17 0,01 0,09 14,0 14,0
Total
1039,3
125 100 100 100
40
TABELA 07 – PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DA FISIONOMIA Chusquea mimosa DO CAMPO DE
ALTITUDE NA SERRA DO IBITIRAQUIRE. N=9
Espécie F Co FR CoR PI Hpre Hmáx
1 Chusquea mimosa
100,0
56,67 9,89 41,56 25,73 122,8 166,9
2 Croton splendidus
66,7
23,56 6,59 17,28 11,94 58,0 72,5
3 Lagenocarpus triquetrus
44,4
9,22 4,40 6,76 5,58 64,3 76,0
4 Siphoneugena reitzii
44,4
5,33 4,40 3,91 4,15 76,3 88,8
5 Vernonanthura montevidensis
55,6
1,78 5,49 1,30 3,40 67,2 77,0
6 Sticherus sp.
33,3
3,56 3,30 2,61 2,95 47,0 56,0
7 Eryngium koehneanum
33,3
2,89 3,30 2,12 2,71 34,3 37,0
8 Baccharis cf. trimera
44,4
1,33 4,40 0,98 2,69 51,8 57,5
9 Xyris stenophylla
22,2
3,00 2,20 2,20 2,20 35,0 46,0
10 Pentacalia desiderabilis
11,1
4,33 1,10 3,18 2,14 65,0 85,0
11 Smilax cf. campestris
33,3
0,78 3,30 0,57 1,93 39,7 61,7
12 Panicum sabulorum
22,2
2,11 2,20 1,55 1,87 26,0 47,0
13 Utricularia reniformis
22,2
1,22 2,20 0,90 1,55 21,5 25,0
14 Leandra sulfurea
22,2
1,11 2,20 0,81 1,51 38,0 42,5
15 Vriesea cf. hoehneana
11,1
2,56 1,10 1,87 1,49 75,0 82,0
16 Galium hypocarpium ssp. indecorum
22,2
1,00 2,20 0,73 1,47 38,5 46,5
17 Lycopodium sp.
22,2
1,00 2,20 0,73 1,47 36,0 40,5
18 Mimosa prionopus
11,1
2,22 1,10 1,63 1,36 13,0 29,0
19 Hydrocotyle quinqueloba
22,2
0,67 2,20 0,49 1,34 37,5 39,5
20 Alophia geniculata
22,2
0,56 2,20 0,41 1,30 52,0 57,5
21 Alstroemeria amabilis
22,2
0,56 2,20 0,41 1,30 49,0 52,5
22 Myrsine altomontana
22,2
0,56 2,20 0,41 1,30 49,0 52,5
23 Leandra sp.
22,2
0,33 2,20 0,24 1,22 29,0 30,0
24 Esterhazya splendida
11,1
1,78 1,10 1,30 1,20 78,0 85,0
25 Deschampsia sp.
22,2
0,22 2,20 0,16 1,18 73,5 77,5
26 Hesperozygis nitida
22,2
0,22 2,20 0,16 1,18 78,5 78,5
27 Sticherus longipes
11,1
1,11 1,10 0,81 0,96 46,0 67,0
28 Poaceae 16
11,1
0,89 1,10 0,65 0,88 53,0 61,0
29 Rhynchospora sp. 02
11,1
0,89 1,10 0,65 0,88 28,0 28,0
30 Symphyopappus cuneatus
11,1
0,78 1,10 0,57 0,83 67,0 71,0
31 Gaylussacia brasiliensis var brasiliensis
11,1
0,44 1,10 0,33 0,71 40,0 45,0
32 Machaerina austrobrasiliensis
11,1
0,44 1,10 0,33 0,71 45,0 65,0
33 Poaceae 05
11,1
0,44 1,10 0,33 0,71 16,0 16,0
34 Rhynchospora exaltata
11,1
0,44 1,10 0,33 0,71 90,0 110,0
35 Baccharis curitybensis
11,1
0,33 1,10 0,24 0,67 52,0 57,0
36 Xyris caroliniana
11,1
0,33 1,10 0,24 0,67 75,0 76,0
37 Gaultheria cf. serrata
11,1
0,22 1,10 0,16 0,63 31,0 31,0
38 Gaultheria sp. 1
11,1
0,22 1,10 0,16 0,63 35,0 42,0
39 Lycopodium clavatum
11,1
0,22 1,10 0,16 0,63 35,0 35,0
40 Lycopodium thyoides
11,1
0,22 1,10 0,16 0,63 20,0 21,0
41 Poaceae 14
11,1
0,22 1,10 0,16 0,63 56,0 56,0
42 Fuchsia regia ssp. serrae
11,1
0,11 1,10 0,08 0,59 103,0 103,0
43 Galianthe gertii
11,1
0,11 1,10 0,08 0,59 44,0 44,0
44 Melastomataceae 01
11,1
0,11 1,10 0,08 0,59 25,0 25,0
45 Myrciaria tenella
11,1
0,11 1,10 0,08 0,59 44,0 44,0
46 Tibouchina hospita
11,1
0,11 1,10 0,08 0,59 33,0 33,0
Total
1011,1
136,33 100 100 100
41
TABELA 08 – PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DA FISIONOMIA Machaerina austrobrasiliensis DO CAMPO
DE ALTITUDE NA SERRA DO IBITIRAQUIRE. N=10
Espécie F Co FR CoR PI
Hpre Hmáx
1 Machaerina austrobrasiliensis 100 41,20 10,87 40,39 25,63 60,9 76,1
2 Croton splendidus 90 16,50 9,78 16,18 12,98 36,8 44,8
3 Chusquea pinifolia 60 11,00 6,52 10,78 8,65 46,8 56,8
4 Xyris stenophylla 60 7,80 6,52 7,65 7,08 28,7 35,8
5 Lagenocarpus triquetrus 80 5,50 8,70 5,39 7,04 52,0 66,3
6 Eriochrysis holcoides 40 2,60 4,35 2,55 3,45 34,0 42,0
7 Deschampsia sp. 50 0,80 5,43 0,78 3,11 48,0 52,4
8 Baccharis angusticeps 30 1,50 3,26 1,47 2,37 38,0 41,0
9 Xyris caroliniana 30 0,80 3,26 0,78 2,02 57,0 62,7
10 Rhynchospora exaltata 20 1,90 2,17 1,86 2,02 36,5 51,5
11 Galianthe gertii 20 0,90 2,17 0,88 1,53 26,0 30,0
12 Chusquea mimosa 10 2,00 1,09 1,96 1,52 85,0 117,0
13 Leandra sp. 20 0,80 2,17 0,78 1,48 28,0 31,5
14 Dyckia reitzii 20 0,50 2,17 0,49 1,33 19,0 20,5
15 Eriocaulon ligulatum 20 0,50 2,17 0,49 1,33 26,5 28,5
16 Gaylussacia brasiliensis var brasiliensis 20 0,50 2,17 0,49 1,33 26,5 29,0
17 Utricularia reniformis 20 0,50 2,17 0,49 1,33 31,0 43,0
18 Melastomataceae indet.1 20 0,40 2,17 0,39 1,28 14,0 15,5
19 Rhynchospora sp. 01 20 0,40 2,17 0,39 1,28 39,0 42,5
20 Baccharis cf. trimera 20 0,30 2,17 0,29 1,23 39,5 39,5
21 Leandra cordigera 20 0,20 2,17 0,20 1,18 18,5 18,5
22 Leandra sulfurea 10 1,00 1,09 0,98 1,03 49,0 58,0
23 Symphyopappus cuneatus 10 0,80 1,09 0,78 0,94 42,0 57,0
24 Poaceae 05 10 0,50 1,09 0,49 0,79 9,0 9,0
25 Quesnelia imbricata 10 0,50 1,09 0,49 0,79 40,0 44,0
26 Gaylussacia arassatubensis 10 0,40 1,09 0,39 0,74 20,0 23,0
27 Mimosa congestifolia 10 0,40 1,09 0,39 0,74 53,0 59,0
28 Mimosa tucumensis 10 0,40 1,09 0,39 0,74 23,0 30,0
29 Eryngium koehneanum 10 0,30 1,09 0,29 0,69 37,0 39,0
30 Sticherus sp. 10 0,30 1,09 0,29 0,69 44,0 44,0
31 Scleria cf. balansae 10 0,20 1,09 0,20 0,64 10,0 12,0
32 Tibouchina hospita 10 0,20 1,09 0,20 0,64 17,0 23,0
33 Galium hypocarpium ssp. indecorum 10 0,10 1,09 0,10 0,59 15,0 15,0
34 Poidium calotheca 10 0,10 1,09 0,10 0,59 55,0 55,0
35 Sisyrinchium vaginatum 10 0,10 1,09 0,10 0,59 40,0 40,0
36 Trixis lessingii 10 0,10 1,09 0,10 0,59 20,0 20,0
Total 920 102 100 100 100
42
3.2.2 Estrutura dos campos de altitude na Serra da Igreja
3.2.2.1 Serra da Igreja - Fisionomia Subarbustiva
Foram detectadas 50 espécies nas 27 parcelas amostradas e encontrou-se 149 m²/100m² de
cobertura (Tabela 09). Croton splendidus foi a espécie mais importante ocorrendo em todas as
parcelas e abrangendo quase 40% da cobertura relativa. Lagenocarpus triquetrus também
mostra-se importante nesta fisionomia, sendo presente em quase todas as parcelas. As quatro
principais espécies somam mais da metade da porcentagem de importância da comunidade.
Chusquea mimosa apesar de apresentar baixa cobertura, destaca-se na fisionomia por ocupar
as porções mais altas do estrato vertical, com altura predominante média de 106,4 cm, sendo
medidas plantas com mais de 2 m de altura.
Outras espécies arbustivas que se destacam são Tibouchina dubia e Myrsine altomontana
apresentando a mesma freqüência, mas a primeira possui cobertura três vezes maior que a
segunda. Weinmannia humilis, Myrsine altomontana e Siphoneugena reitzii, bastante
importantes nesta comunidade podem ser encontradas como árvores com mais de 6 metros de
altura nas florestas altomontanas adjacentes, mas nos campos de altitude apresentam-se como
nanofanerófitas com cerca de 1 metro de altura.
3.2.2.2 Serra da Igreja - Fisionomia Campestre
Foram detectadas 33 espécies nas 14 parcelas amostradas, sendo encontrados 150,5 m²/100m²
de cobertura (Tabela 10). Assim como nas áreas campestres da Serra do Ibitiraquire,
Lagenocarpus triquetrus foi a espécie mais importante ocorrendo em todas as parcelas e
abrangendo mais de 40% da cobertura relativa. Croton splendidus também esteve presente em
todas as parcelas, mas apresentou menor cobertura. Apenas estas duas espécies mais a
arbustiva Tibouchina dubia somaram 50% da porcentagem de importância e mais de 70% da
cobertura relativa da comunidade.
As sete principais espécies, que somam mais de 80% da cobertura relativa (ou 125m²/100m²),
possuem altura predominante média entre 45 e 65 cm, indicando a grande sobreposição nesta
porção do estrato vertical da comunidade.
43
TABELA 09 – PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DA FISIONOMIA SUBARBUSTIVA DO CAMPO DE
ALTITUDE NA SERRA DA IGREJA. N=27
Espécie F Co FR CoR PI Hpre Hmáx
1 Croton splendidus 100,0 59,19 9,57 39,63 24,60 67,6 78,1
2 Lagenocarpus triquetrus 96,3 27,78 9,22 18,60 13,91 69,7 86,1
3 Sticherus sp. 66,7 13,11 6,38 8,78 7,58 56,3 62,6
4 Tibouchina dubia 74,1 8,70 7,09 5,83 6,46 50,0 60,7
5 Myrsine altomontana 74,1 2,74 7,09 1,84 4,46 53,4 61,3
6 Alstroemeria amabilis 55,6 1,93 5,32 1,29 3,30 48,2 59,3
7 Xyris stenophylla 33,3 4,70 3,19 3,15 3,17 40,0 48,6
8 Leandra cordigera 40,7 1,93 3,90 1,29 2,60 53,1 59,5
9 Poaceae 02 33,3 2,37 3,19 1,59 2,39 58,3 68,0
10 Blechnum sp. 1 37,0 1,26 3,55 0,84 2,19 38,0 47,7
11 Siphoneugena reitzii 37,0 1,15 3,55 0,77 2,16 60,2 62,6
12 Weinmannia humilis 22,2 2,44 2,13 1,64 1,88 82,8 85,3
13 Galium hypocarpium ssp. indecorum 25,9 1,70 2,48 1,14 1,81 38,4 44,9
14 Chusquea mimosa 18,5 2,48 1,77 1,66 1,72 106,4 140,2
15 Gaylussacia brasiliensis var brasiliensis 29,6 0,48 2,84 0,32 1,58 29,0 33,0
16 Hesperozygis rhododon 14,8 2,00 1,42 1,34 1,38 60,3 66,0
17 Tabebuia catarinensis 22,2 0,85 2,13 0,57 1,35 71,3 78,5
18 Panicum sabulorum 18,5 1,22 1,77 0,82 1,30 46,0 44,8
19 Poaceae 03 22,2 0,48 2,13 0,32 1,23 42,2 47,5
20 Vriesea platynema var. variegata 7,4 2,52 0,71 1,69 1,20 61,0 63,0
21 Eriocaulon ligulatum 14,8 1,33 1,42 0,89 1,16 27,0 40,8
22 Gaultheria serrata var. organensis 18,5 0,74 1,77 0,50 1,13 48,4 51,8
23 Baccharis cf. trimera 18,5 0,70 1,77 0,47 1,12 56,6 63,4
24 Clethra uleana 14,8 0,67 1,42 0,45 0,93 42,8 63,0
25 Myrcia breviramis 7,4 1,56 0,71 1,04 0,88 58,0 64,0
26 Vernonanthura montevidensis 11,1 0,59 1,06 0,40 0,73 61,3 66,7
27 Baccharis angusticeps 11,1 0,37 1,06 0,25 0,66 50,0 61,0
28 Utricularia reniformis 11,1 0,33 1,06 0,22 0,64 23,0 30,0
29 Sticherus longipes 7,4 0,56 0,71 0,37 0,54 52,5 56,0
30 Graphistylis serrana 7,4 0,26 0,71 0,17 0,44 47,5 53,0
31 Smilax cf. campestris 7,4 0,26 0,71 0,17 0,44 52,5 55,0
32 Myrciaria tenella 7,4 0,19 0,71 0,12 0,42 39,5 42,0
33 Apocynaceae 01 7,4 0,15 0,71 0,10 0,40 45,0 49,0
34 Gomidesia sellowiana 7,4 0,11 0,71 0,07 0,39 61,0 61,0
35 Trixis brasiliensis 7,4 0,11 0,71 0,07 0,39 19,5 19,5
36 Vriesea cf. hoehneana 3,7 0,56 0,35 0,37 0,36 42,0 50,0
37 Coccocypselum condalia 3,7 0,52 0,35 0,35 0,35 8,0 14,0
38 Blechnum sp. 2 3,7 0,41 0,35 0,27 0,31 73,0 85,0
39 Drimys angustifolia 3,7 0,11 0,35 0,07 0,21 63,0 71,0
40 Ericaceae 04 3,7 0,11 0,35 0,07 0,21 47,0 53,0
41 Ocotea tristis 3,7 0,11 0,35 0,07 0,21 30,0 54,0
42 Symplocos hatschbachii 3,7 0,11 0,35 0,07 0,21 33,0 41,0
43 Danthonia sp. 3,7 0,07 0,35 0,05 0,20 17,0 17,0
44 Mikania clematidifolia 3,7 0,07 0,35 0,05 0,20 66,0 66,0
45 Symplocos sp. 3,7 0,07 0,35 0,05 0,20 41,0 60,0
46 Ternstroemia brasiliensis 3,7 0,07 0,35 0,05 0,20 69,0 69,0
47 Ilex microdonta 3,7 0,04 0,35 0,02 0,19 41,0 41,0
48 Orthosia dusenii 3,7 0,04 0,35 0,02 0,19 62,0 62,0
49 NI 05 3,7 0,04 0,35 0,02 0,19 30,0 30,0
50 Verbesina glabrata 3,7 0,04 0,35 0,02 0,19 40,0 40,0
Total 1044,4 149,33 100 100 100
44
TABELA 10 – PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DA FISIONOMIA CAMPESTRE DO CAMPO DE ALTITUDE
NA SERRA DA IGREJA. N=14
Espécie F Co FR CoR PI Hpre Hmáx
1 Lagenocarpus triquetrus
100,0
62,14 10,07 41,29 25,68 64,4 75,2
2 Croton splendidus
100,0
39,29 10,07 26,10 18,09 50,4 61,1
3 Tibouchina dubia
71,4
8,00 7,19 5,32 6,25 46,2 52,6
4 Myrsine altomontana
85,7
3,43 8,63 2,28 5,46 50,2 54,9
5 Alstroemeria amabilis
78,6
2,79 7,91 1,85 4,88 52,4 58,2
6 Tabebuia catarinensis
50,0
5,29 5,04 3,51 4,27 57,9 61,4
7 Xyris stenophylla
42,9
4,79 4,32 3,18 3,75 53,3 64,2
8 Galium hypocarpium ssp. indecorum
50,0
1,79 5,04 1,19 3,11 38,3 40,3
9 Sticherus sp.
35,7
3,21 3,60 2,14 2,87 55,6 58,0
10 Leandra cordigera
35,7
2,14 3,60 1,42 2,51 48,2 50,6
11 Utricularia reniformis
35,7
0,86 3,60 0,57 2,08 17,8 19,6
12 Sticherus longipes
28,6
1,14 2,88 0,76 1,82 35,3 42,0
13 Blechnum sp. 1
28,6
0,71 2,88 0,47 1,68 47,3 48,3
14 Siphoneugena reitzii
28,6
0,57 2,88 0,38 1,63 56,8 58,0
15 Gaylussacia brasiliensis var. brasiliensis
28,6
0,36 2,88 0,24 1,56 26,0 26,5
16 Eriocaulon ligulatum
7,1
3,57 0,72 2,37 1,55 22,0 30,0
17 Panicum sabulorum
21,4
1,36 2,16 0,90 1,53 43,7 49,7
18 Symplocos sp.
21,4
0,43 2,16 0,28 1,22 57,7 59,7
19 Hesperozygis rhododon
14,3
1,43 1,44 0,95 1,19 47,5 57,5
20 Vernonanthura montevidensis
14,3
1,29 1,44 0,85 1,15 64,5 78,5
21 Weinmannia humilis
14,3
0,71 1,44 0,47 0,96 61,5 61,5
22 Agarista niederleinii var. niederleinii
14,3
0,57 1,44 0,38 0,91 73,0 78,5
23 Poaceae 02
7,1
1,43 0,72 0,95 0,83 59,0 75,0
24 Baccharis angusticeps
14,3
0,21 1,44 0,14 0,79 23,5 23,5
25 Verbesina glabrata
7,1
0,86 0,72 0,57 0,64 60,0 62,0
26 Myrtaceae indet. 1
7,1
0,71 0,72 0,47 0,60 15,0 27,0
27 Myrcia breviramis
7,1
0,50 0,72 0,33 0,53 76,0 79,0
28 Chusquea mimosa
7,1
0,29 0,72 0,19 0,45 215,0 215,0
29 Graphistylis serrana
7,1
0,21 0,72 0,14 0,43 39,0 54,0
30 Baccharis cf. trimera
7,1
0,14 0,72 0,09 0,41 49,0 49,0
31 Ilex microdonta
7,1
0,14 0,72 0,09 0,41 56,0 56,0
32 Danthonia sp. 1
7,1
0,07 0,72 0,05 0,38 41,0 41,0
33 Ocotea catharinensis
7,1
0,07 0,72 0,05 0,38 38,0 38,0
Total
992,9
150,50 100 100 100
45
3.2.3 Estrutura dos campos de altitude na Serra da Prata
3.2.3.1 Serra da Prata - Fisionomia Subarbustiva
Foram detectadas 36 espécies nas 15 parcelas amostradas, sendo encontrada uma cobertura
absoluta de 121 m²/100m² (Tabela 11). Croton splendidus deteve o maior percentual de
importância, estando presente em todas as parcelas e somando quase um terço da cobertura
relativa da comunidade. Também destacam-se nesta fisionomia Lagenocarpus triquetrus,
Machaerina austrobrasiliensis e Tibouchina dubia, apresentando percentuais de importância
bastante próximos. Estas quatro espécies somam quase metade do percentual de importância e
mais de 60% do percentual de cobertura.
Apenas 6 espécies estiveram presentes em pelo menos dois terços das amostras. Metade das
espécies detectadas ocorreu em apenas uma ou duas parcelas, e estas somam apenas 10% da
porcentagem de importância da comunidade.
3.2.3.2 Serra da Prata - Fisionomia Campestre
Nas sete parcelas foram detectadas 30 espécies, sendo encontrada uma cobertura absoluta de
124,7 m²/100m² (Tabela 12). Lagenocarpus triquetrus novamente foi a espécie mais
importante na fisionomia campestre. No entanto, Croton splendidus também destacou-se,
estando presente em todas as parcelas, alcançando a segunda maior percentagem de
importância. Destaca-se a importância de espécies freqüentemente observadas em ambientes
de drenagem deficiente como Machaerina austrobrasiliensis, Xyris stenophylla e Xyris
caroliniana.
No estrato superior foram encontrados arbustos e nanofanerófitas, como Clethra uleana,
Siphoneugena reitzii, Gomidesia sellowiana e Hesperozygis rhododon, enquanto as espécies
graminóides formavam uma densa camada vegetativa em torno de 50 cm do solo. Das
espécies mais importantes, apenas Machaerina austrobrasiliensis era observada com altura
predominante freqüentemente acima de 60 cm.
Quase dois terços das espécies (19) foram detectadas em apenas uma ou duas parcelas.
46
TABELA 11 – PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DA FISIONOMIA SUBARBUSTIVA DO CAMPO DE
ALTITUDE NA SERRA DA PRATA. N=15
Espécie F Co FR CoR PI Hpre Hmáx
1 Croton splendidus
100,0
36,60 9,37 30,23 19,80 53,9 62,3
2 Lagenocarpus triquetrus
93,3
13,87 8,75 11,45 10,10 56,6 68,9
3 Machaerina austrobrasiliensis
80,0
13,87 7,50 11,45 9,48 61,8 81,8
4 Tibouchina dubia
80,0
13,40 7,50 11,07 9,28 59,5 61,9
5 Sticherus sp.
66,7
7,53 6,25 6,22 6,24 44,7 52,0
6 Chusquea mimosa
66,7
5,60 6,25 4,63 5,44 68,9 96,5
7 Poaceae 01
53,3
2,87 5,00 2,37 3,68 42,3 53,0
8 Myrcia breviramis
40,0
4,27 3,75 3,52 3,64 70,3 79,7
9 Gaylussacia brasiliensis var. brasiliensis
53,3
1,67 5,00 1,38 3,19 38,3 40,6
10 Myrsine altomontana
46,7
2,20 4,38 1,82 3,10 63,7 68,0
11 Gaultheria serrata var. organensis
53,3
0,93 5,00 0,77 2,89 46,9 48,1
12 Vriesea platynema var. variegata
20,0
3,80 1,88 3,14 2,51 57,0 68,3
13 Alstroemeria amabilis
40,0
1,40 3,75 1,16 2,45 38,2 42,7
14 Xyris caroliniana
26,7
2,47 2,50 2,04 2,27 54,5 62,5
15 Hesperozygis rhododon
26,7
1,80 2,50 1,49 1,99 69,0 83,8
16 Chusquea pinifolia
20,0
1,73 1,88 1,43 1,65 58,3 75,0
17 Vernonanthura montevidensis
20,0
0,73 1,88 0,61 1,24 69,3 72,3
18 Utricularia reniformis
20,0
0,40 1,88 0,33 1,10 24,7 24,7
19 Graphistylis serrana
13,3
0,80 1,25 0,66 0,96 41,0 47,0
20 Leandra cf. quinquedentata
13,3
0,73 1,25 0,61 0,93 56,0 61,5
21 Blechnum sp.
13,3
0,47 1,25 0,39 0,82 41,0 44,0
22 Leandra cordigera
13,3
0,47 1,25 0,39 0,82 41,5 44,5
23 Smilax cf. campestris
13,3
0,47 1,25 0,39 0,82 69,5 75,0
24 Galium hypocarpium ssp. indecorum
13,3
0,33 1,25 0,28 0,76 57,0 60,0
25 Orthosia dusenii
6,7
1,07 0,63 0,88 0,75 80,0 102,0
26 Ternstroemia brasiliensis
6,7
0,33 0,63 0,28 0,45 58,0 63,0
27 Siphoneugena reitzii
6,7
0,27 0,63 0,22 0,42 39,0 46,0
28 Baccharis angusticeps
6,7
0,20 0,63 0,17 0,40 52,0 52,0
29 Baccharis cf. trimera
6,7
0,20 0,63 0,17 0,40 67,0 76,0
30 Coccocypselum sp.
6,7
0,13 0,63 0,11 0,37 47,0 47,0
31 Tabebuia catarinensis
6,7
0,13 0,63 0,11 0,37 111,0 111,0
32 Dendrophorbium limosum
6,7
0,07 0,63 0,06 0,34 69,0 69,0
33 Doryopteris crenulans
6,7
0,07 0,63 0,06 0,34 15,0 15,0
34 Oxypetalum sp.
6,7
0,07 0,63 0,06 0,34 38,0 38,0
35 Rhynchospora sp. 04
6,7
0,07 0,63 0,06 0,34 58,0 58,0
36 Symplocos hatschbachii
6,7
0,07 0,63 0,06 0,34 31,0 33,0
Total
1066,7
121,07 100 100 100
47
TABELA 12 – PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DA FISIONOMIA CAMPESTRE DO CAMPO DE ALTITUDE
NA SERRA DA PRATA. N=7
Espécie F Co FR CoR PI Hpre Hmáx
1 Lagenocarpus triquetrus
85,7
26,71 7,89 21,42 14,66 52,5 74,8
2 Croton splendidus
100,0
20,14 9,21 16,15 12,68 50,0 57,6
3 Machaerina austrobrasiliensis
85,7
13,86 7,89 11,11 9,50 64,0 80,8
4 Gaylussacia brasiliensis var brasiliensis
85,7
8,71 7,89 6,99 7,44 33,3 36,8
5 Xyris stenophylla
57,1
10,71 5,26 8,59 6,93 24,8 32,3
6 Xyris caroliniana
42,9
12,29 3,95 9,85 6,90 52,7 77,7
7 Sticherus sp.
85,7
4,57 7,89 3,67 5,78 36,8 41,2
8 Tibouchina dubia
71,4
5,71 6,58 4,58 5,58 40,4 44,2
9 Chusquea mimosa
42,9
2,86 3,95 2,29 3,12 62,3 70,3
11 Poaceae 01
42,9
0,86 3,95 0,69 2,32 52,7 56,7
10 Alophia geniculata
42,9
0,86 3,95 0,69 2,32 45,7 50,7
12 Vriesea platynema var. variegata
14,3
4,00 1,32 3,21 2,26 59,0 72,0
13 Sticherus longipes
28,6
1,43 2,63 1,15 1,89 60,0 68,5
14 Gomidesia sellowiana
28,6
1,29 2,63 1,03 1,83 85,5 239,0
15 Chusquea pinifolia
28,6
1,14 2,63 0,92 1,77 52,0 57,0
16 Alstroemeria amabilis
28,6
0,57 2,63 0,46 1,54 60,5 61,5
17 Clethra uleana
14,3
2,14 1,32 1,72 1,52 95,0 102,0
18 Myrsine altomontana
28,6
0,43 2,63 0,34 1,49 61,0 67,0
19 Hesperozygis rhododon
14,3
1,57 1,32 1,26 1,29 84,0 92,0
20 Symplocos hatschbachii
14,3
1,29 1,32 1,03 1,17 60,0 66,0
21 Eriocaulon ligulatum
14,3
1,14 1,32 0,92 1,12 24,0 43,0
23 Myrcia breviramis
14,3
0,43 1,32 0,34 0,83 60,0 64,0
22 Gaultheria serrata var. organensis
14,3
0,43 1,32 0,34 0,83 53,0 67,0
25 Siphoneugena reitzii
14,3
0,29 1,32 0,23 0,77 95,0 95,0
24 Galium hypocarpium ssp. indecorum
14,3
0,29 1,32 0,23 0,77 64,0 64,0
26 Tibouchina hospita
14,3
0,29 1,32 0,23 0,77 35,0 35,0
27 Utricularia reniformis
14,3
0,29 1,32 0,23 0,77 25,0 25,0
28 Baccharis angusticeps
14,3
0,14 1,32 0,11 0,72 55,0 55,0
29 Dendrophorbium limosum
14,3
0,14 1,32 0,11 0,72 35,0 35,0
30 Leandra cordigera
14,3
0,14 1,32 0,11 0,72 17,0 17,0
Total
1085,7
124,71 100 100 100
48
3.2.4 Estrutura dos campos de altitude na Serra da Farinha Seca
3.2.4.1 Serra da Farinha Seca – Fisionomia Subarbustiva
Nas 10 parcelas amostradas foram detectadas 42 espécies e observando-se uma cobertura da
comunidade de 134,7 m²/100m² (Tabela 13). Mimosa congestifolia apresentou a maior
porcentagem de importância, destacando-se seu percentual de cobertura, somando quase um
quarto da cobertura relativa da comunidade. Foram importantes também Lagenocarpus
triquetrus, uma Poaceae não identificada, Sticherus sp. e Chusquea pinifolia. Outras espécies
arbustivas só aparecem na sexta e sétima posições com Siphoneugena reitzii e Gomidesia
sellowiana. As sete espécies citadas acima somam 54% da porcentagem de importância e
quase 70% da cobertura relativa.
Chusquea pinifolia é bastante expressiva nesta fisionomia por estar freqüentemente no estrato
superior, apresentando as maiores alturas predominante e máxima dentre as principais
espécies.
3.2.4.2 Serra da Farinha Seca – Fisionomia Campestre
Nas 22 parcelas foram observadas 53 espécies e encontrou-se uma cobertura absoluta de 148
m²/100m² (Tabela 14). Lagenocarpus triquetrus tem grande destaque na estrutura, estando
presente em todas as parcelas, abrangendo 49% da cobertura relativa e dominando o estrato
superior da comunidade, com altura predominante média superior à das outras oito espécies
mais importantes, conferindo aspecto típico de tapete graminóide à fisionomia.
Destacam-se também dois arbustos, Siphoneugena reitzii e Tibouchina dubia, que apesar de
terem apresentado alta freqüência, apresentaram valores baixos de cobertura, cada espécie
com apenas 4% de cobertura relativa.
Apenas as três espécies citadas foram detectadas em mais de um terço das parcelas.
Observou-se também que 36, ou mais de dois terços das espécies, apresentaram cobertura
relativa menor que 1%, representando apenas 11% do total da cobertura da comunidade.
3.2.4.3 Serra da Farinha Seca – Fisionomia Chusquea pinifolia
Apesar de terem sido amostradas apenas 5 parcelas, optou-se por apresentar seus parâmetros
fitossociológicos. Foram encontradas 29 espécies sendo a cobertura absoluta da comunidade
49
estimada em 134,6 m²/100m² (Tabela 15). Chusquea pinifolia apresentou 30,7% da
porcentagem de importância, abrangendo mais da metade da cobertura relativa. Também
domina o estrato superior, possuindo altura predominante maior que as demais espécies, com
exceção de uma Poaceae indeterminada.
Nos trechos onde Chusquea pinifolia domina, vários arbustos também aparecem como
importantes na comunidade, ocupando espaços sob esta no estrato vertical, destacando-se
Mimosa congestifolia, Siphoneugena reitzii, Baccharis curitybensis, Symplocos hatschbachii
e Clethra scabra. Esta última foi encontrada apenas nesta serra. Nos campos de altitude é
comum a ocorrência de Clethra uleana, sendo C. scabra mais comum na floresta montana,
abaixo dos 1200 m snm. No entanto, nesta serra, ambas compartilham os campos, mas C.
scabra parece ocorrer apenas na fisionomia dominada por Chusquea pinifolia. Falkenberg
(2003) já havia reportado a sobreposição da área de ocorrência destas duas espécies nas
matinhas nebulares e vegetação rupícola na região dos Aparados da Serra Geral, apontando a
necessidade de estudos detalhados para verificação da real distinção entre elas.
50
TABELA 13 – PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DA FISIONOMIA SUBARBUSTIVA DO CAMPO DE
ALTITUDE NA SERRA DA FARINHA SECA. N=10
Espécie F Co FR CoR PI Hpre Hmáx
1 Mimosa congestifolia 80 32,50 6,78 24,13 15,45 69,0 80,6
2 Lagenocarpus triquetrus 80 13,20 6,78 9,80 8,29 53,8 57,8
3 Poaceae 09 70 10,20 5,93 7,57 6,75 58,0 79,1
4 Sticherus sp. 70 9,60 5,93 7,13 6,53 41,1 48,4
5 Chusquea pinifolia 70 8,80 5,93 6,53 6,23 79,0 85,1
6 Siphoneugena reitzii 60 9,00 5,08 6,68 5,88 65,5 70,5
7 Gomidesia sellowiana 40 9,70 3,39 7,20 5,30 65,3 83,8
8 Machaerina austrobrasiliensis 70 5,10 5,93 3,79 4,86 59,4 77,0
9 Leandra cordigera 70 3,70 5,93 2,75 4,34 29,9 40,4
10 Ilex microdonta 30 5,50 2,54 4,08 3,31 57,0 68,0
11 Rhynchospora sp. 01 40 4,10 3,39 3,04 3,22 52,0 59,0
12 Myrsine altomontana 50 1,50 4,24 1,11 2,68 52,4 47,4
13 Tibouchina dubia 30 2,60 2,54 1,93 2,24 34,0 35,3
14 Clethra uleana 30 2,20 2,54 1,63 2,09 62,3 73,7
15 Sticherus longipes 20 3,00 1,69 2,23 1,96 42,0 42,5
16 Gaylussacia brasiliensis var brasiliensis 40 0,70 3,39 0,52 1,95 50,0 53,3
17 Galianthe gertii 20 2,30 1,69 1,71 1,70 49,5 56,5
18 Psidium spathulatum 20 1,30 1,69 0,97 1,33 58,0 77,5
19 Myrcia obtecta 20 1,20 1,69 0,89 1,29 79,0 90,0
20 Galium hypocarpium ssp. indecorum 20 1,00 1,69 0,74 1,22 53,0 56,0
21 Leandra cf. quinquedentata 20 0,80 1,69 0,59 1,14 55,5 52,5
22 Persea alba 10 1,80 0,85 1,34 1,09 110,0 133,0
23 Poaceae 07 20 0,50 1,69 0,37 1,03 45,0 54,0
24 NI 03 20 0,40 1,69 0,30 1,00 35,5 36,5
25 Mikania clematidifolia 10 0,60 0,85 0,45 0,65 43,0 44,0
26 Vriesea platynema var. variegata 10 0,50 0,85 0,37 0,61 40,0 44,0
27 Graphistylis serrana 10 0,40 0,85 0,30 0,57 53,0 44,0
28 Cyperaceae 03 10 0,30 0,85 0,22 0,54 65,0 65,0
29 Rubiaceae 10 0,30 0,85 0,22 0,54 32,0 35,0
30 Vernonanthura montevidensis 10 0,30 0,85 0,22 0,54 37,0 100,0
31 Alstroemeria amabilis 10 0,20 0,85 0,15 0,50 40,0 40,0
32 Poaceae 06 10 0,20 0,85 0,15 0,50 32,0 32,0
33 Smilax cf. campestris 10 0,20 0,85 0,15 0,50 54,0 64,0
34 Xyris caroliniana 10 0,20 0,85 0,15 0,50 66,0 77,0
35 Apocynaceae 01 10 0,10 0,85 0,07 0,46 44,0 44,0
36 Eryngium koehneanum 10 0,10 0,85 0,07 0,46 40,0 40,0
37 Podocarpus sellowii 10 0,10 0,85 0,07 0,46 45,0 47,0
38 Symplocos hatschbachii 10 0,10 0,85 0,07 0,46 46,0 46,0
39 Tabebuia catarinensis 10 0,10 0,85 0,07 0,46 62,0 62,0
40 Tibouchina hospita 10 0,10 0,85 0,07 0,46 39,0 39,0
41 Utricularia reniformis 10 0,10 0,85 0,07 0,46 28,0 28,0
42 Verbesina glabrata 10 0,10 0,85 0,07 0,46 76,0 76,0
Total 1180 134,7 100 100 100
51
TABELA 14 – PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DA FISIONOMIA CAMPESTRE DO CAMPO DE ALTITUDE
NA SERRA DA FARINHA SECA. N=22
Espécie F Co FR CoR PI Hpre Hmáx
1 Lagenocarpus triquetrus 100,0 72,50 8,09 49,05 28,57 62,9 79,1
2 Siphoneugena reitzii 81,8 6,05 6,62 4,09 5,35 57,3 63,6
3 Tibouchina dubia 72,7 6,05 5,88 4,09 4,99 44,6 50,8
4 Eryngium koehneanum 63,6 4,95 5,15 3,35 4,25 44,1 50,9
5 Baccharis curitybensis 68,2 4,09 5,51 2,77 4,14 53,1 60,2
6 Galianthe gertii 45,5 4,32 3,68 2,92 3,30 34,2 38,3
7 Poaceae 06 54,5 2,45 4,41 1,66 3,04 33,6 45,0
8 Sticherus longipes 50,0 2,91 4,04 1,97 3,01 45,9 49,6
9 Sticherus sp. 27,3 5,32 2,21 3,60 2,90 51,5 55,5
10 Gomidesia sellowiana 31,8 4,32 2,57 2,92 2,75 65,1 72,7
11 Xyris dissitifolia 50,0 2,05 4,04 1,38 2,71 43,6 47,1
12 Vriesea platynema var. variegata 22,7 4,59 1,84 3,11 2,47 39,4 53,6
13 Utricularia reniformis 50,0 0,91 4,04 0,62 2,33 31,9 35,4
14 Myrsine altomontana 45,5 1,23 3,68 0,83 2,25 48,1 54,4
15 Leandra cf. quinquedentata 36,4 2,09 2,94 1,41 2,18 51,9 56,6
16 Graphistylis serrana 27,3 2,18 2,21 1,48 1,84 44,5 49,3
17 Clethra uleana 18,2 2,68 1,47 1,81 1,64 72,5 82,3
18 Galium hypocarpium ssp. indecorum 31,8 0,95 2,57 0,65 1,61 37,9 44,4
19 Poaceae 09 18,2 2,45 1,47 1,66 1,57 44,0 61,5
20 Weinmannia humilis 13,6 2,45 1,10 1,66 1,38 62,3 74,3
21 Leandra cordigera 22,7 1,36 1,84 0,92 1,38 49,2 51,8
22 Poaceae 07 22,7 0,91 1,84 0,62 1,23 37,8 52,4
23 Mimosa congestifolia 22,7 0,73 1,84 0,49 1,17 67,4 72,4
24 Baccharis cf. trimera 18,2 1,18 1,47 0,80 1,14 45,8 51,5
25 Chusquea pinifolia 9,1 1,45 0,74 0,98 0,86 64,5 72,5
26 Tabebuia catarinensis 13,6 0,82 1,10 0,55 0,83 52,3 54,3
27 Tibouchina hospita 18,2 0,27 1,47 0,18 0,83 27,8 28,5
28 Gaylussacia brasiliensis var brasiliensis 18,2 0,18 1,47 0,12 0,80 31,8 32,0
29 Machaerina austrobrasiliensis 9,1 1,00 0,74 0,68 0,71 54,0 70,0
30 Psidium spathulatum 9,1 0,82 0,74 0,55 0,64 68,5 96,0
31 Baccharis angusticeps 13,6 0,27 1,10 0,18 0,64 52,0 56,7
32 Lycopodium clavatum 13,6 0,23 1,10 0,15 0,63 34,0 37,7
33 Symplocos hatschbachii 9,1 0,68 0,74 0,46 0,60 71,5 74,0
34 Xyris caroliniana 9,1 0,59 0,74 0,40 0,57 69,0 81,5
35 Coccocypselum sp. 9,1 0,45 0,74 0,31 0,52 33,0 34,5
36 Apocynaceae 01 9,1 0,18 0,74 0,12 0,43 45,5 49,0
37 Mikania clematidifolia 9,1 0,18 0,74 0,12 0,43 48,0 51,0
38 Alstroemeria amabilis 9,1 0,14 0,74 0,09 0,41 43,5 46,0
39 Poaceae 08 9,1 0,14 0,74 0,09 0,41 38,5 42,0
40 Gaultheria serrata var. organensis 9,1 0,09 0,74 0,06 0,40 28,5 30,0
41 Mikania paranensis 9,1 0,09 0,74 0,06 0,40 49,0 50,0
42 Myrtaceae indet. 2 4,5 0,45 0,37 0,31 0,34 62,0 68,0
43 Ocotea tristis 4,5 0,36 0,37 0,25 0,31 77,0 83,0
44 Austroeupatorium neglectum 4,5 0,09 0,37 0,06 0,21 54,0 58,0
45 Dendrophorbium limosum 4,5 0,09 0,37 0,06 0,21 48,0 51,0
46 Eugenia neomyrtifolia 4,5 0,09 0,37 0,06 0,21 48,0 40,0
47 Ilex microdonta 4,5 0,09 0,37 0,06 0,21 46,0 49,0
48 NI 03 4,5 0,09 0,37 0,06 0,21 44,0 54,0
49 Alophia geniculata 4,5 0,05 0,37 0,03 0,20 36,0 36,0
50 Podocarpus sellowii 4,5 0,05 0,37 0,03 0,20 26,0 26,0
51 Smilax cf. campestris 4,5 0,05 0,37 0,03 0,20 35,0 39,0
52 Trixis brasiliensis 4,5 0,05 0,37 0,03 0,20 30,0 33,0
53 Valeriana ulei 4,5 0,05 0,37 0,03 0,20 62,0 62,0
Total 1236,4 147,82 100,00 100,00 100,00
52
TABELA 15 – PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DA FISIONOMIA Chusquea pinifolia DO CAMPO DE
ALTITUDE NA SERRA DA FARINHA SECA. N=5
Espécie F Co FR CoR PI Hpre Hmáx
1 Chusquea pinifolia 100 70,80 8,77 52,60 30,69 74,2 92,0
2 Mimosa congestifolia 100 13,80 8,77 10,25 9,51 70,6 76,2
3 Siphoneugena reitzii 100 7,60 8,77 5,65 7,21 62,4 70,6
4 Sticherus sp. 80 6,40 7,02 4,75 5,89 41,5 47,0
5 Baccharis curitybensis 40 6,60 3,51 4,90 4,21 57,5 63,0
6 Machaerina austrobrasiliensis 60 3,60 5,26 2,67 3,97 55,3 67,7
7 Symplocos hatschbachii 60 1,80 5,26 1,34 3,30 65,3 67,7
8 Utricularia reniformis 60 1,00 5,26 0,74 3,00 12,3 12,3
9 Clethra scabra 20 5,40 1,75 4,01 2,88 85,0 93,0
10 Poaceae 08 60 0,60 5,26 0,45 2,85 20,0 20,0
11 Dendrophorbium limosum 40 1,40 3,51 1,04 2,27 42,0 47,5
12 Alstroemeria amabilis 40 1,20 3,51 0,89 2,20 37,5 39,5
13 Smilax cf. campestris 40 0,80 3,51 0,59 2,05 42,5 44,5
14 Gaultheria serrata var. organensis 40 0,60 3,51 0,45 1,98 44,0 47,5
15 Tabebuia catarinensis 20 2,60 1,75 1,93 1,84 64,0 72,0
16 Myrsine altomontana 20 1,60 1,75 1,19 1,47 59,0 70,0
17 Poaceae 09 20 1,60 1,75 1,19 1,47 75,0 98,0
18 Galium hypocarpium ssp. indecorum 20 1,20 1,75 0,89 1,32 37,0 45,0
19 Tibouchina dubia 20 1,20 1,75 0,89 1,32 52,0 57,0
20 Coccocypselum sp. 20 1,00 1,75 0,74 1,25 5,0 10,0
21 Rubiaceae 20 1,00 1,75 0,74 1,25 40,0 45,0
22 Lagenocarpus triquetrus 20 0,60 1,75 0,45 1,10 61,0 61,0
23 Leandra cf. quinquedentata 20 0,60 1,75 0,45 1,10 22,0 28,0
24 Baccharis cf. trimera 20 0,40 1,75 0,30 1,03 39,0 42,0
25 Ilex microdonta 20 0,40 1,75 0,30 1,03 72,0 76,0
26 Coccocypselum condalia 20 0,20 1,75 0,15 0,95 18,0 18,0
27 Gomidesia sellowiana 20 0,20 1,75 0,15 0,95 50,0 53,0
28 Leandra cordigera 20 0,20 1,75 0,15 0,95 42,0 44,0
29 Ocotea tristis 20 0,20 1,75 0,15 0,95 59,0 59,0
Total 1140 134,6 100 100 100
53
3.2.5 Estrutura dos campos de altitude na Serra Gigante
3.2.5.1 Serra Gigante – Fisionomia Campestre
Nas 12 parcelas amostradas foram encontradas 23 espécies e estimada uma cobertura absoluta
de 112,4 m²/100m² (Tabela 16). Lagenocarpus triquetrus apresentou 52% da cobertura
relativa da comunidade, estando presente em todas as parcelas, concentrando praticamente um
terço da porcentagem de importância da comunidade. Paspalum polyphyllum destacou-se
principalmente por seu percentual de cobertura e Tibouchina marumbiensis por sua alta
freqüência. Esta última foi detectada apenas nesta serra, e mostra-se muito importante na
estrutura da comunidade. Neomarica sp. é outra espécie detectada apenas nesta serra e que
apresentou grande importância na comunidade.
Observou-se que de uma maneira geral a comunidade apresentou alturas mais baixas, sendo
que a altura predominante média das cinco principais espécies foi menor que 50 cm, com
estas espécies somando mais de 80% da cobertura relativa da comunidade.
TABELA 16 – PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DA FISIONOMIA CAMPESTRE DO CAMPO DE ALTITUDE
NA SERRA GIGANTE. N=12
Espécie F Co FR CoR PI Hpre Hmáx
1 Lagenocarpus triquetrus 100,0 59,00 12,77 52,48 32,62 43,4 53,5
2 Paspalum polyphyllum 83,3 13,25 10,64 11,79 11,21 31,0 40,1
3 Tibouchina marumbiensis 91,7 8,17 11,70 7,26 9,48 38,6 49,8
4 Neomarica sp. 75,0 3,83 9,57 3,41 6,49 41,6 47,8
5 Gomidesia sellowiana 50,0 6,42 6,38 5,71 6,05 44,7 52,2
6 Siphoneugena reitzii 58,3 4,00 7,45 3,56 5,50 67,6 78,4
7 Rhynchospora exaltata 58,3 3,75 7,45 3,34 5,39 31,3 41,0
8 Dicranopteris nervosa 50,0 3,75 6,38 3,34 4,86 25,0 30,0
9 Asteraceae 01 33,3 3,75 4,26 3,34 3,80 26,0 29,3
10 Poaceae 04 41,7 1,00 5,32 0,89 3,10 26,8 29,4
11 Mikania lanuginosa 25,0 0,58 3,19 0,52 1,86 19,0 29,3
12 Gaylussacia brasiliensis var brasiliensis 16,7 1,08 2,13 0,96 1,55 30,0 43,0
13 Pitcairnia flammea 8,3 1,67 1,06 1,48 1,27 38,0 43,0
14 NI 01 16,7 0,17 2,13 0,15 1,14 25,0 25,0
15 Aechmea sp. 8,3 0,50 1,06 0,44 0,75 32,0 32,0
16 Bulbostylis consanguinea 8,3 0,50 1,06 0,44 0,75 11,0 11,0
17 Asteraceae 03 8,3 0,17 1,06 0,15 0,61 20,0 20,0
18 Coccocypselum condalia 8,3 0,17 1,06 0,15 0,61 5,0 3,0
19 Mandevilla atroviolacea 8,3 0,17 1,06 0,15 0,61 70,0 90,0
20 Piptocarpha densifolia 8,3 0,17 1,06 0,15 0,61 34,0 34,0
21 Utricularia reniformis 8,3 0,17 1,06 0,15 0,61 11,0 11,0
22 Pteridophyta 02 8,3 0,08 1,06 0,07 0,57 10,0 10,0
23 Ternstroemia brasiliensis 8,3 0,08 1,06 0,07 0,57 56,0 56,0
Total 783,3 112,42 100 100 100
54
3.2.6 Estrutura dos campos de altitude na Serra da Pedra Branca do Araraquara
3.2.6.1 Serra da P.B. do Araraquara - Fisionomia Subarbustiva
Nas sete parcelas foram detectadas 31 espécies, estimando-se uma cobertura absoluta de
124,9 m²/100m² (Tabela 17). Sticherus sp. destacou-se como espécie mais importante,
principalmente por apresentar altos percentuais de cobertura, cobrindo 22% da comunidade.
Tibouchina dubia, Vernonanthura montevidensis e Eryngium koehneanum, apesar de serem
as mais freqüentes, possuíam coberturas menores que Sticherus sp.. Coccocypselum condalia
e Valeriana ulei também apresentaram alta freqüência, mas cobertura muito menor. Estas
ocuparam preferencialmente o estrato inferior da comunidade. Machaerina austrobrasiliensis
destacou-se pelos altos valores de cobertura e de alturas predominante e máxima, ocupando o
estrato superior.
3.2.6.2 Serra da P.B. do Araraquara - Fisionomia Campestre
Foram amostradas apenas 5 parcelas, onde detectou-se 22 espécies. Estimou-se a cobertura
absoluta da comunidade em 107,4 m²/100m² (Tabela 18). Lagenocarpus triquetrus foi a
espécie mais importante, seguida de Eryngium koehneanum, Tibouchina dubia e uma Poaceae
não identificada. Estas quatro espécies somaram mais de 60% da porcentagem de importância
e quase 80% da percentagem de cobertura.
55
TABELA 17 – PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DA FISIONOMIA SUBARBUSTIVA DO CAMPO DE
ALTITUDE NA SERRA DA P.B. DO ARARAQUARA. N=7
Espécie F Co FR CoR PI
Hpre Hmáx
1 Sticherus sp.
71,4
27,86 5,81 22,31 14,06 53,2 62,0
2 Tibouchina dubia
85,7
14,29 6,98 11,44 9,21 54,5 66,7
3 Vernonanthura montevidensis
85,7
11,86 6,98 9,50 8,24 74,0 88,0
4 Eryngium koehneanum
85,7
9,43 6,98 7,55 7,26 62,2 70,3
5 Machaerina austrobrasiliensis
57,1
11,57 4,65 9,27 6,96 90,3 108,3
6 Lagenocarpus triquetrus
100,0
5,71 8,14 4,58 6,36 52,9 74,7
7 Siphoneugena reitzii
57,1
8,86 4,65 7,09 5,87 73,0 87,5
8 Coccocypselum condalia
85,7
2,86 6,98 2,29 4,63 23,3 30,7
9 Valeriana ulei
71,4
1,14 5,81 0,92 3,36 37,8 44,3
10 Ericaceae 01
57,1
2,57 4,65 2,06 3,36 69,5 76,5
11 Xyris caroliniana
42,9
3,86 3,49 3,09 3,29 51,3 61,7
12 Chusquea mimosa
28,6
5,14 2,33 4,12 3,22 176,5 191,5
13 Trixis brasiliensis
42,9
2,00 3,49 1,60 2,55 16,0 21,3
14 Leandra cf. quinquedentata
42,9
0,71 3,49 0,57 2,03 38,3 39,0
15 Myrtaceae 3
14,3
3,14 1,16 2,52 1,84 61,0 76,0
16 Myrsine altomontana
28,6
1,43 2,33 1,14 1,73 73,0 87,0
17 Poaceae 12
14,3
2,86 1,16 2,29 1,73 44,0 55,0
18 Vriesea platynema var. variegata
28,6
1,00 2,33 0,80 1,56 35,5 38,0
19 Miconia lymanii
28,6
0,86 2,33 0,69 1,51 57,0 62,0
20 Bulbostylis consanguinea
14,3
2,14 1,16 1,72 1,44 30,0 55,0
21 Agarista niederleinii var niederleinii
28,6
0,29 2,33 0,23 1,28 43,0 43,0
22 Utricularia reniformis
28,6
0,29 2,33 0,23 1,28 10,0 10,0
23 Blechnum sp. 1
14,3
1,57 1,16 1,26 1,21 49,0 52,0
24 Sticherus longipes
14,3
1,43 1,16 1,14 1,15 45,0 51,0
25 Baccharis cf. trimera
14,3
0,57 1,16 0,46 0,81 67,0 88,0
26 Gomidesia sellowiana
14,3
0,43 1,16 0,34 0,75 57,0 67,0
27 Mikania lanuginosa
14,3
0,43 1,16 0,34 0,75 40,0 51,0
28 Gaylussacia brasiliensis var. brasiliensis
14,3
0,14 1,16 0,11 0,64 34,0 34,0
29 Hesperozygis rhododon
14,3
0,14 1,16 0,11 0,64 81,0 81,0
30 Senna organensis
14,3
0,14 1,16 0,11 0,64 52,0 52,0
31 Smilax cf. campestris
14,3
0,14 1,16 0,11 0,64 59,0 59,0
Total
1228,6
124,86 100 100 100
56
TABELA 18 – PARÂMETROS FITOSSOCIOLÓGICOS DA FISIONOMIA CAMPESTRE DO CAMPO DE ALTITUDE
NA SERRA DA P.B. DO ARARAQUARA. N=5
Espécie F Co FR CoR PI
Hpre Hmáx
1 Lagenocarpus triquetrus 100 43,80 11,63 40,78 26,21 55,8 70,0
2 Eryngium koehneanum 100 13,80 11,63 12,85 12,24 36,6 40,6
3 Tibouchina dubia 100 12,60 11,63 11,73 11,68 47,2 63,8
4 Poaceae 12 80 15,00 9,30 13,97 11,63 54,3 60,0
5 Mikania lanuginosa 60 2,20 6,98 2,05 4,51 49,3 58,0
6 Myrtaceae 3 60 2,20 6,98 2,05 4,51 50,0 58,0
7 Vernonanthura montevidensis 20 6,80 2,33 6,33 4,33 74,0 112,0
8 Coccocypselum condalia 40 1,40 4,65 1,30 2,98 25,0 25,5
9 Xyris caroliniana 40 1,20 4,65 1,12 2,88 56,5 59,0
10 Cyperaceae 04 20 1,60 2,33 1,49 1,91 12,0 12,0
11 Gomidesia sellowiana 20 1,60 2,33 1,49 1,91 91,0 128,0
12 Vriesea cf. hoehneana 20 1,60 2,33 1,49 1,91 35,0 38,0
13 Cyperaceae 05 20 0,60 2,33 0,56 1,44 50,0 52,0
14 Hesperozygis rhododon 20 0,60 2,33 0,56 1,44 65,0 70,0
15 Agarista niederleinii var niederleinii 20 0,40 2,33 0,37 1,35 44,0 44,0
16 Baccharis cf. trimera 20 0,40 2,33 0,37 1,35 70,0 81,0
17 Senna organensis 20 0,40 2,33 0,37 1,35 53,0 75,0
18 Valeriana ulei 20 0,40 2,33 0,37 1,35 55,0 61,0
19 Leandra cf. quinquedentata 20 0,20 2,33 0,19 1,26 61,0 61,0
20 Miconia lymanii 20 0,20 2,33 0,19 1,26 20,0 20,0
21 Pimenta pseudocaryophyllus 20 0,20 2,33 0,19 1,26 100,0 100,0
22 Rhynchospora sp. 03 20 0,20 2,33 0,19 1,26 13,0 13,0
Total 860 107,4 100 100 100
57
Visando facilitar a discussão dos resultados, elaborou-se a Tabela 19, que apresenta um
resumo com as quatro principais espécies, em termos de percentual de importância, em cada
fisionomia de cada serra. Foram escolhidas as quatro principais espécies, pois na maioria das
áreas, estas compõem metade da percentagem de importância das respectivas comunidades.
TABELA 19 – QUADRO RESUMO DAS QUATRO PRINCIPAIS ESPÉCIES EM CADA FISIONOMIA DE CADA
ÁREA AMOSTRADA NOS CAMPOS DE ALTITUDE.
Serra do Ibitiraquire
Subarbustiva Campestre C. mimosa C. pinifolia M.austrobrasiliensis
Croton splendidus Lagenocarpus triquetrus Chusquea mimosa Chusquea pinifolia M.austrobrasiliensis
Lagenocarpus triquetrus Deschampsia sp. Croton splendidus Croton splendidus Croton splendidus
Chusquea pinifolia Eriochrysis holcoides Lagenocarpus triquetrus Rhynchospora exaltata Chusquea pinifolia
Mimosa congestifolia Croton splendidus Siphoneugena reitzii Lagenocarpus triquetrus Xyris stenophylla
Serra da Igreja Serra da Farinha Seca
Subarbustiva Campestre Subarbustiva Campestre C. pinifolia
Croton splendidus Lagenocarpus triquetrus Mimosa congestifolia Lagenocarpus triquetrus Chusquea pinifolia
Lagenocarpus triquetrus Croton splendidus Lagenocarpus triquetrus Siphoneugena reitzii Mimosa congestifolia
Sticherus sp. Tibouchina dubia Poaceae indet. 9 Tibouchina dubia Siphoneugena reitzii
Tibouchina dubia Myrsine altomontana Sticherus sp. Eryngium koehneanum Sticherus sp.
Serra Gigante Serra da Prata Serra da PB do Araraquara
Campestre Subarbustiva Campestre Subarbustiva Campestre
Lagenocarpus triquetrus Croton splendidus Lagenocarpus triquetrus Sticherus sp. Lagenocarpus triquetrus
Paspalum polyphyllum Lagenocarpus triquetrus Croton splendidus Tibouchina dubia Eryngium koehneanum
Tibouchina marumbiensis M.austrobrasiliensis M.austrobrasiliensis Vernonanthura montevidensis Tibouchina dubia
Neomarica sp. Tibouchina dubia Gaylussacia brasiliensis Eryngium koehneanum Poaceae indet. 12
As diferentes intensidades amostrais impedem comparações mais aprofundadas entre as
diferentes fisionomias amostradas, no entanto, já é possível notar a importância de algumas
espécies nas diferentes fisionomias e serras amostradas.
Na Serra do Ibitiraquire, Croton splendidus destacou-se por figurar entre as quatro principais
espécies nas cinco fisionomias amostradas. Lagenocarpus triquetrus apenas não esteve entre
as quatro principais espécies na fisionomia dominada por Machaerina austrobrasiliensis,
onde apresentou o quinto maior percentual de importância. Chusquea pinifolia apareceu em
três fisionomias como uma das quatro espécies mais importantes.
Na Serra da Igreja destacaram-se Lagenocarpus triquetrus e Croton splendidus em ambas
fisionomias, subarbustiva e campestre. Também notou-se a importância de Tibouchina dubia
nas duas fisionomias. Na fisionomia campestre Myrsine altomontana aparece como quarta
espécie mais importante, sendo esta a única ocasião em que esta espécie foi observada entre
as principais espécies.
Na Serra da Farinha Seca, chama a atenção a ausência de Croton splendidus entre as
principais espécies, sendo que apesar de ocorrer na área, não foi amostrada em nenhuma
parcela de nenhuma fisionomia. Nas outras duas serras onde C. splendidus não ocupa posição
58
de destaque na comunidade (Gigante e Pedra Branca do Araraquara), a espécie não foi
detectada sequer no levantamento florístico. Com a baixa freqüência e cobertura de C.
splendidus, Mimosa congestifolia domina a fisionomia subarbustiva, sendo importante
também nas áreas dominadas por Chusquea pinifolia. Lagenocarpus triquetrus, além de ter
sido a mais importante na fisionomia campestre, também destacou-se na fisionomia
subarbustiva. Outra espécie importante nesta serra é Sticherus sp., que destacou-se tanto na
fisionomia subarbustiva quanto na dominada por Chusquea pinifolia.
A fisionomia campestre na Serra Gigante apresentou três espécies não observadas como
importantes nas demais serras. Destas, Tibouchina marumbiensis e Neomarica sp. foram
detectadas apenas nesta serra e Paspalum polyphyllum foi amostrada em apenas em uma
parcela na Serra do Ibitiraquire.
Lagenocarpus triquetrus e Croton splendidus também apresentaram-se como mais
importantes nas fisionomias campestre e subarbustiva na Serra da Prata, onde Machaerina
austrobrasiliensis também mostrou-se importante. Gaylussacia brasiliensis pela primeira vez
aparece como uma das espécies mais importantes, ocupando a quarta posição na fisionomia
campestre.
Na Serra da Pedra Branca do Araraquara, destacaram-se Tibouchina dubia e Eryngium
koehneanum, que figuraram entre as espécies mais importantes nas duas fisionomias.
Vernonanthura montevidensis apareceu como uma das espécies mais importantes apenas
nesta serra.
Croton splendidus foi a espécie mais importante na fisionomia subarbustiva em três das cinco
serras onde esta fisionomia foi amostrada. Já Lagenocarpus triquetrus, apesar de não se
apresentar como mais importante na fisionomia subarbustiva, esteve entre as quatro espécies
mais importantes em quatro serras. Tibouchina dubia esteve em três serras entre as espécies
mais importantes da fisionomia subarbustiva. Mimosa congestifolia e Sticherus sp. estiveram
entre as espécies mais importantes na fisionomia subarbustiva em duas serras.
Lagenocarpus triquetrus foi a espécie mais importante da fisionomia campestre em todas as
serras amostradas. Também destacaram-se nesta fisionomia Croton splendidus, Tibouchina
dubia e Eryngium koehneanum, presentes entre as espécies mais importantes em pelo menos
duas serras.
A dominância de uma ou poucas espécies foi uma constante em todas as serras e
fitofisionomias. Este padrão é relativamente bem conhecido, no qual hábitats submetidos a
condições ambientais extremas, tais como restingas, vegetação rupestre e campos de altitude,
tendem a ser dominados por uma ou poucas espécies (Scarano 2002).
59
A Tabela 20 apresenta um resumo dos parâmetros estruturais de cada fisionomia nas serras
amostradas e traz os respectivos índices de diversidade de Shanon e de equabilidade.
Novamente ressalta-se que as diferentes intensidades amostrais impedem discussões mais
profundas, mas os dados obtidos já trazem informações relevantes e até então não conhecidas
nos campos de altitude na Serra do Mar paranaense.
TABELA 20 – RESUMO DOS PARÂMETROS OBTIDOS EM CADA FISIONOMIA DE CADA ÁREA AMOSTRADA
NOS CAMPOS DE ALTITUDE. LEGENDA: N – número de parcelas amostradas; S – riqueza específica
amostrada nas parcelas; Co – cobertura absoluta da comunidade; spp/UA – número médio de espécies por
parcela; H’ – índice de diversidade de Shanon; e – equabilidade.
Serra Fisionomia N S
Co
(m²/100m²)
spp/UA
H'
(nats/Co)
e
Ibitiraquire Subarbustiva
61 94 125 10 2,74
1,39
Ibitiraquire Campestre
64 99 109 8 3,00
1,50
Ibitiraquire Chusquea mimosa
9 46 136 10 2,34
1,41
Ibitiraquire Chusquea pinifolia
56 85 125 10 2,60
1,35
Ibitiraquire Machaerina austrobrasiliensis
10 36 102 9 2,18
1,40
Igreja Subarbustiva
27 50 149 10 2,30
1,34
Igreja Campestre
14 33 151 10 2,03
1,80
Farinha Seca Subarbustiva
10 42 135 12 2,77
1,71
Farinha Seca Campestre
22 53 148 12 2,39
1,39
Farinha Seca Chusquea pinifolia
5 29 134 11 0,73
0,50
Prata Subarbustiva
15 36 121 11 2,48
1,59
Prata Campestre
7 30 125 11 2,54
1,72
Gigante Campestre
12 23 112 8 1,81 1,33
PBA Subarbustiva
7 31 125 12 2,69
1,80
PBA Campestre
5 22 107 9 1,97
1,47
A maior diversidade detectada na fisionomia campestre da Serra do Ibitiraquire é decorrente
principalmente da grande riqueza de espécies, que por sua vez é conseqüência provavel da
maior intensidade amostral. Os trechos de fisionomia subarbustiva na Serra da Farinha Seca e
Serra da Pedra Branca do Araraquara apresentaram altos valores de diversidade, apesar de
uma riqueza relativamente menor. Isto decorre da maior equabilidade nestas áreas, indicando
uma distribuição mais uniforme da cobertura entre as diferentes espécies. A fisionomia
campestre na Serra da Prata também apresentou alta equabilidade. Os baixos valores de
equabilidade evidenciam comunidades onde a espécie de maior cobertura abrange grande
parte da cobertura relativa, como na fisionomia Chusquea pinifolia na Serra da Farinha Seca,
onde a espécie domina 52% da cobertura relativa. Na fisionomia campestre da Serra Gigante,
Lagenocarpus triquetrus também domina 52% da cobertura, acarretando numa baixa
equabilidade da comunidade.
Para uma análise mais detalhada da relação entre riqueza específica e diversidade, seria
interessante padronizar o número de parcelas nas fisionomias de cada serra. Como a obtenção
60
do índice de diversidade a partir da abundância relativa das espécies é considerada
praticamente inviável, dada a dificuldade de diferenciação de indivíduos principalmente de
espécies graminóides, a obtenção do índice a partir da cobertura relativa mostrou-se bastante
útil, por ser esta variável de estimativa fácil e confiável. Além disto, como a cobertura de
indivíduos de diferentes espécies pode variar enormemente (por exemplo, gramíneas que se
propagam por estolões podem cobrir extensas áreas, consistindo em apenas um indivíduo), o
uso da cobertura mostra-se interessante para avaliar a heterogeneidade fisionômica das
diferentes comunidades.
3.3 AMEAÇAS AOS CAMPOS DE ALTITUDE NO PARANÁ
Apesar de não ter sido um dos objetivos específicos do presente trabalho, foram detectadas
algumas ameaças aos campos de altitude na Serra do Mar paranaense, e considera-se
importante seu registro. A contaminação biológica por Pinus sp. na Serra do Ibitiraquire, que
há poucos anos atrás atingia apenas montanhas de menores altitudes, já atinge trechos de
campo em montanhas mais elevadas e em setores mais distantes das áreas antropizadas. Além
de Pinus, também são preocupantes outras espécies exóticas já citadas na sessão 3.1.
A conduta inadequada de pessoas que fazem do acesso às montanhas uma atividade
recreativa, vem causando impactos significativos aos campos de altitude. Os impactos mais
comumente observados são: o estabelecimento descontrolado de áreas de acampamento
suprimindo a vegetação, abertura de trilhas e atalhos impactando a vegetação e causando
problemas com erosões, uso de Chusquea pinifolia para estabelecimento de áreas de
acampamento, uso inadequado do fogo resultando em incêndios, coleta de espécies vegetais
para uso ornamental, entre outros. A consequência destas condutas inadequadas pode ser
agravada com a chegada de espécies exóticas invasoras, que podem se estabelecer nas áreas
previamente impactadas e se propagar com maior vigor que a regeneração da vegetação
nativa.
Também foi observado o impacto desnecessário sobre a vegetação durante a instalação de
uma antena de transmissão de ondas de rádio no cume do Pico Caratuva, sendo abertas
diversas clareiras que poderiam ser evitadas. Na mesma serra, no Pico Ciririca, mesmo após
décadas da construção de painéis repetidores de ondas de rádio, as conseqüências da falta de
compromisso com a conservação do local durante as obras ainda são observadas, com a
presença de diversas espécies exóticas e a permanência de resíduos sólidos como latões de
metal, vigas de aço e chapas de alumínio literalmente descartados em meio à vegetação. A
61
preocupação com este tipo de ameaça aumenta neste momento, quando empresas de telefonia,
visando atender cegamente a metas relativas a abrangência dos sinais de telefonia móvel,
buscam as porções elevadas das serras para alocar suas antenas e consequentemente exercerão
pressão sobre os restritos campos de altitude. Ainda, os problemas normalmente são
agravados pelo fato das equipes que executam as obras serem completamente mal orientadas
quanto a técnicas de minimização de impactos para implantação das obras, o que pode ser
claramente observado no caso da obra no Pico Caratuva.
A preocupação com a caça é uma constante em qualquer região da Serra do Mar. No entanto,
as constatações na Serra da Igreja foram as que mais chamaram a atenção. Nesta serra, onde
foram registrados diversos vestígios de antas (Tapirus terrestris, L. 1758), também foram
encontrados vários vestígios de caçadores (munições, cevas, etc.), inclusive nos campos de
altitude. Além dos impactos diretos da caça, podem ocorrer impactos indiretos como uso de
fogueiras podendo iniciar incêndios e uso de cachorros que podem impactar a fauna não
cinegética.
Sem dúvida estes problemas não são de fácil resolução, mas uma vez que todos os trechos
onde tais ameaças foram observadas são protegidos por unidades de conservação, ampliam-se
as possibilidades de ações de proteção, mesmo nas unidades de conservação de uso
sustentável. Também no caso das UC ainda não implementadas, como o Parque Estadual do
Pico Paraná, o PE Roberto Ribas Lange, o PN Saint Hilaire-Lange e PE da Graciosa, pode-se
buscar o fortalecimento das relações com a Polícia Ambiental e com entidades tais como
associações de montanhistas, para fazer valer a legislação ambiental básica, o que já evitaria
grande parte dos atuais impactos.
No entanto, não restam dúvidas que apenas a efetiva implementação das UC, com recursos
humanos bem dimensionados e capacitados, colocando em prática seu planos de manejo,
asseguraria a proteção eficiente tanto para os campos de altitude quanto para os demais
ecossistemas abrigados.
62
4 CONCLUSÕES
Os campos de altitude na Serra do Mar paranaense ocorrem nos setores mais altos das
montanhas, podendo estar presentes em altitudes menores do que vinha sendo reportado
(acima dos 1200 m snm), como na Serra Gigante, onde foram encontradas formações
campestres altomontanas dominando o topo de uma montanha a 1059 m snm.
A Serra do Ibitiraquire consistiu no trecho de maior riqueza específica dos campos de altitude
na Serra do Mar paranaense, devido provavelmente à maior área de ocorrência e ao maior
gradiente altitudinal. Os campos de altitude nas serras da Prata, da Igreja e da Farinha Seca
apresentaram florísticas mais semelhantes entre si, muito provavelmente como conseqüência
da proximidade geográfica e de semelhanças quanto à altitude de ocorrência. Os campos na
Serra Gigante apresentaram a florística mais diferenciada, provavelmente pelo seu maior
isolamento e menor altitude.
Asteraceae foi a família mais rica em todas as serras estudadas. Também foram bastante
expressivas Poaceae, Melastomataceae, Cyperaceae, Ericaceae, Myrtaceae e Orchidaceae. Os
gêneros mais ricos foram Baccharis, Rhynchospora, Mikania, Mimosa, Leandra e
Tibouchina. Estes resultados convergem com outros estudos em regiões campestres de
altitude no Brasil.
Lagenocarpus triquetrus e Croton splendidus apresentaram-se como as principais espécies
nos campos de altitude na Serra do Mar paranaense. A primeira foi a espécie mais importante
em todos os trechos de fisionomia campestre, enquanto a segunda destacou-se na fisionomia
subarbustiva em três trechos amostrados. Tibouchina dubia, Mimosa congestifolia e Sticherus
sp. também destacaram-se em diversos trechos e fisionomias.
Percebeu-se uma grande concentração da cobertura da comunidade em poucas espécies, em
todas as fisionomias de todas as áreas amostradas. Este resultado corrobora com o padrão de
monodominância ou oligodominância reportado para hábitats sujeitos a condições ambientais
extremas.
Foram registradas diversas ameaças aos campos de altitude no Paraná e considera-se
fundamental a efetiva implementação das Unidades de Conservação, que abrigam todos os
trechos amostrados, para a proteção deste ecossistema tão peculiar e das florestas que o
circunda.
63
BIBLIOGRAFIA
AB’SÁBER, A.N. 2000 Summit surfaces in Brazil. Revista Brasileira de Geociências 30(3):
515-516.
ALMEIDA, F.F.M. de & CARNEIRO, C.D. 1997 Origem e evolução da Serra do Mar.
Revista Brasileira de Geociências 28(2): 135-150.
APG II 2003 An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and
families of flowering plants: APG II. Botanical Journal of the Linnean Society, 141, 399–
436.
ASSIS, M.C. 2003 Duas novas espécies de Alstroemeria L. (Alstroemeriaceae) para o Brasil.
Acta Botânica Brasílica 17(2): 179-182.
BIGARELLA, J.J. 1978 A Serra do Mar e a porção oriental do estado do Paraná, um
problema de segurança ambiental e nacional (contribuição à geografia, geologia e
ecologia regional). SEP, ADEA. Curitiba.
BRAUN-BLANQUET, J. 1979. Fitosociologia. Madrid. H. Blume. 820p.
BURKE, A. 2004 From plains to inselbergs: species in special habitats as indicators for
climate change? Journal of Biogeography 31, 831–841.
CAIAFA, A.N. & SILVA, A.F. da 2005 Composição florística de um campo de altitude no
Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, Minas Gerais – Brasil. Rodriguésia 56 (87): 163-
173.
CAIAFA, A.N. 2002 Composição florística e estrutura da vegetação sobre um afloramento
rochoso no Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, MG. Dissertação (Mestrado em
botânica) Universidade Federal de Viçosa, Viçosa. 51p.
CARVALHO, D.A. 1992 Flora fanerogâmica de campos rupestres da Serra da Bocaina,
Minas Gerais: caracterização e lista de espécies. Ciência e Prática, Lavras, v.16, n.1, p. 97-
122.
CLARK, L.G. 2004 New species of Aulonemia and Chusquea (Poaceae: Bambusoideae:
Bambuseae) from southeastern Brazil. Revista Brasileira de Botânica. V.27: n.1, p.31-36.
CRAWLEY, M.J. 1997 The structure of plant communities. In CRAWLEY, M.J. (Ed.) Plant
ecology. 2
nd
Edition. BlackWell Science.
DIAS, H.C.T. et.al. 2003 Caracterização de solos altimontanos em dois transectos no Parque
Estadual do Ibitipoca (MG). Revista Brasileira de Ciências do Solo, 27:469-481.
FALKENBERG, D.B. 2003 Matinhas nebulares e vegetação rupícola dos Aparados da Serra
Geral (SC/RS), sul do Brasil. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal). Instituto de Biociências
– UNICAMP. Campinas.
FERRI, M.G. 1980 Vegetação Brasileira. Editora da Universidade de São Paulo. São Paulo.
157p.
64
FREITAS, M.F. & KINOSHITA, L.S. 2005 Novas espécies de Myrsine L. (Myrsinaceae)
para o Brasil. Rodriguésia 56 (87): 67-72.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 1992 Manual técnico da vegetação
brasileira. Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Depto. de Recursos
Naturais e Estudos Ambientais. Rio de Janeiro. FIBGE. (Manuais Técnicos de Geociências,
n
0
1).
IUCN. World Conservation. 2002 Vol. 33, No. 1. Gland - Switzerland.
KOEHLER, A. 2001 Floresta Ombrófila Densa Altomontana: Aspectos Florísticos e
Estruturais do Componente Arbóreo em Diferentes Trechos da Serra do Mar, PR. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Florestal) UFPR. Curitiba, PR. 79p.
LEITE, P.F. 1994 As diferentes unidades fitoecológicas da Região Sul do Brasil. Proposta de
Classificação. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal). UFPR. Curitiba, PR. 160p.
LIMA, W.G. & GUEDES-BRUNI, R.R. 2004 Myrceugenia (Myrtaceae) ocorrentes no
Parque Nacional do Itatiaia, Rio de Janeiro. Rodriguésia 55 (85): 73-94.
MAACK, R. 1968 Geografia física do Estado do Paraná. Curitiba. Universidade Federal
do Paraná. 350p.
MARTINELLI, G. 1996 Campos de altitude Index, Rio de Janeiro.
MARTINS, F.R. & SANTOS, F.A.M. dos. 1999 Técnicas usuais de estimativa da
biodiversidade. Revista Holos. Ed. Especial. 236-267.
MOCOCHINSKI, A.Y.; SCHEER, M.B.; CERVI, A.C. 2003 Fitossociologia em Refúgio
Vegetacional Altomontano (campo de altitude) na Serra do Mar, Morretes, PR. In: XI
Congresso de Ecologia do Brasil, Fortaleza. Anais de Trabalhos Completos. Fortaleza: Ed.
da Universidade Federal do Ceará. p 166-167.
OLIVEIRA-FILHO, A.T. & FLUMINHAN-FILHO M. 1999 Ecologia da vegetação do
Parque Florestal Quedas do Rio Bonito. Cerne, V.5, N.2, P.051-064.
POREMBSKI, S., MARTINELLI, G., OHELMÜLLER, R. & BARTHLOTT, W. 1998
Diversity and ecology of saxicolous vegetation mats on inselbergs in the Brazilian Atlantic
rainforest. Diversity and Distributions (1998) 4:107-119.
PRÓ-ATLÂNTICA – Programa de Proteção da Floresta Atlântica. 2002. Projeto Carta
Geológica. Cartas: MI-2844-2 Ariri, MI-2843-1 Represa do Capivari, MI-2843-3 Morretes,
MI-2858-1 Mundo Novo e MI-2858-3 Pedra Branca do Araraquara. Escala 1:50000. Curitiba.
RIBEIRO, K.T & MEDINA, B.M.O. 2002 Estrutura, dinâmica e biogeografia das ilhas de
vegetação sobre rocha do planalto do Itatiaia – RJ. Boletim do Parque Nacional do Itatiaia
– RJ. n.10. Parque Nacional do Itatiaia e Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 83p.
RICKLEFS, R.E. 2003, A economia da natureza. 5ª ed. Guanabara Koogan, 503p.
RIZZINI, C. T. 1979. Tratado de fitogeografia do Brasil. Ed. HUCITEC: São Paulo. 374p.
65
RIZZINI, C. T. 1954. Flora Organensis. Arquivos do Jardim Botânico do Rio de Janeiro
13:118-243.
RODERJAN, C.V. 1999 Caracterização da vegetação dos Refúgios Vegetacionais
Altomontanos (campos de altitude) nas serras dos órgãos e do Capivari no Estado do
Paraná. Relatório Técnico do CNPq. Curitiba.
RODERJAN, C. V. 1994 A Floresta Ombrófila Densa Altomontana no morro Anhangava,
Quatro Barras, PR – Aspectos Climáticos, Pedológicos e Fitossociológicos. Tese (Doutorado
em Engenharia Florestal). Setor de Ciências Agrárias Universidade Federal do Paraná.
Curitiba. 119p.
RODERJAN, C.V.; GALVÃO, F.; KUNIYOSHI, Y.S. & HATSCHBACH, G.G. 2002 As
unidades fitogeográficas do estado do Paraná. Ciência e Ambiente. n.24. UFSM. Santa
Maria, RS. p75-92.
SAFFORD, H.D. 1999a Brazilian Paramos I. An introduction to the physical environment end
vegetation of the campos de altitude. Journal of Biogeography, 26: 693-712.
SAFFORD, H.D. 1999b Brazilian Páramos II. Macro and mesoclimate of the campos de
altitude and affinities with high mountain climates of tropical Andes and Costa Rica. Journal
of Biogeography, 26: 713-737.
SAFFORD, H.D. & MARTINELLI, G. 2000 Southeast Brazil. In.: POREMBSKI, S. &
BARTHLOTT, W. (eds.) Inselbergs. Ecological Studies, vol. 146. Springer-Verlag Berlin
Heidenberg.
SANTOS, E.P. dos & HATSCHBACH, G.G. 1998 Florística Fanerogâmica da vegetação
Alto-Montana no Morro dos Perdidos, Serra do Araçatuba, Paraná, Brasil. IN: XLIX
Congresso Nacional de Botânica, Anais do. p358. Salvador, BA.
SCARANO, F.R. 2002 Structure, Function and Floristic Relationships of Plant Communities
in Stressful Habitats Marginal to the Brazilian Atlantic Rainforest. Annals of Botany 90:
517-524.
SORENSEN, T. 1948. A method of establishing groups of equal amplitude in plant sociology
based on similarity of species content. Det. Kong. Danske Vidensk. Selsk. Biol. Skr.
(Copenhagen) 5(4):1-34.
TRAMUJAS, A.P. 2000 A vegetação dos campos de altitude na região do Ibitiraquire – Serra
do Mar – Municípios de Antonina, Morretes e Campina Grande do Sul, Paraná. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Florestal) UFPR. Curitiba.
TRYON, R. M. & TRYON, A. F. 1982 Ferns and allied plants. New York: Springer Verlag.
896 p.
VELOSO, H. P., RANGEL FILHO, A. L. R.; LIMA, J. C. A. 1991 Classificação da
vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE.
WISNIEWSKI, C.; TEMPESTA, P.B. & RODRIGUES, V.M.R. 2005 Solos e vegetação em
uma toposequência do morro Mãe Catira, alto da Serra da Graciosa, Morretes - Paraná. IN:
XXX Congresso Brasileiro de Ciências do Solo. Anais do. Recife, PE.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo