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Módulos
Introdução ao Turismo Contemporâneo
Viagens
Turismo
Lazer
Autores
Luiz Gonzaga Godoi Trigo
Regina Araujo de Almeida
Édson Leite
Maria Ataíde Malcher
Coordenação
Regina Araujo de Almeida
Luiz Gonzaga Godoi Trigo
Édson Leite
Maria Ataíde Malcher
APRENDIZ
DE LAZER
E TURISMO
Livro do Aluno
Capa Aprendiz.indd 1Capa Aprendiz.indd 1 2/3/2007 08:38:522/3/2007 08:38:52
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O Ministério do Turismo está lançando a coleção de livros de educação para o
turismo, um produto do projeto Caminhos do Futuro. Trata-se de mais uma iniciativa
para envolver toda a sociedade no esforço de dar qualidade e aumentar a competi-
tividade do turismo brasileiro, com vistas no desenvolvimento econômico e social do
Brasil. Neste caso, com os olhares voltados para professores e alunos do ensino
fundamental e médio da rede pública.
Os livros abordam temas relevantes para o turismo no país. Mostram caminhos e
a importância de se desenvolver o turismo de forma sustentável e inclusiva, gerando
renda e benefícios para todos os brasileiros. O desafio é capacitar professores em
conteúdos de turismo, para que absorvam novos conhecimentos e despertem nas
crianças e jovens o interesse pela conservação do patrimônio natural e cultural e
também pelas carreiras emergentes no mercado do turismo.
O projeto Caminhos do Futuro se insere nas diretrizes do Plano Nacional de Turismo,
que reconhece o turismo como atividade econômica e incentiva parcerias para o
desenvolvimento do setor. A coleção de educação para o turismo é um exemplo da
união de esforços entre o Ministério do Turismo, o Instituto de Academias Profissio-
nalizantes, a Academia de Viagens e Turismo e a Universidade de São Paulo, com
apoio da Fundação Banco do Brasil.
Esse esforço conjunto de agentes públicos e privados vai permitir dotar as escolas
brasileiras de material didático-pedagógico de qualidade, democratizando para todo
o País o conhecimento sobre as várias faces do turismo e suas potencialidades. As
crianças e jovens terão a oportunidade de vislumbrar no turismo um fator de construção
da cidadania e de integração social. A possibilidade de um futuro melhor para todos.
Walfrido dos Mares Guia
Ministro do Turismo
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
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Apoio
Ministério do Turismo
Ministro
Walfrido dos Mares Guia
Secretaria Executiva
Secretário
Márcio Favilla Lucca de Paula
Secretaria Nacional de Programas
de Desenvolvimento do Turismo
Secretária
Maria Luisa Campos Machado Leal
República Federativa do Brasil
Presidente: Luiz Inácio Lula da Silva
Departamento de Qualificação e
Certificação e de Produção
Associada ao Turismo
Diretora
Carla Maria Naves Ferreira
Coordenação-Geral de
Qualificação e Certificação
Coordenadora-Geral
Tânia Mara do Valle Arantes
Consultoria Técnica do Projeto
Consultora da UNESCO
Maria Aparecida Andrés Ribeiro
Revisão Técnica e Adequação
de Textos
Acompanhamento e Avaliação
do Projeto
Consultora do PNUD
Stela Maris Murta
Conselho
Presidente
Tasso Gadzanis
Vice-Presidente
Flávio Mendes Bitelman
Secretário
Nilton Volpi
Tesoureiro
Osmar Malavasi
Diretora Acadêmica
Regina Araujo de Almeida
Conselho Consultivo
Caio Luiz de Carvalho
Luís Francisco de Sales
Manuel Pio Corrêa
IAP – Instituto de Academias Profissionalizantes
Equipe Academia de Viagens e
Turismo - AVT
Coordenação
Prof. Dr. Luiz Gonzaga Godoi Trigo
Assistente Administrativo
Silvânia Soares
Assistente Financeiro
Carmen Marega
Assistente Técnico
Marcelo Machado Silva
Material Didático do Projeto
Caminhos do Futuro
Equipe de Coordenação
Regina Araujo de Almeida
Luiz Gonzaga Godoi Trigo
Edson R. Leite
Maria Ataíde Malcher
Revisão de Português
Celina Maria Luvizoto
Laura Cristo da Rocha
Vanda Bartalini Baruffaldi
Revisão Editorial
Débora Menezes
Consolidação Final dos textos
Silvânia Soares
Coordenação de Projetos
Prof. Dr. Ricardo Ricci Uvinha
Núcleo de Turismo da Universidade de São Paulo
Coordenação Geral: Profa. Dra. Beatriz H. Gelas Lage
Coordenação Documentação
Profa. Dra. Regina A. de Almeida
Coordenação de Marketing
Prof. Dr. Luiz Gonzaga Godoi Trigo
Coordenação de Eventos
Prof. Dr. Edson R. Leite
© MTUR/AVT/IAP/USP – 2007
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida para fins
educacionais e institucionais, desde que citada a fonte.
Escola de Artes, Ciências e Humanidades – EACH
Curso de Lazer e Turismo
Diretor: Dante De Rose Júnior
Coordenadora: Beatriz H. Gelas Lage
FBB – Fundação Banco do Brasil
GTTP – Global Travel & Tourism Partnership
Diretora: Dra. Nancy Needham
USP – Universidade de São Paulo
FFLCH – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas
Diretor: Gabriel Cohn
Departamento de Geografia - Chefe: Jurandyr Ross
LEMADI - Laboratório de Ensino e Material Didático
Coordenador: Prof. Dr. Francisco Capuano Scarlato
Técnica Responsável: Waldirene Ribeiro do Carmo
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Sumário
MÓDULO I - INTRODUÇÃO AO TURISMO CONTEMPORÂNEO
TEMA 1: A IMPORTÂNCIA DO TURISMO NO MUNDO DE HOJE .................... 8
Introdução ....................................................................................... 8
Os anos 1990 ................................................................................... 8
O que aconteceu nos últimos anos? ............................................... 9
Quadro das crises internacionais mais recentes .............................. 9
A questão da Globalização ........................................................... 10
Considerações finais ...................................................................... 11
TEMA 2: O TURISMO E O BRASIL ................................................................. 11
Contexto histórico ......................................................................... 11
A importância da sociedade na discussão sobre turismo .............. 12
Por uma agenda do pleno desenvolvimento do turismo .............. 12
MÓDULO II - VIAGENS
APRESENTAÇÃO .......................................................................................... 14
TEMA 1: AS VIAGENS TURÍSTICAS ............................................................... 14
TEMA 2: MAHATMA GANDHI ERA TURISTA? ............................................... 16
MÓDULO III - TURISMO
TEMA 1: PARIS, PORTO DE GALINHAS OU ALASKA? .................................. 20
Contexto ....................................................................................... 20
TEMA 2: O QUE FAZ DE UM LUGAR UMA DESTINAÇÃO TURÍSTICA ........... 22
TEMA 3: A IMPORTÂNCIA E OS IMPACTOS DO TURISMO .......................... 23
Contexto ....................................................................................... 23
TEMA 4: O TURISMO NO BRASIL E NO MUNDO .......................................... 25
TEMA 5: AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E TURISMO ....................................... 29
TEMA 6: MEIOS DE LOCOMOÇÃO E TRANSPORTE .................................... 30
Contexto ....................................................................................... 30
MÓDULO IV - LAZER
TEMA 1: LAZER E RECREAÇÃO:
Uma possibilidade no CINEMA, SHOPPING OU BIBLIOTECA .......... 32
TEMA 2: TRABALHO, LAZER E ENTRETENIMENTO ...................................... 33
TEMA 3: EVENTOS ....................................................................................... 35
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................. 36
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Autor: Luiz Gonzaga Godoi Trigo
Hot Park, Rio Quente (GO)
Crédito Fotos: D
ébora M
enezes
Crédito Fotos: Débora Menezes
Forte de São José, Macapá (AP)
Turistas no Pantanal, Miranda (MS)
Praia Bela, Jacumã (PB)
Teatro Amazonas, Manaus (AM)
Fachada histórica, Paraty (RJ)
Aprendiz_Fev_2007.P65 26/3/2007, 13:237
8
Introdução ______________________________________________________________
Para entender o turismo no início do século 21, deve-se ter como base de estudo não apenas os livros, mas
também os jornais diários e revistas semanais. A história tem apresentado profundas mudanças ao longo dos
últimos tempos e esses movimentos podem continuar por alguns anos ou até mesmo décadas. Um dos autores
que estudou essas mudanças é o sociólogo espanhol Manuel Castells. Ele escreveu uma importante obra para
tentar dar conta dos novos cenários internacionais (A era da informação, em 3 volumes. São Paulo: Editora Paz e
Terra, 2003). Ali analisa como as redes de informação influenciam as sociedades, desde a educação até a política,
as novas demandas sociais, o crime organizado e as reflexões sobre os novos problemas.
Os anos 1990 ____________________________________________________________
A história das tendências do turismo de massa é recente. Os primeiros estudos sobre o assunto no mundo
atual foram reunidos em um documento lançado no Reino Unido, em 1991, com o título: World Travel and
Tourism Review – Indicators, trends and forecasts (Revista Internacional de Viagens e turismo - indicadores,
tendências e previsões, Wallingford, UK: CAB International, 1991). O volume reuniu mais de cinqüenta especia-
listas internacionais e foi dividido em três partes: indicadores gerais dos cinco continentes e indicadores especí-
ficos de 33 países; tendências e previsões; e os desafios das políticas globais de turismo para os anos 1990. Na
época, já se analisavam temas hoje amplamente discutidos, como desenvolvimento sustentável, turismo de baixo
impacto, turismo social e envolvimento das comunidades, turismo e deficientes físicos, segmentos específicos
como idosos e jovens. As projeções para a década foram, no geral, razoavelmente acertadas. Por exemplo, nas
conclusões de um dos artigos, Robert Bentley, da Organização Mundial do Turismo, apontou que:
1. O turismo seria um dos segmentos em constante expansão na década de 1990;
2. Haveria mais competição entre regiões e países como destinos a serem escolhidos pelos turistas;
3. Consumidores teriam maior conhecimento sobre destinos e opções de viagens e seriam mais exigentes
sobre produtos e serviços;
4. O setor do turismo seria um lugar propício para os avanços tecnológicos, especialmente na área de
telecomunicações e informática;
5. O sucesso dependeria de enfoques altamente profissionalizados, tanto do setor turístico quanto da
política específica dos destinos turísticos.
Fonte: World Travel and Tourism Review, p. 58.
A década de 1990 foi realmente um período de ouro para o turismo. Um dos textos mais interessantes da
época foi escrito por J. R. Brent Ritchie e publicado em 1992 na The Annual Review of Travel (Revista anual de
viagens), uma edição especial patrocinada pela American Express. O artigo intitulava-se New realities, new horizons
(Novas realidades, novos horizontes). O texto remetia diretamente a uma parte das pesquisas já publicadas, em
1991, no World Travel and Tourism Review e considerava as seguintes mega-tendências para a década de 1990:
01. Questão do meio ambiente;
02. Disseminação da democracia pelo planeta;
03. Aumento do número de idosos;
04. Racionalização de investimentos na economia de mercado;
05. Diversidade cultural em um mundo homogêneo;
06. Dilema entre tecnologia e recursos humanos;
07. Necessidade de diminuir o abismo entre países desenvolvidos do Norte e países em desenvolvimento do
Sul do planeta;
08. Novos valores: turismo cultural, educacional e profissional;
09. Busca de estabilidade e segurança;
10. A ascensão da sociedade baseada no conhecimento;
11. O crescimento da importância das cidades;
12. As questões de migração em vários pontos do planeta.
TEMA 1
A IMPORTÂNCIA DO TURISMO
NO MUNDO DE HOJE
A IMPORTÂNCIA DO TURISMO
NO MUNDO DE HOJE
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9
Módulo I
II
II
I
Aprendiz de Lazer e Turismo
No Brasil, também já havia uma discussão sobre as tendências do turismo para os seguintes anos. Em maio de
1990, a Associação Mundial Para Formação Profissional Turística (AMFORT) e a Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo (ECA-USP) organizaram um seminário em São Paulo intitulado Turismo: Grande desa-
fio dos anos 1990. Vários pesquisadores se posicionaram em relação ao turismo e os desafios globais. A lista dos
autores e dos assuntos por eles escolhidos é um bom exemplo de como estavam dispostos os interesses acadê-
micos latino-americanos na época.
Lendo essas três publicações do início dos anos 1990, percebe-se quais os temas que marcariam a década:
A questão das sociedades pós-industriais e pós-modernas;
Questões ambientais e de sustentabilidade;
Novas tecnologias;
Capacitação de profissionais;
Globalização;
Diversidade cultural;
Diferenças entre os hemisférios norte/sul do planeta.
O que aconteceu nos últimos anos? _______________________________________
Vivemos um período de mudanças históricas, com acontecimentos de reflexo internacional ocorrendo de manei-
ra intensa e decisiva. Uma parte dessas mudanças refere-se à globalização. A expansão da globalização aconteceu de
forma intensa e acelerada ao longo dos anos 1990 e isso ajudou a transformar o turismo em um setor cada vez mais
importante no mundo todo, seja econômica, cultural ou socialmente. Porém a globalização também acarretou um
desequilíbrio entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento. Aprofundou-se o abismo entre os
detentores de riquezas e conhecimento e os que ainda buscam meios para adquirir estabilidade econômica e
política em suas sociedades. A década que seria marcada pelo “fim das ideologias” e pela “pax americana” viu
irromper no cenário mundial uma serie de crises que exigiu constantes adaptações aos novos tempos.
Quadro das crises internacionais mais recentes
Ano Crise ou conflito
1995 Crise financeira no México.
1997 Crise asiática a partir de julho.
1998 Crise financeira na Rússia.
1999 Crise cambial no Brasil em janeiro, no rastro de uma crise iniciada em setembro de 1998.
Início da pior crise econômica na história da Argentina.
2000 Problemas com a chamada “nova economia” e crise na Nasdaq (a Bolsa de Valores da
informática em New York).
2000/2001 Série de escândalos fiscais em várias multinacionais com sede nos EUA e na Europa.
A crise Argentina atinge o auge e o país fica insolúvel.
2001 Atentados terroristas em New York e Washington abalam o mundo.
2002 Novos atentados terroristas abalam o turismo internacional.
Aprofundamento dos conflitos entre árabes e israelenses. Os EUA ameaçam invadir o Iraque
caso o país não se submeta a controle para apurar a existência de armas de destruição em massa.
No final do ano, surgem conflitos diplomáticos entre Estados Unidos e a Coréia do Norte.
2003 Guerra do Golfo II, quando os Estados Unidos invadem o Iraque.
Os três fatores fundamentais para o desenvolvimento do turismo em um país ou região são: estabilidade
política, social e econômica. Porém há um fator isolado que compromete definitivamente o setor de viagens e
turismo: o terrorismo. O mundo, no início do século 21, passa por problemas que atingem o tráfego aéreo
internacional e as viagens para vários lugares do planeta. Mas a crise não é “universal”. Áreas como China, Japão,
Europa, África do Sul, Brasil e Oceania mantêm seus fluxos turísticos. A América do Norte sofreu muito com os
atentados de setembro de 2001, mas mantém seu turismo interno e recupera sua parcela no fluxo de turismo
internacional.
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10
A questão da Globalização _______________________________________________
Acredito que a globalização – a remoção das barreiras ao livre comércio e a maior integração das
economias nacionais - pode ser uma força favorável, com potencial de enriquecer todas as pessoas do mundo,
em especial as menos favorecidas. Entretanto, também acredito que a maneira como a globalização tem sido
gerenciada, bem como as políticas que têm sido impostas aos países em desenvolvimento no processo da
globalização, precisa ser radicalmente repensada.”
Fonte: STIGLITZ: 2002, p.10
Obs.: Para obter informações abundantes e atualizadas sobre globalização acesse www.globalisationguide.org
ou
http://globalize.kub.nl/. As informações são em inglês e oferecem conceitos, mapas históricos, estatísticas e
respostas às questões mais comuns sobre globalização.
Quando começou a globalização? Segundo vários autores, entre o século 16 e a década de 1970, o que
significa que não há muito consenso a respeito. Certamente a primeira grande expansão do capitalismo europeu
ocorreu no início do século 16, no período das grandes navegações portuguesas e espanholas. No século 19,
houve uma outra grande expansão do comércio e investimentos globais, até a eclosão da Primeira Guerra
Mundial (1914-1918) e da Grande Depressão da década de 1930, período no qual o processo foi interrompido.
O final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) trouxe outra onda de expansão do capitalismo, com o desenvolvi-
mento das empresas multinacionais. O período pós-Segunda Guerra foi marcado também pela divisão bipolar do
planeta entre o capitalismo e o socialismo, gerando a Guerra Fria (1947-1991). Esse período viu também a
emancipação das colônias européias na África e Ásia e o desenvolvimento das comunicações e do transporte
aéreo global, que criaram novas possibilidades para o comércio e negócios mundiais e originou o turismo de
massa. A queda dos regimes socialistas na Europa Oriental, o fim do Muro de Berlim e o colapso da ex-União
Soviética encerraram a Guerra Fria e selaram a complicada vitória do capitalismo global. O desenvolvimento das
novas tecnologias de telecomunicações, expressando na internet uma de suas maiores possibilidades, tornou
possível negócios e troca de informações em escala global que facilitou os acessos para milhões de pessoas.
Informações em maior escala, com mais rapidez e mais baratas. Aí está o princípio da
chamada sociedade de informação, uma das facetas das sociedades pós-industriais.
Os avanços da globalização na década de 1990 ficaram restritos a determinadas
áreas geográficas. O que se pode observar é que a União Européia formou um bloco
econômico coeso com uma moeda única em vasta área, mantendo níveis de prosperi-
dade razoáveis. O bloco conta com 25 países (Bélgica, Países
Baixos, Luxemburgo, França, Itália, Alemanha, Reino Unido,
Irlanda, Dinamarca, Portugal, Espanha, Grécia, Suécia, Finlân-
dia, Áustria, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, República Tche-
ca, República Eslovaca, Hungria, Romênia, Eslovênia, Bulgária,
Chipre e Malta). A “Europa dos 25” possui 450 milhões de
pessoas, um mercado importante na agricultura, indústria e
serviços e uma sociedade influente no âmbito internacional. A
Europa é o maior destino turístico do planeta e com a organi-
zação da União Européia suas políticas de turismo tornam-se
cada vez mais articuladas e bem elaboradas.
O Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA,
em inglês), envolvendo o Canadá, Estados Unidos e México, também é importante. A Oceania, especialmente
Austrália e Nova Zelândia, mantém suas taxas de crescimento e ampliou imensamente seus fluxos migratórios e
turísticos. A Ásia recuperou-se parcialmente da crise iniciada em 1997; o Japão mantém uma economia delicada
e anda suscetível à crise que já dura uma década; e a China apresenta ótimas taxas de crescimento da ordem de
8,0% (contra 4,2% do Brasil, por exemplo, ou de míseros 2,6% para os Estados Unidos ou 1,5% para o Japão -
taxas previstas para 2003 por “The Economist”). Todas essas áreas possuem um turismo desenvolvido de alta
qualidade e eficiência.
Nesses países, o turismo internacional desenvolve-se intensamente no contexto do desenvolvimento das
novas tecnologias de informática e telecomunicações, de novos sistemas de transportes (aéreos, marítimos,
ferroviários e rodoviários), de métodos avançados de administração e da consciência da importância do setor de
serviços e comércio nas economias atuais.
Nas novas sociedades, o que há de “novo” (além das tecnologias) são os tópicos sociais: a necessidade de uma
nova ética para essas sociedades; a preocupação com a justiça social e o meio ambiente; a necessidade de conter
a crescente violência urbana e o terrorismo; a preocupação com o bem-estar da população. Isso tudo é necessário
e está intimamente relacionado ao turismo, com a diversidade cultural e com as questões ambientais. O Butão
(pequeno país asiático), por exemplo, está preocupado com os índices da “Felicidade Nacional Bruta” (Gross
National Happines) da população.
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Módulo I
II
II
I
Aprendiz de Lazer e Turismo
Contexto histórico _______________________________________________________
O turismo brasileiro está na sua segunda fase de grande expansão. A primeira fase ocorreu no início da década
de 1970, em plena ditadura militar, quando burocratas organizaram o turismo como um dos remédios para resolver
os problemas do país. Implantou-se uma estrutura de financiamento hoteleiro, cursos superiores e técnicos de
turismo, marketing agressivo e agitação cívica baseada na conquista do tricampeonato de futebol (1970), nas
vitórias de Émerson Fittipaldi na Fórmula 1 e na beleza das brasileiras, sempre finalistas nos então famosos concursos
de Miss Universo. Apesar do esforço concentrado, a primeira fase do turismo brasileiro acabou em fracasso. Dois
conjuntos de motivos afetaram a área: o primeiro foi a série de desastres econômicos provocados pela crise do
petróleo e aumento das dívidas brasileiras, que provocaram inflação e recessão, comprometendo o desenvolvimento
nacional, inclusive do setor turístico; o segundo foi o descaso dos “planejadores” que não se importaram com a
preservação ambiental, com a qualidade e com a formação de profissionais qualificados em todos os níveis, o
que afetou a operação e gestão dos serviços turísticos. Todas essas deficiências do setor turístico aliadas à crise
econômica mundial resultaram em fracasso. Da segunda metade da década de 1970 a meados da década de 1990,
várias crises econômicas cíclicas marcaram a história do país e o turismo ficou quase paralisado.
Alguns
sites
da internet com seus respectivos nomes em inglês
Fundo Monetário Internacional (The International Monetary Fund - www.imf.org);
Banco Mundial (The World Bank -
www.worldbank.org);
Organização Mundial do Comércio (World Trade Organisation -
www.wto.org);
Organização para Desenvolvimento e Cooperação Econômica (The Organisation for
Economic Cooperation and Development -
www.oecd.org);
Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum -
www.weforum.org);
United Nations Conference on Trade and Development -
www.unctad.org
A OECD (sigla em inglês da Organização para Desenvolvimento e Cooperação Econômica) reúne os trinta
países mais ricos do mundo: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Coréia do Sul, Dinamarca, Eslováquia,
Espanha, Estados Unidos, França, Finlândia, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Japão,
México, Nova Zelândia, Noruega, Polônia, Portugal, República Tcheca, Reino Unido, Suécia, Suíça e Turquia. A
OECD mantém contatos com outras 70 nações e Organizações Não-Governamentais, além de outras instâncias
da sociedade civil. É uma das mais importantes reuniões de países do mundo (da qual o Brasil ainda não faz parte).
As estatísticas sobre turismo no site da OECD estão na seção de “transportes”.
O planeta passa por um enriquecimento cultural e o turismo é parte integrante dessas transformações. É
agente ativo da globalização. Beneficia-se direta e imediatamente das novas tecnologias, da malha global de
telecomunicações e de finanças, da organização do transporte de carga e passageiros, das grandes estruturas
administrativas de redes hoteleiras e empresas de entretenimento. Constitui uma das expressões da pós-
modernidade.
Considerações finais _____________________________________________________
O crescimento do turismo é uma realidade, assim como a disseminação dos valores da modernidade e do
Iluminismo. A história da humanidade não é linear e sim pontuada por movimentos contraditórios, por incoerên-
cias e paradoxos. Para que cada vez mais pessoas possam desfrutar do prazer e do bem-estar, é preciso que as
sociedades se organizem e proporcionem o acesso às necessidades básicas e aos desejos das pessoas. O turismo
é um grande negócio econômico global, mas é mais do que isso. É um convite à convivência entre pessoas, etnias
e culturas diferentes. É uma possibilidade de conhecer o planeta (e no futuro o espaço sideral) com sua natureza
e culturas variadas. A viagem é uma preciosidade do imaginário das pessoas e sua realização expressa sentimentos
variados e conflituosos. Turismo é acima de tudo prazer. Esse prazer não pode ser egoísta ou isolado de outras
dimensões da vida humana. Sociedades livres e organizadas sempre podem oferecer melhores frutos aos seus
membros. O turismo é um desses “frutos dourados do sol”. Há um longo trabalho e muitos prazeres pela frente.
A viagem está apenas começando.
TEMA 2
O TURISMO E O BRASIL
O TURISMO E O BRASIL
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12
Com a abertura da economia e estabilização da democracia (governos Collor e Itamar Franco) e depois com os
governos de Fernando Henrique Cardoso e Lula, o turismo encontrou condições propícias para uma segunda onda
de crescimento, desta vez mais bem estruturada. Pela primeira vez, em 1996, a Embratur estruturou uma política
nacional de turismo; investimentos nacionais e estrangeiros jorraram em hotéis, parques temáticos e projetos
ligados a entretenimento; a privatização das telecomunicações e de várias rodovias provocou melhoras na infra-
estrutura; houve o crescimento da formação profissional em todos os níveis (superior, médio e básico); novos cursos
como hotelaria, gastronomia e lazer somaram-se aos cursos de turismo como formadores de profissionais qualifica-
dos; e vários estados, municípios, empresas privadas e ONGs compreenderam a importância do turismo como fator
de desenvolvimento e inclusão social. A partir de 2003, foi criado o Ministério do Turismo, antiga reivindicação do
setor, possibilitando que os problemas da área fossem tratados em um ministério específico.
A importância da sociedade na discussão sobre turismo ____________________
O turismo exige uma discussão ampla sobre o modelo de desenvolvimento. Essa discussão envolve outras questões
como a cidadania, o meio ambiente, a ética, a sustentabilidade e a necessidade de uma inclusão maciça de pessoas.
Turismo é um fenômeno que não cria apenas empregos, impostos e desenvolvimento. Se mal planejado, é
fator de poluição, exclusão social, concentração de renda, aumento da prostituição, incremento da exploração
sexual infantil e comprometimento de investimentos em projetos mal elaborados.
A responsabilidade por essas questões não é exclusiva dos governos, mas da sociedade organizada como um
todo. Empresários, profissionais, organizações não-governamentais, sindicatos e as comunidades organizadas
devem participar e se comprometer com os resultados decorrentes dos projetos turísticos. Evidentemente isso
implica o acesso à educação e informação.
Por uma agenda do pleno desenvolvimento do turismo ____________________
É possível um turismo mais justo e sustentável? Sim e isso acontece em vários lugares do mundo. Como dizer que
o turismo é uma bandeira da paz em um mundo onde a guerra continua a ser uma proposta lucrativa e egoísta de
dominação? Como afirmar que o turismo ajuda a compreensão entre os povos se as fronteiras estão fechadas para
milhões de excluídos? Como encarar o turismo como uma possibilidade de desenvolvimento se a globalização
ameaça degenerar-se em um sistema “globalitário” e dogmático? O que fazer com os excluídos em um planeta que
esgota irresponsavelmente seus recursos naturais e a escassez de água, alimentos e territórios habitáveis ameaça
populações inteiras? Como será o turismo em 2050 ou 2080? As possibilidades de crescimento equilibrado existem
e as novas tecnologias devem privilegiar a vida e as comunidades. A globalização precisa acentuar seus aspectos
positivos e deter suas perversões. As novas sociedades precisam ser fundamentadas no humanismo e no conheci-
mento científico direcionado ao desenvolvimento dos recursos humanos, naturais e tecnológicos. É preciso propor
uma agenda de discussões e iniciativas sobre a consciência turística e suas relações com o mundo atual:
Acesso digital democratizado;
Cidadania;
Combate ao preconceito em geral;
Combate à corrupção, ao crime organizado e à impunidade;
Combate ao turismo sexual infantil;
Combate ao terrorismo em todas as suas formas;
Democracia política;
Educação em todos os níveis;
Entender que o turismo não é apenas um fato econômico;
Ética;
Globalização com ênfase também no social e não apenas no econômico;
Inclusão;
Justiça social;
Melhor distribuição de riquezas;
Maior garantia de acesso às oportunidades para todos;
Pluralismo democrático e cultural;
Recuperação do sentido da paz e da liberdade;
Solidariedade;
Sustentabilidade.
O setor de viagens e turismo é um dos mais significativos da economia global e depende de uma sociedade
mais justa para se desenvolver plenamente. Um outro turismo será possível apenas em uma sociedade participativa.
Capital e conhecimento são importantes, mas a revalorização do humanismo é fundamental para que a vida seja
preservada e dignificada. A vida humana, animal e vegetal e o próprio planeta, que sustenta todas essas vidas, são
os nossos maiores valores.
F onte: Microsoft Office Online
Aprendiz_Fev_2007.P65 26/3/2007, 13:2312
Autores: Regina Araujo de Almeida
Édson Leite
Maria Ataíde Malcher
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TEMA 1
AS VIAGENS TURÍSTICAS
AS VIAGENS TURÍSTICAS
Este módulo pretende abordar a importância do turismo como um setor da economia, apresentando seus
conceitos básicos, principais modalidades e os impactos dessa atividade econômica. Nosso principal objetivo é
incentivá-lo a reconhecer e também descobrir as potencialidades turísticas de sua localidade ou região e, mais
que isso, despertá-lo para a necessidade de protegê-las e valorizá-las. A partir da visão da atividade turística como
instrumento de desenvolvimento local, pretendemos dar condições para que você se torne um agente de
conscientização da importância do turismo em sua comunidade.
Será que todas as viagens podem ser classificadas como turísticas? Sempre que alguém viaja, está fazendo turismo?
As viagens se definem por suas motivações: militares,
econômicas, políticas e etc. As viagens turísticas distinguem-
se dos demais tipos de viagens pelos objetivos que as indu-
zem, isto é, viaja-se pelo prazer de viajar, por curiosidade ou
divertimento, entre outros.
Através dos tempos, o homem procurou usar sua criativi-
dade para pôr em marcha meios de locomoção cada vez mais
aprimorados, que permitissem um deslocamento mais rápi-
do pelo território e uma maior capacidade de transporte de
pessoas e objetos. A evolução dos meios de transporte e de
comunicação permite, hoje, que mais pessoas façam turismo.
Tais conhecimentos favoreceram e incrementaram as viagens,
pois lhes deram maior conforto e segurança.
1) Cada grupo de alunos deverá pesquisar e mostrar em um painel um dos temas propostos:
• evolução dos meios de transporte;
• evolução dos meios de comunicação;
• descobertas e invenções que auxiliaram no desenvolvimento das viagens.
2) Jogo: Fases do Turismo
O jogo apresenta os motivos das viagens e as condições em que essas ocorreram em quatro grandes blocos: primitivo,
elitista, transição e de massa, permitindo conhecer as fases da história das viagens e do turismo, de forma divertida!
Peças:
• 1 tabuleiro
• 1 dado
• pinos de plástico ou outro material em cores diferentes (quantidade de acordo com o número de jogado-
res, até no máximo 6)
• 34 fichas numeradas
Instruções para montagem do material: O tabuleiro poderá ser construído em papel sulfite ou cartolina e
deverá ter, no mínimo, 40 casas, divididas em 4 partes. Você pode construir cada parte em folhas separadas ou
tudo numa grande cartolina, identificando as fases com cores diferentes, por exemplo. Cada uma das quatro
partes representa uma fase da história do turismo; e cada uma das casas desse tabuleiro contará um pouco dessa
história e terá uma tarefa atribuída, escrita nas fichas numeradas.
F onte: Microsoft Office Online
APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
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Aprendiz de Lazer e Turismo
Regras para jogar: O jogo começará por quem tirar o menor número no dado. A partir daí, os jogadores vão
avançando pelas casas numeradas de acordo com pontos tirados no dado. A cada casa em que o jogador pára, ele
deve ler em voz alta a história na ficha correspondente e executar a tarefa solicitada. Ganha o jogador que chegar
primeiro ao final da última etapa da história do turismo.
Fases do Turismo e tarefas do tabuleiro____________________________________
Primitivo
01) Peregrinos e Romeiros - século VIII a.C. - Olimpíadas: jogos realizados para homenagear os deuses
gregos, início da hospitalidade. Corra quatro casas.
02) Heródoto viajou pelo mundo para conhecer os costumes e a forma de vida dos outros povos. Início da
idéia de viajante. Viaje duas casas.
03) Romanos, durante o império, viajavam desde o Báltico até a China, seguindo as rotas conhecidas. Surgem
as primeiras estradas e estalagens.
04) Descoberta dos valores curativos das águas quentes e medicinais. Surgimento do termalismo. Aproveite
as termas e fique uma rodada de molho.
05) Na Idade Média, as estradas se tornaram perigosas, poucos viajavam. Fique ligado! Volte uma casa.
06) Marco Polo (1254-1324) viajou para o Oriente. Com seus relatos, difundiu costumes orientais no Ocidente.
Figura polêmica.
07) Peregrinos moviam-se para lugares santos por motivos religiosos. Eram budistas, cristãos, muçulmanos e
outros, aumentando as informações sobre as viagens. Ande uma casa.
08) No século XV a navegação e os conhecimentos sobre as viagens ganharam novos impulsos. Aumenta o
fluxo de viagens. Prepare-se para viajar, avance uma casa.
09) No século XVIII, para completar seus estudos, os ingleses realizavam viagens ao continente europeu. Tais
percursos ficaram conhecidos como Grand Tour, por serem viagens circulares. Daí a origem de turista e
turismo. Faça um tour na casa anterior.
Elitista
10) Início do século XIX: aparecimento do transporte ferroviário. Aumenta o número de viajantes. Pegue um
lenço e dê adeus ao passado.
11) Thomas Cook organiza a primeira viagem de turismo para um congresso antialcoólico na Inglaterra (1841).
Você está bêbado, avance uma casa e comporte-se como tal.
12) 1845: aparece o primeiro guia impresso para uso de clientes. Novidade: você se perdeu, volte uma casa.
13) 1870: Thomas Cook organiza a primeira viagem de volta ao mundo. E você embarcou nessa: ande três casas.
14) 1890: Cesar Ritz moderniza a hotelaria, criando hotéis com banhos nos apartamentos. Até que enfim!
Ande duas casas.
15) Inicia-se a procura por banhos de mar em locais frios, com banhistas ainda usando trajes do dia-a-dia,
antes da criação da roupa de praia. No final do século XIX, há uma busca pelas praias quentes, populari-
zando os locais de veraneio no Mediterrâneo. Boa nadada! Ande uma casa.
16) Início do século XX: ressurge o termalismo como forma de turismo, mas entra em decadência no final do
século. Como a água está quente, fique no banho uma rodada.
17) Aparecem os primeiros cassinos em Monte Carlo, transformando-se em atrativos do turismo. Jogue “par
ou ímpar” com alguém do seu lado. Se ganhar, ande duas casas; se perder, volte três.
18) Surgem as férias de inverno: descanso nas montanhas e esportes na neve. Avalanche! Volte três casas.
Transição
19) 1910: Santos Dumont sobrevoa Paris, iniciando uma nova era nos transportes. Dê um pulo e bata asas:
você voou três casas.
20) 1914: acontece a 1ª Guerra Mundial. Por questão de segurança, poucos viajam. Fique tranqüilo, não
jogue uma rodada.
21) 1919-1929: ressurge o fluxo turístico ao fim da 1ª Guerra Mundial, porém é novamente desmotivado
pelo crash da Bolsa de Valores de Nova York. Não jogue uma rodada.
22) Nessa época, surge o automóvel, generalizando-se o transporte e as estradas de rodagem. Cuidado! Você
está preso porque atropelou uma vaca na Índia. Não jogue uma rodada.
23) Em alguns países, os trabalhadores começam a desfrutar as férias remuneradas, período este aproveitado
em viagens. Ande uma casa.
24) O turismo se populariza, surgindo grande número de agentes e organismos de viagem.
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TEMA 2
MAHATMA GANDHI ERA TURISTA?
MAHATMA GANDHI ERA TURISTA?
Você, algum dia, parou para pensar qual é a diferença entre um turista e um
viajante? Aliás, sabia que o turista é um tipo diferenciado de viajante?
Você, certamente, já ouviu falar nessas pessoas:
Moisés Alexandre, o Grande
Marco Polo Livingstone
Cristóvão Colombo Capitão Cook
Napoleão Amyr Klink
Todos foram ou são grandes viajantes. Cada um deles, em sua época, com
os meios e recursos disponíveis, cruzou mares e conheceu novas terras, mui-
tas vezes fazendo descobertas de grande importância para a sociedade e
colocando em risco suas próprias vidas. Esses viajantes eram turistas?
O desafio desse tema é descobrir o que diferencia o turista de outras
categorias de viajantes. Vamos estabelecer os conceitos de viagem, viajante e
turista para definir o que é Turismo. O objetivo desse tema ainda inclui a discussão sobre o tempo livre na
sociedade moderna e a necessidade de lazer; a compreensão sobre o trabalho industrial como disciplinador social
- percebendo suas conseqüências para a sociedade - e também como auxiliar no surgimento do turismo organi-
zado; e ainda reconhecer a interdependência estrutural das atividades turísticas com os demais elementos do
contexto social, estabelecendo a necessidade de um estudo interdisciplinar.
É importante discutir os conceitos de turismo e turista, de modo a permitir que os alunos construam seus
próprios conceitos, partindo de informações teóricas, mas buscando utilizar a vivência pessoal.
Um aspecto a salientar é que dois elementos básicos estão presentes na conceituação de turismo e turista:
espaço e tempo. O espaço refere-se ao deslocamento e o tempo, à permanência no local visitado.
O turismo deve ser definido como um fenômeno que ocorre quando as pessoas se deslocam para lugares
diferentes dos de sua residência, com intenção de retorno. Para a ocorrência desse deslocamento, é necessário
existirem condições que o possibilitem, ou seja, o turismo não abrange somente o fenômeno em si, mas todos os
serviços e produtos que permitem sua ocorrência, como transportes, meios de hospedagem, serviços de
agenciamento, alimentação, atrativos, etc. É o setor de viagens e turismo.
Massa
25) 1939-1945: total paralisação do turismo pela ocorrência da 2ª. Guerra Mundial. Ponha um caderno na
cabeça e reze.
26) Surgem os aviões de motor turboélice e os jatos, possibilitando vôos mais rápidos e de longa distância.
Faça um avião de papel: se voar direito, voe cinco casas.
27) As montadoras produzem e vendem cada vez mais carros, o que aumenta o número de pessoas viajando
com seus próprios veículos. Pegue seu Fusca e ande duas casas.
28) A construção de hotéis e outros meios de hospedagem com diferentes níveis de conforto e preço possi-
bilita a hospedagem fora do seu domicílio.
29) Pela demanda, cresce e melhora a infra-estrutura viária de portos, aeroportos, estradas, marinas, etc. Sem
dinheiro para o pedágio, não dá: volte três casas.
30) Com o final das linhas marítimas regulares, nascem os cruzeiros marítimos. Verdadeiros hotéis de luxo!
Você foi parar no Havaí. Dê uma rebolada.
31) A recuperação do crescimento deve-se a equipamentos de alta tecnologia. Informações e serviços
computadorizados, viagens mais freqüentes e mais curtas. Deu pane no computador: volte duas casas.
32) O agente de viagens é elemento dinâmico do setor de turismo, combinando serviço e venda aos clientes.
33) 1973: crise do petróleo diminui o ritmo do crescimento. Abra uma poupança e volte quatro casas.
34) O turismo fragmenta-se, oferecendo opções como: turismo para a terceira idade, turismo social, turismo
para jovens, turismo ecológico, etc. Cumprimente seus colegas.
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Aprendiz de Lazer e Turismo
É importante frisar que turistas são pessoas que viajam em seu tempo livre, para locais diferentes dos de sua
residência, com a intenção de retorno. Merece destaque a questão do tempo livre e a intenção de retorno. Aqui
aparecem as principais diferenças entre o turista e um outro tipo de viajante qualquer como, por exemplo, o
imigrante, que viaja para mudar o local de residência permanente. Assim, o turista é um viajante que se desloca
com intenção de retorno ao seu local de origem; já o viajante, em geral, possui inúmeras motivações, tais como:
as militares, fixar residência em outro local, a do político que, em tempo de campanha eleitoral, faz seus comícios
em diferentes regiões, dentre outras. A viagem é, assim, um deslocamento de seu lugar de origem a outro ponto
do universo, sendo diferenciada de outros deslocamentos a partir de suas motivações.
Deve-se destacar que a atividade turística só ocorre quando o deslocamento se dá no tempo livre, ou seja, no
tempo de não-trabalho, aquele gasto fora dos negócios e, em geral, compreende o viajante que está fora de seu
local de origem por mais de 24 horas e menos de um ano.
O conceito de tempo livre só aparece depois da Revolução Industrial, com as mudanças na concepção de
trabalho e tempo social, e com a evolução tecnológica, principalmente nos transportes, que permitiram o desloca-
mento a longas distâncias com menor tempo, menor custo e maior segurança. O turismo, portanto, é uma
atividade que só pode ocorrer - pelas condições apresentadas -, a partir do século XIX, sendo fruto da sociedade
contemporânea. As alterações pelas quais a sociedade passou, tanto na área tecnológica como na forma de
organizar o trabalho, acabaram gerando esse tempo livre, que é utilizado para reposição das forças de trabalho.
As viagens - que retiram as pessoas de seu dia-a-dia exaustivo - levaram-nas para lugares e ritmos diferentes do
cotidiano, tornaram-se uma necessidade, passaram a ocorrer em intensidade cada vez maior e a atingir um
número crescente de pessoas, acabando por tornar-se um fenômeno de dimensões planetárias no século XX.
1) Com a ajuda de um dicionário ou de outros livros, escreva no seu caderno os conceitos de viagem e viajante.
2) Discuta com seus colegas, defina e grife quais desses viajantes podem ser considerados turistas:
Imigrantes Diplomatas Membros das Forças Armadas
Refugiados Passageiros em trânsito Nômades
Trabalhadores fronteiriços Guias turísticos Conferencistas
Agentes de viagens Comissários de bordo Chefes de Estado
Empresários Desportistas Estudantes
Cientistas Peregrinos
3) Agora que você separou os turistas dos demais tipos de viajante, liste as diferenças entre eles e conceitue
turismo e turista.
Turismo: “Turismo é uma atividade econômica, representada pelo conjunto de transações - compra e
venda de produtos turísticos - efetuados entre agentes econômicos do turismo, gerado pelo
deslocamento voluntário e temporário de pessoas para fora dos limites da área ou região em
que têm residência fixa, por quaisquer motivos, executando-se o de exercer alguma atividade
remunerada no local de visita”.
Turista: viajante que se desloca para um ou mais locais diferentes de sua residência habitual, e lá
permanece por mais de 24 horas, mas com intenção de retorno. Além disso, não participa do
mercado de trabalho no destino.
4) Pesquise em jornais, revistas ou outras fontes, alguns roteiros de viagens, excursões, passeios e eventos que
possam ser considerados atividades turísticas. Recorte-os, cole-os em seu caderno e guarde-os para a
próxima lição.
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Aprendiz_Fev_2007.P65 26/3/2007, 13:2318
Autores: Regina Araujo de Almeida
Édson Leite
Maria Ataíde Malcher
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20
Contexto________________________________________________________________
O objetivo deste tema é distinguir as diversas modalidades em que o turismo pode ser subdividido, identificando
as diferentes alocações do tempo livre nas sociedades
Fixando conceitos _______________________________________________________
Turismo: “Turismo é uma atividade econômica, representada pelo conjunto de transações - compra e venda
de produtos turísticos - efetuados entre agentes econômicos do turismo, gerado pelo deslocamento voluntário
e temporário de pessoas para fora dos limites da área ou região em que têm residência fixa, por quaisquer
motivos, executando-se o de exercer alguma atividade remunerada no local de visita”. Definição da Organização
Mundial de Turismo - OMT.
Turista: viajante que se desloca para um ou mais lugares diferentes de sua residência habitual e lá permanece
por mais de 24 horas, mas com intenção de retorno. Além disso, não participa do mercado de trabalho no destino.
Núcleo Emissor: local de onde parte o turista.
Núcleo Receptor: local que recebe o turista.
Fluxo Turístico: grupos de pessoas que se deslocam do núcleo emissor ao núcleo receptor a fim de fazer turismo.
As pessoas têm diferentes razões e motivações para viajar, o que as leva a optar por visitas a diferentes locais.
Tudo depende do
por que e para que se viaja. Sendo assim, pode-se dizer que existem diferentes tipos de turistas
e de turismo!
Alguns Tipos de Turismo _________________________________________________
Turismo de sol e praia: caracteriza-se pelas atividades tu-
rísticas relacionadas à recreação, entretenimento ou descan-
so em praias, por causa da presença de água, sol e calor.
Turismo náutico: “caracteriza-se pela utilização de em-
barcações náuticas como meio ou como finalidade da movi-
mentação turística”, e pode ser classificado em turismo fluvial,
turismo em represa, turismo lacustre e turismo marítimo.
Turismo cultural: como fenômeno social, produto da expe-
riência humana, cuja prática aproxima e fortalece as relações
sociais e o processo de interação entre indivíduos e seus gru-
pos sociais, ou de culturas diferentes, está relacionado “à
vivência do conjunto de elementos significativos do patrimônio
histórico e cultural e dos eventos culturais, valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura”.
Turismo de estudos e intercâmbios: “constitui-se da movimentação turís-
tica gerada por atividades e programas de aprendizagem e vivência para fins
de qualificação, ampliação de conhecimento e de desenvolvimento pessoal e
profissional”.
Turismo cívico: caracterizado por “deslocamentos motivados pelo conhe-
cimento de monumentos, fatos, observação e participação em eventos cívi-
cos, que representem a situação presente ou a memória política e histórica de
determinado local”.
Turismo de negócios e eventos: “compreende as atividades turísticas de-
correntes das relações de interesses profissionais, associativos, institucionais
de caráter comercial, técnico-científico, promocional e social”.
Turismo de esportes: a definição adotada pelo Ministério do Turismo estabe-
lece que esse tipo de turismo “compreende as atividades turísticas decorrentes
da prática, envolvimento ou observação de alguma modalidade esportiva”.
Turismo de aventura: “compreende os movimentos turísticos decorrentes
da prática de atividades de aventura de caráter recreativo e não competitivo”. É
Crédito: Débora Menezes
Praia de Mococa, em Caraguatatuba (SP)
Crédito: Débora Menezes
Windsurf na Lagoa de Jijoca (CE)
TEMA 1
PARIS, PORTO DE GALINHAS
OU ALASKA?
PARIS, PORTO DE GALINHAS
OU ALASKA?
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Aprendiz de Lazer e Turismo
importante destacar que “considera-se atividades de aventura aquelas cujo prê-
mio é a superação de seus limites pessoais, caracterizadas como atividades de
recreação e não de competição”. Esse tipo de turismo, quando organizado ou
intermediado por prestadores de serviços e operadores de agências de turismo,
está submetido a normas e regulamentos de segurança, elaborados pelo Minis-
tério do Turismo, que orientam o processo de certificação dos serviços.
Turismo de saúde: “É aquele praticado por pessoas que se deslocam em
busca de climas ou estações de tratamento, onde possam recuperar a saúde
física e/ou mental” (EMBRATUR, 1992). Também pode ser chamado de turismo
de tratamento ou terápico, destacando-se para esse fim o termalismo, em
razão da valorização dos agentes naturais de cura (EMBRATUR, sem data).
Turismo religioso: caracteriza-se pelas “atividades turísticas decorrentes
da busca espiritual e da prática religiosa em espaços e eventos relacionados às
religiões institucionalizadas”. Essa atividade turística está relacionada “às re-
ligiões institucionalizadas tais como as afro-brasileiras, espíritas, católicas e
protestantes, compostas de dogmas, hierarquias, estruturas, templos, rituais
e sacerdócio”.
Podem ser citados, como exemplos dessas atividades, as peregrinações e
romarias, retiros espirituais, visitação a espaços e edificações religiosas, dentre outras.
Turismo místico e esotérico: “são atividades turísticas relacionadas às práticas, crenças e rituais alternativos,
que ocorrem em função da busca da espiritualidade, do auto-conhecimento e do auto-aperfeiçoamento. Caminha-
das de cunho espiritual e místico, práticas esotéricas, técnicas de meditação e de energização, dentre outras”, são
exemplo desse tipo de atividade turística.
Ecoturismo: a definição desse tipo turismo vigora desde 1994, quando a
EMBRATUR e o Ministério do Meio Ambiente assim estabeleceram, na publi-
cação Diretrizes para uma Política Nacional de Ecoturismo: “(...) segmento da
atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e
cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência
ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-
estar da população”. A mesma definição é, ainda hoje, adotada pelo Ministé-
rio do Turismo.
Turismo de pesca: “compreende as atividades turísticas decorrentes da
pesca amadora”, entendida como “atividade de pesca praticada por brasilei-
ros ou estrangeiros, com finalidade de lazer, turismo ou desporto, sem finali-
dade comercial”.
Turismo rural: “é o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio
rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos
e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comuni-
dade. Considerado uma derivação do turismo rural, o termo agroturismo é adota-
do em alguns locais como no estado do Espírito Santo, sendo aceitos os dois
termos – Turismo rural e agroturismo. O que se denomina agroturismo compreende as atividades turísticas internas à
propriedade, que geram ocupações complementares às atividades agrícolas, as quais continuam a fazer parte do
cotidiano da propriedade, em menor ou maior intensidade (Adaptado de Graziano da Silva et.al., 1998 p. 14)“.
Turismo social: caracteriza-se pela forma de “conduzir e praticar a atividade turística promovendo a igualdade
de oportunidade, a eqüidade, a solidariedade e o exercício da cidadania na perspectiva da inclusão”.
Os diferentes segmentos do turismo são estabelecidos a partir de elementos da identidade da oferta e das
características e variáveis da demanda turística. Assim, os tipos de turismo decorrem da forma como a atividade se
apresenta e se organiza em determinado lugar.
1) Se pudesse escolher, para onde você viajaria hoje?
2) Quais as razões que influenciaram sua escolha?
3) Recorte e cole no seu caderno fotos, ilustrações ou imagens de lugares que você gostaria de conhecer.
4) Classifique o tipo de turismo dos recortes que você colou no seu caderno na atividade 4 do tema 2.
5) Ler o texto “De norte a sul, Goiás alardeia diversidade” e listar os tipos de turismo possíveis no estado.
Crédito: Débora Menezes
Lembranças do Santuário de
Nossa Senhora, em Aparecida (SP)
Crédito: Débora Menezes
Prática de rapel em Canela (RS):
aventura na serra
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O espaço - arranjado e modificado para nosso bem viver -, quando visto do ponto de vista do turismo, pode
ser um dos elementos contribuintes para a motivação do deslocamento. Nesse caso, ele é denominado atrativo
turístico, já que seu fator diferencial de “exclusivo” merece ser visto, levando as pessoas a escolher esse destino
ao invés de outro.
Em geral, todo turista, quando se desloca, tem um destino predeterminado e este destino ou lugar tem certas
características que o tornam atrativo. Os atrativos turísticos
podem ser de diversos tipos e são classificados em dois
grandes grupos: naturais e culturais.
Atrativos naturais: constituídos basicamente por ele-
mentos da natureza;
Atrativos culturais: constituídos por elementos onde
há, ou houve, elaboração e intervenção humana.
A classificação dos elementos que compõem os atra-
tivos naturais e culturais é muito grande e varia conforme
a abordagem feita pelos diversos estudiosos do assunto.
Como vimos, as pessoas têm diferentes razões e
motivações para viajar. Por isso, diferentes pessoas irão
optar por diferentes locais, procurando diferentes atra-
ções, por diversos motivos.
A escolha de uma destinação turística, entretanto, não depende somente das atrações, mas também da infra-
estrutura para atender o turista, como abastecimento de água, energia elétrica, segurança pública, etc.
Atualmente está na moda o “turismo ecológico” ou ecoturismo, em que as pessoas buscam o maior contato
possível com a natureza, optando por dormir em barracas, cozinhar em fogareiros e banhar-se em cachoeiras.
Porém, nem todo turista busca esse tipo de lazer. Grande parte ainda prefere viajar para localidades onde tenha
a certeza de encontrar todo o conforto. Na verdade, muitos turistas escolhem destinações onde possam usufruir,
pelo menos por algum tempo, de confortos e regalias com as quais não podem contar em seu dia-a-dia.
Isto significa que, além das atrações do clima e das paisagens naturais, possibilidades para a prática de
esportes, fontes com qualidades terapêuticas, tesouros artísticos, históricos e culturais, especialidades econômicas
e peculiaridades que uma determinada destinação possa oferecer, deve-se avaliar, igualmente, a qualidade dos
serviços de apoio disponíveis para recepção dos viajantes, tais como hotéis e restaurantes, pois uma destinação
turística é escolhida, também, pelo conjunto de seus serviços, que têm o propósito de satisfazer os desejos ou as
expectativas do turista.
Assim, antes de optar por um destino, o turista analisa:
os atrativos, que correspondem aos principais elementos motivadores do fluxo turístico para um local. São
os atributos naturais, culturais e eventos programados;
as facilidades, também chamadas de infra-estrutura turística, permitem a permanência do turista na locali-
dade visitada. Mesmo que, geralmente, não sejam as principais responsáveis pela escolha de uma destina-
ção, esses serviços facilitam o alojamento, a alimentação e até o entretenimento do turista. Muitas vezes,
a adequada infra-estrutura é determinante para que o turista permaneça mais tempo em uma localidade;
o acesso: são as vias e os meios de transporte disponíveis, que possibilitam a locomoção do turista até o
local desejado e dentro da localidade.
Como explicitado, os elementos que se destacam para que um lugar possa se constituir como uma destinação
turística são seus atrativos naturais e histórico-culturais, as facilidades oferecidas e a forma de acesso.
1) Pesquise em sua cidade e faça uma lista dos atrativos que ela pode oferecer aos turistas, separando-os de
acordo com a classificação estudada.
2) Em grupo, verifique quais atrativos da sua lista já estão sendo explorados como atração turística e quais ainda não.
Crédito: Débora Menezes
Camping do Parque Estadual Turístico do
Alto Ribeira, em Apiaí (SP)
TEMA 2
O QUE FAZ DE UM LUGAR
UMA DESTINAÇÃO TURÍSTICA
O QUE FAZ DE UM LUGAR
UMA DESTINAÇÃO TURÍSTICA
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Módulo III
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III
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Aprendiz de Lazer e Turismo
Contexto________________________________________________________________
A principal tarefa deste tema é demonstrar como se articulam as atividades ligadas ao turismo (entre si e com
as demais atividades produtivas do território) e os efeitos econômicos, sociais, culturais e ambientais resultantes
dessa articulação. Como toda ação humana no território, o turismo também provoca transformações e conseqüentes
impactos positivos e negativos. Por isso, o planejamento e a gestão do turismo devem visar à sustentabilidade da
atividade, ou seja, perseguir a maximização dos impactos positivos e minimizar os impactos negativos.
O desenvolvimento do turismo pode trazer benefícios e custos para a comunidade local. São inegáveis os
benefícios relacionados à criação de empregos, geração de renda, divisas geradas pelo turismo internacional e
aumento da arrecadação de impostos em razão dos gastos dos turistas na localidade. No entanto, a distribuição
dos benefícios nem sempre é igualitária.
O turismo pode propiciar à população residente o acesso aos serviços relacionados ao saneamento, comunica-
ção, segurança, limpeza, melhoria de estradas, aeroportos, novos hotéis, museus, variedade de restaurantes e de
atividades de lazer. No entanto, há lugares em que toda essa infra-estrutura é construída para beneficiar muito
mais o turista do que a comunidade local, criando apartheids sociais, como é o caso de muitos resorts espalhados
pelo Brasil e países africanos, asiáticos e caribenhos.
O turismo pode proporcionar melhores rendimentos e salários para a população local, engajada na produção
de bens e serviços turísticos, ao contrário de constituir uma parcela da população que sofre as conseqüências da
valorização do espaço pelo alto valor dos aluguéis, das terras, dos produtos alimentícios, enfim, do custo de vida.
É muito grande a capacidade de geração de empregos no turismo. Milhões de pessoas atualmente trabalham
envolvidas na direção e funcionamento do turismo e nos serviços dele originados, como transporte, agricultura,
bancos, etc., além dos empregos indiretos. Nas economias desenvolvidas, o resultado é mais positivo do que em
países pobres. Nestes últimos, por exemplo, verifica-se o aumento da demanda de empregos no período de
construção da infra-estrutura turística, o que encoraja o abandono das atividades tradicionais (lavoura, pecuária,
pesca). Concluída essa fase, tal mão-de-obra não é absorvida pelo mercado ou, então, devido à falta de qualifica-
ção, tem baixa remuneração. Isto sem falar no caráter de sazonalidade do trabalho, que é regulado pela alta e
baixa temporadas.
Do ponto de vista social e cultural há, também, benefícios e custos. Se o encontro de culturas de diferentes
partes do mundo pode provocar compreensão e tolerância, também pode provocar alterações nos padrões
culturais de uma sociedade. Tal é o caso da banalização da arte folclórica nativa pela intensa exposição; da ameaça
de mudança de valores culturais dos jovens que tentam imitar hábitos, linguagens, roupas dos visitantes, sem
falar no consumo de drogas, prostituição e aumento de violência.
Quando o produto turístico é baseado em atrações de áreas naturais (vida selvagem, monumentos arqueológi-
cos e históricos, preservação de sítios), exige ainda mais cuidados e respeito para com a capacidade de carga, para
que as qualidades do destino turístico não sejam irremediavelmente perdidas.
Deve ser observada a importância de conhecer e discutir os benefícios e os custos do turismo, para que se
construa uma visão crítica da atividade. Deve-se evidenciar que um turismo bem-sucedido relaciona-se à melhoria da
infra-estrutura e de equipamentos urbanos; ao respeito à capacidade de carga dos atrativos; ao treinamento de
recursos humanos, à comunidade bem informada, participativa e amigável; a defesa dos interesses locais e à
preocupação com a propriedade internacional da terra, que transfere para o estrangeiro não só decisões, mas partes
do território.
3) Pesquise, em sua cidade ou região, as facilidades e condições de acesso. Verifique se são adequadas para o
atendimento ao turista. Em caso negativo proponha, com a ajuda do seu professor, sugestões para melhorá-las.
4) Recorte e cole no seu caderno imagens, fotos e ilustrações de duas destinações turísticas: uma com atrativos
naturais e outra com atrativos culturais.
5) Leia o texto “Nem com o mar de ressaca Rio perde humor” e classifique os atrativos naturais e culturais do Rio
de Janeiro apresentados na reportagem.
TEMA 3
A IMPORTÂNCIA E OS
IMPACTOS DO TURISMO
A IMPORTÂNCIA E OS
IMPACTOS DO TURISMO
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24
Cidade depende do turismo para existir
Porto Seguro, a cidade que fascina turistas estrangeiros e brasileiros, está localizada na foz do rio Buranhém
e conta com aproximadamente 80 mil habitantes. A cidade fica a 1.500 km de São Paulo e a 700 km de
Salvador pela BR-101.
Seu pequeno porto é protegido por uma extensa linha de arrecifes, que forma um quebra-mar natural e
serviu de inspiração para o nome da cidade, uma vez que a tranqüilidade das suas águas sugere um porto seguro.
O primeiro povoamento surgiu na Cidade Alta, atualmente restaurada e chamada de Cidade Histórica. O
local abriga um dos conjuntos arquitetônicos históricos mais importantes do país.
A formação da Cidade Alta começou em 1626, para ser estação naval de vigilância contra os piratas
europeus que vinham em busca do pau-brasil.
Os seus primeiros habitantes foram os colonos portugueses e os padres da Companhia de Jesus.
A localização pouco favorável, por ficar em cima de um morro, estimulou a ocupação da parte mais baixa
da cidade.
Hoje, a economia está baseada no turismo. Segundo o prefeito João Carlos Mattos de Paula (PFL), 98% da
riqueza de Porto Seguro vem do turismo.
Os 2% restantes estão divididos entre a pesca artesanal e a lavoura, principalmente de mamão e coco. Ele
disse que o cacau nunca foi produzido em escala comercial, como acontece na vizinha Ilhéus.
O ponto mais elevado da cidade é o monte Pascoal, com 536 m, primeiro indício de terra avistado pela
esquadra de Cabral.
Nos arredores de Porto Seguro pode-se conhecer a cidade de Santa Cruz de Cabrália, também com
características históricas.
De Cabrália partem escunas para passeios em Coroa Alta: um banco de areia que nunca é encoberto pelo mar.
Maria Regina Almeida
Jornal Folha de S. Paulo, 25/11/96
Pela leitura do artigo, você pode avaliar a importância da atividade turística para o município de Porto Seguro,
no litoral da Bahia. E esse não é um caso isolado! Existem inúmeras outras localidades, no Brasil e no exterior, que
vivem basicamente da atividade turística.
A atividade turística traz dinheiro para a economia local e regional graças aos impostos arrecadados das
empresas turísticas e do dinheiro gasto pelos turistas na cidade. Essa renda pode beneficiar toda a comunidade,
com a execução de melhorias na região. Além disso, o fluxo de turistas cria uma demanda por serviços em vários
setores, gerando empregos para a população local.
Por outro lado, a liberdade de movimento das pessoas permite a liberdade de comunicação e de intercâmbio
cultural. Por isso, a atividade turística pode ocasionar impactos culturais e ambientais, tanto positivos quanto
negativos. Como exemplo de impactos culturais positivos, temos a proteção do patrimônio e a reafirmação da
identidade da cultura local. No entanto, a influência dos hábitos dos turistas pode levar à descaracterização
cultural. São exemplos de impactos ambientais positivos a conservação de áreas naturais e a maior conscientização
sobre a importância do meio ambiente. Entretanto, a ocupação desordenada do ambiente pode causar poluição,
problemas de saneamento básico e degradação do ambiente.
1) Com a classe dividida em grupos, pesquise duas atividades relacionadas ao turismo que ocorrem ou poderiam
ocorrer em sua cidade (seja ela pólo ou não de turismo) e que têm possível impacto positivo e/ou negativo.
Explique os impactos.
2) Construa, em grupo, um exemplo de impacto positivo e um de impacto negativo do turismo no Brasil e monte
um painel na sala de aula.
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Módulo III
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25
Aprendiz de Lazer e Turismo
Na sociedade atual, em que é cada vez mais
freqüente a diminuição das oportunidades de em-
prego, uma solução tem sido a redução da jornada
de trabalho – para que mais pessoas possam tra-
balhar – e conseqüentemente o aumento do tem-
po livre, o que pode contribuir para o desenvolvi-
mento do turismo. O aumento da quantidade de
viagens possibilita que mais lugares sejam visitados,
mais empregos sejam criados para atender os turistas
e mais renda seja gerada. Isso já é realidade. No mundo,
a receita com o turismo, em 2002, foi de US$ 483 bi-
lhões. Em 1998, a quantidade de empregos gerados no
mundo foi de 100 milhões; as estatísticas demonstram
que um em cada nove trabalhadores está ligado ao setor
de turismo.
A tabela a seguir aponta a evolução do número de
estabelecimentos e empregados em atividades turísticas
no Brasil, demonstrando a importância desse setor em
nosso país.
Evolução do número de estabelecimentos e empregados
no setor de turismo no Brasil
Nº. de Nº. de Participação no nº. de empregados
estabelecimentos empregados nas atividades turísticas na PEA
1994 83.436 703.429 2.619.121
1995 97.144 911.354 3.410.368
1996 105.197 882.215 3.261.156
1997 113.859 926.693 3.489.893
1998 117.907 936.825 3.659.761
1999 144.727 1.189.040 4.758.914
2000 150.227 1.241.708 4.569.512
2001 160.579 1.312.962 4.944.648
2002 169.266 1.366.326 5.163.338
2003 174.955 1.397.216 5.074.125
Fonte: Departamento de Empregos e Salários – Ministério do Trabalho e Emprego
Nota: “Os dados sobre empregos gerados pelas atividades acima, não podem ser considerados todos turísti-
cos. Por exemplo, um restaurante tanto pode atender a população local como pode atender ao turista”. Essas
informações foram extraídas do relatório estatístico da Embratur atualizado em abril de 2005.
Nesse contexto, o Brasil tem grande potencial para atrair turistas, por sua beleza natural e diversidade cultural.
Entretanto, o número de turistas que vem ao nosso país e a receita gerada com o turismo ainda são muito
inferiores ao nosso potencial. Suíça e Áustria, que têm territórios menores, recebem mais turistas que o Brasil. Isso
mostra o quanto ainda deve ser feito para nos tornarmos uma destinação mais visitada e nos beneficiarmos de
toda a renda e melhoria de condições de vida que o turismo pode trazer.
TEMA 4
O TURISMO NO BRASIL E NO MUNDO
O TURISMO NO BRASIL E NO MUNDO
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Principais cidades visitadas pelo turista estrangeiro 1994-2003 (%)
Cidades 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003
Rio de Janeiro 39,50 41,80 30,50 37,40 30,20 32,50 34,10 28,80 38,58 36,90
São Paulo 21,30 19,90 22,40 23,50 18,40 13,70 19,70 17,00 20,84 18,53
Salvador 9,30 8,80 7,70 12,20 10,90 12,70 13,50 11,10 12,76 15,76
Fortaleza 2,30 4,10 3,20 3,40 4,60 4,70 5,39 5,61 7,16 8,50
Recife 4,80 5,70 4,70 5,70 7,20 6,40 5,80 7,30 8,24 7,51
Foz do Iguaçu 12,70 16,00 16,60 11,80 8,90 11,80 12,90 11,50 9,28 7,40
Búzios 3,50 3,40 2,70 2,80 5,40 4,56 4,00 3,87 3,56 6,00
Porto Alegre 7,80 9,70 10,10 7,90 7,90 6,01 5,90 7,10 7,93 5,87
Florianópolis 15,30 11,40 17,00 13,90 14,00 17,70 18,70 15,80 6,42 5,28
Belo Horizonte 2,60 2,80 1,70 3,00 - 2,35 6,60 4,90 3,70 5,10
Balneário de 6,60 6,20 5,40 3,70 5,10 4,90 6,60 4,90 4,90 3,37
Camboriú
Fonte: Relatório estatístico da Embratur, atualizado em abril de 2005.
Em 1998, o Brasil representava 0,5% do fluxo mundial de turistas, ocupando o 39° lugar na lista dos
principais destinos turísticos do mundo. Há alguns anos, a OMT passou a divulgar somente os cinco primeiros
colocados dessa lista. Naquele mesmo ano de 1998, o turismo representava o quarto maior gerador de divisas no
país. Dentre os principais destinos, no período de 1992 a 2003, tivemos: Rio de Janeiro, São Paulo, Foz do Iguaçu,
Florianópolis, Porto Alegre, Salvador, Balneário de Camboriú e Recife.
Um dos fatores importantes para o aumento do fluxo turístico é a qualidade de serviço e de atendimento
oferecidos. Essa deve ser uma preocupação não só dos profissionais que irão atender o turista, mas de todos: ser
atencioso, cordial e receptivo. O atendimento hospitaleiro pode fazer com que o turista se sinta bem recebido e
volte muitas vezes à cidade visitada.
Receita cambial turística dos principais países receptores de
turistas 2000-2003 (em US$ bilhões)
Países 2000 2001 2002 2003
Estados Unidos 82,0 72,3 66,5 65,1
Espanha 31,5 32,9 33,6 41,7
França 30,8 30,0 32,3 36,6
Itália 27,5 25,8 26,9 31,3
Alemanha 18,5 17,2 19,2 23,0
Reino Unido 19,5 16,3 17,6 19,4
China 16,2 17,8 20,4 17,4
Áustria 9,9 10,1 11,2 13,6
Turquia 7,6 8,9 11,9 13,2
Grécia 9,2 - 9,7 10,7
Brasil 4,2 3,7 3,1 3,4
Outros 216,5 224,6 221,8 239,0
Total 473,4 459,6 474,2 514,4
Fonte: OMT e EMBRATUR
Nota: Essas informações foram extraídas do relatório estatístico da Embratur, atualizado em abril de 2005.
Na tabela da página seguinte, é possível observar a evolução do turismo a partir da análise da receita dessa
atividade, na América do Sul e no Brasil. Nota-se que há uma queda na receita - mundial - a partir do ano de 2001,
em conseqüência do pânico gerado pelos atentados de 11 de setembro nos EUA e também devido à crise e à
dificuldade econômica dos continentes americano, europeu e asiático. Nos anos seguintes, percebe-se o aumen-
to nessa receita, que alcança índices maiores do que os registrados até então.
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Aprendiz de Lazer e Turismo
Receita cambial gerada pelo turismo no mundo, América do Sul e Brasil
1994/2003
Ano No Mundo (US$ milhões) Na América do Sul (US$ milhões) No Brasil (US$ mil)
1994 354,0 8,3 1.924,8
1995 405,1 9,3 2.097,1
1996 435,6 10,7 2.469,1
1997 436,0 11,4 2.594,9
1998 442,5 11,8 3.678,0
1999 455,0 11,6 3.994,1
2000 473,4 12,2 4.227,6
2001 459,6 11,3 3.700,9
2002 474,2 9,2 3.120,1
2003 514,4 10,5 3.386,0
Fonte: OMT
Nota: Essas informações foram extraídas do relatório estatístico da Embratur, atualizado em abril de 2005.
Na tabela abaixo, observa-se a entrada de turista estrangeiros no país e o fluxo de brasileiros que se locomoveram
para países estrangeiros. Esses indicativos demonstram que os gastos dos brasileiros superam os valores gastos
aqui pelos estrangeiros.
Indicadores do Turismo Nacional
s Gastos de Gastos de Desembarque Desembarque
estrangeiros no brasileiros no Vôos internacionais Vôos internacionais
Brasil US$ (*) exterior (*) regulares (**) charters (**)
Janeiro 2005 341 milhões 296 milhões 607.612 passageiros 52.207 passageiros
Fevereiro 2005 326 milhões 311 milhões 551.308 passageiros 47.772 passageiros
Março 2005 341 milhões 260 milhões 549.858 passageiros 37.140 passageiros
Abril 2005 294 milhões 328 milhões 468.496 passageiros 23.474 passageiros
Maio 2005 292 milhões 424 milhões 475.496 passageiros 14.095 passageiros
Junho 2005 275 milhões 468 milhões 502.070 passageiros 11.999 passageiros
Julho 2005 298 milhões 486 milhões 608.219 passageiros 36.216 passageiros
Agosto 2005 360 milhões 463 milhões 542.299 passageiros 28.398 passageiros
Setembro 2005 319 milhões 433 milhões 502.848 passageiros 18.420 passageiros
Outubro 2005 309 milhões 413 milhões 540.416 passageiros 16.709 passageiros
Novembro 2005 348 milhões 439 milhões 521.663 passageiros 23.160 passageiros
Dezembro 2005 360 milhões 397 milhões 546.200 passageiros 39.938 passageiros
Janeiro 2004 296 milhões 196 milhões 478.077 passageiros 36.986 passageiros
Fevereiro 2004 275 milhões 181 milhões 467.673 passageiros 38.180 passageiros
Março 2004 308 milhões 211 milhões 462.925 passageiros 25.966 passageiros
Abril 2004 250 milhões 240 milhões 416.975 passageiros 24.559 passageiros
Maio 2004 255 milhões 180 milhões 427.977 passageiros 11.137 passageiros
Junho 2004 241 milhões 248 milhões 447.087 passageiros 14.459 passageiros
Julho 2004 222 milhões 247 milhões 508.255 passageiros 27.245 passageiros
Agosto 2004 257 milhões 248 milhões 491.916 passageiros 34.038 passageiros
Setembro 2004 220 milhões 228 milhões 465.597 passageiros 23.309 passageiros
Outubro 2004 269 milhões 289 milhões 525.887 passageiros 22.161 passageiros
Novembro 2004 294 milhões 292 milhões 530.913 passageiros 31.677 passageiros
Dezembro 2004 335 milhões 313 milhões 543.614 passageiros 31.677 passageiros
Fontes: (*) Banco Central – dados preliminares (**) Infraero – dados preliminares
Nota: Essas informações foram extraídas do relatório estatístico da Embratur, atualizado em abril de 2005.
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28
1) Você já sabe como é importante receber bem o turista para que ele se sinta satisfeito em sua cidade. Faça uma
lista de ações importantes para que o turista vivencie uma boa acolhida.
2) Com base nos dados estatísticos do texto, crie um folheto de propaganda para convencer as pessoas de sua
cidade acerca da importância do turismo para seu município, região e para o Brasil, assim como da importân-
cia de tratar bem o turista.
3) Em grupo, represente duas cenas: uma em que o turista é bem tratado e outra em que o turista é maltratado.
Discuta com os colegas os resultados.
A Qualidade que faz diferença
A geração de empregos é uma questão que preocupa governos de todos os tipos e em qualquer parte do
mundo. O sistema capitalista avança a passos largos. A produção deve ser cada vez maior, com um custo sempre
menor. Para isso, as máquinas se superam dia após dia, a conseqüência é um dilema, até agora, difícil de resolver:
produtos de melhor qualidade a preços mais baixos, mas com constantes reduções nos postos de trabalho.
Se de um lado o avanço tecnológico propicia um claro benefício para os consumidores, por outro cria o risco
de se perder a possibilidade de se trazer vantagens. O fantasma do desemprego é, hoje, uma das principais
aflições da sociedade.
As formas de reação diferem de país para país. Muitas soluções têm sido propostas, discutem-se custos e
benefícios. O fato é que o Homem moderno gasta muito menos tempo na produção. A redução da jornada de
trabalho pode ser uma forma de manter o nível de emprego. O capitalismo deve avançar nessa direção para
garantir seu desenvolvimento.
Dentro desse contexto, a indústria do lazer tem um papel importante a desempenhar, tanto como geradora
de riquezas e empregos, quanto como mercado com grandes oportunidades de investimento.
No Brasil, especificamente, o turismo tem um enorme potencial de crescimento. No ano passado, esse
segmento movimentou, direta e indiretamente, cerca de US$ 45 bilhões, e pagou US$ 16 bilhões em salários a
5,8 milhões de trabalhadores.
Apesar de serem expressivas, essas cifras, se comparadas aos dados internacionais, mostram-se bastante
tímidas. Com um dos mais belos litorais e a maior floresta tropical do planeta, há muito o que fazer por aqui,
inclusive no chamado ecoturismo. Uma atuação firme neste setor melhoraria os resultados obtidos até agora,
principalmente no que se refere à geração de empregos.
Segundo o World Travel and Tourism Council (WTTC), em 1995, essa indústria gerou US$ 3,4 trilhões, sendo
responsável por 10,9% do PIB, 11,1% dos impostos arrecadados e por 10,7% dos empregos em nível mundial.
Devido à alta diversidade e capacidade de gerar riquezas e empregos, o turismo deveria ganhar prioridade
nas políticas de incentivo do governo brasileiro.
Os investimentos nesse setor trazem várias vantagens: menor volume de capital aplicado por emprego
gerado; possibilidade de investimentos com baixo volume de capital, fixação do homem na sua região de origem
e preservação do meio ambiente. Para isso, deveriam estar conjugados com um programa de educação e
conscientização dos moradores da região explorada, elucidando o trinômio preservação - manutenção dos
atrativos naturais - fonte de receita.
As micro e pequenas empresas, que têm se mostrado fonte importante de geração de empregos, encontram
no segmento do turismo um ambiente muito promissor. A prestação de serviços nas mais variadas frentes:
transporte, recepção, alimentação e acomodação, entre outras.
É importante, e faz diferença, o atendimento personalizado e de qualidade, onde o fator humano será
imprescindível. A tecnologia, neste caso, será uma excelente ferramenta de auxílio. Mas jamais substituirá o
profissional qualificado.
Luís Carlos Fernandes Afonso.
Jornal O Estado de São Paulo, 15/10/96.
a) Retire do texto todos os dados e índices sobre a atividade turística em escala mundial e nacional.
b) Com base nessas informações, faça uma avaliação das perspectivas da atividade turística a curto prazo.
c) Quais transformações do mundo moderno têm possibilitado o desenvolvimento da área de viagens e turismo?
d) Como as novas tecnologias podem auxiliar ou atrapalhar o desenvolvimento do setor do turismo? Cite dois
exemplos retirados do texto.
e) Qual a relação entre setor do turismo e desemprego? E entre turismo e desenvolvimento?
f) Segundo o texto, quais vantagens o Brasil ofereceria para o desenvolvimento do setor do turismo?
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III
29
Aprendiz de Lazer e Turismo
Suponha que você esteja viajando com sua família sem a utilização dos serviços de uma agência de viagens.
Vocês decidem, de repente, fazer uma parada. Podem ir a um hotel, sem ter feito reservas. Provavelmente,
encontrarão um apartamento disponível e passarão a noite sem problemas. Então, por que usar uma agência de
viagens?
Já pensou que você pode chegar em uma cidade totalmente tomada por turistas - é o Festival Anual da
Cerveja! - e pode não encontrar alojamento disponível em um raio de 100 km? Não é nenhum exagero, isso pode
acontecer! Para evitar tais inconvenientes, nada melhor do que contatar uma agência de viagens!
Em primeiro lugar, as agências de viagens dispõem de uma grande relação de hotéis, podendo fornecer
informações sobre a categoria, localização, estado (conservado ou não, data de inauguração, reformas, etc.),
qualidades e defeitos de cada um. Por meio delas, o risco de imprevistos e obstáculos são bem menores.
Responsáveis por grande parte das atividades desenvolvidas na área de turismo, as agências de viagens e
turismo são empresas prestadoras de serviços, especializadas em planejamento, organização, venda e divulgação
de produtos turísticos, além de executar excursões coletivas ou individuais.
São intermediárias entre a oferta e a demanda de produtos, visando a atender os que têm pouca experiência
em organizar e planejar uma viagem de lazer e a empresários que viajam a negócios. Orientam os turistas desde
a escolha do destino até a documentação necessária, reservas em hotéis e melhores meios de transporte.
As agências de turismo receptivo se localizam nos núcleos receptores (cidades turísticas) e prestam serviços
aos turistas no destino; organizam passeios pelos atrativos turísticos; fornecem transporte e guias de turismo
especializados, serviço de tradutores e intérpretes para grupos de turistas estrangeiros e fazem traslados (transporte)
entre aeroportos, estações de ônibus, trens e hotéis.
Já as operadoras de turismo - Wholesale Tour Operators, como são internacionalmente conhecidas - prestam
serviços às agências de turismo, criando programas e pacotes a serem comercializados. Têm, portanto, uma
função mais técnica do que comercial, embora possam também funcionar como agências de viagens.
A primeira agência de viagens brasileira de que se tem notícia foi idealizada pelo Padre Antônio Vieira e
aprovada para funcionar a partir de 10 de março de 1649. Seu nome era Companhia Geral do Comércio do Brasil
e detinha o monopólio das viagens pela orla brasileira (desde a capitania do Rio Grande do Norte até a de São
Vicente). A partir daí, outras empresas foram surgindo e, da especialização, (para clientela de determinado poder
aquisitivo, para jovens, etc.) passaram a comercializar dos mais diversos produtos e atendimento aos mais varia-
dos públicos.
1) Seja um monitor local!
Um dos serviços prestados pela agência de turismo receptivo é o de guia local. Divididos em grupos, vocês irão
atuar como monitores de atrativos turísticos da sua cidade. Primeiro, é necessário preparar a visita com a ajuda
do seu professor. Depois, marcar um dia para que toda a classe possa visitar o atrativo estudado. Cada grupo
será responsável pela visita em um atrativo diferente. Se a sua cidade ainda não tiver atrativos conhecidos,
procure descobrir recursos naturais e culturais que poderiam atrair turistas. Utilize a lista do exercício 1 do
tema 4 e o roteiro fornecido por seu professor.
2) Em grupo, verifique quais os atrativos da sua lista que já estão sendo explorados e quais ainda não o são.
3) Pesquise em sua cidade ou região as facilidades e condições de acesso. Verifique se são adequadas para o
atendimento ao turista. Em caso negativo proponha, com ajuda do seu professor, sugestões para melhorá-las.
4) Recorte e cole no seu caderno imagens, fotos e ilustrações de duas destinações turísticas: uma com atrativos
naturais e outra com atrativos culturais.
TEMA 5
AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E TURISMO
AS AGÊNCIAS DE VIAGENS E TURISMO
Aprendiz_Fev_2007.P65 26/3/2007, 13:2329
30
Contexto________________________________________________________________
Como o turismo leva as pessoas a se deslocar de seus pontos de residência
para outros lugares, sem os meios de transporte, as viagens de longa distância
– e mesmo as de curta distância – seriam quase impossíveis. Os meios de trans-
porte são, evidentemente, um dos mais importantes elementos do setor de
viagens e turismo.
Eles compreendem toda a infra-estrutura necessária para sua operacionali-
zação, como rodovias, portos e aeroportos, postos de gasolina, borracheiros e
mecânicos. Dessa infra-estrutura, depende a qualidade e a segurança do servi-
ço prestado.
A evolução dos meios de transporte foi essencial para o
desenvolvimento do turismo. Não é por acaso que o aumento
da quantidade de viagens e de destinos coincidiu com o
surgimento e a popularização das linhas aéreas.
O primeiro meio de transporte utilizado pelos homens foi o
terrestre. Na Pré-História, eles mesmos carregavam seus utensí-
lios, e apenas depois da invenção da roda passaram a utilizar-se
de veículos. Na Antigüidade Oriental e Clássica, já se emprega-
vam cavalos, búfalos, elefantes, muares e até cães. Cada meio
de transporte possui uma especificidade, apresentando vanta-
gens e desvantagens, tais como o tempo de deslocamento, con-
forto e praticidade de acordo com a paisagem a ele relacionada.
Os egípcios foram os primeiros a construir barcos que trafe-
gavam no rio Nilo em atividades de guerra e comércio. Os fenícios
aprimoraram esse meio de transporte, realizando viagens que
ultrapassavam os limites no mar Mediterrâneo. Os navios e trens
a vapor foram invenções marcantes da Revolução Industrial.
A invenção do avião tornou as distâncias cada vez menores e
levou à integração dos meios de transporte como se conhece
hoje. No turismo, essa integração também é notável, já que
muitas vezes os turistas se utilizam de mais de um modo para
chegar ao seu destino final. A combinação do avião com o trem
ou navio é muito comum ao se programar uma viagem. O trans-
porte rodoviário - carros e ônibus – é usado para viagens mais
curtas e locomoção dentro do próprio destino.
1) Pesquise em sua cidade os meios de transporte disponíveis. Verifique a infra-estrutura para atendimento aos
turistas que desejam utilizá-los para chegar até sua cidade.
2) Visitando a estação
Acompanhado de seu professor, visite a estação rodoviária de sua cidade ou uma estação de trem. Faça uma
lista das principais cidades ligadas à sua por meio de linhas de transportes regulares e procure identificar
quais dessas cidades podem ser núcleos emissores de turistas.
Crédito: Débora Menezes
Trem turístico que liga Curitiba a Paranaguá (PR)
Crédito: AVT
Embarcação típica dos rios
amazônicos, em Manaus (AM)
TEMA 6
MEIOS DE LOCOMOÇÃO
E TRANSPORTE
MEIOS DE LOCOMOÇÃO
E TRANSPORTE
Aprendiz_Fev_2007.P65 26/3/2007, 13:2330
Autores: Regina Araujo de Almeida
Édson Leite
Maria Ataíde Malcher
Aprendiz_Fev_2007.P65 26/3/2007, 13:2331
32
Você já imaginou o que fazer em um dia de sol, na praia, com três crianças? Não é muito difícil: sol e praia!
Agora, imagine o que fazer na praia, com as crianças, em um dia chuvoso? Terrível, não?!
Pense também em todo um grupo de excursão que chega a Porto Seguro, na estação das chuvas!
Bem, é aqui que entra o recreador, que vai cuidar das crianças e jovens, enquanto seus pais descansam ou
aproveitam o bar da piscina, sem ter de se preocupar se elas estão indo muito para o fundo, prestes a pular do
trampolim mais alto ou se atirar da amurada do navio, em alto-mar!
E o que fazer com aquele grupo de senhoras que não conseguem acompanhar o “pique da moçada” e estão
se sentindo entediadas?
Eis o recreador em ação novamente! Ele deve trabalhar muito para atender um público extremamente diferen-
te e ansioso por viver muitas emoções, em qualquer estação do ano!
A recreação é a atividade planejada e dirigida especificamente para
divertir o cliente. Tem como características adicionais entreter, ocupar e
integrar seus usuários. O recreador vem suprir a necessidade que o clien-
te tem de se divertir, embora não saiba como, ou não esteja disposto a se
preocupar com isso. O recreador encontra seu posto principalmente em
hotéis, mas também pode acompanhar viagens e excursões.
Para que o indivíduo desfrute do tempo destinado ao lazer, é necessá-
rio considerar aquele que ele dedica às ativi-
dades impostas pelas obrigações diárias. Esse
tempo, a forma como ele é vivido e sua distri-
buição são determinados segundo as normas
que regem as diferentes sociedades e estão,
portanto, presos às suas práticas culturais.
Como alternativas de lazer, pode-se consi-
derar: descansar, visitar amigos, ler, assistir à
TV, ter hobbies (colecionar selos, aeromodelis-
mo), passear (a pé, de bicicleta), praticar espor-
tes, participar de jogos, fazer turismo, etc.
1) Agora é sua vez de ser o recreacionista! Que brincadeiras você faria com as faixas etárias de 0 a 3 anos, 4 a 6 anos,
7 a 10 anos, 11 a 14 anos, 15 a 18 anos, adultos, terceira idade (acima de 60 anos)? Cada grupo programará
duas atividades para cada caso.
2) Entre nessa brincadeira!
Dentre as brincadeiras do exercício anterior, selecione as de que a classe toda pode participar, invente outras
ou pesquise junto aos pais, avós e vizinhos brincadeiras que eles costumavam fazer e monte uma sessão de
brincadeiras com toda a turma. A seguir, estão descritas três atividades. Para cada atividade, deverá haver um
grupo responsável pela organização.
Zoológico
Os participantes, em roda, marcam seus lugares com arcos, bambolês, cadeiras, etc. Deverá haver um arco a
menos que o número de participantes. Cada um escolhe para si um nome de bicho, que deverá ser dito para os
colegas. Um participante, sem arco, fica no meio da roda e diz o nome de dois bichos. Imediata e rapidamente,
os bichos chamados trocam de lugar entre si, enquanto o que está no meio tenta tomar um desses lugares.
O participante que sobrar sem arco ficará no meio e usará o mesmo procedimento que o anterior. Porém, ao
invés de chamar dois bichos poderá dizer: - Zoológico! Nesse caso, todos os participantes deverão trocar de
lugar. Ninguém poderá ficar no mesmo arco. A atividade continua enquanto há motivação. Em vez de bichos,
poderão também ser usados nomes de países, frutas, etc.
Crédito: Divulgação/Praia do Forte Ecoresort
Atividades recreativas
na piscina da Praia do
Forte Ecoresort (BA)
Recreação do hotel Estância
Atibainha, em Nazaré Paulista (SP)
TEMA 1
LAZER E RECREAÇÃO: UMA POSSIBILIDADE
NO CINEMA,
SHOPPING
OU BIBLIOTECA
LAZER E RECREAÇÃO: UMA POSSIBILIDADE
NO CINEMA,
SHOPPING
OU BIBLIOTECA
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Módulo IV
IVIV
IVIV
IV
33
Aprendiz de Lazer e Turismo
Quem sou eu?
Os participantes sentam-se à vontade, porém próximos uns dos outros. Um deles levanta-se e sai do espaço e,
os outros escolhem para ele um personagem ou figura famosa, conhecida por todos: um cantor, político,
esportista, etc. O participante volta e faz perguntas aos colegas, tentando descobrir quem é a personagem.
As perguntas devem ser objetivas e fechadas, para que todo o grupo responda “sim”, “não” ou “indiferen-
te”. Ex.: Sou um homem? Sou cantor? Sou brasileiro? Relacionando as respostas obtidas, o participante tenta
descobrir quem é. Conseguindo, termina a rodada e outro se afasta do grupo para que tudo recomece.
Bingo Humano
Os participantes sentam-se livremente por todo o espaço, com uma caneta ou lápis e uma folha, dividida em
nove partes marcada por duas linhas horizontais paralelas e duas verticais paralelas. Cada um escolhe para si
um nome, composto por seu apelido mais o seu prato predileto.
Após o sinal do recreacionista, os participantes levantam-se e se cumprimentam com um aperto de mão,
dizendo o nome composto que atribuíram a si próprios. Cada participante anota, em sua folha, o nome
daquele que acabou de cumprimentar, vai ao encontro de outro e procede da mesma forma. Cada nome será
anotado em um dos nove espaços do papel. Ao final da rodada cada participante deverá, portanto, ter nove
nomes escritos em seu papel.
Terminada a primeira etapa, cada um se senta novamente no mesmo local em que se encontrava no início.
Mesmo depois de sentado, se solicitado por alguém, deve dar-lhe o seu nome para que todos completem os
nove espaços. O recreacionista estipula um tempo curto para a tarefa. Terminada esta etapa, todos terão
confeccionado suas cartelas de bingo.
O recreacionista escolhe aleatoriamente um participante, que se levanta e diz o nome com o qual se apresentou.
Os que tiverem esse nome em sua cartela, marcam um X. O recreacionista vai chamando outros até que alguém
preencha todos os nove nomes de sua cartela. Quem preencher primeiro todos os nomes será o vencedor.
De acordo com o grupo, o aperto de mão pode ser substituído ou acompanhado por um abraço, beijo ou
outro gesto que represente um cumprimento. O nome do prato pode ser substituído por um bichinho de
estimação, carro que gostaria de ter ou bairro onde mora.
Mas o que seria mesmo lazer nos dias atuais? Ele acon-
tece quando você está assistindo ao seu programa favori-
to na televisão ou lendo sua revista em quadrinhos prefe-
rida, quando seu pai assiste ao jogo de futebol pela tele-
visão ou no estádio, ou mesmo quando vocês vão ao
campinho jogar aquela pelada. Ou ainda quando vão ao
cinema, ao shopping, à praça, à praia ou ao sítio dos pa-
rentes para “curtir” o fim-de-semana; a viagem de férias
no final do ano – quando se encerram as aulas – todas são
atividades que podem ser consideradas como de lazer.
Para isso, basta que elas sejam realizadas por livre escolha
após o cumprimento de todas suas obrigações, sejam pro-
fissionais, religiosas, familiares ou sociais.
A busca da diversão, do relaxamento e da felicidade, do belo e do que faz bem ao espírito e recompõe o corpo
para a lida diária tem sido constante na história da humanidade, mas a forma como essa busca se configura após
a Revolução Industrial é que determina o modo como conhecemos o lazer nos dias atuais. Várias são as formas
para a busca do lazer, de entretenimento e diversão.
Em muitos momentos da trajetória da humanidade, o trabalho foi desprezado pelas elites por ser considera-
do destinado aos escravos, aos servos e aos menos providos de bens materiais e imateriais. Com a revolução
religiosa, no início do século XVI, o trabalho ganhou importância e o grande vilão passou a ser o tempo livre.
Assim, o elemento que antes era considerado próprio da parcela menos favorecida da sociedade ganhou
centralidade: a economia abandonou o regime medieval por um regime capitalista, emergente no século XV.
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TEMA 2
TRABALHO, LAZER E
ENTRETENIMENTO
TRABALHO, LAZER E
ENTRETENIMENTO
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34
O tempo, fator preponderante para o entendimento da dinâmica que rege a vida dos cidadãos no mundo
atual, é uma variável a ser considerada na análise das atividades de lazer. Dizer que “tempo é dinheiro” tornou-
se senso comum, mas a forma como essa questão influi em todos os momentos da vida, seja na rotina do homem
comum, ou seja na dos “senhores” dessa sociedade, provavelmente é um dos elementos mais marcantes da
atualidade.
De acordo com dados levantados pelo Dieese, Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos
Socioeconômicos, o brasileiro habitante da metrópole dedica nove horas ao trabalho, duas horas ao trânsito, oito
horas ao sono e duas horas à alimentação. Assim, subtraindo-se o tempo investido nessas atividades obrigatórias
das horas diárias, restam apenas três horas.
1
Então, o que sobra de tempo livre para ser dedicado ao
prazer, ao divertimento, ao lazer? Na realidade brasileira,
quando “sobra” tempo, muitas vezes ele é empregado em
atividades que visam a complementar a renda minguada
de uma família. Se, mesmo assim, sobrar tempo, não have-
rá como utilizá-lo para a diversão, a não ser que essa diver-
são esteja ao alcance da mão cansada e do corpo castigado
pelos inúmeros solavancos dos transportes coletivos.
Mesmo numa sociedade como a brasileira, marcada por
fortes contrastes, com seus “bolsões de miséria pós-in-
dustriais”, cada vez mais o lazer deixa de ser pensado como
privilégio da elite e passa a ser encarado como um direito
de todos e parte constituída e constitutiva de modos de
vida culturalmente diferenciados.
Como destacado anteriormente, o tempo livre é resultado das inúmeras transformações pelas quais passou a
sociedade. Essas transformações podem ser percebidas com a modificação nos regimes de trabalho e de produção,
na forma como o tempo passa a ser mensurado pelas constantes evoluções tecnológicas, principalmente dos
transportes e dos meios de comunicação de massa. Essas e outras modificações alteram de forma definitiva os
hábitos dos cidadãos que se deslocam com mais facilidade, seja na realidade concreta ou seja virtual. É nesse
contexto transformado que se pode considerar o turismo como um fenômeno com dimensões planetárias e de
alcance cada vez maior no século XXI. Tendências indicam que esse fenômeno na sociedade contemporânea será
cada vez mais aliado à busca de lazer por meio de entretenimento e diversão.
No início do século XX, com a popularização do cinema pela indústria de Hollywood, surgiu o primeiro entrete-
nimento para grandes públicos. Ao proporcionar diversão ampliada, que não mais se restringia a uma platéia de
poucos olhares, o cinema, chamado de a sétima arte, tornou-se possível para uma grande parcela da população,
transformando-se numa forma de entretenimento de massa. No entanto, considera-se a televisão mídia da socieda-
de pós-industrial. Esta, a partir de 1950, impulsionou o surgimento da indústria do entretenimento.
A palavra entretenimento possui significados ligados ao divertimento, à distração e ao passatempo. No curso
da história da humanidade, esses termos estiveram atrelados ao pecado, ao popular; em outros momentos, foram
permitidos apenas aos poderosos, à elite, ou seja, a uma diminuta e seleta parcela da população. Não era algo
oferecido aos simples mortais, e sim restrito aos castelos, às igrejas e aos ambientes políticos.
1) Conceitue, a partir dos referenciais apresentados, lazer e entretenimento.
2) Faça uma lista das principais opções de lazer e entretenimento existentes em sua cidade e aponte algumas que
ela não oferece.
1
Dados do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos de 2004. Disponível em: <http://www.dieese.org.br>.
Acesso em: maio 2005.
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Módulo IV
IVIV
IVIV
IV
35
Aprendiz de Lazer e Turismo
Quando somos convidados para uma festa, simplesmente aparecemos. Na verdade, muito foi feito para que
esse momento acontecesse: um motivo (aniversário, comemorações, reunir pessoas, etc.), lista de convidados,
local, horário, comes e bebes, convites, som, arrumação, limpeza do local, etc.
Todos esses procedimentos são, muitas vezes, automáticos, dependendo da prática da pessoa que organiza a
festa. Outras vezes, é preciso fazer um levantamento preliminar de tudo o que envolve o evento, estipular
cronograma e atividades, executar as tarefas, até chegar ao evento propriamente dito.
Em turismo, um evento é um acontecimento que envolve a reunião de pessoas em torno de um mesmo assunto
ou objeto. Pode ser de diversos tipos (congresso, convenção, simpósio, seminário, conferência, exposição, feira,
mostra, festa, jantar, reunião de negócios, formatura de alunos, show, campeonato de basquete, olimpíadas, etc.).
Depois de estabelecido o tipo de evento, deve-se partir para o planejamento, levando-se em conta todos os
detalhes que garantam o sucesso e o alcance do
objetivo pretendido. Aqui, as providências se-
rão tomadas de acordo com as definições de vá-
rios fatores: data do evento, âmbito (nacional
ou internacional), número de participantes, local
de realização.
Atualmente, com o desenvolvimento econô-
mico mundial, os eventos ganham cada vez mais
espaço, como componentes ou mesmo motiva-
dores das viagens.
O turismo de eventos está, na realidade, inti-
mamente ligado aos outros setores do turismo.
Assim como existem estabelecimentos próprios para agências de via-
gens, hotéis, companhias aéreas, etc., as empresas de eventos tam-
bém possuem estabelecimentos próprios. Porém, uma empresa de
eventos utiliza toda a infra-estrutura turística para desempenhar seu
papel. Se o evento é de âmbito nacional, é necessário trabalhar em
parceria com companhias aéreas para reservar vôos, organizar datas
de saída e chegada; hotéis têm que ser contatados e reservados; as diárias devem ser divulgadas para os partici-
pantes; passeios, atrações e city tours podem ser programados. A realização de um evento é uma atividade
constante da área de turismo.
Os congressos, simpósios, convenções e feiras mobilizam milhões de pessoas por todo o planeta, atrás de
novidades comerciais ou técnico-científicas. Os espetáculos artísticos e os eventos esportivos também são
grandes motivadores de viagens. Basta lembrar os Jogos Olímpicos, a Copa do Mundo e as peças da Broadway,
em Nova York.
Por essa razão, este setor tem crescido consideravelmente, ocupando um número cada vez maior de profissio-
nais direta ou indiretamente relacionados aos eventos, constituindo-se em um dos setores mais promissores,
uma vez que independe da presença de atrativos físico-naturais para sua existência.
1) Recorte o anúncio de um evento e cole no seu caderno. Depois prepare uma relação de todos os passos
necessários para que ele se realize.
Reprodução:
www.anhembi.terra.com.br
Salão do Automóvel,
um dos grandes
eventos de São Paulo
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TEMA 3
EVENTOS
EVENTOS
Aprendiz_Fev_2007.P65 26/3/2007, 13:2335
36
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