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A exposição recebera do então governador do Estado, Sr. Benedito Leite,
todo o auxílio necessário para a sua realização, pondo inclusive a disposição da
sociedade o prédio da repartição de obras públicas para que lá fosse realizada a
exposição, o que foi rejeitado pela organização do evento por localizar-se um tanto
distante do centro da cidade, para solucionar o problema o sócio Alfredo Fernandes
Paz colocou a disposição da comissão diretora a casa onde funcionava o externato
Gonçalves Dias, localizada à Rua da Cruz nº 66 canto com a Rua Coronel Colares
Moreira, onde de fato se realizou o evento.
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Assim noticiava o jornal Diário do Maranhão sobre a abertura da
exposição:
[...] Às duas Horas da tarde do dia 1º de maio acham-se presentes a
comisssão diretora, o Sr. Inspetor da instituição publica diversos senhores
representantes das classes artísticas e industriais, diversos sócios da
sociedade e muitos visitantes, assumio a presidência o coronel Manuel
Vieira Nina, presidente da Assembléia Geral, que declarou aberta a sessão,
usando então a palavra o Sr. Domingos Perdigão, vice-presidente da
comissão diretora, que depois de mostrar as vantagens da exposição
agradeceu aos expositores que accudiram ao appelo da sociedade aos
presentes, ao governo do estado pela boa vontade que mostra de auxiliar
tão útil instituição e finalmente aos seus companheiros de lucta pelo leal e
franco concurso que lhes prestam.
Então o senhor presidente declarou aberta a “Exposição da Festa Popular
do Trabalho” no corrente ano, tocando nessa ocasião a banda do corpo de
polícia do Estado o Hynno do Maranhão, que foi ouvido de pé por todos.
A exposição estava dividida em 3 secçoes. A seção das bellas Artes, que
ocupava a sala da entrada à esquerda offerecia um aspecto agradável pela
arte e gosto na collocação dos diversos quadros de desenho, aquarellas,
pinturas a óleo, retratos á crayon, ampliações photográficas, photographias,
flores artificiais, bordados, escultura em mármore e em madeira, etc, etc.
[...].
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Além da seção de Belas artes, única descrita na matéria acima, a
exposição também contou com a seção de Artes Industriais e Agricultura. Na seção
de artes Industriais foram expostos com os mais diversos produtos como: sapataria,
produtos de padaria, trabalhos tipográficos, alfaiataria, tabacarias, tecidos, frutas em
conserva, doces, vinhos, licores, chapéus, obras de ferro batido, ourivesaria etc.
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Já em relação à seção de Agricultura o redator do jornal Diário do
Maranhão pergunta-se de forma irônica sobre esta secção, perceba de que maneira
este manipulara a sua fala:
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Op. cit. São Luis, 27 de Jun., 1906.
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Exposição Festa popular do Trabalho. Diário do Maranhão. São Luis, 23 de Jun., 1906.
94
Op. cit. São Luis, 27 de Jun., 1906.