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torna ela própria. Não a vejo desde o evento; mas julgo meramente (não
muito caridosamente) por observações anteriores.
Numa “cópia carruagem-correio” do Edinburg
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, noto que o Gia-
our está no 2º artigo. As cópias ainda estão na barca de Leith
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—por
gentileza, para que lado sopra o vento? O tal artigo é tão ameno e sen-
timental, que deve ter sido escrito por um Jeffrey apaixonado;— sabes
que ele rumou à América para casar-se com uma beldade, pela qual ele
tem estado, há vários quartos de lua
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, éperdument amoureux. De fato—
como Winifred Jenkins diz de Lismahago—Mr. Jeffrey (ou seu substitu-
to) “fez a cousa bela por mim”
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, e eu digo nada. Mas isto direi,—se tu e
eu tivéssemos golpeado um ao outro na cabeça na contenda dele, como
ele teria rido, e que poderosas figuras más nós teríamos sido em nossas
obras póstumas. A propósito, fui requisitado outro dia para mediar entre
dois cavalheiros inclinados à carnagem, e,—após uma longa luta entre o
desejo natural de destruir o semelhante, e o desagrado de ver homens
bancarem os tolos por nada,—consegui que um fizesse um pedido de
desculpas, e que o outro o aceitasse—, e deixei-os para viverem felizes
para sempre. Um era um par, o outro um amigo sem título, e ambos
dados a apostas altas; —e um, eu posso jurar, embora muito brando,
“não pavoroso”, e com um pontaria tão mortal, que, fosse o outro o mais
magro dos homens, ele o teria partido como a uma cana. Ambos condu-
ziram-se muito bem, e eu os coloquei a salvo tão logo pude.
* * * * * * * * * * * * * * * *
Há uma Biografia Americana de G. F. Cooke, Scurra
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falecido,
publicada recentemente. Que livro!—Acho que, desde o Jornal de
Drunken Barnaby
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, nada como isso encharcou o prelo. Tudo bastidores
e bar—dose e o drama—conhaque, ponche de uísque, e, por último,
araca, inundam cada página. Duas cousas são particularmente assombro-
sas—primeiro, que um homem tenha vivido por tanto tempo bêbado, e,
depois, que ele tenha encontrado um biógrafo sóbrio. Há umas partes
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N. do E. A Revista trimestral Edinburgh Review, em seu número de julho de 1813, fez a
crítica literária do Giaour de Byron, enaltecendo seu poder poético, mas reprovando a “inutili-
dade e culpa” dos personagens principais e lamentando a devoção de Byron a temas revoltantes
e melancólicos.
5
N. do T. Leith: distrito portuário de Edinburgo, na Escócia. Fonte: The Free Dictionary.
Disponível em < http://www.thefreedictionary.com/Leith>. Acesso em: 31 jul. 2009.
6
N. do T. Com designação de contagem de tempo.
7
N. do T. Fez-me um favor.
8
N. do T. Byron utiliza a palavra “scurra” que geralmente significa “parasita”, em sua outra
acepção - “bufão”. BYRON, George Gordon. The Works of Lord Byron: Letters and Journals.
London, Elibron Classics, 2005. p. 249.
9
N. do E. Publicado anonimamente por volta de 1650, supostamente como sendo de autoria de
Barnaby Harrington da Queen’s College, Oxford; também atribuído a Richard Braithwait.