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PANORAMA DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS NO BRASIL
fra da indústria sucroalcooleira, as maiores cargas
remanescentes das atividades industriais desen
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volvidas nas bacias pernambucanas da Região Hi
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drográfica do Atlântico Oriental estavam concen
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tradas nas unidades hidrográficas dos rios Una,
Goiana, Ipojuca, Sirinhaém e Jaboatão. No perío
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do da entressafra, o maior potencial efetivo estava
instalado na bacia do Ipojuca, seguida da do Ca
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pibaribe, Jaboatão e Paratibe.
A principal atividade desenvolvida nas Unidades Hi-
drográficas de Apodi e Piranhas-Açu, no Estado do
Rio Grande do Norte é a produção de petróleo e gás
natural, cuja extração terrestre se dá nos municípios
de Mossoró e Alto Rodrigues. Conforme o Plano Esta
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dual de Recursos Hídricos do Estado de Rio Grande
do Norte – PERH/RN (SRH/RN, 2001a)
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, a extração
de petróleo e gás natural apresenta algumas externa
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lidades ambientais nas várias etapas de cada empre
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endimento, tais como: imobilização de áreas vegeta
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das, lançamento de poeiras e gases, sobrecarga no
sistema viário, riscos de acidentes e vazamentos lo
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calizados, destinação inadequada de efluentes dos
processos industriais. Também na bacia do Piranhas-
Açu, há uma proliferação de indústrias ceramistas nas
regiões de Caicó e Baixo Açu, que em seus processos
de fabricação geram material particulado, resultante
da combustão de lenha nos fornos, além de se realizar
o desmatamento para fins energéticos.
Apesar da indústria alimentícia ser incipiente no Rio
Grande do Norte, o setor de beneficiamento de produ
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tos pesqueiros, principalmente a lagosta e camarão, é
importante na unidade hidrográfica do rio Potengi, na
cidade de Natal e promissor em todo o litoral do estado.
No processo de beneficiamento são gerados efluentes,
orgânicos, atingindo principalmente o rio Potengi. Nas
bacias onde está localizada a região metropolitana de
Natal (Potengi e Pirangi), o setor têxtil vem assumindo
posição de destaque, com a multiplicação de unidades
fabris. Em tal atividade há uma geração de efluentes
químicos oriundos de processos de lavagem e fixação
de cores, que geram resíduos orgânicos e metais pe
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sados, como o acetato de chumbo.
Em várias bacias da Região Hidrográfica do Atlânti-
co Nordeste Oriental existe a contribuição poluidora
oriunda de efluentes de matadouros.
Conforme o Plano Estadual de Recursos Hídri
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cos da Paraíba – PERH/PB (SEMARH/PB, 2004)
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,
a poluição de origem industrial é mais forte nas
bacias hidrográficas do litoral do estado, desta
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cando-se os rios Gramame, Mambuaba e Maman
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guape e seus tributários, também submetidos aos
impactos poluidores e descargas de agrotóxicos
das atividades de plantio e industrialização da
cana de açúcar (açúcar e álcool). O rio Mussuré,
por exemplo, é um dos mais impactados, uma vez
que atravessa a grande João Pessoa e o seu Dis
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trito Industrial, recebendo os efluentes industriais,
domésticos e resíduos sólidos.
Na bacia do rio Paraíba, destaca-se a cidade de
Campina Grande, com um parque industrial signi
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ficativo, onde distingue-se a indústria coureira, de
grande potencial de poluição.
Segundo o Plano de Gerenciamento das Águas da Ba
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cia do Rio Jaguaribe (COGERH, 2002a)
24
, os municí-
pios da referida unidade hidrográfica que apresentam
maior potencial poluidor por despejos industriais são
na ordem decrescente: Aracati, Crato, Juazeiro do Nor
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te, Quixadá, Iguatu e Barbalha, correspondendo assim
às zonas mais industrializadas da bacia. Entre as prin
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cipais atividades desenvolvidas destacam-se as indús
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trias metalúrgicas, de produtos alimentícios, de papel
e de vestuário.
Na bacia do litoral do Ceará, onde está localizada a
Região Metropolitana de Fortaleza, segundo o Plano
de Gerenciamento das Águas das Bacias Metropoli
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tanas (COGERH, 2002b)
25
, os segmentos que apre-
sentam maior potencial poluidor dos recursos hídri
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cos são: matadouros, bebidas (cerveja e destilarias
de aguardente), curtumes, têxtil, produtos alimentícios
(beneficiamento do pescado e laticínios), químico (ál
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calis e cloro, petroquímico, refinaria de petróleo, ex
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tração e refino de óleo vegetal e detergentes), papel
e papelão, produtos farmacêuticos, siderúrgico, além
da extração e distribuição de petróleo e das lavande
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rias industriais. Nos municípios de Fortaleza, Maraca
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naú, Caucaia, Maranguape e Pecém (com a recente
implantação do Complexo Industrial/Portuário do Pe
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cém) estão concentradas as áreas onde os riscos de
poluição industrial apresentam-se mais acentuados,
dado a elevada presença de unidades industriais.