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1. INTRODUÇÃO
O Brasil tem uma superfície de 8.511.596 km
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. No âmbito dessa extensão
continental diferenciada climática e geomorfologicamente, com uma extraordinária
diversidade ecológica, existe um espaço maravilhoso com inúmeros atrativos turísticos,
tendo na diversidade o instrumento principal de sua potencialização.
É inegável a vocação do nosso país para o turismo. Dispomos de todas as condições
para cativar visitantes: praias, florestas, montanhas, rios, festivais, culinária diferenciada,
parques nacionais, cidades históricas e a tradicional hospitalidade brasileira. A vocação
natural do Brasil pode e deve ser transformada em fonte permanente de riqueza pelo
turismo.
O turismo, pela natureza de suas atividades e pela dinâmica de crescimento nos
últimos dez anos, é um dos segmentos da economia que pode atender de forma completa e
de maneira rápida a vários desafios existentes, como por exemplo, gerar empregos e divisas
proporcionando a inclusão social. Especialmente, ser for levada em conta a capacidade que
o turismo tem de interferir ns desigualdades regionais, amenizando-as, visto que alguns dos
destinos turísticos importantes no Brasil estão localizados em regiões mais pobres, e, pelas
vias do turismo, passam a ser visitadas por cidadãos dos centros mais ricos do país e do
mundo. E mais: o turismo deverá transformar-se em um agente da valorização e
conservação do patrimônio ambiental, cultural e natural, fortalecendo o princípio da
sustentabilidade.
A indústria do turismo é na atualidade a atividade que apresenta os mais elevados
índices de crescimento no contexto econômico mundial. Movimenta cerca de US$ 3,5
trilhões anualmente e apenas na última década, expandiu suas atividades em torno de 57%.
O ecoturismo, no setor de turismo e viagens, apresenta o maior crescimento
resultando num incremento contínuo de ofertas e demandas por destinos ecoturísticos. No
Brasil, o ecoturismo é discutido desde 1985. No âmbito governamental, a primeira
iniciativa de ordenar a atividade ocorreu em 1987 com a criação da Comissão Técnica
Nacional, constituída por técnicos do Instituto Brasileiro do Maio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis IBAMA e da Empresa Brasileira de Turismo EMBRATUR, para
monitorar o Projeto de Turismo Ecológico, em resposta às práticas existentes à época,
pouco organizadas e sustentáveis.
O ecoturismo praticado no Brasil pode ser ainda considerado uma atividade
desordenada, impulsionada quase que exclusivamente, pela oportunidade mercadológica,
deixando a rigor, de gerarmos benefícios socioeconômicos e ambientais esperados e
comprometendo, não raro, o conceito e a imagem do produto ecoturístico brasileiro nos
mercados interno e externo.
Percebe-se que no Brasil, a população costuma tirar férias em locais relacionados
com água, como praias, lagos, rios, estâncias hidrominerais. Dessa forma, as diversas
regiões que têm recursos hídricos próprios para balneabilidade entram em um processo de
expansão das atividades econômicas ligadas ao setor terciário e à demanda de lazer das
populações urbanas.