CADERNOS TEMÁTICOS Nº 10 MAR. 2006
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tre, tem, atualmente, cerca de 60 estudantes. Johnny Leite
é um deles. Além do curso técnico no Cefet/SC, estuda
Gerenciamento de Tecnologia da Informação, no Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e é piloto
comercial. “Quero me aperfeiçoar”, diz.
O meteorologista Mário Quadro, professor do curso
técnico do Cefet/SC diz que, desde quando começou a
atuar, nos anos 1980, a área avançou e, recentemente, a
profissão foi regulamentada no Brasil.
Com mestrado defendido no Instituto Nacional de Pes-
quisas Espaciais (Inpe), Mário Quadro acredita que o fu-
turo da profissão esteja ligado à área ambiental, “tanto no
setor de monitoramento quanto na previsão de cenários
futuros”, explica.
A ATIVIDADE MAIS comum, e mais conhecida, do
profissional é a previsão do tempo, mas o que satisfaz um
profissional como Mário é poder ajudar a decidir da roupa
com que alguém decide sair de casa à cotação da bolsa de
valores. É que uma previsão de estiagem ou de enchente
interfere no valor das ações, esclarece Mário.
O salário de um profissional da área varia entre R$ 1,5
mil, para o caso dos técnicos, a R$ 10 mil, no caso de for-
mados em cursos superiores.
Colega de curso de Johnny, Igor Ari Giovelli conhecia
a profissão pela mídia e já se interessava pelos fenômenos
atmosféricos. A princípio, acreditava que o curso técnico
seria superficial, mas mudou de idéia, quando viu que era
mais complexo do que imaginava. Entusiasmado, já via-
jou para congressos de meteorologistas e visitou algumas
empresas do setor, como a Somar, o Inpe e o Centro de
Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec). Estuda
Física na Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc)
e, depois de formado, que fazer o curso de graduação em
Meteorologia.
Camila de Oliveira Raupp foi despertada pela profissão
por um motivo singular. Quando o furacão Catarina pas-
sou por sua cidade natal, Santa Rosa do Sul, em março de
2004, teve que se segurar à porta de sua casa para que não
fosse levada pelos fortes ventos. À época, estava no tercei-
ro ano do ensino médio. Quando teve que se decidir pelo
curso no Cefet/SC, não teve dúvidas. Deixou o sonho de
ser dentista e hoje, além do curso técnico, estuda Física na
federal.
Outra aluna do curso, Jaqueline Terezinha Martins,
acessava sempre o serviço de previsão do tempo e gostava
de observar fotos de satélites quando estudante do ensino
médio. Hoje, quer ser pesquisadora na área da Geografia e
Meteorologia.
Leis nº 5.524, de 5 de novembro de 1968, e
nº 6.835, de 14 de outubro de 1980; Decreto
nº 90.922, de 6 de fevereiro de 1985; e Re-
soluções nº 218, de 29 de junho de 1973; nº
262, de 28 de julho de 1979; nº 278, de 27
de maio de 1983; nº 313, de 26 de setembro
de 1986; e nº 344, de 27 de julho de 1990.
Os textos integrais da legislação podem ser
encontrados na internet, no portal do Conselho
Federal de Engenharia, Arquitetura e Agrono-
mia (Confea) (http://www.confea.org.br).
É a ciência que estuda os fenômenos naturais
que ocorrem na atmosfera. O profissional da
área busca soluções práticas para o plane-
jamento agrícola, os alertas da defesa civil,
o gerenciamento hídrico de reservatórios e
hidroelétricas, o planejamento agrícola, e
alertas para a navegação aérea e marítima.
A ciência serve, ainda, para o planejamento
urbano e de desenvolvimento de regiões,
assim como para o planejamento de serviços
de hospitalidade e lazer e urbano.
O primeiro furacão historicamente registrado
no sul do Oceano Atlântico foi chamado de
Catarina. Em 27 e 28 de março de 2004,
a população do sul de Santa Catarina foi
alertada sobre a aproximação de um ciclone.
Apesar da polêmica quanto à classificação,
o fenômeno foi comprovado como sendo um
furacão de categoria 1, que tem ventos que
variam de 118 km/h a 152 km/h. Nessa
categoria, não causam danos a estruturas de
construções, mas podem arrastar arbustos e
árvores. Também podem causar pequenas
inundações em vias costeiras e pequenos
danos em marinas.
Os furacões são medidos de acordo com a es-
cala Saffir-Simpson, desenvolvida no começo
dos anos 70 pelo engenheiro Herber Saffir e
pelo diretor do Centro Nacional de Furacões
dos EUA, Robert Simpson. A escala indica
o potencial de destruição de um furacão,
levando em conta pressão mínima, vento e
ressaca causada pela tormenta.