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Universidade de São Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Busca de compostos em Chenopodium spp.
(Chenopodiaceae) com bioatividade em relação a pragas de
grãos armazenados
Márcio Aurélio Garcia Correia Tavares
Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em
Agronomia. Área de Concentração: Entomologia
Piracicaba
2006
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Márcio Aurélio Garcia Correia Tavares
Engenheiro Agrônomo
Busca de compostos em Chenopodium spp. (Chenopodiaceae) com
bioatividade em relação a pragas de grãos armazenados
Orientador:
Prof. Dr. JOSÉ DJAIR VENDRAMIM
Tese apresentada para obtenção do título de Doutor em
Agronomia. Área de Concentração: Entomologia
Piracicaba
2006
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Dados
Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
DIVISÃO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - ESALQ/USP
Tavares, Márcio Aurélio Garcia Correia
Busca de compostos em Chenopodium spp. (Chenopodiaceae) com
bioatividade em relação a pragas de grãos armazenados / Márcio Aurélio Garcia
Correia Tavares. - - Piracicaba, 2006.
111 p. : il.
Tese (Doutorado) - - Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, 2006.
Bibliografia.
1. Caryophyllales 2. Controle de pragas 3. Fitossanidade 4. Grãos 5. Insecta
6. Inseticidas 7. Manejo integrado 8. Plantas produtoras de pesticidas I. Título
CDD 631.563
“Permitida a cópia total ou parcial deste documento, desde que citada a fonte – O autor”
3
Aos meus pais Antonio Tavares (in memorian) e Therezinha Garcia Tavares
(in memorian) e aos meus irmãos Antonio Marcos (in memorian) e Maria
Cristina,
OFEREÇO
A minha avó Delfina Garcia Moreira (in memorian),
HOMENAGEIO
A minha esposa Ana Beatriz,
DEDICO
4
AGRADECIMENTOS
Ao orientador e amigo Dr. José Djair Vendramim, Professor Titular do
Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola da Escola Superior de
Agricultura "Luiz de Queiroz", Universidade de São Paulo (ESALQ/USP), pela orientação
e apoio.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Entomologia do
Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola da ESALQ/USP, pelos
ensinamentos transmitidos.
À Professora Dra. Marinéia de Lara Haddad, pelo auxílio nas análises
estatísticas.
Ao professor Dr. José Otávio Brito do Departamento de Ciências Florestais
da ESALQ, pelo auxílio na extração dos óleos essenciais.
Ao funcionário Udemílson Luis Ceribelli, técnico em química, do
Departamento de Ciências Florestais da ESALQ, pelo auxílio na extração dos óleos
essenciais.
Ao professor Dr. Paulo Cesar Vieira do Departamento de Química da
UFSCar, pela colaboração na execução deste trabalho.
Ao Dr. Waldir Tavares de Lima e à doutoranda Patrícia Santana Barbosa
Marinho, pelo auxílio na análise e identificação dos constituintes do óleo essencial de
Chenopodium ambrosioides L.
À Dra. Waldireny Caldas Rocha, pelos ensinamentos e apoio de grande
importância para execução desta tese.
Aos professores do Curso de Engenharia Agronômica do Centro Regional
Universitário de Espírito Santo do Pinhal - SP (UNIPINHAL), pelos ensinamentos
transmitidos, em especial às professoras Maria Helena Calafiori e Nilva Terezinha
Teixeira.
Aos amigos e colegas do Laboratório de Resistência de Plantas a Insetos e
Plantas Inseticidas da ESALQ: Ana Paula, Antonio Pancrácio, Bruno Lovato, Cristina
Fugi, Edilene Oliveira, Elio Cesar Guzzo, Eliane Grisoto, Enrique Castiglioni, Fábio
5
Mazzonetto, Danila Helena Pinto, Fabiana Fassis, Fernanda Diogo, Gerane Bezerra,
José Francisco Garcia, Maria Auxiliadora Oriani, Marilene Fancelli, Mônica Silva Santos,
Osvaldo Marteniuk, Patrícia Gabriel, Paulo Bogorni, Rita Gervásio, Romildo Silloto,
Uemerson Cunha, Vanessa Pansiera e Yueh Sheng Lee, pela amizade e colaboração.
A todos os amigos e colegas pós-graduandos, mestrandos e doutorandos,
do Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola da ESALQ, em
especial: Ademir Neves, Claúdio Franco, Dori Edson Nava, Edmilson Santos Silva,
Fabiana Romano, Gustavo Haralampidou, Gustavo Gonzaga, João Fernando
Bernardini, Jorge Guimarães, Kátia S. Sazaki, Luciano Pacelli, Marcelo Poletti e Wyratan
da Silva Santos, pelo companheirismo.
Aos funcionários do Departamento de Entomologia, Fitopatologia e
Zoologia Agrícola da ESALQ, José Carlos Rodrigues Castilho, Orozino Rodrigues dos
Santos e José Ventura Filho, pelo auxílio no cultivo das plantas de Chenopodium spp.
Aos demais funcionários do Departamento de Entomologia, Fitopatologia e
Zoologia Agrícola da ESALQ, Adriana Marques, Ana Gabriela Brancalhão, Augusto
César Pinheiro Florim, Maria Marta Colletti Barella e Regina C. Botequio de Moraes,
pela amizade e serviços prestados.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico
(CNPq), pela concessão de bolsa de estudos.
A Deus.
6
SUMÁRIO
RESUMO................................................................................................... 10
ABSTRACT............................................................................................... 11
LISTA DE FIGURAS................................................................................. 12
LISTA DE TABELAS................................................................................. 13
1 INTRODUÇÃO………..…….…………………………………………………. 16
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......………..……………………………………. 18
2.1
Sitophilus zeamais Mots.,1855………………….……….…….…………….
18
2.1.1 Distribuição geográfica e descrição.....….………………………………….. 18
2.1.2 Biologia e danos…….…………………………………………….………...... 18
2.2
Rhyzopertha dominica (Fabr.)…………………..…………………..............
19
2.2.1 Distribuição geográfica ……………………………………..……………...... 19
2.2.2 Descrição, biologia e danos…………………………..…………….............. 19
2.3 Inseticidas botânicos…………………….…………………………............... 20
2.3.1 Vantagens e desvantagens do uso de inseticidas botânicos…................ 21
2.3.2 Obtenção de inseticidas botânicos…………………………….................... 23
2.3.3 Efeito e utilização dos inseticidas botânicos sobre insetos…...…............. 24
2.4 Efeito de substâncias de origem vegetal sobre pragas de grãos
armazenados.............................................................................................
26
2.4.1
Bioatividade sobre Sitophilus zeamais e Rhyzopertha dominica..............
29
2.5
Chenopodium ambrosioides L...................................................................
31
2.5.1 Origem, morfologia e biologia................................................................... 31
2.5.2 Atividade repelente e inseticida................................................................. 32
2.5.3 Compostos químicos identificados............................................................ 34
2.6
Chenopodium album L..............................................................................
35
2.6.1 Origem, morfologia e biologia................................................................... 35
2.6.2 Atividade repelente e inseticida................................................................. 36
2.7
Chenopodium quinoa Willd………………………..………………………….
36
2.7.1 Origem, morfologia e biologia.................................................................... 36
2.7.2 Atividade repelente e inseticida................................................................. 36
7
2.8 Óleos essenciais....................................................................................... 37
2.8.1 Considerações gerais................................................................................ 37
2.8.2 Bioatividade em relação a pragas de grãos armazenados....................... 38
3 MATERIAL E MÉTODOS.......................................................................... 41
3.1 Manutenção da criação dos insetos.......................................................... 41
3.2
Cultivo e obtenção dos pós de Chenopodium spp....................................
42
3.3
Preparo dos extratos aquosos e não aquosos de Chenopodium
spp.............................................................................................................
42
3.4
Obtenção do óleo essencial de Chenopodium ambrosioides L................
43
3.5
Bioensaios com pós de Chenopodium spp...............................................
44
3.5.1 Avaliação da repelência............................................................................ 44
3.5.2 Avaliação da atividade inseticida.............................................................. 45
3.6
Bioatividade dos extratos aquosos e não aquosos de Chenopodium
spp. sobre S. zeamais e R. dominica........................................................
46
3.6.1 Avaliação da repelência............................................................................ 46
3.6.2 Avaliação da atividade inseticida.............................................................. 46
3.7
Bioatividade do óleo essencial de C. ambrosioides..................................
47
3.7.1 Avaliação da atividade inseticida.............................................................. 47
3.8
Análise do óleo essencial de C. ambrosioides..........................................
47
3.9
Identificação dos componentes do óleo essencial de C.
ambrosioides.............................................................................................
48
3.10 Avaliação da atividade repelente e inseticida dos compostos presentes
no óleo essencial de Chenopodium spp...................................................
49
3.11 Análise estatística..................................................................................... 50
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................ 51
4.1 Rendimentos das extrações para obtenção dos extratos não aquosos
(hexano, clorofórmio e metanol) e do óleo essencial de Chenopodium
spp.............................................................................................................
51
4.2
Identificação dos constituintes do óleo essencial de Chenopodium
ambrosioides L..........................................................................................
53
4.2.1 Compostos identificados........................................................................... 60
8
4.3
Bioensaios com Sitophilus zeamais..........................................................
67
4.3.1 Avaliação da repelência............................................................................ 67
4.3.1.1 Repelência de pós..................................................................................... 67
4.3.1.2 Repelência de extratos aquosos................................................................ 68
4.3.1.3 Repelência de extratos não aquosos........................................................ 70
4.3.1.4 Repelência de substâncias presentes no óleo essencial de
Chenopodium ambrosioides L...................................................................
71
4.3.2 Avaliação da atividade inseticida............................................................... 72
4.3.2.1 Efeito inseticida de pós............................................................................. 72
4.3.2.2 Efeito inseticida de extratos aquosos....................................................... 74
4.3.2.3 Efeito inseticida de extratos não aquosos................................................. 76
4.3.2.4
Efeito inseticida do óleo essencial de Chenopodium ambrosioides
L................................................................................................................
79
4.3.2.5 Efeito inseticida de substâncias presentes no óleo essencial de
Chenopodium ambrosioides L.................................................................
80
4.4
Bioensaios com Rhyzopertha dominica....................................................
81
4.4.1 Avaliação da repelência............................................................................ 81
4.4.1.1 Repelência de pós..................................................................................... 81
4.4.1.2 Repelência de extratos aquosos............................................................... 83
4.4.1.3 Repelência de extratos não aquosos........................................................ 84
4.4.1.4 Repelência de substâncias presentes no óleo essencial de
Chenopodium ambrosioides L...................................................................
85
4.4.2 Avaliação da atividade inseticida.............................................................. 86
4.4.2.1 Efeito inseticida de pós.............................................................................. 86
4.4.2.2 Efeito inseticida de extratos aquosos........................................................ 87
4.4.2.3 Efeito inseticida de extratos não aquosos................................................. 88
4.4.2.4
Efeito inseticida do óleo essencial de Chenopodium ambrosioide
s
L.................................................................................................................
91
4.4.2.5 Efeito inseticida de substâncias presentes no óleo essencial de
Chenopodium ambrosioides L....................................................................
92
4.5 Considerações finais................................................................................ 93
9
5 CONCLUSÕES........................................................................................ 96
REFERÊNCIAS.......................................................................................... 98
10
RESUMO
Busca de compostos em Chenopodium spp. (Chenopodiaceae) com
bioatividade em relação a pragas de grãos armazenados
Este trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar a bioatividade de pós,
extratos aquosos e não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de folhas e frutos de
Chenopodium ambrosioides L., Chenopodium quinoa Willd. e Chenopodium album L.
sobre as pragas de grãos armazenados, Sitophilus zeamais Mots. e Rhyzopertha
dominica (Fabr.), bem como avaliar o potencial inseticida do óleo essencial de C.
ambrosioides, e o efeito repelente e inseticida de algumas substâncias (limoneno, α-
pineno e p-cimeno) constituintes deste. As plantas de Chenopodium spp. foram
cultivadas na área experimental do Departamento de Entomologia, Fitopatologia e
Zoologia Agrícola da ESALQ/USP, de maneira a possibilitar a coleta das respectivas
estruturas vegetais e posterior obtenção dos pós (através de secagem e moagem) e
extratos aquosos (imersão dos pós em água por 24 horas) e não aquosos (maceração
com solventes). O óleo essencial de C. ambrosioides foi obtido pelo processo de
hidrodestilação. Análises dos constituintes dos óleos essenciais foram feitas por
cromatografia gasosa acoplada à espectroscopia de massas (CG/EM). Os insetos
utilizados nos ensaios foram obtidos de criação mantida em grãos de trigo. Avaliou-se o
efeito dos pós, extratos aquosos e não aquosos de Chenopodium spp., e das
substâncias do óleo essencial de C. ambrosioides sobre o comportamento (atratividade
e/ou repelência) dos besouros. Avaliou-se também o efeito inseticida dos pós, extratos
aquosos e não aquosos de Chenopodium spp., e do óleo essencial de C. ambrosioides
e alguns de seus constituintes sobre os insetos. De acordo com os resultados obtidos,
concluiu-se que: a) extratos em clorofórmio de frutos de C. ambrosioides e C. quinoa
apresentam repelência aos adultos de S. zeamais; b) extrato em clorofórmio de folhas
de C. quinoa é atraente aos adultos de S. zeamais; c) pós e extratos de C. album e C.
quinoa não apresentam atividade inseticida e nem afetam o desenvolvimento de S.
zeamais e R. dominica; d) pós de C. ambrosioides apresentam potencial inseticida e
afetam o desenvolvimento de S. zeamais e R. dominica; e) extrato em clorofórmio de
frutos de C. ambrosioides apresenta alta atividade inseticida sobre adultos de ambos os
besouros testados; f) adultos de S. zeamais são mais suscetíveis a pós de C.
ambrosioides quando comparados aos adultos de
R. dominica; g) óleo essencial de C.
ambrosioides não apresenta atividade inseticida e não afeta o desenvolvimento de S.
zeamais e R. dominica; h) limoneno, α-pineno e p-cimeno não apresentam efeito
repelente e tóxico sobre R. dominica; i) limoneno e p-cimeno são repelentes a S.
zeamais; j) limoneno, α-pineno e p-cimeno apresentam baixo efeito tóxico sobre S.
zeamais.
Palavras-chave: Insecta; plantas inseticidas; Chenopodiaceae; controle alternativo; MIP
11
ABSTRACT
Searching for Chenopodium spp. (Chenopodiaceae) compounds with bioactivity
against stored grain pests
This work was carried out to evaluate the bioactivity of powder, aqueous
and not aqueous (hexanic, chloroformic and methanolic) extracts of leaves and fruits of
Chenopodium ambrosioides L., Chenopodium quinoa Willd. and Chenopodium album L.
on the stored grain pests, Sitophilus zeamais Mots. and Rhyzopertha dominica (Fabr.),
as well as to evaluate the insecticidal potential of the essential oil of C. ambrosioides and
the repellent and insecticidal effects of some substances (limonene, α-pinene and p-
cimene) constituents of this oil. Plants were cultivated in the experimental area of the
“Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola, ESALQ/USP”, to
obtain the vegetable structures and the respective powders aqueous extracts (immersion
of powders in water for 24 hours) and not aqueous extracts (through maceration with
organic solvents). Essential oil from C. ambrosioides plants was obtained by
hydrodistilation process. Analysis of the essential oil constituents was done by gas
cromatography coupled to mass spectrometry (GC/MS). Insects used in the trials were
reared in wheat grains. It was evaluated the effect of the powder, aqueous and not
aqueous extracts of Chenopodium spp. and of the constituents of the C. ambrosioides
essential oil on the behavior (attractiveness and/or repellence) of the beetles. It was also
evaluated the insecticidal effect of the powder, aqueous and not aqueous extracts of
Chenopodium spp. and of the essential oil of C. ambrosioides and some of its
constituents on the insects. According to the results it is concluded that: a) chloroformic
extracts from fruits of C. ambrosioides and C. quinoa present repellence effect to S.
zeamais adults; b) chloroformic extracts from leaves of C. quinoa are attractive to S.
zeamais adults; c) powders and extracts of C. album and C. quinoa do not present
insecticidal activity and do not affect S. zeamais and R. dominica development; d)
powders from C. ambrosioides present insecticidal potential and affect the S. zeamais
and R. dominica development; e) chloroformic extract from C. ambrosioides fruits
presents high insecticidal activity to adults of both beetle; f) adults of S. zeamais are
more susceptible to the powders and chloroformic extract of C. ambrosioides when
compared to the adults of R. dominica g) essential oil of C. ambrosioides does not
present insecticidal activity and does not affect the S. zeamais and R. dominica
development; h) limonene, α-pinene and p-cimene do not present repellent and
insecticide effect to R. dominica; i) limonene and p-cimene are repellent to S. zeamais; j)
limonene, α-pinene and p-cimene present low toxic effect to S. zeamais.
Keywords: Insecta; insecticide plants; Chenopodiaceae; alternative control; IPM
12
LISTA DE FIGURAS
1 Esquema das fases para obtenção de produtos vegetais (pós, extratos e
óleos fixos)..........................................................................................................
23
2 Esquema utilizado para obtenção dos extratos.................................................. 43
3 Arena utilizada para execução dos bioensaios para avaliação da
repelência/atratividade de Chenopodium spp. em relação a S. zeamais...........
44
4 Arena utilizada para execução dos bioensaios para avaliação da
repelência/atratividade de Chenopodium spp. em relação a R. dominica.........
45
5
Cromatograma do óleo essencial de C. ambrosioides (amostra 01).................
54
6
Cromatograma do óleo essencial de C. ambrosioides (amostra 02).................
55
7
Cromatograma do óleo essencial de C. ambrosioides (amostra 03).................
56
8
Cromatograma do óleo essencial de C. ambrosioides (amostra 04).................
57
9
Cromatograma do óleo essencial de C. ambrosioides (amostra 05).................
58
10
Cromatograma do óleo essencial de C. ambrosioides (amostra 06).................
59
11
Efeito de pós e extratos aquosos de C. ambrosoides sobre adultos de S.
zeamais..............................................................................................................
76
12
Efeito de pós e extratos aquosos de C. ambrosoides sobre a emergência de
adultos de S. zeamais........................................................................................
76
13
Efeito de pós e extratos aquosos de C. ambrosoides sobre adultos de R.
dominica.............................................................................................................
88
14
Efeito de pós e extratos aquosos de C. ambrosoides sobre a emergência de
adultos de R. dominica.......................................................................................
88
13
LISTA DE TABELAS
1 Rendimento na obtenção de extratos em hexano de folhas e frutos de
Chenopodium spp...............................................................................................
51
2 Rendimento na obtenção de extratos em clorofórmio de folhas e frutos de
Chenopodium spp...............................................................................................
52
3 Rendimento na obtenção de extratos em metanol de folhas e frutos de
Chenopodium spp...............................................................................................
52
4 Quantidade (ml) e rendimento (%) na obtenção de óleo essencial (flores e
frutos em conjunto) de C. ambrosioides.............................................................
53
5 Componentes presentes no óleo essencial (amostra 1), percentagem relativa
e índices de Kovats calculados e o da literatura.................................................
60
6 Componentes presentes no óleo essencial (amostra 2), percentagem relativa
e índices de Kovats calculados e o da literatura.................................................
61
7 Componentes presentes no óleo essencial (amostra 3), percentagem relativa
e índices de Kovats calculados e o da literatura.................................................
61
8 Componentes presentes no óleo essencial (amostra 4), percentagem relativa
e índices de Kovats calculados e o da literatura.................................................
62
9 Componentes presentes no óleo essencial (amostra 5), percentagem relativa
e índices de Kovats calculados e o da literatura.................................................
62
10 Componentes presentes no óleo essencial (amostra 6), percentagem relativa
e índices de Kovats calculados e o da literatura.................................................
63
11
Atratividade de adultos de S. zeamais por pós de folhas e frutos de
Chenopodium spp...............................................................................................
68
12
Atratividade de adultos de S. zeamais por extratos aquosos de folhas e frutos
de Chenopodium spp..........................................................................................
69
13
Atratividade de adultos de S. zeamais por extratos em clorofórmio de folhas e
frutos de Chenopodium spp................................................................................
70
14
Atratividade de adultos de S. zeamais por substâncias presentes no óleo
essencial de C. ambrosioides.............................................................................
72
14
15
Mortalidade (%), ao 5º dia, e emergência de adultos de S. zeamais em grãos
de trigo tratados com pós de folhas e frutos de Chenopodium spp....................
73
16
Mortalidade (%), ao 5º dia, e emergência de adultos de S. zeamais em grãos
de trigo pulverizados com extratos aquosos de folhas e frutos de
Chenopodium spp...............................................................................................
74
17
Mortalidade (%), ao 5º dia, de adultos de S. zeamais em grãos de trigo
pulverizados com extratos não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de
frutos de Chenopodium spp...............................................................................
77
18
Mortalidade (%), ao 5º dia, de adultos de S. zeamais em grãos de trigo
pulverizados com extratos não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de
folhas de Chenopodium spp...............................................................................
78
19
Número de adultos emergidos de S. zeamais em grãos de trigo pulverizados
com extratos não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de frutos de
Chenopodium spp..............................................................................................
78
20
Número de adultos emergidos de S. zeamais em grãos de trigo pulverizados
com extratos não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de folhas de
Chenopodium spp...............................................................................................
79
21
Mortalidade (%), ao 5º dia, e emergência de adultos de S. zeamais em grãos
de trigo pulverizados com óleo essencial de C. ambrosioides...........................
80
22
Mortalidade (%), ao 5º dia, e emergência de adultos de S. zeamais em grãos
de trigo pulverizados com substâncias presentes no óleo essencial de C.
ambrosioides......................................................................................................
81
23
Atratividade de adultos de R. dominica por pós de folhas e frutos de
Chenopodium spp...............................................................................................
82
24
Atratividade de adultos de R. dominica por extratos aquosos de folhas e
frutos de Chenopodium
spp................................................................................
83
25
Atratividade de adultos de R. dominica por extratos em clorofórmio de folhas
e frutos de Chenopodium spp.............................................................................
84
26
Atratividade de adultos de R. dominica por substâncias presentes no óleo
essencial de C. ambrosioides.............................................................................
85
15
27
Mortalidade (%), ao 5º dia, e emergência de adultos de R. dominica em grãos
de trigo tratados com pós de folhas e frutos de Chenopodium spp....................
86
28
Mortalidade (%), ao 5º dia, e emergência de adultos de R. dominica em grãos
de trigo pulverizados com extratos aquosos de folhas e frutos de
Chenopodium spp...............................................................................................
87
29
Mortalidade (%), ao 5º dia, de adultos de R. dominica em grãos de trigo
pulverizados com extratos não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de
frutos de Chenopodium spp................................................................................
89
30
Mortalidade (%), ao 5º dia, de adultos de R. dominica em grãos de trigo
pulverizados com extratos não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de
folhas de Chenopodium spp...............................................................................
89
31
Número de adultos emergidos de R. dominica em grãos de trigo pulverizados
com extratos não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de frutos de
Chenopodium spp...............................................................................................
90
32
Número de adultos emergidos de R. dominica em grãos de trigo pulverizados
com extratos não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de folhas de
Chenopodium spp...............................................................................................
90
33
2
8
Mortalidade (%), ao 5º dia, e emergência de adultos de R. dominica em grãos
de trigo pulverizados com óleo essencial de C. ambrosioides...........................
91
34
Mortalidade (%), ao 5º dia, e emergência de adultos de R. dominica em grãos
de trigo pulverizados com substâncias presentes no óleo essencial de C.
ambrosioides.......................................................................................................
92
16
1 INTRODUÇÃO
A produção brasileira de grãos na safra de 2005/2006 foi estimada em 113
milhões de toneladas, gerando divisas e empregos para o país, destacando-se, entre
outras, as culturas de soja, milho, arroz e trigo, culturas de importância no cenário
agrícola do Brasil (COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB, 2006).
A necessidade de aumentar a produtividade destas culturas agrícolas,
dentro de um sistema sustentável de exploração do meio ambiente, tem estimulado
pesquisas sobre diferentes técnicas de manejo, de maneira a maximizar a produção e
minimizar as possíveis perdas existentes, nas fases de cultivo, colheita, transporte,
industrialização e armazenamento.
A fase de armazenamento é de fundamental importância, pois qualquer
perda neste período reduz diretamente o produto final, pronto para a comercialização.
Entre os fatores responsáveis por estes prejuízos, destacam-se o alto índice de
umidade e impurezas dos grãos no momento do armazenamento, a falta de estruturas
armazenadoras adequadas e a presença de insetos-praga.
Estima-se que, no Brasil, as perdas ocasionadas pelo ataque de insetos-
praga sejam da ordem de 10% da produção total de grãos, tornando-se evidente a
relevância destes prejuízos.
Dentre as pragas associadas aos grãos armazenados no Brasil, o
gorgulho-do-milho, Sitophilus zeamais Mots.,1855 (Col., Curculionidae) e o besouro-
dos-cereais, Rhyzopertha dominica (Fabr., 1792) (Col., Bostrichidae) destacam-se
como as mais importantes, devido ao grande número de hospedeiros e elevado
potencial biótico (GALLO et al., 2002), tornando-se necessário o eficiente controle
destes insetos.
A partir da II Guerra Mundial, com o desenvolvimento dos inseticidas
sintéticos e sua rápida difusão, o controle das pragas agrícolas passou a ser realizado,
na maioria dos casos, apenas com estes produtos químicos, constituindo-se no único
método utilizado, diminuindo as pesquisas e o emprego de outras ferramentas de
controle, como os inseticidas de origem vegetal, os quais eram muito empregados antes
deste período.
17
As pesquisas recentes, demonstrando os problemas ocasionados pelo uso
intensivo destes inseticidas sintéticos, como contaminação do ambiente, do homem e
presença de resíduos nos alimentos, ocasionou o ressurgimento dos estudos
envolvendo o uso dos inseticidas de origem vegetal, como promissores métodos de
controle, ao mesmo tempo eficientes e isentos das adversidades causadas pelos
inseticidas convencionais.
Estes inseticidas naturais, também chamados de inseticidas botânicos,
apresentam entre outras vantagens, a sua rápida biodegradação diminuindo assim os
riscos de contaminação do ambiente e dos alimentos, além de serem de fácil obtenção
e preparação.
Os estudos com estes inseticidas botânicos apresentam dois objetivos
básicos: a) aplicação direta no controle de pragas, com a utilização de pós, extratos
aquosos e óleos em pequenas e médias propriedades ou em sistemas de cultivo
orgânico; b) fonte de novas moléculas, visando ao desenvolvimento de novos produtos,
mais seletivos e menos tóxicos aos organismos não-alvo que os inseticidas
convencionais utilizados.
Desta maneira, como as pesquisas têm demonstrado a possibilidade da
adoção dos inseticidas de origem vegetal no controle dos insetos-praga de grãos
armazenados, foi realizado este trabalho com o objetivo de avaliar, em condições de
laboratório, o potencial repelente e inseticida de Chenopodium ambrosioides L.,
Chenopodium quinoa Willd. e Chenopodium album L. (Chenopodiaceae), em relação a
S. zeamais e R. dominica, bem como identificar e avaliar a bioatividade de compostos
presentes nestas espécies vegetais sobre os besouros.
18
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Sitophilus zeamais Mots.1855
2.1.1 Distribuição geográfica e descrição
O gorgulho-do-milho, S. zeamais, coleóptero pertencente à família
Curculionidae, foi descrito por Motschulsky, em 1855, surgindo, a partir de então,
dúvidas quanto ao complexo de Sitophilus oryzae descrito por Linneu em 1763. Diversos
estudos foram realizados com o objetivo de estudar este complexo, até que, em 1961,
Kuschel propôs uma técnica para diferenciar estas espécies de curculionídeos com base
em caracteres da genitália.
É encontrado nas regiões tropicais e temperadas quentes no mundo inteiro
(HALSTEAD, 1963).
Rossetto (1969) realizou um levantamento em 182 municípios do Estado
de São Paulo com o objetivo de verificar a ocorrência do complexo de Sitophilus spp.,
demonstrando que S. zeamais é a espécie mais freqüente e mais importante para o
milho armazenado, causando os maiores danos, e distribuindo-se de forma generalizada
por todo o Estado.
2.1.2 Biologia e danos
Os adultos de S. zeamais medem cerca de 3,0 mm de comprimento, são
de coloração castanho-escura, com quatro manchas avermelhadas nos élitros, visíveis
logo após a emergência. Têm a cabeça projetada à frente em rostro curvado, onde
estão as peças bucais. Nos machos, esse rostro é mais curto e grosso do que nas
fêmeas. O pronoto é fortemente pontuado e os élitros densamente estriados. As larvas
são de coloração amarelo-clara com a cabeça mais escura e as pupas são brancas
(LORINI; SCHNEIDER,1994).
Rossetto (1972) citou os seguintes dados biológicos de S. zeamais:
período médio de ovo à emergência do adulto de 34 dias, com longevidade média dos
19
machos de 142 dias (variando de 85 a 221 dias) e das fêmeas de 140,53 dias (80 a 186
dias); período médio de pré-oviposição de 5,87 dias, variando de 4 a 12 dias; número
máximo de ovos por fêmea de 607 e período máximo de oviposição de 149 dias;
número médio de 282,20 ovos por fêmea com período médio de oviposição de 104,26
dias, e média de 2,70 ovos por dia; número mínimo de ovos por fêmea de 93 colocados
num período de 58 dias; período de incubação de 3 a 6 dias e emergência de 48,1 e
51,9% de adultos machos e fêmeas respectivamente, sendo que 26,9% dos ovos se
desenvolvem até a emergência dos adultos.
Os danos ocasionados por S. zeamais aos grãos em armazenamento
podem ser causados tanto pelas formas jovens (larvas), que se desenvolvem no interior
dos grãos, como pelos adultos (SANTOS; FONTES, 1990).
Segundo Santos e Cruz (1984), as perdas que ocorrem são,
principalmente, de peso, valor comercial, e nutritivo do milho. Lopes et al. (1988)
relataram aumento na perda de peso e mudanças na composição química do milho,
relacionados com o aumento do ataque do gorgulho.
2.2 Rhyzopertha dominica (Fabr.)
2.2.1 Distribuição geográfica
R. dominica ocorre principalmente nas regiões tropicais e subtropicais,
porém desenvolve-se também em zonas temperadas nos períodos quentes (ATHIÉ; DE
PAULA, 2002).
2.2.2 Descrição, biologia e danos
Os adultos de R. dominica são besouros de coloração castanho-escura,
com 2,3 a 4 mm de comprimento, com corpo cilíndrico, cabeça grande e escondida pelo
pronoto. Os ovos são colocados isoladamente ou agrupados em cachos, nas superfícies
ásperas. As fêmeas colocam de 300 a 500 ovos, de coloração branca. O período de
incubação, variável em função da temperatura, é de 15,5 dias a 26ºC (Potter,1935) e de
4,5 dias a 36ºC (BIRCH; SNOWBALL, 1945 apud LORINI; MIIKE; SCUSSEL, 2002). As
20
larvas são brancas, com cabeça castanha. A duração do período larval é de,
aproximadamente, 22 dias. O período pupal é de 5 dias. A longevidade dos adultos
atinge respectivamente, em média, 4,3 e 4,9 meses para fêmeas e machos. O ciclo
completo varia de 30 a 100 dias, conforme condições do meio e hospedeiro (GALLO et
al., 2002).
Após a eclosão, a larva cava diretamente sua entrada no interior do grão,
onde passa os quatro ou mais ínstares larvais e a fase de pupa, saindo quando adulto.
Mais de uma larva pode ser encontrada dentro de um grão (Evans,1981 apud ATHIÉ;
DE PAULA, 2002).
Esta praga possui elevado potencial de desenvolvimento em grãos de
trigo, cevada, milho e arroz (FARONI et al.,2004). Alimenta-se tanto da parte externa
quanto da interna dos grãos e é praga importante de cereais e de seus produtos.
Adultos e larvas se alimentam dos grãos, reduzindo-os a cascas ocas. Deixa os grãos
perfurados e com grande quantidade de resíduos na forma de farinha, decorrentes do
hábito alimentar. Possui grande número de hospedeiros, como trigo, cevada, triticale,
arroz e aveia (LORINI; MIIKE; SCUSSEL, 2002).
2.3 Inseticidas Botânicos
Os inseticidas de origem vegetal foram muito utilizados até 1940,
principalmente a nicotina, extraída das folhas de Nicotiana tabacum e Nicotiana rustica
(Solanaceae), associada á nornicotina e anabasina (VIEIRA; MAFEZOLI; BIAVATTI,
2001). Com o desenvolvimento dos inseticidas sintéticos, a partir da II Guerra Mundial, e
por estes serem mais potentes que os inseticidas botânicos, a utilização destes produtos
naturais foi substituída pelos produtos sintéticos, utilizados em larga escala até os dias
atuais.
Além da nicotina, outros inseticidas botânicos utilizados foram a piretrina,
extraída do piretro, Chrysanthemum cinerariaefolium (Asteraceae); a rotenona, extraída
de Derris spp. e Lonchocarpus spp. (Fabaceae); a sabadina e outros alcalóides,
extraídos da sabadila, Schoenocaulon officinale (Liliaceae) e a rianodina, extraída de
Rhyania speciosa (Flacuortiaceae) (Lagunes; Rodríguez, 1989).
21
O ressurgimento das pesquisas com inseticidas botânicos deveu-se à
necessidade de se dispor de novos compostos para uso no controle de pragas, sem os
problemas de contaminação ambiental, resíduos nos alimentos e aparecimento de
insetos resistentes (VENDRAMIM; CASTIGLIONI, 2000). Ainda segundo os autores, a
diminuição na diversidade de moléculas sintéticas com atividade inseticida e o
incremento nos custos de produção das mesmas, também têm estimulado os estudos
com inseticidas vegetais.
Vieira; Mafezoli e Biavatti (2001) relataram a possibilidade da obtenção de
melhores preços para os produtos certificados (ou chamados) "orgânicos", com a
utilização dos inseticidas de origem vegetal no sistema de produção.
Segundo Oliveira (1997), as plantas inseticidas são facilmente
encontradas, destacando-se as plantas das famílias Meliaceae, Labiatae, Umbeliferae,
Compositae, Lauraceae, dentre outras. Espécies vegetais pertencentes às famílias
Asteraceae, Annonaceae, Canellaceae e Rutaceae, também destacam-se como
promissoras para o desenvolvimento de novos inseticidas de origem vegetal
(JACOBSON,1989; MIANA et al.,1996).
Analisando-se a situação dos produtos armazenados, a importância dos
produtos naturais é ainda maior visto que os resíduos químicos dos inseticidas sintéticos
permanecem acumulados por mais tempo pelo fato de praticamente não haver atividade
metabólica no vegetal e principalmente pela não ocorrência de ação de fatores
climáticos como a chuva, sol, vento etc. que poderiam reduzir mais rapidamente o nível
de resíduos nos grãos tratados.
2. 3.1 Vantagens e desvantagens do uso de inseticidas botânicos
Os inseticidas botânicos apresentam uma série de vantagens para sua
adoção:
a) Alta disponibilidade de matéria-prima vegetal como fonte destes
inseticidas;
b) São biodegradáveis, reduzindo a persistência e a acumulação do pesticida
no meio ambiente;
22
c) Normalmente são seletivos, controlando os insetos-praga e não
prejudicando seus inimigos naturais ou insetos não-alvo;
d) Não apresentam os efeitos colaterais típicos dos inseticidas convencionais;
e) Apresentam menor probabilidade de desenvolvimento de resistência pelos
insetos, uma vez que existe mais de um princípio ativo presente no
produto vegetal;
f) São compatíveis com outros métodos de controle, possibilitando sua
adoção num sistema de manejo integrado de pragas (MIP).
Porém, deve-se considerar, em algumas situações, que alguns destes
fatores definidos como vantajosos podem ser interpretados como limitantes quando da
utilização desta tática de controle. Determinadas regiões apresentam alta diversidade da
flora, e conseqüentemente maior disponibilidade de matéria-prima vegetal, fonte para
obtenção dos inseticidas botânicos. Porém, algumas espécies vegetais com potencial
inseticida possuem uma distribuição limitada, o que poderia inviabilizar sua utilização em
determinadas localidades. Além deste fator, faz-se necessário o manejo e a exploração
racional destas espécies, para não promover um desequilíbrio dos ecossistemas em que
estas se encontram, ou até mesmo ocasionar a sua extinção.
A rápida biodegradação dos inseticidas de origem vegetal, considerada
uma das mais importantes vantagens destes produtos, por reduzir os riscos de
contaminação dos alimentos e do meio ambiente, pode ocasionar a necessidade de
sucessivas aplicações destes produtos botânicos, o que dificultaria o manejo das pragas
nas culturas.
Da mesma forma, a especificidade apresentada pelos inseticidas botânicos
pode acarretar a falha ou a necessidade da utilização de outro método de controle,
devido ao inseticida de origem vegetal adotado não apresentar resultado satisfatório. Os
inseticidas botânicos normalmente apresentam seletividade em relação aos inimigos
naturais e outros insetos benéficos, como os polinizadores, porém, em algumas
situações podem ser prejudiciais, devendo ser realizados estudos específicos sobre o
efeito destes produtos naturais sobre os organismos não-alvo (ISMAN, 1997).
23
2.3.2 Obtenção de inseticidas botânicos
As plantas inseticidas podem ser empregadas na forma de pós, extratos
aquosos ou não aquosos (acetônico, hexânico, clorofórmico, metanólico etc.) e óleos
(fixos ou essenciais) (Fig. 1).
Para obtenção dos pós, após a coleta do material vegetal a ser utilizado
(frutos, folhas, caules ou raízes) este é submetido à secagem (em estufa a cerca de
40°C ou à sombra) e moído, na granulometria desejada, e posteriormente armazenado
em recipientes hermeticamente fechados.
No caso dos extratos aquosos, após a coleta, secagem e moagem, os pós
são submetidos à imersão em água (a frio ou a quente), homogeneização e extração
propriamente dita (por aproximadamente 24 horas) e filtração (com utilização de um
tecido fino ou peneira).
Figura 1 - Esquema das fases para obtenção de produtos vegetais (pós, extratos e
óleos fixos)
Existem diferentes formas para obtenção de extratos não aquosos
provenientes de plantas. Para preparo destes extratos, uma das técnicas que pode ser
utilizada é, após a secagem do material vegetal, a imersão deste em solvente (hexano,
Ág
ua
Solvente or
g
ânico
Extrato não a
q
uosoExtrato a
q
uoso
Imersão
Pós
Moa
em
Seca
g
em
Coleta do vegetal
Prensa
g
em Óleo
Extra
ç
ão/Filtra
g
em
24
clorofórmio, metanol etc.), com posterior filtragem, evaporação a vácuo e concentração
dos extratos. Normalmente, este processo de preparo propicia a obtenção de menor
quantidade de extrato, o que, aliado à restrita comercialização destes solventes e aos
riscos de intoxicação e contaminação com o seu manuseio, dificulta a sua utilização
diretamente no controle de pragas. Por isso, tais extratos são empregados em testes
laboratoriais com o objetivo de avaliar a bioatividade da espécie vegetal, auxiliando no
processo de identificação e isolamento das substâncias químicas responsáveis pela
atividade inseticida.
Os óleos podem ser obtidos a partir da prensagem do material vegetal
(geralmente frutos ou sementes), os quais podem ser frescos ou secos (geralmente ao
sol). Após a prensagem, o óleo é extraído e armazenado em recipientes apropriados.
Estes são os chamados óleos “fixos”. Os óleos essenciais ou voláteis podem ser obtidos
de diferentes maneiras, sendo que uma das formas mais utilizadas é o arraste com
vapor d’água. Para extração dos óleos voláteis de frutos cítricos (Rutaceae) pode ser
realizada a prensagem deste material vegetal. Estes óleos voláteis têm apresentado
potencial para uso no controle de pragas e têm sido alvo de inúmeras pesquisas.
2.3.3 Efeito e utilização dos inseticidas botânicos sobre insetos
Entre os diferentes efeitos que os inseticidas de origem vegetal podem
apresentar sobre os insetos estão: repelência, inibição da alimentação e/ou do
crescimento, alterações do sistema hormonal e morfogenéticas, alterações no
comportamento sexual, esterilização dos adultos, mortalidade na fase imatura ou adulta,
entre outros.
Embora se espere que os inseticidas de origem vegetal demonstrem alta
atividade inseticida, outros efeitos apresentados, que não a mortalidade dos insetos, são
também de grande interesse. Quando da utilização dos inseticidas botânicos, deve-se
objetivar a redução da densidade populacional das pragas, seja através da mortalidade
das formas imatura ou adulta, ou simplesmente pela inibição da alimentação e
oviposição dos insetos, colaborando para adoção conjunta deste método com outras
técnicas de controle. Devido a estes importantes efeitos não inseticidas apresentados
25
pelos produtos botânicos, alguns pesquisadores passaram a utilizar o termo plantas
insetistáticas ao invés de plantas inseticidas. Todavia, o termo planta inseticida tem sido
utilizado ao longo dos anos, em virtude dos primeiros inseticidas de origem vegetal
terem sido utilizados com o objetivo de matar os insetos, tornando-se consagrado no
meio científico (GALLO et al, 2002).
Para a realização de pesquisas ou o emprego prático dos inseticidas de origem
vegetal no controle de pragas, é fundamental a preocupação com a manutenção da
fonte de matéria-prima a ser utilizada, priorizando-se plantas com maior distribuição,
facilitando sua obtenção e aplicação; explorar espécies perenes em relação às anuais,
permitindo a coleta periódica do material vegetal; coletar estruturas vegetais que não
comprometam o desenvolvimento da planta, como frutos e folhas, seguidos por caules e
raízes; quando possível e apropriado realizar o cultivo da planta inseticida, de maneira a
aumentar a disponibilidade de recurso vegetal. Em relação à introdução e cultivo destas
espécies vegetais com propriedades inseticidas, torna-se necessário um profundo
estudo econômico e ambiental a respeito desta real necessidade, pois muitas vezes as
espécies nativas podem apresentar resultados semelhantes às introduzidas. Aspectos
sobre os custos envolvidos na introdução e obtenção da matéria-prima vegetal e dos
produtos botânicos prontos para utilização também são importantes e devem ser
considerados.
Para avaliação da bioatividade dos inseticidas botânicos (efeito inseticida,
repelente e/ou atraente, sobre desenvolvimento etc.) sobre os insetos, podem ser
realizados experimentos de campo ou casa de vegetação, utilizando-se parcelas
tratadas e não tratadas e avaliando-se a população e oviposição da praga ou o dano na
planta. Em laboratório, pode-se avaliar a oviposição, consumo de alimento, duração do
ciclo biológico, peso e tamanho, mortalidade das fases imatura e adulta, fecundidade e
fertilidade. Outra alternativa é a incorporação destes produtos naturais em dietas
artificiais, desenvolvidas para determinadas espécies de insetos, comparando-se dietas
com e sem extratos, óleos ou substâncias isoladas das espécies vegetais. Em relação
às pragas de grãos armazenados, podem ser utilizadas amostras de grãos com e sem
adição e/ou aplicação de pós, óleos ou extratos, comparando-se a diferença na
oviposição, duração do ciclo, peso e tamanho, mortalidade dos adultos, fecundidade e
26
fertilidade ou a diferença nos danos quantitativos e qualitativos provocados pelos insetos
(GALLO et al., 2002).
2.4 Efeito de substâncias de origem vegetal sobre pragas de grãos armazenados
A possibilidade de controlar as condições ambientais dentro das
instalações de armazenamento de grãos, minimizando o efeito negativo destes fatores,
possibilita perspectivas positivas de sucesso quando do emprego de inseticidas de
origem vegetal nestas condições. Nestes locais, os inseticidas botânicos podem ser
empregados na forma de pós, extratos (aquosos ou não aquosos) e óleos.
O efeito tóxico da pimenta-do-reino, Piper nigrum, sobre pragas de grãos
armazenados foi demonstrado por Su (1977). O autor observou alta mortalidade de
adultos de Sitophilus oryzae quando expostos a grãos de trigo tratados com o extrato
etanólico e com o pó do vegetal.
Pós obtidos de pimenta-malagueta foram eficientes no controle de
Callosobruchus maculatus em caupi armazenado, durante um período de 60 dias
(FILGUEIRA; BEZZERRA NETO, 1989). Ofuya (1990) testou o efeito de pós obtidos de
15 espécies vegetais sobre a oviposição de C. maculatus em sementes de Vigna
unguiculata, observando redução na oviposição do inseto nas sementes misturadas a
pós de Nicotiana tabacum, Erythrophleum suaveolens e Ocimum gratissimum.
Makanjuola (1989) observou que extratos de folhas e sementes de
Azadirachta indica (nim), ocasionaram redução na oviposição, viabilidade de ovos e
emergência de adultos de C. maculatus, além da diminuição na emergência de adultos
de S. oryzae. Lale e Abdulrahman (1999) também observaram que o óleo obtido de
sementes de A. indica reduzem a oviposição e a emergência de adultos de C.
maculatus.
Estudando a atividade inseticida de extratos obtidos de 30 espécies
vegetais em relação a diferentes insetos, entre estes Zabrotes subfasciatus, Saito et al.
(1989) observaram melhores resultados em relação a esta espécie com o extrato
hidroalcoólico de raíz de Potomorphe umbellata, que causou 40% de mortalidade.
27
Khaire; kachar e Mote (1992), trabalhando com diferentes óleos vegetais,
demonstraram que óleos de P. glabra, de A. indica e de Ricinus communis, aplicados
em grãos de Cajanus cajan, reduziram a emergência de adultos de C. chinensis.
Avaliando o efeito tóxico de 11 extratos de plantas sobre A. obtectus,
Prostephanus truncatus e S. oryzae, Niber; Helenius e Varis (1992) concluíram que
extratos provenientes de sementes de R. communis causaram mortalidade de adultos
após 0,1 a 6,6 dias para A. obtectus; 0,4 a 4,4 dias para S. oryzae e 6,5 dias para P.
truncatus. Com folhas de Solanum nigrum, estes valores variaram de 0,1 a 7,9 dias para
A. obtectus; 1,0 a 11,0 dias para S. oryzae e 16,8 dias para P. truncatus. Okonkwo e
Okoye (1992) demonstraram que pós de folhas de mamona ocasionam 100% de
mortalidade para adultos de C. maculatus, após um período de exposição de 7 dias,
apresentando esta atividade por mais de três meses.
Segundo Regnault-Roger e Hamraoui (1993), plantas aromáticas da família
Labiatae ocasionaram decréscimo na oviposição e emergência de adultos de A.
obtectus em feijão, destacando-se, entre estas, Origanum serpyllum.
Williams e Mansingh (1993) testaram o potencial inseticida de extratos
etanólicos de folhas de 60 plantas pertencentes a 32 famílias e 52 gêneros, em relação
a adultos de T. confusum, observando que 13 extratos ocasionaram índices de
mortalidade variáveis entre 53 e 100%, com destaque para Bontia daphnoides, Cuscuta
americana, Dioscorea polygonoides e N. tabacum, que apresentaram total atividade
inseticida.
Pacheco e López-Olguin (1994) avaliaram o uso dos pós de Argemone
mexicana e de R. communis para controle de S. cerealella em milho armazenado. Os
autores verificaram 71 e 56% de mortalidade para A. mexicana e R. communis
respectivamente, além da diminuição na emergência de adultos.
Rodríguez e Sanchez (1994) avaliaram o potencial inseticida de diferentes
espécies vegetais em relação a adultos de Z. subfasciatus, destacando que 18 espécies
vegetais apresentaram resultados satisfatórios, sendo o melhor obtido com pós de
folhas de P. dioica, com 84,6% de mortalidade.
Boff e Almeida (1995) constataram que extratos de pimenta-do-reino,
Piper
nigrum, aplicados sobre grãos de milho, exercem ação protetora contra lagartas de
28
Sitotroga cerealella por 90 dias, além de provocarem mortalidade superior a 90%,
constituindo-se uma alternativa viável a sua utilização no tratamento de grãos de milho
destinados ao plantio.
Paneru; Patourel e Kennedy (1997) relataram maior tolerância de S.
granarius em relação ao pó de A. calamus, quando comparado a adultos de S. oryzae.
Extratos e pós de Trigonella foenum-graecum ocasionaram mortalidade de
adultos e inibiram a oviposição de A. obtectus, além de serem tóxicos às larvas de T.
castaneum (PEMONGE; PASCUAL-VILLALOBOS; REGNAULT-ROGER, 1997).
Márquez e López (1998) estudaram o efeito inseticida de plantas silvestres
sobre Z. subfasciatus, destacando H. excelsa, A. diversifolia, Pachyrhizus erosus e
Caesalpinia pulcherrima como as mais promissoras para o controle do inseto.
García (1998) observou que plantas de R. communis e Buddleia cordata,
aplicadas a 2% de concentração, a cada três meses, diminuíram a infestação de S.
cerealella em milho armazenado, por um período de 9 meses, além de reduzirem as
perdas ocasionadas, em 82% para R. communis e 77% para B. cordata.
Allotey e Azalekor (2000) testaram a atividade inseticida de pós de Citrus
sinensis, Chromolaena odorata e Eichhornia crassipes sobre Corcyra cephalonica,
observando redução na emergência de adultos quando da aplicação de pós de C.
sinenses. Rani e Jamil (1989) verificaram diminuição na emergência de adultos e
mortalidade de lagartas de C. cephalonica ocasionada pela aplicação de extratos
provenientes de E. crassipes.
Mazzonetto (2002) analisou o efeito repelente e inseticida de 18 espécies
vegetais sobre A. obtectus e Z. subfasciatus, observando atividade repelente, em
relação aos adultos de ambas as pragas, para pós de C. ambrosioides, f. (forma) 1 e f.2,
folhas de E. citriodora, Mentha pulegium e Ruta graveolens, e para frutos de Citrus
reticulata (laranja cv. Murcote). Em relação ao potencial inseticida, o autor verificou para
adultos de Z. subfasciatus, total atividade e inibição da oviposição, quando da utilização
de pós de C. ambrosioides (f.2), M. pulegium, Ocimum basilicum e R. graveolens. Para
A. obtectus, resultados semelhantes foram obtidos com pós de C. ambrosioides (f.2) e
folhas de Coriandrum sativum.
29
Kim et al. (2003b), estudando a atividade inseticida de extratos metanólicos
de 30 espécies vegetais, em relação a S. oryzae e C. chinensis, constataram alta
mortalidade com extratos de Cinnamomum cassia, de Acorus calamus var. angustatus,
de A. gramineus, de Illicium verum, de Foeniculum vulgare e de C. sieboldii.
Kim et al. (2003a) observaram alta mortalidade de adultos de Lasioderma
serricorne com o uso de extratos metanólicos de Agastache rugosa, de Cinnamomum
cassia, de Illicium verum e de Foeniculum vulgare.
Boeke et al. (2004) avaliaram a toxicidade e a repelência de 33 espécies
vegetais sobre Callosobruchus maculatus. Os autores verificaram que pós de Nicotiana
tabacum, de Tephrosia vogelii e de Securidaca longepedunculata afetaram a progênie
do inseto. As espécies Clausena anisata, Dracena arborea, T. vogelli, Mamordica
charantia e Blumea aurita apresentaram efeito repelente ao besouro.
2.4.1 Bioatividade sobre S. zeamais e R. dominica
Na literatura, diversas pesquisas têm demonstrado o potencial inseticida de
espécies vegetais sobre os besouros S. zeamais e R. dominica.
Segundo Sighamony et al. (1986), grãos de trigo tratados com óleos de
cravo-da-índia, cedro e Pongamia glabra, e com extrato de pimenta protegem grãos de
trigo contra danos de Rhyzopertha dominica.
Oji (1991) estudou a proteção exercida por pó e extrato de sementes de P.
guineense contra S. zeamais em milho armazenado. O autor observou que tanto o pó
como o extrato dessa planta foram letais a S. zeamais por seis meses, diminuindo os
danos aos grãos, além de não prejudicarem a germinação.
Maredia; Segura e Mihm (1992) verificaram alterações na sobrevivência de
adultos de S. zeamais expostos ao pó e ao óleo de sementes de nim.
Segundo Tiwari (1994), o pó de A. calamus possui atividade inseticida em
relação a R. dominica, diminuindo a infestação e reduzindo a progênie.
Pós de espécies vegetais, pertencentes a 38 famílias, foram testados para
avaliar o efeito na sobrevivência e emergência de adultos de S. zeamais. Vinte e duas
espécies vegetais foram promissoras, com melhores resultados para pós de folhas de
30
Pimenta dioica, ocasionando 63,4% de mortalidade e pós de folhas de Carica papaya
reduzindo em 36% a emergência de adultos (Rodríguez; Sanchez, 1994).
Márquez e López (1998) estudaram o efeito inseticida de plantas silvestres
sobre S. zeamais, destacando Hippocratea excelsa e Annona diversifolia como mais
promissoras para controle de S. zeamais.
Rodríguez (1999) relatou o uso de folhas, sementes e do óleo de nim no
controle de R. dominica, utilizando o pó a 1% de concentração e o óleo entre 0,2 e
0,5%.
Cruz et al. (1999) testaram 22 espécies vegetais com o objetivo de verificar
a atividade inseticida sobre adultos de S. zeamais. Foram utilizados pós de 12 plantas
(flores e folhas em conjunto), recém-processados e após 10 meses do armazenamento.
Os autores verificaram que pós recém-obtidos de Dalea bicolor e Stevia serrata foram
mais efetivos ocasionando 100 e 50,83% de mortalidade. Após 10 meses da obtenção
do pó, Crotalaria ovalis e Asclepias linaria provocaram 80,66 e 66,60% de mortalidade.
Outras 10 espécies vegetais, folhas e flores separadamente, foram testadas, obtendo-se
melhores resultados para Dyssocodia acerosa, flor e folha, com 91,65 e 88,30% e
Pinnaroppapus roseus, folha e flor, com 90 e 85% de mortalidade de adultos.
Pesquisando o potencial inseticida de folhas e flores de 40 espécies
vegetais da família Asteraceae em relação a adultos de S. zeamais, Flores; Pineda e
Pineda (1999) observaram para 12 espécies vegetais índices entre 78 e 95% de
mortalidade. Os autores destacaram Chrysactinia mexicana como a espécie mais
promissora para controle da referida praga. Angel et al. (2000) avaliaram a atividade
inseticida de folhas de C. mexicana e Tagetes lucida sobre adultos de S. zeamais, em
três diferentes concentrações e cultivares de milho, observando também melhores
resultados para C. mexicana.
Pineda; Flores e Pineda (1999) citaram Dyssodia pentachaeta,
Melampodium divaricatum, Heliopsis annua e Parthenium incanum, também
pertencentes à família Asteraceae, como promissoras para controle de S. zeamais,
ocasionando respectivamente 78,33; 76,66; 80,55 e 79,38% de mortalidade de adultos.
Haque et al. (2000) avaliaram a atividade inseticida de 13 plantas tropicais
sobre S. zeamais, concluindo que sementes de Basella alba e folhas de Operculina
31
turpethum e Calotropis gigantea atrasaram o desenvolvimento e reduziram a
emergência dos adultos, diminuindo a capacidade de crescimento da população do
inseto.
O efeito inseticida do pó de folhas de P. incanum, Zinnia acerosa e Zinnia
peruviana, em quatro concentrações e três cultivares de milho, foi estudado por Nieto;
Flores e Pineda (2000) em relação a adultos de S. zeamais. Os autores observaram
maior mortalidade com pó de Z. acerosa, a 1% de concentração, associado à cultivar
Cacahuazintle. Segundo os autores, estes resultados demonstram que a associação de
pós vegetais e a dureza de grãos podem ser úteis no controle deste inseto.
2.5 Chenopodium ambrosioides L.
2.5.1 Origem, morfologia e biologia
A erva-de-santa-maria, C. ambrosioides, é originária da América,
provavelmente do México, No Brasil, é amplamente disseminada, vegetando
especialmente em lugares férteis e em torno de habitações, hortas e jardins .
Além de erva-de-santa-maria, essa planta também é popularmente
conhecida por mastruço, menstruço, ambrosia, erva-formigueira e erva-mata-pulgas; é
uma planta herbácea, pertencente à família Chenopodiaceae (CORREA,1984a;
CRUZ,1995; MORGAN,1994).
Segundo Lorenzi (2000), apresenta como sinonímias: Ambrina
ambrosioides (L.) Spach, Blitum ambrosioides (L.) Beck, Chenopodium ambrosioides
var. angustifolium Moq., Chenopodium ambrosioides var. anthelminticum, Chenopodium
ambrosioides var. dentata Fenzl, Chenopodium anthelminticum L.
Planta anual ou perene, que se reproduz por sementes. tem alta produção
destas podendo chegar a dezenas de milhares por planta. A planta prefere solos de
textura média, com boa fertilidade e suprimento moderado de água, tolerando solos
salinos. O desenvolvimento vegetativo é favorecido por boa iluminação e as plantas se
tornam mais competitivas em regiões e em épocas de dias longos, sendo o
florescimento estimulado por dias curtos (KISMANN, 1999).
32
Possuem caule ereto, variando em altura de 0,20 a 1,50 m, sulcado e
muito ramificado. Os ramos floríferos são delgados e muito folhosos, de coloração
verde-clara ou verde-amarelada, lustrosos, com as folhas maiores nos eixos primários e
nos ramos principais alternas, oblongas, compridas, lanceoladas, agudas ou
obtusamente sinuosas, denteadas, raras vezes inteiras, glabras na face superior e um
pouco hirsutas na face inferior; as demais folhas são lanceoladas-lineares, adelgaçadas,
remontantes, denteadas; inflorescências em glomérulos de muitas flores, muito
pequenas, verde-amareladas; fruto envolto no cálice; sementes muito pequenas, pretas
e lustrosas (CORREA,1984a).
Furlan (1983) utiliza além destes parâmetros para caracterização de C.
ambrosioides, a ocorrência de glândulas oblongas na porção superior do ovário, estigma
trífido e embrião não circundando totalmente o perisperma.
Maiores detalhes quanto à caracterização e separação de subespécies e
formas de C. ambrosioides podem ser encontradas no levantamento das espécies
americanas do gênero Chenopodium realizado por Aellen e Just em 1943.
2.5.2 Atividade repelente e inseticida
Malik e Naqvi (1984) testaram sete plantas indígenas para verificar seu
efeito repelente sobre T. castaneum e sua possível atividade antialimentar sobre R.
dominica, pragas de grãos armazenados, constatando que o rizoma de Saussarea lappa
demonstrou a melhor atividade repelente, e extratos de folhas de C. ambrosioides
apresentaram o maior efeito antialimentar sobre os insetos testados.
Peterson et al. (1989) caracterizaram e isolaram compostos biologicamente
ativos de extratos hexânico e etanólico de frutos de C. ambrosioides com propriedades
inseticidas sobre T. castaneum e S. granarius. Os autores isolaram quatro frações de C.
ambrosioides que demonstraram esta atividade.
Su (1991) avaliou a toxicidade e repelência através da aplicação tópica do
óleo de C. ambrosioides sobre quatro pragas de grãos armazenados, C. maculatus, S.
oryzae, Lasioderma serricorne e T. confusum. O autor encontrou alta toxicidade sobre
C. maculatus, com total mortalidade de adultos, e sobre L. serricorne com 92,5% de
33
mortalidade, e menores valores para S. oryzae (52,5%). Em relação a T. confusum, o
autor relatou baixo efeito tóxico. Além destes resultados, o óleo também apresentou
atividade repelente para S. oryzae quando aplicado sobre grãos de trigo.
Novo; Viglianco e Nasseta (1997) avaliaram a repelência de diferentes
extratos de C. ambrosioides e de outras espécies vegetais sobre T. castaneum,
concluindo que o extrato de C. ambrosioides possui atividade repelente, indicando ser
uma possível alternativa para controle de T. castaneum e de outras pragas de grãos
armazenados.
Procopio e Vendramim (1997), verificando a atividade inseticida de seis
pós de origem vegetal em relação a A. obtectus, observaram que C. ambrosioides
ocasionou mortalidade de 100% dos insetos já no primeiro dia de avaliação, não
ocorrendo emergência de nenhum adulto. Os autores determinaram o limiar de atividade
inseticida, verificando-se 100% de mortalidade dos adultos com uma dosagem de 0,15 g
do pó/ 20 g de trigo.
Rodríguez (2000) constatou atividade inseticida de C. ambrosioides em
relação a pragas de grãos armazenados pertencentes a diferentes famílias, como
Bruchidae, Anobiidae, Bostrichidae, Curculionidae e Tenebrionidae.
Tapondjou et al. (2002) testaram pós obtidos de folhas de C. ambrosioides
sobre seis pragas de grãos armazenados, entre estas, S. zeamais, observando 100% de
mortalidade de adultos desta espécie na concentração de 6,4%, após 2 dias de
exposição ao pó.
Mazzonetto (2002) estudou o efeito associado de genótipos de feijoeiro e
pós de origem vegetal (0,3 g de pó/10 g de feijão), sobre Z. subfasciatus e A. obtectus,
verificando repelência de adultos de ambas as espécies, quando da utilização de pós
provenientes da parte aérea de C. ambrosioides f. (forma) 1 e f.2. O autor observou total
mortalidade de adultos de ambas as espécies quando da exposição destes a grãos
tratados com os pós de C. ambrosioides f.2.
Procópio et al. (2003) verificaram que a adição de pós de C. ambrosioides
em grãos de milho ocasionou total mortalidade de adultos de S. zeamais, inibindo assim
a emergência de novos insetos. Silva; Lagunes e Rodríguez (2003) também
34
constataram alta mortalidade de adultos de S. zeamais com o uso de pós de C.
ambrosioides.
Silva et al. (2005), avaliando o potencial inseticida de pós de 23 espécies
vegetais, em relação a S. zeamais, verificaram mortalidade e redução na emergência de
adultos, além da menor perda de peso dos grãos, quando do uso de pós de C.
ambrosioides. Tavares e Vendramim (2005a) também observaram alta mortalidade e
redução na emergência de adultos de S. zeamais quando da adição de pós de frutos de
C. ambrosioides em grãos de trigo. Tavares e Vendramim (2005b) observaram, além do
efeito inseticida por contato, atividade tóxica via fumigação de pós de frutos de C.
ambrosioides em relação à fase imatura e adultos de S. zeamais.
2.5.3 Compostos químicos identificados
O principal componente ativo do óleo de C. ambrosioides é o ascaridol,
ocorrendo também o cineol, limoneno, os ácidos butírico e salicílico, além de outros
componentes como trans-pinocarveol, α-terpineno e p-cimeno (MUHAYAMANA;
CHALCHAT e GARRY, 1998; ONOCHA et al., 1999; SAGREIRO-NIEVES; BARTLEY,
1995; SANTOS; TORRES e LEONART ,1988).
Lawrence (1999) destacou diversos estudos demonstrando que o principal
princípio ativo encontrado em C. ambrosioides é o ascaridol, porém ocorrendo
irregularidades no que se refere à sua quantificação, o que poderia estar relacionado à
variedade botânica em que foi realizado o estudo, encontrando menores teores de
ascaridol na variedade ambrosioides e maiores na variedade anthelminticum.
35
2.6 Chenopodium album L.
2.6.1 Origem, morfologia e biologia
Essa espécie é originária da Europa, sendo nativa também na Ásia. Na
América do Sul, é mais freqüente no Cone Sul. No Brasil, tem ampla distribuição, mas
aparece quase sempre em forma de bolsões. É uma das plantas com mais vasta área
de distribuição pelo mundo (KISMANN, 1999). Segundo Lorenzi (2000), é uma planta
daninha amplamente disseminada no Centro-Sul do país, infestando principalmente
culturas de inverno, entretanto, é capaz de vegetar também na estação do verão.
É conhecida popularmente por ançarinha-branca, erva-formigueira-branca,
falsa-erva-de-santa-maria, erva-de-são-joão e fedegosa. São plantas herbáceas,
suculentas quando novas, eretas, podendo alcançar até 1,80 m de altura. No Brasil,
atingem cerca de 0,80-1,00 m de altura. Quando há espaço ramificam-se intensamente
desde a base (KISMANN, 1999).
As folhas são de formato e tamanho variáveis. As inferiores pecioladas,
com margens denteadas, com 8 cm de comprimento e 3 cm de largura, mostrando três
nervuras a partir da base. As superiores são curto-pecioladas, mais estreitas e de
formato lanceolado, de comprimento reduzido e com apenas uma nervura mediana. A
cor das folhas é verde na face ventral e verde-acinzentada na dorsal. Em folhas novas
aparece um intenso depósito pulverulento branco, de origem glandular. Apresenta
inflorescência com flores pequenas, agrupadas em glomérulos que se dispõem em
espigas, as quais se reúnem em panículas. Os frutos são utrículos indeiscentes,
lenticulares, com 1,2-1,4 mm diâmetro. Na região Sul do Brasil, a germinação ocorre
principalmente no outono, mas também pode ocorrer na primavera. Em regiões e
épocas de dias longos, as plantas crescem mais e por isso tornam-se mais competitivas.
O florescimento é estimulado pela diminuição das horas de iluminação. As plantas
adaptam-se a condições variadas de solo, preferindo os férteis e ricos em matéria
orgânica (KISMANN, 1999).
36
2.6.2 Atividade inseticida
Na literatura há poucos trabalhos visando demonstrar o potencial inseticida
de extratos de C. album objetivando seu uso no controle de insetos.
Em relação a pragas de produtos armazenados, Dwivedi; Anand e Kumar
(1999), estudando a atividade ovicida de extratos de seis plantas sobre Corcyra
cephalonica, observaram que o extrato de folhas de C. album reduziu em 70% a
viabilidade dos ovos desta praga. Silva-Aguayo et al. (2005) avaliaram o efeito inseticida
de pós de C. album sobre S. zeamais e não observaram promissor potencial para esta
espécie vegetal em relação ao inseto.
2.7 Chenopodium quinoa Willd.
2.7.1 Origem, morfologia e biologia
C. quinoa é uma planta originária dos Andes, sendo cultivada nesta região
há milênios. A principal característica é a qualidade de sua proteína, comparável à
caseína do leite. Por ser mais equilibrada, pode complementar a alimentação de
humanos, aves e suínos (SPEHAR; SOUZA,1993).
É uma espécie anual, com ciclo variável entre 80 e 140 dias, com 100 a
150 cm de altura; folhas ovado-triangulares, sinuadas; flores verdes, numerosas,
dispostas em panículas axilares e terminais; sementes pequenas, achatadas, pálidas ou
vermelho-escuras, conforme a variedade. Quando amadurecem, ao cair no solo,
germinam rapidamente na presença de umidade. No início da cultura, por serem
pequenas, as plantas são pouco competitivas com as invasoras (CORREA, 1984b).
2.7.2 Atividade inseticida
Estudando o efeito inseticida do extrato aquoso e em clorofórmio de C.
quinoa em relação a S. zeamais, Iannacone e Quispe (2003) verificaram 73,38% de
mortalidade de adultos deste inseto, após exposição ao extrato. Silva-Aguayo et al.
37
(2005) não constataram redução na sobrevivência e emergência de adultos de S.
zeamais em grãos de milho tratados com pós de C. quinoa.
2.8 Óleos essenciais
2.8.1 Considerações gerais
Óleos essenciais, também chamados de óleos voláteis, óleos etéreos ou
essências, são definidos como os produtos obtidos de partes de plantas através de
destilação por arraste com vapor d'água, como também os produtos obtidos por
expressão dos pericarpos de frutos cítricos (família Rutaceae), geralmente
compreendendo misturas complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, normalmente
líquidas e odoríferas (SIMÕES; SPITZER,2003).
Sua principal característica é a volatilidade, diferenciando-se desta forma
dos óleos fixos, obtidos geralmente de sementes. Além desta característica, outra
importante refere-se ao aroma agradável e intenso, sendo por esta razão denominados
de essências (CRAVEIRO et al., 1981). Possuem sabor geralmente acre (ácido) e
picante. É incolor quando recentemente extraído ou ligeiramente amarelado, com baixa
estabilidade, principalmente na presença de luz, ar, calor, umidade e metais (SIMÕES;
SPITZER, 2003). Podem ser utilizados para conferir aromas e odores especiais, além de
inúmeros produtos como perfumes, cosméticos, sabonetes, condimentos, doces etc.
Outros componentes possuem propriedades farmacológicas (antibacterianos,
analgésicos, sedativos, expectorantes, entre outros) (CHAMBLEE; CLARK
JUNIOR,1992; CRAVEIRO et al., 1981).
Na agricultura, o conhecimento de que alguns compostos presentes em
óleos essenciais podem atuar como antimicrobianos e repelentes e/ou tóxicos para os
herbívoros tem estimulado pesquisas visando o uso de plantas aromáticas no controle
de pragas e doenças (SAITO; SCRAMIN, 2000).
Óleos essenciais são raramente encontrados em gimnospermas. Em
angiospermas monocotiledôneas, a ocorrência é relativamente rara. Em angiospermas
dicotiledôneas, a ocorrência é abundante, como nas famílias Asteraceae, Apiaceae,
38
Lamiaceae, Lauraceae, Myrtaceae, Myristicaceae, Piperaceae, Rutaceae, entre outras
(SIMÕES; SPITZER, 2003). Segundo Craveiro et al. (1981), cerca de 60 famílias
botânicas apresentam espécies vegetais produtoras de óleos essenciais.
Os voláteis podem ocorrer em estruturas secretoras especializadas, tais
como em pêlos glandulares, células parênquimáticas diferenciadas, canais oleíferos ou
em bolsas lisígenas ou esquizolisígenas. Podem ser armazenados nas flores, folhas ou
ainda nas cascas dos caules, madeira, raízes, rizomas, frutos ou sementes, podendo,
dentro de uma mesma planta, sua composição variar de acordo com a localização. Além
disto, o óleo essencial quando extraído de uma mesma estrutura de uma espécie
vegetal têm sua composição química significativamente diferenciada, de acordo com a
época de coleta, condições climáticas e de solo. Outros fatores de variabilidade
importantes são a ocorrência de quimiotipos (espécies vegetais botanicamente
idênticas, porém diferindo quimicamente) e também o processo de obtenção, o qual
pode provocar hidrólise de ésteres, rearranjos, oxidações etc. (SIMÕES; SPITZER,
2003).
2.8.2 Bioatividade em relação a pragas de grãos armazenados
O potencial inseticida e repelente de óleos essenciais obtidos de espécies
vegetais de diferentes famílias botânicas, em relação a pragas de grãos armazenados,
tem sido alvo de inúmeros trabalhos.
El-Nahal; Schmidt e Risha (1989) estudaram o efeito tóxico do óleo
essencial de Acorus calamus L., em relação a adultos de Sitophilus granarius, S. oryzae,
R. dominica, T. confusum e C. chinensis, observando maior suscetibilidade para C.
chinensis e baixa toxicidade para T. confusum e R. dominica. Os autores também
verificaram que S. granarius foi mais suscetível quando comparado a S. oryzae. Risha;
El-Nahal e Schimdt (1990) avaliaram o efeito inseticida do óleo essencial obtido de A.
calamus sobre a fase imatura de S. granarius, S. oryzae, T. confusum e C. chinenses,
obtendo melhores resultados em ovos de C. chinensis, seguidos por ovos de S.
granarius e S. oryzae, não constatando atividade em relação a ovos de T. confusum. Os
39
autores não verificaram ação do material sobre as fases larval e pupal dos insetos
testados.
Jembere et al. (1995), avaliando a atividade inseticida do óleo essencial de
folhas de Ocimum kilimandscharicum (Labiatae), em relação a S. zeamais, R. dominica
e S. cerealella, em grãos de milho e sorgo, constataram redução significativa na
sobrevivência dos adultos e na emergência de novos adultos para as três pragas
avaliadas. Os autores também observaram, com a aplicação do óleo nos grãos, alta
repelência para S. zeamais. De maneira semelhante, o óleo essencial de O. suave
ocasionou alta mortalidade de adultos de S. zeamais, R. dominica e S. cerealella
quando aplicado em grãos de milho e sorgo (BEKELE; OBENG-OFORI; HASSANALI,
1996)
Okonkwo e Okoye (1996) estudaram o efeito inseticida dos óleos
essenciais de P. guineense, Mondora myristica, D. tripetala e Xylopia aethiopica sobre
C. maculatus e S. zeamais. Os autores verificaram total efeito inseticida sobre os
adultos de C. maculatus e S. zeamais, com os óleos provenientes de D. tripetala e P.
guineense.
Mortalidade e redução na emergência de adultos de T. castaneum e S.
zeamais são relatados com o uso do óleo de Allium sativum, sendo este mais efetivo em
relação ao primeiro (HO et al., 1996). Trabalhando com dois compostos presentes no
óleo essencial de A. sativum contra S. zeamais e T. castaneum, Huang, Chen, Ho
(2000a) observaram ação por contato e fumigação em relação às duas espécies,
obtendo maior toxicidade para T. castaneum, além da redução da viabilidade de ovos e
menor emergência de adultos desta espécie.
O óleo essencial de O. kenyense, espécie pertencente à família Labiatae,
aplicado em grãos de milho e sorgo, afetou a sobrevivência de adultos de R. dominica e
S. cerealella, além de diminuir a emergência dos insetos. O potencial repelente deste
óleo também foi relatado por Bekele; Obeng-Ofori e Hassanali (1997).
Liu e Ho (1999) avaliaram a atividade inseticida e repelente do óleo
essencial de Evodia rutecarpa sobre S. zeamais e T. castaneum, demonstrando maior
suscetibilidade de S. zeamais em aplicação tópica. Quanto ao efeito fumigante e
repelente, os autores observaram melhores resultados em relação a T. castaneum.
40
Huang; Lam e Ho (2000), avaliando a sobrevivência e a emergência de
adultos de S. zeamais e T. castaneum, após a aplicação do óleo essencial de Elletaria
cardamomum, observaram redução nestes parâmetros pela aplicação deste.
Oliveira e Vendramim (2001) estudaram a bioatividade do óleo essencial
de folhas de canela, Cinnamomum zeylanicum, sobre adultos de Z. subfasciatus. Os
autores observaram aumento da repelência de acordo com a dose utilizada, variando de
63,2% a 96,3%, além de total mortalidade e redução no número de ovos viáveis e
emergência de adultos desta praga.
Bouda et al. (2001), avaliando o potencial inseticida do óleo essencial de
folhas de Ageratum conyzoides, Lantana camara e Chomolaena odorata, em relação ao
gorgulho-do-milho, S. zeamais, constataram significativa mortalidade do inseto com as
três espécies vegetais testadas.
Lee et al. (2004) avaliaram o efeito tóxico de óleos essenciais de espécies
vegetais pertencentes à família Myrtaceae, em relação a S. oryzae, R. dominica e T.
castaneum, observando que óleos provenientes de Eucalyptus nicholii, E. codonocarpa,
E. blakelyi, Callistemon sieberi, Melaleuca fulgens e M. armillaris afetaram os insetos
avaliados.
Papachristos e Stamopoulos (2004), estudando a toxicidade de óleos
essenciais obtidos de Lavandula hybrida, Rosmarinus officinales e Eucalyptus globulus,
sobre ovos de A. obtectus, observaram alta atividade para o óleo destas três plantas.
Tapondjou et al. (2005) constataram promissora atividade inseticida e
repelente para óleos essenciais obtidos de folhas de E. saligna e Cupressus
sempervirens, em relação a adultos de S. zeamais e T. confusum, sendo que o óleo de
E. saligna apresentou melhor atividade para ambos os insetos testados.
O potencial repelente do óleo essencial de Artemisia vulgaris sobre adultos
de T. castaneum, foi demonstrado por Wang et al. (2005). Segundo os autores, além
deste efeito, o óleo essencial também apresenta atividade inseticida.
41
3 MATERIAL E MÉTODOS
Os bioensaios para avaliar o potencial repelente e inseticida dos pós,
extratos aquosos e não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de folhas e frutos de
Chenopodium ambrosioides L., Chenopodium quinoa Willd. e Chenopodium album L.,
sobre Sitophilus zeamais Mots. e Rhyzopertha dominica (Fabr.), bem como a atividade
inseticida do óleo essencial de C. ambrosioides e o efeito repelente e tóxico de algumas
substâncias presentes neste (α-pineno, limoneno e p-cimeno), foram conduzidos no
Laboratório de Plantas Inseticidas, do Departamento de Entomologia, Fitopatologia e
Zoologia Agrícola da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - Universidade de
São Paulo, à temperatura de 25 ± 2ºC, umidade relativa de 60 ± 10% e fotofase de 12h.
A extração do óleo essencial de C. ambrosioides foi realizada no
Laboratório de Química da Madeira e Recursos Genéticos Florestais do Departamento
de Ciências Florestais, da ESALQ/USP.
A análise dos compostos presentes no óleo essencial de C. ambrosioides
foi realizada no Laboratório de Produtos Naturais do Departamento de Química da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
3.1 Manutenção da criação dos insetos
As criações de S. zeamais e R. dominica foram mantidas no Laboratório de
Plantas Inseticidas da ESALQ/USP, à temperatura de 25 ± 2ºC, em grãos de trigo,
utilizando-se frascos de vidro de 0,3 litros, com a boca vedada com tecido de voil.
Estas criações tiveram por objetivo propiciar insetos em quantidade e idade
adequadas para utilização nos diferentes experimentos.
42
3.2 Cultivo e obtenção dos pós de Chenopodium spp.
As plantas de C. ambrosioides, C. quinoa e C. album foram cultivadas na
área experimental do Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola
da ESALQ/USP.
Para obtenção dos pós de folhas e frutos destas espécies, estas
estruturas foram coletadas e transferidas para estufa para secagem a 40ºC por cerca
de 48h, sendo posteriormente moídas e armazenadas em recipientes de vidro
hermeticamente fechados.
3.3 Preparo dos extratos aquosos e não aquosos de Chenopodium spp.
Para obtenção dos extratos aquosos, os pós foram imersos
(separadamente por espécie e por estrutura vegetal) em água destilada, na proporção
de 10 g por 100 ml. Essas misturas foram mantidas por 24h para extração dos
compostos hidrossolúveis e após esse período o material foi filtrado. Para evitar uma
possível degradação dos extratos, estes foram utilizados nos bioensaios com no máximo
2h após o processo de extração.
Para preparo dos extratos não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol)
das três espécies vegetais foi utilizado o processo de maceração. Após a coleta,
secagem e moagem de folhas e frutos de Chenopodium spp., estas foram submetidas,
separadamente, à extração com os solventes orgânicos, obedecendo-se a uma ordem
crescente de polaridade (hexano, clorofórmio e metanol). Os pós foram colocados em
Erlenmeyers (volume de 1 L) e imersos nos solventes (iniciando-se pelo hexano),
durante três dias, de maneira a manter a totalidade dos pós submersos no solvente. Ao
término deste período as soluções foram filtradas e concentradas em evaporadores
rotativos e armazenadas em recipientes apropriados até a evaporação total do solvente
utilizado na extração. Este processo foi repetido cinco vezes antes da troca pelo
próximo solvente e, sucessivamente, realizadas a filtragem, evaporação e
concentração, resultando assim nos respectivos extratos em hexano, clorofórmio e
metanol das diferentes espécies e estruturas vegetais de Chenopodium spp. (Fig. 2). Ao
43
término da extração, os extratos obtidos foram acondicionados nos frascos de vidro
para serem utilizados nos experimentos.
Figura 2 - Esquema utilizado para obtenção dos extratos
3.4 Obtenção do óleo essencial de Chenopodium ambrosioides L.
Plantas de C. ambrosioides foram cultivadas na área experimental da
ESALQ/USP com a finalidade de fornecer quantidade suficiente de material vegetal
fresco (folhas, flores e frutos em conjunto). Após a coleta, o material vegetal foi
transportado imediatamente ao laboratório para extração do óleo essencial. A obtenção
do óleo foi realizada através da técnica de arraste à vapor, com um destilador ligado a
um autoclave, com pressão (1,5 psi) e temperatura (126 ºC) controladas, durante 90
minutos. Ao término deste período o óleo essencial foi coletado, medido o volume e
colocado em recipiente hermeticamente fechado e armazenado para posterior utilização
nos bioensaios.
Material botânico
Maceração com n-hexano
3 dias- 5 vezes
Filtração e concentração do solvente
Extrato Hexânico
Resíduo
Maceração com clorofórmio
3 dias- 5 vezes
Filtração e concentração do solvente
Extrato Clorofórmio
Resíduo
44
3.5 Bioensaios com pós de Chenopodium spp.
3.5.1. Avaliação da repelência
Para avaliação da repelência de Chenopodium spp. sobre S. zeamais, foi
utilizada uma arena formada por cinco caixas plásticas circulares (6,0 cm de diâmetro e
2,0 cm de altura), sendo a caixa central interligada simetricamente às demais caixas por
tubos plásticos, dispostos diagonalmente (Fig. 3).
Figura 3 - Arena utilizada para execução dos bioensaios para avaliação da repelência/atratividade de
Chenopodium spp. em relação a S. zeamais
Amostras de trigo impregnadas com pós de folhas e frutos de C.
ambrosioides, C. quinoa e C. album, além da testemunha (sem pó), foram distribuídas
em dois recipientes simetricamente opostos/arena. Para o pó de cada estrutura vegetal,
de cada espécie, foi montado um bioensaio para comparação com a testemunha (sem
pó). No recipiente central foram liberados 50 adultos, não sexados, e após 24h, foi
contado o número de insetos por recipiente. Para a realização dos testes foi utilizada a
concentração de 0,3 g de pó por 10 g de trigo (PROCÓPIO et al., 2003).
Para avaliação da repelência em relação a R. dominica, foram utilizados
recipientes plásticos circulares (20,0 cm de diâmetro e 3,0 cm de altura) forrados em
seu interior com papel filtro e cobertos com tecido de voil (Fig. 4). No interior de cada
recipiente foi adicionado em quatro pontos eqüidistantes, 1,0 g de trigo moído, sendo
colocado 0,03 g de pó, de folhas e frutos, de uma das três espécies de Chenopodium
45
testadas, liberando-se no centro, 40 adultos do inseto. As avaliações foram realizadas
após 24 horas contando-se o número de besouros em cada ponto analisado.
Figura 4 - Arena utilizada para execução dos bioensaios para avaliação da repelência/atratividade de
Chenopodium spp. em relação a R. dominica: a) arena; b) arenas cobertas por tecido de voil
3.5.2 Avaliação da atividade inseticida
Para a realização deste ensaio, foram utilizadas caixas plásticas circulares
(6,0 cm de diâmetro e 2,0 cm de altura) contendo, para os ensaios com S. zeamais, 20
g de trigo e 0,25 g do pó de folhas e frutos de C. ambrosioides, C. quinoa e C. album
(TAVARES, 2003). Nos testes com R. dominica, foram adicionados às caixas plásticas
20 g de grãos de trigo (15 g íntegros e 5 g moídos). A testemunha, em ambos os
experimentos foi constituída apenas pelo substrato de alimentação (trigo). Em cada
caixa plástica foram liberados 20 adultos de S. zeamais ou R. dominica, não sexados,
com idade entre 10 e 20 dias para o gorgulho e 5 a 30 dias para R. dominica. A
sobrevivência dos adultos foi avaliada diariamente, contando-se e retirando-se os
indivíduos mortos durante um período de cinco dias, sendo os indivíduos sobreviventes
descartados ao final destas observações. A emergência dos adultos foi avaliada
diariamente, contando-se e retirando-se os indivíduos emergidos no período (a contar
da infestação inicial) de 25 a 60 dias, para ambos os insetos testados.
a b
46
3.6 Bioatividade dos extratos aquosos e não aquosos de Chenopodium spp.
sobre S. zeamais e R. dominica
3.6.1 Avaliação da repelência
Para avaliação da repelência foram utilizadas as mesmas metodologias
descritas no item 3.5.1 (avaliação da repelência de pós) para S. zeamais e R. dominica.
Para isto, os extratos aquosos e não aquosos (em clorofórmio) obtidos de folhas e
frutos das três espécies de Chenopodium, a 10% de concentração, foram pulverizados
nos grãos de trigo por meio de um "mini-atomizador" (pistola Arprex
®
, modelo 5, bico
0,8 mm,
acoplado a um compressor, modelo 0411, tipo 2VC). A testemunha foi
constituída pelo substrato de alimentação com pulverização de água ou solvente
(acetona), utilizados para diluição, respectivamente, dos extratos aquosos e não
aquosos. Após aplicação, os grãos de trigo foram adicionados às caixas plásticas.
Foram liberados nas arenas adultos não sexados, com idade não controlada, em
número de 50 para S. zeamais e 40 para R. dominica. Após 24h, foi contado o número
de insetos por recipiente.
3.6.2 Avaliação da atividade inseticida
Neste experimento foi testado o potencial inseticida dos extratos aquosos
e não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) obtidos de pós de folhas e frutos de C.
ambrosioides, C. quinoa e C. album sobre adultos de S. zeamais e R. dominica. Os
extratos, a 10% de concentração, foram pulverizados sobre os grãos de trigo (20 g para
o gorgulho e 15 g de grãos íntegros mais 5 g moídos para R. dominica), com auxílio de
um "mini-atomizador", e acondicionados em caixas plásticas circulares (6,0 cm de
diâmetro x 2,0 cm de altura). A testemunha foi constituída pelo substrato de
alimentação com pulverização de água ou solvente (acetona), utilizados na diluição dos
respectivos extratos aquosos e não aquosos. Utilizaram-se 20 adultos, não sexados,
com 10 a 20 dias de idade para S. zeamais e 5 a 30 dias de idade para R. dominica.
47
As avaliações foram realizadas diariamente, durante um período de cinco
dias, contando-se o número de insetos mortos. A emergência dos adultos foi avaliada
diariamente, contando-se e retirando-se os indivíduos emergidos no período de 25 a 60
dias, a contar da infestação inicial para ambos os insetos testados.
3.7 Bioatividade do óleo essencial de C. ambrosioides
3.7.1 Avaliação da atividade inseticida
As espécies C. quinoa e C. album não apresentaram produção de óleo
essencial, e por esta razão não foi possível testar a bioatividade destes, como também
proceder a análise dos seus constituintes químicos (item 3.8). Para avaliação do efeito
inseticida do óleo essencial de C. ambrosioides em relação aos adultos de S. zeamais e
R. dominica utilizou-se a mesma metodologia descrita para avaliação deste potencial
dos extratos aquosos e não aquosos de Chenopodium spp. (item 3.6.2). O óleo, a 10%
de concentração, foi diluído em acetona e pulverizado nos grãos de trigo.
Posteriormente, estes foram acondicionados em caixas plásticas e infestados com os
adultos de S. zeamais e R. dominica.
As avaliações foram realizadas diariamente, durante um período de cinco
dias, contando-se o número de insetos mortos. A emergência dos adultos foi avaliada
diariamente, contando-se e retirando-se os indivíduos emergidos no período (a contar
da infestação inicial) de 25 a 60 dias para ambos os insetos testados.
3.8 Análise do óleo essencial de C. ambrosioides
A análise dos óleos essenciais de C. ambrosioides foi feita por
Cromatografia Gasosa acoplada à espectroscopia de massas (CG/EM), aparelho
Shimadzu QP 5000, nas seguintes condições:
Temperatura do injetor: 250° C
Temperatura do detector: 280° C
48
Coluna: HP-5MS
Programação de temperatura: 80°C (2min), 3°C/ min. até 200°C permanecendo
nesta temperatura por 7 minutos.
Pressão da cabeça da coluna: 110 KPa
Tempo entre as varreduras (scans/s): 0,50
Intervalo de massas: 50 a 500 daltons
Modo de injeção: split
Os óleos essenciais puros foram injetados primeiramente e em seguida
foram injetados com misturas de padrões de hidrocarbonetos. Esta mistura de padrões
foi previamente preparada com os seguintes n-alcanos: C9/ C10/ C11/ C12/ C14/ C16/
C18/ C20/ C22.
3.9 Identificação dos componentes dos óleos essenciais de C. ambrosioides.
A identificação dos componentes dos óleos essenciais foi feita através da
comparação de seus espectros de massas e cálculos de seus índices de retenção
(ADAMS, 2001).
O índice de retenção de Kovats foi calculado para cada componente
detectado nos óleos essenciais, segundo a equação de Van den Dool e Kratz (VAN
DEN DOOL; KRATZ, 1963 ):
, onde:
IR: índice de retenção de Kovats
N= C
n
- C
n-1
C
n
= Número de carbonos do n-alcano que elui após a substância analisada;
C
n-1
= Número de carbonos do n-alcano que elui antes da substância analisada;
T
x
= Tempo de retenção da substância analisada;
T
n
= Tempo de retenção do n-alcano que elui após a substância analisada;
T
n-1
= Tempo de retenção do n-alcano que elui antes da substância analisada.
IR= 100N [(tx - t
n-1
)/(t
n
- t
n-1
)] + 100C
n-1
49
A partir da comparação dos índices de retenção calculados e dos
espectros de massas encontrados na literatura, foram feitas as identificações dos
componentes do óleo essencial para seis amostras de C. ambrosioides.
3.10 Avaliação das atividades repelente e inseticida de compostos comerciais e
presentes no óleo essencial de Chenopodium spp.
Nestes experimentos foram avaliados, sobre os adultos de S. zeamais e
R. dominica, a atividade repelente e inseticida de três compostos comerciais: limoneno
e p-cimeno, presentes nas amostras dos óleos essênciais analisados neste trabalho
(item 4.2), e α-pineno, que apesar de não identificado nas análises das amostras, é
relatado em diversos trabalhos na literatura como importante constituinte do óleo
essencial de C. ambrosioides. Além disto, avaliou-se a bioatividade destas substâncias
em mistura (proporção de 1:1:1) para verificar um possível efeito sinérgico e/ou aditivo.
Estes compostos foram adquiridos da empresa Aldrich
®
, apresentando 97, 99 e 98% de
pureza para as substâncias limoneno, p-cimeno e α-pineno, respectivamente. As
metodologias utilizadas para avaliação dos efeitos repelente e inseticida foram
semelhantes às descritas nos itens 3.6.1 e 3.6.2, para avaliação, respectivamente,
destas atividades dos extratos aquosos e não aquosos sobre ambos os besouros. Os
compostos, a 10% de concentração, foram diluídos em acetona e pulverizados aos
grãos de trigo e estes acondicionados às arenas para o teste de repelência e às caixas
plásticas circulares para avaliação da atividade inseticida. As testemunhas foram
constituídas pelo substrato de alimentação com aplicação de solvente (acetona)
utilizado na diluição das substâncias. As avaliações de repelência foram feitas após 24
horas da liberação dos adultos de S. zeamais e R. dominica e, diariamente, durante
cinco dias, para observação da mortalidade dos insetos nos respectivos ensaios. No
período de 25 a 60 dias da infestação inicial, foi avaliada a emergência de novos
insetos.
50
3.11 Análise estatística
Os experimentos foram instalados no delineamento experimental
inteiramente casualizado. Para todos os ensaios o número de repetições foi definido de
acordo com o número de tratamentos adotados, de maneira a contemplar os
pressupostos da análise de variância.
As análises de variância dos experimentos foram realizadas através do
teste F, e a comparação entre as médias, quando necessárias, através do teste de
Tukey, nos bioensaios para avaliação da atividade inseticida e através do teste “t” de
Student, Índice de Repelência (IR) (adaptado de LIN et al., 1990), calculado pela
fórmula: IR = 2G / (G+P) onde G = % de insetos na planta teste e P = % de insetos na
testemunha, nos experimentos para avaliação da repelência, ambos a 5% de
probabilidade de erro. Com base no IR e desvio padrão obtidos determinou-se o
Intervalo de Classificação (IClass.) para as médias dos tratamentos, pela fórmula: I.
Class.=
()
n
DP
t
n
×
±
=
1
05,0;1
α
; onde t = valor de “t” tabelado; DP = desvio padrão; n =
número de repetições. Os materiais foram considerados neutros quando o valor do IR
ficou compreendido dentro do IClass. avaliado; repelente quando o valor do IR foi
inferior ao menor valor obtido para o IClass.; e atraente quando o IR foi superior ao
maior IClass. calculado.
51
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Rendimentos das extrações para obtenção dos extratos não aquosos (hexano,
clorofórmio e metanol) de Chenopodium spp. e do óleo essencial de C.
ambrosioides.
De maneira geral, excetuando-se os rendimentos com os extratos em
metanol de C. album (Tabela 3) e em hexano de C. quinoa (Tabela 1), em que os frutos
proporcionaram maior rendimento, em todos os demais casos, os extratos obtidos de
folhas, em hexano, clorofórmio e metanol, das diferentes espécies de Chenopodium,
apresentaram tendência para maior rendimento de extração quando comparados aos
obtidos a partir de frutos (Tabelas 1 a 3).
Tabela 1 - Rendimento na obtenção de extratos em hexano de folhas e frutos de Chenopodium spp
Espécie vegetal Estrutura Quantidade
material vegetal
Rendimento
(g) (g) (%)
Frutos 597,0 3,22 0,54
C. ambrosioides
Folhas 220,1 3,5 1,59
Frutos 1271,2 15,99 1,25
C. quinoa
Folhas 200,0 2,51 1,25
Frutos 274,0 2,23 0,81
C. album
Folhas 223,1 4,37 1,96
Em relação aos solventes utilizados para extração, todas as espécies de
Chenopodium apresentaram tendência de maior rendimento com a utilização de
metanol, seguido por clorofórmio e hexano. Para os extratos em hexano (Tabela 1),
estes valores variaram entre 0,54% (frutos de C. ambrosioides) e 1,96% (folhas de C.
album). Extratos em clorofórmio apresentaram rendimentos variáveis entre 1,24% e
2,85%, obtidos com frutos e folhas de C. album, respectivamente (Tabela 2). Para os
extratos em metanol, o menor rendimento foi observado para frutos de C. quinoa
(2,62%) e o maior com frutos de C. album (5,07%) (Tabela 3).
52
Tabela 2 - Rendimento na obtenção de extratos em clorofórmio de folhas e frutos de Chenopodium spp
Espécie vegetal Estrutura Quantidade
material vegetal
Rendimento
(g) (g) (%)
Frutos 597,0 10,2 1,71
C. ambrosioides
Folhas 220,1 5,27 2,39
Frutos 1271,2 16,57 1,30
C. quinoa
Folhas 200,0 3,26 1,63
Frutos 274,0 3,4 1,24
C. album
Folhas 223,1 6,36 2,85
Tabela 3 - Rendimento na obtenção de extratos em metanol de folhas e frutos de Chenopodium spp
Espécie vegetal Estrutura Quantidade
material vegetal
Rendimento
(g) (g) (%)
Frutos 597,0 17,22 2,88
C. ambrosioides
Folhas 220,1 9,47 4,30
Frutos 1110,2 29,12
2,62
C. quinoa
Folhas 200,0 6,92 3,46
Frutos 274,0 13,9 5,07
C. album
Folhas 223,1 8,07 3,62
53
Os resultados obtidos em relação ao rendimento nas extrações do óleo
essencial de C. ambrosioides apresentaram valores variáveis de 0,05 a 0,18%, com um
rendimento médio de 0,11% (Tabela 4).
Tabela 4 - Quantidade (ml) e rendimento (%) na obtenção de óleo essencial (flores e frutos em conjunto)
de Chenopodium ambrosioides
C. ambrosioides (folhas, flores e frutos) - Óleo essencial
Material vegetal
(g)
Quantidade de óleo
(ml)
Rendimento
(%)
1º Extração 1000,0 1,0 0,10
2º Extração 1200,0 2,1 0,18
3º Extração 1200,0 1,6 0,13
4º Extração 1700,0 1,7 0,10
5º Extração 1253,0 0,6 0,05
6º Extração 1200,0 1,0 0,08
Média 1258,0 1,33 0,11
Sagreiro-Nieves e Bartley (1995), analisando os constituintes do óleo
essencial de folhas de C. ambrosioides, obtiveram um rendimento de 1,2%, valor pouco
superior ao encontrado (0,8%) por Tapondjou et. al (2002). Já Onocha et al. (1999),
trabalhando com essa mesma espécie vegetal, tiveram rendimento na extração de
0,06%.
4.2 Identificação dos constituintes do óleo essencial de Chenopodium
ambrosioides L.
Os cromatogramas das seis amostras dos óleos essenciais de C.
ambrosioides evidenciam (Figuras 5 a 10) variação nos compostos e quantidades
encontradas.
54
Figura 5 - Cromatograma do óleo essencial de C. ambrosioides (amostra 01)
55
Figura 6 - Cromatograma do óleo essencial de C. ambrosioides (amostra 02)
56
Figura 7 - Cromatograma do óleo essencial de C. ambrosioides (amostra 03)
57
Figura 8 - Cromatograma do óleo essencial de C. ambrosioides (amostra 04)
58
Figura 9 - Cromatograma do óleo essencial de C. ambrosioides (amostra 05)
59
Figura 10 - Cromatograma do óleo essencial de C. ambrosioides (amostra 06)
60
4.2.1 Compostos identificados
Os compostos identificados das seis amostras dos óleos essenciais de C.
ambrosioides, juntamente com o tempo de retenção (tx), a porcentagem relativa, os
índices de Kovats calculados (IK
C
) e os índices de Kovats descritos na literatura (IK
L
) são
apresentados nas tabelas 5 a 10 abaixo.
De acordo com os dados apresentados nas respectivas tabelas, pode-se
notar que os constituintes químicos determinados representaram 78,84% da composição
química do óleo essencial da amostra 1; 64,16% e 32,5% das amostras 2 e 3,
respectivamente e 50,53%, 89,45% e 86,1% das amostras 4, 5 e 6 respectivamente.
Verificou-se que o composto
α-terpineno é que está em maior porcentagem relativa nos
óleos essenciais das amostras 1, 2 e 6, enquanto o composto o-cimeno é que se
apresenta em maior quantidade nos óleos essenciais obtidos das amostras 3, 4 e 5.
Tabela 5 - Componentes presentes no óleo essencial (amostra 1), porcentagem relativa e índices
de Kovats calculados e o da literatura
Tempo de
retenção
Composto IK
C
IK
L
%
4,070 Decano 1000 1000 0,33
4,642
α-Terpineno
1025 1017 19,69
4,733
o-Cimeno
1029 1026 8,95
4,804 Limoneno 1032 1029 1,00
5,406
γ-Terpineno
1058 1060 0,94
6,200
m-Cimeno
1092 1085 0,54
6,815
1,3,8-p-Mentatrieno
1113 1110 0,71
9,554 Dodecano 1199 1200 0,60
11,760
cis-Epóxido de piperitona
1256 1254 0,24
12,374
trans-Ascaridol glicol
1271 1269 0,65
13,873 Carvacrol 1310 1299 0,21
17,336 Tetradecano 1399 1400 0,68
25,330 Hexadecano 1598 1600 0,51
27,437
α-Óxido B de bisabolol
1654 1658 0,80
27,960
(E)-Tiglato de citronelil
1668 1668 0,22
28,809
α-Bisabolol
1691 1686 14,13
32,116 Pentadecanol 1780 1774 0,17
35,678 Hexadecanol 1882 1876 0,19
40,692 Eicosano 2025 2000 14,76
43,387 Heneicosano 2099 2100 7,92
45,265 Docosano 2150 2200 5,60
61
Tabela 6 - Componentes presentes no óleo essencial (amostra 2), percentagem relativa e índices de
Kovats calculados e o da literatura
Tempo de
retenção
Composto IK
C
IK
L
%
4,700
α-Terpineno
1028 1017 23,30
4,820
o-Cimeno
1033 1026 20,00
4,868 Limoneno 1035 1029 14,75
5,445
γ-Terpineno
1060 1060 046
6,225 2,5-Dimetilestireno 1093 1099 0,26
6,842
1,3,8-p-Mentatrieno
1114 1110 0,27
11,738
cis-Epóxido de piperitona
1255 1254 0,26
18,803
p-Menta-6,8-dien-2-ona
1435 1424 0,24
27,521
α-Óxido B de bisabolol
1656 1658 0,29
28,883
α-Bisabolol
1693 1686 4,15
35,716 Hexadecanol 1883 1876 0,18
Tabela 7 - Componentes presentes no óleo essencial (amostra 3), percentagem relativa e índices
de Kovats calculados e o da literatura
Tempo de
retenção
Composto IK
C
IK
L
%
5,000
o-Cimeno
1040 1026 23,84
5,496
γ-Terpineno
1062 1060 0,67
6,261
p-Cimeno
1095 1091 0,67
6,873
1,3,8-p-Mentatrieno
1115 1110 0,57
9,269
p-Cimen-8-ol
1190 1183 0,15
11,217
trans-Acetato de
sabineno
1242 1256 1,43
11,766
cis-Epóxido de piperitona
1256 1254 0,37
12,459
trans-Ascaridol glicol
1274 1269 0,32
13,497 Carvacrol 1300 1299 0,34
27,489
α-Óxido B de bisabolol
1655 1658 0,21
28,892
α-Bisabolol
1693 1686 3,82
35,705 Hexadecanol 1882 1876 0,11
62
Tabela 8 - Componentes presentes no óleo essencial (amostra 4), percentagem relativa e índices
de Kovats calculados e o da literatura
Tempo de
retenção
Composto IK
C
IK
L
%
4,492
α-Terpineno
1019 1017 16,31
4,674
o-Cimeno
1026 1026 19,05
4,726 Limoneno 1029 1029 0,35
5,385
γ-Terpineno
1057 1060 0,17
6,194
m-Cimeno
1092 1085 0,40
11,689
cis-Epóxido de piperitona
1254 1254 0,24
12,659
trans-Ascaridol glicol
1279 1269 9,93
28,638
epi-
α-Bisabolol
1686 1685 1,39
39,445 Eicosano 1991 2000 1,84
48,317 Docosano - 2200 0,85
Tabela 9 - Componentes presentes no óleo essencial (amostra 5), percentagem relativa e índices de
Kovats calculados e o da literatura
Tempo de
retenção
Composto IK
C
IK
L
%
4,549
α-Terpineno
1021 1017 12,23
4,859
o-Cimeno
1034 1026 64,75
6,221
p-Cimeno
1093 1091 1,78
6,822
1,3,8-p-Mentatrieno
1114 1110 0,62
7,874
neo-Isopulegol
1146 1148 0,28
8,078 Citronelal 1153 1153 1,55
8,224
iso-Isopulegol
1157 1160 0,23
9,225
p-Cimen-8-ol
1189 1183 0,21
11,686
cis-Epóxido de piperitona
1254 1254 0,19
13,433 Carvacrol 1299 1299 0,30
15,538 Acetato de citronelil 1352 1353 0,18
27,476
α-Óxido B de bisabolol
1655 1658 0,49
28,804
α-Bisabolol
1691 1686 6,46
35,694 Hexadecanol 1882 1876 0,18
63
Tabela 10 - Componentes presentes no óleo essencial (amostra 6), percentagem relativa e índices
de Kovats calculados e o da literatura
Tempo de
retenção
Composto IK
C
IK
L
%
4,651
α-Terpineno
1025 1017 38,80
4,880
o-Cimeno
1035 1026 15,19
4,950 Limoneno 1038 1029 8,93
5,467
γ-Terpineno
1060 1060 0,67
6,238
p-Cimeno
1094 1091 0,84
6,860
1,3,8-p-Mentatrieno
1115 1110 0,87
8,053 Citronelal 1152 1153 0,13
9,230
p-Cimen-8-ol
1189 1183 0,16
11,689
cis-Epóxido de piperitona
1254 1254 0,18
12,367
trans-Ascaridol glicol
1271 1269 0,09
13,456 Carvacrol 1299 1299 0,40
15,519 Acetato de citronelil 1352 1353 0,14
20,332
β-Chamigreno
1473 1478 0,09
20,538
γ-Curcumeno
1478 1483 0,09
21,507
α-(E, E)-Farneseno
1502 1506 0,20
21,758
β-Bisaboleno
1509 1506 0,56
21,998
γ-(Z)-Bisaboleno
1515 1515 0,32
27,560
α-Óxido B de bisabolol
1657 1658 2,28
29,117
α-Bisabolol
1699 1686 14,11
31,302
α-Óxido A de bisabolol
1758 1749 0,11
32,123 Pentadecanol 1780 1774 0,11
35,680 Hexadecanol 1882 1876 0,11
45,542 Docosano 2157 2200 1,72
Sagreiro-Nieves e Bartley (1995), analisando os constituintes de óleos
essenciais de folhas de C. ambrosioides, identificaram como principais compostos o
limoneno (32,5%) e trans-pinocarveol (26,7%), enquanto Onocha et al. (1999) destacaram
como majoritários em suas análises os compostos α-terpineno (56%), α-terpinil acetato
(15,7%) e p-cimeno (15,5%) .
Tapondjou et al. (2002), trabalhando com folhas dessa mesma planta,
identificaram como principais constituintes do óleo essencial as substâncias α-terpineno
(37,6%), cimol (p-cimeno) (50%), cis-β-farnesen (1,4%), ascaridol (3,5%) e carvacrol
(3,3%).
64
Os compostos identificados nas seis amostras dos óleos essênciais
encontram-se a seguir:
α-Terpineno
o-Cimeno Limoneno
γ-Terpineno
m-Cimeneno
1,3,8-p-Menthatrieno
cis-Epóxido de
piperitona
O
O
CH
3
(CH
2
)
8
CH
3
Decano
CH
3
(CH
2
)
10
CH
3
Dodecano
CH
3
(CH
2
)
12
CH
3
Tetradecano
CH
3
(CH
2
)
14
CH
3
Hexadecano
CH
3
(CH
2
)
14
OH
Pentadecanol
CH
3
(CH
2
)
15
OH
Hexadecanol
CH
3
(CH
2
)
18
CH
3
Eicosano
CH
3
(CH
2
)
19
CH
3
Heneicosano
CH
3
(CH
2
)
20
CH
3
Docosano
65
α-Óxido B de bisabolol
H
O
HO
Carvacrol
OH
trans-
Ascaridol
glicol
OH
OH
α-Bisabolol
HO
H
2,5-Dimetilestireno p-Menta-6,8-dien-2-ona
O
OH
p-Cimeneno
p-Cimen-8-ol
OH
trans-Acetato
de sabineno
OAc
H
epi-
α
-Bisabolol
H
OH
neo-Isopulegol
OH
66
Citronelal
O
H
Acetato de
citronelil
OAc
β-Chamigreno
γ-Curcumeno
α
-(E, E)-Farneseno
E
E
β-Bisaboleno
γ-(Z)-Bisaboleno
Z
α-Óxido A de
bisabolol
H
O
HO
(E)-Tiglato de citronelil
O
O
E
67
4.3 Bioensaios com Sitophilus zeamais
4.3.1 Avaliação da repelência
4.3.1.1 Repelência de pós
Não houve efeito repelente e nem atrativo dos pós de folhas e frutos de
Chenopodium spp. em relação aos adultos de S. zeamais (Tabela 11).
Nos recipientes onde foram adicionados aos grãos de trigo, pós de folhas
e frutos de C. quinoa, observou-se até mesmo uma tendência de maior número de
insetos atraídos (57,6 e 61,3%, respectivamente) em comparação às caixas contendo
somente trigo (42,4 e 38,7%), embora sem significância de acordo com o índice de
repelência adotado (IR), demonstrando a inexistência de efeito repelente ou atrativo
(Tabela 11).
Pó de folhas de C. ambrosioides misturados aos grãos de trigo também
apresentou tendência de atrair mais insetos (57,8%) em comparação à testemunha
(42,2%). Para pó de frutos dessa espécie, entretanto, houve tendência de maior número
de insetos nas caixas contendo apenas grãos de trigo (52,8%), ainda que sem provocar
diferença significativa, de acordo com o IR, em relação ao número de insetos nas
caixas com trigo e pó (47,2%) (Tabela 11).
Em relação aos pós de folhas e frutos de C. album, apesar de ser
observada maior porcentagem de insetos nos recipientes contendo apenas grãos de
trigo (54,4 e 54,5%, respectivamente), em relação às caixas contendo pós misturados
aos grãos (45,6 e 45,5%), também não se constatou diferença significativa com base no
IR (Tabela 11).
Mazzonetto (2002), estudando o efeito associado de pós vegetais e
genótipos de feijoeiro, sobre Z. subfasciatus e A. obtectus, constatou atividade
repelente para ambas as espécies de insetos, com a mistura de pós provenientes da
parte aérea de C. ambrosioides aos grãos desta leguminosa.
Procópio et al. (2003), trabalhando com S. zeamais, também não
verificaram potencial repelente de pós de folhas, flores e frutos de C. ambrosioides
68
sobre S. zeamais, o mesmo sendo constatado por Tavares e Vendramim (2005a), que
avaliaram a bioatividade de pós dessas mesmas partes de C. ambrosioides sobre a
referida praga.
Estas diferenças observadas entre os resultados obtidos por Mazzonetto
(2002) e neste trabalho, evidenciam a especificidade apresentada pelas plantas
inseticidas em relação às pragas.
Tabela 11 - Atratividade de adultos de S. zeamais por pós de folhas e frutos de Chenopodium
spp
Tratamento
1
Insetos atraídos (%)
I.R.
2
(M±DP)
IClass.
3
Cl.
4
C. ambrosioides (Fo)
57,8
(0,82; 1,18) N
Testemunha 42,2
1,15 ± 0,26
C. ambrosioides (Fr)
47,2
(0,76; 1,24) N
Testemunha 52,8
0,94 ± 0,34
C. quinoa (Fo)
57,6
(0,80; 1,20) N
Testemunha 42,4
1,15 ± 0,28
C. quinoa (Fr)
61,3
(0,78; 1,22) N
Testemunha 38,7
1,22 ± 0,31
C. album (Fo)
45,5 (0,91; 1,09) N
Testemunha 54,5
0,91 ± 0,12
C. album (Fr)
45,6 (0,85; 1,15) N
Testemunha 54,4
0,91 ± 0,21
1
Fo = Folhas; Fr= Frutos.
2
Indice de Repelência.
3
Intervalo de classificação.
4
Classificação: R= repelente; N= neutro; A= Atraente.
4.3.1.2 Repelência de extratos aquosos
Nenhum dos extratos aquosos de folhas e frutos de Chenopodium spp.
estudados provocou repelência e/ou atratividade sobre os adultos de S. zeamais
(Tabela 12).
69
A aplicação aos grãos de trigo de extratos aquosos de folhas e frutos de
C. album e de frutos de C. quinoa, apresentaram tendência de menor número de
insetos atraídos nestas caixas (48; 38,9 e 48,1%), em comparação aos valores
observados nos grãos pulverizados com água (testemunha), com respectivamente 52,
61,1 e 51,9% dos adultos, porém não sendo constatada diferença significativa de
acordo com o IR empregado (Tabela 12).
A pulverização dos extratos aquosos de folhas e frutos de C. ambrosioides
(51,4 e 50,2%) e de folhas de C. quinoa (51%) apresentaram tendência para maior
número de insetos nestes grãos em comparação aos valores observados nas
respectivas testemunhas (48,6 e 49,8% dos adultos para C. ambrosioides e 49% para
C. quinoa), mas sem diferir significativamente, confirmando a inexistência de efeito
repelente ou atrativo destes (Tabela 12).
Tabela 12 - Atratividade de adultos de S. zeamais por extratos aquosos de folhas e frutos de
Chenopodium spp
Tratamento
1
Insetos atraídos (%)
I.R.
3
(M±DP)
IClass.
3
Cl.
4
C. ambrosioides (Fo)
51,4
(0,91; 1,09) N
Testemunha 48,6
1,03 ± 0,13
C. ambrosioides (Fr)
50,2
(0,75; 1,25) N
Testemunha 49,8
1,00 ± 0,35
C. quinoa (Fo)
51,0
(0,84; 1,19) N
Testemunha 49,0
1,03 ± 0,23
C. quinoa (Fr)
48,1
(0,89; 1,11) N
Testemunha 51,9
0,96 ± 0,15
C. album (Fo)
48,0 (0,76; 1,24) N
Testemunha 52,0
0,96 ± 0,34
C. album (Fr)
38,9 (0,69; 1,31) N
Testemunha 61,1
0,77 ± 0,44
1
Fo = Folhas; Fr= Frutos.
2
Indice de Repelência .
3
Intervalo de classificação.
4
Classificação: R= repelente; N= neutro; A= Atraente.
70
4.3.1.3 Repelência de extratos não aquosos
Grãos de trigo pulverizados com extrato em clorofórmio de frutos de C.
ambrosioides e C. quinoa apresentaram porcentagem de adultos atraídos (40 e 34,6%,
respectivamente) significativamente menor em comparação às testemunhas (60 e
65,4%).
A pulverização do extrato em clorofórmio de folhas de C. quinoa aos grãos
de trigo atraiu maior porcentagem de insetos (60%) diferindo em relação à testemunha
(40%).
Os demais extratos em clorofórmio de folhas e frutos de Chenopodium
spp. não apresentaram repelência e nem atratividade de adultos de S. zeamais (Tabela
13).
Tabela 13 - Atratividade de adultos de S. zeamais por extratos em clorofórmio de folhas e frutos de
Chenopodium spp
Tratamento
1
Insetos atraídos (%)
I.R.
2
(M±DP)
IClass.
3
Cl.
4
C. ambrosioides (Fo)
47,6
(0,84; 1,16) N
Testemunha 52,4
0,95 ± 0,23
C. ambrosioides (Fr)
40,0
(0,82; 1,18) R
Testemunha 60,0
0,80 ± 0,25
C. quinoa (Fo)
60,0
(0,85; 1,15) A
Testemunha 40,0
1,20 ± 0,21
C. quinoa (Fr)
34,6
(0,72; 1,28) R
Testemunha 65,4
0,69 ± 0,40
C. album (Fo)
57,0 (0,86; 1,14) N
Testemunha 43,0
1,14 ± 0,20
C. album (Fr)
34,0 (0,62; 1,38) N
Testemunha 66,0
0,68 ± 0,54
1
Fo = Folhas; Fr= Frutos.
2
Indice de Repelência.
3
Intervalo de classificação.
4
Classificação: R= repelente; N= neutro; A= Atraente.
71
A pulverização dos grãos de trigo com o extrato em clorofórmio de folhas
de C. album apresentou tendência de maior número de insetos nestes grãos (57%) em
relação ao valor observado na testemunha (43%), porém a diferença não foi
significativa pelo IR adotado (Tabela 13).
Malik e Naqvi (1984), trabalhando com extratos de diferentes espécies
vegetais, observaram que extratos de folhas de C. ambrosioides apresentaram
repelência em relação a T. castaneum. Novo; Viglianco e Nassetta (1997) constataram
efeito repelente de extratos em clorofórmio de folhas de C. ambrosioides sobre adultos
de T. castaneum.
4.3.1.4 Repelência de substâncias presentes no óleo essencial de Chenopodium
ambrosioides L.
Grãos de trigo pulverizados com a substância
α-pineno (45,3%) não
ocasionaram repelência dos adultos de S. zeamais, não diferindo da testemunha
(54,7% de insetos atraídos) (Tabela 14). As demais substâncias, p-cimeno e limoneno,
isoladamente ou misturadas, apresentaram menores valores de insetos atraídos,
respectivamente, 12,1; 23,3 e 27,6%, diferindo significativamente, de acordo com o IR
utilizado, das respectivas testemunhas (87,9; 76,7 e 72,4%), demonstrando a existência
de atividade repelente sobre a praga (Tabela 14).
A ocorrência de atividade repelente dos extratos em clorofórmio de frutos
de C. ambrosioides e pelas substâncias limoneno e p-cimeno, em relação aos adultos
de S. zeamais, possibilitam inferir que os compostos responsáveis por esta atividade
estão presentes nestes e podem ser obtidos por este processo. Porém, deve-se
ressaltar que o extrato vegetal apresenta inúmeras outras substâncias, que podem
estar relacionadas com o efeito repelente.
72
Tabela 14 - Atratividade de adultos de S. zeamais por substâncias presentes no óleo essencial de
Chenopodium ambrosioides L
Tratamento
Insetos atraídos (%)
I.R.
1
(M±DP)
IClass.
3
Cl.
4
α-pineno
45,3
(0,72; 1,28) N
Testemunha 54,7
0,91
± 0,39
p-cimeno
12,1
(0,78; 1,22) R
Testemunha 87,9
0,24
± 0,31
limoneno 23,3
(0,64; 1,36) R
Testemunha 76,7
0,47
± 0,50
Mistura
2
27,6
(0,75; 1,25) R
Testemunha 72,4
0,55
± 0,35
1
Indice de Repelência.
2
Aplicação das três substâncias em conjunto (1:1:1).
3
Intervalo de classificação.
4
Classificação: R= repelente; N= neutro; A= Atraente.
4.3.2 Avaliação da atividade inseticida
4.3.2.1 Efeito inseticida de pós
Os maiores valores de mortalidade de adultos de S. zeamais foram
observados nos insetos expostos aos grãos de trigo tratados com pós de folhas e frutos
de C. ambrosioides (respectivamente 100 e 99,1%), diferindo significativamente da
testemunha (2,1%) e das demais espécies e estruturas vegetais, as quais não
causaram nenhuma redução na sobrevivência do gorgulho (Tabela 15).
De maneira semelhante a este trabalho, Tapondjou et al. (2002)
observaram 100% de mortalidade de adultos de S. zeamais, após 2 dias de exposição
ao pó de C. ambrosioides. Procópio et al. (2003) verificaram que pós de C.
ambrosioides ocasionaram total mortalidade de adultos de S. zeamais e inibiram a
emergência de novos insetos.
Silva; Lagunes e Rodríguez (2003) também observaram diminuição na
sobrevivência de adultos de S. zeamais com o uso de pós de C. ambrosioides.
73
Mazzonetto e Vendramim (2003) constataram total mortalidade de adultos
de A. obtectus com a adição de pós de C. ambrosioides aos grãos de feijão.
Tavares e Vendramim (2005b) observaram além do efeito inseticida por
contato, a atividade tóxica via fumigação de pós de frutos de C. ambrosioides em
relação à fase imatura e adultos de S. zeamais.
Após dois meses da infestação inicial, nos recipientes contendo grãos de
trigo tratados com pós de C. ambrosioides não foi observada a emergência de novos
insetos, provavelmente devido a alta atividade inseticida apresentada por esta planta
logo nos primeiros dias de avaliação do bioensaio. Pós de folhas e frutos de C. quinoa e
C. album não afetaram a fertilidade do inseto, propiciando, respectivamente, a
emergência média de 92,6; 100,8; 101,4 e 77,6 adultos, não diferindo significativamente
da testemunha (89,2 adultos) (tabela 15).
Tabela 15 - Mortalidade (%), ao 5º dia, e emergência de adultos de S. zeamais em grãos de trigo
tratados com pós de folhas e frutos de Chenopodium spp
Tratamentos (extratos) Mortalidade de adultos
(%)
1
Nº de adultos/recipiente
1
C. ambrosioides (Fo)
100,0 ± 0,00 a 0,0 ± 0,00 b
C. ambrosioides (Fr)
99,1 ± 0,95 a 0,0 ± 0,00 b
C.quinoa (Fr)
0,0 ± 0,00 b 100,8 ± 22,84 a
C. quinoa (Fo)
0,0 ± 0,00 b 92,6 ± 8,80 a
C. album (Fr)
0,0 ± 0,00 b 77,6 ± 8,26 a
C. album (Fo)
0,0 ± 0,00 b 101,4 ± 9,90 a
Testemunha 2,1 ± 1,25 b 89,2 ± 18,86 a
1
Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P
0,05).
Silva et al. (2005), avaliando o potencial inseticida de pós vegetais em
relação a S. zeamais, verificaram redução na emergência de novos adultos, além da
menor perda de peso dos grãos, com a utilização dos pós de C. ambrosioides. Tavares
e Vendramim (2005a) também observaram redução da emergência de novos insetos de
S. zeamais, quando da adição de pós de frutos de C. ambrosioides em grãos de trigo.
74
Os resultados deste trabalho assemelham-se aos obtidos por Silva-Aguayo
et al. (2005), os quais avaliando a bioatividade de pós de C. ambrosioides, C. quinoa e
C. album, sobre S. zeamais, em grãos de milho, verificaram alto potencial inseticida
sobre a praga apenas com a utilização de pós de C. ambrosioides.
4.3.2.2 Efeito inseticida de extratos aquosos
Os extratos aquosos de folhas e frutos das três espécies de Chenopodium
não apresentaram potencial inseticida sobre adultos de S. zeamais, com valores
máximos de 0,6% (extratos de folhas de C. ambrosioides) não diferindo estatisticamente
da testemunha (0,5%) (tabela 16).
Tabela 16 - Mortalidade (%), ao 5º dia, e emergência de adultos de S. zeamais em grãos de trigo
pulverizados com extratos aquosos de folhas e frutos de Chenopodium spp
Tratamentos
(extratos)
Mortalidade de adultos (%)
1
Nº de adultos/recipiente
1
C. ambrosoides (Fo)
0,6 ± 0,33 a 109,4 ± 5,79 a
C. ambrosioides (Fr)
0,0 ± 0,00 a 105,7 ± 10,06 a
C. quinoa (Fr)
0,0 ± 0,00 a 106,2 ± 4,33 a
C. quinoa (Fo)
0,6 ± 0,32 a 71,5 ± 20,80 a
C. album (Fr)
0,0 ± 0,00 a 102,4 ± 11,12 a
C. album (Fo)
0,0 ± 0,00 a 107,4 ± 4,38 a
Testemunha 0,5 ± 0,31 a 92,7 ± 19,49 a
1
Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P
0,05).
Tavares e Vendramim (2005a), testando o potencial inseticida de extratos
aquosos de ramos, folhas e frutos de C. ambrosioides sobre adultos de S. zeamais,
também não verificaram atividade inseticida destes extratos sobre esta praga.
A avaliação da emergência de novos adultos, após dois meses da
infestação inicial, confirmou a inexistência do efeito inseticida destes extratos aquosos,
observando-se a menor tendência de adultos emergidos nos grãos de trigo pulverizados
com extratos de folhas de C. quinoa (71,6 adultos) e a maior com a aplicação de
75
extratos de folhas de C. ambrosioides (109,4 insetos), não diferindo significativamente
da testemunha (92,7 adultos) e dos demais extratos testados (Tabela 16).
Tavares e Vendramim (2005a) também não constataram diferença na
emergência de adultos de S. zeamais em grãos de trigo pulverizados com extratos
aquosos de ramos, folhas e frutos de C. ambrosioides em relação às respectivas
testemunhas.
Estas diferenças observadas nos ensaios para avaliação da sobrevivência
de adultos de S. zeamais, alimentados em grãos de trigo contendo pós de folhas e
frutos de C. ambrosioides, com alto efeito inseticida, e em grãos pulverizados com
extratos aquosos destas respectivas estruturas e espécie vegetal, os quais não
afetaram a sobrevivência dos adultos (Figuras 11 e 12), evidencia a importância de
avaliar nos bioensaios com as plantas inseticidas, as diversas formas de obtenção e
aplicação destes derivados botânicos (pós, extratos aquosos ou não aquosos e óleos),
permitindo segurança nas conclusões a respeito do potencial inseticida das espécies
vegetais estudadas, além de possibilitar a escolha dos derivados vegetais mais
apropriados para a realização dos trabalhos ou até mesmo na sua utilização prática,
além de auxiliar nos estudos relacionados à identificação química das moléculas
responsáveis pelas propriedades insetistáticas e inseticidas das espécies vegetais.
76
0
25
50
75
100
C. ambros. (Fo) C. ambros. (Fr) Testemunha
s Ext. aquosos
Figura 11 - Efeito de pós e extratos aquosos de folhas e frutos de C. ambrosioides sobre adultos de S.
zeamais
0
40
80
120
C. ambros. (Fo) C. ambros. (Fr) Testemunha
N° adultos emergidos/recipiente
Pós Ext. aquosos
Figura 12 - Efeito de pós e extratos aquosos de folhas e frutos de C. ambrosioides sobre a
emergência de adultos de S. zeamais
4.3.2.3 Efeito inseticida de extratos não aquosos
O extrato em clorofórmio de frutos de C. ambrosioides apresentou alto
potencial inseticida em relação aos adultos de S. zeamais, ocasionando total
mortalidade dos insetos, diferindo significativamente dos extratos em hexano e metanol
desta mesma espécie vegetal e também dos demais extratos em hexano, clorofórmio e
a
a
b
A
A
A
a
b
b
A
A
A
77
metanol de C. quinoa e C. album, os quais não afetaram significativamente a
sobrevivência dos gorgulhos durante o período de avaliação (Tabela 17).
Tabela 17 - Mortalidade (%), ao 5º dia, de adultos de S. zeamais em grãos de trigo pulverizados com
extratos não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de frutos de Chenopodium spp
C. ambrosioides
1
MC
(%)
2
C. quinoa
1
MC
(%)
2
C. album
1
MC
(%)
2
Hexano 0,0 ± 0,00 bA 1,0 ± 1,00 aA 1,0 ± 1,00 aA
Clorofórmio 100,0 ± 0,00 aA 0,0 ± 0,00 aB 1,0 ± 1,00 aB
Metanol 0,0 ± 0,00 bA 0,0 ± 0,00 aA 0,0 ± 0,00 aA
1
Média seguidas pela mesma letra, maiúsculas na horizontal e minúsculas na vertical, não diferem
significativamente entre si pelo teste de Tukey (P 0,05).
2
Mortalidade corrigida pela fórmula de Schneider-Orelli:
MC (%) =
100
.(%)100
.(%).(%)
CemMortal
CemMortalTemMortal
Sendo: T = tratamento e C = controle (testemunha)
Iannacone e Quispe (2003) verificaram 73% de mortalidade de adultos de
S. zeamais com a utilização do extrato em clorofórmio de C. quinoa.
A não constatação deste efeito inseticida pelos extratos de C. quinoa no
presente trabalho, pode estar relacionado à concentração adotada e/ou à variedade
botânica utilizada nos respectivos experimentos.
Grãos de trigo pulverizados com extrato em clorofórmio de frutos de C.
ambrosioides não apresentaram emergência de novos insetos, diferindo
significativamente dos valores obtidos nos grãos tratados com os extratos em hexano e
metanol desta mesma espécie (100,4 e 102 adultos, respectivamente) (Tabela 18). A
aplicação, nos grãos, dos extratos em hexano, clorofórmio e metanol de frutos de C.
quinoa e C. album não afetaram significativamente a emergência de S. zeamais,
observando-se valores variáveis entre 101,2 a 137,4 adultos (Tabela 18), os quais não
diferiram aos verificados na testemunha (108 adultos).
78
Tabela 18 - Número de adultos emergidos de S. zeamais em grãos de trigo pulverizados com extratos
não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de frutos de Chenopodium spp
C. ambrosioides
1
C. quinoa
1
C. album
1
Hexano 100,4 ± 16,07 aA 126,2 ± 13,27 aA 112,0 ± 12,99 aA
Clorofórmio 0,0 ± 0,00 bB 101,2 ± 15,95 aA 108,2 ± 16,17 aA
Metanol 102,0 ± 22,69 aA 111,4 ± 22,37 aA 137,4 ± 14,70 aA
1
Média seguidas pela mesma letra, maiúsculas na horizontal e minúsculas na vertical, não diferem
significativamente entre si pelo teste de Tukey (P 0,05).
Esta alta atividade inseticida apresentada pelo extrato em clorofórmio de
frutos de C. ambrosioides não foi verificado com o uso do extrato em clorofórmio obtido
a partir de folhas desta mesma espécie, o qual ocasionou apenas 1% de mortalidade,
não diferindo significativamente dos extratos em hexano e metanol, como também dos
outros extratos obtidos de folhas de C. quinoa e C. album (Tabela 19).
Tabela 19 - Mortalidade (%), ao 5º dia, de adultos de S. zeamais em grãos de trigo pulverizados com
extratos não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de folhas de Chenopodium spp
C. ambrosioides
1
MC
(%)
2
C. quinoa
1
MC
(%)
2
C. album
1
MC
(%)
2
Hexano 0,0 ± 0,00 aA 0,0 ± 0,00 aA 0,0 ± 0,00 aA
Clorofórmio 1,0 ± 1,00 aA 0,0 ± 0,00 aA 1,0 ± 1,00 aA
Metanol 0,0 ± 0,00 aA 0,0 ± 0,00 aA 0,0 ± 0,00 aA
1
Média seguidas pela mesma letra, maiúsculas na horizontal e minúsculas na vertical, não diferem
significativamente entre si pelo teste de Tukey (P 0,05).
2
Mortalidade corrigida pela fórmula de Schneider-Orelli:
MC (%) =
100
.(%)100
.(%).(%)
CemMortal
CemMortalTemMortal
Sendo: T = tratamento e C = controle (testemunha)
Esta baixa mortalidade apresentada pelo extrato em clorofórmio de folhas
de C. ambrosioides pode estar relacionada com a ausência e/ou menor concentração
dos compostos responsáveis pela atividade inseticida nesta estrutura no momento da
coleta do material vegetal para preparo dos extratos. Outro fator importante é a
79
presença de grande quantidade de clorofila nas folhas, as quais são extraídas em
conjunto com as demais substâncias de interesse inseticida durante o processo de
extração e que poderiam influenciar na constatação da atividade inseticida.
Não foi observada redução significativa na emergência de novos insetos
entre todos os extratos não aquosos de folhas das três espécies de Chenopodium, cujos
valores médios variaram de 53,2 insetos nos grãos de trigo pulverizados com os extratos
em hexano de folhas de C. ambrosioides a 131,4 insetos nos grãos tratados com os
extratos em clorofórmio de C. album (Tabela 20). A média dos valores obtidos em todos
os tratamentos (95,7 adultos) foi bastante próxima do número de insetos emergidos na
testemunha (108).
Tabela 20 - Número de adultos emergidos de S. zeamais em grãos de trigo pulverizados com extratos
não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de folhas de Chenopodium spp
C. ambrosioides
1
C. quinoa
1
C. album
1
Hexano 53,2 ± 6,79 aA 89,6 ± 6,63 aA 73,6 ± 12,65 aA
Clorofórmio 105,8 ± 14,76 aA 112,6 ± 26,81 aA 131,4 ± 23,38 aA
Metanol 95,6 ± 18,73 aA 103,6 ± 11,72 aA 94,8 ± 16,75 aA
1
Média seguidas pela mesma letra, maiúsculas na horizontal e minúsculas na vertical, não diferem
significativamente entre si pelo teste de Tukey (P 0,05).
4.3.2.4 Efeito inseticida do óleo essencial de Chenopodium ambrosioides L.
O óleo essencial de C. ambrosioides não demonstrou atividade inseticida
sobre adultos de S. zeamais ao término do período de avaliação (5º dia), causando
0,6% de mortalidade, não diferindo significativamente da testemunha (0,5%).
Após 2 meses da instalação do ensaio, não foi constatada diminuição na
emergência de novos adultos, observando-se, nos grãos de trigo tratados com óleo
essencial, a emergência média de 127,8 insetos, não diferindo do valor observado na
testemunha (123,5 indivíduos) (Tabela 21).
Tapondjou et al. (2002) também verificaram baixa mortalidade de adultos
de S. zeamais quando da exposição ao óleo essencial de folhas de C. ambrosioides,
enquanto Su (1991), estudando o efeito inseticida do óleo essencial de C. ambrosioides
80
sobre diferentes pragas de grãos armazenados, observou moderado efeito tóxico deste
óleo sobre adultos de S. oryzae.
T
abela 21 - Mortalidade (%), ao 5º dia, e emergência de adultos de S. zeamais em grãos de trigo
pulverizados com óleo essencial de Chenopodium ambrosioides
Tratamentos Mortalidade de adultos (%)
1
Nº de adultos/recipiente
1
Testemunha 0,6 ± 0,32 a 127,8 ± 7,01 a
Óleo essencial 0,5 ± 0,31 a 123,5 ± 17,40 a
1
Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P
0,05).
4.3.2.5 Efeito inseticida de substâncias presentes no óleo essencial de
Chenopodium ambrosioides L.
As três substâncias testadas,
α-pineno, p-cimeno e limoneno,
isoladamente ou misturadas, apresentaram baixo efeito inseticida em relação aos
adultos de S. zeamais. A maior mortalidade foi observada com a aplicação de limoneno
(12,4%), diferindo da testemunha onde a sobrevivência dos adultos, no período de
avaliação, foi de 100% (Tabela 22). Os dados obtidos para as demais substâncias e
para a mistura delas, não diferiram significativamente entre si e da testemunha,
apresentando valores variáveis de 0,8 a 3,3% (Tabela 22).
Os números de adultos emergidos, dois meses após a infestação inicial,
em todos os tratamentos (57 a 63,8 indivíduos por recipiente), não diferiram entre si e
tampouco do valor (77,5 insetos) observado na testemunha (Tabela 22).
81
Tabela 22 - Mortalidade (%), ao 5º dia, e emergência de adultos de S. zeamais em grãos de trigo
pulverizados com substâncias presentes no óleo essencial de Chenopodium
ambrosioides
Tratamentos Mortalidade de adultos
(%)
1
Nº de adultos/recipiente
1
α-pineno 3,3 ± 1,61 ab 59,8 ± 12,47 a
p-cimeno
2,5
± 1,70 ab 59,5 ± 9,49 a
limoneno
12,4
± 4,22 a 57,0 ± 8,21 a
Mistura
2
0,8
± 0,83 b 63,8 ± 10,0 a
Testemunha
0,0
± 0,00 b 77,5 ± 4,35 a
1
Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P
0,05).
2
Aplicação das três substância em conjunto (1:1:1).
Segundo Viegas-Junior (2003), os terpenos abrangem uma grande
variedade de substâncias de origem vegetal e inúmeros são os trabalhos descrevendo
seu potencial inseticida.
Prates et al. (1998) destacaram o promissor potencial inseticida do
limoneno, em relação a adultos de R. dominica e T. castaneum. A não constatação
deste alto efeito tóxico do limoneno sobre adultos de S. zeamais no presente trabalho,
pode estar relacionado, a questões de especificidade em relação ao inseto, mas
principalmente com a metodologia de aplicação desta substância utilizada neste
experimento.
4.4 Bioensaios com Rhyzopertha dominica
4.4.1 Avaliação da repelência
4.4.1.1 Repelência de pós
Não foi observada atividade repelente ou atrativa com a aplicação de pós
de C. ambrosioides, C. quinoa e C. album em relação a adultos de R. dominica (Tabela
23).
82
Grãos de trigo contendo, misturados, pós de folhas e frutos de C.
ambrosioides apresentaram respectivamente 53,5 e 57% de insetos atraídos, não
diferindo, de acordo com o IR adotado, do valor registrado nas caixas onde foram
colocados somente grãos de trigo (46,5 e 43%) (Tabela 23).
As caixas onde foram adicionados aos grãos de trigo pós de folhas e
frutos de C. quinoa, atraíram 54,6 e 41,9% de insetos, não diferindo significativamente
dos valores encontrados na testemunha (45,4 e 58,1%) (Tabela 23).
Para pós de folhas e frutos de C. album observaram-se 49 e 42,9% dos
insetos nos recipientes onde estes foram adicionados aos grãos de trigo e 51 e 57,1%
nos recipientes contendo apenas os grãos (testemunha), também não demonstrando
efeito sobre os adultos de R. dominica (Tabela 23).
Tabela 23 - Atratividade de adultos de R. dominica por pós de folhas e frutos de Chenopodium spp
Tratamento
1
Insetos atraídos (%)
I.R.
2
(M±DP)
IClass.
3
Cl.
4
C. ambrosioides (Fo) 53,5
1,07 ± 0,19 (0,87; 1,13) N
Testemunha 46,5
C. ambrosioides (Fr)
57,0
1,13 ± 0,18 (0,87; 1,13) N
Testemunha 43,0
C. quinoa (Fo)
54,6
1,09 ± 0,31 (0,78; 1,22) N
Testemunha 45,4
C. quinoa (Fr)
41,9
0,84 ± 0,26 (0,82; 1,18) N
Testemunha 58,1
C. album (Fo)
49,0 0,97 ± 0,33 (0,77; 1,23) N
Testemunha 51,0
C. album (Fr)
42,9 0,86 ± 0,32 (0,77; 1,23) N
Testemunha 57,1
1
Fo = Folhas; Fr= Frutos.
2
Indice de Repelência.
3
Intervalo de classificação.
4
Classificação: R= repelente; N= neutro; A= Atraente.
83
4.4.1.2 Repelência de extratos aquosos
Nenhum dos extratos aquosos de folhas e frutos de Chenopodium spp.
testados apresentou repelência ou atratividade em relação aos adultos de R. dominica
de acordo com IR adotado (Tabela 24).
Excetuando-se os grãos de trigo onde foi aplicado o extrato de frutos de C.
ambrosioides, o qual apresentou 49% de insetos atraídos, todos os demais extratos de
folhas e frutos das três espécies de Chenopodium, apresentaram tendência de maior
porcentagem de adultos atraídos nas caixas contendo trigo pulverizados com estes
extratos botânicos. Em nenhum caso, entretanto, houve diferença significativa entre as
parcelas tratadas e as respectivas testemunhas, demonstrando a inexistência de
repelência ou atratividade (Tabela 24).
Tabela 24 - Atratividade de adultos de R. dominica por extratos aquosos de folhas e frutos de
Chenopodium spp
Tratamento
1
Insetos atraídos (%)
I.R.
2
(M±DP)
IClass.
3
Cl.
4
C. ambrosioides (Fo)
56,00
1,12±0,21 (0,85; 1,15) N
Testemunha 44,00
C. ambrosioides (Fr)
49,00
0,97±0,43 (0,69; 1,31) N
Testemunha 51,00
C. quinoa (Fo)
52,50
1,05±0,21 (0,85; 1,15) N
Testemunha 47,50
C. quinoa (Fr)
51,45
1,02±0,36 (0,74; 1,26) N
Testemunha 48,55
C. album (Fo)
50,20 1,00±0,29 (0,79; 1,21) N
Testemunha 49,80
C. album (Fr)
58,31 1,16±0,41 (0,71; 1,29) N
Testemunha 41,69
1
Fo = Folhas; Fr= Frutos.
2
Indice de Repelência.
3
Intervalo de classificação.
4
Classificação: R= repelente; N= neutro; A= Atraente.
84
4.4.1.3 Repelência de extratos não aquosos
Grãos de trigo pulverizados com os extratos não aquosos (em clorofórmio)
de folhas e frutos de C. ambrosioides ocasionaram, respectivamente, 52,3 e 44,9% de
insetos atraídos, não diferindo significativamente, de acordo com o IR adotado, dos
valores observados nos recipientes contendo somente grãos de trigo (47,7 e 55,1%)
(Tabela 25).
A aplicação aos grãos de trigo dos demais extratos, de folhas e frutos, de
C. quinoa e C. album, também não causou efeito repelente ou atraente para os adultos
de R. dominica, com valores de 47,3 e 52,9%, nos grãos onde foram aplicados os
respectivos extratos de C. quinoa, e 50,2 e 49,4% de insetos atraídos para estes
extratos de C. album, nenhum deles diferindo das porcentagens observadas para as
testemunhas (Tabela 25).
Tabela 25 - Atratividade de adultos de R. dominica por extratos em clorofórmio de folhas e frutos de
Chenopodium spp
Tratamento
1
Insetos atraídos (%)
I.R.
2
(M±DP)
IClass.
3
Cl.
4
C. ambrosioides (Fo)
52,3
1,04 ± 0,19 (0,87; 1,13) N
Testemunha 47,7
C. ambrosioides (Fr)
44,9
0,89 ± 0,40 (0,72; 1,28) N
Testemunha 55,1
C. quinoa (Fo)
47,3
0,94 ± 0,33 (0,77; 1,23) N
Testemunha 52,7
C. quinoa (Fr)
52,9
1,05 ± 0,20 (0,86; 1,14) N
Testemunha 47,1
C. album (Fo)
50,2 1,00 ± 0,33 (0,77; 1,23) N
Testemunha 49,8
C. album (Fr)
49,4 0,98 ± 0,29 (0,79; 1,21) N
Testemunha 50,6
1
Fo = Folhas; Fr= Frutos.
2
Indice de Repelência.
3
Intervalo de classificação.
4
Classificação: R= repelente; N= neutro; A= Atraente.
85
4.4.1.4 Repelência de substâncias presentes no óleo essencial de Chenopodium
ambrosioides L.
Não foi constatado efeito repelente ou atrativo com a aplicação nos
grãos de trigo, de limoneno,
α-pineno e p-cimeno, como também com a aplicação da
mistura dessas substâncias (Tabela 26).
Grãos pulverizados com
α-pineno e p-cimeno apresentaram 52,4% de
insetos atraídos, não diferindo do valor obtido nas testemunhas (47,6%). Nos
recipientes contendo grãos de trigo com aplicação de limoneno e das três substâncias
misturadas, foram observados, respectivamente, 47,5 e 46,5% dos insetos, valores
próximos dos constatados nas caixas contendo somente trigo com pulverização de
acetona (testemunha), com 52,5 e 53,5% (Tabela 26).
A não constatação de efeito repelente destas substâncias sobre R.
dominica realça a especificidade destas, uma vez que neste trabalho (Tabela 14) foi
demonstrada a repelência de limoneno e p-cimeno sobre adultos de S. zeamais.
Tabela 26 - Atratividade de adultos de R. dominica por substâncias presentes no óleo essencial
de Chenopodium ambrosioides L
Tratamento
1
Insetos atraídos (%)
I.R.
2
(M±DP)
IClass.
4
Cl.
5
α-pineno
52,4 1,04 ± 0,43
(0,69; 1,31) N
Testemunha 47,6
p-cimeno
52,4 1,05 ± 0,51
(0,64; 1,36) N
Testemunha 47,6
limoneno 47,5 0,95 ± 0,34
(0,76; 1,24) N
Testemunha 52,5
Mistura
3
46,5 0,93 ± 0,25
(0,82; 1,18) N
Testemunha 53,5
1
Fo = Folhas; Fr= Frutos.
2
Índice de Repelência.
3
Aplicação das três substâncias em conjunto (1:1:1).
4
Intervalo de classificação.
5
Classificação: R= repelente; N= neutro; A= Atraente.
86
4.4.2 Atividade inseticida
4.4.2.1 Efeito inseticida de pós
A observação dos valores de mortalidade de R. dominica demonstrou que
pós de frutos e folhas de C. ambrosioides, com valores de 15,2 e 10,6%
respectivamente, foram os mais eficientes, diferindo significativamente dos pós de
folhas e frutos das demais espécies de Chenopodium analisadas, com valores
variáveis entre 0 e 2,9%, e da testemunha (3,6%). Assim, pós de frutos e folhas de C.
quinoa e C. album não apresentaram atividade inseticida sobre a praga (Tabela 27).
Apesar do moderado efeito tóxico apresentado pelos pós de frutos e
folhas de C. ambrosioides sobre R. dominica, em comparação aos resultados obtidos
em relação aos adultos de S. zeamais (Tabela 15), a avaliação da emergência de
novos insetos, dois meses após a infestação inicial, foi significativamente inferior nas
parcelas contendo misturados grãos de trigo aos pós de folhas e frutos desta espécie
vegetal, emergindo, em média, 3 adultos nas parcelas tratadas com pós de folhas e
praticamente nenhum adulto com o uso de frutos, evidenciando o efeito sobre o
desenvolvimento da praga (Tabela 27).
Tabela 27 - Mortalidade (%), ao 5º dia, e emergência de adultos de R. dominica em grãos de trigo
tratados com pós de folhas e frutos de Chenopodium spp
Tratamentos (extratos) Mortalidade de adultos (%)
1
Nº de adultos /recipiente
1
C. ambrosioides (Fr)
15,2 ± 0,11 a 0,3 ± 0,24 b
C. ambrosioides (Fo)
10,6 ± 0,40 ab 2,7 ± 2,00 b
C. album (Fr)
2,9 ± 0,49 bc 65,2 ± 10,53 a
C. quinoa (Fr)
0,0 ± 0,00 c 89,8 ± 6,87 a
C. quinoa (Fo)
0,6 ± 0,32 c 120,0 ± 25,10 a
C. album (Fo)
1,3 ± 0,39 c 97,3 ± 7,72 a
Testemunha 3,6 ± 0,55 bc 102,8 ± 14,47 a
1
Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P
0,05).
87
4.4.2.2 Efeito inseticida de extratos aquosos
Os extratos aquosos de folhas e frutos das três espécies de Chenopodium
avaliados não apresentaram atividade inseticida em relação aos adultos de R. dominica,
já que os valores encontrados (variáveis entre 0,5 e 2,9%) não diferiram em relação
àqueles observados na testemunha (2,3%) (Tabela 28).
De maneira semelhante, os valores obtidos para número de adultos
emergidos, após dois meses da infestação inicial (97,2 a 101,8 indivíduos por
recipiente), não diferiram entre si e do valor (93,4 insetos) encontrado na testemunha
(Tabela 28).
Tabela 28 - Mortalidade (%), ao 5º dia, e emergência de adultos de R. dominica em grãos de trigo
pulverizados com extratos aquosos de folhas e frutos de Chenopodium spp
Tratamentos (extratos) Mortalidade de adultos (%)
1
Nº de adultos/recipiente
1
C. ambrosioides (Fo)
0,5 ± 0,31 a 100,6 ± 8,11 a
C. ambrosioides (Fr)
2,3 ± 0,39 a 99,8 ± 10,50 a
C. quinoa (Fr)
0,5 ± 0,30 a 100,0 ± 8,17 a
C. quinoa (Fo)
2,3 ± 0,38 a 97,2 ± 5,82 a
C. album (Fr)
1,8 ± 0,52 a 101,8 ± 4,18 a
C. album (Fo)
2,9 ± 0,48 a 97,6 ± 3,58 a
Testemunha 2,3 ± 0,39 a 93,4 ± 17,65 a
1
Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P
0,05).
Conforme verificado nos experimentos com S. zeamais, também houve
diferenças nos resultados de avaliação da mortalidade de adultos de R. dominica,
quando foram utilizados pós de folhas e frutos de C. ambrosioides, misturados aos
grãos de trigo ou pulverizando estes com os extratos aquosos obtidos destes mesmos
pós (Fig. 13 e 14), reforçando a importância de avaliar as diferentes formas de obtenção
e aplicação destes produtos.
88
0
25
50
75
100
C. ambros. (Fr) C. ambros. (Fo) Testemunha
Mortalidade (%)
Pós Ext. aquosos
Figura 13 - Efeito de pós e extratos aquosos de C. ambrosioides sobre a mortalidade (%) de adultos de
R. dominica
0
40
80
120
C. ambros. (Fr) C. ambros. (Fo) Testemunha
N° Adultos emergidos
Pós Ext. aquosos
Figura 14 - Efeito de pós e extratos aquosos de C. ambrosioides sobre a emergência de adultos de R.
dominica
4.4.2.3 Efeito inseticida de extratos não aquosos
O maior valor de mortalidade de adultos de R. dominica foi observado
onde os grãos de trigo foram pulverizados com extratos em clorofórmio de frutos de
C.
ambrosioides
(54,5%), diferindo significativamente dos extratos em hexano e metanol
desta mesma espécie vegetal (respectivamente 1,8 e 2,9%), como também dos
A
A
A
a
b
b
a
ab
bc
A A A
89
extratos em hexano, clorofórmio e metanol de frutos de C. quinoa e C. album (variáveis
de 0 a 1,8%) (Tabela 29).
Tabela 29 - Mortalidade (%), ao 5º dia, de adultos de R. dominica em grãos de trigo pulverizados com
extratos não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de frutos de Chenopodium spp
C. ambrosioides
1
MC
(%)
2
C. quinoa
1
MC
(%)
2
C. album
1
MC
(%)
2
Hexano
1,8
± 0,51 bA 1,3 ± 0,39 aA 0,6 ± 0,32 aA
Clorofórmio
54,5
± 0,62 aA 0,0 ± 0,00 aB 1,8 ± 0,51 aB
Metanol
2,9
± 0,51 bA 1,3 ± 0,38 aA 0,6 ± 0,32 aA
1
Médias seguidas pela mesma letra, maiúsculas na horizontal e minúsculas na vertical, não diferem
significativamente entre si pelo teste de Tukey (P 0,05).
2
Mortalidade corrigida pela fórmula de Schneider-Orelli:
MC (%) =
100
.(%)100
.(%).(%)
CemMortal
CemMortalTemMortal
Sendo: T = tratamento e C = controle (testemunha)
A pulverização dos grãos com extrato em clorofórmio de frutos de
C.
ambrosioides
inibiu totalmente a emergência de novos insetos, sendo que o valor
constatado diferiu significativamente dos observados nos extratos em hexano e
metanol da mesma espécie vegetal, respectivamente 105,2 e 91,8 indivíduos, como
também dos demais extratos botânicos avaliados (variáveis de 101,8 a 116,6 adultos
emergidos) (Tabela 30), sendo próximos aos verificados na testemunha (105 insetos).
Tabela 30 - Número de adultos emergidos de R. dominica em grãos de trigo pulverizados com extratos
não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de frutos de Chenopodium spp
C. ambrosioides
1
C. quinoa
1
C. album
1
Hexano 105,2 ± 5,13 aA 106,8 ± 8,63 aA 116,6 ± 14,29 aA
Clorofórmio 0,00 ± 0,00 bB 101,8 ± 6,41 aA 108,8 ± 9,17 aA
Metanol 91,8 ± 8,62 aA 103,2 ± 10,69 aA 110,2 ± 9,15 aA
1
Médias seguidas pela mesma letra, maiúsculas na horizontal e minúsculas na vertical, não diferem
significativamente entre si pelo teste de Tukey (P 0,05).
90
De maneira semelhante ao constatado neste trabalho com S. zeamais, os
extratos não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) obtidos de folhas de
Chenopodium spp. não apresentaram atividade inseticida sobre R. dominica (valores
de mortalidade entre 0 e 3%) (Tabela 31).
Tabela 31 - Mortalidade (%), ao 5º dia, de adultos de R. dominica em grãos de trigo pulverizados com
extratos não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de folhas de Chenopodium spp
C. ambrosioides
1
MC
(%)
2
C. quinoa
1
MC
(%)
2
C. album
1
MC
(%)
2
Hexano
0,5
± 0,31 aA 0,5 ± 0,30 aA 2,4 ± 0,49 aA
Clorofórmio
1,3
± 0,38 aA 0,0 ± 0,00 aA 0,6 ± 0,4 aA
Metanol
2,3
± 0,39 aA 0,6 ± 0,31 aA 0,6 ± 0,32 aA
1
Médias seguidas pela mesma letra, maiúsculas na horizontal e minúsculas na vertical, não diferem
significativamente entre si pelo teste de Tukey (P 0,05).
2
Mortalidade corrigida pela fórmula de
Schneider-Orelli:
MC (%) =
100
.(%)100
.(%).(%)
CemMortal
CemMortalTemMortal
Sendo: T = tratamento e C = controle (testemunha)
Estes extratos também não reduziram a emergência de novos adultos
(variáveis de 69,6 a 98,2 indivíduos), avaliada após 2 meses da infestação inicial, não
diferindo estatisticamente entre si. Analisando-se o valor médio obtido com todos os
extratos (83,9 adultos), este foi semelhante ao obtido na testemunha (105 indivíduos)
(Tabela 32).
Tabela 32 – Número de adultos emergidos de R. dominica em grãos de trigo pulverizados com extratos
não aquosos (hexano, clorofórmio e metanol) de folhas de Chenopodium spp
C. ambrosioides C. quinoa C. album
Hexano 69,6 ± 17,37 aA 76,8 ± 14,85 aA 97,4 ± 15,24 aA
Clorofórmio 81,2 ± 7,06 aA 87,8 ± 19,68 aA 98,2 ± 19,10aA
Metanol 92,8 ± 24,69 aA 70,6 ± 22,25 aA 80,6 ± 16,92 aA
Médias seguidas pela mesma letra, maiúsculas na horizontal e minúsculas na vertical, não diferem
significativamente entre si pelo teste de Tukey (P 0,05).
91
Os resultados de mortalidade de R. dominica obtidos com o extrato em
clorofórmio de folhas de
C. ambrosioides (Tabela 32) foram semelhantes aos
observados no bioensaio realizado com
S. zeamais (Tabela 17) e também podem estar
relacionados com a ausência dos compostos inseticidas nesta estrutura, no momento
da coleta do material vegetal e posterior extração, e/ou pela presença de grande
quantidade de clorofila nas folhas, as quais são extraídas em conjunto com as demais
substâncias de interesse durante o preparo e obtenção dos extratos não aquosos.
4.4.2.4 Efeito inseticida do óleo essencial de Chenopodium ambrosioides L.
Não foi observado valor significativo de mortalidade de adultos de R.
dominica
através da pulverização do óleo essencial de C. ambrosioides sobre grãos de
trigo (1,1%), não diferindo do valor (2,1%) constatado na testemunha (Tabela 33). Da
mesma forma, após dois meses da infestação inicial, não houve diferença estatística na
emergência de novos adultos, observando-se valores médios de 102,9 adultos nas
parcelas tratadas com o óleo e 93,2 indivíduos na testemunha (Tabela 33).
Estes resultados são semelhantes aos obtidos neste trabalho com adultos
de
S. zeamais (Tabela 21), evidenciando a inexistência de atividade inseticida do óleo
essencial de
C. ambrosioides sobre estes insetos.
Tabela 33 - Mortalidade (%), ao 5º dia, e emergência de adultos de R. dominica em grãos de trigo
pulverizado com óleo essencial de Chenopodium ambrosioides
Tratamentos Mortalidade de adultos (%)
1
Nº de adultos/recipiente
1
Testemunha 2,1 ± 1,06 a 93,2 ± 9,21 a
Óleo essencial 1,1 ± 1,09 a 102,9 ± 8,26 a
1
Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P
0,05).
92
4.4.2.5 Efeito inseticida de substâncias presentes no óleo essencial de
Chenopodium ambrosioides L
As substâncias testadas,
α-pineno, p-cimeno e limoneno, bem como a
mistura destas, não apresentaram atividade inseticida em relação aos adultos de
R.
dominica
, observando-se valores de mortalidade variáveis de 0,4 a 6%, não diferindo
estatisticamente da testemunha (0,3%) (Tabela 34). Quanto à emergência de novos
adultos, após dois meses da infestação inicial, os valores obtidos com as três
substâncias não diferiram entre si (valores variáveis de 86,4 a 108,6 indivíduos) e
tampouco do valor (120,2 adultos) observado na testemunha (Tabela 34).
Tabela 34 - Mortalidade (%), ao 5º dia, e emergência de adultos de R. dominica em grãos de trigo
pulverizados com substâncias presentes no óleo essencial de Chenopodium ambrosioides
Tratamentos Mortalidade de adultos (%)
1
Nº de adultos/recipiente
1
α-pineno
0,4 ± 0,25 a 108,6 ± 12,82 a
p-cimeno
6,0 ± 0,74 a 88,8 ± 7,65 a
limoneno 0,8 ± 0,44 a 95,0 ± 6,47 a
Mistura
2
0,6 ± 0,22 a 86,4 ± 7,36 a
Testemunha 0,3 ± 0,16 a 120,2 ± 12,02 a
1
Médias seguidas pela mesma letra não diferem significativamente entre si pelo teste de Tukey (P
0,05).
2
Aplicação das três substâncias em conjunto (1:1:1).
93
4.5 Considerações finais
Pós de Chenopodium ambrosioides ocasionaram significativas
mortalidades dos adultos de
S. zeamais e R. dominica e afetaram o desenvolvimento
destes insetos. Entretanto, uma possível adoção prática destes materiais no controle
destas pragas em armazenamento, num primeiro momento, restringir-se-á a menores
unidades armazenadoras ou pequenas propriedades agrícolas, devido a grande
quantidade de material vegetal necessária. A preocupação com a presença destes pós
em mistura aos grãos de cereais é outro fator que deve ser considerado, uma vez que
podem prejudicar a qualidade dos mesmos. Neste sentido, estudos relacionados a
técnicas de aplicação seriam importantes para solucionar estes problemas. Tavares e
Vendramim (2005b) demonstraram, em laboratório, a atividade inseticida via fumigação
de
C. ambrosioides sobre S. zeamais o que poderia viabilizar sua utilização nas
condições de armazenamento.
Em vista do potencial inseticida apresentado por
C. ambrosioides,
esperavam-se resultados promissores com os pós de
C. album e C. quinoa, fato não
constatado neste trabalho. Apesar da não constatação desta atividade sobre
S.
zeamais
e R. dominica, pesquisas envolvendo outros insetos-praga não devem ser
descartadas.
Baixos índices de mortalidade em relação a
S. zeamais e R. dominica
foram observados com os extratos aquosos de
Chenopodium spp. em comparação aos
obtidos com o extrato em clorofórmio de frutos de
C. ambrosioides avaliados. Devido
aos riscos de intoxicação do aplicador e contaminação do ambiente, além da dificuldade
para comercialização e baixo rendimento no processo de extração, o uso de extratos
não aquosos diretamente no controle de pragas é limitado. Porém, a identificação nesta
pesquisa do potencial inseticida do extrato em clorofórmio é útil para o desenvolvimento
de novos trabalhos laboratoriais objetivando seu fracionamento e identificação das
substâncias inseticidas, e posteriormente a síntese e o desenvolvimento de novos
produtos. Para isto, ressalta-se a importância da elaboração de projetos
multidisciplinares com o envolvimento de entomologistas e fitoquímicos.
94
Compostos voláteis presentes nas espécies vegetais podem ser obtidos
através da extração dos óleos essenciais. Em vista do efeito inseticida fumigante dos
pós de
C. ambrosioides acreditava-se através da obtenção e pulverização do óleo
essencial desta espécie nos grãos de trigo afetar a sobrevivência e o desenvolvimento
dos insetos estudados. Porém, isto não foi constatado neste trabalho, o que pode estar
relacionado com a ausência ou baixa concentração das substâncias inseticidas no
momento da coleta do material vegetal e/ou a degradação destas durante a extração do
óleo. De maneira semelhante, a avaliação da atividade inseticida pelos compostos
comerciais presentes no óleo essencial de
C. ambrosioides não demonstraram este
efeito. Embora o óleo possua um número elevado de substâncias e que possa existir
um efeito sinérgico e/ou aditivo entre estas, a avaliação da bioatividade destas três
substâncias no presente estudo mostrou-se relevante na busca das moléculas
responsáveis por estas características.
A maioria das pesquisas sobre a ação inseticida de
C. ambrosioides são
relacionadas ao controle de insetos de grãos armazenados. Além das pragas em
armazenamento, esta planta apresenta promissor efeito inseticida e/ou insetistático
sobre outras importantes pragas, como a cigarrinha-da-raiz,
Mahanarva fimbriolata, na
cultura da cana-de-açúcar e a mosca-branca,
Bemisia tabaci, uma das pragas mais
prejudiciais na agricultura, atacando culturas como soja, algodão, feijão e hortaliças
(RODRIGUEZ, 2000; GRISOTO et al., 2005). Em sistemas de cultivo protegido, pragas
relevantes, como pulgão,
Myzus persicae; tripes, Frankliniella occidentalis; mosca-
branca,
Trialeurodes vaporariorium; e alguns ácaros, Tetranychus urticae e Panonychus
ulmi
, também são afetados por produtos derivados desta planta (CHIASSON;
BOSTANIAN; VINCENT, 2004a; CHIASSON; VINCENT; BOSTANIAN, 2004b).
Por apresentar uma ampla distribuição geográfica no Brasil, a obtenção
dos derivados vegetais de
C. ambrosioideso é limitada, possibilitando sua adoção
pelos pequenos agricultores. Além disto, por se tratar de uma espécie anual e
herbácea, pode ser cultivada em sistemas protegidos e sobre técnicas agronômicas
específicas que poderiam auxiliar no fornecimento de material vegetal durante o ano
todo e em diferentes regiões do país. Porém, nestas condições de cultivo protegido, faz-
95
se necessário um planejamento dos custos para obtenção e produção dos derivados
botânicos de
C. ambrosioides, de maneira a viabilizar sua adoção.
O conhecimento da importância da utilização de diferentes métodos de
controle de pragas visando minimizar os problemas ocasionados pelo uso intensivo dos
inseticidas químicos tem propiciado nos últimos anos o avanço nas pesquisas com
plantas inseticidas. Apesar disto, para dar continuidade à adoção dos inseticidas de
origem vegetal dentro de um sistema de manejo integrado de pragas, são essenciais
estudos visando à racionalização na exploração dos recursos vegetais; a quantificação
e padronização dos princípios ativos nos diversos órgãos e ao longo do ciclo da planta;
o conhecimento a respeito da composição química, análises toxicológicas e o modo de
ação destas substâncias naturais sobre os organismos não-alvo; o desenvolvimento de
formulações e a definição de normas para o registro e comercialização destes produtos.
Além disto, um trabalho qualificado de extensão rural junto aos agricultores é
fundamental, de maneira a propiciar a correta utilização destes produtos botânicos.
96
5 CONCLUSÕES
Com base nos resultados de avaliação da bioatividade de
Chenopodium
spp. em relação a Sitophilus zeamais Mots. e Rhyzopertha dominica (Fabr.), conclui-se
que:
x Pós e extratos aquosos, de folhas e frutos, de C. ambrosioides, C. quinoa e C. album
não apresentam repelência sobre adultos de
S. zeamais e R. dominica;
x
Extratos em clorofórmio de frutos de C. ambrosioides e C. quinoa apresentam efeito
repelente sobre adultos de
S. zeamais;
x Extrato em clorofórmio de folhas de C. quinoa é atraente a S. zeamais;
x Pós e extratos (aquosos e não aquosos) de C. album e C. quinoa não apresentam
atividade inseticida e nem afetam o desenvolvimento de
S. zeamais e R. dominica;
x Pós de C. ambrosioides apresentam atividade inseticida e afetam o desenvolvimento
de
S. zeamais e R. dominica;
x O extrato não aquoso (clorofórmio) de frutos de C. ambrosioides apresenta atividade
inseticida sobre adultos dos besouros testados e também afeta a progênie destes
insetos;
x Adultos de S. zeamais são mais suscetíveis a pós e ao extrato (clorofórmio) de C.
ambrosioides
quando comparados aos adultos de R. dominica;
x Óleo essencial de C. ambrosioides não reduz a sobrevivência e a progênie de S.
zeamais
e R. dominica;
97
x As substâncias limoneno; p-cimeno e α-pineno não apresentam efeito repelente e
tóxico sobre adultos de
R. dominica.
x As substâncias limoneno e p-cimeno apresentam efeito repelente sobre S. zeamais;
x As substâncias limoneno, p-cimeno e α-pineno apresentam baixo efeito tóxico sobre
adultos de
S. zeamais.
98
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