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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
PUC-SP
Evelyn Christina Peres Barrelin
A construção do controle por estímulos condicionais sobre o comportamento verbalmente
controlado
MESTRADO EM PSICOLOGIA EXPERIMENTAL – ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO
SÃO PAULO
2008
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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento
A construção do controle por estímulos condicionais sobre o comportamento verbalmente
controlado
Evelyn Christina Peres Barrelin
Orientadora: Prof
a
Dr
a
Maria Amalia Pie Abib Andery
São Paulo, agosto de 2008
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ii
Evelyn Christina Peres Barrelin
A construção do controle por estímulos condicionais sobre o comportamento verbalmente
controlado
Dissertação apresentada à Banca Examinadora
da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
como exigência para obtenção do título de
Mestre em Psicologia Experimental: Análise do
Comportamento, sob orientação da Prof
a
Dr
a
Maria Amalia Pie Abib Andery.
Trabalho parcialmente financiado pela CAPES.
São Paulo, agosto de 2008
iii
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
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____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
iv
Agradecimentos
À minha orientadora, por tornar o meu sonho possível. Pela serenidade, seriedade e
competência com as quais conduz seus alunos/orientandos a arte de ser
pesquisador/professor.
Ao professor, membro da banca examinadora e amigo Roberto Alves Banaco. Foi um
prazer imenso estar ao seu lado! Obrigada pelo olhar doce e pelas palavras de carinho; pelo
conhecimento compartilhado, gestos de incentivo e agradáveis discussões teóricas.
Certamente, você foi um divisor de águas.
À Maria Martha Rübner, pelas importantes sugestões neste trabalho.
À professora Fátima Assis, pela disponibilidade, cuidado e atenção dedicados a esse
trabalho.
Aos professores Maria do Carmo Guedes, Maria Eliza, Nilza Micheletto, Paula Gioia e Téia
pelos valiosos ensinamentos.
Aos funcionários do laboratório, Neuza, Conceição e Maurício.
Aos participantes dessa pesquisa.
À minha amiga, irmã e família campineira Tatiana Magalhães Brilhante. Tatá, sem você,
viver este sonho seria impossível!
À minha querida amiga “gato de botas”, Mariana Tavares. Foi um prazer (re)conhecê-la no
mestrado.
À Maria Elisa Midlej, pela amizade que permanece intacta independente do tempo e da
distância.
Às minhas amigas, companheiras de mestrado e da vida fora deste Sabrina, Lígia, Maria
Amália, Paula Barcellos, Carolina Couto e Karine.
Aos meus bons amigos, Márcio, Denigés e Rodrigo Caldas. Adorei conviver com vocês!
Ao Deus Thomas, à santa Dinalva e ao anjo Gabriel! (risos) Sem dúvida nenhuma, vocês
fizeram parte deste trabalho, tornando-o possível!
v
Às amigas de Salvador, Portugal, Pouso Alegre e São Paulo, Verussi Amorim, Alcina, Élida
e Kátia. Obrigada pela estadia, companhia agradável e pelos momentos divertidíssimos que
compartilhamos.
À minha amiga “nortista” Flávia Baião, grande aquisição desse mestrado.
Às minhas crianças-clientes, motivo de constantes alegrias.
À Norma, Edivaldo, Renato, Marina, Maurício e Tom. Vocês coloriram uma cidade que
para mim, não tinha cor.
À minha querida e amada, e-avó Tereza. Vó, seu amor, carinho e força certamente me
impulsionaram até aqui. Como eu sempre digo, não imagino e nem quero um dia imaginar
minha vida sem você!
Ao meu querido irmão e minha cunhada. Obrigado pela espera.
A minha mãe, pelo amor e carinho.
Ao meu pai, PARTE de mim, MOTIVO de tudo.
vi
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .................................................................................................................
1
História de reforçamento contingente ao seguir instruções..........
6
Tipos de instrução e o seu processo de instalação – se modelada
ou diretamente instruída......................................................................
10
A presença do experimentador...........................................................
12
O não contato com as contingências em operação.........................
14
Tipos de esquemas e instruções utilizados.......................................
16
O papel de estímulos condicionais sobre o comportamento de
seguir instruções....................................................................................
21
O problema de pesquisa......................................................................
22
EXPERIMENTO 1
.................................................................................................................
24
Método...................................................................................................
24
Participantes.............................................................................
24
Local..........................................................................................
24
Equipamento e material.........................................................
25
Procedimento...........................................................................
25
Características gerais do procedimento..................
25
Instruções gerais...........................................
26
Telas...............................................................
27
Tentativas......................................................
27
Variáveis independentes...........................................
29
Instruções experimentais............................
29
Fundo de tela................................................
30
Esquemas de reforçamento........................
30
Fases experimentais...................................................
31
vii
Linha de base (Fases 1, 3 e 5).....................
31
Estabelecimento do controle condicional
sobre a relação entre esquemas e
instruções (Fase 2)........................................
32
Primeiro teste do efeito da história de controle
condicional sobre o comportamento de seguir
instruções (Fase 4)........................................ 33
Segundo teste dos efeitos da história de
controle condicional sobre o comportamento
de seguir instruções (Fase 6)....................... 34
Relato pós-sessão.........................................
36
Delineamento experimental.....................................
36
Variável dependente e registros...............................
38
RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................................
40
Tipos de desempenhos........................................................................
41
Controle contextual das cores de tela sobre o comportamento
verbalmente controlado......................................................... 43
Alteração da dimensão comportamental latência
Apostar..................................................................................... 43
Persistência do controle instrucional e a relevância da história
imediatamente anterior.......................................................... 44
Persistência do controle instrucional como taxas de respostas
que não produzem reforço................................................... 46
Redução da amplitude de variação intra componentes e
aumento da amplitude de variação entre componentes
da Fase 2...................................................................................
47
Outros resultados.................................................................................
48
EXPERIMENTO 2
.................................................................................................................
52
Método...................................................................................................
53
Participantes.............................................................................
53
Local..........................................................................................
53
Equipamento e material.........................................................
53
Procedimento...........................................................................
53
viii
Delineamento experimental.....................................
53
RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................................................
56
DISCUSSÃO GERAL.................................................................................................................
60
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................................
61
ANEXO 1 Termo de consentimento livre e esclarecido....................................
66
ANEXO 2 Telas Fases 2 e/ou 6............................................................................
68
ANEXO 3 Relato pós-sessão (Experimento 1 e 2).............................................
70
ANEXO 4 Figuras dos participantes (ordem alfabética)....................................
75
ix
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1. Telas no início de uma tentativa. Na tela da esquerda não há instruções...
27
Figura 2. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante BCAC – 1............ 49
Figura 3.
Figura 4.
Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante BCAI – 1.............. 50
Taxa de respostas, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o
participante BCAI – 3.......................................................................................... 51
Figura 5.
Figura 6.
Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante ACBI – 4............. 58
Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante AIBI – 4............... 59
Figura 7. Exemplos de telas Fase 2. Na tela da esquerda a instrução é “poucas vezes” e
na da direita “várias vezes”................................................................................ 69
Figura 8.
Figura 9.
Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante ACAI – 1............ 76
Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante ACBC – 1............. 77
Figura 10. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante ACBC – 2............. 78
Figura 11. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante ACBI – 1............. 79
Figura 12. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante ACBI – 2.............. 80
Figura 13. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante ACBI – 3............. 81
Figura 14. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante AIAC – 1............. 82
Figura 15. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante AIBI – 1............... 83
x
Figura 16. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante AIBI – 2............... 84
Figura 17. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante AIBI – 3............... 85
Figura 18. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante BCAI – 2............ 86
Figura 19. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante BCAI – 3............ 87
Figura 20. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante BIAI – 1............... 88
Figura 21. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa,
durante as seis fases experimentais, para o participante BIAI – 2............. 89
xi
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1. Delineamento experimental, fases e variáveis independentes......................
37
Tabela 2. Distribuição dos participantes pelos grupos segundo as cores das telas em
relação às instruções (Fase 2) e pelos grupos considerando-se os esquemas de
reforçamento empregados na Fase 6............................................................... 38
Tabela 3. Delineamento experimental, fases e variáveis independentes do Experimento
2............................................................................................................................. 54
Tabela 4. Distribuição dos participantes pelos grupos considerando-se o esquema de
reforçamento empregado na Fase 4, no Experimento 2............................... 55
xii
Barrelin, E. C. P. (2008). A construção do controle por estímulos condicionais sobre o
comportamento verbalmente controlado (66 p.). Programa de Estudos Pós-graduados em
Psicologia Experimental: Análise do Comportamento, Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
Orientador(a): Prof
a
. Dr
a
.Maria Amalia Pie Abib Andery
Linha de Pesquisa: Processos Básicos em Análise do Comportamento
RESUMO
Insensibilidade tem sido referida como a persistência de um padrão de respostas a despeito da
mudança nas contingências. Controle condicional sobre a contingência instrucional tem sido
mencionado como uma das possíveis variáveis responsáveis por este desempenho, em
contingências de reforçamento negativo. O presente trabalho teve como objetivo colocar o
comportamento verbalmente controlado sob controle de estímulos e avaliar seu efeito sobre
desempenhos posteriores, diante desses mesmos estímulos. Participaram desse estudo 18
estudantes de graduação (16 no Experimento 1 e 2 no Experimento 2) trabalharam em um jogo de
computador (similar a um caça-níquel) em um procedimento de tentativas. A cada tentativa o
participante deveria clicar com o mouse sobre um botão na tela do computador, por 3s. O
reforçamento (pontos e cupons para sorteio) dependia dessa resposta. Nos Experimentos 1 e 2,
variáveis como instrução, esquemas de reforçamento e cores de tela foram manipuladas. Nas linhas
de base (Fases 1, 3 e 5), não havia instrução, a tela era da cor azul e uma taxa de 4 a 9 respostas/3s
era seguida de reforço. Na Fase 2, as instruções “...pressione várias vezes...” e “...pressione poucas
vezes...”, os esquemas de reforçamento DRL e DRH de intervalo (cujas taxas de respostas exigidas
eram de 1 a 3r/3s e igual ou acima de 10r/3s, respectivamente) e as cores de tela laranja e verde
foram combinados. A cor laranja foi pareada com coerência entre instrução e esquema e verde com
incoerência entre os mesmos (ou o contrário, a depender do grupo). Esta fase era encerrada quando
um critério de estabilidade fosse atingido em cada componente. Na Fase 4, uma instrução mínima e
a exigência de uma taxa de 4 a 9 respostas/3s foram apresentadas em conjunto com as cores de
tela verde e laranja. Finalmente na Fase 6, os participantes foram distribuídos em dois grupos, que
diferiam quanto ao esquema de reforçamento programado (DRL de intervalo ou DRH de
intervalo), mas não quanto às instruções (‘várias vezes’ e ‘poucas vezes’) e cores de tela (verde e
laranja). No Experimento 2, as Fases 4 e 5 do Experimento 1 foram excluídas e um número
mínimo de alternações entre as cores de tela, instruções e esquemas, na Fase 2, foi estabelecido. Os
resultados de ambos os experimentos, entre outras coisas, sugerem: (a) a relevância de um número
mínimo de alternações entre componentes na Fase 2, como uma condição facilitadora para o
estabelecimento de controle condicional das cores de tela sobre a contingência instrucional; (b)
persistência do controle instrucional, quando considerada a primeira tentativa de um componente;
(c) história imediatamente anterior de coerência e incoerência entre esquema e instrução como
estímulo condicional em relação ao comportamento verbalmente controlado; e (d) a produção de
dois distintos padrões de respostas, em função dos esquemas empregados, que tenderam a se
alternar, na Fase 2, a depender das conseqüências produzidas na primeira tentativa de um
componente.
Palavras-chave: comportamento verbalmente controlado, discriminação condicional,
insensibilidade, história experimental.
xiii
Barrelin, E. C. P. (2008). The construction of the control by conditional control on verbally-
governed behavior (66 p.). Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Experimental:
Análise do Comportamento, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
ABSTRACT
Insensibility has been referred as the persistency of a response pattern despite changes on the
contingencies. Conditional control over the instructional contingencies has been mentioned as one
of the possible variables responsible for this performance, in negative reinforcement contingencies.
The present work aimed to put verbally-governed behavior under stimulus control and evaluate its
effect over posterior performances, in the presence of these same stimuli. 18 undergraduate
students participated in a computer game (16 on Experiment 1 and 2 on Experiment 2), which was
based on a trial procedure. On each trial, the student had to click on a button for 3 seconds to be
reinforced (points changed for tickets to run on a draw). In the Experiments 1 and 2, the
experimental variables manipulated were: the instructions, the reinforcement schedules and the
colors of the screen. In the baselines (Phases 1, 3 and 5), there was no instruction, the color screen
was blue and a rate of 4 to 9 responses/3s was followed by reinforcement. In Phase 2, the rules
“…press several times…” and “…press few times…”, the DRL and interval DRH reinforcement
schedules (of which response rate required were from 1 to 3/3s and 10 or more/3s, respectively)
and the orange and green screen colors were combined. The orange color was paired with
consistency between rule and schedule and the green color was paired with inconsistency between
them (or the opposite, depending on the group). This phase was terminated when a stability
criterion had been reached in each component. In Phase 4, a minimal rule and the requirement of a
4 to 9r/3s rate were presented together with the green and orange screen colors. Finally, in Phase 6,
participants were distributed in two groups that differed from the programmed reinforcement
schedule (interval DRL or interval DRH), but not from the rules (“several times” and “few times”)
and screen colors (orange and green). In Experiment 2, Phases 4 and 5 of the Experiment 1 had
been excluded and a minimum number of alternations between the colors of the screen,
instructions and schedule in Phase 2 was established. The results of both experiments, among
others things, suggest: (a) the relevance of a minimum number of alternations between components
in Phase 2, as a facilitated condition for the establishment of conditional control of the colors of
screen on the instructional contingency; (b) persistence of the instructional control, when
considered the first trial of a component; (c) immediately previous history of coherence and
incoherence between schedule and instruction as conditional stimulus in relation to the verbally-
governed behavior; and (d) the production of two distinct pattern responses, due to the schedules
in use, that tended to alternate, in Phase 2, depending on the consequences produced in the first
trial of a component.
Key words: verbally-governed behavior, conditional discrimination, insensibility, experimental
history
1
O desempenho de descrever contingências de reforço refere-se a uma prática
essencialmente humana e comum entre nós (Amorim, 2001). Como salientou Skinner
(1974), a modificação do aparato vocal e seu controle operante devem ter sido mudanças
filogenéticas essenciais para que o comportamento verbal pudesse se estabelecer. Mas a
prática de descrição de contingências de reforço (que envolve comportamento verbal) foi
selecionada pelo ambiente verbal.
Dentre as possíveis conseqüências responsáveis pela seleção e manutenção desta
prática (descrever e analisar contingências) encontra-se a possibilidade inédita de gerar
respostas novas no repertório de outra pessoa (o ouvinte), sem que seja necessário modelá-
las, e sua subseqüente evitação de riscos e economia de tempo. Nas palavras de Skinner
(1974, p. 134):
Uma pessoa que esteja aprendendo a dirigir um automóvel, responde ao
comportamento verbal da pessoa sentada ao seu lado: a partida, freia, muda de
marcha, faz sinais etc., quando lhe dizem para fazê-lo... Aprender a dirigir
simplesmente por exposição a tais contingências exigiria um tempo muito longo. O
futuro motorista teria de descobrir o que ocorre quando movimenta a alavanca de
câmbio, gira a direção, aperta o acelerador, põe os freios e assim por diante, tudo
isso com grande perigo para si mesmo.
Além disso, (a) o estabelecimento de relações entre eventos que dificilmente
exerceriam controle sobre o responder, dado a distância temporal entre eles (Catania,
1999); (b) a possibilidade de que conseqüências atrasadas superem as imediatas
conseqüências do responder e passem a participar do controle do comportamento (Catania,
1999; Matos, 2001; Sério, Andery, Gioia, & Micheletto, 2004; Skinner, 1969/1975
1
, 1974);
(c) a identificação e descrição de novas contingências porque estas seriam semelhantes a
descrições formuladas (Skinner, 1974); (d) o controle de respostas potencialmente
prejudiciais ao indivíduo e, conseqüentemente, ao grupo (Matos, 2001; Skinner, 1974); e (e)
a descrição de “contingências que prevalecem no meio independentemente de qualquer
ação humana deliberada” (Skinner, 1974, p. 138) [o que estaria relacionado com a
possibilidade de produzir conhecimento sobre o mundo] dizem respeito à interpretação das
possíveis conseqüências que, historicamente, teriam atuado na seleção e manutenção desse
1
A primeira data refere-se à publicação original e a segunda à reimpressão consultada.
2
desempenho e resultado na produção, pela comunidade verbal, de falantes que tendem a
descrever contingências de reforçamento.
Entretanto, outra relação comportamental precisa ser considerada. Quando,
ouvintes (de si mesmos ou de “terceiros”) comportam-se sob controle de descrições, outro
comportamento, que também é comum entre nós, está sendo emitido. Skinner
(1969/1975) chamou este comportamento de comportamento governado por regras. Mais
recentemente, outros autores passaram a dar preferência ao termo comportamento
verbalmente
2
controlado (Catania, 1999; Cerutti, 1989; Glenn, 1987).
Comportamentos governados por regras ou verbalmente controlados são
comportamentos evocados por estímulos antecedentes verbais especificadores e/ou
descritores de contingências, ou seja, são comportamentos sob controle de certos tipos de
variáveis antecedentes (Skinner, 1969/1975). Nesse caso, estímulos antecedentes verbais
seriam funcionalmente classificados como estímulos discriminativos. Entretanto, autores
como, por exemplo, Albuquerque, Matos, de Souza e Paracampo (2004), Catania (1999),
Cerutti (1989), Schlinger e Blakely (1987) e Schlinger (1993) explicitam e/ou salientam a
possibilidade de interpretar a descrição de contingências (regras) como estímulos
alteradores de função, ou seja, como estímulos que alterariam a função de outros estímulos
que participariam da contingência. Em qualquer um dos casos, são variáveis de natureza
verbal/social que assumem controle sobre o responder a partir de uma história de
reforçamento diferencial, contingente ao seguir instruções
3
; ou seja, uma história na qual o
ouvinte foi reforçado positiva ou negativamente por se comportar em conformidade com a
descrição (Albuquerque, Paracampo, & Albuquerque, 2004; Albuquerque & Silva, 2006;
Cerutti, 1989; Galizio, 1979; Skinner, 1969/1975).
Segundo Skinner (1969/1975), a descrição de um comportamento operante sob
controle de estímulos antecedentes verbais incluiria a apresentação da regra (estímulo que
especifica a contingência), a resposta evocada por esta e as conseqüências liberadas
2
No presente estudo, os termos comportamento governado por regras e comportamento verbalmente
controlado serão utilizados como sinônimos.
3
Regra é um termo mais amplo e se a uma classe de estímulos caracterizada por sua natureza
verbal/social (Glenn, 1987); enquanto que “instruções”, segundo Matos (2001), diz respeito a casos nos
quais existe uma especificação das circunstâncias em que a ação ocorre. No presente trabalho, os termos
também serão utilizados indistintamente.
3
contingentemente ao comportamento especificado pela regra. De acordo com Matos
(2001):
O estudo do controle por regras sempre deveria envolver uma análise do contexto
social do falante (que emite a regra) e do ouvinte (que seguirá ou não a regra). É
justamente a função do ouvinte, como responsável pelo reforço do falante, que
define e coloca o estudo de regras dentro do campo do comportamento verbal. (p.
52)
Conselhos, avisos, ordens, orientações, instruções, leis científicas e religiosas,
folclore, máximas e provérbios referem-se a diferentes exemplos de descrições de
contingências que podem assumir controle antecedente sobre o responder, se
diferenciando apenas quanto à probabilidade do falante em modificar e/ou alterar o
comportamento do ouvinte no sentido especificado pela regra (Sério e cols., 2004; Skinner,
1974).
Os comportamentos verbalmente controlados são, então, operantes discriminados
que diferem daqueles operantes cujas variáveis antecedentes são não verbais devido a
presença de estímulos antecedentes verbais no controle do responder. Embora o
comportamento modelado pelas contingências possa se assemelhar topograficamente ao
comportamento controlado verbalmente, suas variáveis de controle, bem como suas
funções, podem ser distintas. Nas palavras de Skinner (1974):
O aprendiz [de ferreiro, que maneja um fole fazendo os movimentos descritos em
um verso ensinado por um ferreiro] simplesmente seguiu a regra, não porque o
fogo fica estável, mas porque o pagam para fazê-lo... seu comportamento é
completamente governado por regras. o comportamento do ferreiro [que
construiu o verso a partir de sua experiência com o fole e ensinou o aprendiz
recitando o verso] é modelado pelas contingências [de manter o fogo estável] e em
alguma medida governado por regras, depois que ele descobriu a regra (p. 137).
No comportamento verbalmente controlado os estímulos antecedentes verbais têm
importância especial como variável de controle; enquanto que o comportamento chamado
de modelado pelas contingências é particularmente afetado pelas suas conseqüências, que
marcam, a partir de uma história de reforçamento diferencial, a ocasião na qual o
reforçamento se deu. Sendo assim, um comportamento governado por regras pode ser
4
modificado apenas pela mera alteração da estimulação antecedente, dos conseqüentes
(sociais e colaterais
4
) ou de ambos, enquanto o comportamento modelado pelas
contingências seria modificado somente pelas conseqüências especificadas por uma
contingência e pela mudança dos estímulos antecedentes correlacionados com estas
conseqüências versus sua ausência (Cerutti, 1989; Skinner 1969/1975).
Outra possível distinção entre os mesmos comportamento verbalmente
controlado e modelado pelas contingências se refere a rapidez e ostensividade do
controle por estímulos antecedentes verbais e seus possíveis benefícios principalmente
quando as contingências são “complexas, pouco claras ou, por alguma razão, pouco
eficazes” (Skinner, 1974, p. 138).
Além disso, variáveis motivacionais podem ser destacadas como “diferenciadoras”
destes comportamentos (governado por regras e modelado pelas contingências). Nas
palavras de Skinner (1969/1975) “As contingências não modelam o comportamento,
como alteram sua probabilidade; mas, estímulos especificadores de contingências, como
tais, não o fazem... Uma regra é simplesmente um objeto no ambiente” (p. 38); ressalta-se
aqui, o valor evocativo, mas não estabelecedor, de estímulos antecedentes verbais.
Quando sugeriu o termo comportamento governado por regras, Skinner
(1969/1975; 1974) assinalou um conjunto de características que o tornariam objeto de
interesse e contribuiu para o estabelecimento e delimitação de uma área de pesquisa na
ciência da Análise do Comportamento. Assim, por exemplo, diz-se que o comportamento
verbalmente controlado, diferentemente do comportamento modelado pelas contingências,
é menos sensível às mudanças do ambiente as suas conseqüências colaterais.
Insensibilidade tem sido a expressão utilizada para se referir a uma falha dos sujeitos
humanos em maximizar sua taxa de reforçamento (ex., obter a quantidade máxima de
reforçadores possíveis) quando instruções incoerentes a respeito dos esquemas de
reforçamento programados são oferecidas” (Newman, Buffington, & Hemmes, 1995, p.
463). Em outras palavras, insensibilidade diz respeito a um desempenho instruído que
persiste ou se mantém inalterado a despeito das mudanças nas conseqüências colaterais do
4
O termo “colateral” foi sugerido por Cerutti (1989), para se referir àquelas conseqüências que “atuariam
minimamente na manutenção do comportamento verbalmente controlado” (p.66). Dizem respeito àquelas
conseqüências que acompanham as conseqüências sociais (ex.: aprovação ou desaprovação) do responder
governado por regras (Matos, 2001).
5
esquema (Cerutti, 1989; Hayes, Brownstein, Zettle, Rosenfarb, & Korn, 1986; Shimoff,
Matthews, & Catania, 1986), o que difere do responder infrahumano submetido aos
mesmos esquemas de reforçamento (Baron & Galizio, 1983; Shimoff, Matthews, &
Catania, 1986). O termo cunhado e sua definição parecem encontrar respaldo nas palavras
de Skinner (1969/1975), que alerta:quando as contingências mudam e não as regras, estas
poderão mais atrapalhar do que ajudar” (p. 34).
A mudança das contingências do esquema e a manutenção dos estímulos
antecedentes verbais tem sido uma das estratégicas metodológicas para a avaliação e
identificação desse fenômeno insensibilidade. Outra possibilidade se refere à manutenção
do esquema em contrapartida à modificação da “regra”. Ambas as estratégias têm sido
utilizadas com esquemas simples e múltiplos, permitindo uma avaliação, posterior, ou
contínua e imediata, respectivamente, da sensibilidade do responder a esquemas de
reforçamento (Baron & Galizio, 1983; Catania, Matthews, & Shimoff, 1982; Cerutti, 1989;
Galizio, 1979; Hayes, Brownstein, Zettle, Rosenfarb, & Korn, 1986; Hayes, Brownstein,
Haas, & Greenway, 1986; Matthews, Catania, & Shimoff, 1985; Shimoff, Matthews, &
Catania, 1986).
Inúmeros estudos têm documentado o fenômeno da insensibilidade e diferentes
variáveis têm sido sugeridas como responsáveis pelo seu aparecimento: (a) história de
reforçamento contingente ao seguir instruções (Amorim, 1995; Assis, 1995; Cerutti, 1991;
Hayes, Brownstein, Zettle, Rosenfarb, & Korn, 1986; Weiner, 1964, 1969a, 1969b); (b)
tipos de instrução e seu processo de instalação, se modelada ou diretamente instruída
(Catania e cols., 1982; Matthews e cols., 1985; Shimoff, Matthews, & Catania, 1986); (c)
variabilidade do comportamento (Joyce & Chase, 1990; LeFrancois, Chase, & Joyce, 1989);
(d) a presença do experimentador (Albuquerque, Paracampo, & Albuquerque, 2004;
Cerutti, 1989; Cerutti, 1994; Barret, Deitz, Gaydos, & Quinn, 1987); (e) o não contato com
as contingências de reforçamento em operação (Galizio, 1979); e (f) os tipos de esquemas e
instruções utilizados (Torgrud & Holborn, 1990; Amorim, 2001).
No presente estudo, algumas destas pesquisas ou, pelo menos, parte delas serão
descritas, por serem relevantes a proposição do problema de pesquisa
5
.
5
A distribuição dos estudos mencionados nos diferentes subtítulos indica apenas o destaque feito aqui aos
mesmos.
6
1 – História de reforçamento contingente ao seguir instruções
A importância de uma história de reforçamento anterior, que torna uma descrição
um S
D
para a resposta de seguí-la foi sugerida por Skinner (1969/1975; 1974) e mencionada
por diversos autores como, por exemplo, Albuquerque, Matos, Souza e Paracampo (2004),
Paracampo e Albuquerque (2004), Albuquerque e Silva (2006) e Galizio (1979). Tais
autores detiveram-se também a compreensão dos atuais efeitos dessa história de
reforçamento sobre o comportamento verbalmente controlado.
Assis (1995), por exemplo, investigou os efeitos de diferentes histórias,
manipulando esquemas de reforçamento e o contato com diferentes instruções e
mensurando os seus efeitos sobre o comportamento não verbal descrito, em uma situação
de resolução de problemas. Para tanto, 93 crianças, entre 6 e 8 anos de idade e de ambos os
sexos, foram distribuídas entre vários grupos a depender dos esquemas de reforçamento
(DRL 2s e DRH 0,5s) e do tipo de instrução (coerente ou incoerente com o esquema) a
que eram submetidas. A relação de coerência e incoerência entre esquemas e instruções
podia ser produzida pela mudança nos esquemas ou nas instruções. A situação
experimental consistia de dois jogos de computador denominados “Jogo da Nave” e “Jogo da
Princesa”, que diferiam quanto aos seus personagens. Três respostas de clicar sobre a tecla
“barra de espaço” ocasionavam, nos dois jogos, a eliminação de três barras horizontais que
se interpunham aos objetivos finais (nave e princesa), sendo que em certos casos o
reforçamento ocorria em DRL e em outros em DRH. Instruções foram oferecidas aos
participantes e descreviam, a depender do grupo experimental: (a) a topografia da resposta
e sua relação com o reforço (instruções denominadas “mínimas”); (b) a topografia, sua
relação com o reforço e a distribuição temporal de respostas característica do esquema de
DRL (denominado “responder lentamente”); e (c) a topografia, sua relação com o reforço e
distribuição temporal de respostas característica do esquema DRH (denominado responder
rapidamente”). Cada instrução era apresentada no inicio da primeira fase de cada jogo. Caso
o participante o eliminasse as barras em 10 min, ou se esgotasse o número de tentativas
permitidas (539 respostas), duas conseqüências eram previstas, a depender do jogo em
operação: (a) depois de um ITI o segundo jogo era apresentado; ou (b) o equipamento
passava a operar em CRF, permitindo o acesso ao objetivo final. Histórias experimentais de
coerência e incoerência entre instrução e esquema de reforçamento foram criadas, durante
o “Jogo da Nave”, com os três tipos de instrução e os dois esquemas de reforçamento
(DRL e DRH).
7
Em termos gerais, os resultados relativos ao Jogo da Nave – durante o qual o efeito
das variáveis instrucionais foi avaliado indicaram que instruções coerentes produziram
um melhor desempenho e/ou o alcance do critério de aprendizagem tanto para os
participantes expostos ao esquema DRH, quanto para os participantes expostos ao
esquema DRL. Entretanto, instruções coerentes quando combinadas ao esquema DRL,
produziram um melhor desempenho do que em DRH. Além disso, vários participantes que
receberam instruções incoerentes ou mínimas não alcançaram o critério de aprendizagem.
Instruções incoerentes ou mínimas, quando combinadas com os esquemas, produziram
pior desempenho em DRL do que em DRH, sugerindo, segundo Assis (1995), que o
desempenho em DRL seria mais sensível ou dependente de instruções, enquanto que o
desempenho em DRH seria mais sensível às suas conseqüências.
Quando os efeitos de diferentes histórias sobre o responder foi avaliado (Jogo da
Princesa) houve variações no desempenho dos participantes que parecem ter sido resultado
de diferentes relações entre instruções e esquemas de reforçamento. Destacam-se aqui que,
pelo menos, em certos casos a história de instruções incoerentes produziu menos adesão a
novas instruções e que, por outro lado, histórias de coerência entre instrução e esquema
produziram um padrão de respostas com menos tendência a mudanças mesmo depois de
retiradas as instruções. Tais conclusões parecem confirmar a hipótese de que a chamada
insensibilidade às contingências em comportamentos verbalmente controlados não é um
fenômeno generalizado e que o esquema de reforçamento em operação tem um importante
papel nesta relação. De acordo com Assis (1995) a expressão “controle instrucional” (p.
151) não abarca todas as especificidades encontradas em seu estudo a partir da variação da
interação regra/contingência.
A afirmação de que a história experimental exerceria controle sobre o
comportamento corrente quando ou não instruções encontra respaldo em outros
trabalhos como, por exemplo, nos estudos de Amorim (2001)
6
e Weiner (1964; 1969;
1969b). Embora os estudos realizados por Weiner pertençam à área que vem recebendo o
nome de “história experimental
7
estudos experimentais nos quais os desempenhos
6
Este estudo será descrito no tópico 6, intitulado “Tipos de esquemas e instruções utilizados”.
7
Os termos história de reforçamento e história experimental serão utilizados como sinônimos, no
contexto sugerido por Wanchisen (1990). Referem-se a histórias experimentalmente construídas e
tomadas como variáveis que afetam desempenhos operantes atualmente mantidos por variáveis
conhecidas e que são mensurados.
8
mantidos por um dado esquema são afetados por experiências anteriores com outros
esquemas estes fornecem uma importante contribuição à compreensão do fenômeno
descrito como “insensibilidade”. Assim, por exemplo, Weiner (1964) investigou os efeitos
de duas diferentes histórias de condicionamento sobre o responder em um dado esquema
de reforçamento, em humanos. Nesse experimento, seis assistentes de enfermagem de um
hospital psiquiátrico foram distribuídos entre dois grupos e submetidos a duas histórias de
condicionamento distintas: FR 40 e DRL 20s. Após essas diferentes histórias, todos os
participantes foram condicionados a um esquema de FI 10s. Diferentes luzes foram
associadas a cada esquema e
nada foi dito sobre a proposta do experimento, a natureza das
contingências de reforçamento, ou a mudanças das mesmas (de DRL 20s ou FR 40 para FI
10s). Como resultado, obteve-se diferentes desempenhos em FI a depender de sua história
experimental: DRL 20s ou FR 40. Em geral, os padrões das histórias imediatamente
anteriores, persistiram durante o esquema de FI. Weiner concluiu que diferentes histórias
influenciaram o responder em esquema de FI e que os participantes responderam mais sob
controle das suas respectivas “experiências” do que das contingências em operação. Uma
outra possibilidade de interpretação, segundo Matos (2001), seria quanto a formulação de
auto-regras durante o desempenho exigido em DRL 20s e FR 40; formulações estas que
teriam continuado a controlar o responder em FI.
Complementando estudos anteriores, Weiner (1969a), em uma comparação entre
sujeitos (Experimento 3), buscou isolar e identificar como variações de parâmetros,
seqüências e tipos de histórias de reforçamento poderiam interagir com o desempenho em
FI. Para tanto, mais uma vez, assistentes de enfermagem de um hospital psiquiátrico foram
instruídos a apertar um botão (adição e/ou subtração de pontos em um contador dependia
dessa resposta) e submetidos a uma de três possíveis histórias de condicionamento (DRL
20s e FR 40 ou DRL 20s), seguidas por FR 40 e diferentes esquemas de FI. De maneira
geral, os participantes apresentaram altas e baixas taxas de respostas sob os esquemas a
depender de sua história de condicionamento imediatamente anterior: FR 40 ou DRL 20s,
respectivamente. Entretanto, todos os participantes submetidos a uma história de DRL 20s
seguida por FR 40 apresentaram um desempenho de taxa baixa sob o esquema de FI 10s.
De acordo com Weiner (1969a) a história de DRL 20s, mesmo que remota, teria sido
responsável pelo desempenho em FI 10s.
Em outro estudo Weiner (1969b) sobrepôs histórias de DRL 20s e FR 40 a
contingências de fuga e esquiva. Participaram desse estudo 18 assistentes de enfermagem
9
que foram instruídos a pressionar um botão para produzir ou evitar a perda de pontos no
escore de um contador. Primeiramente, os participantes foram submetidos a um de dois
possíveis esquemas de reforçamento: FR 40 ou DRL 20s, que produziam a adição de 100
pontos no contador a cada instância de reforçamento, cada qual associado a um estímulo
específico. Após a “construção” dessas histórias os participantes foram distribuídos em três
grupos e submetidos a diferentes esquemas: (a) fuga/esquiva 10s; (b) esquiva 10s; e (c) fuga
10s. Nestes esquemas, a cada 10s, iniciava-se um período de perda de pontos com duração
de 20s, durante o qual o participante perdia 5 pontos por segundo se não emitisse a
resposta especificada. De maneira geral, os resultados desse experimento sugeriram que
diferentes taxas de respostas sob contingências aversivas foram obtidas a depender da
história de condicionamento imediatamente anterior (FR ou DRL), e as diferenças nas
taxas de respostas foram mantidas por um longo período de tempo (40 horas).
Estudos como os de Weiner sugeriram, então, que pelo menos em parte o que foi
chamado de insensibilidade aos esquemas, em humanos, e que foi atribuída ao controle do
comportamento operante por regras ou ao comportamento verbal, poderia dever-se a
histórias imediatamente anteriores e que tal controle ocorreria em contingências de
reforçamento positivo ou negativo (Weiner, 1969a, 1969b).
Outro importante estudo que teve como objetivo verificar a importância da história
de reforçamento contingente ao seguir instruções foi realizado por Hayes, Brownstein,
Zettle, Rosenfarb, & Korn (1986). Em seu Experimento 2, buscou-se a separação dos
efeitos da história de reforçamento por seguir regras e das conseqüências atuais do
esquema através da apresentação e posterior retirada das instruções. Os autores
pressupunham que a retirada das instruções eliminaria o efeito do fator “história de
reforçamento” sobre o comportamento não verbal, permanecendo apenas o efeito das
conseqüências atuais oferecidas pelos componentes de um esquema múltiplo. Para tanto,
instruções (“pressione rapidamente” ou “pressione lentamente”) foram pareadas a luzes coloridas
verde ou vermelha, respectivamente que poderiam estar acesas durante uma ou três
sessões, a depender dos grupos experimentais. A variável dependente foi o comportamento
de pressionar, alternadamente, dois possíveis botões que produziam, segundo o esquema
em vigor (DRL 6s ou FR 18), o movimento de luzes em uma matriz e o acréscimo de
pontos a serem trocados por dinheiro ao final do experimento. Os participantes 25
estudantes foram aleatoriamente distribuídos em 6 grupos experimentais (“Pressione
Lentamente” 1 sessão; “Pressione Lentamente” 3 sessões; “Pressione Rapidamente” 1 sessão;
10
“Pressione Rapidamente” 3 sessões; “Pressione Rapidamente e Pressione Lentamente” 1 sessão;
“Pressione Rapidamente e Pressione Lentamente” 3 sessões) que se diferenciavam o apenas
em relação à instrução oferecida (conforme sugerem os nomes dos grupos), mas também
quanto ao número de sessões (uma ou três) com pareamento entre luzes (verde ou
vermelha) e instruções. Basicamente, os resultados obtidos neste experimento sugerem que:
(a) instruções a respeito da taxa de respostas, quando parciais como no caso dos grupos
“pressione lentamente” e “pressione rapidamente”, produziram um responder que se conformou à
descrição realizada, pelo menos, no começo da primeira sessão e que a remoção da luz
pareada à instrução não aumentou o controle pelas contingências dos esquemas em vigor.
Esse resultado foi mais marcante para o grupo “Pressione Lentamente”, independente do
número de sessões nas quais a instrução estava presente; (b) para os grupos Pressione
Rapidamente” uma ou três sessões foi obtida evidência de controle pelo esquema antes
do final da primeira sessão e, nesse caso, a remoção da instrução não pôde ser interpretada
em termos de aumento da sensibilidade aos esquemas de reforçamento, uma vez que esta
sensibilidade era evidente com a presença do estímulo instrucional; (c) para o grupo no
qual ambas as instruções foram apresentadas durante três sessões, um controle pelas
instruções (“pressione lentamente” ou pressione rapidamente”) se sobrepôs aos componentes do
esquema; ou seja, os participantes emitiram altas ou baixas taxas sob controle dos estímulos
antecedentes verbais presentes, em detrimento do esquema de reforçamento em operação,
de maneira que a maioria dos pontos obtidos ocorreram quando a luz pareada à instrução
coerentemente marcava o esquema em vigor; e (d) a remoção das luzes, ocasionou um
imediato controle pelos componentes do esquema múltiplo, para o grupo “Pressione
Rapidamente e Pressione Lentamente” – uma sessão.
2 – Tipos de instrução e seu processo de instalação – se modelada ou diretamente instruída
Outra importante discussão na área referiu-se ao papel que teria o processo de
instalação do comportamento verbal que descreve contingências e que se torna estímulo
controlador do comportamento descrito e a relevância de sua topografia (da resposta
verbal).
No que se refere à investigação do processo de instalação de estímulos antecedentes
verbais, Catania, Matthews e Shimoff (1982) buscaram avaliar os efeitos de descrições
verbais, se modeladas ou diretamente instruídas, sobre o comportamento não verbal. Para
11
tanto, estudantes de graduação foram submetidos a um esquema múltiplo de razão
randômica (RR 20) e intervalo randômico (RI 10s) aplicados à resposta não verbal de
pressão a um de dois botões possíveis (um para cada esquema). Logo após a exposição a
estes esquemas em conjunto (RR e RI), descrições a respeito do comportamento não verbal
ou da taxa de respostas eram exigidas, sendo tais descrições modeladas ou, elas mesmas,
diretamente instruídas. Ambas as respostas (verbal e não verbal) resultavam no acréscimo
de pontos a serem trocados por dinheiro. Os dados obtidos sugeriram que descrições a
respeito da taxa, se modeladas, exerceriam um maior controle sobre o comportamento não
verbal subseqüente, mesmo estando elas em oposição às contingências do esquema em
comparação àquelas que foram diretamente instruídas e cujo efeito sobre o comportamento
não verbal foi variado e, portanto, inconsistente.
Na mesma linha de pesquisa, Matthews, Catania e Shimoff (1985) se perguntaram
se descrições de desempenho, ou seja, de respostas que haviam sido produzidas no estudo
anterior, exerceriam um efeito distinto sobre o comportamento não verbal subseqüente, do
que descrições de contingências, ou seja, de relações resposta-conseqüência. Novamente,
estudantes universitários foram submetidos aos componentes de um esquema múltiplo (RR
20 e RI 10s) aplicado à resposta de pressão a um de dois botões (um para cada esquema),
intercalado com períodos de descrição a respeito do comportamento não verbal
imediatamente anterior. Ambas as respostas verbais foram modeladas e respostas verbais e
não verbais resultavam na obtenção de pontos. De maneira geral, os resultados obtidos
nesse experimento sugerem que descrições de desempenho (ex.: “pressione lentamente” ou
“pressione rapidamente”), mais do que descrições de contingências (ex.: “pressione o botão até que
um número randômico tenha sido alcançado” ou “pressione após um intervalo randômico tenha sido
alcançado”) foram responsáveis pela produção de um desempenho não verbal em
conformidade com as descrições.
Basicamente, insensibilidade às contingências quando o comportamento verbal foi
modelado e quando a regra produzida descrevia desempenhos (em vez de contingência
resposta-conseqüência) não verbais foram as afirmações produzidas por este grupo de
pesquisadores
(Catania, Matthews, & Shimoff, 1982; Matthews, Catania, & Shimoff, 1985).
Na mesma direção, o Experimento 1 do estudo de Hayes, Brownstein, Zettle,
Rosenfarb, & Korn (1986) procurou avaliar a efetividade de diferentes instruções a respeito
da taxa de respostas. Participaram do estudo, 17 estudantes submetidos a um esquema
múltiplo FR 18/DRL 6s. A variável dependente foi o comportamento de pressão sobre
12
dois botões que produzia, segundo o esquema em vigor, o movimento de luzes em uma
matriz e o acréscimo de pontos quando as luzes chegavam à última casela da matriz.
Os participantes foram aleatoriamente distribuídos entre quatro grupos que se
diferenciavam quanto às instruções oferecidas pelo experimentador a respeito da taxa de
respostas. “Pressões sobre os botões com vários segundos entre elas trabalharão melhor”, “Pressões rápidas
sobre os botões trabalharão melhor” ou “As luzes acima dos botões são importantes. Quando uma delas
estiver acesa, rápidas pressões sobre os botões trabalharão melhor. Quando a outra estiver ligada, pressões
com vários segundos entre elas trabalharão melhor” constituem, respectivamente, as instruções
oferecidas aos grupos Pressione lentamente”, “Pressione Rapidamente” e “Taxa Acurada”. Salvo
que, para o quarto grupo intitulado “Instrução Mínima” nenhuma instrução a respeito da
taxa de respostas era oferecida. A presença de cada uma destas instruções permitiria avaliar
a produção de altas ou baixas taxas de respostas como função da presença versus a ausência
das mesmas (instruções relacionadas à taxa de respostas). Os resultados obtidos parecem
indicar que sem instrução nenhum dos participantes apresentou um contato extenso com
as conseqüências programadas para cada esquema e que ambas, história instrucional e
conseqüências atuais, foram responsáveis pelo responder nos componentes dos esquemas
(Hayes, Brownstein, Zettle, Rosenfarb, & Korn, 1986).
De maneira geral, os três estudos mencionados aqui, parecem sugerir que a taxa de
respostas se conformou à regra (seja esta uma descrição verbal modelada ou diretamente
instruída), mais do que ao esquema de reforçamento em operação, quando estas foram
apresentadas antes que um controle pelo esquema sobre a taxa de respostas tenha sido
estabelecido; ou seja, em situações nas quais um fraco controle pelo esquema tenha sido
produzido, é mais provável que descrições exerçam um poderoso controle sobre o
responder operante não verbal, em “detrimento” da contingência de reforçamento atual,
gerando o que a literatura tem documentado como um responder insensível às
contingências de reforçamento (Torgrud & Holborn, 1990).
3 – A presença do experimentador
Alguns estudos têm sugerido a variável “presença do experimentador” na sessão
experimental é variável relevante para o comportamento de seguir instruções (Barret, Deitz,
Gaydos, & Quinn, 1987; Cerutti, 1994). Postula-se aqui que a presença de membros da
comunidade verbal em uma sessão experimental tornaria mais provável a emissão de
respostas sob controle de estímulos antecedentes verbais.
13
Em uma pesquisa realizada por Barret e cols. (1987), 30 estudantes universitários
participaram de dois experimentos nos quais um padrão de respostas estereotipado e
induzido por reforçamento (Fase 1) e condições sociais foram investigados. Para
identificação do efeito exercido por variáveis sociais sobre o comportamento não verbal
(variabilidade), os participantes foram distribuídos randomicamente entre dois grupos que
diferiam entre si pela presença versus a ausência do experimentador durante a realização da
tarefa programada, mas não quanto às fases experimentais: modelagem de um padrão de
respostas estereotipado (Fase 1); instruções coerentes para variar o desempenho não verbal
(Fase 2); e retorno, não sinalizado, à condição da Fase 1, ou exposição a Fase Extinção,
(Experimento 2). A tarefa experimental consistia em mover um quadrado roxo de um
canto a outro da tela pressionando botões do teclado do computador. O movimento na
direção correta produzia pontos trocáveis por dinheiro. Os resultados deste estudo
sugerem que: (a) ambos os grupos apresentaram o padrão de respostas exigido para a Fase
1 (estereotipia entendida como a emissão de 10 respostas consecutivas e idênticas) e
responderam diferencialmente à instrução coerente apresentada na Fase 2 “Agora, pontos
somente serão obtidos movendo o quadrado roxo de diferentes maneiras a cada tentativa.”; e (b) o grupo
experimental no qual houve a monitorização do responder, manteve na Fase 3, no
Experimento 1 e 2, o padrão de respostas de variação apresentado da Fase 2,
diferentemente daqueles participantes que compuseram o grupo controle, no qual o
experimentador estava ausente. Diante de tais resultados, Barret e cols. (1987) sugeriram
que: (a) variabilidade pode ser induzida via instrução e que a presença do experimentador
pode contribuir para que um responder não verbal variável e instruído se mantenha,
mesmo que este desempenho não seja necessário para que haja reforçamento; e (b) que
comportamentos controlados verbalmente são mais prováveis de serem mantidos na
presença de membros da comunidade verbal, do que na ausência destes.
Resultados semelhantes foram obtidos por Cerutti (1994). Neste estudo, o autor
empregou uma câmera de vídeo para monitorar de desempenho de seus participantes.
Albuquerque, Paracampo e Albuquerque (2004) encontraram outros resultados em um
estudo no qual “monitorização” foi manipulada em uma tarefa de matching to sample. Além
do experimentador, um observador foi inserido na sessão experimental em momentos nos
quais o estímulo antecedente verbal era incoerente com a contingência em operação.
Basicamente, os resultados deste estudo sugerem que, em contingências aversivas (perda de
fichas), o responder tende a ser mais sensível às contingências, mesmo que este esteja
sendo monitorado por um membro da comunidade verbal.
14
Basicamente, estudos que pretenderam identificar o efeito da variável
“monitorização” sobre o comportamento verbalmente controlado parecem sugerir que a
presença de um membro da comunidade verbal tende a aumentar a probabilidade de que o
comportamento não verbal fique sob controle de regras, desde que condições de perda de
reforçadores não sejam programadas para esta classe de respostas.
4 – O não contato com as contingências em operação
Um estudo que permitiu avaliar a necessidade de uma história de reforçamento
diferencial para a manutenção do comportamento de seguir regras e que discutiu a noção
de insensibilidade às contingências dos comportamentos verbalmente controlados foi
realizado por Galizio (1979), para quem comportamento governado por regras é
comportamento operante e, portanto, sensível às suas conseqüências. Se comportamento
de seguir regras é um operante discriminado, cuja seleção e manutenção ocorrem pelo
reforçamento de uma dada classe de respostas diante de uma determinada classe de
estímulos antecedentes (verbais), a perda de reforçadores em função da emissão de
respostas em conformidade com instruções incoerentes a um esquema em operação
deveria ocasionar a eliminação ou o abandono dessa classe de respostas.
No Experimento 2 do seu estudo, Galizio (1979) investigou os efeitos de instruções
incoerentes com as contingências dos esquemas em operação sobre o comportamento de
seguir instruções. Neste experimento, quatro estudantes universitários foram submetidos a
uma tarefa experimental que consistia em girar uma alavanca no sentido horário. Quatro
componentes de um esquema múltiplo se alternavam: luzes coloridas, pareadas a rótulos
associados a diferentes parâmetros temporais sinalizavam os esquemas em vigor FI 10s,
30s, 60s e EXT) que eram de reforçamento negativo. Responder evitava o aparecimento
de uma luz vermelha correlacionada à perda de pontos trocados por dinheiro, por 10, 30 ou
60 segundos, ou nada produziam no caso de extinção. Situações de incoerência entre
instruções e esquemas de reforçamento foram planejadas pela modificação dos esquemas
quando se mantinha os estímulos antecedentes verbais, logo após o seu estabelecimento
como discriminativos.
Basicamente, os participantes foram expostos a três fases experimentais
condições “não contato”, "contato” e “não contato” – nas quais o comportamento evocado pelos
estímulos instrucionais levaria ora a perda programada de reforçadores (condição contato)
15
dado o estabelecimento de um intervalo perda-perda (ou S-S) de 10s para todos os
componentes, ora a nenhuma conseqüência aversiva (condição não contato) em função da
programação de um esquema em que não haveria perda em qualquer um dos quatro
componentes. Neste último caso, a emissão de respostas em conformidade com as
instruções não permitiria aos participantes detectar a discrepância regra-esquema, sendo
provável a manutenção do responder em esquiva estabelecido na condição de perda de
pontos.
Os resultados desse experimento sugerem que, a despeito da retirada ou suspensão
da contingência de esquiva durante a condição não contato, os participantes continuaram a
se comportar sob controle dos estímulos instrucionais, sendo a taxa de respostas emitidas
durante os quatro componentes idênticas àquelas estabelecidas durante a fase de instrução
coerente. Controle instrucional foi observado do começo ao fim desta condição. Em
contrapartida, os resultados obtidos durante a condição de contato parecem indicar que
houve um imediato desarranjo do controle instrucional para os quatro participantes, em
todos os componentes do esquema múltiplo, produzindo um responder sensível ao
esquema em operação. Além disso, durante a segunda exposição à condição de o
contato, não houve o reaparecimento do controle instrucional para qualquer um dos
participantes. Para três dos quatro estudantes, as taxas de respostas declinaram diante do
esquema programado, “para que” não houvesse perda de reforçadores (extinção do
reforçamento negativo).
Em síntese, estes resultados sugerem que: (a) o contato com a discrepância
instrução-esquema, em contingências de esquiva, mostrou-se fundamental para que
houvesse uma rápida eliminação do controle instrucional; (b) que o não contato com tal
discrepância instrução/esquema tendeu a ocasionar a manutenção do responder em
esquiva anteriormente instalado; (c) uma historia de reforçamento na qual o seguir
instruções ocasionou a perda de reforçadores tendeu a persistir no tempo, quando tais
estímulos foram reapresentados; (d) o contato com a discrepância esquema/instrução foi
necessário para a eliminação do seguimento da instrução e, portanto, à compreensão do
fenômeno descrito como insensibilidade; (e) contingências de reforçamento negativo
dificultariam o controle do responder por estímulos antecedentes verbais incoerentes às
contingências em operação; e (f) conseqüências que contradizem a regra podem ocasionar
o abandono das mesmas, reafirmando a proposição de que o seguir instrução é
16
comportamento sensível às suas conseqüências (Albuquerque, Paracampo, & Albuquerque,
2004; Baron e Galizio, 1983; Galizio, 1979).
Resultados semelhantes aos de Galizio (1979) foram obtidos por Albuquerque,
Paracampo e Albuquerque (2004), em um estudo sobre o papel de variáveis sociais e de
conseqüências programadas de perda de pontos, sobre o comportamento de seguir
instruções. Embora Galizio (1979) e Albuquerque e cols. (2004) ressaltem a importância de
contingências de reforçamento negativo para o enfraquecimento do controle instrucional,
Hayes e cols. (1986a) não descartam a possibilidade de que este mesmo enfraquecimento
seja produzido em contingências de reforçamento positivo.
5 – Tipos de esquemas e instruções utilizados
Segundo Weiner (1970), esta diferença no desempenho entre espécies (humanos e
infra-humanos) foi descrita e conceituada em termos de insensibilidade e atribuída ao
comportamento verbal. Essa observação cuja origem encontra-se na literatura a respeito
de esquemas de reforçamento e história experimental quando inserida no campo do
comportamento verbalmente controlado ganhou outra roupagem: que variáveis
instrucionais poderiam diminuir a densidade de reforçamento, a despeito do esquema
empregado – o que seria conceituado em termos de insensibilidade (Shimoff e cols., 1986).
De acordo com Torgrud e Holborn (1990), pelo menos, parte da discussão e dos
dados aparentemente conflitantes sobre a insensibilidade às contingências, gerada pelo
controle instrucional, deve-se a questões metodológicas. Afirmam que esquemas de
reforçamento tradicionais, como FI e FR, não geram um controle preciso pelo esquema
sobre a taxa de respostas, em humanos. Torgrud e Holborn (1990), então, propuseram um
estudo para demonstrar que a chamada insensibilidade aos esquemas gerada pelas
instruções é produto dos esquemas empregados.
No seu Experimento 1, na presença de um controle discriminativo e diferencial de
diferentes taxas de respostas pelos esquemas, introduziram a apresentação de descrições de
desempenho, em gradual oposição aos esquemas de reforçamento em relação a descrições
(Experimento 1a) e as respostas-alvo foram as taxas de pressão a uma de duas teclas (A ou
K) do teclado de um computador, em um intervalo de tempo de 5.5s e as escolhas de uma
dentre cinco possíveis descrições referentes aos desempenhos nas teclas A ou K. Letras
correspondentes às teclas A ou K eram apresentadas individual e alternadamente na tela do
17
computador. Teclar a letra correspondente resultava no acréscimo de pontos em intervalos
fixos de 5.5 segundos. Portanto, pontos eram dados a cada 5.5 segundos, perfazendo 12
intervalos de reforçamento por apresentação de cada letra (A ou K). Uma quantidade
específica de pontos (que variava entre 1 a 5 pontos) era obtida a depender: (a) da taxa de
respostas apresentada durante cada intervalo de 5.5 segundos; e (b) de quanto a taxa se
afastava/aproximava da taxa estabelecida como correta. Cinco classes de taxa de respostas
podiam estar em vigor:“muito devagar” (1 a 5 respostas durante 5.5s); “devagar” (6 a 10
respostas/5.5s); “médio” (11 a 15 respostas/5.5s); rápido” (16 a 20 respostas/5.5s); e “bem
rápido” (mais do que 20 respostas durante 5.5s). De maneira semelhante à resposta não
verbal, a magnitude de reforço também foi manipulada para as respostas verbais. Após
cada intervalo de 66 segundos, cinco descrições a respeito da melhor taxa de pressão para
cada chave durante a sessão eram apresentadas aos participantes, que deveriam responder
“A melhor maneira de ganhar pontos...” : “muito devagar”, devagar”, “taxa média”, “rápido” e muito
rápido”.
No Experimento 1a, relações de incoerência entre as contingências dos esquemas e
as descrições verbais foram programadas para ambas as teclas (A ou K). Nesse
experimento, uma “taxa média” de pressão aos botões A e K foram estabelecidas antes da
inserção e reforçamento de descrições. As contingências então foram gradualmente
manipuladas, produzindo uma relação de incoerência entre as respostas verbais e não
verbais. Ao final do experimento, eram opostas as descrições e os desempenhos dos
participantes, de maneira que estes respondiam aos esquemas em vigor e descreviam
contingências opostas.
No Experimento 1b, uma nova situação de incoerência entre taxa de respostas e
descrições foi produzida, entretanto foram as descrições e não as contingências do
esquema que foram gradualmente manipuladas. O número máximo de pontos na tecla A
era contingente à apresentação de uma taxa de 1 a 5 respostas/5.5s (“muito devagar”) e à
descrição “pressione muito rápido”, enquanto que na tecla K ocorria o oposto.
Os resultados obtidos nestes dois experimentos sugerem que: (a) os esquemas
empregados controlaram diferencialmente suas taxas de respostas, a despeito das
descrições escolhidas; (b) que as contingências de reforçamento empregadas sobre o
comportamento verbal e não verbal controlaram, respectivamente, cada uma dessas classes,
sem que houvesse interferência mútua entre as mesmas; e (c) a força exercida por estímulos
antecedentes verbais sobre comportamentos não verbais depende, dentre outras coisas, do
18
controle discriminativo e diferencial exercido pelo esquema sobre a taxa de respostas
(Torgrud e Holborn, 1990).
Para responder se uma diminuição do controle discriminativo exercido pelos
esquemas ocasionaria o aumento do controle pelas descrições sobre as taxas, Torgrud e
Holborn (1990) fizeram mais dois experimentos. No Experimento 2a, 13 pontos eram
atribuídos, a despeito das taxas de respostas, a cada intervalo, enquanto os pontos variavam
(12, 24, 36, 48 ou 60) contingentemente às descrições escolhidas pelos participantes, em
cada um dos dois componentes de um esquema múltiplo (A ou K). No Experimento 2b,
um esquema de reforçamento foi empregado em ambas as teclas e havia reforçamento
diferencial das descrições. Nestes experimentos, a história de controle pelo esquema
anterior à inserção de descrições de desempenho foi eliminada.
Os resultados obtidos nestes dois experimentos foram variados e, basicamente,
sugerem que na ausência de um controle diferencial e discriminativo pelo esquema sobre a
taxa de respostas, um aumento do controle discriminativo de estímulos verbais em
relação ao comportamento não verbal.
Em resumo, os quatro experimentos realizados por Torgrud e Holborn (1990)
indicam que: (a) alguns esquemas poderiam dificultar o controle por variáveis instrucionais
sobre comportamentos não verbais; (b) controle discriminativo e diferencial pelo esquema
sobre a taxa de respostas pode ser estabelecido; e (c) o controle por estímulos antecedentes
verbais seria mais provável na ausência do controle diferencial e discriminativo pelos
esquemas.
Amorim (2001), em uma replicação sistemática de Torgrud e Holborn (1990),
obteve resultados que corroboram tais afirmações e, em certa medida, as estende no que se
refere à produção de histórias de reforçamento de coerência e incoerência entre
comportamento verbal e não verbal em esquemas múltiplos. Nesse estudo, um total de sete
participantes foram distribuídos entre três experimentos, nos quais participavam de um
jogo de computador cujo objetivo consistia em formar figuras. As respostas-alvo foram a
pressão a uma de duas teclas – vermelho ou amarelo – do teclado do computador (resposta
não verbal) e a escolha de uma dentre cinco possíveis descrições a respeito do
comportamento não verbal (resposta verbal) em cada um dos dois componentes (amarelo
ou vermelho) de um esquema múltiplo. O aparecimento de partes de uma figura, a
obtenção de pontos e bilhetes trocados por um prêmio ao final do experimento foram as
conseqüências planejadas pelo experimentador.
19
Os Experimentos 1 e 2 desse estudo foram compostos por seis fases – “Sem Pontos”;
“Pontos para Taxa”;Pontos para Taxa/Reversão”; “Sem Pontos”; “Pontos para Descrição”; e “Pontos
para Descrição/Reversão” e tinham como objetivo: (a) avaliar se a diferenciação das taxas de
pressão entre os componentes de um esquema múltiplo exerceriam controle sobre a
escolha de descrições a respeito do comportamento não verbal (resposta verbal), quando
tais respostas não eram conseqüenciadas diferencialmente; e (b) verificar se a diferenciação
de respostas verbais (descrições a respeito do comportamento não verbal) exerceria
controle sobre as taxas de resposta nos componentes do esquema múltiplo, na ausência de
conseqüências diferenciais para estas últimas (respostas não verbais). Os componentes do
esquema múltiplo (amarelo e vermelho) eram apresentados de maneira alternada, havendo
um período para emissão da resposta o verbal, seguido por um período para emissão da
resposta verbal referente ao componente imediatamente anterior. O período para emissão
das respostas não verbais pressões à tecla amarela ou vermelha consistia da
apresentação de 6 intervalos de um esquema VI 5.5, sendo encerrado após a liberação do
sexto reforçador. A taxa de resposta por intervalo de 5.5s era classificada em uma dentre de
5 possíveis faixas de taxa: abaixo de 1; entre 1 e 1.99; entre 2 e 2.99; 3 e 3.99; e acima de 4
respostas por segundo. A resposta verbal exigia a escolha de uma dentre cinco possíveis
descrições a respeito da velocidade do pressionar: “na média”; “bem devagar”; “bem rápido”;
“rápido”; e devagar”. Fases experimentais Pontos para Taxa” e “Pontos para Descrição” se
alternaram, manipulando-se a quantidade de pontos atribuídos a diferentes taxas de
respostas ou a descrições nos componentes do esquema múltiplo.
No experimento 1, apenas para um dos participantes a taxa de respostas
acompanhou a variação nas respostas verbais nos dois componentes e as descrições verbais
acompanharam o desempenho não verbal quando manipulou-se a magnitude dos mesmos.
Ou seja, apenas um dos três participantes do Experimento 1 demonstrou indícios claros de
interações entre as respostas não verbais e verbais. Entretanto, para os outros dois
participantes houve a diferenciação das respostas verbais, mas não das não verbais e a
diferenciação obtida para as descrições não tiveram efeito sobre a taxa nos dois
componentes. No Experimento 2, todos os quatro participantes apresentaram algum tipo
de interação entre respostas verbais e não verbais. De maneira geral, três dos quatro
participantes, na Fase “Pontos para Taxa” e dois dos três na Fase “Pontos para Taxa/Reversão”
apresentaram controle das respostas não verbais sobre as verbais, produzindo a
correspondência entre essas duas classes, em ambos os componentes; (b) na segunda
20
exposição à Fase “Sem Pontos”, para um dos participantes, as taxas anteriormente reforçadas
se mantiveram, bem como o controle sobre as respostas verbais; (c) três dos quatro
participantes, na fase “Pontos para Descrição”, apresentaram interações entre taxas e
descrições que podem ser descritas como relações de controle por respostas verbais sobre
respostas não verbais.
O Experimento 3 do estudo de Amorim (2001) teve como objetivos avaliar: (a) a
relação entre respostas verbais e não verbais, quando um forte controle discriminativo era
programado para ambas as respostas; (b) se a correspondência ou não-correspondência
entre respostas verbais e não verbais atuais poderia ser afetada pela história imediatamente
anterior de coerência e incoerência entre tais classes de respostas; e (c) se histórias
experimentais de coerência e incoerência entre comportamento verbal e não verbal
minimizariam a variabilidade apresentada entre os participantes no que se refere às relações
de controle entre tais classes de respostas.
Neste terceiro experimento, três dos sete participantes foram expostos a duas novas
fases experimentais, nomeadas de “Pontos para Coerência” e “Pontos para Incoerência”, e que se
referiam, respectivamente, ao reforçamento diferencial de respostas verbais e não verbais
situadas em um mesmo extremo de velocidade de pressão (coerência) e ao reforçamento de
desempenhos verbais e não verbais opostos para ambos os componentes de um esquema
múltiplo (incoerência).
Dois dos três participantes foram inicialmente submetidos a uma história de
incoerência entre respostas verbais e não verbais, enquanto o outro foi submetido a uma
história de coerência entre tais classes de respostas. Tais histórias foram revertidas
posteriormente.
De maneira geral, os resultados obtidos sugerem que: (a) taxas e descrições foram
emitidas sob controle de suas conseqüências diferenciais diretas, permanecendo estáveis e
sem interferências recíprocas, independentes da coerência ou da incoerência programada
para tais classes de respostas; (b) a história de reforçamento imediatamente anterior exerceu
influência sobre o tipo de relação de controle entre taxa e descrição e que tinham como
produto a coerência ou incoerência entre estas classes de repostas (verbal e não verbal).
Quando não requerida, coerência e incoerência entre as classes de respostas verbais e não
verbais dependeu da história de reforçamento imediatamente anterior entre as mesmas
(classes). Os resultados mostram ainda que: (a) relações de controle de descrições sobre as
21
taxas mostraram-se mais frágeis do que o contrário; e (b) diferentes histórias experimentais
podem ocasionar variações entre sujeitos quanto ao produto das relações de controle
(coerência e incoerência) entre estas duas classes de respostas e reduzir a variabilidade
quanto à ocorrência de tais relações.
6 – O papel de estímulos condicionais sobre o comportamento de seguir instruções
Conforme destacou Skinner (1974) “a probabilidade do responder [a estímulos
antecedentes verbais] pode ser tomada como medida de sua confiança ou crença no falante
ou em suas palavras” (p. 133), ressaltando a importância de uma história de reforçamento
anterior que torna uma descrição um estímulo discriminativo ou condicional para a
resposta de seguí-la. Hipoteticamente, esta análise também abre caminho para investigação
do papel daquele que emite a regra ou mesmo do ambiente no qual esta ocorre sobre o
comportamento de seguí-la, além de enfatizar o papel da história de reforçamento que
coloca o responder controlado verbalmente sob controle de estímulos.
De acordo com Sidman (1986) “as contingências de três termos [sejam estas verbais
ou não verbais] podem, elas mesmas, serem colocadas sob controle de estímulos” (p.223), a
partir de uma história de reforçamento diferencial para tanto. Uma história específica na
qual uma contingência de três termos se mantenha verdadeira na presença de um dado
estímulo, mas não na presença de outro.
Nesta linha de raciocínio, Galizio (1979) investigou o papel de variáveis contextuais
sobre o comportamento verbalmente controlado, no Experimento 3 do seu estudo, que
teve como objetivo verificar se o comportamento sob controle instrucional ficaria sob
controle discriminativo, a depender de uma história de reforçamento diferencial.
Os participantes (estudantes universitários) foram inicialmente submetidos a um
conjunto de manipulações nas quais a apresentação de quatro estímulos instrucionais (luzes
coloridas em conjunto com rótulos) eram associadas a diferentes esquemas de
reforçamento negativo FI 10s, 30s, 60s, ou EXT). Responder de acordo com o esquema
em vigor atrasava a perda de pontos (trocados por dinheiro) e, por isso, considerou-se que
tais desempenhos eram mantidos por reforçamento negativo, ainda que pudessem ser
evocados pelos estímulos que funcionavam como estímulos instrucionais. Galizio, então,
introduziu dois novos estímulos (luzes roxa e laranja) além dos quatro estímulos
22
instrucionais (as lâmpadas e os rótulos ou instruções). Na presença do estímulo luz laranja,
as instruções (luzes e/ou rótulos) estavam associadas com esquemas de esquiva da perda de
pontos e a luz/rótulo associada à extinção indicava que o havia contingência de
reforçamento negativo em vigor. Na presença da luz roxa, as instruções eram incoerentes
(não correspondiam) com as contingências em operação (e que antes haviam sido
pareadas). Galizio (1979) hipotetizou que se as instruções (elas mesmas estímulos)
coerentes fossem sistematicamente pareadas com um estímulo, e as instruções incoerentes
com outro estímulo, tal experiência promoveria uma discriminação condicional e esses
estímulos assumiriam a função de estímulos condicionais sobre os estímulos instrucionais.
Como resultado desse experimento, Galizio obteve que o responder em esquiva ficou sob
controle instrucional na presença da luz laranja e que tal controle cessou na presença da luz
roxa, ou seja, os participantes passaram a responder diferencialmente diante dos quatro
componentes de um esquema múltiplo, a depender da presença dos estímulos condicionais
(luz laranja ou luz roxa). Portanto, o próprio comportamento de seguir instruções tornou-
se condicional a um contexto instrucional, indicando mais uma vez a dependência de uma
história de reforçamento diferencial para a ocorrência desses comportamentos.
Outro estudo que, de certa maneira, reafirmou a importância de variáveis
contextuais sobre o comportamento instrucional foi o Experimento 2 de Hayes,
Brownstein, Zettle, Rosenfarb, e Korn. (1986). Na tentativa de separar os efeitos
instrucionais atribuídos a duas distintas fontes de controle (história de reforçamento por
seguir regras e conseqüências atuais) o comportamento instrucional foi colocado sob
controle de estímulos. Os dados obtidos neste experimento foram semelhantes aos
resultados de Galizio (1979) indicando, entre outras coisas, que o responder não verbal
pode ficar sob controle instrucional a depender de estímulos contextuais; ou seja, que
estímulos contextuais podem alterar a função de estímulos antecedentes verbais,
aumentando ou diminuindo a probabilidade de que respostas não verbais em conformidade
a instrução sejam emitidas e, portanto, afetando o contato dessa classe de respostas em
relação ao esquema de reforçamento em vigor.
O Problema de Pesquisa
Destacamos até aqui que a afirmação de que o comportamento verbalmente
controlado é insensível às contingências precisa, pelo menos, ser modulada. Histórias de
23
reforçamento que envolvam diferentes contingências e esquemas de reforçamento,
diferentes descrições de contingências e diversas relações entre as interações entre
esquemas são relevantes a esta discussão, como mostraram seguidamente os resultados da
literatura da área.
Galizio (1979) e Hayes, Brownstein, Zettle, Rosenfarb, e Korn (1986) sugerem que
experimentos que indiquem que o próprio responder controlado verbalmente pode ser
colocado sob controle discriminativo mostrariam claramente a importância da história de
reforçamento na produção deste comportamento e nas suas características. Os resultados
de Galizio sugerem fortemente a possibilidade de estabelecer tal controle quando
contingências de reforçamento negativo são manipuladas. Resultados de outros estudos tais
como os de Amorim (2001), Assis (1995) e Torgrud & Holborn, (1990) sugerem
indiretamente o mesmo, além de mostrarem que especificidades dos esquemas empregados
e das contingências envolvidas no comportamento emitido são variáveis relevantes neste
caso.
Assim, a pergunta que dirigiu o presente estudo foi: se a história de um participante
envolve a exposição a descrições de comportamentos coerentes e incoerentes (em relação
às contingências de reforçamento em vigor) com diferentes esquemas de reforçamento,
estímulos sistematicamente associados com essas condições de descrição selecionariam
distintos padrões de comportamento, mesmo diante de um mesmo esquema de
reforçamento? Ou melhor, estímulos sistematicamente relacionados a uma história de
coerência e incoerência entre instruções e esquemas de reforçamento poderiam,
posteriormente, ter função selecionadora em relação às instruções, tornando mais ou
menos provável o comportamento verbalmente controlado independente do esquema de
reforçamento em vigor? Uma vez estabelecida tal função comportamental, tais estímulos
quando reapresentados restringiriam a variabilidade apresentada pelos participantes diante
de determinados estímulos antecedentes verbais e esquemas de reforçamento?
24
EXPERIMENTO 1
MÉTODO
Participantes
Dezesseis alunos, com idades entre 17 e 35 anos, inscritos em diferentes semestres
e períodos (matutino, vespertino e noturno) de diferentes cursos de graduação da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e da Faculdade Comunitária de Campinas
(SP) participaram dessa pesquisa. Antes de qualquer manipulação experimental, o projeto
de pesquisa foi encaminhado ao Comitê de Ética da PUC-SP, tendo recebido aprovação, e
um termo de consentimento livre e esclarecido (ver Anexo 1), foi assinado pelos
estudantes, autorizando sua participação no experimento.
Sempre que possível, medidas foram tomadas com o intuito de minimizar a
possibilidade de contado/comunicação entre os participantes da pesquisa e,
conseqüentemente, de que descrições a respeito desta “atividade” assumissem controle
sobre o responder: (a) a realização de uma única sessão experimental; (b) a aplicação do
experimento em um mesmo período do dia com participantes de um mesmo curso,
independente de estarem ou não matriculados em um mesmo período; (c) a distribuição
dos candidatos em diferentes períodos e dias de aplicação, exceto para aqueles participantes
mencionados anteriormente (matriculados em um mesmo curso, cursando ou não um
mesmo período). Salvo que tais medidas estavam em conformidade com a disponibilidade
de dias e horários de cada participante.
Local
Os dados foram coletados em uma sala do Laboratório de Psicologia Experimental
da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e, em uma sala de reuniões, no caso da
Faculdade Comunitária de Campinas (SP). Ambos os locais encontravam-se mobiliados
com mesa, cadeiras e com o equipamento necessário.
25
Equipamento e Material
Mesa, cadeira, um notebook modelo HP Pavilion dv2000 com um mouse acoplado, uma
folha contendo as instruções gerais a respeito do programa, uma folha para descrição da
regra do jogo, cupons, um vale livro CD ou DVD e um software construído por Thomas
Woelz, em linguagem Python File, que registrava e controlava as contingências experimentais
e que foi adaptado de Fonai (2008), foram os materiais utilizados por essa pesquisa.
No teclado, apenas as teclas ”,“ estavam disponíveis e/ou em
funcionamento durante a apresentação das instruções gerais do programa.
Procedimento
Os participantes trabalharam individualmente no computador.
1. Características gerais do procedimento
Cada participante foi conduzido à sala de coleta e verbalmente instruído pela
experimentadora quanto a: (a) a presença de orientações gerais a respeito do
funcionamento do programa, logo após a tela de apresentação do mesmo; (b) a
possibilidade de o participante retroceder ou progredir nas telas de orientação geral (ou
instruções gerais) do programa, pressionando as teclas ou ”, respectivamente,
durante a apresentação das mesmas; (c) a possibilidade de consultar e/ou rever tais
descrições a instrução geral a qualquer momento da aplicação, uma vez que estas
encontravam-se impressas em uma folha de papel sulfite e presente ao lado do
computador; e (d) a possibilidade de sua saída da sala de coleta logo após a apresentação de
uma de duas telas possíveis com as seguintes instruções “Fim do jogo! Obrigado pela sua
participação.” ou “Fim do jogo. Parabéns! Você acumulou x
8
pontos, que poderão ser trocados por x
9
cupons!”.
8
Saldo total obtido pelo participante durante o jogo.
9
Valor calculado pelo programa e referente à divisão do saldo total obtido pelo participante durante o
jogo, dividido pelo valor de cada cupom, que era de R$ 4,00.
26
1.1. Instruções gerais
Segue a “Instrução geral” apresentada a cada um dos participantes a respeito do
funcionamento do programa. Os números romanos indicam a distribuição e/ou seqüência
de tais frases entre as telas do computador e/ou na folha de sulfite.
I – Instruções Gerais. Pressione “
” para avançar ou “
” para retroceder às instruções.
II – Jogo Caça-níquel
III Sua tarefa é conseguir o máximo de dinheiro possível durante a sessão experimental. Para isso, você
deverá apostar.
IV Cada aposta custa R$ 0,10 e para realizá-las você terá que clicar com o mouse sobre o botão
APOSTAR. A seta indica este botão. (Aparecia uma figura ilustrativa na tela Fase 1 e
uma seta vermelha indicando esse botão).
V Quando você APOSTAR, as três janelas com figuras começarão a girar, simultaneamente, durante,
3 segundos. Você deverá apostar a cada tentativa.
VI Se ao final desse período, figuras iguais aparecerem nas janelas você ganhará R$ 0,50, que serão
acrescidos no seu contador (BANCO). A seta indica o contador. (Aparecia uma figura ilustrativa
na tela – Fase 1 – e uma seta vermelha indicando o Banco).
VII – Se três figuras diferentes aparecerem nas janelas, você terá perdido o valor apostado.
VIII
CLIQUES
sobre o botão vermelho, enquanto as janelas giram, determinarão o resultado.
Portanto, você deverá clicar sobre o botão vermelho no período em que as janelas giram. A seta indica este
botão. (Aparecia uma figura ilustrativa na tela – Fase 1 – e uma seta vermelha
indicando o botão vermelho).
IX – Algumas vezes, aparecerão dicas na parte superior da tela do computador, acima das três janelas. A
seta indica onde as dicas poderão aparecer na tela do computador. (Aparecia uma figura ilustrativa
na tela – Fase 1 – e uma seta vermelha indicando o local onde as instruções
encontrar-se-iam dispostas).
X – Durante todo o jogo, cliques com o mouse sobre qualquer outra área da tela não terão qualquer efeito.
27
XI Ao final do jogo, você poderá trocar cada R$ 4,00 ganhos por cupons e concorrer, ao final desse
estudo, ao sorteio de um vale-livro, CD ou DVD no valor de R$ 50,00, na Livraria Cultura.
XII Seu saldo inicial no jogo será de R$ 12,00. A seta indica onde seu saldo será apresentado.
(Aparecia uma figura ilustrativa na tela Fase 1 e uma seta vermelha indicando o
local onde o saldo era apresentado).
XIII – Bom jogo!
XIV – Pressione “
” para iniciar o jogo ou “
” para voltar às instruções.
1.2. Telas
O computador simulava um jogo de caça-níquel e os pontos obtidos pelo
participante eram trocados, no final do estudo, por cupons para concorrer ao sorteio de um
vale-livro, CD ou DVD. Como em um jogo de caça-níquel, o participante trabalhava em
um procedimento de tentativas.
Figura 1. Telas no início de uma tentativa. Na tela da esquerda não há instruções.
O saldo total disponível para o participante no começo da sessão experimental era
de R$ 12,00.
1.3. Tentativas
A cada tentativa, figuras como, por exemplo, laranja, pêra, cereja etc., eram
apresentadas em três janelas, de 4 cm x 4 cm, dispostas lado a lado na parte superior e
central da tela do computador. As figuras giravam verticalmente de forma semelhante a
Instrução
28
um caça-níquel nas suas janelas por 3s durante cada tentativa, logo após um clique sobre
o botão “Apostar” (Ver Figura 1, painel da esquerda).
Ou seja, uma tentativa era iniciada quando o participante clicava com o mouse sobre
o botão no qual estava escrito a palavra “Apostar”, que se encontrava na parte central e
inferior da tela do computador. Essa resposta produzia imediatamente:
a. o desaparecimento desse botão;
b. a diminuição de R$ 0,10 na área da tela chamada “Banco” (que registrava o saldo
total disponível ao participante do começo ao fim do jogo);
c. o girar de cada uma das diferentes figuras nas três janelas, por 3s; e
d. a ativação do botão Vermelho sobre o qual o participante deveria clicar para
produzir como resultado o aparecimento de três figuras iguais no final da tentativa. Cliques
sobre qualquer outra área da tela não tinham quaisquer efeitos sobre o jogo.
Ao final do período de 3s as figuras nas três janelas paravam de girar. Três figuras
iguais eram consequenciadas como acerto e a presença de, pelo menos, uma figura
diferente era consequenciada como erro. Estes resultados dependiam do número de
respostas de clicar sobre o botão Vermelho durante os 3s.
Taxas de repostas, nos 3s, que atendiam aos parâmetros (cor da
tela/instrução/esquema de reforçamento) especificados para uma determinada fase
resultavam em: (a) três figuras iguais quando as janelas paravam de girar; (b) um som
característico de acerto; (c) uma mensagem escrita “Você acertou!”; (d) o acréscimo de R$
0,50 sobre o saldo total anterior do Banco; e (e) um intervalo entre as tentativas (ITI) de 1s.
Respostas que não atendiam aos requisitos especificados para uma determinada fase
produziam, então, ao final da tentativa, quando paravam de girar as janelas: (a) o
aparecimento de três figuras diferentes nas janelas; (b) um som característico de não-acerto;
(c) uma mensagem dizendo “Que pena!”; e (d) o início de um intervalo entre as tentativas
(ITI) de 1s.
Um único clique sobre o botão “Apostar”, sem que nenhuma resposta fosse
emitida sobre o botão Vermelho, culminava após aproximadamente 3 s: (a) na apresentação
de um som característico de não acerto; e (b) na apresentação simultânea de uma
mensagem dizendo “Tentativa falhou!”
29
O saldo total obtido por cada participante era convertido em cupons ao final do
experimento. Cada R$ 4,00 obtidos foram trocados por um cupom por meio do qual
poder-se-ia concorrer ao sorteio de um vale-livro ou CD ou DVD no valor de R$ 50,00.
Durante o ITI havia o aparecimento de uma tela na cor cinza.
O início de cada tentativa era sinalizado por um som característico de moedas
caindo. (Ver Figura 1 para um diagrama da tela do computador tal como aparece ao
participante antes do início de uma tentativa, durante a Linha de Base).
2. Variáveis independentes
Três variáveis foram manipuladas nesse experimento: as instruções sobre a tarefa,
as cores de fundo da tela do computador e os esquemas de reforçamento.
2.1. Instruções experimentais
Instruções específicas sobre a resposta de clicar com o cursor do mouse sobre o
botão Vermelho foram manipuladas durante o estudo. Essas instruções eram ou não
apresentadas em diferentes fases e variaram nas fases experimentais.
Quando presentes, as instruções encontravam-se escritas em preto e localizadas
acima das três janelas nas quais as figuras estavam dispostas (Ver Figura 1, painel direito).
“Para ganhar, pressione várias vezes o botão do mouse sobre o botão vermelho”, “Agora, para ganhar,
pressione poucas vezes o botão do mouse sobre o botão vermelho” e “Para ganhar, pressione o botão do
mouse sobre o botão vermelho” representam cada uma das três possíveis instruções a serem,
individualmente, apresentadas na tela do computador a depender da fase experimental e de
cada um dos componentes dessas fases.
As expressões “várias vezes” e “poucas vezes”, presentes em duas das três
instruções, piscavam durante a permanência da frase, oscilando entre as cores preto e
branca.
30
2.2. Fundo da tela
As cores de fundo da tela também foram manipuladas/modificadas durante as fases
desse experimento e durante os componentes dessas fases, variando entre azul (Fases 1, 3 e
5) e laranja ou verde (Fases 2, 4 e 6). Exemplos das telas verde e laranja contendo os
estímulos antecedentes verbais encontram-se no Anexo 2.
2.3. Esquemas de reforçamento
Outra variável manipulada foi o esquema de reforçamento sobre as respostas de
clicar com o cursor do mouse sobre o botão Vermelho.
Um de três esquemas foram empregados: DRH e DRL de intervalo e esquema de
reforçamento de taxa média de respostas.
Nestes esquemas uma determinada taxa de respostas alta ou baixa deveria ser
emitida em um intervalo fixo de tempo. Segundo Torgrud e Holborn (1990) e Amorim
(2001) tais esquemas possibilitam um controle discriminativo e diferencial da taxa de
respostas pela contingência do esquema por promoverem pontos a depender de um
determinado número de respostas por intervalo fixo de tempo, ou seja, em função de
específicas taxas de respostas.
Todos os esquemas incidiram sobre a resposta de clicar com o cursor do mouse
sobre o botão Vermelho durante os 3s de duração do girar das janelas (figuras), sendo que
ao final desse período (3s) seguir-se-iam as conseqüências de acerto caso o participante
atingisse o critério especificado pela contingência do esquema em vigor.
Quando o DRH de intervalo (aqui chamado de esquema de Taxa Alta) estava em
vigor, a tentativa resultava no aparecimento de três figuras iguais e no acréscimo de R$ 0,50
no saldo do Banco se o participante emitisse 10 ou mais respostas de clicar com o cursor
do mouse sobre o botão Vermelho no intervalo de 3 segundos em que este botão ficava
ativo.
Quando DRL de intervalo (esquema de Taxa Baixa) estava em vigor, havia
reforçamento quando o participante emitia de 1 a 3 respostas no intervalo de 3 s.
Quatro a nove respostas, no intervalo de 3 s, foram consideradas como “taxa
média” de respostas.
31
3. Fases Experimentais
Seis fases experimentais e uma fase de Relato pós-sessão compuseram o
experimento e todos os participantes foram submetidos a todas as fases em uma sessão
experimental, sem intervalos.
Nas Fases 2, 4 e 6 ocorreram: (a) intervalo entre tentativas de 1 s, durante o qual
uma tela de cor cinza era apresentada ao participante; e (b) a apresentação de uma tela de
transição, com a duração de 1,25 s, entre os componentes de um bloco. Esta tela
caracterizava-se pela sobreposição da tela do componente seguinte sobre a tela do
componente completado, na direção da direita para a esquerda.
Durante todas as seis fases experimentais houve a possibilidade de conclusão de
uma determinada tentativa mesmo quando o tempo-limite de um dado componente ou
bloco incidisse sobre a mesma. Além disso, a mudança de uma fase, componente ou bloco
exigia a realização de uma tentativa; ou seja, a simples passagem do tempo de cada fase,
componente ou bloco não resultava na alternação entre os mesmos.
3.1. Linha de base (Fases 1, 3 e 5)
Na Linha de Base, a tela de fundo do jogo era da cor azul. Respostas de clicar com
o mouse sobre o botão Vermelho foram reforçadas com o acréscimo de R$ 0,50 no saldo
total do participante, o aparecimento de um som e de uma mensagem de acerto se
ocorressem em taxa média (4 a 9 respostas/3s).
Nenhuma instrução foi apresentada nesta fase, cujo objetivo foi verificar o
desempenho dos participantes nesse esquema de reforçamento (taxa média)
10
.
As Fases 1, 3 e 5 foram de Linha de Base e tiveram a duração de 5 min (+ uma
tentativa) e eram encerradas independente do desempenho dos participantes. Se ao final de
5 min, uma tentativa iniciada estivesse em andamento a mudança de fase ocorreria
após seu término. Caso o critério de realização de uma única tentativa após o encerramento
10
Essa decisão expor os participantes as contingências do esquema antes da exposição às descrições
e/ou regras encontra-se pautada na premissa de que, na ausência de um controle discriminativo e
diferencial pelo esquema, é mais provável que o responder operante não verbal fique sob controle de
estímulos antecedentes verbais (Torgrud e Holborn, 1990).
32
do tempo total da fase não fosse atendido, o participante permanecer-ia por um tempo
indeterminado nessa mesma fase.
3.2. Estabelecimento de controle condicional sobre a relação entre esquemas e instruções (Fase
2)
Dois esquemas de reforçamento se alternaram nesta fase: DRH de intervalo e DRL
de intervalo. No DRH de intervalo, reforçamento foi contingente a uma taxa de cliques
com o mouse sobre o botão Vermelho de, pelo menos, 10 vezes/3s. No DRL de intervalo,
reforçamento foi contingente a taxas de 1 a 3 respostas/3s.
Duas instruções também foram alternadas nesta fase e descreviam relações entre
taxa de resposta e reforço: “Para ganhar, pressione várias vezes o botão do mouse sobre o botão
vermelho” ou “Agora, para ganhar, pressione poucas vezes o botão do mouse sobre o botão vermelho”.
Tais instruções podiam ser coerentes ou incoerentes aos esquemas em operação, o
que foi sistematicamente pareado com duas cores de tela distintas.
Para todos os participantes, foram apresentados os dois esquemas com cada cor de
tela. Para metade dos participantes, quando a cor de fundo da tela do programa era
LARANJA (S
1
), as duas instruções possíveis correspondiam aos dois esquemas de
reforçamento em vigor e quando a cor de fundo da tela era VERDE (S
2
) as duas instruções
eram incoerentes, ou seja, não descreviam os comportamentos que produziam
reforçamento
11
. Para outra metade dos participantes, as cores de fundo da tela do
computador tiveram suas funções invertidas (VERDE pareado com instruções que
correspondiam aos esquemas e LARANJA pareado com instruções que não correspondiam
aos esquemas).
Portanto, uma das duas instruções possíveis era apresentada com cada cor de tela e
um dos dois esquemas de reforçamento estava em vigor com cada instrução/cor de tela.
Nesta fase, então, quatro condições, chamadas aqui de componentes
12
estavam
alternadamente em vigor:
11
Toda a descrição nesta sessão será feita com base nesta distribuição de cor de tela e coerência de
instruções. Na Tabela 2 (ver item 4 delineamento experimental) se apresenta a distribuição dos
participantes para efeitos de balanceamento de das cores e nos grupos.
12
Por componente entende-se a combinação entre cor de fundo da tela do computador (laranja ou verde),
instrução (‘várias vezes’ ou ‘poucas vezes’) e esquema de reforçamento (DRL ou DRH de intervalo).
33
a. cor de fundo laranja/“pressione várias vezes”/taxa alta;
b. cor de fundo laranja/“pressione poucas vezes”/taxa baixa;
c. cor de fundo verde/“pressione várias vezes”/taxa alta;
d. cor de fundo verde/“pressione poucas vezes”/taxa baixa.
Os quatro componentes se alternavam a cada 2 min de forma randômica sem
substituição. Quando um componente estava em operação, as tentativas sucediam-se sem
alteração das contingências descritas. Depois de 2 min (mais o tempo necessário para se
completar a tentativa iniciada) um novo componente era apresentado, logo após a tela de
transição.
Denominou-se “Bloco” a apresentação dos quatro componentes (cada um deles
por 2 minutos). Quando um bloco se encerrava, iniciava-se um novo bloco se o critério de
estabilidade não fosse alcançado.
As conseqüências para desempenhos convencionados como acertos e erros
anteriormente descritas (item 1.2 desta seção) foram mantidas nesta fase.
Esta fase foi encerrada quando o participante atingiu o critério de estabilidade de,
pelo menos, 90% de acerto das tentativas realizadas na segunda metade de apresentação
(segundo minuto) dos quatro componentes. A não emissão de uma resposta durante um
dado componente foi considerada pelo programa como “erro”.
O limite máximo de duração desta fase foi de 2400 s e/ou 5 blocos consecutivos.
3.3. Primeiro teste do efeito da história de controle condicional sobre o comportamento de seguir
instruções (Fase 4)
Para avaliar e isolar o estabelecimento de controle de estímulos exercido pelas cores
de fundo da tela sobre as instruções e/ou regras e, conseqüentemente, sobre o
comportamento de seguir instruções, as telas (VERDE e LARANJA) foram novamente
introduzidas, mas a instrução, assim como o esquema de reforçamento, foram modificados.
Apenas uma instrução denominada mínima, pois descrevia apenas a topografia da
resposta e sua relação com o reforço e um único esquema de reforçamento estavam em
vigor durante toda essa fase, mas alternaram-se as cores da tela.
34
A instrução apresentada foi “Para ganhar, pressione o botão do mouse sobre o botão
vermelho” e o esquema de reforçamento foi o de taxa média (4 a 9 respostas/3s). Nesta fase,
havia, então, a alternação de dois componentes:
a. cor de fundo verde/“pressione”/taxa média;
b. cor de fundo laranja/“pressione”/taxa média.
Desempenhos convencionados como acertos ou erros foram consequenciados
como nas demais fases (item 1.2.). Como na Fase 2, a não emissão de uma resposta durante
o tempo de um dado componente foi considerado como erro pelo programa.
Os componentes eram apresentados em ordem pseudo-randômica, para que não se
repetisse o mesmo componente mais de duas vezes seguidas e havia a apresentação de uma
tela de transição entre os componentes. A mudança de um componente para outro só
ocorria a cada 1 minuto (mais o tempo da tentativa em vigor no final do período).
Como na Fase 2, 90% de acerto na segunda metade de apresentação de cada um
dos dois componentes (30 s restantes de 1 min) foi o critério de estabilidade estipulado
para essa fase.
A duração máxima desta fase foi de 2400
13
segundos.
3.4. Segundo teste dos efeitos da história de controle condicional sobre o comportamento de
seguir instruções (Fase 6)
Nesta fase, buscou-se avaliar, mais uma vez, se as cores de fundo da tela – verde ou
laranja teriam adquirido função de estímulos condicionais que selecionariam o
seguimento ou não seguimento de regras, ou, ainda, se tais estímulos antecedentes
especificadores de contingência controlariam o responder operante não verbal subseqüente,
a depender de outro estímulo (a cor de fundo da tela do programa), independente do
esquema em vigor ou da instrução específica. Para tanto, como na Fase 2, foram alternadas
as cores da tela e as instruções, mas diferentemente da Fase 2, um esquema de
reforçamento estava ativo para cada participante.
Os participantes foram aleatoriamente distribuídos em dois grupos. O esquema de
reforçamento em vigor foi diferente para os participantes de cada grupo, mas as instruções
13
Por um erro no programa, as Fases 2, 4 e 6 tiveram o mesmo limite máximo de duração.
35
e as cores da tela (verde e laranja) foram as mesmas para todos. Os grupos foram
denominados, arbitrariamente, de Grupo “Taxa Alta” e Grupo “Taxa Baixa”.
No Grupo “Taxa Alta” apenas o esquema DRH de intervalo esteve em vigor. A
cada componente alternavam-se as instruções: (a) “Para ganhar, pressione várias vezes botão do
mouse sobre o retângulo vermelho”; e (b) “Agora, para ganhar, pressione poucas vezes o botão do mouse
sobre o retângulo vermelho” e as cores das tela, que podiam ser laranja ou verde.
No Grupo “Taxa Baixa”, as mesmas duas instruções e cores de telas compuseram
os componentes, mas o esquema de reforçamento em vigor era sempre DRL de intervalo.
Nesta Fase 6, os componentes se alternavam a cada 1 min de forma pseudo-
randômica, ou seja, essa fase foi composta de blocos de quatro componentes, variando
apenas a ordem da apresentação dos mesmos em cada bloco.
Para o Grupo “Taxa Alta” os componentes envolveram:
a. cor de fundo laranja/“pressione várias vezes”/taxa alta;
b. cor de fundo laranja/“pressione poucas vezes”/taxa alta;
c. cor de fundo verde/“pressione várias vezes”/taxa alta;
d. cor de fundo verde/“pressione poucas vezes”/taxa alta.
Para os participantes do Grupo “Taxa Baixa”, os componentes foram os seguintes:
a. cor de fundo laranja/“pressione várias vezes”/taxa baixa;
b. cor de fundo laranja/“pressione poucas vezes”/taxa baixa;
c. cor de fundo verde/“pressione várias vezes”/taxa baixa;
d. cor de fundo verde/“pressione poucas vezes”/taxa baixa.
Esta fase foi encerrada quando o participante atingiu o seguinte critério de
estabilidade: pelo menos 90% das tentativas reforçadas na segunda metade de apresentação
(30 s restantes) de cada um dos quatro componentes de um bloco. A o emissão de uma
resposta durante um dado componente foi considerada como “erro” pelo programa.
O aparecimento de uma tela de transição foi o intervalo planejado entre os
componentes.
Essa fase teve a duração máxima de 2400 segundos.
Logo após o encerramento dessa fase, pelo menos, uma de duas possíveis telas era
apresentada: (a) “Fim do jogo! Obrigado pela sua participação.”, caso o saldo total disponível no
36
Banco fosse esgotado ou (b) “Fim do jogo! Parabéns! Você acumulou x pontos, que poderão ser
trocados por x cupons!”., caso o participante tivesse acumulado um determinado valor em
dinheiro no decorrer do jogo.
3.5. Relato Pós-sessão
Após o rmino da sessão, os participantes foram solicitados, pelo pesquisador, a
descrever por escrito a maneira pela qual solucionaram o problema proposto. Qual é a
regra do jogo?” foi a pergunta realizada nesta fase.
4. Delineamento Experimental
O delineamento experimental pode ser descrito como um delineamento de
reversão, ainda que não se suponha que o desempenho do participante volte aos padrões
de linha de base quando esta fase (linhas de base) é re-introduzida.
Todos os participantes foram submetidos à mesma seqüência de fases e às seis fases
experimentais e uma fase de Relato Pós-sessão, como indicado na Tabela 1 a seguir.
Na Fase 6, os participantes foram distribuídos aleatoriamente entre dois grupos,
nos quais apenas um esquema de reforçamento estava em operação.
37
Tabela 1. Delineamento experimental, fases e variáveis independentes.
Grupo Fase Tela Instrução Esquema
1 – LB 1 AZUL Não Taxa média (4 a 9 R/3s)
2 – D. Cond.
LARANJA
VERDE
LARANJA
VERDE
Várias vezes
Poucas vezes
Várias vezes
Poucas vezes
Várias vezes
Poucas vezes
Várias vezes
Poucas vezes
Taxa alta (>10 R/3s)
Taxa baixa (< 4 R/3s)
Taxa baixa (< 4 R/3s)
Taxa alta (> 10 R/3s)
Taxa baixa (< 4 R/3s)
Taxa alta (> 10 R/3s)
Taxa alta (>10 R/3s)
Taxa baixa (< 4 R/3s)
3 – LB2 AZUL Não Taxa média (4 a 9 R/3s)
4 – Teste 1
LARANJA
VERDE
Pressione o botão Taxa média (4 a 9 R/3s)
1, 2, 3 e 4
5 – LB3
AZUL Não Taxa média (4 a 9 R/3s)
1 - Taxa Alta
LARANJA
VERDE
Várias vezes
Poucas vezes
Taxa alta (>10 R/3s)
OU
2 - Taxa Baixa
6 – Teste 2
LARANJA
VERDE
Várias vezes
Poucas vezes
Taxa baixa (< 4 R/3s)
--- Relato pós-
sessão
--- --- ---
A introdução da LB2 (Fase 3) teve por objetivo permitir a comparação de
desempenhos de linha de base (Fase 1 e Fase 3) e o efeito da exposição aos esquemas e
instruções na Fase 2.
O Teste 1 (Fase 4) indicaria se o procedimento empregado na Fase 2 tornou os
estímulos ‘cor de tela’ comportamentalmente relevantes, uma vez que o surgimento de
diferenças sistemáticas nos desempenhos diante de cada componente seria tomado como
indicativo de controle pelas cores.
o desempenho dos participantes no Teste 2 (Fase 6) indicaria se as cores de tela
teriam assumido a função de estímulo condicional controlador do comportamento
verbalmente instruído se, diante de telas distintas, o desempenho dos participantes se
diferenciassem e, especialmente, se houvesse consistência entre estes desempenhos e as
histórias de instrução coerente ou incoerente associadas a cada uma das cores de fundo da
tela (LARANJA ou VERDE).
38
Além disso, o “Relato pós-sessão” sugeriria a possível formação de uma descrição
dado a exposição a situação problema e a pergunta realizada.
Na Tabela 2, se apresenta a distribuição dos participantes de acordo com a função
atribuída a cada uma das cores de fundo da tela para a Fases 2 e segundo o esquema de
reforçamento programado para a Fase 6.
Tabela 2. Distribuição dos participantes pelos grupos segundo as cores das telas em relação
às instruções (Fase 2) e pelos grupos considerando-se os esquemas de reforçamento
empregados na Fase 6.
Cor da tela – Fase 2
Participantes
com instruções coerentes
(S+)
com instruções incoerentes
(S-)
Grupo na Fase 6
BCAC – 1 ACBI – 1 AIBI
– 2 e AIBI – 3
Laranja Verde DRL
BCAI – 1 ACAI – 1 ACBI
– 2 e ACBC – 2
Laranja Verde DRH
BIAI – 1 BCAI – 2 ACBC
– 1 e AIBI – 1
Verde Laranja DRL
AIAC – 1 BCAI – 3 ACBI
– 3 e BIAI – 2
Verde Laranja DRH
5. Variável dependente e registros
A variável dependente de interesse especial neste estudo foi a resposta de clicar
com cursor do mouse sobre o botão Vermelho nos 3 segundos de cada tentativa em que este
botão estava ativo.
O programa de computador registrou as respostas de clicar sobre o botão
Vermelho, o momento de sua ocorrência e sua distribuição no decorrer dos 3 s de cada
tentativa da sessão experimental.
Além disso, o programa também registrou:
a. o tempo decorrido entre o aparecimento do botão “Apostar” e a emissão de um
clique sobre este (o que denominou-se latência
14
Apostar);
14
Esse termo será aqui empregado para se referir ao intervalo entre a apresentação do botão “Apostar” na
tela do computador e a emissão da resposta de clicar com o cursor do mouse sobre este botão, ou ainda,
39
b. o tempo decorrido entre a resposta de clicar sobre o botão “Apostar” e a
primeira resposta de clicar sobre o botão Vermelho em cada tentativa (o que denominou-se
latência Vermelho);
c. o número total de tentativas realizadas em cada componente e bloco de cada fase
experimental, bem como o número de acertos, erros e de tentativas encerradas sem
respostas de clicar sobre o botão Vermelho;
d. a instrução, cor de fundo da tela e esquema utilizados em cada fase experimental,
bloco e componente;
e. a porcentagem de acertos, erros e não cliques sobre o botão Vermelho em cada
fase, componente e bloco;
f. o horário de início da sessão experimental e sua duração total, com e sem
“leitura” inicial das instruções gerais a respeito do funcionamento do programa.
O programa de computador também controlou a adição e retirada de pontos do
saldo total do participante.
para indicar o intervalo entre a resposta de clicar sobre o botão “Apostar” e a primeira resposta de clicar
sobre o botão Vermelho, embora não se suponha uma relação do tipo reflexa.
40
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise dos dados dos 16 participantes resultou na identificação de alguns
desempenhos característicos. Os mais representativos foram selecionados e apresentados
nesta seção, enquanto os demais encontram-se no Anexo 4.
No geral, não houve diferenças que pudessem ser correlacionadas com a
distribuição dos participantes entre os grupos Taxa Baixa ou Taxa Alta, uma vez que todos
tiveram desempenhos bem sucedidos em termos de número de tentativas necessárias à
produção das conseqüências de acerto – adaptando-se às exigências dos esquemas de
reforçamento programados para a Fase 6. A única diferença observada entre os dois grupos
se referiu à amplitude de variação da taxa de respostas, que tendeu a ser menor e mais
estável para o grupo Taxa Baixa do que para o grupo Taxa Alta, o que decorreu das
contingências programadas, que possibilitavam maior variação da taxa de respostas desse
último (igual ou acima de 10 respostas/3s) quando comparada a possibilidade de variação
do grupo Taxa Baixa (de 1 a 3 respostas/3s).
A variação, entre os participantes, nas cores de tela (laranja ou verde) em relação às
contingências programadas (determinadas previamente pelo experimentador) também não
produziu diferenças. Assim, para efeitos da descrição que se segue, convencionou-se a cor
de tela laranja como sistematicamente relacionada à coerência entre descrição e esquema de
reforçamento e verde como a cor relacionada à incoerência entre essas mesmas variáveis
experimentais.
Os nomes atribuídos aos 16 participantes consideraram os esquemas de
reforçamento empregados inicialmente e a sua relação com as instruções nos dois
primeiros componentes da Fase 2. As letras B ou A foram utilizadas para designar os
esquemas de Taxa Baixa ou Taxa Alta, respectivamente, enquanto as letras C ou I foram
atribuídas para informar Coerência ou Incoerência das instruções programadas em relação
aos esquemas de reforçamento em vigor, para os mesmos componentes. Assim, a sigla
ACBC indica que os esquemas de Taxa Alta e Taxa Baixa foram, nessa ordem,
acompanhados pela apresentação das instruções “várias vezes” e “poucas vezes”,
respectivamente, havendo então, coerência entre esquema e instrução nos componentes 1 e
2, do Bloco 1, da Fase 2. Em contrapartida, uma sigla BIAI, indica que esquemas de baixa e
alta taxa foram programados para os componentes iniciais do Bloco 1 da Fase 2,
acompanhados pelas instruções “várias” e “poucas vezes”, respectivamente. Os números
41
(1, 2, 3...) designam os diferentes participantes submetidos a uma mesma seqüência de
condições nos dois primeiros componentes da Fase 2.
Dois conjuntos de desempenhos de cada participante nas seis fases experimentais
foram representados em figuras. Na maioria das vezes, esses resultados são apresentados
em conjunto, como uma Figura com dois painéis. Em uma dos painéis (painel superior)
foram plotadas as taxas de respostas em cada tentativa das seis fases experimentais. Os
esquemas de reforçamento em vigor são representados pela área cinza. As instruções,
quando existentes, são representadas pelas molduras em laranja ou verde. A altura da
moldura indica qual era a taxa instruída e a cor da mesma (moldura) indica a cor de tela e,
se a instrução era coerente ou não com a taxa de respostas exigida para reforçamento. No
painel inferior, representou-se cumulativamente o desempenho dos participantes a cada
tentativa das seis fases experimentais, considerando-se acerto as tentativas que terminaram
com reforçamento. Além disso, plotou-se o tempo decorrido entre a apresentação do botão
Apostar e a emissão de uma resposta sobre este (latência Apostar), assim como a latência
entre a respostas sobre o botão Apostar e a primeira resposta sobre o botão Vermelho
(latência Vermelho). As Figuras que representam o desempenho de cada participante estão
no Anexo 4, organizadas em ordem alfabética do participante.
Embora não tenham sido analisados, os relatos dos próprios participantes a
respeito do seu desempenho encontram-se no Anexo 3.
1. Tipos de desempenhos
1.1. Controle contextual das cores de tela sobre o comportamento verbalmente controlado
Considerando-se apenas a alternação das cores de telas em contrapartida a
manutenção das instruções, pode-se dizer que controle contextual e/ou condicional das
cores de tela sobre a contingência instrucional foi parcialmente obtido para 7 dos 16
participantes desse estudo. Ou seja, exclusivamente, as cores de tela poucas vezes estiveram
correlacionadas com uma mudança no controle exercido pelos estímulos antecedentes
verbais sobre a taxa de respostas emitida pelos participantes, antes que as conseqüências
programadas incidissem sobre o responder, o que quer dizer, na primeira tentativa de um
componente.
42
Na Fase 2, quando controle pelas cores de tela foi observado este tendeu a ocorrer
apenas para um ou, no máximo, dois componentes de um mesmo bloco, como sugerem os
desempenhos dos participantes ACAI 1, ACBI 3, AIBI 2, AIBI 3, BCAC 1,
BCAI – 2 e BIAI – 2, do Experimento 1.
Nas Fases 4 e 6 (fases teste), o controle pelas cores de tela ou pelas cores de tela +
instrução foram registrados por alterações nas taxas de respostas e nas latências Apostar
(apresentação da tentativa e o clique em Apostar). Estas alterações, quando observadas,
tenderam a ser transitórias em função das contingências dos esquemas programados (Taxa
Média, na Fase 4 e Taxa Alta ou Baixa, na Fase 6). Vale ressaltar que 5 dos 7 participantes
para os quais uma discriminação condicional (cor da tela controlando a função evocativa da
instrução) parece ter ocorrido, apresentaram alterações nas taxas de respostas e nas
latências entre a apresentação da tentativa e o clique em Apostar na Fase 6, pelo menos, na
primeira tentativa do primeiro componente. Estes mesmos participantes, aparentemente,
emitiram na primeira tentativa da Fase 6, taxas de respostas selecionadas na Fase 2.
Na Figura 2, se apresenta o desempenho do participante BCAC 1, que é
consistente com estas afirmações e representativo dos desempenhos dos demais
participantes em relação aos quais se afirma que discriminação condicional (diferentes cores
de tela controlando a função evocativa das instruções) parece ter se estabelecido. Na Fase
2, o controle condicional pelas cores de tela sobre o comportamento de seguir instruções
parece emergir na segunda apresentação do componente BI (esquema de taxa Baixa e
instrução Incoerente, com tela verde), quando houve uma mudança abrupta da taxa de
respostas, considerado-se o componente imediatamente anterior (AC esquema de taxa
Alta e instrução Coerente, com tela laranja). Mudança na taxa de respostas foi observada,
na primeira tentativa do componente BI, quando ocorreu modificação das cores de tela (de
laranja para verde), mas não do estímulo instrucional (‘várias vezes’). Na segunda
apresentação dos componentes AC e AI (esquema de taxa Alta e instrução Coerente, com
tela laranja; e esquema de Taxa Alta e instrução Incoerente, com tela verde,
respectivamente), mudanças nas taxas de respostas na primeira tentativa, parecem ter sido
controladas pela instrução e cor de tela, conjuntamente, uma vez que apenas as instruções
(havendo a manutenção das cores de tela) foram manipuladas em relação ao componente
imediatamente anterior.
43
Na Fase 4, foram registradas mudanças transitórias (nas primeiras tentativas dos
componentes) na taxa de respostas em relação aos dois componentes apresentados (laranja
e verde + instrução mínima
15
), sugerindo a relevância comportamental das cores de tela ,
para a emissão de uma alta ou baixa taxa. Na Fase 6, na qual um esquema de Taxa Baixa foi
programado, controle condicional pelas cores de tela em relação aos estímulos instrucionais
parece ocorrer em relação a alguns componentes: no caso do participante BCAC 1, no
componente laranja poucas vezes” (cor de tela laranja e instrução ‘poucas vezes’), laranja
“várias vezes” e verde “poucas vezes”, quando taxas de respostas coerentes com a Fase 2
foram emitidas na primeira tentativa desses componente.
Aparentemente, a quantidade de variáveis experimentais manipuladas (instrução,
esquema de reforçamento e cores de tela) dificultou a identificação da função das cores de
tela em relação às contingências instrucionais programadas para este participante (assim
como para os outros seis que tiveram desempenhos semelhantes), uma vez algumas
mudanças como, por exemplo, de um componente BI para um componente BC,
implicavam na possibilidade de duas variáveis de controle (cor de tela e instrução).
Além disso, um número insuficiente de alternações dos componentes de um bloco
(para 6 dos 7 participantes nos quais controle pelas cores de tela em relação a contingência
instrucional foi sugerido, no máximo 2 blocos de componentes, na Fase 2, foram
realizados) pode ter impedido que as cores de tela assumissem consistentemente a função
de estímulos contextuais ou condicionais em relação as contingências de três termos aqui
programadas
1.2. Alteração da dimensão comportamental latência Apostar
Embora as cores de tela não tenham assumido consistentemente controle
contextual sobre o comportamento de seguir instruções para a maioria dos 16 estudantes,
mudanças na latência Apostar” foram registradas em relação a primeira tentativa das fases
15
Nas Fases 4 e 6, as letras representativas dos esquemas (A e B) e de coerência e incoerência (C e I)
entre esquemas e instruções utilizadas para nomear os componentes na Fase 2 foram “abandonadas”.
Utilizou-se para identificação dos componentes, a descrição das cores de tela e das instruções
apresentadas ao participante e, quando necessário, notificou-se ao leitor, se era a primeira, segunda,
terceira vez, e assim por diante, que um dado componente era apresentado.
44
de Linha de Base e nas primeiras tentativas de cada um dos componentes das Fases 2, 4 e 6
para todos os participantes desse experimento, quando mudanças nas cores de tela,
instruções ou cores de tela e instruções foram realizadas. Nestes casos, houve, como
mostra o painel inferior da Figura 2, um aumento abrupto da “latência Apostar”, o qual
tendeu a diminuir nas demais tentativas de uma mesma fase ou componente. Houve
também (ver Figura 2, painel inferior) uma tendência a diminuição, nestes picos da
“latência Apostar”, no decorrer da sessão experimental. O desempenho do participante
BCAI 1, apresentado na Figura 3, pode ser tomado como representativo dos demais
participantes desse estudo.
Dados semelhantes foram obtidos no estudo de Fonai (2008), no qual mudanças na
condição antecedente não verbal (tela) se mostraram suficientes para alterar uma dimensão
do comportamento de seus participantes em termos de latência.
1.3. Persistência do controle instrucional e a relevância da história imediatamente anterior
Ocorreu “persistência” do controle instrucional os 16 participantes desse
experimento: por persistência entende-se aqui a repetida ocorrência da taxa instruída na
primeira tentativa dos vários componentes da Fase 2. Nestes casos, mudanças nas
descrições de contingências produziram, na primeira tentativa de um dado componente,
mudanças na taxa de respostas: (a) no sentido especificado pela regra (ex.: uma taxa de 1 a
3 respostas/3s diante da instrução ‘poucas vezes’); e/ou (b) no sentido oposto à descrição
16
(ex.: uma taxa de 1 a 3 respostas/3s diante do estímulo instrucional ‘várias vezes’), desde
que no componente imediatamente anterior, o participante tivesse sido submetido a um
componente no qual o estímulo instrucional era incoerente com o esquema e tivesse
encerrado o mesmo (componente) comportando-se de acordo com as contingências do
esquema. Tais desempenhos foram considerados como representativos de controle
instrucional e história imediatamente anterior, mesmo que a taxa de respostas emitida na
primeira tentativa de um componente, logo após a apresentação da regra, fosse insuficiente
16
Embora a expressão comportamento verbalmente controlado seja, sistematicamente, relacionada à
coerência entre estímulo instrucional e o comportamento emitido, logo após a apresentação de um
estímulo antecedente verbal, a presente análise considerou alguns “tipos” de desempenhos como sendo
governados por regra, embora essa coerência não tenha sido identificada.
45
ao reforçamento (considerou-se como relevante a modificação da taxa de respostas nas
circunstâncias mencionadas anteriormente).
O desempenho apresentado por BCAI 1 (ver Figura 3) sustenta tais afirmações e,
em certa medida, é representativo dos desempenhos encontrados entre os participantes
desse estudo. Para BCAI – 1 controle instrucional parece persistir durante toda a Fase 2, na
qual mudanças dos estímulos instrucionais ou a sua manutenção resultaram na primeira
tentativa dos componentes na emissão de taxas de respostas coerentes com os estímulos
instrucionais, na primeira apresentação dos componentes AI e AC e na segunda
apresentação dos componentes BI, AC e AI. Uma taxa de respostas oposta ao estímulo
instrucional, logo após uma história de incoerência entre instrução e esquema, foi
observada no componente BC (segunda apresentação): uma taxa 8 respostas/3s foi emitida
na primeira tentativa desse componente contrastando com a taxa de 2 respostas/3s
anteriormente estabelecida no componente BI (segunda apresentação).
Na Fase 2, a emissão de uma taxa de respostas oposta ao estímulo instrucional e,
possivelmente, sob controle da história de incoerência imediatamente anterior foi
também observada nos desempenhos dos participantes ACBI 2, AIAC 1, AIBI 1,
AIBI 3 e BIAI 1. Em certa medida, esse dado sugere a relevância de uma história de
reforçamento imediatamente anterior, que pode ser tomada como estímulo condicional em
relação ao comportamento de seguir instruções.
Ressalta-se, entretanto, que o que foi aqui chamado de persistência do controle
instrucional foi dependente das contingências dos esquemas em operação (DRL e DRH de
intervalo), isto é, a depender das consequências produzidas em um componente havia
então: (a) se reforçamento na primeira tentativa, a manutenção da taxa de respostas
evocada pelo estímulo instrucional; (b) se não reforçamento, a variação da taxa, sugerindo
efeitos de um procedimento de extinção; e (c) a manutenção ou não da taxa de respostas
no sentido especificado pela instrução, no componente seguinte, quando outro estímulo
instrucional era apresentado. Esses dados suportam as considerações de Galizio (1979), de
que comportamento verbalmente controlado é comportamento sensível às suas
consequências e as afirmações de Albuquerque, Matos, Souza e Paracampo (2004),
fundados em Skinner (1969/1975) de que comportamento governado por regras se refere
apenas àquele comportamento que ocorre após a apresentação do estímulo instrucional e
antes de que as consequências presentes o tenham afetado. Ocorrências subseqüentes
46
seriam controladas pela interação regra e contingências. Coerente com estas afirmações, o
presente trabalho considerou comportamento governado por regras apenas a primeira
tentativa dos componentes das Fases 2 e 6.
1.4. “Persistência” do controle instrucional como taxas de respostas que não produzem reforço
Outro padrão de desempenho compartilhado por 4 dos 16 participantes desse
experimento (ACBI 2, ACBI 3, AIBI 3 e BCAI 3, ver Figuras, 12, 13, 17 e 19) foi
caracterizado como “persistência”, possivelmente do controle instrucional: no decorrer das
tentativas de um componente, as taxas de respostas evocadas na primeira tentativa pelo
estímulo instrucional e que eram incoerentes com as contingências do esquema em
operação, mantiveram-se tais que não produziram reforço. Este é o desempenho que tem
sido referido pela literatura como insensibilidade às contingências e que seria ocasionado
pelo controle por regras.
Para 3 dos 4 participantes, as taxas de respostas evocadas pela instrução o
produziram as conseqüências de acerto programadas, no mínimo, em um componente da
Fase 2, isto é, durante um componente inteiro. Entretanto, os desempenhos desses
participantes passaram a variar; variação esta que, na maior parte dos casos, não foi
suficiente para produzir reforçamento. Estes desempenhos foram mais freqüentes nos
componentes verde nos quais a instrução era incoerente ao esquema, conforme sugerem os
dados dos participantes ACBI 2, ACBI 3 e AIBI 3 (Figuras 12, 13, 17, no Anexo 4).
O desempenho desses participantes, que à primeira vista poderiam ser tomados como
representativos da chamada insensibilidade, se mostraram sensíveis as contingências dos
esquemas programados.
O desempenho do participante BCAI 3, difere dos desempenhos mencionados
anteriormente. Neste caso, taxas de respostas que não produziam as conseqüências de
acerto programadas persistiram principalmente na primeira, segunda e terceira apresentação
do componente AI e na primeira apresentação do componente AC. Quando se compara as
taxas nos componentes nos quais um esquema de Taxa Baixa foi programado
(independente das cores de tela), com os componentes que exigiam uma taxa alta constata-
se que um número inferior ou menor de tentativas foram necessárias até que a taxa de
respostas se adequasse às contingências do esquema. Nesse último caso, “persistência do
47
controle instrucional” parece ser uma combinação de controle pela regra e, por alguma
razão, maior probabilidade de responder em taxa baixa (independentemente da instrução).
1.5. Redução da amplitude de variação intra componentes e aumento da amplitude de variação
entre componentes da Fase 2
Para todos os 16 participantes desse estudo, observa-se um claro efeito da
exposição ao procedimento empregado na Fase 2 (reforçamento diferencial da taxa de
respostas), quando considerado o número de tentativas necessárias até que o desempenho
não verbal atingisse o critérios de reforçamento nos componentes nos quais coerência e
incoerência entre esquema e instrução haviam sido programadas. Em todos os casos, no
decorrer da sessão experimental, os participantes passaram a mudar de uma taxa de 1 e 3
respostas/3s (taxa baixa) para uma taxa igual ou acima de 10 respostas/3s (taxa alta), ou
vice-versa, em uma única tentativa. Este desempenho foi chamado de aumento na
amplitude de variação entre componentes e ele sugere que o estabelecimento de uma
discriminação entre dois esquemas de reforçamento: de Taxa Alta e de Taxa Baixa. Por
outro lado, esta mesma discriminação, que permite que o participante varie de uma alta taxa
para uma baixa taxa de respostas (ou o contrário) em uma tentativa apenas, vem
acompanhada de uma redução na amplitude de variação em um só componente; ou seja, os
participantes tendem a variar pouco a taxa de respostas depois que a primeira resposta de
um componente foi reforçada, o que aqui foi chamado de redução na amplitude de
variação intra-componentes. Esta redução por exigência do esquema, como apontou Fonai
(2008), foi maior nos esquemas de Taxa Baixa. Basicamente, a exposição às contingências
dos esquemas de Taxa Alta e Taxa Baixa resultou na produção de dois, específicos e
distintos, padrões de respostas alta e baixa taxa que se alternavam de acordo com as
exigências do componente em vigor. Ressalta-se que esse desempenho foi mais evidente
quando o controle parcial das cores de tela sobre a contingência instrucional foi
estabelecido.
Os desempenhos dos participantes BCAI 1 (ver Figura 3) e de BCAI 3 (ver
Figura 4) podem ser tomados como representativos desta afirmação e, em certa medida, do
desempenho dos demais participantes. Observa-se, redução do número de tentativas
necessárias para que as contingências do esquema fossem satisfeitas no decorrer da
apresentação dos componentes da Fase 2. Além disso, aumento da amplitude de variação
48
da taxa de respostas entre os componentes de baixa e alta taxa e redução dessa amplitude
nos componentes de baixa taxa.
Outro resultado relevante, foi a redução da amplitude de variação da taxa de
respostas nos componentes da Fase 6, para esses mesmos participantes (BCAI 1 e BCAI
3, Figuras 3 e 4, respectivamente), sugerindo controle pelas contingências do esquema e,
simultaneamente, perda do controle instrucional. A manipulação de um único esquema de
reforçamento nesta fase parece ter sido responsável por este resultado. Resultados
semelhantes na Fase 6 foram observados em relação ao desempenho dos participantes
ACBC 1 (ver Figura 9, último componente), ACBI 1 (ver Figura 11, último
componente), ACBI 2 (ver Figura 12, três últimos componentes), ACAI 1 (ver Figura
8, dois componentes finais), AIBI 1 (ver Figura 14, seis últimos componentes), AIBI 2
(ver Figura 15, último componente), BCAI 2 e BIAI – 2 (ver figuras 18 e 21, últimos seis
componentes), em relação aos quais perda do controle instrucional e, algumas vezes, das
cores de tela e das instruções, foi identificada. A manipulação de um único esquema que
“logo” assumiu controle sobre o responder tornou os estímulos instrucionais irrelevantes.
2. Outros resultados
A análise dos dados resultou na identificação de outros desempenhos, também
relevantes.
a. Nas Fases 3 e 5 (Linhas de Base) os participantes voltaram a emitir uma taxa entre 4
a 9 respostas, em 3 s, quando estabilidade da taxa havia sido alcançada na Linha de
Base 1. Para estes mesmos participantes, a amplitude de variação da taxa “intra-
fase” também foi reduzida, em função do reforçamento;
b. Na Fase 4, mudanças na condição antecedente (cores de tela e instrução mínima)
resultaram na modificação da taxa de respostas e da latência Apostar, na primeira
tentativa do primeiro componente para 11 dos 16 participantes deste estudo.
Depois disso, redução da amplitude de variação da taxa de respostas em
conformidade com o esquema de Taxa Média programado para esta fase foi
observada.
49
49
Figura 2. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante BCAC – 1. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel,
se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 6
Fase 5
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 6
Fase 5
50
50
Figura 3. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante BCAI – 1. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel,
se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 6
Fase 5
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 6
Fase 5
Fase 4
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51
Figura 4. Taxa de respostas, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante BCAI 3. Molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel, se superior, inferior ou total, as instruções “várias
vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das
molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. As linhas tracejadas separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 6
Fase 5
Fase 4
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52
EXPERIMENTO 2
Os resultados do Experimento 1 sugerem que o desempenho dos participantes não
ficou, indefinidamente, sob controle instrucional. Tentativas sem reforçamento resultaram
em variação da taxa de respostas até que houvesse reforçamento. Esta experiência de
variação e seleção da taxa de respostas – parece tornar os participantes sensíveis à instrução
no sentido de “seguí-la”, quando apresentada mas imediatamente mudam seus
desempenhos depois de uma tentativa não reforçada. Basicamente, a experiência com tais
esquemas resultou na produção de padrões de respostas muito distintos que foram
evocados pelas instruções ou pelas tentativas não reforçadas.
Instruções evocaram taxas de respostas (quando consideradas as primeiras
tentativas de cada componente) e, por vezes, elas mesmas (instruções) ficaram sob controle
condicional: das cores de tela e/ou da experiência com o componente imediatamente
anterior, de coerência ou incoerência.
Embora os resultados tenham demonstrado que apenas a mudança da cor de tela
podia ser suficiente para ocasionar mudança na taxa de respostas e, mais consistentemente,
na latência Apostar, os resultados não mostraram, sistematicamente, que as telas assumiram
a função de estímulo condicional controlando os desempenhos selecionados por instruções
(mentirosas/incoerentes ou verdadeiras/coerentes). Além disso, quando sugerido controle
condicional pelas cores de tela sobre a contingência instrucional, isto foi feito em relação a
um pequeno número de componentes, uma vez que um critério mínimo de alternação
entre estes (componentes) não foi estabelecido.
O objetivo do Experimento 2 foi conduzir uma replicação sistemática do
Experimento 1, para testar a hipótese de que um critério mínimo de alternação entre
componentes seria condição facilitadora para emergência do controle condicional pela cor
da tela sobre a contingência instrucional. Optou-se apenas pelo teste do controle pela cor
de tela nas condições da Fase 6, do Experimento 1.
53
53
MÉTODO
Participantes
Dois alunos de graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-
SP) participaram deste experimento, após terem assinado um termo de consentimento livre
e esclarecido (ver Anexo 1) para tanto.
Local
Os dados foram coletados em uma sala do Laboratório de Psicologia Experimental
da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, que encontrava-se mobiliada com mesa,
cadeiras e com o equipamento necessário.
Equipamento e Material
O mesmo equipamento e material descritos no Experimento 1 foram empregados
no Experimento 2.
Procedimento
No Experimento 2, as características gerais do procedimento instruções gerais,
tentativas, telas, instruções, esquemas de reforçamento foram mantidas, entretanto outro
delineamento experimental foi proposto.
1.1. Delineamento Experimental
Optou-se pelo estabelecimento de um critério mínimo de alternações entre os
componentes da Fase 2, em conjunção a diminuição da duração desses componentes de 2
para 1 minuto, garantindo-se assim, o mesmo tempo de exposição ao mesmos, em
comparação aos participantes do Experimento 1. Tais manipulações resultaram no seguinte
critério de estabilidade: 90% de acerto na segunda metade de cada componente da Fase 2,
durante 2 blocos consecutivos (uma vez que os componentes deste experimento foram
54
54
reduzidos pela metade, quando comparado ao experimento anterior), sendo 3 blocos o
limite mínimo de alternações entre as cores das telas.
Além disso, outras modificações foram realizadas:
a. redução da duração da Linha de Base, de 5 para 3 minutos, uma vez que este tempo
mostrou-se suficiente para que um desempenho estável fosse obtido nas fases de
Linha de Base, no Experimento 1;
b. manutenção apenas da Linha de Base 1 e 3, das Fases 2 e 6 e do relato pós-sessão
do Experimento 1;
c. exclusão da Fase 4, do Experimento 1.
Tabela 3. Delineamento experimental, fases e variáveis independentes do Experimento 2.
Grupo Fase Tela Instrução Esquema
1 – LB 1 AZUL Não Taxa média (4 a 9 R/3s)
2 – D. Cond.
LARANJA
VERDE
Várias vezes
Poucas vezes
Várias vezes
Poucas vezes
Taxa alta (>10 R/3s)
Taxa baixa (< 4 R/3s)
Taxa baixa (< 4 R/3s)
Taxa alta (> 10 R/3s)
1 e 2
3 – LB2 AZUL Não Taxa média (4 a 9 R/3s)
1 - Taxa Alta
LARANJA
VERDE
Várias vezes
Poucas vezes
Taxa alta (>10 R/3s)
OU
2 - Taxa Baixa
4 – Teste 2
LARANJA
VERDE
Várias vezes
Poucas vezes
Taxa baixa (< 4 R/3s)
--- Relato pós-
sessão
--- --- ---
Na Tabela 4, se apresenta a distribuição dos participantes de acordo com o
esquema de reforçamento programado para a Fase 4 (igual a Fase 6, do Experimento 1).
55
55
Tabela 4. Distribuição dos participantes pelos grupos considerando-se o esquema de
reforçamento empregado na Fase 4, no Experimento 2.
Cor da tela – Fase 2
Participantes
com instruções coerentes
(S+)
com instruções incoerentes
(S-)
Grupo na Fase 4
P1, P5 Laranja Verde DRL
P3 Laranja Verde DRH
56
56
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme mencionado na seção de resultados e discussão do Experimento 1, a
especificação de um número mínimo de alternações entre os componentes da Fase 2, seria
uma manipulação relevante para o estabelecimento de controle condicional das cores de
tela sobre o comportamento governado por regra. Aparentemente, esta alteração se
mostrou relevante, para o participante ACBI 4 (ver Figura 5), embora não se possa dizer
o mesmo para o participante AIBI – 4 (ver Figura 6).
Como no Experimento 1, novamente persistência do controle instrucional na Fase
2 foi observada, ou seja, alterações no estímulo instrucional foram acompanhadas por
mudanças nas taxas de respostas emitidas (no sentido especificado pela regra ou no sentido
oposto a esta), na primeira tentativa de vários componentes, tanto para o participante
ACBI – 4, quanto para o AIBI – 4.
Entretanto, para o participante ACBI 4 (Figura 5) controle condicional da cor de
tela sobre a contingência instrucional parece emergir na segunda apresentação do
componente AI (esquema de Taxa Alta com instrução ‘poucas vezes’), no qual a mudança
da cor de tela (de laranja para verde quando considerado o componente imediatamente
anterior, BC) e a manutenção da instrução “poucas vezes” foram acompanhadas pela
modificação da taxa de respostas de 1 para 14r/3s (alteração que se mantive em função do
esquema de reforçamento programado – Taxa Alta). No componente seguinte (BI –
segunda apresentação), uma redução do número de respostas emitidas no intervalo de 3
segundos acompanhou a manutenção da cor de tela verde e a mudança do estímulo
instrucional (de ‘poucas vezes’ para ‘várias vezes’), o que sugere que cor de tela em
conjunção com a instrução teriam controlado o responder. Controle pela cor de tela e
instrução voltou a ocorrer, aparentemente, nos componentes BC, AC e AI (terceira
apresentação). Diz-se “aparentemente”, uma vez que, mudanças nas instruções e cores de
tela ou apenas nas instruções foram realizadas. Controle condicional das cores de tela sobre
as contingências instrucionais pareceu ocorrer novamente nos componentes AC e BI
(terceira apresentação). Outro dado relevante a esta análise se referiu a marcada redução da
“latência Apostar” a partir do componente BC (terceira apresentação).
Controle condicional das cores de tela sobre o comportamento verbalmente
controlado parece ocorrer nos três primeiros componentes da Fase 4 (verde ‘várias vezes’,
57
57
laranja ‘várias vezes’ e verde ‘poucas vezes’). Na primeira tentativa desses componentes
taxas de respostas coerentes com a história de reforçamento produzida na Fase 2, mas não
com as contingências do esquema em operação (Taxa Baixa). Depois disso, observou-se
uma tendência a perda do controle instrucional.
Conforme mencionado anteriormente, persistência do controle instrucional sobre o
comportamento não verbal foi o padrão de desempenho do participante AIBI 4.
Considerando-se a primeira tentativa, de todos os componentes da Fase 2, mudanças na
taxa de respostas no sentido especificado pelo estímulo antecedente verbal ou no sentido
oposto a este ocorreram conjuntamente as contínuas alternações seja da instrução, seja da
instrução e da cor de tela, a depender, aparentemente, da história imediatamente anterior.
Embora controle condicional da cor sobre o comportamento de seguir instrução
pareça ocorrer em relação ao componente AI (quarta apresentação), no qual a alternação da
instrução e da cor de tela, quando considerado o componente imediatamente anterior (AC),
resultou na modificação da taxa de respostas no sentido contrário ao especificado pela
regra, pelo menos, na primeira tentativa desse componente, esse dado não pode,
isoladamente, ser tomado como indicativo do mesmo (controle contextual das cores de tela
sobre a contingência instrucional).
Na Fase 4 (fase teste), um desempenho coerente com a Fase 2, foi emitido na
primeira tentativa do componente verde “várias vezes”( primeira apresentação), diante do
qual uma taxa de 2 respostas/3 segundos foi registrada. Controle instrucional parece
persistir durante toda a Fase 4, no que se refere a primeira tentativa de cada componente,
tendendo a diminuir no decorrer desta.
Além da persistência do controle instrucional, redução da amplitude de variação da
taxa de respostas intra e entre componentes foi outro resultado compartilhado entre esses
participantes.
58
58
Figura 5. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante ACBI – 4. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel,
se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
59
59
Figura 6. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante AIBI 4. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel,
se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
60
60
DISCUSSÃO GERAL
De maneira geral, a função evocativa de estímulos antecedentes verbais sobre o
comportamento não verbal foi verificada. Em outras palavras, mudanças nas instruções
ocasionaram mudanças na taxa de respostas emitida na Fase 2, no sentido especificado pela
regra ou no sentido oposto a mesma a depender, muitas vezes, da história de reforçamento
imediatamente anterior. Possivelmente, essa história poderia ser considerada como
equivalente a uma estimulação com função de estímulo condicional. Ressalta-se que tal
controle foi subjugado às contingências dos esquemas programados (DRL ou DRH de
intervalo), demonstrando a suscetibilidade desse comportamento as suas conseqüências,
conforme sugerido por Skinner (1975/1969) e Galizio (1979).
Quanto a possibilidade de colocar tal classe operante sob controle de estímulos,
hipótese testada por Galizio (1979) em contingências de esquiva, os resultados obtidos no
Experimento 1 sugerem, entre outras coisas, que um número mínimo de alternações entre
as contingências de três termos e os estímulos contextuais como uma manipulação
experimental relevante ao estabelecimento de uma discriminação condicional. No
Experimento 2, a relevância de tal manipulação experimental foi testada, resultando no
aparente estabelecimento de controle contextual das cores de tela sobre o comportamento
verbalmente controlado, para 1 dos 2 participantes desse experimento. Basicamente, uma
taxa de respostas coerente ou incoerente ao estímulo instrucional foi emitida a depender de
outros estímulos (cores de tela).
Na Fase 4, controle contextual das cores de tela sobre a contingência instrucional
tendeu a ser transitório, dado a programação de um único esquema de reforçamento nesta
fase. A transitoriedade desse controle, dentre outras coisas, deve-se também a natureza dos
esquemas de reforçamento empregados (DRL e DRH de intervalo), que reforçaram taxas
de respostas muito específicas, resultando na produção de dois padrões distintos de
respostas (alta e baixa taxa), que tenderam a se alternar, a depender das conseqüências
produzidas na primeira tentativa de um componente. Resultados distintos poderiam ser
obtidos com outros esquemas.
61
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66
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Anexo 1 – Termo de consentimento livre e esclarecido
67
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Comitê de Ética em Pesquisa
Termo de consentimento livre e esclarecido
Caro (a) participante,
Sou aluna do curso de Mestrado em Psicologia Experimental: Análise do Comportamento,
da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), e com a autorização do
Comitê de Ética em Pesquisa desta Universidade estou estudando o desempenho de
homens e mulheres em um análogo de um jogo de caça-níquel.
Sua participação durará, aproximadamente, 1 hora e o se prevê qualquer malefício
vinculado a mesma.
Os dados coletados neste experimento serão utilizados, exclusivamente, para fins
acadêmicos e de pesquisa e sua identidade será mantida em sigilo, garantindo-se assim o seu
anonimato. Além disso, você poderá interromper sua participação a qualquer momento.
Caso concorde em participar desse estudo, preencha os dados abaixo e assine na linha
indicada.
Coloco-me à disposição para maiores esclarecimentos.
___________________________
Evelyn C. P. Barrelin
17
Concordo em participar da pesquisa acima referida,
Nome completo: ____________________________________________
Instituição:
____________________________________________
Curso de graduação e período:
____________________________________________
Assinatura:
____________________________________________
17
Contatos: evbar[email protected]m.br e/ou (19) 9204-5758
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Anexo 2 – Telas (Fases 2 e/ou 6)
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Figura 7. Exemplos das telas Fase 2. Na tela da esquerda a instrução é “poucas vezes” e na da
direita “várias vezes”.
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Anexo 3 – Relato pós-sessão (Experimento 1 e 2)
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Descrição, por escrito, dos participantes à pergunta “Qual é a regra do jogo?”, considerando-se
a função das cores de tela (laranja e verde) na Fase 2, o grupo experimental (Taxa Alta ou
Taxa Baixa) para o qual cada participante foi aleatoriamente distribuído na Fase 6 e/ou 4
do Experimento 1 ou 2, respectivamente
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.
EXPERIMENTO 1
1. Grupo Taxa Baixa
1.1. Laranja coerência e verde incoerência
ACBI – 1. A regra do jogo é tentar dar dicas que em algumas ocasiões são falsas.
AIBI 2. Acho que o jogo pontuava se eu fizesse o contrário do pedido acima. Quando
pedia para clicar rias vezes, pontuava se clicava poucas e vice-versa. A partir de certo
ponto, o jogo pontuava apenas se clicasse poucas vezes. Houve também uma hora que
tinha que clicar um número intermediário (entre muito e pouco) de vezes para ganhar.
AIBI 3. Existe uma quantidade de cliques pré-estabelecidos para que três frutas iguais
apareçam. Às vezes, independente da dica oferecida. Conforme cada cor do plano de fundo
aparece (azul, verde ou laranja) já está definida a quantidade de cliques. Se for um a mais ou
um a menos, não se acerta.
BCAC 1. O jogo se baseava na utilização de cores para demonstrar o que realmente se
deveria fazer. A cor laranja e a verde no início mostravam o que realmente se deveria fazer
enquanto a azul era constante. Mas o que aconteceu foi que após um período as cores não
indicavam o que realmente acontece.
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Tais manipulações experimentais foram aqui consideradas por terem sido mencionadas por alguns dos
participantes nesta tarefa.
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1.2. Laranja incoerência e verde coerência
ACBC 1. Se 3 frutas unitárias diferentes (1 laranja, 1 ameixa, 1 manga, 1 limão) = clicar 6
vezes. Se frutas misturadas (unitárias e com cachos banana e cereja) = fazer a soma do
número de frutas para clicar. Ex.: 1 banana + 1 cereja + 1 laranja = 3 + 2 + 1= 6 cliques. 1
cereja + 1 limão + 1 manga = 2 + 1 + 1 = 4 cliques. Dicas: clicar poucas vezes = clica
muito ou só uma vez. Clicar diversas vezes = clica uma vez ou muito.
AIBI – 1. Primeira tela azul – 5 cliques. Tinha momentos que deveria seguir as instruções e
outros o (totalmente, o oposto) e outros momentos 5 cliques, independente da cor de
fundo.
BCAI 2. A princípio, pensei que a tela verde dizia a verdade (se pedisse para pressionar
poucas vezes, era o equivalente a 2 cliques, enquanto se pedisse para pressionar várias
vezes, eram 10 cliques) e que a tela vermelha mentia (poucas vezes seriam 10 e rias vezes
2). Bom, não sei se a regra muda no meio do jogo ou não, mas percebi depois de um
tempo, que na realidade a tela era sincera quando a frase começava com “Agora, para
ganhar...” e o era sincera quando começava com “Para ganhar...”. As telas azuis todas
eram 4 cliques. Quando as telas verde e vermelhas não especificavam poucas ou rias
vezes o número de cliques também eram 4.
BIAI 1. Muitas vezes clica 2 e poucas vezes 9. Depois inverte, poucas vezes 2 e muitas
vezes 9.
2. Grupo Taxa Alta
2.1. Laranja coerência e verde incoerência
ACAI – 1. Quando a tela está azul, deve-se pressionar o botão vermelho 5 ou 6 vezes. Com
a tela vermelha ou verde não havia uma quantidade específica. Entretanto, se apertar várias
vezes desse um bom resultado, esse várias vezes era no mínimo 10, se fosse apertar poucas
vezes, sempre, então, apenas 3 vezes. Em certos momentos dependia de contradizer a dica,
em outros dependia de seguí-la e, posteriormente, apenas várias vezes o botão vermelho
independente do que era instruído. Quando a tela vermelha ou verde aparecia sem dica,
deveria se apertar o botão vermelho 5 ou 6 vezes. No princípio, se não me engano, a tela
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vermelha significava que a dica estava correta e a verde o contrário. Depois ocorreu o que
eu descrevi no primeiro parágrafo.
ACBC 2. O jogo de apostas é baseado nos cliques com o mouse do botão vermelho. O
botão determina os acertos ou as perdas no jogo. Inicialmente, o jogador determina como
apertar o botão. Após um tempo, aparece na tela a dica, se deve apertar várias ou poucas
vezes. Ao longo do jogo, a dica se torna a exceção, isto é, o jogador deve apertar o botão
ao contrário do que se indica na tela.
ACBI – 2. Em cada fase do jogo é necessário um número x de cliques (um número x pode
representar também um limite inferior ou superior) para que se atinja o resultado desejado
de 3 frutas iguais. É testado no jogo a capacidade do indivíduo de seguir regras através das
dicas dadas pelo programa e também a capacidade de quebrá-las que muitas vezes não é
alcançado o objetivo ao seguir tais dicas.
BCAI 1. Um jogo caça-níquel em que durante a rotação das figuras deve-se clicar um
determinado número de vezes no quadrado vermelho, às vezes 3, as vezes 4 vezes ou até
mais de 10. Durante o jogo, “dicas” aparecem na tela, mas em sua maioria são enganosas e
deve ser feito o oposto.
2.2. Laranja incoerência e verde coerência
ACBI 3. Seguir as dicas quando a tela for verde e fazer o contrário quando for vermelha.
Nas telas azuis e quando a dica foi clicar ou não clicar no local vermelho o correto seria
apertar 5 vezes. No final, a cor da tela não interferia em a dica ser ou não correta.
AIAC 1. No início, quando pedia para clicar sobre o botão vermelho fui por eliminação,
clicando rápido ou mais lentamente, chegando até a dar um clique para ganhar e conforme
iam passando as fases eu já havia determinado a eliminação da aposta para poder acertar de
3 maneiras.
BCAI 3. No começo as telas eram vermelha e verde. Na tela verde, devia-se fazer o que
era indicado (‘poucas vezes’ ou ‘muitas vezes’). Na tela vermelha, o contrário (apertar
muitas vezes para ‘poucas vezes’ e poucas vezes para ‘muitas vezes’). No meio, ao aparecer
a tela azul, devia-se apertar muitas vezes, porém não em ritmo acelerado, sem parar. Devia-
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se apertar de maneira rápida, porém com pausas pequenas. Após essa fase, as janelas verde
e vermelha voltaram e devia ser apertado muitas vezes para ganhar, mesmo quando
aparecia “poucas vezes”.
BIAI 2. Quando a tela muda, as regras mudam. Se começa a acertar clicando muitas
vezes, acertará também até que a outra tela entre. As dicas dadas pelo jogo não são sempre
verdade. Jogo intuitivo.
EXPERIMENTO 2
1. Grupo Taxa Baixa
1.1. Laranja coerência e verde incoerência
ACBI 4. Se tela vermelha, agir conforme a dica. Se tela verde, agir ao contrário da dica.
Depois, clicar várias vezes independente da cor da tela e da dica. E clicar poucas vezes
independente da dica e da cor da tela.
2. Grupo Taxa Alta
2.1. Laranja coerência e verde incoerência
AIBI 4. Em alguns momentos acreditei que a cor de fundo da tela representava:
vermelha que poderia seguir a instrução; verde que não deveria seguir as indicações.
Em um segundo momento, que sempre deveria clicar com maior velocidade independente
da indicação.
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Anexo 4 – Figuras dos participantes (ordem alfabética)
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Figura 8. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante ACAI 1. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel,
se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 6
Fase 5
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 6
Fase 5
Fase 4
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77
Figura 9. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante ACBC – 1. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel,
se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 6
Fase 5
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 6
Fase 5
Fase 4
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Figura 10. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante ACBC 2. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no
painel, se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou “mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 6
Fase 5
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 6
Fase 5
Fase 4
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Figura 11. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante ACBI – 1. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel,
se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 6
Fase 5
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 6
Fase 5
Fase 4
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Figura 12. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante ACBI – 2. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel,
se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 6
Fase 5
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 6
Fase 5
Fase 4
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Figura 13. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante ACBI – 3. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel,
se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 6
Fase 5
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 6
Fase 5
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Figura 14. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante AIAC – 1. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel,
se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 6
Fase 5
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 6
Fase 5
Fase 4
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Figura 15. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante AIBI – 1. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel,
se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 6
Fase 5
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 6
Fase 5
Fase 4
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Figura 16. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante AIBI – 2. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel,
se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 6
Fase 5
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 6
Fase 5
Fase 4
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Figura 17. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante AIBI – 3. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel,
se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 6
Fase 5
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 6
Fase 5
Fase 4
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86
Figura 18. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante BCAI – 2. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel,
se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 6
Fase 5
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 6
Fase 5
Fase 4
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Figura 19. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante BCAI – 3. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel,
se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 6
Fase 5
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 6
Fase 5
Fase 4
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Figura 20. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante BIAI – 1. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel,
se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 6
Fase 5
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 6
Fase 5
Fase 4
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89
Figura 21. Taxa de respostas, latência Apostar e latência Vermelho, por tentativa, durante as seis fases experimentais, para o participante BIAI – 2. Painel superior: molduras laranja e verde representam as cores de telas e, sua localização no painel,
se superior, inferior ou total, as instruções “várias vezes”, “poucas vezes” ou mínima”, respectivamente. As áreas cinza se referem aos esquemas de reforçamento programados e o espaço entre elas, o primeiro e segundo momento, de cada
componente das Fases 2, 4 e 6. A sobreposição das molduras em relação às áreas indica coerência entre instrução e esquema, enquanto sua separação, incoerência entre estas variáveis experimentais. Painel inferior: acertos acumulados, latência
Apostar e latência Vermelho a cada tentativa. As linhas tracejadas, de ambos os painéis, separam as fases experimentais.
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 6
Fase 5
Fase 2
Fase 1
Fase 3
Fase 4
Fase 6
Fase 5
Fase 4
Livros Grátis
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