22
mais atuantes no cenário cultural
9
e político
10
sul-rio-grandense, ao longo
de mais de meio século de vida dedicada aos assuntos da sua província.
Suas atividades intelectuais de maior expressividade foram a crítica
literária e o ensaio historiográfico. Sua estréia como crítico se deu em 1922
no Correio do Povo, sob o pseudônimo de Paulo Arinos, identidade
abandonada
11
ao proferir em julho de 1939, na Biblioteca Pública do
Estado, uma conferência sobre aspectos da vida e obra de Machado de
Assis, conferencia esta que deu origem ao seu primeiro livro publicado pela
Globo (VELLINHO, 1979, p.11), editora-livraria tradicional de Porto
Alegre que marcou indelevelmente a sua vida intelectual. Situada na Rua
da Praia, foi um espaço de sociabilidade de idéias e trocas culturais. Os
intelectuais que lá se encontravam foram designados por Augusto Meyer de
“o grupo da livraria” (apud GUTFREIND, p.31), grupo que contou,
inclusive, com as visitas de Getúlio Vargas, quando governador do Rio
Grande do Sul, e do político Oswaldo Aranha, íntimo de Moysés Vellinho,
sobre quem este escreveu um ensaio biográfico em 1978 e a quem dedicou
sua primeira obra historiográfica, Capitania d’El Rei: aspectos polêmicos
9
A título ilustrativo, reproduz-se aqui a cronologia elaborada por Cida Golin (2001) em
ensaio biobliográfico sobre Moysés Vellinho: foi admitido em 1949 no Instituto
Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul (IHGRS), além de ser sócio
correspondente do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB); ocupou os
cargos de segundo vice-presidente do IHGRS entre 1950 e 1956 e entre 1964 e 1980 o
de primeiro vice-presidente. Em 1954 foi conferencista do curso Fundamentos da
Cultura Rio-Grandense na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, instituição pela
qual recebeu o título de doutor Honoris Causa em 1979, ano em que foi admitido como
acadêmico correspondente da Academia Portuguesa de História. Presidiu a Orquestra
Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) entre 1952 e 1972. Em 1966 é eleito correspondente
da Academia Internacional de Cultura Portuguesa com sede em Lisboa. Em 1980 é
homenageado postumamente como patrono da Feira do Livro de Porto Alegre.
10
Na política eleitoral–partidária e na atuação em órgãos públicos, podem-se destacar
os seguintes feitos: foi chefe de gabinete do secretário do Interior Oswaldo Aranha
entre 1928 e 1930, ano em que assumiu como oficial de gabinete do já então Ministro
da Justiça no Rio de Janeiro por ocasião da Revolução de 30, até 1932. Foi eleito
deputado constituinte pelo Partido Republicano Liberal (PRL) em 1934 e foi deputado
da Assembléia Estadual entre em 1935 e 37, ano da Dissidência Liberal da qual foi
partícipe. O jornal republicano A Federação encerrou suas publicações sob sua direção
em novembro de 1937, período em que ficou sob a responsabilidade da Dissidência
Liberal (Golin, 2001).
11
Quando o intelectual faz referência à troca de nomes, expressa a mudança nos
seguintes termos: “Paulo Arinos morreu, cedendo o seu lugar a Moysés Vellinho”
(VELLINHO, 1979, p.11). A morte de Arinos é somente nominativa, já que Moysés
continua a exercer a função de crítico.