(N
EGREIROS
-F
RANSOZO
&
F
RANSOZO
1992). A periodicidade reprodutiva também pode ser
controlada pela combinação de fatores, incluindo latitude e zonação intertidal (E
MMERSON
1994).
O período reprodutivo é definido como o intervalo de tempo no qual as fêmeas
ovígeras são encontradas na população (C
OBO
2002). No caso das espécies de Uca, assim
como os Brachyura em geral, a periodicidade reprodutiva é amplamente diversificada. Certas
espécies se reproduzem o ano todo, outras em uma ou mais estações do ano e ainda outras, em
uma estação específica (geralmente na primavera). Todos esses padrões estão relacionados
com as condições ambientais locais. Os Brachyura da região tropical geralmente se
reproduzem continuamente devido à estabilidade das variáveis abióticas (E
MMERSON
1994;
N
EGREIROS
-F
RANSOZO
et al. 2002).
A caracterização estrutural de populações constitui informação fundamental para
medidas que visem à manutenção dos recursos naturais. Além disso, tais informações podem
ser empregadas em trabalhos de cunho ecológico, pois, tratam de assuntos relacionados com a
natalidade, a mortalidade, o crescimento e a migração (H
UTCHINSON
1981).
Estudos populacionais de Uca não são numerosos tanto no Brasil como no exterior,
entre os quais citam-se os de C
OLBY
&
F
ONSECA
(1984) com Uca pugilator Bosc, 1802 na
Carolina do Norte, EUA, o de T
HURMAN
(1985) com Uca subcylindrica Stimpson, 1859 no
sul do Texas, o de C
OSTA
&
N
EGREIROS
-F
RANSOZO
(2002) com U. thayeri no manguezal de
Ubatuba, SP, Brasil, o de C
OLPO
&
N
EGREIROS
-F
RANSOZO
(2004) com U. vocator em três
localidades do litoral norte paulista, Brasil, o de K
OCH
et al. (2005) com quatro espécies de
Uca no manguezal do Estado do Pará, Brasil e o de L
ITULO
(2005) com Uca urvillei H. Milne
Edwards, 1852 no sul de Moçambique.
No litoral brasileiro, apenas cinco estudos foram realizados com U. maracoani: o de
K
OCH
&
W
OLFF
(2002) com estrutura da comunidade epibêntica, produção somática e fluxo
energético no manguezal de estuário Caeté no norte do Brasil, o de K
OCH
et al. (2005) no qual
foi analisada a dinâmica populacional no Pará, os de M
ASUNARI
et al. (2005) e M
ASUNARI
(2006) com crescimento relativo e distribuição de abundância, respectivamente, no mesmo
local de estudo do presente trabalho e o de B
EZERRA
et al. (2006) com distribuição espacial
no Ceará.
Como a literatura não contempla estudos sobre populações de U. maracoani do
Estado do Paraná, o presente trabalho constitui uma descrição da dinâmica populacional de U.
maracoani ocorrente no Baixio Mirim, Baía de Guaratuba localizada no referido estado. Os
seguintes aspectos são abordados: flutuação anual da abundância, composição de tamanho dos