Capítulo 3 – Resíduos Sólidos
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consumidos e/ou não utilizados, por meio de canais de distribuição. Assim como nos
processos produtivos diretos, a logística reversa faz o planejamento, implementa e controla
o fluxo inverso ao fluxo produtivo direto, procurando agregar valor a esses produtos,
reintegrando-os ao processo produtivo e de negócios. Felizardo e Hatakeyama (2005)
destacam que, a organização e implementação do processo reverso em uma cadeia
produtiva agregará valor à imagem das empresas frente à sociedade, beneficiando o meio
ambiente, estabelecendo inclusive novas oportunidades de negócios, trazendo também
outros benefícios tais como a geração de postos de trabalho, revertendo assim em
benefícios ao meio no qual está inserida.
A logística, no que diz respeito ao aspecto da distribuição direta, já se consolidou
como agente importante para os mais diversos processos de fornecimento, armazenagem,
estocagem, produção e distribuição de produtos até o consumidor e as empresas. A
logística é responsável por planejar, implementar e gerenciar, de forma eficaz, o fluxo de
matérias-prima, produtos e informações ao longo da cadeia. Ao contrário da logística
direta, a logística reversa, por enquanto, não conta com uma estrutura suficiente para fazer
fluir, de forma eficiente, todos os resíduos, embalagens, produtos, entre outros, gerados
pela cadeia de distribuição direta.
Logística reversa é um tema pouco explorado, de pouca produção textual. Nos anos
90, segundo Chaves e Martins (2005), surgiram novas abordagens sobre o assunto,
destacando o aumento da preocupação com questões ambientais, legislação nessa área,
órgãos de fiscalização e a preocupação com as perdas por parte das empresas, como
aspectos que contribuíram para a evolução do tema logística reversa. Segundo Zikmund e
Stanton apud Felizardo e Hatakeyama (2005), a conceituação mais antiga sobre logística
reversa data do início dos anos 70. Aplica os conceitos de distribuição, porém voltados
para o processo de forma inversa, com o objetivo de atender as necessidades de
recolhimento de materiais provenientes do pós-consumo e pós-venda.
No final dos anos 70, Ginter e Starling apud Felizardo e Hatakeyama, (2005),
destacaram a logística reversa dando uma maior atenção para os aspectos da reciclagem e
suas vantagens para o meio ambiente e, também, seus benefícios econômicos, além da
importância dos canais reversos como forma de viabilizar o retorno dos efluentes. Lambert
e Stock apud Felizardo e Hatakeyama, (2005), destacaram a logística reversa como o