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Brasil nos últimos anos em função dos diagnósticos crescentes de áreas
impactadas (Schneider et al., 2003).
Tratando-se de águas subterrâneas, este comportamento tende a ser
mais prolongado, pois esses ambientes não contêm microorganismos aeróbios
em quantidade suficiente para promover a biodegradação desses poluentes.
Assim, os processos de remediação dos poluentes tornam-se muito onerosos
devido ao custo para remoção de solo onde ocorreu o derrame e do tratamento
do resíduo produzido, envolvendo diversos órgãos públicos como também
empresas privadas especializadas além do custo financeiro do
acompanhamento da área afetada por técnicos especializados.
Por outro lado, a biorremediação é uma tecnologia não destrutiva, de
grande efetividade, de baixo custo e, algumas vezes, logisticamente favorável
que visa acelerar o processo natural de biodegradação de contaminantes pela
otimização dos fatores que limitam este fenômeno. O uso de organismos
capazes de degradar compostos como os hidrocarbonetos derivados de
petróleo (HPAs), nos processos de biorremediação, é de extrema importância
por se tratar de uma alternativa de baixo custo, de alta efetividade e de caráter
menos invasivo, sob o ponto de vista ecológico (Tiburtius et al., 2004).
Dentre os combustíveis, a relação de consumo seja nos meios de
transporte, seja no uso industrial, coloca a gasolina no topo da lista (CETESB,
2006). Por conseqüência disso as pesquisas que envolvem a remediação da
gasolina são em maior quantidade, porém, economicamente, o diesel não fica
atrás, sendo alvo inclusive de pesquisas internacionais como as realizadas na
Estação Brasileira Comandante Ferraz na Antártica através do projeto
Criossolos (Schaefer, 2006).
Os compostos aromáticos são os constituintes principais do diesel,
perfazem cerca de 55% de sua constituição (massa/massa). Os
hidrocarbonetos aromáticos são geralmente mais tóxicos que os compostos
alifáticos com o mesmo número de carbonos e possuem maior mobilidade em
água, em função de sua solubilidade ser da ordem de 3 a 5 vezes maior
(Nakhla, 2003). Além de migrarem mais rapidamente através da água atingindo
mananciais de abastecimento, os compostos aromáticos apresentam uma
toxicidade crônica mais significativa do que os hidrocarbonetos alifáticos (Watts
et al., 2000). As doses tóxicas para o naftaleno, por exemplo, são de 4 a 5