A ‘grotesca’, isto é, grotesco, e os vocábulos correspondentes em outras
línguas são empréstimos tomados do italiano. La grottesca e grottesco,
como derivações de grotta (gruta), foram palavras cunhadas para
designar determinada espécie de ornamentação encontrada em fins do
século XV, no decurso de escavações feitas primeiro em Roma e depois
em outras regiões da Itália (2003: 17).
Sodré e Paiva (2002), afirmam, que essas formas fascinaram os artistas da época.
Tal fascinação vinha, justamente, pelo estranhamento. Essas formas que passaram a ser
chamadas de grotescas, de acordo com os autores, percorreram a Europa do século XV e
eram encontradas em tetos, colunas, gravuras, além de outros espaços de decoração.
Em sua contínua evolução, o termo consta no dicionário de Richelet, no final do
século XVII como “aquilo que tem algo de agradavelmente ridículo”. Já o dicionário da
Academia Francesa, no mesmo período, define o adjetivo como “ridículo, bizarro,
extravagante” (apud SODRÉ & PAIVA, 2002: 30). Atualmente, o dicionário Aurélio
conceitua o grotesco como aquilo “que suscita riso ou escárnio; ridículo” (HOLANDA,
1994: 331). Aristóteles o define como “um defeito, embora ingênuo e sem dor; isso o prova
a máscara cômica, horrenda e desconforme, mas sem expressão de dor” (1999:42).
Ainda sobre o conceito de grotesco, Alberto Lins Caldas, em seu artigo, O grotesco
e o alegórico, publicado na interner, define-o como:
(...) a aberração, o escandaloso, as regressões, o exagerado, o estranho, o
esquisito, o equívoco, as infantilizações, o tumulto, o risível, o caótico da
substância (o grotesco é sempre considerado caricatamente por
componentes negativos) levando ao riso: o humor acompanha bem de
perto o grotesco construído alegoricamente: riso terrível mas ainda assim
riso, humor (CALDAS, 2002).
17