ii
RESUMO
ROSSI, Guilherme Duarte. Bicho-mineiro do cafeeiro: Análise da digestão e
inibição de tripsina por extratos de folhas de mamona. 2007. 74 p.
Dissertação (Mestrado em Agroquímica e Agrobioquímica) – Universidade
Federal de Lavras, Lavras, MG.
O café é uma cultura de grande importância social e econômica para o Brasil e
sua produção é afetada por diversas pragas e doenças. Uma dessas pragas é o
bicho-mineiro do cafeeiro Leucoptera coffeella (Guérin-Mèneville, 1842)
(Lepidoptera: Lyonetiidae), que pode provocar grandes perdas na produção. As
formas de controle do bicho-mineiro do cafeeiro conhecidas e utilizadas
atualmente apresentam diversos inconvenientes, o que motiva a procura por
novas formas de controle desse inseto. Um possível ponto de ataque às pragas
visando ao seu controle é o uso de agentes inibidores de enzimas digestivas
participantes da digestão primária. Os testes de inibição da tripsina foram
escolhidos pelo fato de essa enzima participar da digestão primária de proteínas
e seu mau funcionamento resultar na redução de aminoácidos disponíveis para o
inseto. Utilizaram-se extratos de folhas de mamona, pois estudos preliminares
com Erinnyis ello (Linneaus, 1758) (Lepidoptera: Sphingidae) mostraram a
presença de um inibidor de tripsina em folhas de mamona. Objetivou-se com
este trabalho estudar as enzimas digestivas do bicho-mineiro do cafeeiro e
analisar a inibição de sua tripsina utilizando extratos de folhas de mamona. O
experimento foi conduzido em Lavras-MG e analisaram-se as enzimas α-
glicosidase (13,7
+
3,4 U/g de inseto; pH ótimo = 6,0), amilase (2,2
+
0,11 U/g de
inseto; pH ótimo = 10,0), aminopeptidase (6,8
+
0,86 U/g de inseto; pH ótimo =
8,3), β-glicosidase (0,38
+
0,16 U/g de inseto; pH ótimo = 6,0), fosfatase ácida
(0,79
+
0,19 U/g de inseto; pH ótimo = 5,5), sacarase (6,7
+
0,78 U/g de inseto;
pH ótimo = 6,5), trealase (2,2
+
0,43 U/g de inseto; pH ótimo = 6,0) e tripsina
(0,70
+
0,2 U/g de inseto; pH ótimo = 9,7). Pela análise dos pH´s ótimos das
enzimas, infere-se que o ambiente digestivo do bicho-mineiro do cafeeiro é
muito semelhante ao dos demais lepidópteros. Pelos testes de inibição da
atividade de tripsina do bicho-mineiro do cafeeiro, verificou-se uma inibição de
aproximadamente 2,12 UTI/g de folhas frescas de mamona. Os procedimentos
de purificação e os tratamentos de fervura e fervura mais adição de β-
mercaptoetanol no extrato de folhas de mamona mostraram que o inibidor é uma
molécula não-protéica e termorresistente, que foi purificada por cromatografia
de adsorção (sílica gel 60) e analisado por espectrometria de massas.
_________________
Comitê Orientador: Dr. Custódio Donizete dos Santos - UFLA (Orientador),
Dra. Maria das Graças Cardoso - UFLA e Dra. Angelita Duarte Corrêa - UFLA