105
este acorde é tido como um importante auxiliar na técnica de rearmonização. Em primeiro
lugar, analisaremos o acorde diminuto, como foi visto no item Classes Funcionais do
Campo Harmônico Menor, ou seja, como uma extensão do acorde dominante, sem
fundamental e com 9ª menor. Partindo da tonalidade de Lá menor, o acorde G#º (sol#-si-ré-
fá), VII grau do Campo, é interpretado como E7/b9 sem fundamental. Como este acorde é
simétrico a cada tom e meio, podemos considerar que os acordes G#º, Bº, Dº e Fº são
intercambiáveis no processo de preparação e todos eles substituem o acorde E7. É
importante lembrar que, para cada situação em que o acorde se apresenta, inaugura-se uma
nova possibilidade de condução de vozes entre o acordes de preparação e resolução.
Algumas destas possibilidades serão analisadas e comentadas no capítulo seguinte.
Como se pode observar, os acordes diminutos são formados a partir das notas
do arpejo do acorde dominante principal E7, partindo-se da 3ª do acorde. Assim, podemos
pressupor que o raciocínio inverso também é possível, ou seja, se um mesmo acorde
dominante gera quatro acordes diminutos (a partir da 3ª, 5ª 7ª e b9ª), ao tomarmos um
mesmo diminuto e o posicionar a cada momento em uma diferente nota do acorde,
aumentaremos significativamente a potencialidade de preparação deste acorde. Por
exemplo o acorde G#º. Se considerarmos que a nota sol# é a 3ª do dominante
correspondente, chegaremos no acorde E7. Como o acorde encontrado sobre o V grau de
um Campo Maior tem a mesma configuração no Campo Menor (E7=V7 de Lá Maior /
E7=V7 de Lá Menor), concluímos que um mesmo acorde dominante pode se resolver tanto
no modo maior como no modo menor. Desta maneira, o acorde G#º, enquanto substituto de
E7, tem sua resolução tanto em A com em Am. Todavia, se imaginarmos que o acorde foi
formado a partir da 5ª de um dominante, este representará o acorde de C#7, e sua resolução
se dará nos acordes de F# ou F#m. Podemos ainda interpretar este acorde partindo da 7ª do
dominante, no caso o acorde de Bb7 (a nota sol# foi enarmonizada para láb) e sua resolução
será nos acordes Eb ou Ebm. Finalmente, posicionando-o sobre a 9ª menor, chegaremos em
G7 (enarmonizando sol# para láb) que é o dominante dos acordes C ou Cm. Em suma,
concluímos que um mesmo acorde diminuto possui oito diferentes possibilidades de
resolução, as quais, como se pode observar, sempre estão meio tom acima de uma das notas
constituintes do acorde. Assim, podemos considerar que cada nota do acorde diminuto pode