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de Atração de Investimentos (SEAGRI, 2005). O incentivo à fruticultura conta ainda com os
escritórios do governo, denominados AGROPÓLOS - para os quais foram focadas as
principais políticas para a exploração sustentável do setor produtivo, considerando as regiões
com maiores potencialidades para a agricultura irrigada; os centros de formação tecnológica;
apoio técnico aos produtores (formatação do sistema de certificação do mamão para os
Estados Unidos); criação da área livre de moscas das frutas; além do porto do Pecém, que
escoa a custos reduzidos, a maior parte da produção de frutas do Brasil.
Nos últimos anos, como conseqüência dessas políticas, a fruticultura vem se
destacando no cenário econômico cearense, contribuindo sobremaneira para o PIB e
integração comercial do Estado. O respaldo dessa atividade está, essencialmente, na geração
de emprego e renda em regiões, historicamente, castigadas pela falta desses recursos. Dados
da SEAGRI (2005) apontam que, em 2004, as atividades com a fruticultura empregaram
44.312 trabalhadores, sendo 17.771 empregos diretos. Em 2005, os empregos diretos
expandiram-se em 19,16%, subindo para 21.177. A área cultivada passou de 18.044 mil
hectares em 1999 para 37.761 mil em 2005, ampliando em 19.717 mil hectares a área
plantada de frutas. Em 2006, alcançou uma área plantada de 43.226 hectares.
Para a viabilização da cadeia produtiva de frutas, o Estado elegeu o estímulo ao
cultivo de 6 frutas, consideradas de maior potencial em termos de agricultura irrigada e
competitividade: abacaxi, banana, mamão, manga, melão e uva. Dessas seis frutas
beneficiadas, a banana, o melão e o mamão despontam, nessa ordem, com os melhores
indicadores de área irrigada, produção e emprego em 2004.
Entretanto, em termos de comercialização, verifica-se que no mesmo ano, os maiores
indicadores de exportação são, em ordem, o melão e o abacaxi, ficando o mamão em último
lugar no ranking, o que caracteriza que a maior parte da produção cearense de mamão é
voltada para o abastecimento do mercado interno, cerca de 98,5%
1
. Conforme Barreto et. al.
(a) (2002, p. 8), 99,5% do consumo é atendido pela produção do Estado.
De acordo com o AGRIANUAL (2005), o Ceará é o quarto maior produtor nacional
de mamão. A SEAGRI/CE (2005) indica que o Estado teve, em 2006, uma área colhida de
1.498 hectares e uma produção de 63.276 toneladas. Em contrapartida, em 2000, a área
colhida atingiu 1.182 hectares e percebeu uma produção de 39.428 toneladas, o que revela a
contribuição positiva das ações de investimentos voltadas à irrigação neste período.
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A maior parte da produção de mamão do Estado é do grupo Formosa, uma vez que, “[...] nas condições locais,
os genótipos do grupo Solo (Havaí/papaya) manifestam deficiências importantes como a esterilidade de verão,
carpeloidia e baixa produtiviade. (BARRETO et. al., (a), 2002, p. 8).