arquitetura brasileira, pois foi o momento em que se criou uma Academia de
arquitetura e possibilitou ama formação profissional no país, trazida por
grandes nomes da arquitetura européia.
Essa missão, chefiada pelo escritor francês Joachim Lebreton, incluía
diversos artistas (pintores, arquitetos, escultores, etc.), além de um professor
de mecânica e outros profissionais e artífices. Entre os seus integrantes estava
o arquiteto Auguste H. V. Grandjean de Montigny, que aqui se radicou, e que
segundo Telles (1987), exerceu grande influência sobre nossa arquitetura, fez
muitos projetos (vários dos quais chegaram a ser realizados), foi nosso
primeiro professor de arquitetura, deixou muitos discípulos, e, também, aqui
faleceu em 1850.
Como parte do contrato com a Missão Francesa, é promulgado,
em agosto de 1816, um decreto do Rei D. João VI criando a
Real Escola de Ciências, Artes e Ofícios, com um amplo
objetivo de “difundir a instrução e os conhecimentos
indispensáveis” para o progresso da “agricultura, mineralogia,
indústria e comércio”...
[...] Esse ambicioso plano não chegou a se concretizar, mas
afinal, em novembro de 1820, é criada por um decreto a
Academia de Desenho, Pintura, Escultura e Arquitetura Civil,
mais tarde denominada sucessivamente Academia Imperial de
Belas Artes, Escola Nacional de Belas Artes, e hoje
desdobrada na Escola de Belas Artes e na Faculdade de
Arquitetura e Urbanismo da UFRJ (TELLES, 1987, p. 123).
Apesar da Missão Francesa ter chegado em 1816, Souza (2001) afirma
que foi preciso mais de dez anos desde que a equipe chefiada por Lebreton
chegou ao Brasil para que o ensino artístico acadêmico fosse iniciado entre
nós, mas ainda sem seguir o modelo desejado por tais franceses.
Segundo Telles (1987), a renovação arquitetônica não foi causada
somente pela atuação ou influência de artistas e profissionais estrangeiros,
mas também por imposições legais, como foi o caso da determinação policial
de 1809, proibindo o uso de treliças, rótulas e muxarabis – que cobriam os
vãos das janelas das casas coloniais – e obrigando a retirada de todos esses
elementos então existentes. Essa proibição, que provocou uma mudança total