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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
BARDANA (Arctium lappa L.) CULTIVADA SOB DIFERENTES
DOSES DE FÓSFORO E CAMA-DE-FRANGO
ROSIMEIRE PEREIRA GASSI
DOURADOS
MATO GROSSO DO SUL – BRASIL
2006
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
BARDANA (Arctium lappa L.) CULTIVADA SOB DIFERENTES
DOSES DE FÓSFORO E CAMA-DE-FRANGO
ROSIMEIRE PEREIRA GASSI
Engenheira Agrônoma
Orientador: Prof. Dr. Néstor Antonio Heredia Zárate
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Mato Grosso do Sul, como
parte dos requisitos à obtenção do título
de Mestre em Agronomia, Área de
concentração: Produção Vegetal
DOURADOS
MATO GROSSO DO SUL – BRASIL
2006
2
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Gassi, Rosimeire Pereira
Bardana (Arctium lappa L.) cultivada sob diferentes doses
de fósforo e cama-de-frango / Rosimeire Pereira Gassi.
Dourados, MS: UFMS, Campus de Dourados, 2006.
38 f.
Dissertação (Mestrado) – UFMS, Campus de Dourados.
Orientador: Néstor Antonio Heredia Zárate
1. Plantas Medicinais. 2. Arctium lappa L. 3. Fósforo.
4. Cama-de-frango. I. Título.
CDD 581.634
Ficha catalográfica elaborada pelo setor de Biblioteca NCA/UFMS
3
BARDANA (Arctium lappa L.) CULTIVADA SOB DIFERENTES
DOSES DE FÓSFORO E CAMA-DE-FRANGO
por
Rosimeire Pereira Gassi
Dissertação apresentada à Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,
como parte dos requisitos exigidos para obtenção do título de
MESTRE EM AGRONOMIA.
Aprovada em: 21/02/2006
4
Prof.ª Drª. Maria do Carmo Vieira
UFGD
(Co-orientadora)
Prof. Dr. Néstor Antonio Heredia
Zárate
UFGD
(Orientador)
Prof.ª Drª. Silvana de Paula Quintão
Scalon
UFGD
Prof. Dr. Jean Kleber de Abreu Mattos
UNB
5
“Posso todas as coisas
naquele que me fortalece”.
(Filipenses 4.13)
i
Deus pelo dom da vida.
Aos meus pais: José e Cecília
Aos meus filhos: Jean, Thaís e Natália
Ao meu esposo Paulo, com amor .
DEDICO
6
ii
AGRADECIMENTOS
A Deus, meu Senhor e Salvador.
À Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, pela oportunidade para
realização do curso.
À CAPES, pelo apoio financeiro.
Ao professor Néstor Antonio Heredia Zárate, pela amizade, orientações e
lições de vida.
À professora Maria do Carmo Vieira, pela co-orientação, confiança, apoio
e imensa colaboração.
Ao senhor João Paulino Ramos e demais funcionários do Horto de Plantas
Medicinais do Núcleo Experimental de Ciências Agrárias, pela incansável ajuda
nos trabalhos de campo.
Aos funcionários da UFMS e dos Laboratórios de Bioquímica, de Solos e
de Biologia, pela ajuda no desenvolvimento desta pesquisa.
Aos colegas de curso Inês, Elaine, Valdenise, Cassiano, Kellen, Carolina e
Fabiana, pelo companheirismo.
Aos amigos José Hortêncio, Cristiane, Itamar Teixeira, Marisa Ramos e
Bruno, pela ajuda, incentivo e amizade.
Ao professor João Dimas Graciano, pelo convívio, incentivo e sugestões.
A todos que contribuíram, de alguma forma, para que este trabalho se
concretizasse.
7
iii
SUMÁRIO
Páginas
RESUMO.......................................................................................................... vi
ABSTRACT....................................................................................................... viii
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 3
2.1 Características da bardana ........................................................................ 3
2.2 Aspectos agronômicos ............................................................................... 4
3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................... 8
3.1 Aspectos gerais ......................................................................................... 8
3.2 Características e métodos de avaliação..................................................... 14
3.2.1 Altura das plantas.................................................................................... 14
3.2.2 Massa fresca da parte aérea, folhas e raízes......................................... 14
3.2.3 Número, diâmetro e comprimento das raízes......................................... 15
3.2.4 Massa seca da parte aérea e das raízes ............................................... 15
3.2.5 Área foliar................................................................................................ 15
3.2.6 Índice de área foliar.............................................................................. 15
3.2.7 Razão de área foliar................................................................................. 15
3.2.8 Teores de N e P nas folhas e raízes........................................................ 16
3.3 Análises estatísticas.................................................................................... 16
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 17
4.1 Altura das plantas ....................................................................................... 17
4.2 Massa fresca e seca total da parte aérea . ................................................. 19
4.3 Massa fresca e seca das folhas ................................................................. 20
4.4 Área foliar ................................................................................................... 22
4.5 Índice de área foliar (IAF) ........................................................................... 23
4.6 Razão de área foliar (RAF) ......................................................................... 24
4.7 Massa fresca e seca das raízes ................................................................. 25
4.8 Número de raízes........................................................................................ 27
8
4.9 Diâmetro e comprimento de raízes............................................................. 28
4.9 Diâmetro e comprimento de raízes............................................................. 28
4.9 Diâmetro e comprimento de raízes............................................................. 28
4.10 Teor de nitrogênio na folha ...................................................................... 30
4.10 Teor de nitrogênio na folha ...................................................................... 30
4.11 Teor de nitrogênio na raiz ....................................................................... 31
4.11 Teor de nitrogênio na raiz ....................................................................... 31
4.12 Teor de fósforo na folha ............................................................................ 31
4.12 Teor de fósforo na folha ............................................................................ 31
4.13 Teor de fósforo na raiz..............................................................................+ 32
5 CONCLUSÕES ............................................................................................. 34
5 CONCLUSÕES ............................................................................................. 34
5 CONCLUSÕES ............................................................................................. 34
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 35
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................. 35
iv
v
RESUMO
Gassi, Rosimeire Pereira, M. Sc., Universidade Federal de Mato Grosso do Sul,
fevereiro de 2006. Bardana (Arctium lappa L.) cultivada sob diferentes doses
de fósforo e cama-de-frango. Professor Orientador: Néstor Antonio Heredia
Zárate. Professora Co-orientadora: Maria do Carmo Vieira.
O experimento foi desenvolvido no Horto de Plantas Medicinais, da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS, em Dourados, no período
de outubro de 2004 a abril de 2005. O objetivo foi avaliar o efeito da incorporação
ao solo de fósforo (P) e de cama-de-frango (CF) sobre o crescimento e a produção
da bardana. Estudaram-se cinco doses de fósforo (4,3; 25,8; 43,0; 60,2; e 81,7 Kg
ha
-1
), na forma de superfosfato triplo, e cinco doses de cama-de-frango de corte
semidecomposta (1.000; 6.000; 10.000; 14.000 e 19.000 kg ha
-1
). Os nove
tratamentos resultantes foram definidos usando a matriz experimental Plan Puebla
III: 4,3 e 6.000; 25,8 e 1000; 25,8 e 6.000; 25,8 e 14.000; 43,0 e 10.000; 60,2 e
6.000; 60,2 e 14.000; 60,2 e 19.000 e 81,7 e 14.000 kg ha
-1
de P e CF,
respectivamente. Os tratamentos foram dispostos no delineamento experimental
blocos casualizados, com quatro repetições. Cada parcela teve área de 4,5 m
2
,
com doze plantas arranjadas em fileiras duplas, com espaçamento de 0,50 m
entre plantas e 0,54 m entre fileiras. A partir dos 60 dias após o transplante- DAT,
a cada dez dias, foram medidas as alturas de todas as plantas. Por ocasião da
colheita, foram arrancadas duas plantas competitivas de cada parcela. A altura
máxima da bardana (129,87cm) foi alcançada aos 113 DAT, com o tratamento de
60,2 e 14.000 kg ha
-1
de P e cama-de-frango, respectivamente. A área foliar,
massa fresca e seca da parte aérea total e massa fresca das folhas apresentaram
9
v
resposta positiva isoladamente em relação aos fatores estudados, sendo os
maiores valores obtidos com o tratamento 81,7 e 1.000 kg ha
-1
de P e CF,
respectivamente, a saber: 19.822,86 cm
2
; 48.999,73 kg ha
-1
; 8.287,24 kg ha
-1
e
22.869,64 kg ha
-1
, respectivamente. As maiores produções de massa seca das
folhas ocorreram sob as maiores doses de cama-de-frango, enquanto as maiores
produções de massa fresca das raízes (2.435,57 e 2.000,98 kg ha
-1
) foram obtidas
sob as maiores doses de P e CF utilizadas. A produção de massa seca das raízes
aumentou com as doses de P e doses intermediárias de CF. O diâmetro e o
comprimento das raízes não apresentaram diferenças significativas entre os
tratamentos e foram, em média, de 9,07 mm e 18,64 cm. Os teores de N nas
folhas, foram maiores sob as maiores doses de P e de CF, mas nas raízes não
apresentaram diferenças significativas em função dos tratamentos. Os teores de P
nas folhas, foram independentes dos tratamentos, mas nas raízes, os maiores
teores de fósforo foram obtidos com as maiores doses de cama-de-frango
interagindo com as doses intermediárias de P.
10
Bardana (Arctium lappa L.) cultivated under different doses of phosphorus
and chicken manure
ABSTRACT
The experiment was carried out at Medicinal Plant Garden of the Federal
University of South Mato Grosso UFMS, in Dourados, from October, 2004 to
April, 2005. The objective was to evaluate the effect of incorporating phosphorus
(P) and chicken manure (CM) to the soil on growth and yield of bardana. Five
doses of phosphorus (4.3; 25.8; 43.0; 60.2 and 81.7 kg ha
-1
) in triple super
phosphate (TSP) form, and five doses of semi-decomposed chicken manure
(1,000; 6,000; 10,000; 14,000 and 19,000 kg ha
-1
) were studied. Nine treatments
were defined using III Plan Puebla experimental Matrix: 4.3 and 6,000; 25.8 and
1,000; 25.8 and 6,000; 25.8 and 14,000; 43.0 and 10,000; 60.2 and 6,000; 60.2
and 19,000 and 81.7 and 14,000 kg ha
-1
, P and CM respectively. Treatments were
arranged in a randomized block experimental design with four replications. Every
plot had 4.5 m
2
of area and twelve plants arranged in double rows with spaces of
0.50 m between plants and 0.54 m between rows. Sixty days after transplantation
DAT, at each 10 days, the height of each plant was measured. On harvest, two
competitive plants were taken from each plot. Maximum height of bardana (129.87
cm) was reached on 113 DAT with 60.2 and 14,000 t ha
-1
of phosphorus and
chicken manure, respectively, treatment. Leaf area, fresh and dried mass of total
aerial part and fresh mass of leaves showed positive reaction isolately answer in
relation to the studied factors. The highest values were registered for 81.7 and
1.000 kg ha
-1
of P and CM treatment, respectively: 19,822.86 cm
2
; 48,999.73 kg ha
-
1
; 8,287.24 kg ha
-1
and 22,869.64 kg ha
-1
. The highest yields of dried mass of
leaves were related to the highest doses of chicken manure, while the highest
11
vi
vii
yields of fresh mass of roots (2,435.57 and 2,000.98 kg ha
-1
) were related to the
highest used doses of P and CM. Yield of dried mass of roots increased with P
doses and intermediary doses of CM. Diameter and length of roots did not show
significative differences between treatment and they were, in average, 9.07 mm
and 18.64 cm. N contents in leaves were the highest under the highest doses of P
and CM, but in roots they did not show significative differences as a function of
treatments. P contents in leaves were independent on treatments, but in roots, the
highest contents of phosphorus were obtained with the highest doses of chicken
manure interacting with intermediary doses of P.
12
1 INTRODUÇÃO
As plantas medicinais, condimentares e aromáticas são utilizadas desde a
antigüidade em todas as regiões do planeta, o que tem sido constatado por
descobertas em escavações arqueológicas, e por sua presença nas civilizações
como a chinesa e a egípcia, que as utilizavam mais de 5000 anos (Correa
Júnior et al., 1994). Na América Latina, antes da chegada dos europeus, os índios,
em especial civilizações como maias, astecas e incas, utilizavam plantas
medicinais para curar diversas doenças e como corantes naturais (Panizza, 1997).
A bardana (Arctium lappa) é pouco conhecida entre os brasileiros, mas é
muito utilizada pelos japoneses e adeptos da alimentação macrobiótica, integral,
natural e antroposófica. A medicina, que se utiliza dessas formas de alimentação,
considera as raízes como alimentos básicos muito importantes, pois são
responsáveis pelo bom funcionamento do sistema nervoso, dos músculos e do
coração. É considerada também excelente fortificante e alimento que ajuda a
limpar as impurezas do organismo. Além da utilização medicinal, é considerada
hortaliça de alto valor nutritivo, sendo ótima fonte de vitamina B1, cálcio, ferro e
fósforo (Piva, 2002).
As referências que se tem do cultivo da bardana é de que seja feito de
forma empírica, ou seja, não referência de trabalho técnico-científico na área
agronômica sobre a espécie. Daí, a necessidade de se pesquisar tratos culturais,
pois o domínio sobre a reprodução e o ciclo vegetativo facilita o manejo da planta,
objetivando satisfazer a demanda de matéria-prima uniforme para o
abastecimento da indústria farmacêutica. Isso beneficiaria os agricultores e a
pequena e média indústrias, que têm demarcado forte presença na produção de
fitoterápicos (Zanetti, 2001). Nos cultivos deve-se buscar maior equilíbrio entre
13
viii
produtividade e qualidade e o manejo adequado dos fatores que possam interferir
nessa qualidade (Andrade e Casali, 1999).
Dentre os fatores de interesse que podem interferir na composição química
de uma planta, a nutrição é um dos que merecem destaque, uma vez que a
deficiência ou o excesso de nutrientes pode promover maior ou menor produção
de princípio ativo. O fósforo é o nutriente mineral mais estudado, devido à sua
grande importância na nutrição das plantas. Como componente essencial de todo
organismo vivo, auxilia na definição da quantidade de biomassa produzida em
diferentes solos. Em plantas medicinais, pode contribuir para o aumento da
concentração dos princípios ativos; seu déficit causa a redução da biomassa e
conseqüentemente, das substâncias metabólicas (Martins et al.,1998).
Em relação à matéria orgânica, ela contribui de modo decisivo em muitas
propriedades físico-químicas do solo, como capacidade de troca de cátions,
formação de complexos e quelatos com numerosos íons e retenção de umidade.
As fontes mais comuns de adubo orgânico são representadas pelos adubos
verdes, resíduos de culturas, estercos, compostos e outros (Kiehl,1985; Calegari,
1998).
Na literatura consultada, não foi encontrado nenhum relato sobre o uso do
fósforo no cultivo da bardana, mas sim de cama-de-frango. Vieira et al. (2004)
estudando o efeito de doses de cama-de-frango (0, 20 e 40 t ha
-1
) e épocas de
colheita (120, 160, 200 e 240 dias após semeio- DAS) na produção de massa
seca das raízes da bardana, verificaram que usando-se 40 t ha
-1
de cama-de-
frango, a produção cresceu linearmente durante o ciclo de cultivo, alcançando
385 kg ha
-1
aos 240 DAS.
Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da incorporação ao solo de
fósforo e de cama-de-frango de corte semidecomposta sobre o crescimento e a
produção da bardana visando oferecer ao agricultor sul-mato-grossense uma nova
alternativa produtiva.
14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Características da bardana
A bardana (Arctium lappa L.), pertencente à família Asteraceae, é uma
planta aromática e medicinal, originária da Europa e da Sibéria, e chegou ao Brasil
por meio dos imigrantes japoneses (Correa, 1984). Dentre os nomes populares, é
conhecida por pega-massa, bardana-maior, gobô, orelha-de-gigante ou erva dos
tinhosos (Font Quer, 1993; Corrêa Júnior et al., 1994; Alzugaray e Alzugaray,
1996; Kemper, 2003).
A importância medicinal e nutricional apresentada pela bardana tornam-a
uma espécie de interesse para estudos e produção de medicamentos. Seu êxito
medicinal data da Antiguidade, o sendo nunca contrariado ao longo dos
séculos. Segundo a tradição, curou o rei Henrique III da França de uma grave
doença de pele (Teske e Trentini, 2001). Diversos compostos de importância
terapêutica foram isolados da planta e dentre os principais, encontram-se os
óleos essenciais contendo inulinas e açúcares, polifenóis, fiquinona, β eudesmok e
taraxesterol, acetato e palmitato de diidrofuquinona (Martins et al., 1998). A
inulina é substância de natureza polissacarídica, resultante da polimerização da
frutose (Oliveira e Saito, 1991).
A principal indicação terapêutica da bardana é para doenças da pele. Além
disso, a planta é hipoglicemiante, depurativa e diaforética. É usada como
cicatrizante, para tratamentos de furúnculos, abscessos, acnes e terçol. Ajuda no
15
tratamento de queda de cabelos e enfermidades da pele, por exemplo, micose de
unhas e frieiras em uso externo. Devido à sua capacidade de neutralizar venenos,
é utilizada para acalmar a dor e a tumefação produzida por picadas de insetos ou
de aranha. Da bardana, utilizam-se as raízes, flores e folhas secas. A infusão das
folhas frescas serve para limpar feridas e inflamações cutâneas. As raízes frescas
são usadas em decocção, cataplasma e compressas. O decocto delas é eficaz
como purificador do sangue em doenças reumáticas, afecções renais e distúrbios
digestivos (Santos et al., 1988, Alzugaray e Alzugaray,1996; Martins et al., 1998).
Foi observada também atividade antibacteriana e antifúngica nos extratos da
bardana (Holetz et al., 2002).
As raízes da bardana são usadas também como alimentos por pessoas
diabéticas (Santos et al., 1988), podendo ser consumidas cozidas sozinhas ou
compondo pratos com cenoura (Daucus carota) ou mandioquinha-salsa (Arracacia
xanthorrhiza). Os talos tenros fervidos são consumidos como os aspargos
(Asparagus officinalis) (Piva, 2002). Na Europa, as folhas e brotos novos são
consumidos como verdura e no Japão, é cultivada uma variedade para produção
de raízes comestíveis.
A planta é herbácea, bienal, com 1,0 a 1,5 m de altura, pilosa e com ramos
abundantes. As folhas são dispostas em roseta, sendo as inferiores cordiformes e
as superiores ovais. As flores são azuladas a arroxeadas, dispostas em capítulos
e esses, em corimbos (Santos et al., 1988). Os capítulos são envolvidos por um
conjunto de brácteas ponteagudas denominada invólucro, que adere a qualquer
coisa que nele toque, sendo transportado a grandes distâncias. O fruto é um
aquênio oblongo subtrígono com papilo de pêlos muito caducos. (Correa, 1984).
As sementes e as raízes de bardana têm sabor doce e as folhas, raramente
utilizadas secas, são amargas. As sementes devem ser coletadas quando os
capítulos tiverem adquirido uma cor cinza-parda (Alzugaray e Alzugaray, 1996). A
raiz é fusiforme, fosca por fora e branca por dentro, com diâmetro da espessura de
um dedo (Balbach, 1986).
2.2 Aspectos agronômicos
16
Castro et al. (2001) ressaltam que a variação da composição qualitativa e
quantitativa das plantas medicinais está diretamente relacionada a fatores
ecológicos e fisiológicos tais como época do ano, hora do dia e estágio de
desenvolvimento. Além desses, os fatores genéticos também influenciam essas
variações. Dessa forma, o uso de nutrientes pode apresentar resultados
contraditórios quanto à produção de metabólicos secundários.
A carência de informações básicas sobre os aspectos agronômicos faz com
que os agricultores, especialmente os pequenos, acabem não produzindo plantas
medicinais e hortaliças alternativas, que muitas vezes o mais viáveis
economicamente que as culturas tradicionais (Ferreira, 2000).
O cultivo da bardana poderia ser uma alternativa para pequenos
produtores, que procuram diversificar a produção. A espécie pode ser cultivada
em praticamente todo o País e durante todo o ano, desenvolvendo melhor em
temperaturas que variam de 16 a 22ºC, em solos profundos, férteis, com boa
drenagem para permitir o aprofundamento das raízes. A planta é propagada em
monturos, caminhos, fundos dos montes, lugares úmidos, sombrios e onde
restos nitrogenados (Santos et al., 1988). Segundo Maciel e Ferraz (1996), a
espécie não favorece à reprodução de nematóides do gênero Meloidogyne. Por
isso eles não representam, via de regra, ameaça à sua produção. A bardana é
indicada ao cultivo consorciado com outras plantas tais como o funcho e a
cenoura.
Os solos sob vegetação de Cerrado, principalmente os Latossolos, são
geralmente ácidos, de baixa fertilidade e elevada retenção de fósforo, o que leva à
necessidade de elevadas doses de fosfatos, para o adequado crescimento das
plantas. O fornecimento de doses adequadas de fósforo, desde o início do
desenvolvimento, estimula o desenvolvimento radicular, é importante para a
formação dos primórdios das partes reprodutivas, é essencial para a boa formação
de frutos, e em geral, incrementa a produção nas culturas (Raij,1981).
Coutinho et al. (1993) citam que as quantidades de fósforo exigidas pelas
culturas, se comparadas com as do nitrogênio e do potássio, são consideradas
17
baixas. Dadas suas características químicas e mineralógicas, os solos tropicais,
de modo geral, são ainda extremamente deficientes em fósforo.
Conseqüentemente, o cultivo adequado nesses solos tem, na fertilização
fosfatada, técnica eficiente para aumentar a produtividade. Isso é válido para a
adição de fertilizantes fosfatados a solos de Cerrado para o cultivo de espécies
florestais ou de qualquer planta, principalmente, porque a cinética de formação de
P não-lábil em solo de Cerrado é muito rápida (Novais e Smyth, 1999). Por isso,
nas adubações, é o fósforo o nutriente que entra em maiores proporções
(Coutinho et al., 1993). Seu fornecimento em dose adequada favorece o
desenvolvimento do sistema radicular, aumentando a absorção de água e de
nutrientes, e conseqüentemente a qualidade e o rendimento dos produtos colhidos
(Filgueira, 2000).
Corrêa Júnior et al. (1994) e Mattos (1996) relatam que a adubação
orgânica, o cultivo mínimo e as práticas de agricultura alternativa em espécies
medicinais, aromáticas e condimentares possibilitam o desenvolvimento de
plantas mais resistentes a pragas e doença. Conseqüentemente, utilizam-se
menos agrotóxicos, que neste caso poderia comprometer a composição química
da planta ou mesmo invalidar seu uso medicinal.
A adubação orgânica é prática recomendada no cultivo de plantas
medicinais e tem despertado a atenção dos pesquisadores no Brasil (Ming, 1994;
Scheffer e Corrêa Júnior, 1998; Cruz, 1999). A adubação orgânica aumenta a
capacidade de troca catiônica do solo, elevando o pH e reduzindo o teor de
alumínio trocável; aumenta a disponibilidade de nutrientes aplicados por meio de
fertilizantes minerais e contribui para a sanidade do vegetal por diversificar a
produção de substâncias como fenóis e de antibióticos por bactérias. Porém,
essas possibilidades dependem de seu manejo adequado (Primavesi, 1982).
Os adubos orgânicos contêm vários nutrientes minerais, especialmente N,
P e K, e embora sua concentração seja considerada baixa, na sua valorização,
deve-se levar em conta, também, o efeito benéfico que exercem sobre o solo
(Kiehl, 1985). A sua matéria orgânica ativa os processos microbianos fomentando,
simultaneamente, a estrutura, a aeração e a capacidade de retenção de água
18
(Silva Júnior e Siqueira,1997). Atua ainda como regulador da temperatura do solo,
retarda a fixação do P mineral e fornece produtos da decomposição orgânica que
favorecem o desenvolvimento da planta (Rodrigues, 1995; Novais e Smyth, 1999).
Ming (1998) ressalta que, na recomendação da adubação orgânica para as
plantas medicinais, deve-se levar em consideração os aspectos da biomassa
produzida e especialmente os teores de óleo essencial, que sua produção visa
o aumento na concentração dos princípios ativos, quer seja para o uso in natura,
ou destinado à indústria farmacêutica.
Vieira (1995) estudando diferentes doses de fósforo e cama-de-frango no
crescimento e produção de mandioquinha-salsa verificou que a produção de
raízes comercializáveis cresceu linearmente com as doses de P e C F e foi de 10 t
ha
-1
em média, por tratamento, correspondendo a cerca de 80% da produção total.
Vieira et al. (1999) observaram que as maiores produções de massas secas
(240,96 kg ha
-1
) de capítulos de calêndula (Calendula officinalis L.), plantas da
mesma família da bardana, foram obtidas com o uso de 14 t ha
-1
de cama-de-
frango, sem o uso de fósforo. Os capítulos com maior massa unitária (0,18 g),
embora em menor mero por planta (9,63 planta
-1
), resultaram do uso de 50 kg
ha
-1
de P
2
O
5
. O maior número de capítulos (23,78 planta
-1
) foi obtido com 100 kg
ha
-1
de P
2
O
5
, que foi superior em 11,75% e 175,94% em relação à testemunha e
50 kg ha
-1
de P
2
O
5
, respectivamente.
19
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Aspectos gerais
O experimento foi desenvolvido no Horto de Plantas Medicinais (HPM), da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em Dourados, no período
de outubro de 2004 a abril de 2005. Dourados está situada na região sul do
Estado de Mato Grosso do Sul, a uma altitude média de 452 m, latitude
22º14’16’’S e longitude 54º48’2’’W. O clima, segundo a classificação de Koppen, é
do tipo CWA. A precipitação média anual é de 1500 mm e a temperatura média é
de 22ºC. As precipitações e temperatura máxima e nima por decêndio,
registradas em Dourados durante a realização do experimento são apresentadas
na Figura 1.
20
10 20 30 10 20 30 10 20 30 10 20 30 10 20 30 10 20 30 10 20 30
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Te
mp.
m
áxim
as
e
n
im
as
C
)
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Precipitações (mm)
Temp. máx. (ºC) Temp. mín. (ºC) Precipitações (mm)
Nov
Jan
Dez
Fev
Mar
Abr
Dia/Mês/Ano
2004/2005
Out
Figura 1. Precipitações e temperaturas máximas e mínimas, no período de outubro
de 2004 a abril de 2005. Dourados-UFMS, 2004/2005.
O solo, originalmente sob vegetação de Cerrado, é de topografia plana e
classificado como Latossolo Vermelho distroférrico, de textura argilosa, cujas
características químicas, antes do transplantio, após a incorporação no solo do
fósforo e da cama-de-frango e após a colheita, são apresentadas nos Quadros 1,
2 e 3, respectivamente.
Quadro 1. Características químicas de amostras do solo, colhidas na área
experimental e da cama-de-frango semidecomposta. Dourados-
UFMS, 2004.
Características
1
valores
Solo original
pH em CaCl
2
(1:2,5)
pH em água (1:2,5)
4,80
5,50
Al
+3
(mmol
c
dm
-3
)
4/
1,10
P (mg dm
-3
)
3/
54,00
K (mmol
c
dm
-3
)
3/
10,20
Mg (mmol
c
dm
-3
)
4/
18,60
Ca (mmol
c
dm
-3
)
4/
48,00
Matéria orgânica (g kg
-1
)
2/
32,10
Acidez potencial (H+Al)(mmol
c
dm
-3
) 69,00
Soma de bases (SB) (mmol
c
dm
-3
) 76,80
(CTC) (mmol
c
dm
-3
) 145,80
Saturação de bases (V) % 52,00
Cama-de-frango semidecomposta
5
C orgânico %
29,12
P total % 1,13
K total % 0,63
N total % 1,75
Ca total % 3,58
Mg total % 0,69
Relação C/N 16,64
1/
Análises feitas no Laboratório de Solos do NCA – UFMS
2/
Métodos de Walkley & Black (Jackson, 1976)
3//
Extrator Mehlich-1 (Braga e Defelipo 1974)
4/
Extrator KCL 1 N (Vettori, 1969)
5/
Análises feitas no Laboratório de Matéria Orgânica e Resíduos, da UFV
21
22
Quadro 2. Análise química das amostras do solo das parcelas que receberam os tratamentos com fósforo e cama-de-
frango um dia antes do transplantio da bardana. Dourados-UFMS, 2004.
1/
Análises feitas no laboratório de solos do NCA – UFMS
2/
Extrator Mehlich-1 (Braga e Defelipo, 1974)
3/
Extrator KCL 1 N (Vettori, 1969)
4/
Método de Walkley & Black (Jackson, 1976)
Características
1
Fósforo e cama-de-frango (kg ha
-1
)
25,8
e
6.000
60,2
e
6.000
25,8
e
14.000
60,2
e
14.000
43,0
e
10.000
4,3
e
6.000
81,7
e
14.000
25,8
e
1.000
60,2
e
19.000
Matéria orgânica (g kg
-1
)
4/
pH em CaCl
2
(1:2,5)
pH em água (1:2,5)
31,8
5,0
5,6
32,1
5,1
5,7
33,7
5,3
5,8
34,4
5,3
5,8
33,7
5,2
5,8
33,7
5,2
5,8
32,4
5,2
5,8
32,1
5,0
5,7
33,4
5,3
5,8
P (mg dm
-3
)
2/
74,0 96,0 146,0 137,0 89,0 92,0 137,0 78,0 142,0
K (mmol
c
dm
-3
)
2/
10,2 12,3 15,9 14,8 13,3 12,8 12,8 9,7 14,3
Al
+3
(mmol
c
dm
-3
)
3/
0,6 0,6 0,6 0,0 0,0 0,0 0,0 0,6 0,0
Mg (mmol
c
dm
-3
)
3/
21,3 23,6 26,6 25,0 24,3 24,6 24,6 19,9 23,9
Ca (mmol
c
dm
-3
)
3/
48,8 48,7 56,3 53,3 50,0 52,3 56,0 48,7 51,7
Acidez potencial (H+Al) (mmol
c
dm
-3
) 58,0 62,0 53,0 55,0 58,0 58,0 55,0 62,0 55,0
Soma de bases (SB) (mmol
c
dm
-3
) 80,3 84,6 98,8 93,1 87,6 89,7 93,4 78,3 89,9
CTC (mmol
c
dm
-3
) 138,3 146,6 151,8 148,1 145,6 147,7 148,4 140,3 144,9
Saturação de bases (V) % 58,0 57,0 65,0 62,0 60,0 60,0 62,0 55,0 62,0
23
Quadro 3. Análise química das amostras do solo das parcelas que receberam os tratamentos com fósforo e cama-de-frango, frango,
após a após a colheita da bardana (120 DAT). Dourados-UFMS, 2005.
1/
Análises feitas no laboratório de solos do NCA – UFMS
2/
Extrator Mehlich-1 (Braga e Defelipo, 1974)
3/
Extrator KCL 1 N (Vettori, 1969)
4/
Método de Walkley & Black (Jackson, 1976)
Características
1
Fósforo e cama-de-frango (kg ha
-1
)
25,8
e
6.000
60,2
e
6.000
25,8
e
14.000
60,2
e
14.000
43,0
e
10.000
4,3
e
6.000
81,7
e
14.000
25,8
e
1.000
60,2
e
19.000
Matéria orgânica (g kg
-1
)
4/
pH em CaCl
2
(1:2,5)
pH em água (1:2,5)
30,1
5,0
5,9
29,4
5,0
5,9
29,1
5,1
5,9
29,4
5,1
6,0
28,4
5,0
5,9
27,8
5,0
5,9
28,8
5,0
5,9
27,8
4,9
5,8
28,4
5,1
6,0
P (mg dm
-3
)
2/
64,0 61,0 92,0 68,0 64,0 71,0 89,0 54,0 74,0
K (mmol
c
dm
-3
)
2/
7,7 8,7 8,2 8,2 7,7 7,7 8,7 7,7 8,7
Al
+3
(mmol
c
dm
-3
)
3/
0,6 0,6 0,0 0,0 0,6 0,6 0,6 0,6 0,0
Mg (mmol
c
dm
-3
)
3/
19,6 17,0 20,9 20,0 18,3 20,3 20,3 17,6 19,3
Ca (mmol
c
dm
-3
)
3/
47,2 44,2 51,3 48,5 44,9 49,9 49,2 43,6 47,9
Acidez potencial (H+Al) (mmol
c
dm
-3
) 65,0 65,0 62,0 62,0 69,0 62,0 62,0 65,0 62,0
Soma de bases (SB) (mmol
c
dm
-3
) 74,5 69,9 80,4 76,7 70,9 77,9 78,2 68,9 75,9
CTC (mmol
c
dm
-3
) 139,5 134,9 142,4 138,7 139,9 139,9 140,2 133,9 137,9
Saturação de bases (V) % 53,0 51,0 56,0 55,0 50,0 55,0 55,0 51,0 55,0
24
Estudou-se o efeito de cinco doses de fósforo - P (4,3; 25,8; 43,0; 60,2; e
81,7 kg ha
-1
), na forma de superfosfato triplo e cinco doses de cama-de-frango -
CF (1000; 6000; 10000; 14000 e 19000 kg ha
-1
). Os tratamentos foram
determinados utilizando-se a matriz experimental PLAN PUEBLA III (Turrent e
Laird, 1975), conforme a Figura 2, resultando nas combinações de doses de
cama-de-frango e de fósforo contidas no Quadro 4.
60,2 - 19000
25,8 - 14000 81,7 - 14000
4,3 - 6000 25,8 - 6000
25,8 - 1000
0
4,3 25,8 43,0 60,2 81,7
Doses de fósforo (kg ha
-1
) – números à esquerda
Figura 2. Doses de fósforo (P) e de cama-de-frango (CF) utilizadas no
experimento de campo, definidas pela matriz experimental PLAN
PUEBLA III. Dourados- UFMS, 2004.
10000kg.ha
-1
43,0 kg.ha
-1
1000
6000
10000
14000
19000
60,2 - 6000
60,2 - 14000
Cama-de-frango (kg ha
-1
) - números à direita
25
Quadro 4. Tratamentos definidos através da matriz experimental PLAN PUEBLA III
(Turrent e Laird, 1975). Dourados-UFMS, 2004.
Tratamentos
Fósforo
(kg ha
-1
)
Cama-de-frango
(kg ha
-1
)
1 25,8 6.000
2 60,2 6.000
3 25,8 14.000
4 60,2 14.000
5 43,0 10.000
6 4,3 6.000
7 81,7 14.000
8 25,8 1.000
9 60,2 19.000
O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com
nove tratamentos e quatro repetições. Cada parcela teve área de 4,5 m
2
,
com doze
plantas arranjadas em fileiras duplas. O espaçamento entre plantas foi de 0,50 m
e entre fileiras de 0,54 m.
A propagação da bardana foi feita por semeadura indireta, utilizando-se
sementes colhidas de plantas cultivadas no Horto de Plantas Medicinais – HPM da
UFMS. As mudas foram produzidas inicialmente em bandejas de poliestireno, com
substrato Plantmax, sob sombrite, em temperatura ambiente. Após 30 dias da
semeadura, foram repicadas para sacos plásticos, enchidos com substrato
preparado com três volumes de terra, um de cama-de-frango semidecomposta e
um de areia grossa. Quando as plântulas atingiram cerca de 0,15 m de altura,
foram transplantadas para o local definitivo.
O terreno foi preparado com trator, uma semana antes do transplantio, com
uma aração e uma gradagem e, posteriormente, foram levantados os canteiros
com rotoencanteirador. O superfosfato triplo e a cama-de-frango foram distribuídos
26
a lanço e incorporados ao solo, a uma profundidade de 0-20 cm, um dia antes do
transplantio.
Os tratos culturais na fase campo compreenderam irrigações por aspersão,
a cada dois dias e capinas com enxadas, sempre que necessárias. Quando as
plantas começaram a florescer (110 dias após o transplante - DAT), foram
realizadas as colheitas de duas plantas competitivas de cada parcela.
3.2 Características avaliadas e métodos de avaliação
3.2.1 Altura das plantas
As medidas de altura das plantas foram feitas com intervalos de 10 dias, a
partir dos 60 até 120 DAT. Foram medidas todas as plantas da parcela, com o
auxílio de uma régua graduada em centímetros, colocada desde o nível do solo
até a inflexão da folha mais alta. Posteriormente, obtiveram-se as médias de altura
das plantas por tratamento.
3.2.2 Massa fresca da parte aérea, folhas e das raízes
As plantas foram colhidas inteiras e depois separadas as folhas, escapos
florais e raízes. As partes das plantas foram acondicionadas separadamente em
sacos de papel e pesadas em balança digital, com resolução 0,01 g, para
determinação da massa fresca, em g. Todas as raízes obtidas das duas plantas
colhidas foram pesadas para determinar a massa fresca.
27
3.2.3 Número, diâmetro e comprimento das raízes
As raízes obtidas nas duas plantas colhidas por parcela, foram contadas e
posteriormente separadas ao acaso seis raízes e feitas as medidas de diâmetro e
comprimento. Para medir o diâmetro foi utilizado um paquímetro e para determinar
o comprimento foi utilizada uma régua graduada em centímetro.
3.2.4 Massa seca da parte aérea, folhas e das raízes
Para a obtenção da massa seca, os materiais foram seccionados
manualmente e distribuídos em sacos de papel. Posteriormente, os sacos foram
colocados em estufa com circulação forçada de ar, a 60º ± 5ºC, até massa
constante. Os valores obtidos foram apresentados em kg ha
-1
.
3.2.5 Área foliar (AF)
Logo após a obtenção da massa fresca, as lâminas foliares foram usadas
para a determinação da área foliar, utilizando-se o integrador eletrônico LI 3000.
Os valores foram obtidos em centímetro quadrado (cm
2
).
3.2.6 Índice de área foliar (IAF)
Os valores do IAF foram obtidos pela divisão dos valores da área foliar
(AF), em cm
2
,
pela área ocupada por cada planta - AT, de acordo com o
espaçamento utilizado (0,50 m x 0,50 m).
IAF = AF/AT
3.2.7 Razão de área foliar (RAF)
A razão de área foliar foi expressa pelo quociente entre a área foliar (AF),
em cm
2
, e a massa seca da parte aérea (MSPA), em gramas, utilizando-se a
fórmula: RAF= (AF)/(MSPA), segundo Benincasa (2003).
28
3.2.8 Teores de N e P nas folhas e raízes
Foram analisados os teores de N e P das folhas e raízes, em extratos
obtidos através da digestão sulfúrica para o N e nítrico-perclórica para o P. Após a
digestão, foram realizadas a determinação do N pelo método microkjedhal e a do
P pelo colorímetro por vanadato molibdato (Malavolta et al.,1997).
3.3 Análises estatísticas
Os dados de altura de plantas foram submetidos à análise de regressão em
função dos tratamentos e dos dias após o transplante. Os dados de produção
foram submetidos à análise de variância para determinação do erro experimental
da matriz. Para estimar as superfícies de respostas, foram ajustados os modelos
quadrático e quadrático base raiz quadrática às médias por tratamento. Cada
componente dos modelos foi testado até o nível de 5%, pelo teste F. Cada efeito
individual do modelo escolhido foi testado até o nível de 5%, pelo teste F, corrigido
em função do erro experimental, usando t calculado pelo SAEG (Alvarez V., 1991;
Ribeiro Júnior, 2001).
29
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Altura de plantas
O padrão de crescimento em altura apresentou diferenças entre os
tratamentos durante o período de estudo (Figura 3). Dentre os tratamentos
testados, todos se ajustaram ao modelo quadrático, exceto com o uso de 60,2 e
6.000 kg ha
-1
de P e cama-de-frango, respectivamente, o qual se ajustou ao
modelo linear. Esses resultados são diferentes daqueles obtidos por Vieira et al.
(2004), que ao estudarem a produção de bardana em função de três doses de
cama-de-frango (0; 20 e 40 t ha
-1
) e quatro épocas de colheita (120; 160; 200 e
240 dias após o semeio), observaram crescimento linear crescente na altura das
plantas, no período de estudo.
A altura máxima (129,87 cm) foi alcançada aos 113 dias após o
transplante- DAT com o tratamento de 60,2 e 14000 kg ha
-1
de P e cama-de-
frango respectivamente. Pelos resultados obtidos deduz-se que o efeito benéfico
da associação de adubos minerais fosfatados com orgânicos pode ter resultado do
aumento do P disponível para as plantas, além do provável efeito indireto da
cama-de-frango, elevando o pH do solo e contribuindo para incremento na
disponibilidade de outros nutrientes (Kiehl, 1993). O decréscimo na altura, a partir
daquela época está relacionado ao processo de senescência, indicando a
proximidade do final do ciclo da cultura. Segundo Taiz e Zeiger (2004), as folhas
são programadas para morrer e sua senescência pode estar relacionada com
hormônios vegetais e ser iniciada também por influência de fatores ambientais
(Larcher, 2000).
30
Figura 3. Altura das plantas da bardana em função de dias após o transplante e o
uso de P e de cama-de-frango em diferentes doses (kg ha
-1
). Dourados-
UFMS, 2004-2005.
60 70 80 90 100 110 120
Dias após o transplante
0
20
40
60
80
100
120
140
A
l
t
u
r
a
d
e
p
la
n
ta
s
(c
m)
sforo e cama-de-frango (kg ha-1)
25,8 e 6000 60,2 e 6000 25,8 e 14000
60,2 e 14000 43 e 10000
25,8 e 6000 ŷ = -158,332 + 3,965x – 0,0152**x²; R² = 0,99
60,2 e 6000 ŷ = - 42,940 + 1,410*x; R² = 0,91
25,8 e 14000 ŷ = - 176,118 + 4,496x – 0,0189*x²; R² = 0,98
60,2 e 14000 ŷ = - 315,926 + 7,866x – 0,0347**x²; R² = 0,99
43,0 e 10000 ŷ = - 184,991 + 4,542x – 0,0173**x²; R² = 0,99
* e ** significativos a 5% e 1% de probabilidade, respectivamente.
60 70 80 90 100 110 120
Dias após o transplante
0
20
40
60
80
100
120
140
Al
tu
ra
d
e
p
la
n
t
a
s (cm)
Fósforo e cama-de-frango (kg ha-1)
4,3 e 6000 81,7 e 14000
25,8 e 1000 60,2 e 19000
4,3 e 6000 ŷ = -241,632 + 6,035x – 0,0253**x²; R² = 0,99
81,7 e 14000 ŷ = -118,547 + 3,284x – 0,0126*x²; R² = 0,91
25,8 e 1000 ŷ = 6,031 + 0,032x + 0,0048*x²; R² = 0,97
60,2 e 19000 ŷ = - 252,087 + 6,439x – 0,0291**x²; R² = 0,98
* e ** significativos a 5% e 1% de probabilidade,respectivamente.
31
4.2 Massa fresca e seca total da parte aérea
As maiores produções de massa fresca (48.999,73 kg ha
-1
) (Figura 4) e
seca (8.287,24 kg ha
-1
) (Figura 5) da bardana foram obtidas com o tratamento de
81,7 kg ha
-1
de P e 1.000 kg ha
-1
de CF ou com o uso de 4,3 kg ha
-1
de P
e 19.000
kg ha
-1
de CF (45.116,51 kg ha
-1
e 8072,82 kg ha
-1
, respectivamente), e as menores
(6.425,02 kg ha
-1
e 2.116,86 kg ha
-1
, respectivamente), foram obtidas quando se
utilizou a menor dose de P (4,3 kg ha
-1
) e de CF (1.000 kg ha
-1
). A maior produção
da parte aérea da bardana em resposta positiva ao P deve ter relação com a
função do nutriente na maioria dos processos metabólicos das plantas, como
divisão, expansão celular, respiração e como regulador de fósforo inorgânico (Pi)
na fotossíntese (Vieira, 1992). Quanto ao resíduo orgânico, sua adição ao solo
deve ter melhorado as condições químicas e físicas, além de ter aumentado a
atividade microbiológica, proporcionando maior disponibilidade de nutrientes para o
vegetal (Kiehl, 1985).
Figura 4. Massa fresca total da parte aérea da bardana em função de doses de P e
de cama-de-frango. Dourados-UFMS, 2005. C. V. = 35,46 %.
ŷ = - 4968,88 + 2982,96 √P + 230,807 * √CF + 564,734 ** P + 2,0049*CF–
99,4857**√P√CF ; R
2
=0,62; *e ** significativo a 5 e 1% de probabilidade,
respectivamente.
Massa fresca de parte aérea (kg ha-1)
11710,580
16539,520
21368,460
26197,404
31026,347
35855,290
40684,230
45513,170
50342,117
55171,060
> 55171,060
C
a
m
a
-d
e
-f
ra
n
g
o
(k
g
h
a
-1
)
F
ó
s
f
o
ro
(k
g
h
a
-1
)
32
Figura 5. Massa seca total da parte aérea da bardana em função de doses de P e
de cama-de-frango. Dourados-UFMS, 2005. C.V. = 30,33 %.
ŷ = 225,026 + 337,073 √P + 48,7503 *√CF + 91,2285 *P + 0,22311CF–
14,7031*√P√CF ; R
2
= 0,54;* significativo a 5% de probabilidade
4.3. Massa fresca e seca das folhas
As maiores produções de massa fresca das folhas (Figura 6) foram de
22.869,64 kg ha
-1
quando se utilizou a maior dose de P (81,7 kg ha
-1
) e de
18.376,98 kg ha
-1
com a maior dose de cama-de-frango (19.000 kg ha
-1
). Os
resultados positivos relacionados às doses crescentes de P ligam-se ao fato dos
solos brasileiros apresentarem baixa disponibilidade desse elemento, passando
assim a ser um dos nutrientes com maior resposta pelas plantas (Novais e Smyth,
1999). O efeito positivo com o resíduo orgânico, provavelmente devido ao
aumento de macro e micronutrientes disponíveis no solo para as plantas, redução
do alumínio trocável e da fixação do fosfato, onde a matéria orgânica do solo
libera parte do N e P, promovendo incrementos na produção (Kiehl, 1985).
Massa seca de parte aérea (kg ha-1)
2804,410
3423,969
4043,528
4663,087
5282,646
5902,205
6521,764
7141,323
7760,882
8380,441
> 8380,441
C
a
m
a
-d
e
-f
ra
n
g
o
(k
g
h
a
-1
)
F
ó
s
f
o
ro
(k
g
h
a
-1
)
33
Na produção de massa seca das folhas, observou-se acréscimo à medida
que se aumentaram as doses de cama-de-frango, e pouca influência das doses de
P (Figura 7). De acordo com Larcher (2000), vários fatores influenciam a produção
de massa seca, como irrigação, temperatura e principalmente a oferta de
nutrientes. Portanto, maiores doses da cama-de-frango favoreceram maior
produção de fotoassimilados e de massa seca. Isso porque, o príncípio básico das
plantas anuais é usar a maior proporção dos fotossintatos para a formação das
folhas, as quais participam da produção e aumentam a absorção da planta, como
conseqüência, desenvolve esses órgãos, preferencialmente.
Figura 6. Massa fresca de folhas da bardana em função de doses de P e cama-de-
frango. Dourados-UFMS, 2005. C.V. = 40,37 %.
ŷ = 5374,48 + 66,5046 P+ 0,245267 CF + 2,03101 *P
2
+ 0,00002718089 CF
2
0,0216329 *PCF; R
2
=0,63; * significativo a 5% de probabilidade.
Massa fresca de folhas (kg ha-1)
5540,468
7586,421
9632,375
11678,330
13724,280
15770,234
17816,187
19862,140
21908,093
23954,046
> 23954,046
C
a
m
a
-d
e
-f
r
a
n
g
o
(kg
h
a
-1
)
sfo
ro
(k
g
h
a
-
1
)
34
Figura 7. Massa seca de folhas da bardana em função de doses de P e cama-de-
frango. Dourados-UFMS, 2005. C. V. = 31,07 %.
ŷ= 882,115 + 12,4814 P + 0,625342 CF + 0,272866 P
2
+ 0,00000265607 CF
2
-
0,00322044 *PCF; R
2
=0,71; * significativo a 5 % de probabilidade.
4.4 Área foliar
Tal como a massa fresca de folhas, a área foliar das plantas foi influenciada
negativamente pela interação doses de P e de cama-de-frango, mas a resposta foi
positiva em relação aos fatores isoladamente (Figura 8). As maiores áreas foliares
foram de 19.822,86 cm
2
obtidas com o uso de 81,7 kg ha
-1
de P e 1.000 kg ha
-1
de
CF ou 15.680,27 cm
2
com o uso de 4,3 kg ha
-1
de P e 19.000 kg ha
-1
de CF e a
menores áreas 7.393,61cm
2
e 7988,37 cm
2
, respectivamente, foram verificadas
com as combinações das maiores doses de P e CF utilizada ou na ausência do P
e CF. Marschner (1995) cita que o crescimento das plantas é padrão característico
de cada espécie, mas, em planta deficiente em P, esse crescimento é retardado.
Essa deficiência provoca redução na área foliar, tamanho das folhas e/ou
elongação celular (Cromer et al., 1993). Vieira et al. (2004), estudando a produção
de bardana em função de doses de cama-de-frango e épocas de colheita,
observaram a área foliar máxima de 14.262 cm
2
aos 187 dias após o semeio e
com a maior dose de cama-de-frango utilizada (40 t ha
-1
).
Massa seca de folhas (kg ha-1)
1454,545
2909,091
4363,636
5818,182
7272,727
8727,272
10181,820
11636,363
13090,910
14545,454
> 14545,454
C
a
m
a
-d
e
-
fra
n
g
o
(k
g
h
a
-1
)
s
f
o
ro
(
k
g
h
a
-1
)
35
Figura 8. Área foliar das plantas da bardana em função de doses de P e cama-de-
frango. Dourados-UFMS, 2005. C. V. = 33,89 %.
ŷ= 7622,11+ 31,633 P + 0,251258 CF + 1,57802 P
2
+ 0,0000119086 CF
2
-0,0144424
*PCF; R
2
=0,51; * significativo a 5% de probabilidade.
4.5 Índice de área foliar (IAF)
O índice de área foliar - IAF teve resposta aos tratamentos semelhante às
encontradas para a área foliar (Figura 8), sendo o máximo de 7,93, com o uso de
81,7 kg ha
-1
de P e 1.000 kg ha
-1
de CF. Segundo Benincasa (2003) à medida que
a área foliar cresce o índice também aumenta, até atingir um valor onde o déficit
de iluminação faz diminuir a eficiência fotossintética da planta. Isso porque, o
índice de área foliar é considerado uma medida adimensional da cobertura
vegetal. O valor ótimo para o índice de área foliar em relação à produção de
massa seca, geralmente ocorre quando praticamente toda a radiação incidente é
absorvida ao atravessar as folhas. No caso das plantas herbáceas, como é o caso
da bardana, em que a maior parte das folhas encontram–se na posição horizontal,
este valor se encontra entre 4 e 6 (Larcher, 2000).
Área foliar (cm² planta-1)
7454,545
8909,091
10363,636
11818,180
13272,727
14727,270
16181,820
17636,363
19090,910
20545,455
> 20545,455
C
a
ma
-d
e
-fra
n
g
o
(k
g
h
a
-
1
)
s
fo
ro
(k
g
h
a
-1
)
36
Figura 9. Índice de área foliar das plantas de bardana em função de doses de P e
cama-de-frango. Dourados-UFMS, 2005. C. V. = 33,89%.
ŷ = 3,04885 + 0,0126532 P + 0,000100503 CF + 0,000631210 P
2
+ 0,00000000476345
CF
2
-0,000005776958*PCF; R
2
= 0,51; * significativo a 5% de probabilidade.
4.6 Razão de área foliar (RAF)
A razão de área foliar (RAF) apresentou resposta linear positiva às doses
de P e negativa em relação à de cama-de-frango (Figura 10), com 75,98 cm
2
g
-1
para a maior dose de P utilizada. A RAF é a razão entre a área responsável pela
interceptação de energia luminosa e CO
2
e a massa seca total e pode decrescer
em função do aumento da interferência das folhas superiores sobre as folhas
inferiores (auto-sombreamento), tendendo a uma diminuição da área foliar. Essa
variável corresponde à área foliar, em cm
2
, que a planta utiliza para produzir um
grama de massa seca (Benincasa, 2003). Constitui-se, segundo Magalhães
(1985), em um bom parâmetro para detectar a translocação e partição de
assimilados para as folhas em relação à matéria seca da planta toda.
Índice de área foliar
3,045
3,591
4,136
4,682
5,227
5,773
6,318
6,864
7,409
7,955
> 7,955
C
a
m
a
-d
e
-f
r
a
n
g
o
(kg
h
a
-1
)
sfo
ro
(k
g
h
a
-
1
)
37
Figura 10. Razão de área foliar das plantas de bardana em função de doses de P
e cama-de-frango. Dourados-UFMS, 2005. C. V.= 22,83%.
ŷ = 65,3192 + 0,1392 ** P- 0,000714912 **CF; R
2
= 0,44; ** significativo a 1% de
probabilidade.
4.7 Massas fresca e seca de raízes
As maiores produções de massas frescas de raízes foram de 2.435,57 kg
ha
-1
e 2.000,98 kg ha
-1
, alcançadas com o tratamento 81,7 kg ha
-1
de P e 1.000
kg.ha
-1
de CF e 4,3 kg ha
-1
de P e 19.000 kg ha
-1
de CF, respectivamente (Figura
11). Por isso, a maior produção de raízes de bardana com muito P pode ter
resultado de suas funções como regulador do fósforo inorgânico na fotossíntese,
no metabolismo de carboidratos, na relação amido/sacarose nas folhas e na
partição de fotoassimilados entre as folhas (fonte) e órgãos de armazenamento
(dreno) (Marschner,1995). A matéria orgânica da cama-de-frango ativou os
processos microbianos, fomentando, simultaneamente, a estrutura, a aeração e a
capacidade de retenção de água no solo(Silva Júnior e Siqueira,1997).
Razão de área foliar (cm² g-1)
52,545
55,091
57,636
60,182
62,727
65,273
67,818
70,364
72,909
75,455
> 75,455
C
a
m
a
-d
e
-
f
ra
n
g
o
(k
g
h
a
-
1
)
F
ó
sf
o
ro
(k
g
h
a
-
1
)
38
Figura 11. Massa fresca de raízes da bardana em função de doses de P e cama-
de-frango. Dourados-UFMS, 2005. C.V. = 23,59%.
ŷ = 396,513 + 25,9381√ P + 12,9881 *√CF + 29,2089 ** P + 0,034848 CF -3,59414 **
√P√CF ; R
2
= 0,58; * e** significativo a 5 e 1% de probabilidade respectivamente.
As maiores produções de massa seca de raiz (332,04 kg ha
-1
) foram obtidas
com o uso das maiores doses de fósforo e doses intermediárias de cama-de-
frango (Figura 12). O efeito positivo do P com a CF sobre a massa seca das
raízes, mostra que o uso da mistura de fertilizantes minerais fosfatados com
orgânicos, provavelmente tenha aumentado a solubilização do P no solo, tornando
assim, o nutriente mais disponível para as plantas (Kiehl, 1993). A aplicação de
resíduo orgânico aumenta a disponibilidade de fósforo às plantas, pois aumenta a
produção de gás carbônico no solo, solubilizando o fosfato mineral; pela formação
do complexo humo-fosfato; pela remoção de bases dos fosfatos insolúveis pelos
quelados da matéria orgânica; pelo revestimento dos sesquióxidos de ferro e
alumínio pelo húmus, evitando assim a fixação do fósforo solúvel (Kiehl, 1985).
Segundo Novais e Smyth (1999) a deficiência de fósforo é o fator mais
limitante ao desenvolvimento das plantas em solos de Cerrado, não pelos
baixos níveis naturais, mas também pela grande capacidade de fixação desses
Massa fresca de raiz (kg ha-1)
869,374
1042,437
1215,499
1388,562
1561,624
1734,687
1907,750
2080,812
2253,875
2426,938
> 2426,938
C
a
m
a
-d
e
-f
r
a
n
g
o
(k
g
h
a
-1
)
F
ó
s
f
o
ro
(k
g
h
a
-1
)
39
solos, como conseqüência da acidez e de elevados teores de óxidos de ferro e
alumínio.
Figura 12. Massa seca de raízes de bardana em função de doses de P e cama-de-
frango. Dourados-UFMS, 2005. C. V. = 21,28%.
ŷ = 254,407 + 0,56016 P + 0,00611549 CF + 0,00199633 P
2
– 0,000000504289**CF
2
R
2
= 0,44; ** significativo a 1% de probabilidade.
4.8 Número de raízes
O número de raízes foi alto sob altas doses de P ou de CF, isoladamente
(Figura 13). Isso sugere que esse resíduo orgânico atuou na melhoria da estrutura
física do solo e, assim, tenha melhorado o desenvolvimento do sistema radicular,
permitindo a emissão de mais raízes. Isso porque para se obter boa produtividade
é importante manter no solo uma biomassa residual alta, favorecendo assim o
desenvolvimento do sistema radicular e a absorção dos nutrientes, especialmente
do P, que apresenta baixa mobilidade no solo ( Kiehl,1985 ; Embrapa, 1996 )
Massa seca de raízes (kg ha-1)
194,491
208,982
223,473
237,964
252,456
266,947
281,438
295,929
310,420
324,911
> 324,911
C
a
m
a
-
d
e
-fra
n
g
o
(k
g
h
a
-1
)
F
ó
s
fo
ro
(k
g
h
a
-1
)
40
Figura 13. Número de raízes da bardana em função de doses de P e cama-de-
frango. Dourados-UFMS, 2005. C. V. = 21,19%.
ŷ = 241,074 – 1,00297 P + 0,00120956 CF + 0,0488719 **P
2
+ 0,000000395945 CF
2
– 0,000276455 **PCF; R
2
=0,58; ** significativo a 1% de probabilidade.
4.9 Diâmetro e comprimento de raízes
O diâmetro (Figura 14) e o comprimento (Figura 15) das raízes não
apresentaram diferenças significativas em função dos tratamentos utilizados e os
valores médios foram de 9,07 mm e 18,64 cm, respectivamente. Por esses
resultados, pode-se concluir que as medidas do diâmetro e do comprimento das
raízes da bardana não se afastam significativamente do padrão característico da
espécie em resposta à adubação com P e cama-de-frango. De acordo com
Larcher (2000), o sistema radicular da planta desenvolve-se seguindo padrão
morfológico particular para cada espécie e estende-se conforme a estrutura e
profundidade do solo. Segundo Kiehl (1985), a matéria orgânica favorece o
crescimento do sistema radicular e conseqüentemente o aumento da absorção de
água e de nutrientes.
Número de raízes (x 1000 ha-1)
230,048
257,043
284,039
311,034
338,029
365,024
392,019
419,014
446,010
473,005
> 473,005
Ca
ma
-d
e
-fr
a
n
g
o
(kg
h
a
-1
)
s
fo
r
o
(
k
g
h
a
-
1
)
41
Figura 14. Diâmetros das raízes da bardana em função das doses de P e cama-
de-frango. Dourados-UFMS, 2005. C.V. = 16,21%.
Figura 15. Comprimentos das raízes da bardana em função das doses de P e
cama-de-frango. Dourados-UFMS, 2005. C.V. = 12,62%
25
,
8
x
6000
60
,
2
x
6000
25,
8
x
1
4000
60
,
2
x
14000
43
,
0
x
10000
4,
3
x
6000
8
1,
7
x
14000
25,
8
x
1
000
60,
2
x
19000
Fósforo e cama-de-aviário (kg ha-1)
0
2
4
6
8
10
12
D
iâm
et
r
o
d
a
r
aiz
(
m
m)
a
a
a
a
a
a
a
a
a
2
5,
8
x
6
00
0
60
,
2
x
6
0
00
25
,
8
x
14
0
00
60
,
2
x
14
0
00
4
3,
0
x
1
00
0
0
4
,
3
x
6
0
00
8
1
,
7
x
1
4
00
0
2
5,
8
x
1
00
0
60
,
2
x
19
0
00
Fósforo e cama-de-frango (kg ha-1)
0
4
8
12
16
20
C
omp
r
ime
nt
o
da
r
a
iz
(
c
m)
a
a
a
a
a
a
a
a
a
42
4.10 Teor de nitrogênio na folha
Os teores de nitrogênio (N) nas folhas foram maiores sob as maiores doses
de P e de CF (Figura 16). A resposta ao P deve ter relação com sua participação
nos processos metabólicos das plantas, incluindo divisão e expansão celular.
Segundo Larcher (2000), as folhas em expansão acumulam os principais
elementos nutritivos- N, P, K e outros para uso posterior. Os teores médios
encontrados na massa seca das folhas da bardana estão dentro dos valores
criticos (2 a 5 dag kg
-1
de N na
massa seca) exigidos para o ótimo crescimento
das plantas (Faquin, 1994).
Figura 16. Teor de N das folhas da bardana em função de doses de P e cama-de-
frango. Dourados-UFMS, 2005. C.V. = 13,55 %.
ŷ = 3,19037 - 0,000764744 P + 0,0000585898 CF + 0,000278223 *P
2
+0,00000000133201 CF
2
0,00000191778 *PCF; R
2
=0,51; * significativo a 5% de
probabilidade.
Teor de nitrogênio na folha (dag kg-1)
3,038
3,254
3,471
3,687
3,903
4,119
4,335
4,551
4,768
4,984
> 4,984
C
a
m
a
-d
e
-f
ra
n
g
o
(k
g
h
a
-1
)
F
ó
s
f
o
ro
(k
g
h
a
-1
)
43
4.11 Teor de nitrogênio na raiz
Nas raízes, os teores de N não apresentaram diferenças significativas em
função dos tratamentos (Figura 17). Os valores médios obtidos (1,25 dag kg
-1
de N
na massa seca) foram superiores aos encontrados por Vieira (1995), em raízes de
mandioquinha-salsa, os quais foram em dia abaixo de 0,77 dag kg
-1
de N na
massa seca.
Figura 17. Teor de N nas raízes da bardana em função de doses de P e cama-
de-frango. Dourados-UFMS, 2005. C.V. = 19,65%.
4.12 Teor de fósforo na folha
Embora não se tenha detectado diferenças significativas nos teores de P na
massa seca das folhas, o valor médio obtido (Figura 18), está dentro da faixa
requerida para o bom desempenho das plantas, que varia de 0,1 a 0,5 dag kg
-1
de
P na massa seca (Faquin, 1994).
Larcher (2000) cita que durante um rápido crescimento, as substâncias
minerais são mais lentamente incorporadas em relação ao aumento da massa
25,
8
x
600
0
6
0,
2
x
600
0
2
5,
8
x
1400
0
6
0,
2
x
1
4000
43
,
0
x
10
000
4,
3
x
6000
81,
7
x
140
00
2
5,
8
x
1000
6
0,
2
x
1
9000
Fósforo e cama-de-frango (kg ha-1)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1,4
Teor
de
nit
r
ogênio
na
ra
iz
(
dag/
k
g)
a
a
a
a
a
a
a
a
a
44
seca e, como conseqüência, a concentração de substâncias minerais diminui
temporariamente, ocorrendo assim um “efeito de diluição”.
Figura 18. Teor de fósforo nas folhas de bardana em função de P e cama-de-
frango. Dourados-UFMS, 2005. C.V. = 23,94%.
4.13 Teor de fósforo na raiz
Os maiores teores de fósforo foram obtidos com as maiores doses de
cama-de-frango interagindo com as doses intermediárias de P (Figura 19). Os
valores encontrados estão abaixo daqueles considerados críticos para o
desenvolvimento das plantas (0,1 a 0,5 dag kg
-1
de P na massa seca) (Faquin,
1994). É provável que durante o período em estudo, o P estaria envolvido na
produção e uso dos fotossintatos nas folhas, diminuindo a translocação desse
nutriente das folhas para as raízes. Isso porque nas folhas, o teor de P encontrado
foi mais alto (Figura 18) do que nas raízes.
25,
8
x
60
00
60,
2
x
60
00
25,
8
x
14
000
6
0,
2
x
140
00
43
,
0
x
100
00
4,
3
x
600
0
81,
7
x
1
4000
25
,
8
x
1
000
6
0,
2
x
190
00
Fósforo e cama-de-frango (kg ha-1)
0
0,03
0,06
0,09
0,12
T
e
o
r
d
e
f
ó
sf
o
ro
n
a f
o
lha
(
d
ag
/
kg)
a
a
a
a
a
a
a
a
a
45
Figura 19. Teor de fósforo na raiz de bardana em função de doses de P e cama-
de-frango. Dourados-UFMS, 2005. C.V = 39,24% .
ŷ =0,0201530 + 0,00569747 √P + 0,0000387218 √CF - 0,000582812 *P;
R
2
= 0,39; * significativo a 5% de probabilidade.
Teor de fósforo na raiz (dag kg-1)
0,027
0,029
0,030
0,031
0,032
0,034
0,035
0,036
0,037
0,039
> 0,039
C
a
m
a
-d
e
-f
ra
n
g
o
(k
g
h
a
-1
)
F
ó
s
f
o
ro
(
k
g
h
a
-1
)
46
5 CONCLUSÕES
Nas condições em que foi conduzido o experimento:
O P e a cama-de-frango, isoladamente, possibilitaram a obtenção das
maiores produções de massa fresca e seca da parte aérea, massa fresca de
folhas e raízes e maiores valores de área foliar da bardana;
As maiores doses de CF utilizadas, independente das doses de P,
resultaram nas maiores produções de massa seca das folhas da bardana.
As maiores produções de massas secas das raízes foram obtidas com o
uso das maiores doses de P e doses intermediárias de CF;
Os diâmetros e comprimentos das raízes, o teor de N na raiz e o teor de P
nas folhas não foram influenciados significativamente pelos tratamentos.
47
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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