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sempre localizado no mundo, como um fenômeno simultaneamente social e individual,
subjetivo e objetivo, psíquico e biológico, cultural e biológico. Neste sentido, tomando o
ser humano como um ser no mundo, a vida pessoal nao pode ser tomada como um acon-
tecimento exclusivamente particular, mas é desde sempre, constituída pelos elementos
culturais e pela historicidade.
A noção de sujeito ecológico
Considerando que a subjetividade é um modo de ser no mundo, a noção de sujeito
ecológico, é um modo específico de ser no mundo, em outras palavras, é um "jeito ecoló-
gico de ser". O sujeito ecológico designa um ideal ecológico, uma utopia pessoal e social
norteadora das decisões e estilos de vida dos que adotam, em alguma medida, uma orien-
tação ecológica em suas vidas.
Como ocorre com outros ideais que os indivíduos tomam como modelo para si,
nem sempre é possível realiza-los cem por cento na vida diária. Assim também ocorre
com o ideal sinalizado pela noção de sujeito ecológico. Este tentar ser, certamente esbar-
ra em vários obstáculos. Alguns deles sao provenientes do fato de que a sociedade ainda
nao é tão ecológica como gostaríamos e nem sempre há oportunidades coletivas que faci-
litem e promovam um estilo de vida ecológico. Outros obstáculos sao derivados das con-
tradições dos ideais de que as pessoas são portadoras. Podemos pensar, por exemplo, na
valorização da rapidez, da velocidade de resposta, e de ação, virtudes associadas à efici-
ência e a produtividade no trabalho. Este valor, muito freqüentemente pode reforçar a op-
ção pelo transporte individual em geral mais rápido e conflitará com opões mais ecológi-
cas como a ir de ir a pé, de bicicleta ou de transporte publico todos os dias para o traba-
lho. Do mesmo modo, a liberação da mulher dos trabalhos domésticos oportunizada pelo