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RESUMO
MURTA, R.M. Bagaço de cana-de-açúcar hidrolisado com óxido de cálcio na alimentação
de ovinos confinados. Itapetinga-Ba: UESB, 2007. 50p. (Dissertação - Mestrado em Zootecnia
– Produção de Ruminantes). *
Neste trabalho foram estudados os efeitos da adição de 0,0; 0,75; 1,5 e 2,25% de óxido de cálcio
(CaO) no bagaço de cana-de-açúcar com o objetivo de avaliar o desempenho, o consumo de
nutrientes, a digestibilidade aparente das dietas e as características da carcaça em ovinos
confinados, mestiços da raça Santa Inês. O experimento foi conduzido no setor de
Ovinocaprinocultura da Escola Agrotécnica Federal de Salinas e no Laboratório de
Forragicultura e Pastagem da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, UESB. Vinte e
quatro ovinos foram distribuídos em um delineamento inteiramente ao acaso, com quatro
tratamentos e seis repetições. Para análise das características da carcaça foram abatidos vinte
animais (5 repetições). Os animais receberam concentrado contendo milho, farelo de soja e
uréia, e o bagaço com as doses de CaO na proporção 50:50 para o bagaço e o concentrado. A
água e a mistura mineral foram fornecidos ad libidun. Os animais foram mantidos em baias
individuais, por 77 dias sendo 14 dias de adaptação e três períodos de 21 dias para coleta de
dados. Para determinar a digestibilidade aparente da dieta utilizou-se o método de coleta total de
fezes, que foi realizada após o período de desempenho, durante quatro dias consecutivos. As
fezes foram coletadas três vezes ao dia às 7:00, às 13:00 e às 18:00 horas, utilizando bolsas de
napa adaptadas aos animais. O abate foi realizado após jejum de 16 horas de alimento sólido
quando os cordeiros atingiram 81 dias de confinamento. O consumo de matéria seca, proteína
bruta, fibra em detergente neutro, fibra em detergente ácido e nutrientes digestíveis totais,
expressos em g/dia, %PC e g/PM não foram influenciados pelas doses de CaO (P>0,05). O
estudo da regressão mostrou efeito linear para o ganho em peso no período e diário (P<0,05),
com valores variando de 12,3 a 14,4 kg/período e 195,0 a 229,9 g/dia, respectivamente e não
houve efeito para a conversão alimentar (P>0,05). Não verificou-se efeito (P>0,05) para os
coeficientes de digestibilidade aparente da matéria seca, da proteína bruta e da fibra em
detergente ácido. Para o coeficiente de digestibilidade aparente da fibra em detergente neutro foi
verificado efeito quadrático (P<0,05), sendo que o tratamento com 0,75% de CaO apresentou
maior digestibilidade e o bagaço sem tratamento (0,0% de CaO) a menor. As médias do peso de
carcaça quente (PCQ), peso de carcaça fria (PCF), rendimento de carcaça quente (RCQ),
rendimento de carcaça fria (RCF) e quebra no fresfriamento (QR) foram de 14,66 kg, 14,35 kg,
46,62%, 45,45% e 2,09%, respectivamente, não observando-se efeito dos tratamentos (P>0,05).
Não houve efeito dos tratamentos para as medidas subjetivas (P>0,05), as médias foram de 3,62
e 2,73 pontos para o grau de cobertura de gordura (GCG) e conformação (CON)
respectivamente. As médias das medidas objetivas de área de olho de lombo (AOL), gordura
perirenal (GPE) e gordura cavitária (GCA) são de 9,13 cm
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, 157,36 g e 37,31 g,
respectivamente, não sendo possível detectar efeito dos tratamentos (P>0,05). A utilização do
bagaço de cana hidrolisado com CaO, a partir de 1,5%, como fonte exclusiva de volumoso para
ovinos confinados proporcionou desempenho satisfatório para ganho em peso, aumento na
digestibilidade para a fibra em detergente neutro e não proporcionou efeito nas características de
carcaça estudadas.
Palavras-chave: consumo, digestibilidade, ruminantes, desempenho, carcaça.
*Orientador: Modesto Antonio Chaves, D.Sc.,UESB e Co-orientadores: Aureliano José Vieira Pires,
D.Sc.,UESB e Cristina Mattos Veloso, D.Sc.,UESB.